Brasil de Fato SP - Especial Gestão Petrobras

Foto: Agência Petrobras

QUARTA RODADA DE LICITAÇÃO DO PRÉSAL VAI LEILOAR ÁREAS NAS BACIAS DE SANTOS E CAMPOS Pág 6 Especial Gestão Petrobras São Paulo, 06 de Junho, 2018 brasildefato.com.br

EM PREPARAÇÃO PARA GREVE NACIONAL POR TEMPO INDETERMINADO, PETROLEIROS ALERTAM PARA PERSEGUIÇÃO DO TST Pág 4

COM GREVES E QUEDA NA PRESIDÊNCIA, PETROBRAS MANTÉM POLÍTICA DE PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS pág. 5

Foto: mcamgo

COMILANÇAS JUNINAS: QUE TAL USAR A PAÇOCA DE OUTRA FORMA? APRENDA A FAZER UMA TORTA DELICIOSA Pág 7

ENTREVISTA: PESQUISADOR DO INEEP, RODRIGO LEÃO APONTA CONTINUIDADE NA POLÍTICA DA PETROBRAS Pág 3

2 editorial

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Artigo

Legado deixado por Parente é um desastre para a Petrobras e o país Por Federação Única dos Petroleiros - FUP

Desde que o nome de Pedro Parente foi cogitado para assumir a presidência da Petrobrás, a FUP se posicionou, alertando a sociedade brasileira para os riscos da empresa passar a ser administrada pelo mercado financeiro e não mais pelo Estado. Em carta aos acionistas e ao Conselho de Administração, os petroleiros deixaram claro que o passado de improbidades de Pedro Parente como gestor público não o qualificava para o cargo e denunciaram o Teste de Integridade ao qual foi submetido.

Dito e feito. Parente assumiu a Petrobrás desdenhando do Pré-Sal, principal ativo da companhia. Logo em seguida, passou

a defender enfaticamente o projeto de lei do senador José Serra (PSDB) para abrir a operação do Pré-Sal para outras petrolíferas, acabando com a exclusividade da Petrobrás e sua participação mínima de 30% nos consórcios.

Arrotou para o mercado que não admitiria indicações políticas na empresa, mas já chegou rodeado de apadrinhados. Passou a gerir a Petrobrás com a ajuda de executivos da concorrência, que ganharam acesso livre às informações estratégicas da companhia, enquanto os trabalhadores eram submetidos a medidas policialescas.

O desmonte só estava começando. Pedro Parente assumiu pessoalmente o Plano de Negócios e Gestão 2017-2021, reduziu drasticamente os investimentos da Petrobrás e iniciou a maior pri-

vatização da história da empresa.

Em outubro de 2016, Parente anunciou ao mercado a nova política de reajustes dos derivados nas refinarias, estabelecendo a paridade de preços com o mercado internacional, sem qualquer mecanismo de proteção para o consumidor. A FUP denunciou que quem pagaria a conta seria o povo brasileiro e que o país estaria refém das crises internacionais de petróleo.

Não satisfeito, Pedro Parente assumiu o compromisso com “a não garantia integral do abastecimento do mercado brasileiro por entender que, em sua lógica de negócios, há a previsão do ingresso de mais agentes para o atendimento total da demanda”, como revela o estudo do Ministério de Minas e Energia, Combustível Brasil.

A redução das cargas das refinarias, a reestruturação dos efetivos de trabalhadores e a entrada em massa no país das importadoras de combustíveis davam as pistas do que estava por vir: o projeto de privatização do parque de refino e da logística de distribuição de derivados.

As digitais de Pedro Parente estão também entranhadas no processo de desindustrialização, agravado pelo fim da política de conteúdo local, uma das mais perversas ações deste governo. Ele atuou diretamente para reduzir a pó a indústria naval brasileira, ao passar a encomendar no exterior as plataformas e equipamentos dos campos do pré-sal.

Enquanto o mercado aplaudia o esfacelamento da Petrobrás como medida necessária para reduzir a dívida da empresa,

Parente em troca beneficiava o sistema financeiro, que recebeu cerca de R$ 250 bilhões nesses dois anos em que esteve à frente da empresa. Garantiu também mais de R$ 11 bilhões aos fundos abutres norte-americanos, que se refastelaram com o acordo que ele costurou pessoalmente.

Esse é o legado desastroso da gestão Pedro Parente, que a FUP e seus sindicatos vêm denunciando desde 2016. Por isso, a greve dos petroleiros para baixar os preços do gás de cozinha e dos derivados teve como um dos eixos principais sua saída do comando da Petrobrás e mudanças estruturais na gestão da empresa.

Essa luta só está começando.

Que fique claro para os próximos gestores que o principal acionista da Petrobrás é o povo brasileiro e não o mercado.

Expediente

w w w. b r a s i l d e f a t o . c o m . b r Editora-chefe: Claudia Rocha (MTB: 087848).

Repórteres: Alessandra Campos e Norian Segatto Diretor de arte: Fernando Bertolo.

Tiragem: 30 mil exemplares Contato: bdf.saopaulo@gmail.com Distribuição sem fins lucrativos

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Rodrigo Leão, economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), conversou com o Brasil de Fato – SP sobre o atual momento da estatal brasileira. Confira:

BDF SP: A sucessão do Parente, esse novo nome foi uma solução caseira na tentativa de continuar a mesma política para o mercado?

Rodrigo Leão: Eu avalio que é uma continuidade, mas também não é. Temos que lembrar que o Parente é um nome orgânico do PSDB, coisa que o Ivan não é. E o Parente é uma figura oriunda desse mundo executivo financeiro, coisa que o Ivan, embora tenha relação, ele não é, ele é um profissional de carreira do Banco do Brasil. Mas, é evidente que pela trajetória que ele percorreu e pelo papel que ele tem cumprido na empresa que não podemos esperar muita mudança do ponto de vista da gestão macro.

A política de desinvestimento, por exemplo, ele é o grande mentor dessa política de redução da Petrobras. Mas acho que tem uma mudança importante porque ele não é um homem organicamente de um partido político, por exemplo, o Pedro Parente tem suas relações com o agronegócio, eu acho que ele não tem. De algum modo, é uma continuidade, mas tem uma mudança de relações que eu acho que é importante frisar. Do ponto de vista objetivo, isso não significa que vai ter grandes mudanças na gestão da companhia. Eu acho que até pode ter, no médio prazo, a rea-

valiação de alguns setores, como o refino e a própria política de preços, mas a macroestratégia da empresa continua igual com o Ivan.

A subutilização do parque de refino foi bem significativa nesses três últimos anos, qual é a estratégia, valorizar a importação?

A Petrobras está reduzindo o uso das suas refinarias, o ex-presidente Gabrielli tem dito isso, é uma opção da companhia a forma de programação do refino. Por trás disso, tem duas questões do ponto de vista de gestão que eu considero equivocadas: a primeira é que com a concorrência haveria redução do preço, isso aconteceria com a entrada de novos atores - que são os importadores, basicamente, porque não houve venda de refinarias.

Havia a concepção de que abrindo o mercado haveria uma grande competição de preços, o que eu acho equivocado porque o petróleo não é um setor de varejo, não é um açougue, por exemplo, não é assim que funciona. Em segundo lugar, foi apostar na exportação do petróleo cru. A Petrobras fez uma aposta de que com o aumento do preço valeria a pena apostar na exportação e subutilizar o refino.

O pesquisador do nosso Instituto, o Eduardo Costa mostra que a margem ganha no refino é maior do que na exportação. Agora, é preciso entender que evidentemente havia

Os leilões estão ocorrendo de forma muito acelerada, estamos perdendo volume de reserva para outras empresas e, com isso, perdendo uma chance importante de influenciar no mercado internacional”

Foto: Reprodução

“a macroestratégia da empresa continua igual”, afirma pesquisador do ineep sobre mudança na gestão da petrobras

por Claudia rocha

um interesse do Parente na entrada desses novos atores. Ele é oriundo da Bungue, uma empresa que importa derivados, por exemplo, ela tem subsidiárias que importam derivados. Outras como a Shell por meio da Cosan também importam.

De alguma forma, são empresas que ganharam uma relação maior com o atual governo. Tem uma cadeia de articulação. Essas três coisas explicaram a estratégia da Petrobras em reduzir o parque de refino, abrir espaço para os importadores e começar a exportar o petróleo cru.

E sobre a nossa capacidade interna na relação entre as refinarias e demanda...

Nós consumimos mais ou menos 2,4 bilhões de barris por dia de derivados, e nossa produção é quase isso. O problema é que dentro desses derivados tem uma série de produtos, há alguns produtos como nafta, parafina, óleo diesel, gasolina, combustível de aviação. Mas nós poderíamos atender muito mais do que atendemos hoje, sem dúvida.

Atualmente, cerca de 30% do que consumimos é importado, e esse número já chegou a ser menos de 10%. Com o parque de refino que a gente tem poderíamos reduzir o volume de importação.

E os leilões do pré-sal, teremos mais uma rodada nesta semana.

Como você enxerga a atuação da atual gestão? Não seria o caso de refinarmos essa reserva para o nosso mercado?

A Petrobras continua ingressando nos leilões, de modo mais parcimonioso do que antes, mas ela continua ingressando. A Petrobras hoje tem uma produção que dá conta de atender o mercado interno. Com o atual volume de reserva, temos uma sustentabilidade, em médio prazo, de garantir o mercado interno. O que eu acho mais grave nesse processo todo é uma discussão de soberania e não a questão de atender o mercado interno, nós já temos petróleo para isso. Os leilões estão ocorrendo de forma muito acelerada, estamos perdendo volume de reserva para outras empresas e, com isso, nós estamos perdendo uma chance importante de influenciar no mercado internacional. Se, por exemplo, todas as reservas fossem da Petrobras isso no médio prazo iria permitir o Brasil influenciar na venda de petróleo para outros países, geraria para nós um poder de barganha importante. Agora, abrindo mão para uma série de outras empresas, estamos abrindo mão de ter poder, ou seja, vamos continuar subordinados no ponto de vista da geopolítica internacional.

Vamos continuar nessa posição e exportando o petróleo cru e importando o refinado, nós agravamos essa dependência. Isso que mais me assusta nesse processo.

Não precisaríamos ter esse número de leilões que esse governo está fazendo, um atrás do outro. Isso faz com que a nossa indústria perca porque ela não consegue atender, então, essas empresas, além de entrar no nosso pré-sal, acabam fornecendo os bens e serviços dos países de origem. Com tudo isso, junto com a mudança na lei de conteúdo nacional, nós estamos inviabilizando a nossa indústria de usufruir desse processo.

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Com pressão do tribunal superior do trabalho, petroleiros cruzam os braços contra política de preços dos combustíveis Greve foi considerada ilegal pelo TST, que aplicou multa de R$ 2 milhões por dia de paralisação; categoria prepara movimento por tempo indeterminado com a mesma pauta

denador da regional Campinas, Gustavo Marsaioli.

COMEÇA A GREVE

A ministra do TST, Maria de Assis Calsing, acolheu a ação movida pela Advocacia Geral da União (AGU) e pela Petrobras contra a greve dos petroleiros e aplicou multa de R$ 500 mil aos sindicatos e à Federação Única dos Petroleiros (FUP) pelo descumprimento da decisão.

Mesmo assim, os petroleiros desafiaram a decisão e paralisaram refinarias, plataformas de produção, alguns terminais e centros de distribuição do Sistema Petrobras em todo o país.

Em São Paulo, não houve a troca do turno que entrou para trabalhar na tarde da terça-feira (29) na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá, e na Refinaria de Paulínia (Replan). Muitos petroleiros que iniciariam o expediente na madrugada não foram trabalhar. Na manhã de quarta-feira, a paralisação ganhou reforço dos trabalhadores do setor administrativo das duas refinarias e o apoio dos petroleiros terceirizados.

ExTORSÃO

Frente à resistência dos petroleiros, em menos de 24 horas de greve, o TST aumentou de R$ 500 mil para R$ 2 milhões a multa diária aos sindicatos que descumprissem a decisão de suspensão da paralisação e determinou a criminalização do movimento. O tribunal cobrou ainda da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência. Diante da multa abusiva e da tentativa de inviabilizar o movimento sindical, a FUP indicou que a greve fosse suspensa na quinta-feira (31).

“Já conseguimos derrubar um conselheiro que era executivo da Shell e o presidente da Petrobras, Pedro Parente. Agora, queremos uma mudança na lógica de preços, garantindo que a população pague valores justos pelos combustíveis e gás de cozinha. Queremos o fim das importações de derivados de petróleo, que as refinarias não sejam vendidas, e que a Petrobras volte a ser a indutora do desenvolvimento nacional”, declarou o coordenador do Unificado, Juliano Deptula.

Recuamos diante desse ataque extorsivo do TST, mas não desistimos.

Vamos construir agora nossa greve por tempo indeterminado”, afirma o diretor do sindicato e da FUP, Arthur Bob Ragusa.

Foto: Maycon Soldan

Enquanto caminhoneiros pararam o Brasil para protestar contra o aumento abusivo do diesel, os petroleiros já denunciavam a política de preços desastrosa da Petrobras e os elementos por trás do alto custo dos combustíveis.

A voz dos petroleiros ganhou mais força nos primeiros minutos da quarta-feira (30), quando foi iniciada uma greve nacional de advertência. O movimento, que seria de 72 horas, foi encerrado antes porque o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou a paralisação ilegal e determinou multa diária de R$ 2 milhões.

Assim que a greve foi anunciada, houve pressão e divulgação de notícias sensacionalistas. Na Refinaria de Paulínia (Relan), poucas horas antes da paralisação começar, os trabalhadores foram surpreendidos por uma tropa de militares dentro da empresa.

Segundo relatos e fotos tiradas por trabalhadores, ao menos 10 viaturas, algumas da Rota, um helicóptero águia da Polícia Militar e um caminhão da tropa de choque foram vistos circulando na área interna da refinaria.

A ação foi classificada pelo Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP) como uma tentativa de constranger e intimidar os trabalhadores, já que o bloqueio dos caminhoneiros aos condutores de carretas de combustíveis e gás já havia terminado no início daquela manhã. “Não se tratava de escolta, porque os policiais entraram na refinaria, estacionaram seus veículos e lá permaneceram. Isso nos pareceu uma tática de intimidação da empresa, de ameaça aos petroleiros, diante da greve que estava prestes a começar”, comentou o coor-

Foto: Maycon Soldan

por alessandra Campos

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Foto: Agência Brasil

para evitar desgaste, pedro parente pede demissão da petrobras após greves de caminhoneiros e petroleiros

por Claudia rocha

O executivo Ivan Monteiro, engenheiro eletrônico de formação com extensa carreira no Banco do Brasil, é o novo presidente da Petrobras. Monteiro ascendeu ao importante cargo subitamente – após o pedido de demissão de seu antecessor Pedro Parente, na última sexta-feira (01).

Parente entregou o posto exatamente dois anos depois do convite do presidente Michel Temer para assumir a estatal. Após reunião com Temer, foi divulgada a carta de demissão, onde Parente diz que sua “permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente”.

Ligado ao PSDB, Pedro Parente foi ministro da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1999, e nomeado ministro de Minas e Energia no período em que o Brasil viveu a chamada crise “dos apagões”.

Ex-presidente da Bungue, multinacional do agronegócio e do setor alimentício, Parente é sócio, ao lado da esposa Lucia Hauptman, da administradora de fortunas Prada.

Nomeado como presidente da Petrobras logo após o golpe de estado contra Dilma Rousseff, o executivo realizou como primeira medida a venda de mais de U$ 15 milhões em ativos da empresa. Ele deixou sua marca na história da Petrobras por colocar em prática uma política de preços bastante diferente da gestão anterior, onde havia um controle maior dos repasses aos consumidores.

POLÍTICA DE PREÇOS

Em julho de 2017, a Petrobras passou a cobrar pelos combustíveis nas refinarias de acordo com a oscilação do mercado internacional do setor do petróleo e sob a flutuação do dólar, o que resultou em aumentos de preços até mesmo diários.

De julho do ano passado até antes da greve dos caminhoneiros, os preços do diesel e da gasolina nas refinarias acumularam altas de quase 58%. A inflação oficial no Brasil no período entre julho de 2017 e abril de 2018 foi de 2,68%.

As mudanças constantes de preço já eram alvo de crítica, em especial o preço do gás de cozinha que penaliza os mais pobres – que começaram a buscar alternativas, como, por exemplo, voltar a cozinhar com fogão à lenha.

Entre os meses de abril e maio

deste ano, o problema foi agravado por conta da instabilidade nos países produtores, como Irã e Venezuela, o barril de petróleo que era U$ 68 chegou a U$ 80 em poucas semanas, e neste contexto foi que eclodiu a greve nacional de caminhoneiros.

José Sérgio Gabrielli, que presidiu a Petrobras nos governos petistas entre 2005 e 2012, comenta a movimentação da gestão Parente: “O que eles querem fazer é criar um ambiente favorável para que novos investidores entrem no mercado de refino, substituindo a Petrobras. E para fazer isso, querem, primeiro, que os preços sejam atrelados inteiramente ao preços internacionais, e segundo, que o volume de derivados importados cresça”, aponta Gabrielli.

De julho do ano passado até antes da greve dos caminhoneiros, os preços do diesel e da gasolina nas refinarias acumularam altas de quase 58%. A inflação oficial no Brasil no período entre julho de 2017 e abril de 2018 foi de 2,68%.

DESGASTE

Após dez dias de paralisação nacional dos caminhoneiros, o governo federal saiu enfraquecido das negociações. Parente que, a princípio, estava irredutível teve que chamar uma coletiva de imprensa onde anunciou o congelamento de preços por 15 dias e um desconto no valor do diesel. Porém, as medidas para atenuar a crise foram insuficientes e foi colocada uma proposta de redução de 46 centavos no preço do óleo diesel e o congelamento por 60 dias.

Neste momento, Parente já demonstrava irritação com a chamada “interferência política” na empresa; enquanto isso, as críticas a sua política de preços cresciam entre opositores e até mesmo entre aliados do governo. Na semana

passada, Temer chegou a declarar que a maneira de taxação deveria ser examinada.

fUTURO

Apesar de ser classificado com um “perfil mais técnico” e com menos relações empresariais que o antecessor, Ivan Monteiro já demonstra que a direção da empresa não pretende rever a política de preços. No primeiro dia à frente da Petrobras, houve reajuste de 2,25% no preço da gasolina nas refinarias – o que significa um aumento de quatro centavos.

No primeiro dia à frente da Petrobras, Ivan Monteiro já reajustou em 2,25% o preço da gasolina.

Em nota, a Federação Única dos Petroleiros afirma que Ivan Monteiro representa “mais do mesmo”.

Foto: Alan Santos

Responsável pela mudança na política de preços da companhia – centro da crise das últimas semanas – o empresário, ligado ao setor privado, desiste de continuar na estatal

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em ritmo acelerado, petrobras realiza quarto leilão de reservas do pré-sal por norian segatto

Nesta quinta-feira (7), irá ocorrer o quarto leilão de petróleo da camada pré-sal. Serão ofereceridas as áreas de Uirapuru, Três Marias, Dois Irmãos e Itaimbezinho, nas bacias de Campos e de Santos.

As chamadas “rodadas de licitação” do petróleo tanto das reservas terrestres como das marítimas, onde está o petróleo da camada pré-sal, são leilões nos quais o governo concede áreas para que as empresas tenham o direito de explorar petróleo e gás natural.

Desde 1999, já foram realizadas 15 rodadas de licitação – três delas em áreas do pré-sal.

O primeiro leilão do pré-sal foi em 2013, no campo de Libra, localizado na Bacia de Santos. Com reservas estimadas em 12 bilhões de barris, Libra é o maior campo de petróleo do Brasil. Nesse leilão, apenas um consórcio (formado pelas empresas: Petrobras, a anglo -holandesa Shell, a francesa Total e as chinesas CNPC e CNOOC) apresentou proposta.

Nas rodadas seguintes, o número de empresas estrangeiras foi crescendo progressivamente: na terceira, 15 empresas, as maiores do mundo, se habilitaram para a disputa. O conjunto desses leilões pode causar ao país a perda de mais de R$ 1 trilhão de reais nos próximos anos.

DESONERAÇÃO

Em agosto de 2017, o presidente Michel Temer editou a Medida Provisória 795, que estabelece regras especiais de tributação para empresas petrolíferas – ou seja, o governo concedeu às empresas isenções fiscais no imposto de renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que podem chegar à cifra de R$ 576,74 bilhões nos próximos três anos. Ao longo de 25 anos, esse número irá ultrapassar a casa do R$ 1 trilhão, segundo estudo dos consultores legislativos Pedro Garrido e Paulo César Lima.

A Medida Provisória foi elaborada cinco meses após o ministro inglês do comércio, Greg Hands, ter se queixado com o secretário -executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa a respeito da tributação sobre as petrolíferas e a exigência de conteúdo nacional.

As três reuniões entre Hands e Pedrosa, ocorridas em março de 2017, vieram a público em novembro, quando a ONG Greenpeace obteve, por meio da lei de transparência britânica, documentos que comprovavam o lobby.

Na 15ª Rodada de Licitação, o mais recente leilão, logo após a promulgação da MP 795, a inglesa BP (British Petroleum) arrematou dois blocos de exploração na condição de operadora, o que significa que terá maior controle na extração.

DOIS MODELOS DE ExPLORAÇÃO BARRIL VENDIDO A 84 CENTAVOS

A 15ª rodada de licitação, ocorrida em março deste ano (que leiloou campos do pré-sal) foi comemorada pelo governo e pela mídia por ter arrecadado cerca de R$ 8 bilhões em bônus de 22 blocos. Aparentemente, um bom negócio, porém desses R$ 8 bi, 93% (cerca de R$ 7,5 bilhões) foram referentes a nove blocos situados na Bacia de Campos, cujas reservas estão estimadas em 6,3 bilhões de barris – isso dá a insignificante quantia de R$ 0,84 por um barril com 159 litros de óleo. Em média são necessários quatro litros de óleo para produzir um de gasolina, assim um barril proporciona a produção de aproximadamente 39 litros da gasolina que custa R$ 5 o litro.

Outro fator relevante no desfalque aos cofres públicos é em relação ao excedente mínimo de óleo que as empresas vencedoras das licitações devem fornecer ao governo.

“Chama atenção nas rodadas atuais, a forte redução do percentual mínimo de excedente de óleo necessário para participar dos leilões [média de 16%] em relação ao resultado da primeira rodada do leilão de Libra que foi de 41%, antes da mudança da legislação”, constata o economista do Dieese, Cloviomar Cararine.

No Brasil convivem dois modelos de exploração do petróleo: Concessão: o petróleo é explorado por uma empresa que assume os riscos de pesquisa e de investimentos. Essa empresa passa a ser a proprietária do petróleo que extrai. Em contrapartida, o Estado recebe pagamentos na forma de royalties. partilha: o petróleo é divididao entre Petrobras e as outras empresas envolvidas na iniciativa — que ficam com uma porcentagem da produção determinada por contrato. Até o final de 2016, a Petrobras era obrigada a ser a operadora dos campos de pré-sal e ter um mínimo de 30% de participação em todas as operações.

Mas essa situação foi alterada por uma lei aprovada pelo Congresso Nacional.

Fotos: Agência Brasil

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Desde o golpe de estado contra a presidente Dilma Rousseff, as regras de exploração do petróleo vêm sendo modificadas, todas com o intuito de diminuir a participação da Petrobras e aumentar a fatia das empresas estrangeiras (como a norueguesa Statoil e as chinesas CNPC e CNOOC).

Em outubro de 2016, foi aprovado um projeto do então senador José Serra (PSDB) que retirava da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal. Essa era uma das exigências das multinacionais que foi prontamente atendida pelo governo. No ano seguinte, Temer editou a MP de isenção tributária para as petrolíferas.

Paralelamente, a gestão do tucano Pedro Parente à frente da Petrobras teve como principal objetivo reduzir o tamanho da empresa e abrir espaço para as multinacionais: foi a chamada “política de desinvestimento”. Segundo análise do Grupo de Estudos Estratégicos e Propostas (GEEP), ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), para cada R$ 1 bilhão investido no país ocorre a geração de cerca de R$860 milhões no PIB e a criação de 19.300 novos postos de trabalho. A leitura inversa também é possível: como a Petrobras é a maior empresa do país, ao deixar de investir ela é uma indutora do desemprego, que atualmente atinge 13% da população, conforme dados do IBGE.

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RECEITA

TORTA DE PAÇOCA Com a entrada do mês de junho é inevitável pensar nas delícias juninas, não é? Que tal dar uma diferenciada e servir uma torta de paçoca, que já une o útil ao agradável na sua comemoração? Vamos lá:

ingredientes:

Para fazer a massa: 250 g de biscoito maizena triturado 60 g de manteiga derretida Recheio: 250 g de paçoca amassada 3 ovos batidos 200 g de creme de leite fresco 1/2 lata de leite condensado Açúcar a gosto (se achar necessário) Aqueça o forno a 180 ºC. Em uma tigela

Áries Semana boa financeiramente falando, é possível que tenha gastos com mimos pessoais. No plano afetivo, a paz reina. Caso não goste de sua imagem refletida no espelho, chegou a hora de fazer mudanças.

touro Cuidado com o excesso de nervosismo. Tire essa semana para olhar ao seu redor e perceber que precisa cuidar mais da sua família.

No trabalho, tempos de esgotamento e reconhecimento pessoal.

gêmeos Momento bom para desbloquear aqueles projetos parados na gaveta no plano profissional. Essa semana será de muita estabilidade no campo afetivo, viva intensamente sua relação amorosa.

média, misture o biscoito triturado com a manteiga derretida. Forre, com a massa, o fundo e a lateral de uma forma de aro removível de 23 cm ou o tipo de forma que tiver em casa. Pressione bem a massa.

Asse a massa da torta durante oito minutos no forno já aquecido. Deixe descansar na geladeira por, no mínimo, uma hora.

Aqueça o forno na temperatura de 200 ºC. Enquanto isso, misture todos os ingredientes até formar uma massa homogênea; acrescente açúcar se julgar necessário.

Coloque o recheio por cima da massa de biscoito, e leve ao forno por 35 minutos.

Deixe esfriar e sirva.

Câncer Você não se sentirá muito bem nos próximos dias, mas isso não significa que está desprotegido ou que atravessa um período negativo. Cuide da pessoa amada, ame e disponha de tempo.

Desentendimentos na família são previstos.

Leão Dias cinzentos se aproxima de sua relação amorosa, você poderá agir de forma fria e impulsiva. Admita seus erros para pessoa amada.

Separe o plano pessoal do plano profissional, procure um bom ouvinte para desabafar.

Virgem Cuidado para que seus impulsos não atrapalhem suas relações pessoais.

Ouça os mais experientes no trabalho, isso irá trazer conhecimentos preciosos. Coloque um sorriso no rosto, mesmo contra sua vontade, irá sentir-se melhor.

Libra A euforia será muito prejudicial nestes próximos dias no setor afetivo.

Aguarde por dias melhores. No profissional, é preciso saber dosar a quantidade de trabalho para que tenha equilíbrio.

escorpião Tenha paciência, seus desejos precisam de mais tempo para concretização. No plano afetivo, pode aparecer alguém que irá mexer contigo, porém será inacessível.

Não corra riscos financeiros, seja moderado.

sagitário Esqueça um pouco das atividades profissionais e tenha foco na sua saúde afetiva. Este é um momento de viver seus planos com o parceiro sem interferência de terceiros. Seja metódico com seu dinheiro.

Capricórnio Sua saúde financeira está em recuperação, este é um bom momento profissional. Na afetividade, viva sem preconceitos. Se estiver sozinho, poderá ter uma nova relação, mas que não será de caráter duradouro.

aquário Este não é um bom momento para iniciar novos trabalhos ou projetos.

Tempos intempestivos no amor, por isso, não fique ligado em intrigas. Você poderá descobrir que um amigo de confiança não é tão leal assim.

peixes Avance sem medo no plano afetivo. Se conhecer alguém, deixe a timidez de lado. No plano profissional, as notícias são positivas: hora de colocar planos em prática, pois certamente será recompensado.

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CÊ VIU?

PARADA LGBT TEM DIVERSÃO E RECADO POLÍTICO

foto: Paulo Pinto

resUmo da QUiNZeNa

O ADEUS AO JORNALISTA AUDÁLIO DANTAS

BRASIL VENCE AMISTOSO DE PREPARAÇÃO PARA COPA

Na quarta-feira (30), aos 88 anos, morreu o jornalista Audálio Dantas. Ele foi presidente do Sindicato dos Jornalistas durante a ditadura militar e denunciou a tortura e morte de seu colega Vladimir Herzog

foto: Lucas Figueiredo, CBF

abriu o placar com um lindo gol, após driblar três adversários e acertar uma bomba no gol croata, aos 24 minutos do segundo tempo. O atacante Roberto Firmino, que substitui o titular Gabriel Jesus, fechou a conta nos acréscimos, tirando do goleiro após receber ótimo lançamento de Casemiro.

no DOI-CODI. Audálio lutava contra um câncer desde 2015.

O jornalista, que foi também presidente da FENAJ, recebeu em 1981 o Prêmio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU e lançou diversos livros.

UM MÊS DEPOIS E NADA DE MORADIA Após o incêndio do edifício Wilton Paes de Almeida, cerca de 40 famílias que residiam na ocupação continuam sem moradia, acampadas no Largo do Paissandu, em frente ao local do antigo prédio, na região central da

cidade. Por enquanto, a solução da Prefeitura de São Paulo é convidar as pessoas para abrigos; segundo o órgão, o pagamento do auxílio aluguel abrange 144 pessoas. O desabamento deixou 630 moradores desalojados.

ACAMPAMENTO “LULA LIVRE” AGITADO

foto: Ricardo Stuckert, Instituto Lula

A ex-presidente Dilma Rousseff visitou Lula na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o petista está preso desde o dia 7 de abril.

Eles conversaram durante meia hora, entre outros assuntos, sobre a greve dos caminhoneiros e a situação da Petrobras.

Lula também foi visitado na prisão pelo ator americano Danny Glover. O artista, que é também embaixador das Nações Unidas, comentou sobre as agressões à democracia brasileira.

foto: Ricardo Stuckert, Instituto Lula

O Brasil encontrou dificuldade contra a Croácia, mas acabou vencendo por 2 a 0 no amistoso em Liverpool, de preparação para a Copa do Mundo da Rússia. Recuperado da lesão no pé direito que o afastou dos gramados por três meses, Neymar entrou em campo no segundo tempo no lugar de Fernandinho e

Uma multidão lotou a Avenida Paulista no domingo (3) na 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT que, neste ano, teve como tema as eleições de 2018. A viúva da vereadora Marielle Franco, assassinada em março no Rio de Janeiro, a arquiteta Mônica Benício participou da abertura do evento. As tradicionais fantasias e modelitos ousados foram destaque.