Brasil de Fato PR - Edição 289

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Quem

Carnaval volta militante

Eles não querem debate

Barrados no shopping

Ano 5 Edição 289 16 a 22 de fevereiro de 2023 distribuição gratuita www.brasildefatopr.com.br PARANÁ
encomendada
Recessão
4
Como os juros altos prejudicam do dono do mercado à indústria Brasil | p.
Seguranças impedem menores de entrarem no Palladium Cidades | p. 5
Economistas críticos à autonomia do BC não têm voz na mídia empresarial Opinião | p. 2
Seleção?
dirigirá a
Estrangeiros são favoritos para treinar o Brasil Esportes p. 8
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A “Lava Jato” dos juros A reforma tributária de que o Brasil precisa

Areforma tributária é uma das pautas econômicas prioritárias do governo no próximo período. Trata-se de uma necessidade: o Brasil tem um sistema tributário injusto, que cobra mais dos mais pobres. Inclusive, aqui, na contramão de países ricos, os impostos são fortes sobre o consumo e fracos sobre o lucro, o que prejudica ainda mais quem ganha pouco. Por isso, a reforma precisa ter objetivo de diminuir os impostos que recaem sobre os mais

pobres e cobrar mais dos ricos. As propostas de reforma tributária que estão em discussão no Congresso cuidam da tributação sobre o consumo e prometem simplificar impostos como PIS, Cofins, ISS e ICMS, entre outros. Entretanto, não basta simplificar, as alterações precisam diminuir os impostos sobre o consumo e salários e beneficiar o povo trabalhador brasileiro, que tanto sofre com o preço alto dos bens necessários para viver.

A retificação da tabela do imposto de renda é outra medida fundamental, aumentando a tributação de quem ganha mais e diminuindo de quem ganha pouco. Mas, além disso, é preciso rever as isenções e aumentar a tributação dos lucros e dividendos de grandes empresários e, também, tributar as grandes fortunas. Assim, a prioridade não deve ser apenas fazer a reforma tributária, mas fazer com que o Brasil tenha justiça fiscal.

Frédi Vasconcelos, jornalista, editor do BdF-PR e mestre em Linguagens e Tecnologia pela UTFPR

Desconfie todas as vezes em que ouvir/ler todos os jornalistas e “especialistas” convidados por Globo (jornais e TVs), Folha de S.Paulo (UOL), Estado de S. Paulo e outros veículos de comunicação terem a mesma opinião e fazerem movimentos de “manada”, em que não há nenhum espaço para vozes que discordam.

Foi assim que a Lava Jato transformou-se na operação que iria “acabar com a corrupção no Brasil”. Porém, poucos anos depois, sabe-se que esses veículos serviam como verdadeiras assessorias de imprensa do juiz considerado parcial pelos tribunais superiores. A justificativa era “derrotar Lula e o PT”, só que acabaram destruindo o setor de construção pesada no Brasil e elegendo Bolsonaro.

Agora, o mesmo movimento acontece em relação aos juros e à independência do Banco Central. Parece que ninguém pode discordar, pelo menos

nesses veículos de comunicação. O fato, porém, é que o Brasil tem os mais altos juros reais do mundo, na casa de 8% ao ano, enquanto os países desenvolvidos têm, descontada a inflação, juros negativos.

O problema é que se isso não mudar, pode levar o Brasil à recessão. Daí esses mesmos veículos vão gritar: “culpa do Lula”, como era na época da Lava Jato.

Sobre o fato de que o governo eleito não pode nomear o presidente do BC até a metade de seu mandato, na prática o que aconteceu é que Bolsonaro nomeou Roberto Campos Neto por seis anos, nos quatro de sua presidência e dois na de Lula. Muda o governo, mas o BC continua bolsonarista.

Aliás, essa discussão mostra mais uma vez que, em relação à economia, nunca há a possibilidade de esses veículos ouvirem o “outro lado”, o contraditório.

A única receita econômica propagandeada é aquela em que os mais ricos ficam cada vez mais ricos. Para saber por que isso, é só seguir para onde vai o dinheiro de tal política.

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 289 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

EXPEDIENTE

Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires FOTOGRAFIA Giorgia Prates REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com

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Paraná, 16 a 22 de fevereiro de 2023 Brasil de Fato PR Brasil de Fato PR
2 Opinião SEMANA
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Funcionalismo estadual reclama dos atrasados

“O governo do Paraná não paga a reposição integral da in ação nos provimentos de servidoras e servidores públicos desde 2016, e a defasagem deve superar 42% em maio, que é o mês da data-base”, disse a presidente da APP-Sindicato e integrante da coordenação do FES, Walkíria Mazeto. Essa é a reclamação dos servidores estaduais que entregaram a pauta de reivindicações ao líder do governo, na Assembleia Legislativa.

Além da data-base, outros itens da pauta são a isenção da contribuição previdenciária nos benefícios de aposentados e pensionistas do ParanaPrevidência que recebem menos de seis salários mínimos, teto do INSS; melhores condições de atendimento à Saúde, melhoria no sistema de perícias médicas e a convocação urgente de concurso público para todas as categorias.

O deputado estadual Professor Lemos (PT) cobrou resposta do governador Ratinho Jr. (PSD). Segundo ele, enquanto a inação disparou nos últimos anos, o salário dos servidores cou estagnado. “Eles aguardam, com ansiedade, o anúncio do governo do estado para corrigir os salários defasados. Eles aguardam o pagamento dessa dívida”, comenta o deputado.

Escreveu em artigo o excandidato a presidente e Bernie Sanders, após encontro com o presidente Lula nos Estados Unidos

Melhor que o esperado

A primeira pesquisa de avaliação do governo Lula, da consultoria Genial/Quaest, mostra que 40% dos pesquisados consideram o governo Lula ótimo ou bom. Para 24% é regular. A avaliação negativa fica em 20%. A imagem pessoal de Lula é ainda melhor, com 65% dos pesquisados aprovando suas ações. Como diz o próprio instituto, isso é o contrário do que acontecia com Bolsonaro.

Até o tal mercado concorda

Segundo descrição do site Brasil 247, em evento do Banco BTG/Pactual, três gestores de investimentos escutados por instituições financeiras e fundos de investimento deixaram claro que o presidente Lula está vencendo a queda de braço sobre juros e meta de inflação. No evento, esses três investidores concordaram e disseram em público que é hora de baixar os juros e aumentar a meta de inflação.

A filha do Carluxo Repúdio ao 8/1

A pesquisa também mostra que a maioria das pessoas mantém a posição das eleições. Entre os eleitores de Lula, a avaliação positiva do governo chega a 69%. Entre os bolsonaristas, a maioria ainda é crítica ao governo (51%). Quem não votou ou votou branco/nulo se divide. Porém há ações que nem bolsonaristas aprovam, a invasão da Praça dos 3 Poderes no 8/1 é rejeitada por 94% dos ouvidos. Outra grande vantagem é o apoio na ‘luta’ para baixar os juros: 76% acham que Lula está certo nessa batalha.

Mais fofoca que política. Nesta semana foi anunciando que Carlos Bolsonaro, o Carluxo, teve uma filha com uma ex-servidora do Ministério da Fazenda. A curiosidade é que em todas as fotos publicadas até o momento a servidora Martha Seillier, que foi indicada por Jair Bolsonaro (PL) para o cargo de representante do Brasil no BID em maio do ano passado, há cerca de 9 meses, quando teria iniciado a gestação, só aparece ao lado do ex-presidente. Não há nenhum registro, até o momento, dela ao lado de Carluxo.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DA COOPERCOM

A COOPERCOM –Cooperativa de Comunicação, com sede a Rua Riachuelo, Nº 90 edifício Claudia, conjunto 202, centro Curitiba/PR CEP: 80020-250, Curitiba PR, inscrita no CNPJ nº 01.594.863/0001-05, neste ato representado pelo sua presidente, a Sra Clara Lume Dola Cunha, convoca os cooperados a se reunirem em Assembleia Geral ordinária a se realizar no dia 27 de março de 2023, na sala de reuniões do CEFURIA, sito à Rua Desembargador Motta, 2791, na modalidade semipresencial, com a seguinte pauta: 1Prestação de Contas 2022 2- Parecer do Conselho fiscal- 3 destinação das sobras e ou prejuízo do período 4- Admissão de desligamento de associados; 5- Plano de Ação da direção 2023; 6- Eleição da direção para o biênio 2023 a 2024 e conselho fiscal para o ano de 2023; 8-Encaminhamento para os Associados; As convocações obedeceram à seguinte ordem: * às 17h00min em primeira convocação, com dois terços (2/3) do número de cooperados com direito de participação; * às 18h00min metade mais um em segunda convocação; *às 19h00min com vinte por cento (20%) dos cooperados aptos em terceira convocação.Associados aptos para votar 22 (vinte e dois) cooperados. Curitiba, 08 de fevereiro de 2023.

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Há “a necessidade de defender a democracia no mundo... Se posicionar contra aqueles que tentam anular os resultados das eleições e os oligarcas que se preocupam apenas em explorar os trabalhadores por lucro”.
DA SEMANA Geral 3
Frédi Vasconcelos
FRASE
NOTAS BDF Por
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Com a atual taxa de juros, como fica a política industrial?

Felipe dos Santos Silva, o Pepe, há dois anos, no auge da pandemia, tornou-se dono do Mercado e Açougue Bom Jesus, microempreendimento que fica na Vila Formosa, no bairro Novo Mundo, em Curitiba.

O mercado tem seis funcionários e buscou manter preços acessíveis para o público da vila onde fica. O início de 2023 trouxe a Pepe motivação com a possível mudança na política econômica brasileira.

Pepe é um dos que estão ao lado de 76% da população que, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest, concordam com as críticas de Lula ao Banco Central, sobre a manutenção da taxa de juros mais alta do mundo, a maior desde 2017, na casa de 13,75%.

Além disso, Lula tem criticado a autonomia do BC para tomada de decisões e manutenção de um presidente avesso ao projeto político eleito pela população. Roberto Campos Neto foi indicado por Bolsonaro e seu mandato se estende até 2024.

Pepe enxerga que a atual alta da taxa de juros limita o comércio e o aquecimento das vendas e também não contribui na redução do preço das mercadorias. “Não tem por que o Banco Central segurar a taxa de juros e até elevar, parece estar direcionando para uma recessão econômica, é preciso debater essa autonomia do BC”, opina.

Desafios da indústria Caso haja manutenção da taxa de juros no patamar atual, a indústria brasileira deve seguir em situação complicada. Com o agravamento da crise, a indústria se encontra 3,5% abaixo do patamar anterior à pandemia, em fevereiro de 2020.

Além disso, o peso da indústria de transformação (que reúne todo o setor manufatureiro) encontrava-se em 11,30% de participação no PIB no 1º trimestre de 2021, de acordo com o IBGE. No melhor momento,

13,75%

é a taxa de juros no Brasil, uma das mais caras do mundo

Produção parada

Outro ponto abordado pelos economistas críticos às políticas do Banco Central é o fato de que a alta taxa de juros não ajuda a controlar a inação, uma vez que a atual in ação não é de demanda, e sim dos preços das mercadorias. O que quer dizer que uma economia parada como a brasileira precisa de taxas baixas de juros, de crédito, de indução e investimento do Estado na economia.

O professor e economista Luiz Gonzaga Belluzo defende que a atual crise remete ao modelo adotado no país nos anos 90, e que agora apresenta condições para ser superado. “No bojo dessas mudanças, o maior temor dos bancos é de que haja uma crise de crédito, que já está sendo definida no horizonte, com muitas empresas endividadas, que não conseguem sanar suas dívidas, empresas pequenas, médias e grandes”, enumera.

em 1985, o peso do setor manufatureiro chegou a 24,5%, gerando mais postos de trabalho de qualidade.

Sandro Silva, economista do Dieese-PR, aponta que o desafio atual seria a criação do que chama de política de industrialização. “Promovendo desenvolvimento do setor industrial, focando em setores com mais inovação tecnológica, que geram mais valor agregado. O que só não basta. É preciso indicadores macroeconômicos positivos”, afirma.

Por isso, Silva e outros analistas concordam que os juros são uma barreira para o crescimento da economia nacional e, consequentemente, para uma política de industrialização.

“Juros elevados impedem o crescimento econômico. Quem tem bastante dinheiro não investe em produção, mas no mercado financeiro, porque você tem garantia de rentabilidade muito superior à inflação e sem fazer esforço”, afirma Silva.

Belluzo também aposta na necessidade de uma política voltada à reindustrialização: “Reindustrializar significa apostar, capitanear as novas empresas, caminhar na direção dos setores de maior densidade tecnológica”, aponta.

Por melhores dias Mesmo em meio a dificuldades, pequenos empresários como Pepe ainda apostam em melhorias. “Sabemos do viés social e da sensibilidade do atual presidente, encaramos isso como grande oportunidade para angariar o movimento do comércio e contribuir com a baixa dos preços, pagando mais barato, para que a população possa comer uma carne digna”, afirma.

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Em pesquisa, 76% da população concorda com as críticas de Lula ao Banco Central
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Roberto Campos
Neto, presidente do Banco Central, foi indicado por Bolsonaro e seu mandato se estende até 2024
Indústrias vêm perdendo participação no PIB. Desafio do atual governo é voltar a desenvolver o setor

Shopping Palladium é acusado de proibir entrada de menores e analisar “tênis e roupa” para liberar

Gabriel Carriconde Segundo o relato da professora que preferiu não se identificar, no último dia 5 deste mês, quando estava indo encontrar sua filha, que também é menor, observou uma fila com vários jovens sendo formada. “O shopping fez um corredor de seguranças e estava barrando a entrada, enviando para fora da fila e pedindo documentos de todos os menores de idade desacompanhados. Não estão deixando os menores (e pobres) entrarem”.

Menores de 18 anos foram impedidos de entrar nas dependências do Shopping Palladium, no bairro Portão, em Curitiba. De acordo com relato feito à reportagem do Brasil de Fato Paraná por uma professora que acompanhou a situação, vários jovens menores de idade foram parados na porta de entrada, sendo solicitados documentos e a presença de pais ou responsável legal para entrar.

Segundo relatos, os seguranças ainda “analisavam roupas e tênis de cada um dos que foram barrados”. O shopping tem histórico controverso, de ter barrado anteriormente adolescentes para evitar “badernas” e “risco para os clientes”.

Mas a proibição não valia para todos. “Eu estava esperando na praça de alimentação minha filha adolescente para almoçar comigo. Quando ela e o namorado chegaram, se depararam com esse cenário. Os seguranças avaliaram a roupa e os tênis deles e deixaram passar, não

pediram documentos. Já os jovens que estavam atrás na fila foram barrados, tiravam da fila, pediam documentos e não deixavam entrar. Não eram só os jovens negros, eram jovens da periferia em geral”, relata.

Pelo Twitter, outros jovens relataram que foram proibidos de entrar. Outros estavam indignados, pois entraram sem que tivessem de apresentar documento. “Não estão deixando menores entrarem no Palladium. Ofendido pois não pediram documento meu”, diz. Outro ainda conta: “O segurança do Palladium perguntando se eu sou menor de idade e pedindo minha identidade”.

Para o advogado especialista em direitos da criança e do adolescente Anderson Ferreira, o caso pode ser qualificado como discrimi-

natório, visto que nenhuma norma na legislação brasileira prevê que os estabelecimentos possam barrar pessoas com menos de 18 anos, apenas menores de 12 sem acompanhamento dos pais ou responsáveis. “A situação narrada é preocupante. As convenções internacionais, ECA e a Constituição Federal determinam que é dever do Estado assegurar a proteção integral da criança e do adolescente contra toda forma de discriminação, seja ela de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra natureza. É importante lembrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê diversas garantias em prol da proteção dos direitos de crianças e adolescentes, bem como medidas de proteção em casos de violação desses direitos,

é possível tomar medidas judiciais para proteger esses direitos, como o direito ao lazer, à dignidade e à não discriminação”, diz. “A vedação de entrada de crianças e adolescentes em shopping centers com base em critérios discriminatórios é uma prática que não encontra respaldo na legislação brasileira. É fundamental que sejam garantidos os direitos desses indivíduos, que são sujeitos de direitos e merecem proteção”, analisa.

OUTRO LADO

A reportagem do BdF entrou em contato com o Shopping Palladium, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. Se enviada, a resposta será publicada em nosso portal.

Quem são os novos deputados conservadores da Alep

Nos últimos quatro anos, o governador Ratinho Junior (PSD) não teve grandes entraves, tendo ampla maioria governista a apoiar seus projetos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Mas mesmo com renovação de quase 45%, a Alep ampliou a base governista. O partido do governador conseguiu o maior número de novos deputados, com sete novatos eleitos e uma bancada, agora, de 16

parlamentares. Dos 54 deputados que compõem a Alep, 24 são novatos, sendo 19 deles de partidos que devem compor a base do governador.

Bancada da bala Foram eleitos deputados que focaram em pautas extremistas pró-armas e contra os direitos humanos. Exemplos são o delegado da Divisão de Homicídios de Curitiba Tito Barichello (União) e o ex-policial do Bope Samuel Dantas (Pros).

Autointitulado “delegado xerifão”, Barichello promete defender a pau-

ta armamentista. Em seu gabinete, ostenta réplicas de fuzil, revólver e pistola. Também apoiado na carreira de profissional da segurança pública, o ex-policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Samuel Dantas promete “combater a corrupção no Paraná”. Em campanha, teve que retirar de circulação seu material por estampar imagens suas fardado, fato que caracteriza propaganda irregular.

Nepotismo Parte dos novos nomes que chegam à Alep em 2023 são, na

verdade, velhos conhecidos da política paranaense. Das famílias já conhecidas, Flávia Francischini (União) foi eleita para seu primeiro mandato como deputada estadual. Ela é esposa do ex-deputado Fernando Francischini.

Outro é Matheus Vermelho (PP), filho do deputado federal Vermelho (PL), que, entre seus projetos controversos, tem a proposta de abrir uma estrada no Parque Nacional do Iguaçu, ignorando os danos ambientais à unidade de conservação.

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Para advogado, prática é discriminatória, não há nada que proíba entrada de maiores de 12 anos
Lia Bianchini
Brasil 5

DICAS MASTIGADAS

Bolinho de arroz

A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada em produtosdaterrapr.com.br

Ingredientes

3 xícaras (chá) de arroz Terra Viva cozido; 1 cebola orgânica; ½ cenoura orgânica; Salsinha e cebolinha picadas; 2 colheres (sopa) de azeite; 3 ovos orgânicos; ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado;

4 colheres (sopa) de amido de milho; óleo; sal e pimenta-do-reino a gosto.

Modo de preparo Refogue a cebola em uma frigideira e transfira para uma tigela grande, junte o arroz cozido e misture. Na frigideira, refogue a cenoura ralada, acrescente a salsinha e a cebolinha. Desligue o fogo, junte ao arroz e misture bem. Acrescente o queijo ralado, tempere com sal e pimenta-do-reino. Adicione os ovos e, por último, misture bem o amido de milho. Passe um papel toalha para limpar a frigideira e leve ao fogo médio. Quando aquecer, regue com óleo para cobrir todo o fundo. Adicione duas colheradas da mistura de arroz e achate levemente. Deixe espaço entre os bolinhos para não grudar. Deixe cozinhar por cerca de 2 minutos e vire com uma espátula para dourar o outro lado por igual. Sirva os bolinhos ainda quentes.

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A volta do carnaval pós-pandemia

Ana Carolina Caldas

Avolta do Carnaval presencial após dois anos de pandemia, para os carnavalescos, é aguardada com muita expectativa, alegria e, principalmente, para mostrar a importância da cultura para a cidade, tanto do ponto de vista de entretenimento como da economia.

Para Diogo, da Embaixadores da Alegria, a volta do Carnaval é um renascimento de várias formas. “Falou de Carnaval, falou de cultura. E é verdade que após período da pandemia, esse é o renascimento da principal manifestação de cultura gratuita e democrática do país. Para o pobre e para o rico. Por isso, essa volta vem pra comemorar a vida e a saúde e também para mostrar que a cultura influencia na economia de uma cidade”, diz Diogo.

Já Paulo Bearzotti, da Leões da Mocidade, diz que a espera é pela alegria que o Carnaval traz, principalmente para os moradores da pe-

riferia. “A importância do Carnaval é enorme. As escolas de samba são uma comunidade, um movimento social que envolve centenas de pessoas e atividades. Tudo isso ficou interrompido pela pandemia, o que acaba sendo uma interrupção da comunidade. O Carnaval representa essa grande inversão do status social, quando uma moça da periferia, que no seu dia a dia tem uma função desvalorizada, na avenida ela se torna uma rainha. O Carnaval celebra a cultura e essa ruptura de hierarquia coma alegria e vivacidade”, diz.

Para quem vive a resistência todos os dias e há anos, a pandemia foi só mais um capítulo de resistência. Essa é opinião de um dos responsáveis pelo Bloco Pretinhosidade. “Nossa primeira movimentação foi em reação a uma ação da Polícia Militar, e ali nasceu a semente do bloco. Então, não será uma pandemia que vai tirar a gente da existência e da avenida. Há 380 anos já resistimos à escravidão”, diz.

Domingo

Confira a programação do Carnaval de Curitiba A festa na Marechal Deodoro começa mais cedo no sábado (18/2), às 13h30, com o Carnaval Nerd, que reúne participantes fantasiados de super-heróis e personagens dos filmes “Stars Wars” e “Harry Potter”. Eles saem da Praça Zacarias em direção à Marechal Deodoro.

O baile infantil começa às 15h, reunindo crianças e suas famílias para as brincadeiras ao som das marchinhas de Carnaval executadas por banda ao vivo.

No fim da tarde, os blocos carnavalescos e escolas de samba dão início à concentração, entre a Rua Tibagi e a Travessa da Lapa.

Sábado, O Bloco Purpura, às 18h40, e depois a primeira escola do Grupo Especial, Os Internautas, entra às 20h50. Depois chegam a Imperatriz da Liberdade 21h55, Acadêmicos da Realeza ás 23h, Mocidade Azul 0h5 e Enamorados do Samba 1h10.

O domingo, 19/2, começa com o Bloco do Polakinho 14h, seguido da matinê infantil (15h). O desfile tem início às 18h, com o corso Elas Clube (de carros antigos). Na sequência, entram os blocos Unidos de Judá, Ecoorquestra, Pretinhosidade e Fogosa Às 21h20 entram as escolas do grupo de acesso: Deixa Falar, Unidos de Pinhais 22h10, Leões da Mocidade 23h e Embaixadores da Alegria 23h50. O anúncio da escola campeã será feito na segunda-feira, 20/2, a partir das 15h, no Memorial de Curitiba, onde acontece a apuração das notas do desfile.

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Resistência de artistas, ancestralidade negra e universo drag são temas de escolas de Curitiba

Carnaval no centro da cidade começa no sábado, com blocos, escolas e diversão também para a garotada

Ana Carolina Caldas que o Carnaval é uma manifestação cultural importante também para a economia do país. A diversão, aliada a temas políticos, sociais e culturais, estará presente nas letras dos enredos que desfilarão na avenida de Curitiba.

Depois de anos de pandemia e as ruas em silêncio, sem Carnaval, para 2023 a expectativa é grande para quem curte e estava com saudade dos blocos carnavalescos e das escolas de samba. Maior ainda para quem se dedica e trabalha nesta grande festa popular. Para falar sobre essas expectativas, o Brasil de Fato Paraná conversou com representantes de diferentes escolas de samba que irão participar do desfile, em Curitiba, na Avenida Marechal Deodoro. Além da alegria de voltar, os artistas, compositores, produtores, figurinistas, integrantes, sentiram saudade e também sofreram o impacto da pandemia. Agora, destacam

Resistência de artistas periféricos Paulo Bearzotti Filho, que integra a comissão organizadora da escola Leões da Mocidade e também assina o enredo deste ano, conta que o tema tratará de resistência: Penso, logo resisto – Cultura e Cidadania no chão da periferia. “É um tema que debate a desigualdade na área da cultura, principalmente porque os recursos ficam concentrados em certas atividades culturais su-

jeitas à lógica do mercado e um excesso muito grande de burocracia que inviabilizam, em princípio, os artistas de periferia. Mas baseados na sua consciência estes artistas resistem”, conta. “O desfile da Leões da Mocidade vai trazer essas desigualdades, mas também vai falar das diferentes formas de resistência, trazendo o hip hop, o funk, o samba, aqueles que fazem gra-

fite, os dançarinos... numa perspectiva sempre inclusiva”, conclui Bearzotti.

Universo drag Giovani Cosenza, produtor cultural e idealizador do Bloco Púrpura, que desfila pela quarta vez em Curitiba, conta que neste ano quem entra na avenida é o universo drag. “A gente pretende abordar toda a variedade do universo drag, as drag queen, kings, monstras. Fizemos o convite para várias artistas de Curitiba que vão demonstrar sua identidade drag. Nossa intenção é mostrar tudo isso de uma forma bem plural,” conta.

Giovani lembra que chegaram a participar, em 2021, do Carnaval digital organizado pela Prefeitura de Curitiba. “Fizemos nessa edição uma homenagem a Gilda, e agora voltamos abraçando mais a comunidade LGBT de Curitiba. Trazer essa temática é sempre importante porque combate preconceitos e mostramos que nossa comunidade é linda e unida”, lembra.

75 anos da escola mais antiga de Curitiba

Diogo Perez de Lima, presidente da Associação Cultural Embaixadores da Alegria, escola mais antiga de Curitiba diz: “Neste ano nosso tema é Folia de Reis. De forma bastante lúdica, vamos brincar com os vários reis existentes em nosso imaginário, como o rei do futebol, o rei do rock, o rei das frutas, o abacaxi, os três Reis Magos, os reis do mundo, entre outros... Nosso Rei Momo vai convidar esses reis da nossa história para a festa de 75 anos da Escola de Samba Embaixadores da Alegria, a mais antiga da cidade de Curitiba”, conta.

Ancestralidade Allan Coimbra da Luz, da coordenação e produção do Bloco Afro Pretinhosidade, conta que eles farão, neste ano, uma homenagem à mulher preta Iyagunã Dalzira, que aos 82 anos tornou-se doutora pela Universidade Federal do Paraná. “Como a maioria da raça negra, Iyagunã foi alfabetizada aos 13 anos , aos 47 concluiu o ensino fundamental e, aos 63 anos, iniciou a graduação.

Recentemente concluiu seu doutorado na UFPR. A gente pretende levar o nosso bloco da forma que sempre foi, com muito fundamento, respeitando os mais velhos, nossa ancestralidade, e na base de muita luta, suor e alegria, que é a essência da raça negra”, conta Allan.

Ele destaca que o Bloco Afro Pretinhosidade sempre teve a função de resgatar a alma e a descendência negra do nosso povo. “Fazemos isso principalmente nesta cidade em que nosso povo é constantemente invisibilizado e apagado”, diz o produtor.

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Sul-Americana: a rota mais curta

Desde 2016 este colunista clama por priorização de meta a conquista de uma Copa Sul-Americana pelo Coritiba. A competição é desdenhada por alguns como “Segundona da Conmebol”. A nal, dela participam até os 8º e 6º lugares dos campeonatos boliviano e venezuelano, respectivamente. Não deixa de ser, contudo, torneio reconhecido pela FIFA e que, de quebra, dá vaga direta na Libertadores da América e na Recopa, gerando receitas nanceiras. Exposição em power point de planejamento detalhado para isso foi feita, sete anos atrás, ao Conselho, G5, comissão técnica e atletas, mas a gestão Bacellar não apoiou com ações o projeto. Castigo: o maior rival do clube focou no objetivo e o alcançou duas vezes. O vencedor da edição de 2024 deve ter lugar no Mundial de Clubes do ano seguinte. É mais do que hora: o Verdão precisa levar a questão muito a sério.

O que é que a gente realmente quer do novo treinador da Seleção?

Profeta do apocalipse

O Paraná anunciou um velho conhecido como diretor de futebol: Paulo César Silva, o Paulão. Será a terceira passagem dele pelo tricolor. Famoso pelas declarações ácidas contra seus antecessores, Paulão entrou para o folclore do Clube quando, em dezembro de 2010, anunciou a contratação do que seria um “presente de Natal” para a torcida, o que nunca aconteceu. O tricolor acabou rebaixado no estadual no ano seguinte. Paulo César já vinha se aproximando do Paraná no ano passado, quando fez parte do movimento “Salve o Paraná”. Ele sempre foi uma espécie de profeta do apocalipse, frisou a delicadeza das condições nanceiras e administrativas do Clube. Os alertas dele e tantos outros não surtiram efeito e o Clube chegou onde chegou. Agora, no fundo do poço, não cabe mais alertar, mas fazer diferente. Fazer o certo, planejar, pensar no futuro. Estaria ele disposto a isso?

De acordo com a ESPN, a Seleção Brasileira já teria novo treinador “engatilhado”. Trata-se de Carlo Ancelotti, atual campeão da Liga dos Campeões da UEFA e do Mundial de Clubes no comando do Real Madrid e que coleciona passagens e títulos em gigantes do futebol do velho continente. O italiano assinaria contrato até agosto de 2026 e os detalhes ainda estariam sendo discutidos. Tanto Carlo Ancelotti como a CBF negaram o acerto. Especulações desse tipo fazem parte do noticiário esportivo. Ainda mais depois da eliminação traumática da Seleção Brasileira no Mundial do Catar. Já se falou nos espanhóis Pep Guardiola e Luís Enrique (técnico da Espanha na última Copa do Mundo), nos portugueses Jorge Jesus e Abel Ferreira e nos brasileiros Dorival Júnior, Fernando Diniz e Mano Menezes. O pouco que se sabe sobre o assunto vem das palavras do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que a rmou que deseja um técnico “de respeito e ofensivo”, além de não descartar a chegada de um estrangeiro.

Quem acompanha o escrete canari-

ELAS POR ELA

nho sabe bem que os ciclos da equipe (na maioria) são marcados por rupturas totais com o trabalho anterior. Dunga substituiu Carlos Alberto Parreira depois da bagunça de 2006 na escolha da CBF por um treinador “linha dura”. Mano Menezes assumiu depois do Mundial da África do Sul e perdeu o cargo para Scolari. Dunga voltou depois da Copa no Brasil e foi substituído por Tite ainda em 2016. A escolha por um treinador estrangeiro, para muitos, signi ca mais uma ruptura nesse sentido. A diferença é que ela seria ainda mais profunda por conta do choque de culturas e dos métodos de trabalho estranhos para todos nós aqui. Pessoalmente, não sou contrário à contratação de um técnico estrangeiro, mas também não faço campanha para tal. Meu pensamento é mais simples e pragmático. Não dou a mínima se ele nasceu no Brasil, na Espanha, na Itália, em Madagascar ou em alguma das luas de Júpiter. Se esse cara é o melhor treinador à disposição, quero ele no meu time.

Leia na íntegra no site www.brasildefatorj.com.br

O “problema” Vitor Roque

A decisão de enviar o atacante Vitor Roque para o Sul-Americano sub-20 se mostrou acertada. Depois de car de fora das últimas duas edições do Mundial, a seleção brasileira voltou a brilhar, sagrando-se campeã após vitória contra o Uruguai, e Vitor Roque terminou a competição como artilheiro e um dos maiores destaques da competição. Carimbou seu passaporte para o Mundial e seu passe valorizou no mercado. A curva de crescimento na carreira é meteórica, e tudo leva a crer que será uma das maiores vendas de um atleta brasileiro para a Europa. Agora ca o problema (do tipo que todo técnico gosta): manter Pablo, em fase iluminada, na titularidade, ou abrir espaço para que a boa fase de Vitor Roque possa ser aproveitada? Não é exagero a rmar: poucos ataques no Brasil são tão bons assim.

Fernanda Haag

Começou 2023

2023 não é um ano qualquer para o futebol de mulheres! A modalidade vem numa ascendente nos últimos anos e a tendência é continuar crescendo. Na esteira disso, este ano temos nada mais, nada menos, que Copa do Mundo, senhoras e senhores! A competição ocorrerá com sede dupla, Austrália e Nova Zelândia, de 20 de julho a 20 de agosto. A busca por ingressos está bastante animadora. A FIFA chegou a mudar o estádio da estreia entre Austrália e Irlanda para o maior estádio do torneio em virtude das boas vendas. Por aqui, a Seleção continua sua preparação para a Copa

e o primeiro desa o é a She Believes Cup. O campeonato ocorrerá de 16 a 22 de fevereiro nos EUA. Além das donas da casa e do Brasil, Canadá e Japão também participarão. São três confrontos interessantes e desa adores, as demais equipes são adversárias competitivas. A Seleção vem sofrendo desfalques variados por conta de lesão, mas para essa convocação podemos comemorar o retorno de Marta. Pia convocou 23 atletas, mesmo número permitido pela FIFA para a lista nal da Copa do Mundo. Vamos torcer pelas nossas Guerreiras do Brasil!

Paraná, 16 a 22 de fevereiro de 2023 Brasil de Fato PR Brasil de Fato PR
8 Esportes
Quem acompanha sabe que os ciclos da equipe são marcados por rupturas totais
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