BdF PE - Ed. 130

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7 | GERAL

Futebol

Foto: Sindsep

Santa Cruz volta com time feminino e realiza seletivas

ENTREVISTA 6 |

Luta

Ivete Caetano

Sindsep inicia jornada de lutas e pode entrar em greve

Presidenta do Sintepe fala da conquista do piso salarial e volta ás aulas presenciais

Política 90 anos do voto feminino

Pernambuco |

Foto: Reprodução

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022 . Ano 6 . distribuição gratuita

PE

Mulheres nas Ruas Março feminista abre o calendário de lutas de 2022

Foto: PH Reinaux


2 | OPINIÃO

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

Editorial

Fala povo!

De volta às ruas com uma visão popular de Pernambuco, do Brasil e do Mundo

O que você gostaria que mudasse no Brasil em 2022?

“ E

m 2022, eu gostaria que fosse reduzida a desigualdade social no país, que a população pobre tivesse mais oportunidade de vida e que a gente tivesse uma base educacional mais forte e estruturada

Foto: Acervo Pessoal Foto: FACESP

É

com muita alegria que depois de dois anos de um hiato forçado pela pandemia da covid-19 que o Brasil de Fato Pernambuco volta ao seu lugar de origem e direito: as ruas! Durante todo este tempo, seguimos firme na missão de informar através do nosso site, programas de rádio e redes sociais a população pernambucana não somente sobre a pandemia, mas todos os retrocessos políticos, econômicos e sociais que se aprofundaram com a crise sanitária e absoluta falta de ação do governo Bolsonaro para conter o vírus. Nestes dois anos, noticiamos as imensas perdas causadas pela pandemia; acompanhamos a morte do

menino Miguel Otávio, mais uma criança vítima do racismo estrutural; vimos a escalada do negacionismo capitaneada pelo presidente, e, em paralelo, comprovamos a importância da saúde pública com o SUS se mostrando im-

O Brasil de Fato Pernambuco volta ao seu lugar de origem e direito: as ruas! prescindível, ainda que desfinanciado; acompanhamos eleições municipais atípicas em meio a um pico de casos de covid-19; comemoramos a chegada de cada dose das vacinas, que carregam com

Expediente Edição: Vanessa Gonzaga | Redação: Vinícius Sobreira e Maria Lígia Barros Articulistas: Cida Pedrosa e Suzi Rodrigues | Colaboração: Daniel Lamir, Luciano Andrade e César Henrique | Administração: Iyalê Tahyrine Diagramação: Ma Nascimento | Tiragem: 10 mil exemplares

Amanda Moreira, mercadóloga

“ C

JORNALISMO. A edição impressa do Brasil de Fato Pernambuco volta a circular num momento decisivo para o futuro do país Da Redação

PE

omo 2022 é ano de eleição, decisões importantes vêm por aí, e o que precisamos, primeiramente, é que as pessoas as pessoas votem com consciência para que possamos alcançar um país menos desigual e com justiça social

Foto: Acervo Pessoal

Letícia Ferreira, jornalista.

elas a esperança de um futuro melhor; presenciamos um crescimento avassalador da fome e da pobreza, mas vimos também florescer diversas iniciativas de solidariedade de classe, feitas do povo para o povo. 2022, sem sombra de dúvidas, não será um ano fácil, mas depois de tantas perdas, esta pode ser uma oportunidade para que a sociedade brasileira repense quais serão

os rumos do nosso país. Este ano, que já inicia com os bons ventos do 8 de março nas ruas, pode ser decisivo para que possamos conduzir o Brasil para uma reconstrução árdua, mas possível, de tudo aquilo que o bolsonarismo destruiu na nossa nação. Acreditamos que, nas ruas e nas redes, o Brasil de Fato Pernambuco vai contribuir com este grandioso desafio.

CAMPANHA

salarial 2022 SERVIDORES FEDERAIS

19,99% de reajuste

URGENTE


Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

PE

90 anos do voto feminino Cida Pedrosa

Foto: Andrea Rego Barros

H

á 90 anos, em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres brasileiras davam um grande passo na luta pelo exercício da cidadania plena: o voto. Essa conquista não foi apenas fruto de um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas. Na verdade, ela resultou de muita pressão e mobilização de sufragistas que buscavam a igualdade de direitos políticos no país. Aliás, se não tivesse havido pressão do movimento feminista, o Código Eleitoral teria sido aprovado com o direito de ir às urnas assegurado so-

mente a mulheres viúvas e solteiras com renda própria e casadas com autorização dos maridos. Mas a pressão das mulheres surtiu efeito e a redação final do Código Eleitoral assegurava o direito ao voto a qualquer cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo. A diferença é que votar não era obrigatório para elas. Quando as mulheres rompem a barreira da exclusão política elas conquistam não somente o direito de votar, mas também de serem votadas. Com esse direito assegurado, saem do espaço privado para o espaço público, dando voz às suas aspirações e visão de mundo, garantindo seu espaço de fala tanto tempo negado. Votar e ser votada significa

Votar e ser votada significa participar da luta de ideias participar da luta de ideias, poder decidir os destinos do país. Mas a igualdade política, que não depende só do voto, está longe de ser uma realidade. Embora as mulheres representem a maioria dos eleitores no Brasil – eram 52,5% nas eleições de 2020, segundo o Tribunal Superior Eleitoral – elas se constituem em apenas 15% do Congresso Nacional. Para agravar, as mulheres que se aventuram a disputar cargos eletivos ainda são vítimas de violência política. Como a

OPINIÃO | 3 violência doméstica, essa modalidade de agressão, nascida do machismo, também se manifesta de várias formas, seja dificultando o acesso a financiamento de campanha, agredindo, ridicularizando ou até assediando sexualmente a mulher. A máquina de opressão é tão violenta que seus operadores conseguiram depor a primeira mulher eleita presidenta do Brasil sem conseguir provar, contra ela, um crime de responsabilidade. Diante de tudo isso, constatamos que, noventa anos após aquela grande conquista, o direito das mulheres ao voto está consolidado, mas o de ser votada ainda enfrenta muitas barreiras. Nós estamos aqui para derrubá-las. *Cida é advogada, vereadora do Recife pelo PCdoB, escritora e foi vencedora do Prêmio Jabuti 2020 na categoria Poesia.

Desafios são maiores para mulheres pretas no mercado de trabalho Suzi Rodrigues

Foto: Divulgação

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exploração capitalista, patriarcal e racista que nos oprime enquanto mulheres, também nos atinge no mercado de trabalho. Apesar da maior escolarização das mulheres e qualificação para ocupar as vagas no mercado formal, nós ainda buscamos maior representatividade nos espaços de poder e de tomada de decisão, salários equiparados, respeito e igualdade de oportunidades. Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as mulheres receberam, em média, 77,7% do montante auferido pelos homens.

A desigualdade atinge proporções maiores nas funções e nos cargos que asseguram os maiores ganhos. Entre diretores e gerentes, as mulheres receberam 61,9% do rendimento dos homens. Outro indicador, o nível de ocupação entre as mulheres que têm filhos com até 3 anos de idade é de 54,6%, abaixo dos 67,2% daquelas que não têm. A situação é exatamente oposta entre os homens. Aqueles que vivem com crianças até 3 anos registraram nível de ocupação de 89,2%, superior aos 83,4% dos que não têm filhos nessa idade. Também é um desafio a questão dos impactos dos afazeres domésticos.

são as pretas que estão no trabalho informal e precarizado Nós, mulheres, dedicamos aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens. Essa dupla e até tripla jornada não é considerada trabalho ou remunerada. Nesse cenário de grandes barreiras que impedem o acesso e ascensão das mulheres no mercado de trabalho, o recorte racial também é perverso. As mulheres pretas ou pardas, com crianças de até 3 anos, apresentaram os menores níveis de

ocupação, inferiores a 50%, enquanto as brancas registraram um percentual de 62,6%. Também são as pretas que estão no trabalho informal e precarizado. Sem a garantia desses direitos básicos no mundo do trabalho, o fim da violência contra as mulheres, seja ela física, psicológica, vertical, horizontal e institucionalizada, torna-se algo distante. Por isso, o combate à violência contra as mulheres deve também estar pautada nas relações profissionais. O dia 8 de março está chegando, estaremos mais uma vez nas ruas, lutando pela vida das mulheres. Por um Brasil sem machismo, racismo e fome. *Suzi Rodrigues é Secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.


4 | PERNAMBUCO

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

PE

Movimentos feministas voltam às ruas por "Bolsonaro nunca mais" LUTA. Neste ano, o Dia Internacional da Mulher também pauta o combate à fome, à violência contra a mulher e o racismo Maria Lígia Barros, de Recife (PE)

M

ais de um século atrás, as greves e protestos das mulheres ao redor do globo transformaram março em um mês de luta por direitos. Desde então, essa época do ano chega carregada com o suor das batalhas já enfrentadas e renovando as forças para dar continuidade à caminhada. Neste 2022, o Dia Internacional da Mulher abre o calendário de mobilizações de um ano que já se apresenta cheio de desafios - com as crises econômica, humanitária e sanitária em curso -, e marcado pelas eleições gerais. As mulheres ocupam as trincheiras e, neste dia 8, saem em marcha em todo o Brasil cobrando políticas públicas, ações de combate à violência e a derrota nas urnas do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Uma bandeira que se coloca é a igualdade de oportunidades No Recife, a concentração do ato está marcada para as 16h, no Parque Treze de Maio, no bairro de Santo Amaro, área central da capital. A articulação, no entanto, é nacional: 50 movimentos populares e entidades políticas assinam o manifesto “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome” e organizam, por meio de suas expressões locais, protestos em todo o país. Como anuncia o nome do documento, os pleitos do 8 de

Além do ato do 8M, mais atividades acontecerão durante o mês de março em Pernambuco. Foto: Comunicação Marcha Soledad

março são amplos e contemplam demandas diversas da população. A militante Elisa Maria, da coordenação estadual e do Núcleo Soledad da Marcha Mundial das Mulheres, coloca que a pauta é “mudar o mundo e a vida das mulheres ao mesmo tempo”. “No fim das contas, é uma pauta de libertação de todo povo tralhador”, resume. Aumento da fome É nesse sentido que o fi m do governo Bolsonaro aparece como destaque entre as reivindicações. “Estamos denunciando as escolhas políticas que deixaram nosso povo na miséria, à mercê do desemprego e da fome. A alta no preço dos alimentos, da gasolina - outras medidas econômicas poderiam ter sido adotadas para que a crise não recaísse sobre o bolso e a sobrevivência do nosso povo. Não à toa o Brasil volta ao mapa da fome, isso é fruto das escolhas do governo que segue privilegiando o agrone-

gócio em detrimento da agricultura familiar, que é de fato quem produz comida para o povo”, defende Elisa. Tudo isso, somado à agenda conservadora que acompanha a política de Bolsonaro, fere as mulheres de maneira específica. “O bolsonarismo fala em revolução cultural que, de concreto, é baseada no patriarcado, no que há de mais atrasado e que a gente vinha superando. É um debate de uma parcela da sociedade que se viu incomodada com a perda de privilégios a partir da melhora da vida nos governos progressistas, que movimentaram muitas peças da estrutura racista e machista”, comenta. O resultado disso tem sido o retrocesso da política de direitos das mulheres, que começou com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e se agravou ao longo dos últimos três anos, como avalia Lau Domingos, presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM). A condução da agenda econômica da

forma que está em curso não confere nenhum respaldo às mulheres, que correspondem a 70% da população mundial que passa fome, segundo dados da ONU de 2016. “A crise já gerou 200 milhões de desempregados e desempregadas, e as mulheres são as maiores vítimas. São as primeiras a serem demitidas, pela posição de cuidado que ocupam; por engravidarem; por menstruarem. Do ponto de vista de agenda pública, ainda temos uma Emenda Constitucional [nº 95] que congelou por 20 anos os gastos com saúde, educação e outras áreas sociais, o que tem piorado muito a vida das mulheres”, diz Lau. Por isso, para ela, urge que mulheres e famílias sejam prioridade na retomada do projeto nacional de desenvolvimento. "Bolsonaro, quando entra na Presi-

As mulheres pretas precisam estar como prioridades dência da República, assume políticas de reafi rmação de uma agenda econômica que tem reduzido os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Ampliar a proteção social é prioridade na agenda do 8 março.” Neste quadro de desemprego, violência, aumento da população de rua e empobrecimento, a pior parte fica para as mulheres negras, afirma Lau. “Quando formos tratar de autonomia financeira, enfrentamento à violência, reforço das políticas públicas básicas, a exemplo da creche, as mulheres pretas pre-


PE

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

O manifesto “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome” foi assinado por 50 entidades. Foto: Comunicação Soledad Barrett

cisam estar como prioridades, porque, na atual conjuntura que o país vive, elas, que foram as primeiras trabalhadoras do país, são as maiores vítimas”, pontua. Combate à violência Dados os números alarmantes de violência de gênero, os feminicídios e transfeminicídios também não ficam de fora do debate promovido neste 8 de março. “A violência contra mulher é estrutural e está no conjunto do sistema capitalista - um sistema de opressão, restrição e assassinato”, coloca Lau. O Brasil é o quarto país que mais mata mulheres cis e o primeiro que mais mata mulheres trans e travestis, lembra Maria Daniela Mendonça, articuladora política da Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans/ PE). Por isso, a transfobia

Houve uma onda crescente de transfeminicídio também entra na pauta deste Dia Internacional da Mulher. “O ano passado foi bastante sangrento para nossa população, houve uma onda crescente de transfeminicídio e Pernambuco saltou de sétimo estado mais letal para trans e travestis para quinto. E 2022 começou de forma absurda: em 40 dias, tivemos 4 transfeminicídios em Pernambuco. O movimento feminista de Pernambuco entende que existe um alerta em cima das mulheres trans e travestis, principalmente por conta dessa matança desenfreada”, comenta Daniela.

Mulheres e Mundo do Trabalho A luta feminista por emancipação passa também pela questão trabalhista, uma das causas que vêm à tona no 8 de março. Liana Araujo, secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Pernambuco, destaca que a implementação de políticas públicas, como a abertura de mais creches, beneficiariam as relações de trabalho em que as mulheres estão inseridas. “Uma bandeira que se coloca é a igualdade de oportunidades na vida e no trabalho. Há muita diferença nos contratos de trabalho entre homens e mulheres, mesmo quando são executadas as mesmas atribuições, elas recebem menos. Estamos nos postos mais precarizados e menos valorizados, portanto, com o menor salário, apesar de, comprovadamente, as mulheres terem mais esco-

PERNAMBUCO | 5 laridade. Na injusta divisão sexual do trabalho, nós ainda somamos o trabalho doméstico e de cuidados”, elenca. Não é só o dia 8 que é dedicado à luta feminista. As entidades estão organizando um calendário de programações descentralizadas durante todo o mês de março nos territórios da Região Metropolitana do Recife (RMR) e no interior de Pernambuco. Os municípios de Caruaru e Garanhuns, no Agreste do Estado, e Afogados da Ingazeira, no Sertão, têm atos planejados para a ocasião. Outras Atividades Já na capital, algumas das localidades contempladas são Passarinho, na Zona Norte, Coque, no Centro, e Ibura, na Zona Sul. Sheila Samico, da coordenação estadual e do Núcleo Recife da Marcha Mundial das Mulheres, explica que essa agenda será composta por atividades formativas sobre assuntos variados - como violência e agroecologia -, e que serão abertas ao público. “É importante trabalhar o território, mas não isolado. Com as trocas de experiência, elas se fortalecem”, afi rma. Quem deseja saber mais informações deve acessar a conta no Instagram @8mrecife.

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6 | ENTREVISTA

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

PE

“Nossa conquista é fruto da luta e da mobilização” celebra Ivete Caetano, presidenta do Sintepe. Para professores da rede pública, fevereiro foi de surtos pontuais de covid nas escolas e conquista salarial professores, mais 3 mil administrativos e 1.400 analistas – e esse reajuste foi para todo mundo, o que consideramos uma vitória muito grande. O STF [Supremo Tribunal Federal] não entende que o valor do piso deve automaticamente repercutir na carreira. A lei não garante, então a nossa conquista é fru-

Vinícius Sobreira, de Recife (PE)

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este mês de fevereiro, os profissionais da rede pública estadual de Pernambuco voltaram a lecionar em formato presencial. Em meio à aflição e surtos pontuais, os educadores comemoraram o reajuste salarial aplicado a toda a categoria, um pleito antigo dos professores da rede pública. Para conversar sobre este e outros assuntos, o Brasil de Fato Pernambuco entrevistou Ivete Caetano, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação (Sintepe). Brasil de Fato Pernambuco: acabamos de completar um mês de retorno às aulas presenciais na rede pública estadual. Como está o quadro de adoecimento na categoria? Os estudantes que adoecem têm acesso a aulas remotas, como prometido? Ivete Caetano: tivemos muitos casos no início de fevereiro, algumas escolas tiveram surtos, com professores afastados. Mas nos últimos dias o cenário está melhor. E na prática as aulas são em formato totalmente presencial, não tem híbrido. Inclusive temos recebido reclamações de pais cujos filhos são grupo

Ivete assumiu a presidência do SINTEPE em meio à pandemia, em julho de 2021. Foto: Agência JCMazella

de risco e não estão assistindo aulas, porque a escola não está oferecendo online. BdF-PE: ao longo dos dois anos de pandemia as escolas passaram por alguma reforma ou adaptação estrutural visando a prevenção aos contágios? Ivete: Não houve nenhuma reforma. Sobre a água, o que o Governo do Estado afirma é que, caso haja dificuldade de abastecimento, a escola pode acionar a Secretaria Estadual de Educação (SEE), que providenciará um carro-pipa. Sobre ter sabão no banheiro, isso tem que ser uma vigilância cotidiana da própria comunidade escolar. BdF-PE: sobre o reajuste de R$1.000 no piso da categoria, ele se aplica a toda a carreira? A conquista se aplica aos professores de contratos temporários? E aos analistas e administrativos? Ivete: são dois pontos – o salário inicial e a carreira.

O inicial (piso), que é dos professores que cursaram o magistério, sempre foi pago aqui em Pernambuco. Mas até 2020 esse reajuste atendia a apenas 5.600 professores. O que nós do Sintepe sempre reivindicamos é que esse reajuste tenha repercus-

Conquistamos um reajuste de 35,13% são em toda a carreira, de modo que o mesmo reajuste do piso seja linear para todas as faixas e classes da educação. Este ano conquistamos um reajuste de 35,13% na carreira, em todas as faixas. Somos 70 mil

O reajuste salarial extensivo a todas as faixas e categorias é um pleito antigo to da luta, da pressão, da mobilização. E pela primeira vez os contratos temporários, que não têm carreira no estado, estão contemplados com esse reajuste e receberão o piso de R$3.900. BdF-PE: mas a pauta de reivindicações inicialmente contemplava 39 itens. Quantos desses pontos foram atendidos? Ivete: Desta pauta o item principal foi o reajuste, porque estrutura o ano inteiro. Aqui na região metropolitana do Recife nenhum pre-

feito confirmou ainda o pagamento do piso e poucos estados do país confirmaram. Então a nossa conquista do reajuste de 35,13% para toda a carreira foi uma vitória grande. Também conseguimos garantir a realização de um concurso público para 3.700 vagas, além do reajuste no vale-alimentação e a um estudo sobre a reformulação do plano de cargos e carreiras. Outra conquista importante para os administrativos e analistas foi a possibilidade de eles aumentarem a jornada de 30 horas para 40 horas semanais, se quiserem, com consequente aumento salarial. Enquanto as negociações financeiras envolvem as secretarias de Educação e a de Administração, as outras pautas, que são da política educacional, são entre nós e a Educação apenas. Deixamos as outras para a “mesa permanente de negociação” e ao longo do ano vamos nos reunindo com a secretaria para reivindicar o atendimento dessas pautas.


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Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

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Jornada das Mulheres Sem Terra

Na Luta Sindpetro contra a censura

Foto: Sindpetro

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om o lema “Terra, trabalho, direito de existir. Mulheres em luta não vão sucumbir!” as mulheres do MST realizam a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra 2022 entre os dias 07 e 14 de março, data que marca o assassinato de Marielle Franco. A jornada terá ações simbólicas em todo o estado de Pernambuco com a participação das mulheres do campo e cidade e denuncia as violências do sistema capitalista, além do agronegócio e mineração, defendendo a Reforma Agrária Popular e a soberania alimentar.

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gestão da Petrobrás solicitou ao Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB) que a categoria retirasse da porta da Refi naria Abreu e Lima uma tenda que é utilizada há cinco anos para atividades sindicais com a justificativa de que a estrutura "contribui com um sentimento de desorganização". O Sindipetro e a CUT PE classificam a ação como antisindical e repudiam a proposta da refi naria, afi rmando que não aceitarão que "nossas reivindicações que estão nas faixas fi xadas sejam tratadas como desordem".

Coluna Sindical Assembleia do Sindjud

Sindsep pode entrar em greve

Foto: Sindjud

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Sindicato dos Servidores do Judiciário do Estado de Pernambuco, o Sindjud-PE convoca os servidores e servidoras para participar da Assembleia Geral Extraordinária da categoria, que acontece no dia 11 de março às 13h30. A Assembleia será realizada na escadaria da área externa (ala Leste) do Fórum Rodolfo Aureliano, em Recife. O objetivo é avaliar e aprovar a pro-

Foto: Sindsep

posta de negociação efetivada com o TJPE. A categoria, que recentemente conquistou o reajuste do auxílio-alimentação deve discutir, além da proposta de negociação, a filiação ao DIAP e a implementação da mensalidade sindical. A avaliação do Sindjud é que a atual gestão do TJPE indica avanços em várias outras pautas, entre elas a mais importante, que é o IPCA.

O

s Servidores Públicos Federais de Pernambuco se somam à luta nacional da categoria pela reposição inflacionária de 19,99% para os servidores, correspondente à inflação de três anos do governo Bolsonaro. A mobilização inicia nos atos do Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março. No dia 9, serão lançados os comandos de greve e o Dia Nacional de Mobilização, Paralisação e Greve dos

Servidores Públicos Federais acontecerá no dia 16 de março, com atos nas capitais e cidades do interior do país, além de um grande ato em Brasília. A partir desta data, o governo terá sete dias para atender às reivindicações dos servidores. Caso não haja negociação e fechamento de um acordo até o dia 23 de março, deverá ter início uma greve geral por tempo indeterminado.


8 | ESPORTES

Recife, 04 de março a 08 de abril de 2022

Santa Cruz feminino de volta

PE

GOL DE PLACA

Foto: Rafael Melo/Santa Cruz

A base vem forte

presentado no dia 1º, o elenco feminino do Santa conta com 18 atletas, mas fará seletivas para buscar outras. É a 1ª vez que o Tricolor monta um time próprio. Antes disso só experiências terceirizadas: em 2019 foram campeãs em parceria com o Vitória das Tabocas; em 2016/2017 foram 4º lugar, mas a equipe foi encerrada sob denúncias de atletas mantidas em condições precárias; e em 1999 um time montado para apenas um jogo, a fi nal do estadual.

ouro nas duas categorias, Pernambuco teve os cestinhas Arthur e Alexia e os MVPs – melhores do torneio (Cauã e Letícia). No masculino, a prata foi do Rio Grande do Norte e o bronze da Bahia. No feminino a prata foi de Alagoas e o bronze da Paraíba.

Basquete quer ir à Copa

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CFBA/Divulgação

Futebol Americano ganha casa

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om atividades paralisadas há dois anos, o futebol americano no Brasil finalmente teve uma boa notícia: a confederação brasileira da modalidade (CBFA) ganhou uma sede, com área administrativa e campo de treinamento. A conquista é uma parceria com a prefeitura de Itapecerica da Serra (SP), a 40km da capital, ainda na região metropolitana. O anúncio oficial acontece em coletiva de imprensa às 9h do dia 16 de março. Florentín “prestigiado” Por Daniel Lamir

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ou contra a filosofia do “troca-troca” de comando técnico de forma recorrente e repetitiva. No caso do Sport, essa questão tem um peso maior quando se leva em consideração que o clube não está com as finanças em dia, mesmo após vender seus principais destaques. Ao mesmo tempo, Gustavo Florentín está "conseguindo" superar as barreiras que o Leão precisa. Ou seja, não vejo como um erro uma possível substituição do comando técnico do Sport nas próximas rodadas. O perfil motivador do paraguaio deu certo quando o marasmo tomava conta do time. Mas neste ano, vai pintando a ideia de que jogo se ganha também com a consolidação de planejamento tático, não apenas de gritos e vibrações.

GOL CONTRA Times sem casa Michel Silva/Íbis

Marcos Limonti/SFB

seleção masculina de basquete venceu Uruguai e atropelou a Colômbia (119x73) nas eliminatórias da América, buscando vaga para a Copa do Mundo. O Brasil lidera o Grupo B. Os próximos jogos são entre junho e julho, novamente contra Uruguai e Colômbia, mas agora como visitante. O Mundial acontece em 2023, na China. O Brasil foi campeão em 1959 e 1966, tendo chegado 8x entre os quatro melhores.

s Seleções Pern a m buc a n a s sub-18 de basquete foram campeãs do Regional Nordeste, disputado em Salvador (BA), etapa do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais. Além do

Basquete/PE Divulgação

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o Pernambucano temos visto clubes que “mudam de casa” toda semana. O Sete de Setembro (Garanhuns) não viabilizou seu

estádio e já peregrinou por São Lourenço, Caruaru e Afogados da Ingazeira. O Vera Cruz (de Vitória) mandaria jogos na Arena, mas já jogou 2x de mandante em Caruaru. E o Íbis desistiu de Paulista, optando por jogos nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro. Não por acaso são os três últimos na tabela de classificação.

No caminho certo Por César Henrique

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ara quem duvidava, Walter calou a boca de muita gente com sua experiência, foco e talento de quem, há 9 anos, foi seleção do brasileirão. Walter é diferenciado. Se não tem conseguido fazer gols, tem criado chances para os companheiros (que infelizmente não têm o mesmo talento para finalizar). A grande tarefa do professor Léston é corrigir a defesa. O fundamental nestes dois últimos jogos é garantir o 1º ou 2º lugar, assegurando a indesejada vaga na Série D 2023, caso algum imprevisto ocorra este ano e nós precisemos dela. Estamos no caminho certo. Só espero que cartolas covardes, eleitos prometendo democratizar o Santa Cruz, não se aproveitem do momento de fragilidade para fazer o contrário, transformando o Time do Povo num clube de um único dono.

Início de ano péssimo Por Luciano Andrade

Q

ue o Náutico não está com um time competitivo, toda a torcida já sabe. Mas ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil foi demais. Ano passado a torcida decidiu manter a continuidade da gestão anterior, mas a postura tomada foi de manter um time de Série C. Todos esperávamos que este ano fosse diferente, afinal, para subir para Série A, a gestão tem que ter ciência da necessidade de acumular dívidas para depois com verbas que entram, após acesso e bons avanços em Copa do Brasil e Copa do Nordeste, pagá-las aos poucos. Talvez esse seja o medo desta gestão, se endividar, não conquistar os objetivos e depois não conseguir sanar as dívidas. Fora a questão de conflitos internos, mas isso deixarei para posteriormente.


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