Tehching Hsieh
1950, Nan-Chou, Taiwan. Vive em Nova York, Estados Unidos. Levando a vida até o limite em que se tornasse uma obra de arte ou, ao contrário, forçando os limites da arte até que se confundisse com a vida, Tehching Hsieh foi responsável pela elaboração de uma das obras mais radicais produzidas na cena artística contemporânea. Colocado em situações que indagavam sobre as fronteiras entre a experiência artística e as vivências cotidianas, o trabalho de Hsieh foi composto de uma série de performances realizadas na cidade de Nova York, poucos anos após o artista imigrar para os Estados Unidos. Suas cinco primeiras obras tiveram a duração de um ano cada – One Year Performances – e foram compostas por uma sequência de desafios de extrema dificuldade física e mental a que o artista se impôs. Em sua primeira performance, realizada entre 1978 e 1979, Hsieh ficou um ano confinado numa cela em seu ateliê – sem ler, escrever, conversar, escutar rádio ou ver televisão. Em seguida, de 1980 a 1981, comprometeu-se a registrar, com um relógio de ponto, todas as horas do dia ao longo de um ano. Na terceira experiência, de 1981 a 1982, passou 365 dias vivendo nas ruas de Nova York sem entrar em nenhum espaço coberto. Entre 1983 e 1984, o artista ficou amarrado a uma mulher – a também artista Linda Montano – sem poder tocá-la. A última dessa série de performances, realizada entre 1985 e 1986, anunciava um distanciamento do mundo da arte e levou o artista a permanecer um ano sem ler, ver, fazer ou falar sobre arte. A partir de então, Tehching Hsieh propôs-se a viver treze anos produzindo arte sem expôr – até completar 49 anos, quando, na virada do milênio, concluiu seu plano e deixou, definitivamente, de atuar como artista.
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