Holanda MARINUS BOEZEM Biografia Nasceu em Leerda em 1934, Holanda Estudou na The Royal Academy, The Haque, Holanda Vive em Middelburg, Holanda
Exposições Individuais 1970 Galleria Lucio Amelio, Napoles 1970 Stedelijk van Abbemuseum, Eindhoven 1970 Temperature/humidity drawings, Art & Praject, Amsterdam 1982 Musée de Grenoble, Grenoble, França 1988 Musée SI, Pierre Art Comtemporain, Lyon, França
Exposições Coletivas 1969 Op losse schroeven, Stedelijk Museum Amsterdam 1969 When altitudes beco me form, Kunsthalle, Berne 1971 Sonsbeek Unlimited, Arnhem 1982 Contemporary Art the Netherlands, Museum of comtemporary Art, Chicago 1986 Sculpture'Skulptur, Rijksmuseum Króller, Müller, Otterlo
Bibliografia Flash Art, 2 (1968), Pierro Gilardi, "Oall'Olanda" Museumjournaal, 14 (1968), Ger van Elk, "Amalfi, Arte Povera ed azioni povere Studio International, 181 (1971), Carel Blotkamp, "Dutch Artists on Television" To do with Nature, (exhibition catalogue), 1978, Jórg Zutter Museumjournaal,2 (1982), Philip Peeters, "Op losse schroeven"
Obras Apresentadas 1.
Signing a fan, 1965 Técnica mista, 150 x 50 x 50 em Col. Galerie Müller,Roth, Stuttgart 2, Wind,tables, 1968 Técnica mista, 110 x 50 cm Col. Musée SI, Pierrs, Lyon 3, Flying the Map, 1978 Técnica mista, 100 x 75 cm Col. Praf. Sanders 4, Sculpture Gothique, 1980 Técnica mista, 150 x 150 x 200 em Col. Provinciaal Zeeuws Museum, ty1iddelburg 5, Etude Gothique, 1980 silk,sereen, 100 x 75 cm cal. P,TT Design Oep,artment, The Haque 6. Etude Gothlque, 1981 Fotografia/nanquim, 100 x 75 cm Col. do artista 7. Fossil, 1983 Basalto, 5 x 136 x 156 cm Col. FRAC Nordl Pas,de,calais, Lille 8. Reims, 1988 Técnica mista, 80 x 110 x 300 cm Col. do artista 9. Titanic, 1988 Técnica mista, 100 x 370 x 370 em Col. do artista 10. Untitled, 1989 Técnica mista, 105 x 60 x 60 cm Col. do artista 11. Della scultura & la Luce, 1985 Técnica mista, 9,5 x 065 em Col. Netherlands for Fine Arts Em cada uma das três últimas Bienais, os Países Baixos apresentaram um pioneiro ou personalidade chave da arte moderna (Bram van Velde, Pieter Ouborg, César Domela) e, conjuntamente, cinco jovens artistas, representantes das tendências mais recentes. Em conseqüência da decisão tomada pela diretoria da Bienal de São Paulo de não apresentar a seção de clássicos modernos e de, drasticamente, diminuir o número de artistas expostos, os Países Baixos decidiram, embora de maneira liberal, limitar-se à apresentação de somente um artista. Na fase atual de relativa acalmia em que vive a arte neerlandesa, e na qual não se distinguem ainda jovens marcantes, fora dos já anteriormente expostos em São Paulo, caiu a escolha num artista que há cerca de vinte e cinco anos desempenha uma função vital na arte contemporânea e que, constantemente, vai abrindo novas perspectivas. Esse artista é Martinus Boezem, inventor de esculturas. Boezem é jovem, já que seu trabalho possui ainda grande atualidade e seu pensamento escultural constantemente produz idéias novas e originais. Além disso, devido a sua abordagem conceptual da escultura, os inovadores da escultura neerlandesa da primeira metade dos anos aoitenta encontraram nele um interlocutor. Mais recentemente, aponta,se ainda a ligação feita entre seus objetos iniciais e a Neop-Pop. No decurso da segunda metade dos anos sessenta, Boezem, juntamente com Jan Dibbets e Ger van Elk, foi um dos três mosqueteiros da arte conceptual nos Países Baixos. Todos eles tomaram parte em 1969 na exposição pioneira 'Op Losse Schroeven' (Insegurança), na qual relativamente cedo se demonstraram as relações existentes entre a arte conceptua! e a Arte Povera da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Essa exposição foi uma impressionante
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Wind,table, 1968 Nylon, metal e ventilador
demonstração de pesquisa dos fundamentos das artes plásticas, tendo sido durante ela, de maneira cortante, postos em discussão os contextos e as condições estéticas, ideológicas e culturais da linguagem das artes plásticas. Nessa ocasião, através de projeções e som, Boezem apresentou numa sala do museu a variação diária dos boletins meteorológicos contribuindo assim para minar a unicidade e a durabilidade da obra de arte, ampliar sua identidade e quebrar o contexto do museu. Este último aspecto foi ainda sublinhado por sua contribuição 'Roupa de cama pendurada nas janelas do Stedelijke Museum de Amsterdam', vendo-se então da rua travesseiros e lençóis pendurados nas janelas do museu: o contexto de museu se encontrou assim literalmente virado de dentro para fora: a ele foi dada a função habitacional, ao mesmo tempo que o espaço público era transformado em terreno da arte. Esses atos provocatórios não foram então explicitamente considerados como escultura, uma vez que não se tratava de estabelecer uma distinção entre a pintura e a escultura, mas de conseguir a desmaterialização' da arte. Essa liberação do contexto, tornado fixo pela tradição, com seus significados anquilosados, pode ainda hoje servir de exemplo edificante para os jovens artistas. A partir de 1975, Boezem vai se ocupar com a escultura de uma maneira mais explícita, razão pela qual os trabalhos de seu período conceptualista passam a ser colocados sob o signo de seu pensamento escultural, tendo como tema central o espaço. Assim como, na segunda metade dos anos setenta, a pintura se reorientou, pincipalmente a partir da problemática crítica da arte conceptual, chegando a novas formulações, o mesmoé igualmente válido para a renovação da escultura. Tomando como ponto de partida sua formação conceptual, Boezem contribuiu de maneira essencial para essa renovação através de suas esculturas e projetos esculturais. Prosseguindo com a temática das obras conceptuais, o ar, a luz, o som e o movimento se tornaram por excelência as razoes motrizes de sua escultura, criando com elas uma imagem do espaço e do tempo. Para tal as mesas, os lençóis, mapas, plantas de cidades, pássaros, espelhos, vidro, pedra, madeira e, mais recentemente, também o mármore, ferro e junco passaram a ser acessórios materiais, destinados a sustentar o espaço. Boezem desempenhou, além disso, um
importante papel na discussão internacional sobre a escultura, quando, a partir de 1975, com sua mulher Maria,Rosa, fundou em Middelburg, o Podia dei Mondo per l'Arte, abrindo suas portas a escultores e nele organizando simpósios internacionais sobre a escultura e suas zonas marginais. A participação neerlandesa, compilada por Paul Donker Ouyvis e Leontine Coelewij, em estreita colaboração com o artista, não apresenta uma visão de conjunto retrospectiva da evolução dos trabalhos de Boezem: antes foi concebida como uma unidade sobre o tema escultura e espaço. O espaço, para Boezem, é sobretudo o espaço aéreo. Em pequena escala, um espaço preenchido pelo ar e, por extensão, a atmosfera. Em seus trabalhos mais antigos, a partir de 1965, é gerada por meio de um ventilador uma corrente de ar que tateia o espaço e, no caso das mesas ventosas, encontra oposição sob a forma de uma toalha de mesa, de forma a fazer movimentar a plasticidade e a iluminação de suas pregas. Além disso, desde 1968, o espaço de seus trabalhos é tateado por pássaros mecânicos e aviões no ar. No caso dos chamados 'études gothiques', os limites e o infinito de uma catedral gótica são expressos por meio de pássaros e da voz humana no espaço fecllado e sem fim dessa catedral. Porém, o que é móvel e espacial possui igualmente seus pólos opostos. As mesas ventosas voltaram a fazer sua aparição em 1988, sob a forma de mesas de vidro coagulado, através das quais somente a luz se pode movimentar. Os pássaros mecânicos e orgânicos que inicialmente voavam em liberdade, regressaram desde há pouco a suas bases, seus ninhos, executados em mármore e aço, e com um peso que contrasta com a ligeireza do voar. O extrovertido colocar de sua assinatura no ar, com auxílio de um avião, encontra aí o outro extremo na absoluta concentração sobre um ninho com ovos, formas fixas que em si contêm os futuros pássaros. Será que de fato os ovos são anteriores aos pássaros? Gije Van Tuyl Diretor do Departamento Internacional do Serviço Neerlândes de Belas Artes