22 - JÁ jornal do AE Condeixa dez 2019

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dezembro de 2019 - JĂ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 1


:: Índice :: 3- No mundo com Sophia …

Porque - Maria João Mariano.

EDITORIAL Sophia escreveu um poema para cada um de nós É sempre duro escrever sobre um tema pré-determinado. Exige tempo, muitas leituras e sobretudo fermentação. Não me refiro ao co-

4-15 Notícias e atividades

nhecido processo químico: não se trata de fermentação lática, nem

Insetos na alimentação futura

alcoólica, nem acética. Se recorro à metáfora é para invocar o proces-

Os perigos dos percevejos asiáti-

so cognitivo demorado, complexo e imprescindível que transforma a

cos

informação recolhida e o pensamento dos outros em pensamento

Furar o contrato

próprio. E desse processo reflexivo aquilo que mais relevo em Sophia é o uso

16-31 DOSSIER Sophia

cirúrgico das palavras para descrever memórias, emoções e sentimen-

Biografia

tos complexos; a sintaxe e a semântica conjugam-se numa construção

Entrevistas

arquitetónica perfeita; e as palavras dela são composições geométricas

Atividades

que desenham coisas, que retratam pessoas. Conheci Sophia através d’ “A floresta”. Raramente alguém me lembrou a infância e as saudades que dela guardo, como a passagem em que

32– 43 Na biblioteca acontece….

Isabel entra na despensa da casa e sente os cheiros da fruta da época:

Concursos de escrita

as maçãs. Conheço tão bem esse cheiro!!! Aquela página fez-me viajar

Sarau das Bibliotecas

40 anos para trás e lembrar a casa onde já não vivo, a arrecadação

Miúdos a votos

escura que agora está vazia, o quintal que de pomar passou a laranjal,

Concurso Nacional de Leitura

as pessoas que me eram tão queridas e que já partiram e aquele cheiro irreplicável das maçãs colhidas e arrecadadas a preceito para dura-

44–49 Notícias e atividades

rem pelo Outono fora. A Floresta é, para mim, saudade..

DAC’s

Mulher feita, descobri alguns poemas que me têm acompanhado vida

Mercadinho saudável de Anobra

fora. Se buscamos a integridade, há um poema de Sophia que no-la

O uso excessivo dos antibióticos

traz: Porque. Se comungamos da esperança na mãe natureza, encontrá-laemos em Um dia. Se sentimos a falta de alguém, o espelho está em Ausên-

50 - 51 Consumir com cabeça

cia e os dias aziagos em que tudo corre mal estão retratados em Data. E

Spot publicitário 8ºF

há toda uma aula de Cidadania e Desenvolvimento em Cantata da paz. Defendo a tese de que Sophia tem um poema para cada um de nós,

50-52 10 Minutos a Ler+

um poema que é a nossa praia. O meu é este: Pudesse eu

dezembro de 2019

Pudesse eu não ter laços nem limites Ó vida de mil faces transbordantes

Equipa do Jornal Maria Pia Serra (coord.) Carla Fernandes

Para poder responder aos teus convites Suspensos na surpresa dos instantes!

Alda Miranda

Qual é o vosso?

Grafismo

Anabela Lemos

Ana Rita Amorim aec.jornal@aecondeixa.pt

(Presidente da CAP - Agrupamento de Escolas de Condeixa)

2 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


:: 100 anos de Sophia de Mello Breyner Andresen:: No Mundo com Sophia … Porque

“ O Cavaleiro da Dinamarca”?), há também a consciência do poder da palavra para alterar a sociedade e os seus aspetos mais repressores das liberdades individuais, do respeito pelos direitos do outro, pela liberdade de pensar, de escolher o caminho, de decidir. Em plena ditadura salazarista, Sophia escreve “Porque os outros se mascaram, mas tu não (…); “Porque os outros têm medo, mas tu

Sophia de Mello Breyner Andresen destaca-se na não” (…);” Porque os outros se calam, mas tu literatura portuguesa como contista, primeiro de não”. contos infantis por influência dos filhos, depois e, Se lermos o conto ”O Cego”, verificamos a espesobretudo, pelos seus poemas. O mar, a Natureza rança que a personagem acalenta, após a revolução (associados à vida, à liberdade, à perfeição), a cultu- de Abril de 74, de uma mudança no país , na sua ra clássica (associada a um tempo inteiro, de valo- vida pessoal de excluído social, que o leva a abanres morais, de beleza estética), opõem-se à cidade, donar a melodia triste, de desgraçadinho, do a um tempo dividido, de prisão, de falência moral, filme de Toulouse-Lautrec para tocar a alegria do de destruição.

“Avante, Camarada!” na sua concertina. A alegria

Recordar Sophia é, também, evocar a sua imagem, do cego é o reflexo da da escritora do conto, tamde beleza serena e estilizada, um certo ar ausente e bém ativista política, deputada na primeira Assemmeditativo, de refúgio interior para melhor analisar bleia Constituinte. os outros e o ambiente circundante, encontrando Escreveu, na altura, Sophia: “Esta é a madrugada dentro de si um mundo mais perfeito, feito de poe- que eu esperava/ O dia inicial inteiro e limpo/ Onde sia que, sem ninguém esperar, saía pelos seus lábios emergimos da noite e do silêncio/ E livres habitanas ocasiões mais inesperadas.

mos a substância do tempo. “

Sophia amava a noite e o silêncio da mesma para Recordar, hoje, Sophia, quando decorrem as comeescrever. Os versos partiam, aparentemente, de um morações do centenário do seu nascimento, é pensar o presente e o papel da Poesia à luz das suas mundo interior não totalmente dominado pela palavras sábias: "A poesia é das raras atividades huconsciência da escritora, fugindo, de certa forma, à manas que, no tempo atual, tentam salvar uma cersua vontade, como se se formassem fruto de súbita ta espiritualidade. A poesia não é uma espécie de inspiração. “Aconteceu-me um poema”, diria Pes- religião, mas não há poeta, crente ou descrente, que não escreva para a salvação da sua alma - quer soa e Sophia sentia o mesmo. a essa alma se chame amor, liberdade, dignidade ou Se nos contos infantis há toda uma referência ao beleza."(Sophia de Mello Breyner Andresen | ao "JL encanto da infância, do mundo dos afetos, da famí709" de 17/12/97). lia, da fantasia (quem não leu “O Rapaz de Bronze”, “A Menina do Mar”,” A Fada Oriana”, “A Floresta”,

Maria João Cura Mariano (Diretora de Turma do Ensino Secundário)

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: NOS PASSOS DO 3ºC No dia 16 de outubro, comemorámos na nossa escola o Dia da Alimentação. Além de observámos alguns power points e histórias sobre a alimentação, aprendemos a importância de uma alimentação correta e da necessidade de uma vida saudável. Para compreendermos melhor fizemos a nossa pirâmide alimentar a partir de recortes de folhetos. Um dos momentos que adorámos foi o de tentar descobrir a resposta a imensas adivinhas sobre a alimentação. Foi muito divertido! No final partilhámos os alimentos saudáveis que os nossos pais enviaram para a escola e fizemos um mega lanche com outra turma.

No dia 25 de setembro, fomos visitar a fábrica de cerâmica “Estrela de Conímbriga”. Ficámos espantados com o que observámos! Percebemos como se faziam os moldes com o barro e as diferentes peças de loiça que daí resultavam. Vimos os fornos e as maravilhosas pintoras que faziam os traços originais e característicos da nossa região. Com uma mão rigorosa desenhavam e pintavam peças lindíssimas. Ficámos contentíssimos quando a nossa professora nos disse que também iríamos pintar loiça na sala dentro das mesmas características da loiça de Conímbriga.

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Chegou o outono e com ele as paletas de cores quentes que enfeitam as nossas árvores. Curiosos como somos, resolvemos questionar o motivo das diferentes cores das folhas nesta estação. A resposta não se fez tardar. Preparámos tudo para realizarmos a experiência da cromatografia das folhas de outono. No final, fizemos um cartaz onde explicamos todos os passinhos até chegar à conclusão e, assim saciar a nossa curiosidade. Adorámos fazer esta experiência!

A nossa identidade e a nossa nacionalidade. Para compreendermos melhor o nosso lugar neste planeta, realizámos, na escola, um trabalho que parte do “Eu” (nós individualmente – micro) para a galáxia (nós no sistema solar - macro). Este trabalho foi composto pelas seguintes partes: Eu; A minha rua; A minha freguesia; O meu distrito; O meu país; O meu continente – Europeu; Países da Europa; Oceanos e continentes; O meu Planeta Terra; e Nós, no sistema solar. Como este trabalho é de fácil consulta, podemos sempre recordar a matéria e, além disso, foi uma maneira diferente de abordarmos este tema e de perceber o nosso lugar neste planeta tão lindo.

Escola EB N.º 3 de Condeixa-a-Nova Turma do 3.ºC

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: OS INSETOS NA ALIMENTAÇÃO FUTURA As alterações climáticas são mais do que um solução, acreditam os especialistas, estaria na criação pensamento sobre o futuro. Neste momento, são uma de insetos. Em África, por exemplo, um dos continenrealidade com a qual é preciso lidar, pelo que cabe a tes mais atingidos pela fome, 62% dos países têm 500 cada um de nós fazer um pouco mais para proteger o espécies de insetos comestíveis. Comparando com a planeta que habita.

pecuária, a criação destes bichos causaria um impacto

Um dos grandes fatores para o desequilíbrio ambiental muito menor. da Terra é a produção alimentar para os humanos.

Recentemente, a FAO publicou um relatório

Isto porque a produção de comida é responsável por que analisa o potencial dos insetos na oferta de ali25% das emissões de gases no planeta. Numa época mentos para a humanidade. Para a Organização, os em que o consumo de carne é cada vez mais desacon- insetos podem ser utilizados como reforço na comida selhado, devido aos danos permanentes que o consu- de boa parte da população no futuro. mo desenfreado desses produtos estão a causar à Terra, começam a surgir novas opções.

Chefs, nutricionistas e associações defendem a introdução de insetos comestíveis na alimentação hu-

O consumo de insetos, por muito estranho mana. Mas a legislação ainda não permite a sua comerque possa parecer, assume-se como uma alternativa cialização em Portugal e na maior parte dos países da bastante viável à carne.

Europa.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acredita que o futuro do combate à fome no mundo está justamente no consumo destes bichinhos.

Bolachas, barras energéticas ou rações, são alguns exemplos de como se podem introduzir insetos

Esta Organização calcula que, atualmente, qua- na cadeia alimentar. Atualmente, há já vários projetos se mil milhões de pessoas sofram de desnutrição. No em Portugal que estão a apostar em produtos que têm futuro, o cenário pode ser ainda pior. A população insetos na sua lista de ingredientes, existindo ainda mundial está estimada em 9 mil milhões para o ano de muitos que defendem que se trata da «proteína do 2050, de tal forma, que a produção de alimentos ne- futuro». cessitará de aumentar em dobro para responder às necessidades. Mas a expansão das terras cultivadas e a criação de animais não vão acompanhar esse ritmo. A

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Maria Duarte, nº14, 6ºG.


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Visita ao Mercado Abastecedor de Coimbra (Taveiro)

O dia 24 de outubro foi um dia diferente para a Por último, fizemos o jogo “Quem quer ser Milionossa turma. Fomos visitar o Mercado Abastece- nário

na

saúde?”.

Fizeram-se

dois

grupos,

dor de Coimbra em Taveiro. As pessoas que nos escolheram-se dois elementos em representação receberam eram muito simpáticas e ensinaram- de cada um dos grupos. Cada um desses elemennos muita coisa sobre frutos e legumes. Começá- tos ia fazendo perguntas sobre a Alimentação e a mos por semear salsa em copinhos com terra.

Roda dos Alimentos. Quem errasse a resposta, recebia um saco de esferovite em representação do açúcar. A equipe que recebesse mais “açúcar” perdia. Foi muito engraçado!

2º A / EBNº1

De seguida, lavámos as mãos, colocámos um avental, descascámos e cortamos fruta e fizemos uma salada. Ficou deliciosa! Foi a nossa sobremesa.

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Os perigos dos percevejos asiáticos que podem invadir Portugal

sua dispersão pelo território da UE, em particular através do movimento de mercadorias, de meios de transporte e de pessoas, pelo que os agricultores devem estar particularmente atentos à eventual presença do inseto em maquinaria e bens que entrem nas suas explorações agrícolas", informa a DGAV. Se vires estes insetos, deves tirar uma fotografia e enviares para o grupo de facebook: “Percevejo asiático (Halyomorpha halys) PT” ou para o e-mail: h.halys.i9k@gmail.com. Fontes:

Um grupo de investigadores da Universidade de - https://odigital.pt/nova-praga-de-insecto-nao-e-perigoso-paraCoimbra alerta para a possibilidade de os perceve-

pessoas-e-animais-esclarece-direccao-geral-de-alimentacao-eveterinaria/

jos asiáticos invadirem Portugal. Já está a decorrer - https://www.dn.pt/vida-e-futuro/cientistas-alertam-parauma campanha de sensibilização. perigos-do-percevejo-asiatico-que-pode-invadir-portugalNo território da União Europeia já é conhecida a 11391014.html Miguel Veríssimo, n.º 19, 6.º G

sua presença em pelo menos 15 estados-membros, sendo Itália o caso que suscita maior preocupação,

onde se registam importantes estragos nas culturas. Para que o possas conhecer e dar o Em Portugal, a Direção Geral de Alimentação e Ve- alerta, aqui fica o “cartão de cidaterinária (DGAV) e as Direções Regionais de Agri-

dão” do inseto que vem ter contigo!

cultura e Pescas (DRAP) têm vindo a acompanhar a evolução deste problema fitossanitário, estando já em curso um Programa Nacional de Prospeção direcionado para a identificação da presença deste inseto, tal como acontece para mais cerca de 6 dezenas de pragas e doenças emergentes. O Halyomorpha halys (percevejo asiático) não é perigoso pois não morde, não pica nem suga sangue, nem transmite doenças,. Contudo, lança um cheiro forte e desagradável, razão por que é conhecido como brown marmorated stink bug (percevejo fedorento). Face às características deste inseto, "é expectável a 8 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Percevejo asiático Uma nova praga ameaça Portugal Um grupo de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), informa que Portugal se encontra na rota de invasão do percevejo asiático (Halyomorphahalys) – um inseto problemático). Para divulgar e sensibilizar a população em geral, esta equipa está a desenvolver uma campanha que inclui vários materiais de divulgação, entre os quais panfletos difundidos em formato físico ou através A fase mais crítica é quando o inseto está ativo e das redes sociais, bem como a realização de ses- ocorre entre os meses de abril a novembro. Por outro lado, na fase de hibernação (dezembro a

sões públicas de esclarecimento.

Oriundo do oeste asiático, chegou acidentalmente março), o inseto procura abrigos, principalmente o à Europa em 2004, mas atualmente já se encontra interior de casas e armazéns, o que leva a uma concentração elevada de organismos - na ordem

presente em 22 países.

Este inseto pertence à ordem dos Hemiptera, trata- dos milhares de insetos- e estes quando são perse de um inseto picador-sugador capaz de se alimen- turbados libertam odores nefastos, tornando-se tar em mais de 300 espécies de plantas nas suas dife- um problema de saúde pública. rentes estruturas (frutos, folhas, rebentos...), o que po- O estado de alerta é a melhor medida que se pode derá originar elevados prejuízos no setor agrícola.

tomar neste momento e a ajuda de todos é essencial.

Neste setor, pode impedir a comercialização de alguns produtos, pois provoca cicatrizes, deforma-

Pedro Freire| nº 21| 6ºG

ções, depressões e até mesma a queda de frutas e legumes. As perdas podem chegar a 90% de produção, em culturas como o tomate, milho, pêra, uva, e laranja.

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: FURAR O CONTRATO É de louvar a persistência dos cidadãos algarvios e de quem organizou manifestações, reuniu assinaturas e não desistiu até se fazer ouvir, pois foi pela ação destas pessoas que veio a público um conjunto de acontecimentos e contratos escondidos pelo Estado e pelas empresas responsáveis pela exploração. João Camargo, Ângela Rosa e Laurinda Seabra são três pessoas de meios totalmente diferentes, contudo, o seu desejo de preservar a costa algarvia suplantou a vontade do Estado e uniu as populações num movimento único de união e força civil. Para mim, petróleo e o Algarve são duas coisas que não “combinam”. Para quê arriscar a perda da paisagem algarvia, um dos mais importantes pontos turísticos de Portugal, assinando contratos com No passado dia 20, assistimos ao documentário “Fracking the Contract”, um pequeno filme que pretende dar a conhecer a realidade por detrás da exploração de petróleo no Algarve. Apesar de a sua duração não chegar a uma hora, a mensagem é avassaladora. Conta-nos o que a imprensa não foi capaz de divulgar e mostra-nos a

uma empresa notoriamente corrupta e com uma preocupação nula com o ambiente? Numa localidade onde se encontram as mais belas praias de toda a Europa, estas grandes empresas de petróleo e gás adquirem contratos de exploração de combustíveis fósseis ao longo da sua costa, pondo em risco uma das maiores fontes de rendimento do país.

capacidade de união de uma população com um objetivo comum: impedir a exploração de combustíveis fósseis no Sul de Portugal. Pessoalmente, o documentário fez-me perceber que a omissão de informação ao público ainda é uma situação demasiado presente na atualidade, visto que foi necessário que um grupo de cidadãos se unisse e investigasse por conta própria toda a situação relativa à exploração de petróleo e gás para, efetivamente, conseguir obter alguma informação. 10 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Esta tentativa de exploração de combustíveis fósseis só mostra o poder da ganância de muitos, que apenas pode ser vencido pela união de todos os cidadãos, juntos por uma causa superior: proteger o nosso país. Assim, cada vez mais devemos estar alerta para as situações que nos rodeiam, pois nunca saberemos o que nos reserva o futuro, nem os perigos que nos aguardam. Beatriz Diogo, nº3 – 10ºC

A exploração do Petróleo em Portugal O que penso sobre a exploração do petróleo em Portugal? A exploração de petróleo tem dois lados: um lado positivo e outro lado negativo. Pelo lado positivo, a exploração propriamente dita poderia render bastante para as empresas de combustível, como por exemplo a GALP ou a REPSOL, entre outras… Com isto quero dizer que poderia vir também a haver lucro para o país. Já o lado negativo carrega um assunto bastante problemático e grave, a poluição. Acho que essa exploração estaria a poluir mais o ambiente duma forma desnecessária, pois também destruía as paisagens naturais. Eu sou favor dos protestos contra a exploração do Petróleo, pois essa situação traz mais poluição do ambiente e aumento da camada de ozono e afetaria a qualidade de vida das pessoas. André Louro – 9ºE

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: na, como por exemplo, no turismo, na agricultura e na pesca. Face a este panorama, devemos apoiar grupos de cidadãos como o da Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) que organiza petições, angariando assinaturas, e realiza campanhas de sensibilização, com

Portugal, futuro em debate!

vista a levar ao cancelamento dos contratos de prospeção e impedir que destruam uma das zonas mais belas da Europa, o Algarve. Quantos mais de

Na aula de Geografia, visionámos, na Biblioteca Es- nós nos juntarmos a esta meritória causa mais força colar, o documentário “Fracking the con- esta ganha. tract” (“Furar o Contrato”), realizado por Sophie

Em suma, temos de ser ativos na defesa das nos-

Rousmaniere. Este tem como principal objetivo des- sas convicções, promovendo a participação cívica pertar a consciência da sociedade portuguesa para o em questões tão importantes para o futuro do país impacto que a prospeção e a subsequente explora- como esta luta contra a exploração petrolífera e a ção petrolífera teriam no Algarve e levanta algumas favor do ambiente. questões que merecem reflexão, nomeadamente: “Devemos opor-nos à exploração de combustíveis Ana Catarina Viais, 10º E fósseis, no nosso país?”; “Pode o envolvimento cívi- (elaborado na disciplina de Português) co fazer a diferença nas decisões governamentais, nesta matéria?” É evidente que a exploração petrolífera, embora possa, em teoria, trazer divisas para o país, através de uma nova fonte de rendimento e de desenvolvimento económico, o petróleo, terá graves consequências, sobretudo a nível ambiental. Entre estas há a apontar o facto de poder originar a perda de biodiversidade marinha e terrestre, através da contaminação das águas e dos solos, bem como a poluição das praias algarvias, devido a possíveis derrames e aos químicos usados na extração de petróleo, por exemplo. Além disso, a exploração petrolífera pode ainda originar um aumento da probabilidade de se verificarem tremores de terra e ter um impacto negativo nas principais atividades económicas da zo12 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Petróleo: o futuro ou a ruína da sociedade? A prospeção e possível exploração petrolífera no Algarve é um tema bastante polémico, que suscita fortes posições, umas contra e outras a favor. Na minha opinião e tendo em conta a imensa informação atualmente disponível, a questão “É a favor ou contra?” nem deveria ser colocada, pois, apesar da exploração deste recurso poder vir a trazer imensos benefícios para a economia portuguesa, creio que os mesmos não compensam os danos que tal atividade acarretaria. O petróleo está presente em quase todos os materiais com os quais lidamos diariamente e é uma das fontes de energia mais utilizadas, a nível mundial. Todavia, os dados resultantes dos estudos revelam, com cada vez mais detalhe, os malefícios do seu uso e da exploração petrolífera, tais como a poluição das águas, do solo e da atmosfera. Além disso, o aquecimento global, causado pelas atividades humanas e os agentes poluentes daí resultantes, é inegável e poderá levar à ruína do planeta Terra. Para além das consequências ambientais, as populações e atividades locais, desenvolvidas nas zonas onde a exploração petrolífera ocorre, são particularmente afetadas. A pesca, a agricultura e, no caso do Algarve, também o turismo sofrem grandes e negativos impactos, o que justifica a intensa revolta de parte da população algarvia, como verificámos no documentário “Furar o Contrato”, que visionámos na Biblioteca Escolar, numa aula de Geologia. Os fatores acima mencionados deveriam ser suficientes para abalar aqueles que apenas pensam no retorno económico e não se preocupam com os impactos ambientais da exploração petrolífera, nem com o quanto podem comprometer as gerações futuras. Há tantas maneiras mais ecológicas e sustentáveis de gerar lucro e tantas alternativas ao uso excessivo do petróleo que, se realmente houver essa vontade, poderemos preservar o nosso planeta.

Ana Sofia Castanheira, 10º B (elaborado na disciplina de Português)

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: de biotite que, por erosão, se libertam e acumulam no chão, parecendo, de facto, que dão origem a rochas, o que justifica o nome que o povo lhes No dia 22 de novembro, sexta-feira, com muita deu. Visionámos ainda um filme acerca da região e chuva e frio, acordámos bastante cedo para partida formação das “Pedras Parideiras”, que nos percipar na visita de estudo, no âmbito da disciplina mitiu consolidar os nossos conhecimentos geológide Biologia e Geologia. Tinha acabado de amanhecos e obter novas aprendizagens. cer há pouco tempo, quando chegámos à Escola Secundária Fernando Namora, onde nos esperava Ao longo da manhã, visitámos vários geossítios. o autocarro dos Bombeiros de Condeixa que nos Tivemos a oportunidade de examinar dobras nas transportaria à região de Arouca, mais especifica- rochas, observámos algumas áreas preservadas e mente à “Casa das Pedras Parideiras” e ao Museu alguma flora da região, como as turfeiras e casta-

Crónica a Várias Mãos

nheiros. Devido à chuva que se fazia sentir e ao facto de nem os guarda-chuvas aguentarem a venEram 7:30 quando partimos de Condeixa com uma tania, não foi possível ver a variada fauna dessa recompanheira persistente e indesejada, a chuva, mas gião (o lobo ibérico, o corço, o javali, o lagarto-deque não nos desanimou tal era o nosso entusiaságua, …). Desta, apenas conseguimos vislumbrar mo. as famosas vacas de raça arouquesa. A viagem fez-se bem, duas horas inteirinhas para Para terminar a manhã e antes de irmos até ao pôr a conversa em dia, cantar, ou até mesmo para centro de Arouca para almoçar, observámos a dormir, pois nem todos acordam às 6:30 cheios de Frecha da Mizarela, a maior queda de água do país energia. com cerca de 75 metros, resultante da erosão diA chuva torrencial e uma brisa, que gelava qualferencial (o granito é mais resistente à erosão fluquer um, marcaram o início da nossa visita ao Ge- vial do que a generalidade dos micaxistos). O temopark de Arouca quando parámos para acolherpo acalmou e permitiu-nos observar a beleza da mos a guia que nos iria acompanhar toda a manhã. Frecha e até conseguimos tirar algumas fotografias. Na Serra da Freita, presenciámos realidades bem Foi uma manhã bem passada, mas, mais uma vez, a diferentes da nossa, como por exemplo, aldeias nossa companheira chuva não nos deixou realizar que não chegam a ter dez habitantes, como a alo percurso pedestre que estava planeado. deia da Castanheira. Nesta, está localizado o CenContudo, no autocarro, aprendemos tópicos bastro Interpretativo das “Pedras Parideiras”, que atrai milhares de turistas por ano e onde aprende- tante interessantes que, apesar de fazerem parte dos conteúdos do 11º ano, ainda nos poderão ser mos como essas rochas se formam. Estas formaúteis este ano. ções geológicas, únicas no país e de relevância a das Trilobites.

nível internacional, foram assim batizadas pela tradição e crendice populares, uma vez que se acreditava que as pedras “pariam” outras, pelo que, de acordo com o mito criado, seriam uma espécie de “bênção” para quem quisesse ter filhos. Na realidade, a formação destas rochas tem uma explicação científica. Trata-se de um granito com nódulos 14 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Depois da visita à Serra da Freita, fomos almoçar algumas dúvidas. o que foi um momento de grande de convívio, ale- Com esta visita de estudo foi ainda possível aprogria e partilha. Comemos no interior de uma tenda priarmo-nos um pouco mais da nossa cultura e comontada ao lado do Convento de Arouca, prova- nhecer algumas maravilhas existentes no nosso pavelmente para alguma festa que estaria a decorrer, ís, importantes pontos turísticos expoentes da inpois a chuva prevalecia.

terculturalidade. É essencial que se desenvolvam

A parte da tarde foi mais tranquila, fomos à locali- atividades escolares deste tipo, pois permitem-nos dade de Canelas visitar o Museu das Trilobites e aí aprender de forma diferente, fora da sala de aula, e pudemos observar os maiores exemplares do mun- ter momentos especiais que nos unem ainda mais, do desta espécie e conhecer melhor a sua história. enquanto interagimos socialmente. Percebemos que as trilobites, animais paleozoicos,

10º B

já tinham hábitos de proteção, escondendo-se, por exemplo, por baixo das carapaças libertadas de outras trilobites. Foi-nos mostrado um documentário sobre a longínqua história da Terra para compreendermos como estes fósseis surgiram naquela localidade, reconhecida como um dos locais mais importantes do mundo no que toca à representação destes seres. O senhor Valério, diretor deste museu particular, explicou-nos a formação das trilobites, contou-nos algumas das suas experiências e falou-nos da perspetiva que os antigos tinham ao observar essas “gravações” nas ardósias que exploravam na “Pedreira do Valério”. Foi interessante, pois em Geologia falámos muito nesse fóssil. Tratase de um bom exemplo de desenvolvimento sustentável, onde se privilegiou a cooperação entre a indústria extrativa (exploração de ardósia) e a ciência. Por fim, regressámos ao autocarro e, apesar do cansaço, nada nos desanimou até chegarmos a Condeixa. Nem a chuva, nem o vento, nem o nevoeiro nos estragaram a visita de estudo. Esta foi, sem dúvida, uma experiência diferente, mas que nos ensinou muito sobre temas novos e esclareceu dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 15


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Dossier Sophia O Centenário de Nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019) foi assinalado no Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova desde o passado mês de novembro. O dia 06 de novembro, data de nascimento da autora, foi assinalado com um programa vasto nas bibliotecas escolares. A semana prosseguiu nas bibliotecas, com exposições, representações, entrevistas e sessões de leitura junto dos mais pequenos, visionamento de documentários e partilha de ideias em torno da obra grande de uma mulher singular, que tinha mar nos olhos, a Grécia no coração, a liberdade no ventre, a humanidade nos desejos e a poesia entre os dedos. Durante este ano letivo, mergulharemos no mundo de Sophia. O objetivo é conduzir toda a comunidade educativa à descoberta da mulher poesia… “Pudesse eu não ter laços nem limites/ Ó vida de mil faces transbordantes/ Pra poder responder aos teus convites/ Suspensos na surpresa dos instantes.” Carla Fernandes

Sophia de Melo Breyner Andresen Vida (1919-2004) Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas contemporâneas. Nasceu na cidade do Porto, em Portugal, no dia 6 de novembro de 1919. Oriunda de família aristocrática, filha de João Henrique Andresen e Maria Amélia de Mello Breyner e neta do proprietário da Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Estudou Filosofia Clássica na Universidade de Lisboa, entre 1936 e 1939, sem concluir o curso. Participou em movimentos universitários. Em 1946, casou-se com o jornalista, advogado e político Francisco Sousa Tavares e mudou-se para Lisboa. O casal teve cinco filhos, que a motivaram a escrever contos infantis, entre eles, “A Menina do Mar” (1961) e “A Fada Oriana” (1964). Nesse mesmo ano recebeu o Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores pela obra “Livro Sexto” (1962). Mais tarde, recebeu outros prémios, entre eles, o título Honoris Causa, em 1998, pela Universidade de Aveiro, o Prémio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prémio Rainha Sofia de Poesia IberoAmericana em 2003. Foi a primeira mulher a receber o Prémio Camões (1999), o maior prémio literário da língua portuguesa! Sophia faleceu aos 84 anos, em Lisboa, no dia 2 de julho de 2004. E, desde 2005 que os seus poemas foram colocados em exposição permanente no Oceanário de Lisboa.

Obra Em 1940, Sophia publicou os seus primeiros versos nos “Cadernos de Poesia”. A partir de 1944 dedicou-se à literatura. Foi nesse mesmo ano que escreveu diversas poesias, entre elas, “O Jardim e a Casa”, “Casa Branca”, “O Jardim Perdido” e “Jardim e a Noite”, obras que recordam a sua infância e juventude. 16 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Em jeito de conclusão, as obras de Sophia de Mello têm vindo a marcar várias gerações. Sem dúvida foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Conforme Jorge Sena, em "Alguns Poetas de 1938" (in Colóquio: Revista de Artes e Letras, nº 1, Janeiro de 1959), “A poesia de 'Sophia de Mello Breyner Andresen é (…) uma das vozes mais nobres da poesia portuguesa do nosso tempo. Entendamos, por sob a música dos seus versos, um apelo generoso, uma comunhão humana, um calor de vida, uma franqueza rude no amor, um clamor irredutível de liberdade – aos quais, como o poeta ensina, devemos erguer-nos sem compromissos nem vacilações." Inês Querido e Mariana Querido - 7.º D

A Natureza na obra de Sophia

No fundo do mar há brancos pavores Onde as plantas são animais E os animais são flores. Trabalho artístico da autoria da docente Lurdes Cardoso

Mundo silencioso que não atinge A agitação das ondas. Abrem-se rindo conchas redondas, Baloiça o cavalo-marinho. Um polvo avança no desalinho Dos seus mil braços. Uma flor dança, Sem ruído vibram os espaços. Sobre a areia o tempo poisa. Leve como um lenço. Mas por mais bela que seja cada coisa Tem um monstro em si suspenso.

Sophia de Mello Breyner Andresen | "Poesia", 1944

Trabalho artístico da autoria da docente Lurdes Cardoso

dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 17


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Dossier Sophia Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade. Sophia de Mello Breyner Andresen | "No mar novo", 1958

Durante as férias de verão Sophia ia com toda a família para a casa da Granja, uma praia perto do Porto com muitas rochas… Mais tarde, numa carta a Miguel Torga, ela escreveu: “A Granja é o sítio do mundo de que mais gosto.” Foi nesse tempo que a mãe lhe contou a história de uma menina muito pequenina que vivia nos rochedos da praia… “A Menina do Mar” conta-nos a história da amizade entre um rapaz e a menina que brincava nos rochedos da praia e dançava num palácio do fundo do mar… Ele deixa-se fascinar pela menina e pela beleza que descobriu no fundo do mar… Mas tem de enfrentar o peixe, o caranguejo e o polvo…

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim, A tua beleza aumenta quando estamos sós E tão fundo intimamente a tua voz Segue o mais secreto bailar do meu sonho, Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim.

Sophia de Mello Breyner Andresen | "Dia do Mar", 1974

Elvira Marinho

18 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: A MENINA DO MAR A obra “A Menina do Mar” é uma inspiração para todas as crianças. Fala sobre um rapaz que vivia sozinho, junto ao mar, numa casa branca com uma varanda de madeira, pintada de verde, e um jardim à volta. Ele costumava passar os seus dias a brincar na praia grande e deserta. Adorava as rochas ásperas, as algas verdes e macias, o cheiro da maresia, as ondas e a frescura transparente das águas que se espalhavam na areia, de mansinho … Numa noite escura de setembro, houve uma tempestade imensa. A chuva forte e as ondas medonhas destruíram parte das dunas da praia. O menino sentiu medo, mas, na manhã seguinte, voltou a brincar no mar e nas rochas. Foi então que, ao regressar a casa, ouviu uma gargalhada pequenina e várias gargalhadas seguidas, como se fossem castanholas … Aproximou-se e espreitou, escondido por duas pedras mais escuras. O que viu deixou-o muito admirado: um polvo, um peixe, um caranguejo e uma menina pequenina brincaram numa poça de água cristalina!!! Elisa, Francisca, Matilde e Maria Amaro, 6ºC - Português.

Um testemunho… No dia 29 de outubro os alunos das turmas 6ºC e 6ºE iniciaram uma atividade diferente do habitual: “10 minutos a Ler+”. Em todas as aulas foram lidos excertos dos livros da escritora Sophia de Mello Breyner, variando conforme a escolha dos alunos: “A Menina do Mar”, “O Rapaz de Bronze”, “A Fada Oriana”, “A Floresta”, “A Noite de Natal”, “A Árvore”, “O Cavaleiro da Dinamarca”, “Contos Exemplares”, … Além disso, foram constituídos grupos de alunas para, no dia do 06 de novembro, participarem nas atividades comemorativas do centenário do nascimento da escritora. Na biblioteca, nos átrios, nos recreios, … foram criados momentos de leitura dos excertos de algumas obras. A maioria dos alunos das turmas considerou esta atividade muito interessante, porque permitiu: “conhecer melhor as obras da escritora”, “ter uma melhor perceção do que é uma boa leitura”, “enriquecer o nosso vocabulário”, “compreender melhor a escrita de Sophia, principalmente as introduções das narrativas e o uso dos recursos expressivos nas descrições de lugares, paisagens e pessoas”. 6ºC e do 6ºE - Português

dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 19


::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Dossier Sophia Entrevista a Sophia de Mello Breyner Entrevistadora - Hoje vamos receber uma convidada muito especial! Trata-se de uma excelente escritora e é considerada uma das mais importantes poetas portuguesas. Foi em 1919 que nasceu, no Porto. Certamente, já sabem de quem estou a falar… Deem as boas vindas a Sophia de Mello Breyner Andresen!

Sophia: Boa tarde! Muito obrigada por me receberem aqui junto de vós.

Entrevistadora: É uma honra recebê-la. Diga-me, antes de mais, para todos perceberem, por que é que uma mulher portuguesa tem um nome tão diferente?

Sophia: Eu sou portuguesa, mas o meu bisavô paterno era dinamarquês. Ele veio realmente de uma ilha da Dinamarca, embarcado à aventura e foi assim que acabou por chegar ao Porto e nunca mais abandonou esta região. Herdei o meu primeiro nome da minha avó materna, Sophia Burnay de Mello Breyner. Entrevistadora: A Sophia é um símbolo da nossa literatura. O que a levou a escrever?

Sophia: Comecei a tentar escrever com doze anos. Depois aos catorze escrevi mais e a partir daí fui sempre escrevendo. Aí entre os 16 e os 23 escrevi mais do que em todo o resto da minha vida. Mas recordo uma noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste, em Junho, em que escrevi com fervor. Sempre gostei de poesia… Depois eu lia muitos livros aos meus filhos, mas achava que os livros eram demasiado piegas, por isso comecei a escrever-lhes histórias. Entrevistadora: E fez muito bem. Em vários livros podemos notar que tem uma relação muito epecial com o mar. O que aconteceu para gostar tanto dos mares e dos oceanos?

Sophia: Tenho uma forte ligação com o mar, porque passei muitos verões da minha infância na praia. É nessas recordações que eu baseio os meus contos e poemas. Entrevistadora: Que momentos de infância recorda mais? Sophia: Recordo-me muito bem da Casa do Campo Alegre, do jardim, da praia da Granja, dos Natais passados segundo a tradição nórdica…

Entrevistadora: Como se sente por ter sido a única mulher a conseguir obter o Prémio Camões? 20 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Sophia: Foi um momento emocionante. As mulheres nem sempre tiveram o lugar que merecem na literatura e em outras tantas atividades da vida humana. Escrevi toda a minha vida. Ver a minha escrita reconhecida foi talvez um dos aspetos mais importantes da minha vida. Entrevistadora - Dos livros que escreveu, qual é o seu livro preferido? Sophia: Gosto muito de todos os livros que publiquei, mas acho que o meu preferido é o “Poesia”, o meu primeiro livro editado (não o intitulado “Primeiro livro de Poesia”, esse é uma seleção e textos de outros poetas feita por mim) Entrevistadora - E dos contos para crianças, qual destacaria? Sophia: Hum, não sei. São tantos: A menina do mar, O rapaz de Bronze, A fada Oriana”, “O Cavaleiro da Dinamarca”, as “Histórias da terra e do mar”… Todos me trazem tão boas recordações!... Entrevistadora: A sua família apoiou sempre a sua atividade como escritora? Sophia: Sim, o meu marido sabe que a escrita é o meu refúgio secreto, o lugar onde me encontro comigo e com o mundo. Quanto aos filhos, eles sempre me incentivaram e pediam-me sempre para escrever mais…

Entrevistadora: É muito bom saber isto porque hoje temos aqui connosco o seu marido, Francisco Sousa Tavares! Para quem não sabe, o Francisco é o marido da Sophia. Eles estão casados há 44 anos. Onde conheceu a Sophia?

Francisco: Conheci-a na Faculdade de Direito em Lisboa, quando tinha 23 anos.

Entrevistadora: Casaram-se a 27 de novembro de 1946, na Igreja de Lordelo do Ouro. Lembra-se desse dia?

Francisco: Sim, claro. Foi um dia belíssimo, com a simplicidade de que gostamos.

Entrevistadora: Qual foi o poema, escrito pela sua mulher, que mais o tocou?

Francisco: É a coletânea de poemas “Geografia”. Leio esse livro vezes e vezes sem conta. "Geografia" contém textos que disputam com famosos versos da literatura universal. A Sophia está toda ali… envolvida pela influência grega, que tanto aprecia.

dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 21


::ENTREVISTAS:: Dossier Sophia Entrevistadora: Muito obrigada pela presença de ambos no nosso programa. Bem, hoje é um dia cheio de surpresas. Continuaremos a falar de Sophia, mas vamos avançar alguns anos. Sobejamente conhecido pelo nosso público, pelas múltiplas atividades que vem desenvolvendo nos media, o nosso convidado hoje vem à televisão com um propósito muito especial: lembrar Sophia no seu dia de aniversário. Ele é Miguel Sousa Tavares! Muito obrigada por ter vindo. Miguel, diga-nos, quem o incentivou para ser escritor? Foi a sua mãe? Miguel: Foi a minha mãe. Ela sempre foi uma grande inspiração para mim. Entrevistadora: Conte-nos. Como era a sua mãe lá por casa? Miguel: A mãe era assim um misto de amor e fuga. Ela tanto nos atendia e abraçava com a doçura das suas palavras como também se escondia no seu mundo. Na sala da mesa redonda, onde espalhava os seus papéis, passava horas em hibernação… Entrevistadora: Tal como ela, também escreve. Já tentou escrever para os mais novos? Miguel: Sim, como sabe já escrevi “O Segredo do Rio”, em 1996, mas agora estou de volta de um novo o “Planeta Branco” que fala sobre a busca de um planeta com água. É uma história que aborda não apenas as grandes questões da atualidade, como a poluição atmosférica, a destruição das florestas ou as alterações do clima, mas que constitui, também, um hino à vida e à bondade. A nave que parte em busca do salvamento da terra é Ítaca 3000, como não podia deixar de ser. Entrevistadora: A sua mãe teve também um papel importante na intervenção social. Quer falar-nos disso… Miguel: A mãe foi uma democrata educada nos valores tradicionais da moral cristã, foi dirigente de movimentos universitários católicos quando frequentava Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, curso que nunca chegou a concluir. Veio a tornar-se uma das figuras mais representativas de uma atitude política liberal, apoiando o movimento monárquico e denunciando o regime salazarista e os seus seguidores. A chegada de Abril foi para ela uma brisa refrescante… Entrevistadora: Vamos acabar esta sequência de entrevistas com um poema memorável que testemunha essa vivência da autora. Convido-vos a escutar as palavras de Sophia. 25 de abril Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo Excerto da entrevista elaborada pelos alunos do 7º A

22 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia :: ENTREVISTAS:: Em torno da obra “Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen Entrevistas do 7º B Trabalho artístico da autoria da docente Lurdes Cardoso Entrevistadora - Olá, bom dia. Hoje vamos entrevistar três personagens do conto “Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, autora cujo centenário se comemora em 2019! Esta é uma obra fundamental de Sophia, dedicada ao público infantil, que vamos ficar a conhecer melhor. Peço-vos que se apresentem ao nosso público, por favor…

Menina do Mar – Eu sou … a menina do mar! Menino – E eu sou o menino! Peixe – Olá! Eu sou o peixe! Entrevistador – Antes de começarmos a entrevista lembramos que, ligando o 360 80 90, habilita-se a ganhar o livro “Menina do mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Ligue já! Bom, mas agora é hora de conhecermos melhor os nossos convidados. Que idade têm? Menina do Mar – Como sabem, o conto foi lançado em 1958, mas nós somos apenas personagens, entidades ficcionais, e a nossa autora não nos definiu a idade. Eu serei sempre menina, ele sempre menino e o peixe um ser sempre vivo. Temos o dom de sermos eternos, por pertencermos a uma história inventada. Entrevistadora – Por que motivo te foi dado o nome de Menina do Mar e não um nome próprio qualquer? Menina do Mar - Nunca pensei nisso… talvez por causa do amor pelo mar. A autora do livro era uma apaixonada pelo mar e tinha com ele uma relação muito especial. Sophia tinha a alma feita de maresia. Entrevistadora – Se tivesses um nome próprio, qual escolherias? Porquê? Menina do Mar - Poderia ser Maria Mar... Entrevistadora – Bem bonito e muito adequado, parece-me! Mas outras personagens do conto não podem também ser esquecidas. Temo-las aqui, em presença, o que é um privilégio. Menino, onde é que tu passas a maioria dos dias? Menino – Eu? Eu passo os meus dias a brincar na praia. Mesmo no inverno gosto de estar lá, bem agasalhado, nos intervalos da chuva, e sentir a maresia. Entrevistadora - Caracteriza-nos a tua praia... Menino – A praia é quase deserta e com muitos rochedos, mas quando está maré alta os rochedos não se veem. É uma raridade, nos dias que correm! Dificilmente encontro lá pessoas… Não me peçam para divulgar a localização. Gosto de saber que este canto da natureza está longe de tudo. Puro e limpo… Entrevistadora – Menina do Mar, afinal, quem é o teu melhor amigo? Menina do Mar - O meu melhor amigo é o peixe!

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::ENTREVISTAS:: Dossier Sophia Entrevistadora – E o que é que fazes normalmente na praia? Menina do Mar - Bem, o que eu faço no meu dia a dia é nadar com o peixe, entre as algas e os rochedos. Nada de ficar ali sentadinha ou a pastelar na toalha!! Nada disso! Eu gosto é do contacto com as coisas, de senti-las, de abraçar tudo com os meus cinco sentidos! Às vezes até penso se não serei poeta!... Peixe - As algas fazem cócegas!!! Entrevistadora – Peixe… diz-nos uma palavra que te descreva? Peixe - Agitado, muito agitado! Neste momento um pouco nervoso até! Diria mesmo… muito nervoso… muita gente a olhar para mim! Agitado? Huuuumm, sim, agitado! Entrevistadora – Bem sabemos que não deve ser fácil “ser peixe fora de água”, mas não há razão para estares nervoso. Todos os que aqui se reuniram hoje são teus fãs. Adoram-vos a todos, aliás! Diz-nos, peixe, qual é o maior sonho de quem vive no fundo do mar? Peixe - O meu maior sonho é viver no fundo do mar tranquilo, sem perturbações... Assusta-me ver o meu mar invadido por gente excessiva ou por poluidores. Ai... claro, o meu sonho inclui as visitas da menina do mar!... Entrevistadora – Menino, e tu, como é que imaginas o fundo do mar? Menino - O fundo do mar… aquele mundo de anémonas, seres enormes e minúsculos, com muitas algas e rochedos... Também o imagino calmo, silencioso e com muitos peixinhos... Peixe - Alguns meus familiares!!! É tudo isso, menino! Quem sabe um dia poderás visitar o fundo do mar… Entrevistadora – Menina do Mar, uma última questão… O que dizem os teus olhos? Menina do Mar – Os meus olhos dizem que De todos os cantos do Mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua Onde me uni ao mar, ao vento e à lua. Cheiro a terra as árvores e o vento Que a Primavera enche de perfumes Mas neles só quero e só procuro A selvagem exaltação das ondas Subindo para os astros como um grito puro. Ups!! Estarei a ficar poeta?! Excerto da entrevista elaborada por:

Trabalho artístico da autoria da docente Lurdes Cardoso

Ana Miguel Melo, nº3 Mara Neves, nº13 Mariana Nobre Graça, nº 16 Mariana Fonseca, nº17

Não perca a dramatização! Brevemente, numa biblioteca perto de si...

24 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia :: NOTÍCIAS/ATIVIDADES:: UM DIA MEMORÁVEL

Se sempre admirei a escrita de Sophia, ainda fiquei mais empolgada para ler e reler as suas obras.

Quando o Projeto “Lérias, Letras & Companhia”, da Biblioteca Municipal Eng. Jorge Bento, na pessoa da nossa Coordenadora,

Dra.

Inês

Rodrigues,

nos

propôs

um Roteiro Literário no âmbito das comemorações do centenário de nascimento de Sophia de Mello Breyner, logo recordei aquele tão especial, maravilhoso JARDIM de “O RAPAZ DE BRONZE “ delicada e pormenorizadamente descrito :“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.

Mas o dia ainda não tinha acabado…e na parte da tarde, depois de termos passado pelo Palácio de Cristal e Biblioteca Almeida Garrett (uma visita relâmpago), dirigimo-nos para a mítica e imponente “Livraria Lello”. Mais uma vez me senti maravilhada perante a grandiosidade daquele centenário edifício. No seu interior nem sabia em que parte do Mundo, ou em que Continente me encontrava, tal era a miscelânea de línguas e povos!!!

Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas. E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim. E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens.” Seria um roteiro de sonho!!! E foi!!!! Além do grupo que faz parte das “Lérias” participaram na visita, alguns antigos colegas de trabalho que me proporcionaram gratas recordações.

Percebi, finalmente, in loco, por que motivo aquela livraria é considerada a mais bela do mundo!!! Lá dentro viajei atá aos Contos de Hans Christian Andersen, Carlo Collodi ou dos Irmãos Grimm… Era hora de voltar à origem, depois de uma viagem feita em segurança pelo nosso estimado motorista e em ótima companhia, regressei a casa mais rica, mais preenchida e com memórias inolvidáveis. Sinto-me grata por ter a oportunidade de preencher alguns dos meus dias de lazer com atividades que me

Foi um dia maravilhoso, que me deixou de coração cheio e com doces memórias que perpetuarei no

fortalecem o espírito e me acalentam a alma. Helena Araújo (dezembro de 2019)

meu coração. Aquele JARDIM era idílico, único, peculiar!!! Mesmo sob intensa chuva (no início da visita), o nosso Guia foi-nos apresentando as diversificadas espécies do reino vegetal com muita paixão e sabedoria. Fiquei extasiada com tanta beleza: formas, cores, texturas, enfim!!!! Estava mesmo à minha frente o jardim de que tantas vezes falei com imenso entusiasmo aos meus alunos. A manhã parecia que esvoaçava vertiginosamente, tal era o turbilhão de sensações que nem consigo descrever!!! dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 25


::ENTREVISTAS:: Dossier Sophia Em torno da obra “O Rapaz de Bronze”, de Sophia de Mello Breyner Andresen Entrevistas do 7º B Entrevistador – Estamos de volta!... Agora em direto, neste canal literário, para entrevistar o rapaz de bronze, protagonista de uma das obras para crianças da autoria de Sophia de Mello Breyner Andresen, no ano em que celebramos o centenário do seu nascimento, a 06 de novembro. Sophia, uma das grandes personalidades literárias do século XX criou várias personagens que ficaram para sempre. Foi o caso do Rapaz de Bronze, que deu o título a um dos seus livros. Vamos dar as boas vindas ao Rapaz de Bronze, que já está aqui junto de mim. Agradecemos muito a sua presença no nosso programa. Pronto para começar? Rapaz de Bronze – Sim, claro. É uma honra participar num programa dedicado à minha criadora, uma escritora de mão cheia! Entrevistador – Então vamos lá... Todos sabemos que o senhor era muito próximo de Sophia de Mello Breyner Andresen... Mas bem antes disso estou muito curiosa para saber como é que se sentiu quando soube que a escritora estava interessada na sua história de vida e queria escrever um livro sobre si? Rapaz de Bronze – Foi uma sensação incrível, pois a escritora sempre foi e sempre será a minha escritora favorita, por isso eu fiquei mega contente quando soube que se interessou pela minha história. Esforcei-me imenso e foi um trabalho intenso, que no fim compensou! Quando leio o texto, penso que foi um dos melhores trabalhos que a escritora fez, por isso senti-me muito orgulhoso! Eu ainda teria para aí uns… 12 anos… a história já foi publicada há alguns anos… mas, não, não é um truque de beleza… no lugar donde eu venho as pessoas nunca envelhecem… é o mundo da ficção e da fantasia… aí serei sempre um rapaz… Entrevistador – Que privilégio ser a personagem de um livro! Vamos descobrir mais sobre si!... Todos sabemos que a sua relação com as flores é incrível. Na história construída por Sophia, a sua relação com a Natureza é de ficarmos enternecidos. Ficaria o dia todo a ler, pois a intriga é cada vez mais emocionante!... Qual é a sua flor preferida? Aquela de que gosta mais da companhia? Porquê? Rapaz de Bronze – Huumm! De facto, gosto muito de todas as flores, mas, sem dúvida, as minhas melhores companhias são a Begónia e o Gladíolo. Nós os três passamos a vida juntos e tornámo-nos inseparáveis. Não quero que as outras flores me levem a mal, porque realmente adoro o jardim, o seu perfume, o doce cheiro das ervas, mas eu não poderia dar outra resposta… Entrevistador – Mas os gladíolos gostavam muito de ser gladíolos e achavam-se superiores a quase todas as outras flores… Rapaz de Bronze – Na sua superioridade, o Gladíolo influenciou-me imenso… O que seria desta história sem a festa que preparou, no jardim, à noite? Entrevistador – Tem razão… nessa festa, realizada na clareira dos plátanos, por que convidaram a orquestra de cucos, rãs, pica-paus, rouxinóis, melros, moscardos e sapos-tambores? Esqueceram-se do melhor solista dos arredores – o canário!... Rapaz de Bronze – Pois, ele infelizmente tinha um concerto no arvoredo dos pássaros nesse dia, isto é, quando raiasse o dia, porque, como sabem, o canário só canta pela manhã… O nosso jardim é noturno. Lá, tudo acontece à noite, como que por magia… Entrevistador – Sim, é na noite mágica de fantasia que se vive no jardim que a verdadeira natureza dos seres se revela… Mas, diga-me, como justifica que, sendo uma estátua, adquira a verdadeira pele de um rapaz quando cai o dia? Rapaz de Bronze – Esse é o mistério que faz com que as histórias existam… […]

26 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia :: ENTREVISTAS:: Entrevistador – Os jardineiros vão dormir e quem fica a reinar sobre todas as plantas é você. Qual é a sensação de dominar um jardim? Trabalho artístico da autoria da docente Lurdes Cardoso

Rapaz de Bronze – O jardim é um espaço magnífico. Extenso, contém uma grande variedade de flores e é dividido em pequenos jardins de buxo. Tem ruas compridas entre muros de camélias. Há ainda um pomar, um pinhal e um campo de trigo e papoilas. No grande parque existem árvores de grande porte, como os plátanos. Gosto de passear à beira dos lagos e de espreitar pela gruta. Quem não gostaria de reinar num lugar assim?... Entrevistador – Cada flor ganha vida nesta história… Rapaz de Bronze – Sim, de noite, as flores saem do seu lugar, falam, dançam, e, apesar de estarem presas à terra, saltam… Tudo se enche de vida! Na realidade, elas são personificadas e, se pensarmos bem, simbolizam os humanos que agem como elas. Os sentimentos da inveja, da vaidade, o amor… ai, o amor!!... O Gladíolo pisca o olho à Tulipa e eu ainda convidei a Florinda para dançar na festa, mas nada… Entrevistador – Ah, sim, a Florinda! Fale-nos dela! Rapaz de Bronze - Florinda, como sabem é a filha do jardineiro. Tem apenas sete anos e, por ser uma pessoa e ser muito bonita, é escolhida para decorar uma jarra na festa. De dia olhava-a sem lhe poder falar, mas quando a vi na festa… foi emocionante… Levei-a a casa antes do dia nascer… No dia seguinte, pensou que tudo não passou de um sonho. Às vezes tenho pena dos humanos!... Entrevistador- Antes de finalizarmos esta entrevista, pode explicar para os telespectadores que nos estão a ver qual é o principal objetivo desta história? A moral da história… porque, afinal, a melhor parte é essa… Rapaz de Bronze - Mas é claro!… Quero começar por reforçar a ideia de que na história o Rapaz de Bronze tem uma ligação muito forte com a natureza e com isto conseguiu inspirar muitas crianças. A consciência dos mais pequenos deve ser despertada para a preservação dos bens naturais e do Planeta em geral. Outro ponto a valorizar é que durante a infância existe a predominância do Sonho. Esta história demonstra que nunca, mas nunca, em criança e em adulto, devemos deixar de sonhar. […]

Excerto da entrevista elaborada por: Mariana Santos, nº 15 Maria Couto, nº 14 Guilherme Ramos, nº 7 Ruben Acúrcio, nº 22

Não perca a dramatização! Brevemente, numa biblioteca perto de si...

dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 27


:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Dossier Sophia

“ A Floresta” reinventada No âmbito das comemorações do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, e em articulação com a biblioteca escolar, os alunos do 6º ano das turmas D, F e G, na disciplina de Educação Visual e Tecnológica, executaram pinturas a guache, com base no livro "A Floresta". Nestas pinturas foram utilizadas as técnicas de pintura com esponja, pincéis, cotonetes e papel de alumínio. Professora Clara Videira

Era uma vez uma quinta toda cercada de muros. Tinha arvoredos maravilhosos e antigos, lagos, fontes, jardins, pomares, bosques, campos e um grande parque seguido por um pinhal que avançava quase até ao mar. A quinta ficava nos arredores de uma cidade. O seu pesado portão era de ferro forjado pintado de verde. Quem entrava via logo uma grande casa rodeada por tílias altíssimas cujas folhas, de um lado verdes e de outro lado quase brancas, palpitavam na brisa. Era nessa casa que morava Isabel. […] Isabel não tinha irmãos e por isso sabia brincar sozinha e conversar com as árvores, com as pedras e com as flores. Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) in « A Floresta », 1968

28 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


Dossier Sophia :: NOTÍCIAS / ATIVIDADES::

Todos os dias ela percorria a quinta. No Outono apanhava castanhas esmagando com o pé os ouriços verdes. No Inverno colhia violetas e camélias. Na Primavera trepava às cerejeiras para comer as primeiras cerejas doces, escuras e vermelhas. E também subia às árvores onde todos os anos havia ninhos, ninhos redondos feitos de ervas, folhas secas e penas e que tinham lá dentro quatro ovos verdes sarapintados de castanho. Caminhava entre o trigo que era como um doce mar, aéreo e leve. Às vezes passava horas a ler sob o caramanchão onde as flores lilases das glicínias pendiam em grandes cachos perfumados rodeados de abelhas. Ou caminhava devagar na luz verde do parque escutando o rumor das altas copas dos plátanos. E conhecia o lugar onde, escondidos entre as ervas e folhas, cresciam os morangos selvagens. […] Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) in « A Floresta », 1968

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::NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: Dossier Sophia No Mundo com Sophia No dia 6 de novembro de 2019, comemoramos o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen. Nesse dia, estivemos a explorar a biografia e a bibliografia da escritora e poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen. Estivemos a trabalhar nos nossos tablets a Aplicação Conto com Sophia. A aplicação Conto com Sophia foi muito divertida e para além de fazermos jogos, ficamos a conhecer a vida e obra de Sophia de Mello Breyner Andresen que nasceu em 1919 e faleceu em 2004. Entre as histórias que estivemos a ler a mais interessante foi A Menina do Mar, o primeiro conto de Sophia. Este conto revela-nos uma história de amizade entre um rapaz e a Menina do Mar. Cada um vive no seu mundo, o rapaz na terra e a menina no mar. Ambos vão partilhar essa diferença: a menina fica a saber o que é o amor, a saudade e a alegria; o rapaz aceita viver com ela no fundo do mar. Falamos também de outras obras de Sophia como a Fada Oriana. Para Sophia as fadas são seres da natureza que nascem com o dom de proteger os seres mais frágeis que vivem na floresta. Com este tema da floresta encontramos também as obras A árvore e A Floresta. Também escreveu o conto A Noite de Natal. Para além de escritora, Sophia esteve também empenhada nos direitos humanos, participando ativamente na oposição à ditadura. Texto coletivo 1º/2º/3º A EB1 de Belide

Projeto “Semear com Sophia” No dia 18 de novembro, a nossa turma e as turmas do 1ºA e 1º B foram ao campo apanhar bolotas para semear. Esta atividade, realizada no âmbito do projeto “Semear com Sophia”, foi orientada pelo Dr. Pedro Amaral. Aprendemos muitas coisas: como cuidar e tratar das árvores, dos cerquinhos e da Natureza, os nomes das diferentes árvores…. Por exemplo, sabias que o gaio é uma ave que ajuda na proliferação do carvalho português? Pois é. Esta ave, durante o outono, apanha quatro mil bolotas, mas como não as consegue comer todas, esconde-as para mais tarde o poder fazer. Ora, o que é que acontece? Acontece que se esquece de onde as guardou e estas acabam por germinar e dar origem a novas árvores (carvalho)! Interessante, não é? Também ficamos a saber que na nossa escola existe uma árvore que se chama “Árvore das Missangas”. Gostámos imenso desta atividade. Obrigada, Dr. Pedro Amaral!

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Dossier Sophia :: NOTÍCIAS / ATIVIDADES:: CARTA A SOPHIA Condeixa-a-Nova, 22 de outubro de 2019. Cara Sophia, É com muito orgulho que te dirigimos esta carta e te expressamos a nossa admiração pelos teus livros. Agrada-nos a ideia de te teres lembrado dos teus filhos para escreveres estas histórias. Várias gerações de meninos e meninas leram as tuas histórias e inspiraram-se nelas para escrever e também para viverem as suas vidas, pois tu ensinaste-nos que o bem vence sempre. Gostamos do teu amor pela Natureza. Da beleza com que descreves o mar; a bondade com que tratas os animais da floresta e todos os outros seres: não esqueceste o sofrimento dos pobres, dos velhos e dos solitários. Sophia, envelheceste, mas nunca perdeste a tua imaginação de criança... Até sempre! Os alunos do 6.ºG

ROTEIRO DE SOPHIA

phia de Mello Breyner Andresen), na qual está agora instalada a Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, um espaço dedicado à divulgação das ciências biológicas, evolução e biodiversidade; e a Casa Salabert, onde funciona o E-Learning Café – Botânico da Universidade do Porto. Até chegar às altas sebes de japoneiras, que ficam a sul do jardim, há delicados jardins para percorrer: o das “suculentas”, o dos xistos, o do peixe e do rapaz de bronze, ou o Jardim dos Jota, que perpetua as iniciais dos seus antigos proprietários, Joana e João Andresen, avós de Sophia. Tivemos o privilégio de entrar e observar a casa de família, onde a autora brincou na sua infância.

No âmbito da comemoração do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, no passado dia 23 de novembro, concentrou-se a equipa que integra as bibliotecas escolares, o grupo Lérias & Companhia da biblioteca municipal e mais alguns professores do agrupamento, com o objetivo de rumar ao Porto para fazer o roteiro de Sophia. Chegados à cidade, dirigimo-nos ao Jardim Botânico, onde fomos recebidos, muito gentilmente, por um guia, que teceu toda a informação detalhada sobre as espécies existentes . Com mais de quatro hectares e um traçado delineado em finais do século XIX, este “pulmão verde”, localizado na antiga Quinta do Campo Alegre, apresenta espaços ajardinados diversificados, que enquadram dois edifícios principais: a Casa Andresen (adquirida e reformada pelos avós de So-

Afinal não é preciso ir muito longe para nos enriquecermos, enchendo a alma de um espólio maravilhoso que nos marca para a vida. Um bem-haja a todos aqueles que participaram nesta viagem! Lurdes Cardoso (Equipa da BE)

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:: Na Biblioteca acontece:: LEITURAS COM SOPHIA As turmas do 1º CEB da escola Básica nº 1 de Condeixa-a-Nova exploraram o conto “A Árvore”, de Sophia de Mello Breyner. Neste livro, Sophia recria, de forma muito pessoal, dois contos tradicionais japoneses. Com «A Árvore» e «O espelho ou o retrato vivo» somos transportados para o exotismo do Oriente, mas encontramos, como em tantas outras obras da autora, na primeira história, a valorização da natureza, da harmonia e do equilíbrio. Foi a partir da leitura e reflexão sobre esta história que ficamos a conhecer um pouco mais sobre a cultura japonesa e que partimos para uma atividade de escrita criativa. As palavras do conto foram transformadas em poesia, porque afinal, esta narrativa transporta também a emoção das palavras em verso… A árvore antiga Que cantou na brisa Tornou-se cantiga

Textos produzidos na oficina de poesia a partir do conto “A Árvore” 2ºA

2ºB

Uma árvore rugosa e bela dá a leve frescura da sombra

Lá em cima num bosque crescia uma voz de anjo

Cantam o suspiro da brisa ao meu ouvido

Um pássaro tornou-se cantiga

Pedras debaixo dos seus ramos!

Tem esta voz tão alta

Olha uma árvore de botões fechados!

As folhas negras cheias de febre

Tens as paisagens verdes que por ali passam

Voa o mastro grande

Pássaros têm um grande amor, doce e leve.

Já sente as tardes de verão de bailados e segredos,

Nos dedos admira a grossura, tão grande e tão bela…

Queimam-se entre as folhagens perfumadas

Como a sua sombra era perfumada!

São árvores!

Uma árvore admira a grossura rugosa e bela do tronco Cantam os japoneses, tão fiéis ao seu povo,

Lá em cima os marmeleiros, as macieiras, as cerejeiras

Pedras em todas as ruas e praças brilhavam

Um pássaro tão grande ao meu ouvido

Olha um pequeno bosque de cerejas

Tem pequenas flores cor de rosa, que beleza!

Tens a lua cheia sobre o mar!...

As folhas cheias de febre amarelas são as árvores!

Pássaros com penas de prata que por ali passavam

Voa o monte mágico de ilha em ilha

Nos dedos havia a leve frescura da sombra

Já sente o cerne da velha árvore

Que adeus é este?

Queimam-se grandes passeios longas horas.

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::Na Biblioteca acontece :: 2º C

3ºA

Tocam todas as árvores perfumadas

Naquele ramo tornaram-se tristes as cerejeiras

Os ramos, os marmeleiros e as cerejeiras

Pelo tronco vinham sentar-se balões de papel

No horizonte bem conservado

Raízes do casco e dos bancos sobre o mar

O pica- pau sentia-se feliz e orgulhoso...

Olha o monte mágico num bosque maravilha

Vês a árvore antiga, cabeleira de oiro?

“Piu-piu” o vento perde suave a frescura

Podes ver o tronco de pele rugosa

Escuta a memória da árvore de ilha em ilha

Que sorte, aquela ilha do Japão!

Quantas longas horas durante longos meses Guarda as pessoas de geração em geração.

Tocam os japoneses primavera, amam a Natureza. Os ramos já não davam flores azuis e bem formadas. Naquele ramo as cerejeiras brilhavam No horizonte as paisagens brilhavam

Pelo tronco flores, arbustos e musgos

O pica pau que implora, implora sempre:

Raízes negras em todas as ruas e praças

- Vês os viajantes, a lua cheia?

Olha balões de papel amarelos e vermelhos!

Podes secar o vento…

“Piu-piu” o leão começava a dançar...

Que sorte aquela chuva do Outono!

Escuta o sussurrar da brisa Guarda o suspiro da brisa. Quantas eram as tardes de verão?

4º A

Oh, que saudade da velha árvore, tão alta!

Oh, que maravilha!

Pelo tronco as suas folhas amam.

Pelo tronco contado

As flores eram verdes um pequeno bosque

As flores arbustos e musgos passam a dançar…

Quantas pequenas flores amarelas! …

Quantas as pessoas amarelas amam a natureza?

No mar de cerejas, grandes passeios.

No mar, os viajantes… que não dormis!

Aqui cai, misteriosa, tão grande!...

Aqui cai o leão, de bailados e segredos

Schhhh! … escuta,

Schhhh!... escuta ao meu ouvido. São árvores!

doce e leve, o sussurrar da brisa …

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:: Na Biblioteca acontece::

“Contos Mínimos, Terror ao Máximo” 3º CONCURSO de ESCRITA CRIATIVA das Bibliotecas Escolares do AECDX Mais um ano, mais um desafio de escrita. Este concurso anual consiste de escrever um conto de suspense em exatamente 77 palavras, durante o MIBE - Mês Internacional das Bibliotecas Escolares – Outubro de 2019, fazendo uso das tecnologias. Os textos foram enviados pelos alunos através do Facebook da Rede de Bibliotecas de Condeixa.

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::Na Biblioteca acontece :: OBJETIVOS DO CONCURSO a) Desenvolver competências no âmbito da expressão escrita, da criatividade e do acesso aos meios digitais. b) Promover a leitura mediada por dispositivos eletrónicos e explorar possibilidades de disseminação de conteúdos facultados pela Internet. TEMA Textos produzidos em torno da temática do Terror, Horror e Suspense

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::Na Biblioteca acontece:: No dia 31 de outubro, teve lugar, na Biblioteca da Escola Secundária Fernando Namora, o Sarau das Bibliotecas Escolares, com o objetivo de encerrar o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares. Entrar neste lugar, para muitos assustador e assombrado (nada mais adequado à data), foi como entrar na Toca do Coelho direto para País das Maravilhas (cheio de maravilhas e algumas pequenas loucuras que tornaram a experiência de outro mundo). Primeiramente, fizemos uma festa do chá (era o não-aniversário de toda a gente - que coincidência!) que, apesar de não ser assim tão louco, foi muito agradável. Nada melhor que uma chávena de (talvez por uma Toca de Coelho) e estivéssemos a chá para acompanhar quando estamos devorando assistir ao vivo e a cores às entrevistas só que com livros ou, neste caso, a comer escarpiadas. outras caras. Tivemos, depois, uma leitura de nos deixar em pé Intercalados nestas atuações, tivemos ainda o pranas cadeiras, literalmente, porque foi assim que zer de ouvir textos sobre a biblioteca. O poema nos apresentaram (em pé nas cadeiras) a leitura “Biblioteca” de Silas Corrêa Leite e o texto de Valfeita pela Anais Duro, pela Bruna Brito, pela Diana ter Hugo Mãe “As Bibliotecas” que nos explicaram Canais e pelo Tomás Ribeiro do manifesto mais a grandiosidade e a multiplicidade das bibliotecas. louco e maravilhoso, o “Manifesto Anti-Leitura” de José Fanha, porque, no final das contas, a leitura E, para complementar esta experiência, tivemos duas narradoras (Anais Duro e Carolina Calvinho) promove a aniquilação… da ignorância. e uma fabulosa trilha sonora (Bruna Brito e Diana Posteriormente, assistimos ao teatro de Afonso Canais) que, com os seus momentos musicais, Cruz “Como cozinhar uma criança” interpretado transformaram completamente o ambiente e nos pelo curso de TAP que também teve a sua dose de fizeram viajar através os livros. loucura. E, apesar de ser um trabalho ainda por aperfeiçoar e de ter sido apenas a segunda tomada, Foi uma experiência super agradável e a maneira foi maravilhoso e dinâmico. Mal posso esperar pa- perfeita de acabar uma semana de aulas. Infelizra ver a peça quando estiver pronta. Já a chegar ao mente, não durou para sempre até porque o Halfim, tivemos o prazer de assistir a uma encenação loween estava a bater à porta e a gritar “Doçura de entrevistas relacionadas com Sophia de Mello ou Travessura” e tive que desaparecer mais rápido Breyner Andresen, em homenagem ao centenário que um gato sorridente, mas, com certeza, não do seu nascimento, feita pelo 7ºA e que, em tudo, vou querer perder a próxima oportunidade. Por isso, da próxima vez que ouvires falar de um Sarau se adequava das Bibliotecas não te percas no tempo ou chegues a este evento. E, apesar do “Francisco” estar um atrasado que nem o Coelho Branco e entra nesta pouco nervoso e o “Miguel” um pouco esquecido, Toca direto ao País das Maravilhas, a Biblioteca. parecia, de facto, que tínhamos viajado no tempo Emília Rebelo, 12º B 36 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


::Na Biblioteca acontece:: Em Portugal, o Dia da Biblioteca Escolar é assinalado na última segunda-feira de outubro. Este ano foi no dia 28, mas a proposta da International Association of School Librarianship (IASL) é que se comemore, em todo o mundo, durante o mês de outubro. E assim foi no Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova. Inspirados no mote “Vamos imaginar”, promovemos concursos de escrita, levámos os miúdos a votos pelo livro mais fixe, fizemos formação de utilizadores e oferecemos leituras múltiplas, no átrio, na sala de aula ou nos gabinetes de trabalho da escola. Olha p’ra mim aLer+! Guiados pelas palavras de Valter Hugo Mãe ou Alberto Manguel, refletimos sobre o espaço mágico que se descobre entre os livros e uma mão cheia de estantes. Gostamos de amores que se aprendem e gostam de ser aprendidos, do mesmo modo que os que cativam se deixam cativar. Os textos são como as cerejas e as pessoas também… multiplicam-se… Foi um mês intenso que culminou no Sarau das bibliotecas, realizado no dia 31, em jeito de encerramento, aberto a toda a comunidade escolar. Alunos, pais e professores juntaram-se em redor da arte – escutaram música, ouviram poesia, descobriram textos e autores… O desafio está lançado: a partir deste dia, “10 minutos a Ler+”! Imaginem lá quantas coisa bonitas se podem fazer com a biblioteca!

Carla Fernandes

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::Na Biblioteca acontece::

Miúdos a Votos O Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova participou na iniciativa "Miúdos a Votos", que conta com o apoio da Comissão Nacional de Eleições, do Plano Nacional de Leitura 2027, da Pordata, da Rádio Miúdos e da Fundação Calouste Gulbenkian. Os alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos votaram nos seus livros preferidos. Este primeiro passo, desenvolvido ao longo de um mês de outubro, é a primeira fase de um processo que se irá desenrolar ao longo do ano, com as campanhas pelos livros e a eleição do livro mais votado a nível e escola. Todos os livros, sejam eles de prosa, poesia, banda desenhada ou teatro, foram candidatos nesta primeira votação. Num formulário Google, nas bibliotecas escolares, os alunos tiveram de indicar o título completo do livro e o nome do seu autor. No caso das coleções, foi indicado o título individual do livro nomeado, e não a coleção. Cada aluno só pode fazer uma nomeação. Para entrar na lista, será necessário recolher um número mínimo de candidaturas, tal como os candidatos a umas eleições presidenciais têm de apresentar um número mínimo de assinaturas.

A partir de todos os títulos apresentados pelos alunos, e com o apoio da Pordata, foi constituída uma lista final nacional, por cada ciclo/nível de ensino, dos livros candidatos que irão a votos a 15 de março de 2019. Foram mais de 22 000 os alunos, de 569 escolas, que participaram na primeira fase de 'Miúdos a Votos'. Ao todo, foram sugeridos mais de 2000 títulos diferentes. Para entrar na lista final nacional houve ainda mais dois requisitos, previstos no regulamento: os livros tinham obrigatoriamente de ter sido publicados (garantindo assim que todas as obras podem ser lidas por toda a gente) e tinham de ser livros individuais. Não foram por isso aceites as propostas que referiam apenas o nome de uma coleção de livros, em vez de um volume ou livro em particular.

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::Na Biblioteca acontece :: Os livros nomeados foram os seguintes:

As atividades continuarão no segundo período. Todo o material de apoio a esta iniciativa será disponibilizado através do sítio da VISÃO Júnior na internet e na página do projeto no portal da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), bem como nos meios eletrónicos dos parceiros da iniciativa. Venha a campanha eleitoral!

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::Na Biblioteca acontece::

“Levanta-te (stand up) por uma causa” Concurso de Escrita das Bibliotecas Escolares de AECx Hoje em dia não se ouve falar noutra coisa inteiramente ligado com o das Alterações Climátia não ser no Aquecimento Global e/ou nas Alte- cas! rações Climáticas. Será que é uma preocupação mundial séria, ou apenas uma “moda”?

Cabe a cada um de nós decidir minimizar os estragos já causados e que irão piorar se não

Todos os dias, assistimos a mudanças no mudarmos os nossos comportamentos / a nossa clima: “Já não existem estações do ano!”. É prová- vida. Existem medidas básicas das quais já todos vel que se pense que o que afirmo é um exagero. nós ouvimos falar (reciclar, não deitar lixo para o No entanto, se se voltar um pouco atrás no tem- chão, fechar a torneira enquanto se lava os denpo, se se pegar num termómetro, é possível cons- tes, …) que estão ao alcance de qualquer um. tatar-se que, em pleno mês de outubro, estiveram, da parte da tarde, por volta de vinte cinco graus Celsius. Se, ao confirmar a informação, anteriormente referida, recorrendo à internet e concluir que são temperaturas ditas “normais” nessa altura do ano, pode parar a sua leitura por aqui. Não se pode esquecer que, no início do verão de 2019, Portugal passou por condições climatéricas de chuva na mesma altura em que, em França, estavam temperaturas na ordem dos quarenta graus Celsius. Existem outras provas de que o nosso planeta está numa turbulência de transformações, como o gelo estar a derreter nos polos (aumentando o nível de água do mar); extinções de espécies; entre outros fenómenos ambientais catastróficos (secas, furacões, tsunamis, ondas de calor ou de frio, tempestades, sismos, …). Depois das evidências que apresentei, a meu ver, não existem razões para não acreditar no problema sério que é o Aquecimento Global,

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::Na Biblioteca acontece:: Assim, no Agrupamento de Escolas de Condeixa,

Podem existir outras sugestões que, se contribu-

existem medidas que podem e devem ser aplica-

írem para o bom ambiente, também podem ser

das para que se torne num agrupamento mais eco implementadas, desde que sejam viáveis e considelógico:

radas mais eficientes. É incontestável que o nosso Mundo e o nosso

- Ter um maior controlo na água que é gasta nos Universo se encontram em constante mudança, autoclismos;

contudo, se cada um de nós se consciencializar de

- Colocar caixotes de lixo reciclado, pelo menos, que pode fazer algo para que estas mudanças sede papel e de plástico junto a cada lixo orgânico jam positivas, isto é, que não levem ao colapso, ao que existe na escola;

fim de vida no nosso planeta, podemos fazer a di-

- Reduzir o gasto de papel nas nossas cantinas, ferença! deixando de utilizar bases feitas deste material nos tabuleiros e recipientes de papel para os ta-

Bruna Queiroz de Brito, 12º B.

lheres; - Reduzir o recurso a folhas de teste nos momentos de avaliação, recorrendo aos próprios enunciados para a resolução dos mesmos.

CAMPEONATO LITERACIA 3Di

O Agrupamento de Escolas de Condeixa participou, mais um ano, na iniciativa da Porto Editora que consiste num desafio nacional dirigido aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico de todo o país, envolvendo os respetivos professores e estabelecimentos de ensino, com o propósito de avaliarem as suas competências em quatro dimensões do saber: Matemática, Ciência, Leitura e Inglês. As inscrições dos alunos, do 5.º ao 8.º anos de escolaridade, decorreram até dia 18 de outubro e a primeira fase decorreu, de 18 a 29 de novembro, nas instalações dos estabelecimentos de ensino. Somos uma escola com selo de escola promotora de literacia. Aguardemos os resultados dos nossos alunos!

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:: Na Biblioteca acontece Concurso Nacional de Leitura Estão oficialmente abertas as inscrições para o 14º Concurso Nacional de Leitura! A fase escola começa já em Janeiro, mas, antes disso, os alunos devem inscrever-se e levar uma leitura para férias. Dando continuidade ao ano de Centenário de Sophia, tema do Plano Anual de Atividades do Agrupamento, procuramos dar conhecer o universo ficcional da autora, alargando as experiências de leitura dos nossos alunos. Assim, propomos alguns textos que nos parecem ser adequados a cada faixa etária: 5º e 6º ano "Os três reis do Oriente", de Sophia de Mello Breyner Andresen. 7º, 8.º ano e 9.º ano “Os Ciganos”, de Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares. Ensino Secundário “O Cego” in “Quatro Contos Dispersos”, de Sophia de Mello Breyner Andresen. As inscrições podem ser realizadas pelos alunos individualmente, na Biblioteca Escolar ou junto dos professores de Português, até 17 de dezembro. As provas escritas decorrerão nas semanas de 6 a 10 e 13 a 17 janeiro de 2020, em horário a afixar, consoante o número de inscrições. As provas serão realizadas em formulários Google, com questões de escolha múltipla e uma de resposta extensa) Conforme o regulamento, serão selecionados 5 alunos por nível de escolaridade, que irão apresentar provas orais de leitura e argumentação, no Auditório do Museu PO.RO.S., no dia 1 de fevereiro, onde pretendemos ter como assistência familiares e amigos. Destes serão selecionados 2 alunos por ciclo, que irão representar o nosso concelho na fase seguinte, a fase intermunicipal.

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Na Biblioteca acontece :: DEZ RAZÕES PARA PARTIPICIPAR NO CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

1º. Aprender muitas mais coisas.

2º. Ler livros de qualidade que melhoram o vocabulário, a escrita e a imaginação.

3º. Visitar e viajar por diferentes locais.

4º. Testar os vossos conhecimentos e cultura geral.

5º. Divertir-se muito, quer se perca ou se ganhe.

6º. Conhecer novas pessoas e até arranjar amigos.

7º. Contactar com famosos que só vemos na televisão.

8º. Ficar com a casa cheia de livros.

9º. Ganhar muitos outros prémios, de valor elevado.

10º. Receber abraços de toda a agente, até do Presidente da República!

Queres ser campeão como eu? Inscreve-te! Cassiano Silva, 5ºC.

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:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES ::

Notas sobre o Prémio Nobel da Medicina

Os Prémios Nobel nasceram da vontade do cientista e industrial sueco Alfred Nobel em atribuir grande parte de sua fortuna a pessoas que trabalhassem por «um mundo melhor». Para isso, Alfred Nobel deixou a sua vontade expressa num testamento feito em Paris, em 1895, um ano antes de sua morte.

O Prémio Nobel da Medicina 2019, foi atribuído a três cientistas: aos norte-americanos William Kaelin e Gregg Semenza e ao britânico Peter Ratcliffe, pelas suas descobertas relativas à forma como as células se adaptam às diferenças de oxigénio. O trabalho destes investigadores estabeleceu a base para entender como os níveis de oxigénio afetam o metabolismo celular e a função fisiológica, que «abre caminho para o desenvolvimento de novas estratégias para combater a anemia, o cancro e muitas outras doenças» A cerimónia de atribuição dos Prémios Nobel acontece anualmente a 10 de dezembro, data de aniversário da morte do seu mentor, Alfred Nobel.

Ana Carolina Carvalho – 6º G

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:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES ::

No Dia da Alimentação, 16 de outubro de 2019, as para lanches saudáveis, tendo algumas delas sido turmas A e B do 6º ano da Escola Básica nº 2 apre- preparadas e distribuídas por todos os alunos da sentaram o trabalho final do Domínio de Autono- Escola Básica nº2, no dia da Alimentação, durante o mia Curricular (DAC) _ Saúde em movimento_ intervalo da manhã. que realizaram.

A confeção e distribuição dos lanches saudáveis

Com este DAC, pretendeu-se lecionar, de um mo- (taças de fruta fresca cortada e copinhos de frutos do integrado e contextualizado, alguns conteúdos secos) foram realizadas pelos alunos do 6ºA e B e curriculares das disciplinas de Ciências Naturais, contaram com a colaboração dos seus pais e encarMatemática, Educação Física, Educação Visual e Ci- regados de educação assim como com a de alguns dadania e Desenvolvimento. Houve, ainda, espaço a alunos do 6º E e F e do programa EPS. uma leve abordagem da temática em Inglês. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC)

Professora de MAT e CN_ Helena Delgado

dos alunos destas turmas e calculada a percenta-

Professora de CD_ Emília Baptista

gem de alunos que, comparativamente com as tabelas de referência do FITESCOLA, se situam acima da zona considerada saudável.

Professor de EV e ET_ José Monteiro Professores de EF_ Ana Baganha _Luís Lopes

Face ao elevado número de alunos que se situam acima da zona saudável, foram elaboradas ementas

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:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES Alerta! Antibiótico é uma das classes de medicamentos mais prescritas e consumidas em todo o mundo. Os antibióticos são utilizados exclusivamente para o combate de infeções por bactérias, não sendo eficazes contra vírus.

Os antibióticos são substâncias utilizadas para impedir o desenvolvimento de bactérias no corpo humano. Alguns antibióticos, como a penicilina, primeiro antibiótico, descoberto em 1928 por Fleming, são historicamente naturais, porém a maioria dos antibióticos são de origem sintética.

Exemplos de riscos do uso excessivo de antibióticos O antibiótico pode passar a fazer menos ou até mesmo nenhum efeito, pois baixa a imunidade. Poderão voltar a surgir doenças graves já consideradas controladas, como a tuberculose e em formas mais graves e difíceis de tratar. O uso excessivo de antibióticos, mesmo através de prescrições médicas levou, nos últimos anos, a um aumento exponencial da resistência das bactérias, dando origem a um problema sério de saúde a nível mundial. Consumo excessivo de antibióticos incide na probabilidade de o organismo poder desenvolver microrganismos resistentes a determinados antibióticos, o que pode, num futuro a curto/médio prazo, interferir com o tratamento de uma determinada doença. Não se deve tomar antibióticos sem prescrição médica! Carolina Matias, 6ºG.

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NOTÍCIAS / ATIVIDADES :: USO INADEQUADO DE ANTIBIÓTICO A resistência bacteriana aos antibióticos é, atualmente, um dos problemas de saúde pública mais relevantes a nível global, dado que apresenta consequências clínicas e económicas preocupantes, estando associada ao uso inadequado de antibióticos. Portugal é, no contexto europeu, um país com um elevado consumo de antibióticos, apesar de uma diminuição no consumo destes fármacos nos últimos anos. Os antibióticos surgiram no século passado, sendo que, o primeiro – a penicilina – foi descoberto por Alexander Fleming, em 1928. Estes revolucionaram a forma de tratar as infeções bacterianas, que era a principal causa de morte dessa época. Trata-se de substâncias químicas, naturais (produzidas por fungos ou bactérias) ou sintéticas que têm a capacidade de impedir a multiplicação das bactérias ou de as eliminar, permitindo assim tratar infeções bacterianas. O uso dos antibióticos está, apenas, indicado em infeções diagnosticadas pelo médico como sendo causadas por bactérias, pois não têm qualquer efeito contra os vírus, sendo por isso inúteis para tratar a gripe, causada por vírus e não por bactérias! Poderão, eventualmente, ser prescritos pelo médico quando há uma infeção bacteriana secundária associada à gripe como uma pneumonia ou faringite, por exemplo. Lembre-se: é de grande importância ter sempre em conta que os antibióticos deverão ser tomados somente mediante prescrição médica e seguindo rigorosamente as suas indicações. Laura Botelho, 6º G.

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:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES :: Mercadinho Saudável No dia 18 de outubro, na nossa escola, fizemos um “Mercadinho da Alimentação Saudável” para lembrar às pessoas que é importante ter uma alimentação saudável e variada. Os nossos pais e avós trouxeram muitos produtos fresquinhos da horta, que colocámos à venda. Nesse dia, tivemos muitas visitas. Durante a tarde, tivemos jogos tradicionais e contámos com a colaboração dos pais que também se divertiram muito. No final do dia, tivemos uma degustação de chás, para relembrar a pais, avós e outros amigos que vieram à escola, a importância que as plantas têm e tiveram na vida das pessoas. Estas, aliadas a uma alimentação saudável, têm muitos benefícios para a saúde. Foi ainda apresentada uma brochura sobre ervas aromáticas e os seus benefícios elaborada na nossa escola depois de pesquisas que fizemos. O chá foi servido em peças de louça pintadas à mão pelos alunos da nossa escola, atividade decorrente do Projeto Ceramicar que pretende dar a conhecer a pintura em louça característica de Condeixa. Terminámos com um lanche convívio onde se serviram diferentes chás e os conhecidos Anobrinhas, biscoitos inventados também na nossa escola. Foi um dia muito divertido! Alunos da EB1 de Anobra

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:: NOTÍCIAS / ATIVIDADES ::

Projeto DAC Nos dias dezasseis de outubro e dezassete de novembro, respetivamente, comemora-se o “Dia Mundial da Alimentação” e o “Dia do Não fumador”. Os alunos do sexto ano, turma G, não quiseram ficar indiferentes a estas datas. Integrado no projeto Domínios de Autonomia Curricular e de forma interdisciplinar, elaboraram trabalhos que, indo ao encontro do tema “Educar para a saúde e sustentabilidade” tinham como principal objetivo alertar/sensibilizar para a tomada de atitudes promotoras da saúde do Homem. Os trabalhos apelavam aos cuidados a ter, visando uma alimentação saudável e equilibrada, e alertavam para os perigos do consumo de tabaco. Os alunos mostraram empenho e entusiasmo na realização das atividades. A Diretora de Turma Licínia Roque

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Agrupamento de Condeixa na 2º fase do concurso “Consumir com cabeça” O projeto começou numa aula de português e logo a ideia me agradou. Num primeiro momento do projeto, toda a turma contribuiu, em trabalho de grupo, para a escrita do spot publicitário. Terminados os trabalhos, a professora leu à turma os textos escritos produzidos e daí foram selecionadas e organizadas as ideias, procedendo-se à reescrita de um texto coletivo muito original e dinâmico. Agradoume o facto de nos termos transformado num “exército”: o “Eco Esquadrão 8ºF”. A partir daí, criou-se um pequeno grupo de alunos que se voluntariou para reunir às quartas-feiras à tarde, a fim de dar voz ao spot e treinar a gravação. No primeiro dia, foi uma pequena disputa com os papéis a atribuir: quem diria o quê. Após algum tempo, todos unidos, conseguimos definirmos. Nas quartas-feiras seguintes, treinamos, rimos, enganávamos e recomeçávamos todos como uma “Eco Família”. Este projeto tem-nos ajudado a aprender mais sobre o ambiente, como o podemos ajudar e também a ensinar-nos a falar com mais facilidade, desenvolvendo as nossas capacidades orais. Quando soubemos que tínhamos passado à 2º fase do concurso, fiquei muito orgulhosa. No final de contas, as tardes passadas a treinar valeram a pena! Espero que nas próximas fases tenhamos um sucesso tão grande como o anterior. Anaís Duro, nº 3 – 8ºF

Spot publicitário - Bem-vindos ao torneio da Rádio Miúdos “Consumir com Cabeça” com o Apoio do Fundo para a proteção dos Direitos dos Consumidores. - Somos o “Eco Esquadrão 8ºF” da Escola Secundária Fernando Namora do Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova e marcamos aqui a nossa presença, sob a orientação da nossa professora Hortênsia Ramos, para que façam parte da nossa missão especial “Comprar no século XXI”. - Pensem: só temos uma Terra e todos dependemos dela. Certo? - Para proteger o ambiente e garantir a nossa sobrevivência não podemos gastar mais do que aquilo que a Natureza pode repor. - Estão conscientes do impacto ambiental das vossas ações diárias? - Venham daí! Juntem-se ao nosso esquadrão. Estamos a recrutar para consumir com cabeça! Sabem, com miolos! Usem-nos para adotar um estilo de vida saudável. Pois é! Pequenos gestos, grandes diferenças! Aí, sim! Grande estilo, hein! - Alinhas na missão? - Por onde começar? - Fácil! Minimiza a tua pegada ecológica quando vais comprar! - Pegada? Como a dos dinossáurios? - Pelo contrário! A mais pequena possível! Nós somos os guardiões do ambiente e fazemos a diferença. Ouve bem! Aqui vão alguns exercícios. - Pronto-a-vestir? Não atafulhes os armários com fardas só por estarem em promoção! Saldos, promoções e mais saldos, não!! - Ah, prefiro isso aos abdominais! - Calçado? Desgaste? Primeira solução: o sapateiro. 50 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa - dezembro de 2019


NOTÍCIAS/ATIVIDADES :: - Quantos pares? - 1,2,3,4,5! Basta! Olha para as nossas botifarras! Não são do primeiro grito mas ainda aguentam as nossas caminhadas. - Supermercado? Faz uma lista. - Opta por produtos não embalados ou, se o forem, escolhe as de cartão em vez de esferovite ou plástico, por estes serem materiais que não se degradam facilmente. - Leva contigo o teu saco para transportar as compras e diz não aos fornecidos pelas lojas. - Sabes que para se produzir um saco demora 1 segundo, mas ele é usado durante 20 minutos e demora 500 anos a decompor-se!! - Lembra-te da mortífera ilha de plástico que nos invade. Temos de combatê-la! - Aposta em produtos pouco poluentes. - Opta por produtos nacionais a produtos importados, por causa dos custos ambientais do transporte e da manutenção das mercadorias. - Escolhe produtos frescos em vez dos congelados, os biológicos e do comércio local. - Onde comprar? - Escolhe lojas e produtos associados a políticas e práticas ambientais reconhecidas. - Ai, Ai, Ai!! Comprar, comprar, comprar! A minha cabeça vai rebentar! - Não faças compras desnecessárias. Pensa antes de agir. Pensa! - Percebido? - Sim, meu Capitão! - Palavras de ordem: Não te esqueças: o ambiente está nas tuas mãos! Não deixes para amanhã aquilo que deves fazer hoje! - Um por todos, todos pelo ambiente. Luta por ele. Mãos à obra, recrutas! - Às ordens, meu Capitão! Consumir com cabeça, é para já. “Esta experiência tem sido engraçada. Gosto da ideia deste concurso “Consumir com Cabeça” da Rádio Miúdos porque podemos vir a representar a nossa escola a nível nacional e o convívio com outros alunos é ótimo. Espero que no próximo ano letivo, sejam vocês a levar a nossa escola à 2º e/ou terceira fase. Por enquanto já estamos apurados para a 2º. Vamos trabalhar para chegar à final!” Afonso Teixeira, nº1 - 8ºF “Eu participei no projeto da Rádio Miúdos “Consumir com cabeça”. A primeira fase consistia em realizar um spot publicitário sobre o consumo. Deixamos de ser um grupo de três rapazes e cinco raparigas e passamos a ser o “Eco Esquadrão 8ºF”. Trabalhamos durante semanas, ora nas aulas ora nas tardes livres de quarta-feira, com a nossa professora de português, a professora bibliotecária e o nosso professor de música. Gravamos o áudio vezes sem conta até sair na perfeição. Depois escolhemos músicas que acrescentamos como músicas de fundo e enviamos o documento para a Rádio Miúdos. Recebemos a notícia de que fomos uma das turmas vencedoras e que vamos à fase seguinte, a interregional. Gostava que o nosso Esquadrão ganhasse e que passássemos à fase nacional. Se nos dedicarmos tanto outra vez, penso que somos capazes para tal!” Anita Costa, nº4 - 8ºF dezembro de 2019 - JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 51


10 MINUTOS A LER+ O Plano Nacional de Leitura quer que os alunos tenham dez minutos para ler por prazer e o Agrupamento de Escolas de Condeixa disse: Vamos a isso! Um dos objetivos desta iniciativa é dissociar a leitura apenas das aulas de Português e retirar-lhes a carga de obrigação e do trabalho escolar. Formar leitores é uma das nossas prioridades, por isso candidatamos desde logo o Agrupamento e foi com grande satisfação que recebemos a resposta afirmativa para integrar as primeiras escolas “10 minutos a Ler+”. A este desafio candidataram-se mais de 200 escolas e o PNL selecionou as 70 primeiras que responderam e cumpriam alguns requisitos exigidos para receber o apoio, como disponibilizar a lista de livros que queriam comprar. O PNL investiu 70 mil euros para que as escolas possam actualizar as suas bibliotecas escolares e fazerem chegar a leitura a todo o lado. Aquisições feitas, cada conselho de turma foi chamado a pronunciar-se quanto à aplicação do projeto (disciplinas, horários, estratégias de leitura), em função das características de cada grupo-turma. Podem ser dados aos alunos 10 minutos na aula da manhã ou da tarde para ler, individualmente ou em grupo, em voz alta ou em silêncio. Nó nosso Agrupamento, os alunos do 2º, 3º CEB e Secundário podem levantar o seu passaporte de leitura na biblioteca e acumular os 10 minutos que passam a ler fora da sala de aula, mediante a rubrica de um funcionário ou professor que valide esse ato. De 10 em 10, chegaremos a 1000! Carla Fernandes

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