Revista Curta – Edição nº47 – novembro/2019

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REVISTA

CURTA


EDITORIAL Nossa última sessão não poderia trazer nada menos do que um filme épico, a escolha da bolsista manteve essa tradição de fechar nossas atividades no ano com chave de ouro, afinal de contas, Mulan é muito mais do que uma simples animação da Disney. A história é uma inspiração para muitas meninas que amam o filme desde criança. O Cinecom tem prazer de exibir uma produção tão magnífica que

traz valores essenciais como companheirismo, amizade, lealdade, bravura e determinação. Esperamos que vocês apreciem a sessão e possam sentir o coração aquecido pela nossa despedida desse ano que trouxe muitas lágrimas, sorrisos, trabalho duro e conquistas ao lado do projeto. Contamos com a presença de vocês no ano que vem! Bom filme e boas festas de fim de ano!

Ana Vitória Messias

NESTA EDIÇÃO 3

Ficha Técnica e Sinopse

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Mulan e a representação do outro

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A real história de Mulan

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O mundo não tão moderno

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Dicas de cinéfilo, playlist e dica Cinecom


Mulan Mulan, 1998 Direção: Tony Bancroft, Barry Cook Roteiro: Rita Hsiao, Chris Sanders, Philip LaZebnik Elenco: Ming-Na Wen, Eddie Murphy, BD Wong, Lea Salonga Nacionalidade: Estados Unidos

Sinopse

Temendo que seu pai adoentado seja convocado para servir ao exército chinês, Mulan (Ming-Na Wen) se disfarça de homem e treina com os colegas. Acompanhada de seu dragão Mushu (Eddie Murphy), ela usa sua inteligência para a judar a combater a invasão Hun e se apaixona por um charmoso capitão.

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mulan e a representação do outro

Representatividade é uma demanda frequente dos filmes, séries, músicas e produções artísticas no geral. É preciso ter personagens que vão além do estereótipo hétero, branco, ocidental e cisgênero inclusive nos filmes feito para as crianças, pois pequenos se enxergarem nas telonas é fundamental. No entanto basta apenas ter uma personagem quebrando esses padrões? Mulan é a primeira personagem não-branca das Disney com história centrada nela e o fato dela existir pareceu ser um ganho enorme na época. No entanto quando ouvimos as pessoas da mesma ascendência da personagem percebe-se que muito dela e de sua cultura se perdeu. A personagem na adaptação americana passa por conflitos familiares por seus entes não

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entenderem sua personalidade, que tem aspectos tidos como masculinos e femininos, mas no original esta não parece ser uma questão para sua família. E esse é um dos grandes problemas da trama, Mulan parece estar cercada de pessoas retrógadas e preconceituosas, pintando o seu povo como se eles fossem exclusivamente os únicos a terem esse tipo de problemas. Ai está um dos grandes problemas da representatividade de Hollywood: é realmente representativo narrar uma história ignorando completamente as raízes dela e colocando uma equipe ma joritariamente branca, estadunidense para produzi-la?

Julia Lourenço


a real história de mulan Lenda ou realidade? Não sabemos. Porém, poema chinês , “A balada de Mulan”, datado do século VI d.C. conta a história de Ha Mulan ou Fa Mulan, como é chamada em tais histórias. Uma jovem guerreira que se disfarça de homem e vai a guerra no lugar de seu pai enfermo. Sua história nunca foi comprovada, porém, dizse que ela teria vivido entre os séculos IV e V d.C. Nessa versão ela sai de casa no lugar de seu pai, mas, com a “permissão” da família porque ela foi criada sabendo arco e flecha e artes marciais; utilizando isso como argumento ela convence seus familiares que deve ir no lugar do pai. Ela vive dez anos no exército, passa por inúmeras batalhas e dificuldades. Mulan é uma mulher decidida, não há um Mushu para guia-la e ela não possui nenhum interesse amoroso, como o Shang (entretanto tem uma versão que no final ela se casa com um soldado).

Com relação ao final e a sua revelação como mulher há diferentes versões da história. Na principal, ela volta da guerra após esses dez anos, faz um jantar e convida seus amigos soldados e se revela mulher. Eles a continuam tratando como igual, devido ao respeito e ao companheirismo que eles nutriram nas batalhas. Em outra versão, Mulan se revela como uma mulher durante a batalha final, sendo seguida por seus companheiros sem hesitação.

João Martins 5


o mundo não tão moderno Durante o século VII, na dinastia Tang, foi escrito um poema que se popularizou conhecido como A Balada de Mulan. Ele contava a história de uma jovem mulher que se vestia de homem para ir para a guerra. Até hoje não se chegou até um consenso real sobre Fa Mulan ter existido de verdade ou não. Mas em toda a história, mulheres foram para a guerra vestidas de homem, o exemplo mais conhecido é Joana D’Arc, que recebeu visões do Arcanjo Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida a instruindo a se juntar ao exército de Carlos VII para livrar a França das forças inglesas. Mas se vestir de homem era um crime, e Joana foi morta pela inquisição. No Brasil, Maria Quitéria foi uma heroína que lutou na Guerra da Independência, em 1821 em meios as agitações da guerra, Maria Quitéria foge de sua casa, se veste como homem e vai lutar pela independência do Brasil. Atualmente, mesmo em 2019, o mundo ainda é cruel com as

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mulheres, não só no que se refere a ir para a guerra, mas também de viver o dia-a-dia. Isso porque ser homem evitaria o assédio na rua, ser questionada no ambiente de trabalho, silenciada nas atividades em grupo e ser sexualizada em qualquer situação. Essa mulheres históricas começaram a lutar uma guerra contra a qual lutamos até hoje: a contra o machismo.

Mariana Ribeiro


dicas de Yan Gabriel Oliveira foi membro do projeto de 2016 até este ano. Curte filmes de drama, fantasia e é fascinado pelos universo dos heróis. Apaixonado por animação e sua admiração pelo cinema surgiu pela curiosidade de saber como os filmes eram feitos. Foi bolsista do projeto, em 2018.

Top 5 favoritos 1. As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky, 2012)

4. Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban

2. Pantera Negra (Ryan Cogle, 2018)

(Alfonso Cuáron, 2004)

3. Moonlight (Barry Jenkins, 2017)

5. A Viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki, 2001)

playlist

Grl pwr Woman Like Me - Little Mix feat Nicki Minaj •

you should see me in a crown - Billie Eilish • God is a Woman - Ariana Grande • S.L.U.T. - Bea Miller • Eu só preciso ser - Sandy feat IZA•

dica cinecom

mushu • Como Treinar o seu Dragão (2010) • O Bom Dinossauro (2015) • Lilo & Stitch (2002) • Barbie Rapunzel (2002) • Mulan 2: A Lenda Continua (2004)

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redação Cinecom

Essa foi nossa última sessão Obrigado por nos acompanharem e vemos vocês no próximo ano!

Revista curta | edição 47 - Novembro/2019 Orientador: Albert Ferreira Edição Geral: Ana Vitória

Messias Projeto Gráfico: Brenda Scota,

Beatriz Valente Reportagem e Redação: Mariana

Ribeiro, Julia Lourenço, João Martins Revisão: Maria Cecília Couto Diagramação: Beatriz Valente Crédito imagens: Beatriz Valente (capa) e reprodução (pag. 2-8)


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