Edição 235 Dezembro

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UMA DÉCADA SEM JUSTIÇA

2006 - Edição 235 - Dezembro 2022 - Barroso/MG - Distribuição Gratuita barrosoemdia.com.br
Desde

O executivo municipal é responsável por proporcionar, também, cultura, lazer, alegria e diversão para uma sociedade, principalmente para aqueles que não têm acesso. Porém, o poder executivo não é o responsável direto por segurança pública. Ele pode e deve contribuir. Isso é um direito garantido na Constituição Federal que o Estado, através dos seus representantes, deve dar às pessoas de bem, famílias que pagam impostos corretamente e que querem que o nosso dinheiro seja revertido, também, em cultura, lazer, alegria e diversão. Sim, diversão, temos que nos divertir também. Ou será que temos que ficar em casa, reféns do medo, da bandidagem, dos criminosos? Negativo. A Polícia do Estado de Minas Gerais, uma das mais competentes do Brasil, precisa estender o braço ao Executivo Federal, questionar as autoridades sobre condições e resolver a questão de segurança pública. Nós estamos certos de nos divertimos. Eles estão errados por saírem armados. A conta é simples: que a Polícia prenda estes criminosos. Os valores estão se invertendo. Estamos perdendo espaço e daqui a pouco nós seremos, se já não somos, os prisioneiros. Prefeito e vice que continuem proporcionando alegria, cultura e diversão para o povo e que o Estado aja. Segurança pública é dever, dever do estado. Não parem as festas. Não parem os jogos, o carnaval, o Réveillon ou o futsal. Parem os criminosos. Eles não podem e não vão vencer. Jamais. Devemos denunciar este absurdo e cobrar das autoridades, através do ministério público, justiça, ação e segurança no nosso município. Chega! Aqui sempre foi lugar de paz e diversão e continuará sendo.

Atualidades

Natal: nascimento e renascimento

Há muitos anos, em uma manjedoura, uma mulher deu a luz a um Filho. Foi concebida por um anjo, que disse que o menino deveria chamar-se Jesus. Passados mais de 2000 anos, o nascimento desse Menino continua sendo lembrado. De fato, nas últimas décadas, mesmo para nós, Cristãos, esse Menino tem perdido espaço, durante o Natal, para o Papai Noel, os presentes e a comida. Novos deuses que se assenhorearam desta data. Mas, o Menino continua relutante, e a cada dia 25 de dezembro, renasce em nossos corações e trás paz, alegria e mansidão. Que nós, Cristãos ou não, possamos ter, no exemplo de Jesus, aquele Menino da manjedoura, nascido em uma Noite Feliz, com música de pastores e anjos no céu, novamente, um renascimento em nossos corações e darmos mais sentido à nossa existência.

E com o Natal, aproxima-se, também, o Novo Ano. Sempre há uma renovação no Réveillon. Renovação de ano, de promessas e de sonhos. E neste ano, diferente dos dois anteriores, a passagem será regada a abraços, beijos e comemorações mil, com o passamento (ou pelo menos, do pior momento) da Pandemia. Mas, o ano novo trará novos desafios. Novos objetivos e sonhos sempre trazem consigo muita luta, perseverança e abnegação. Não é fácil cumprir as metas traçadas no Réveillon. Mas, com ajuda daquele Menino, aquele mesmo “renascido” na noite de Natal, nossos sonhos e objetivos podem, e devem, se tornar realidade.

E esta coluna deseja a todos vocês neste Natal e ano vindouro, sorte, garra e força, para buscarem aquilo que realmente desejam e seja importante, mas desejando, principalmente, que não façam de suas vidas uma busca incessante pelo sucesso pessoal. Na verdade, as verdadeiras conquistas são aquelas que são compartilhadas. De nada adianta a vitória de um se essa conquista não traz o bem para todos. A sociedade é sórdida, e não podemos nos subsumir aos anseios do capital e mesquinhos que pensam no ganhar, a qualquer custo, ainda que, para isso, muitos sejam prejudicados. Que a justiça social possa ser a real busca de nossa sociedade. Um mundo desigual como o que vivemos não é bom nem para os vencedores.

E como é fim de ano, gostaria de trazer singelos versos de Manoel Bandeira:

Assim eu quereria o meu último poema. Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Espero que durante nossas conversas mensais por meio das páginas do barrosoemdia, tenha eu podido deixar algo de bom e proveitoso aos leitores. E espero, de todo coração, poder, no ano vindouro, continuar essa tão agradável e difícil tarefa que é escrever para toda a sociedade barrosense. Sei que não agradei a muitos, mas saibam que, de todo coração, o que escrevi e escrevo é o que eu realmente acredito.

E ao contrário da linda música, “Noite Feliz”, clamo ao Menino Deus para que fique bem acordado no ano que se avizinha, principalmente tomando conta de nosso Brasil, que, infelizmente, está tão divido. Oxalá um dia sejamos um país, de fato, livre, justo e fraterno.

Feliz Natal e um ano novo cheio de realização a todos.

E agora, quem poderá nos defender? Chapolin Colorado! Nada, mexe com isso não. Eu sei quem pode nos tirar desta. Lamento dizer mas só ele pra nos salvar: #voltarobocop... Só o Robocop mesmo, só ele!

É Copa do Mundo ou Olímpiadas? Estou meio confuso, outro dia vi na rua lutas de muay thai feminino, boxe masculino e tiro ao alvo! Daí fiquei meio confuso!

João?

Quer dizer então que tem que acabar com Telão da Copa, Futsal de Verão, Carnaval e Réveillon porque uma minoria aí não sabe se divertir? É isso mesmo que ouvi? Santa paciência! Santa paciência! A gente tem que ficar dentro de casa por causa dos brigões? Que país é este? Que cidade é essa? Que tanto de arma é este? Vai mais legalizar armas. Olha aí os cidadãos de bem onde estão colocando a mão... Vai mais! Lembra da arminha que você fazia? Então...

Polícia para quem precisa de polícia! Espero que resolvam: SEGURANÇA! Vou chamar atenção de novo: Polícia tem que ser mais enérgica em Barroso.

De pato pra ganso: que linda a cidade, né? Como dizia a música: “... meu Deus, mas que cidade linda, no ano novo eu começo a trabalhar...” Mas, cá entre nós, adianta nada aquela Avenida linda, enfeitada e aquele tanto de carreta pela Avenida afora atrapalhando tudo! Coisa feia! Os enfeites nem aparecem direito! Vão resolver isso aí minha gente!

Por falar em trabalhar, tem um amigo aí que diz que não entrega currículo com medo de conseguir emprego: “Eu não, vai que eles me chamam!” kkkkkkkk

Tá cheio de gente assim, né? Tem muito gente à toa! E se der bobeira, tem uns aí que vão ficar dormindo na casinha do Papai Noel lá na Praça! Por falar nisso achei que os pitbulls é que iriam puxar o trenó este ano...

Bom Natais pra todo mundo gente e um ano novo cheio de paz.A gente tá precisando de paz!

barrosoemdia.com.br Dezembro 2022 2
Editorial
Co-fundador: Antônio Marcos Pinto (in memoriam) Editor Chefe/Jornalista responsável: Bruno Ferreira - 11.558/MG CNPJ: 12.772.555/0001-30 (E.I.) - Tiragem: 1.000 exemplares Colaborador: Gian Brandão E-mail: barrosoemdia@yahoo.com.br facebook.com/barrosoemdia - Instagram: @jornalbarrosoemdia EXPEDIENTE - PÁGINA DE OPINIÃO www.barrosoemdia.com.br Telefone: (32) 9.9199-1575 TELEFONE 3351-3419

Dez anos sem respostas

20 de dezembro de 2012, há uma década, Eloíza Fernanda da Silva, de 21 anos, saía da casa da sogra onde morava e iria para o trabalho, na região central de Barroso. Como de costume, faria o trajeto que liga o Bairro João Bedeschi ao centro da cidade. Naquela quinta, Eloíza saiu de casa e deixou o esposo e a filha, de três anos de idade, e nunca mais voltou. “A última vez que vi minha filha foi na quarta-feira (19), na casa da sogra dela, onde ela morava. Eu sinceramente achei ela meio triste, mas podia ser coisa de mãe”, diz Neide Rodrigues Maria Silva, em uma das reportagens da época.

Naquela quintafeira, a jovem Eloíza encerrou mais um expediente de trabalho, mas não conseguiu retornar para casa. “Na quinta de manhã, por volta das 11h, recebi uma ligação da minha sogra perguntando se Eloíza tinha dormido na minha residência, a partir dalí, meu mundo acabou”, relata Neide. Na internet, ainda que limitada naquele tempo, um movimento à procura da jovem se iniciava e cerca de dois dias depois, na manhã do sábado (22), o corpo de Eloíza foi encontrado na Rua Deudes José de Matos, a Rua da Cadeinha, em um lugar de mata fechada, atrás do Hospital de Barroso, próximo ao leito do Rio das Mortes.

Naquela trágica manhã, a perícia da Polícia Civil esteve no local e depois dos trabalhos de praxe, o corpo foi removido por funcionários de uma funéraria e levado para o Instituto Médico Legal (IML). Naquela ocasião a Polícia informou à reportagem, como consta nas matérias do jornal da

época, que o corpo havia sido encontrado sem roupas e que haviam sinais de estrangulamento por cordas.

Agosto de 2002, cerca de cinco meses depois do ocorrido, resultados de exames realizados pelo IML, em Belo Horizonte, não apontaram direção para a investigação e o Crime da Cadeinha, como ficou conhecido, segue sem definição. “No material coletado não havia nenhum vestígio do autor do crime”, repassa ao barrosoemdia o então Delegado de Barroso Alexsander Soares Diniz

que estava à frente do caso e declarou que continuaria rigorosamente com as investigações.

Ainda na época, um barrosense, acusado e preso pelo estupro de sete mulheres em São João del Rei, também chegou a ser declarado o maior suspeito, mas com a ausência de provas no laudo do IML, ele não foi considerado o autor do crime.

Iniciava-se ali um dos crimes mais complexos da história da cidade de Barroso, o Crime da Cadeinha. E até hoje a pergunta persiste: Quem matou Eloíza?

PERGUNTAS

Esta é a pergunta que muitos barrosenses têm feito nos últimos anos. E dez anos depois, a reportagem continua atrás de palavras e solução, mas a cada ano as respostas vão ficando vagas e uma enorme ferida continua se abrindo no peito dos familiares e amigos que clamam por respostas e justiça. “Não quero morrer sem saber quem matou minha filha. Vou lutar até o último dia da minha vida”, diz Neide que recentemente falou à Rádio Liberdade e desabafou

sobre o Crime da Cadeinha. “Quem matou minha filha não matou só ela, matou um pouco de cada um de nós”, diz a mãe que também ressalta que perdeu uma outra filha por uma doença e o marido que estava acamado e doente depois do que aconteceu. “Com tudo isso ele teve um AVC e não suportou. Aliás, não sei como aguentou tudo isso, só Deus mesmo para nos dar força e viver com este vazio. Minha neta, filha de Eloíza, que na época tinha três anos de idade, desde os seis fala para mim que quer ser policial, só para poder descobrir quem fez isso com a mãe dela”, relata Neide que diz sofrer ao ver a menina e todos os outros sofrendo sem respostas. “O marido dela sofre e a minha sogra também. Todos nós sofremos com isso. Inclusive recebo muitas mensagens de um monte de mães me mandando forças, todos os dias, até hoje, dez anos depois”, relata a mãe de Eloíza que continua procurando respostas.

RESPOSTAS

E foi justamente atrás de respostas que o barrosoemdia foi atrás. No início desta semana, a reportagem entrou em contato com o ex-delegado de Barroso e responsável pelo caso, Alexsander Soares Diniz, que declarou que todas as diligências e informações poderiam ser levantadas pelo atual delegado da cidade. “Vou deixar com o Doutor Roberto que é o titular da unidade atualmente”, declarou Alexsander que fez questão de atender a reportagem e repassar os contatos necessários. Já o atual Delegado Roberto Fernando Nobrega Filho, que está atuando em Bar-

roso, declarou que sobre o caso, ele não teria conhecimento, pois chegou na cidade em janeiro de 2019, ou seja, sete anos depois do ocorrido. “Posso pedir informações aos investigadores”, sugeriu Roberto com o intuito de colaborar com a matéria do barrosoemdia. Porém, até o fechamento desta edição - quarta-feira (7) 12h - nenhuma nova informação havia sido repassada ao meio de comunicação. Entre outras dezenas de perguntas que poderiam ser feitas, fica a falta de informação no que diz respeito ao inquérito policial. Não foi possível apurar também se ainda existe investigação em curso e se tem alguma novidade sobre o Crime da Cadeinha, que chocou a cidade e colocou a população em estado de alerta. “Vocês já pararam para pensar uma coisa: o assassino da Eloíza está por aí, andando entre nossas filhas, sobrinhas, netas... Há qualquer momento ele pode agir novamente e tirar a vida de mais uma pessoa inocente. Não temos que esperar acontecer com nossos filhos para indignarmos, porque a próxima vítima pode ser nossos filhos.

Clamamos por justiça, ontem, hoje e sempre”, diz uma leitora do jornal que prefere não se identificar, mas fez questão de lembrar a data e recordar que acompanha o caso há muitos anos. “Este caso, este femicídio, sempre me incomodou. Não podemos deixar passar, mesmo que passe 10, 20 ou 30 anos, isso não pode acontecer, principalmente em uma cidade onde todos se conhecem”, relata a leitora incoformada com a injustiça. “Será se fosse o filho do tal estaria até hoje assim?”, pergunta.

barrosoemdia.com.br 3 Dezembro 2022
Quem matou Eloíza ? O barrosoemdia fez dezenas de matérias sobre o caso nos últimos dez anos Muito obrigado Barroso! Agradeço de coração por novamente ser o Deputado Federal mais votado pelos barrosenses! Estamos juntos Barroso! Doutor Frederico
Podcast da Rádio Liberdade FM sobre o Crime da Cadeinha

Em

meio

a

nova onda, Barroso já tem cerca

de 200 positivos Casos de Covid estão de volta Bandeirantes e

de Covid

Uma planilha do governo municipal mostra o perfil epidemiológico dos casos confirmados na cidade de Barroso nos últimos dois anos e nove meses de pandemia, levando em conta o início em março de 2020.

A faixa etária com o maior número de positivos é de idosos, ou seja, pessoas acima de 60 anos de idade.

minino. Entre as comorbidades as doenças variam com doenças crônicas como hepática, neurológica, renal, respiratória, cardiovascular e etc. Ao todo, 17 bebês recém nascidos, ou seja, com menos de um ano de idade, já contraíram o vírus no município.

CASOS ATUAIS

ACovid não dá trégua. Seja no mundo, no Brasil, em Minas Gerais ou em Barroso, o vírus, com uma nova variante voltou a circular e está assustando as pessoas novamente na cidade. “Achei que estávamos livre disso, mas vamos ter que aprender a conviver”, diz uma leitora

que pediu uma ação das autoridades de saúde. Em Barroso, até o fechamento desta edição - quarta-feira (7) - cerca de 200 pessoas estavam, segundo boletins da Secretaria de Saúde, com o coronavírus no município. E mais, entre os números divulgados pelo poder público, quatro pessoas estavam internadas com a doença no Hospital

Prefeito Macedo Couto. ‘Este é o grande problema. Enquanto temos casos e as vacinas vêm fazendo a diferença, ou seja, evitando internações e consequentemente mortes, tudo bem, mas a partir do momento que começam as internações, devemos, de fato, nos preocupar”, conta um profissional da saúde barrosense que vem

trabalhando no enfrentamento desde o início da pandemia no município. Segundo dados, trata-se de quatro pessoas com comorbidades, sendo elas duas gestantes. Desde meados do mês de novembro que o número de casos vem crescendo consideravelmente no município. Acompanhe mais números no site barrosoemdia

Esta também é a faixa etária que tem o maior número de óbitos no município. Até o momento, foram 76 mortes no total, sendo a última registrada em julho deste ano quando um senhor de 80 anos faleceu em São João del Rei. As mulheres também são maioria no que diz respeito a casos positivos no município. São mais de 3 mil e 200 casos do sexo fe-

Entre os casos atuais, onde ainda as pessoas estão com o vírus ativo, os bairros do Bandeirantes e Centro são os que mais registram Covid até o momento. São 41 casos no Bandeirantes e 34 casos na região central da cidade. A localidade com o menor índice de contaminação atualmente é a zona rural do município.

barrosoemdia.com.br 5 Dezembro 2022
Centro são os bairros com mais casos
Hospital volta a registrar internações por Covid
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