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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS!

M E N S Á R I O

N.º 914

• ANO LIV/LVI 1 MARÇO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

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“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/

Escola de eleição ... apesar de tudo

FOTO URSULA ZANGGER

DESTAQUE CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Autarquia valonguense preocupada em dar sinal público das marcas e mais-valias distintivas do concelho DESTAQUE - PÁG. 3

Projeto Saibreiras Bairro d’Artes

DESTAQUE - PÁG. 6

O histórico diretor da Escola Secundária de Ermesinde, agora ainda mais responsabilizado, porque lhe cabe dirigir a gestão de um agrupamento com mais de 2 500 alunos, é, ao mesmo tempo, um homem indignado com a forma como a sua Escola Secundária foi tratada – de forma injusta e desigual para com outras escolas, impondo más condições de trabalho a professores, funcionários e alunos –, mas também um homem orgulhoso do seu corpo docente, da qualidade pedagógica e dos projetos que fazem com que esta escola viva, atue e forme, com entusiasmo e perseverança. Esta escola MERECE ser mais bem tratada. DESTAQUE

Mobilizar para a ação – projeto Interval – CLDS+

LOCAL - PÁG. 8

Uma Aposta no Futuro para a Inclusão

LOCAL - PÁG. 9

DAMAS

Realizou-se (na ESE) o II Open Nacional Cidade de Ermesinde

A c o m p a n h e t a m b é m “ A Vo z d e E r m e s i n d e ” o n l i n e n o f a c e b o o k e g o o g l e +


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1 MARÇO de 2014

FERNANDA LAGE DIRETORA

EDITORIAL

E

Em busca das raízes do nosso Carnaval

m tempo de Carnaval lembramos as velhas tradições do Entrudo celebrado com comida farta e melhorada. Na nossa região come-se cozido à base de carne de porco ou feijão guisado com orelheira, a que muitos acrescentam rabo e pé de porco, presunto toucinho e salpicão. No Porto e arredores é realmente a orelheira que impera, cozida acompanhada de legumes ou feijão, e até com arroz, é o caso das merendas de arroz de Paços de Ferreira. Procurar a origem de todos estes festejos é mergulhar num mundo entre o profano e o sagrado em que, para a religião católica, é fácil encontrar justificação a partir do século XI, altura da implantação da Semana Santa antecedida do jejum da Quaresma. Este longo período de privações acabaria por incentivar a realização de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-Feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma. Para trás, como sempre, fica o mistério, é o Carnaval, um ritual de purificação e expulsão das forças malignas do Inverno, festas «em vista do renovo da vegetação, que tiveram a sua última forma expressa nas Saturnais romanas. Elas comportam originariamente o sacrifício anual do rei, que transparece nos actuais enterros do Entrudo nas suas várias personalizações burlescas, nas lutas do Verão e do Inverno». (1) Dessas tradições ainda encontramos alguns vestígios como o enterro do João, a queima do galheiro, o dia das Comadres e o dia dos Compadres, o pai velho de Lindoso... Todos estes festejos terminavam com o fogo, a queima dos bonecos, sinónimo de purificação, o fim do Inverno, a morte do mal e a esperança na nova Primavera. Tempo de liberdade, de prazer e mal dizer – é Carnaval, ninguém leva a mal! Desse Carnaval rural temos ainda bons exemplos em Trás-os-Montes, os Caretos de Podence, que no Domingo Gordo e Terça-Feira de Carnaval percorrem as ruas e vielas da terra em bandos frenéticos a correr atrás das raparigas solteiras para as chocalharem. Ou

os diabos de Vinhais. Aí a morte, acompanhada da Censura e dos diabos, sai à rua na Quarta-Feira de Cinzas. No Renascimento aparecem os bailes de máscaras, com ricas fantasias e os carros alegóricos. Em fins do século XIX e princípios do século XX, na nossa terra, o Carnaval era festejado em espaços públicos e em privados. O Carnaval da rua era o mais popular e por vezes violento, era hábito esfregar a cara das pessoas com pó de talco, fuligem e cinzas das lareiras, graxa e outras gorduras, e borrifavam-se as pessoas com água, e outros líquidos. Nas casas particulares as famílias mais abastadas divertiam-se organizando bailes de máscaras. Na classe média organizavam-se assaltos, atirava-se talco, confettis e os mais novos lançavam rolos de fitas coloridas. Faziam-se partidas como a de colocar pedaços de papel nas costas das pessoas, imitando caudas de animais, levavam-se doces, ratos, centopeias, moscas, tudo a fingir, que se colocavam pela casa ou na mesa de refeições, de preferência no meio dos alimentos. Em Ermesinde, na Segunda-Feira de Carnaval, os mascarados desfilavam pela feira, alguns vinham das terras vizinhas de comboio. O guarda-roupa destes mascarados era muito improvisado, quase sempre os homens vestiam-se de mulheres e as mulheres de homens. Representavam muitas vezes cortejos de casamentos, a noiva, sempre um homem com uma grande barriga e um ramo de flores, que nalguns casos era uma couve-galega. Figuras isoladas como espanholas, bruxas com a respetiva vassoura e homens vestidos de raparigas com cabeleiras e grandes seios, com lábios muito pintados, outros de criadas de servir. As crianças quando podiam improvisavam um vestido de princesa. Uma roupa velha dava uma roupa de cigana, de camponesa, de pastor, e por vezes vestiam roupas tradicionais de outras terras. Hoje, como em tudo, passamos de colonizadores a colonizados, e até no Carnaval isso acontece. (1)

Ernesto Veiga de Oliveira, “Festividades Cíclicas em Portugal”.


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CÂMARA

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MUNICIPAL

DE

VALONGO

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• FOTOS URSULA ZANGGER

Câmara estuda compensação a atribuir às IPSS’s pelo fim do protocolo de fornecimento de refeições A última sessão pública da Câmara Municipal de Valongo, realizada na pasada quinta-feira, dia 27 de fevereiro, foi parca de assuntos de grande monta. Entre as decisões tomadas refira-se a aprovação de votos de louvor a atletas do concelho e a celebração de um protocolo tendente a estender a Plataforma Solidária a Alfena. A Câmara ficou de reunir em privado, depois da sessão pública, para apreciar a situação decorrente do fornecimento de refeições às escolas pelas IPSS do concelho, situação considerada insustentável pela Câmara que, todavia, busca ainda chegar a um consenso com as IPSSs. LC

“A Voz de Ermesinde” sabe que continua em cima da mesa do Executivo municipal a questão do diferendo que opõe a autarquia às IPSSs envolvidas no processo de fornecimento de refeições às escolas. De facto, contactadas as IPSSs, revelou a maioria delas disponibilidade para negociar um novo preço por refeição, sendo que, no caso do Centro Social e Paroquial de Campo haveria uma maior resistência, sendo assim desejável sentá-las à mesa, todas em conjunto, de forma a aproximar posições e esbater possíveis desconfianças. Sabe a Câmara que as IPSS’s estariam disponíveis para baixar o preço até aos 1,80 euros (o atual é de 2 euros), eventualmente a ADICE poderia mesmo vir a aceitar um preço mais baixo, e o Centro Social de Ermesinde prefere não adiantar à Câmara nenhuma proposta con-

creta, mas mesmo essa solução de consenso aparenta ser inviável para a autarquia, dadas as decisões judiciais a propósito do fornecimento de refeições em 2011, atribuídas à Eurest, cujo concurso, que haveria de ser protestado pela empresa de catering ITAU, viu recentemente o Tribunal dar-lhe razão, obrigando à realização de um novo concurso público para a época 2014/2015. A situação que daí decorre, todavia, merece por parte da Câmara toda a disponibilidade para compensar as IPSSs pelo esforço então feito, ressarcindo as despesas e encarando outras modalidades de apoio. Decisões da sessão pública A sessão pública do dia 27 aprovou a proposta de minuta para o protocolo de parceria a celebrar entre o Município de

Valongo, a Junta de Freguesia de Alfena e a Associação Viver Alfena. Este protocolo prende-se com a criação da Plataforma Solidária em Alfena. Em vésperas da entrega da antiga escola primária da Lomba ao Rancho Folclórico de Santo André de Sobrado foi ainda aprovado uma proposta de adicional ao contrato de comodato estabelecido entre a Câmara e o rancho. Com maior interesse, foram ainda aprovadas uma venda de madeira oriunda de abates e derrubes de árvores ornamentais – tendo o vereador Adriano Ribeiro, da CDU, adiantado que iria propor brevemente uma recomendação sobre as podas –, e a abertura de procedimentos concursais para provimento de cargos de direção intermédia de 2º grau. Esta última decisão seria aprovada por 4 votos a favor (PS), 4 abstenções (PSD) e 1 voto contra (CDU). João Paulo Baltazar, que é a de que sendo todo o processo conduzido na legalidade, a maioria do Executivo tinha todo o direito de mexer na macroestrutura camarária, tendo que se proceder ao concurso público que agora se discutia, cuja necessidade foi apontada pelo presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro. Entendimento diferente tinha a CDU, que entendia ser extemporânea esta alteração da macroestrutura, em grande parte realizada para proceder a ajustes de contas, e sendo por isso dispensável. Nesta sessão foi também discutida, mas haveria de ser retirada para melhor fundamentação e explicitação das responsabilidades camarárias daí advindas, uma proposta para o reconhecimento como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal das seculares Procissões dos Santos Passos de Valongo.

No período anterior à Ordem do Dia, destaque para as intervenções de Adriano Ribeiro, sobre a questão das taxas urbanísticas. O autarca apontou a necessidade de rever o regulamento para possibilitar melhores condições de pagamento, pois continuavam a vir à reunião de Câmara inúmeros casos de caducidade de obras. Sobre a intervenção de Adriano Ribeiro, usou da palavra o vereador social-democrata Nogueira dos Santos, para recordar ter esse assunto sido já levantado por ele há muito (Adriano Ribeiro distraído?), esperando-se sim a prometida alteração dos regulamentos. O presidente José Manuel Ribeiro admitiu também a necessidade de rever as condições de pagamento, mas não só, também os próprios valores a pagamento. Já no penúltimo mandato, recordou, tinha havido uma empresa a fazer um estudo sobre isso, que agora estava ultrapassado, necessitando de ser revisto. Abordou ainda questões ligadas à tramitação de uma eventual nova proposta de regulamento, que teria de compreender um período de consulta pública. O vereador com a pasta do Urbanismo, Sobral Pires, vicepresidente da Câmara, explicaria com mais detalhe essa tramitação necessária: redação da proposta, estudo de impacto económico-financeiro, consulta pública, discussão e aprovação na Câmara e discussão e aprovação em Assembleia Municipal. Foram ainda discutidos outros assuntos. Um deles foi o das das viaturas abandonadas na via pública há muito tempo, que a Câmara não pode remover sem aprovação judicial. Foi recentemente aberto um concurso público para o reboque desses carros abandonados.

Sessão anterior A Câmara Municipal de Valongo aprovou, por oito votos a favor e uma abstenção (Adriano Ribeiro, da CDU), a proposta de celebração de um contrato para a cedência do 5º piso do Edifício Faria Sampaio à Lipor, para esta empresa intermunicipal ali instalar uma academia de formação. A proposta em si não teria nada de criticável, merecendo inclusive o voto favorável dos vereadores do PSD. A única questão é que José Manuel Ribeiro anunciou que a partir de 24 de fevereiro, segunda-feira, o espaço ficaria então à disposição da Lipor, mas é esse o espaço em que os vereadores da oposição têm instalados os seus gabinetes de trabalho, o que levou o expresidente da Câmara a João Paulo Baltazar a declarar ter recebido em direto, na reunião da Câmara, a ordem de despejo. O autarca do PSD acusou José Manuel Ribeiro de falta de sensibilidade democrática, pois não custaria nada ter ido falar com os vereadores da oposição para os avisar da cedência do espaço à Lipor, com a garantia de que seria muito breve o tempo em que os vereadores da oposição ficariam sem gabinete. O presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, rejeitou as acusações de comportamento antidemocrático, justificando a entrega do espaço até pelo facto de os vereadores da oposição (PSD e CDU) preferirem um espaço de trabalho mais

central ao concelho, em Valongo, o qual dentro em breve, garantiu, estaria disponível. A crítica de João Paulo Baltazar segue-se à anteriormente apresentada aquando da declaração do presidente da Câmara de que iria ser denunciado o protocolo com as IPSSs para o fornecimento de refeições às escolas, quando o assunto nem sequer tinha ido ainda a reunião de Câmara para poder ser decidido. José Manuel Ribeiro contrapôs que nunca a oposição foi tão bem tratada, pois se sente «inquilino» e não «proprietário» da Câmara, acedendo João Paulo Baltazar que a atitude de José Manuel Ribeiro seria irrefletida e dela já se teria certamente arrependido. Na verdade, recorde-se que a contrabalançar este tipo de comportamento menos partilhado com a oposição, há alguns aspetos positivos a salientar, como a edição do novo boletim municipal que, pela primeira vez, é aberto à oposição. Destaque também, nesta reunião, para a aprovação da prorrogação do contratopromessa de arrendamento do Edifício Faria Sampaio (no outro bloco) à EDC – European Design Center, que espera melhores condições de investimento com base no novo Quadro Comunitário de Apoio,,uma descisão que tem em conta a expetativa de trazer emprego muito qualificado para Ermesinde.


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• ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE • FOTOS URSULA ZANGGER

Uma escola... teimosa Esta escola não tem razão de ser. Ela serve uma comunidade de “apenas” 65 mil pessoas. Logo podem aprovar-se para ela todos os projetos, desde que nunca se executem. Os alunos podem abandoná-la e ir para Águas Santas, Rio Tinto, Porto, podem fazer-se todos os estudos geológicos que se queira, abrir os buracos e deixá-los ficar, e prometer intervir sempre para o ano que vem. Degrada-se?, e depois!? é a lei da vida. Não há nada a fazer. Um pequeno lapso, certamente, permitiu substituir a cobertura do ginásio, dar-lhe mais luz natural, não se percebe com que intenção..., foi mais despesa! LC

Álvaro Pereira, diretor do Agrupamento de Escolas de Ermesinde, há muitos anos à frente da Escola Secundária, recebe-nos sem saber bem

onde nos pôr, de tão exíguo o gabinete da Direção da escola que partilha com os outros elementos da Direção. Por fim lá nos arranja um pequeno canto onde cabe uma mesinha e umas três cadeiras, e é lá que

nos fala da saga desta escola e da sua revolta ao vê-la tratada de forma tão injusta após a constatação de não haver recursos financeiros para avançar com a terceira fase de uma requalificação que dotou outras de meios às vezes desmesurados. Não pede luxos, apenas condições de trabalho com que a escola possa ser dotada, de forma idêntica a tantas outras para onde, agora, fogem alguns dos seus alunos. Por exemplo, os devidos 250 computadores, 50 projetores de video (um por sala), 15 a 20 quadros interativos. Logo ali ao lado e muito bem, a EB 2,3 de S. Lourenço recebeu 150 computadores – Rosa Calçada, diretora das bibliotecas escolares espantou-se mesmo pela má qualidade dos computadores ainda em uso na ESE, lembra o histórico diretor... os históricos computadores. Álvaro Pereira regista a compreensão com que sempre é acolhido por quem pode decidir. Sempre sensi-

bilizados, mas nunca há calendário. Em breve irão reiniciarse as obras em algumas das escolas em que não foram terminadas. A ESE e outras 30, da terceira fase, continuarão à espera. O sinistro de tudo isto é o que revela a sua história, quando o novo projeto foi aprovado em dezembro de 2010. Então, convidado aquando dos 40 anos da Escola Secundária de Ermesinde (ESE), o então diretor geral da DREN anunciou pomposamente a prenda de anos – uma escola nova para Ermesinde! E chegou a ser feita uma muito linda maquete. Escolas muito mais recentes que a ESE (que agora tem cerca de 43 anos), como a do Castêlo da Maia, foram praticamente deitadas abaixo para se fazer uma escola nova. Mas a realidade aqui, chocante e «caricata», é bem diferente. Hoje, em 2014, quando a ESE pediu à DGEST autorização para a requalificação da portaria da

escola – um cubículo com pouco mais de meio metro de espaço onde os funcionários quase nem podem esticar as pernas, a resposta é não!, por qualquer razão imbecil (isso dizemos nós), como sempre são as razões da sempre arbitrária burocracia. A requalificação que agora Álvaro Pereira reclama nada tem a ver com a escola “nova”, ou com o projeto à altura apresentado pela Parque Escolar – pede-se sobretudo uma remodelação da caixilharia e vidros, da iluminação, pintura e persianas, isto é o necessário para poder tornar a escola confortável em dias de maior frio ou de maior calor – o isolamento térmico é fundamental. Álvaro Pereira, de qualquer modo, recorda: gastaramse aqui, só em projetos de arquitetura, qualquer coisa como 250 mil euros, mais 1 milhão de euros (!) de estudos geológicos – dos quais ficaram ainda alguns buracos abertos! De qualquer modo Álvaro Pereira assinala a pequena luzinha ao fundo do túnel que foi a substituição da cobertura do ginásio, agora com muito mais luz natural, e o arranjo dos balneários –

obras estas que orçaram os 100 mil euros. Confiante no apoio da autarquia municipal, o diretor relembra os esforços que têm vindo a ser feitos desde o mandato de João Paulo Baltazar, que com a vereadora da Educação de então, se mobilizaram duas vezes para falar com o secretário de Estado da Educação, João Casanova em Lisboa, além da reunião havida aquando da inauguração da Escola Básica do Mirante de Sonhos com o já atual ministro Nuno Crato. E tem também plena confiança que o atual vereador da Educação, Orlando Rodrigues, que aliás foi seu colega na direção de um estabelecimento escolar no concelho (em Campo), prossiga este esforço, aliás prometido aquando de uma mais recente conversa com ele. Valongo – recorde-se –, é o único concelho sem qualquer escola requalificada. A situação atual da ESE contempla ainda situações como esta: a existência de vários pré-fabricados já com 40 anos de idade (mas infelizmente ainda úteis), ou coberturas de cerca de 4 000

Moção aprovada pela Assembleia de Freguesia de Ermesinde

Uma nova Escola Secundária para Ermesinde Num momento em que tanto se falta na qualidade da educação e se reforçam as exigências com os agentes educativos, a Comunidade Ermesindense exige urgentemente uma escola secundária para a nossa cidade, que seja dotada de melhores condições físicas e pedagógicas para que o processo de ensino-aprendizagem ali decorra com a dignidade devida. Trata-se de uma das mais prestigiadas instituições de ensino público da cidade e do concelho, com uma surpreendente posição no ranking das escolas, que ainda seria melhor se as condições fossem aquelas que deviam ser. Por isso mesmo, a Assembleia da Freguesia de Ermesinde reitera a moção já aqui aprovada numa das últimas sessões da legislatura anterior (28 de junho de

2013), deliberando: - Manifestar a sua indignação pelo facto de muito pouco ter sido feito durante muitos anos em favor das degradadas instalações, onde milhares de estudantes já iniciaram mais um ano letivo; - Mostrar o seu descontentamento pela inexistência de suficiente equipamento informático, desportivo e laboratorial que viabilize situações de igualdade a todos os alunos e professores, que ali desenvolvem a sua atividade de ensinoaprendizagem; - Exigir ao Ministério da Educação e Ciência respostas concretas, eficazes e rápidas a este problema. A presente Moção, depois de Aprovada, deverá ser dada a conhecer a todas as instituições direta e indiretamente relacio-

nadas com esta questão, bem como remetida à comunicação social e a todos os representantes da Comunidade Escolar. A presente Moção, depois de Aprovada, deverá ser dada a conhecer à: - Junta da Freguesia de Ermesinde; - Câmara Municipal de Valongo; - Assembleia Municipal de Valongo; - Ministério da Educação e Ciência; - Comunicação Social; - Agrupamento de Escolas de Ermesinde; - Associações de Pais do Agrupamento. Ermesinde, 21 de dezembro de 2013


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• ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE • FOTOS URSULA ZANGGER

m2 de fibrocimento para serem retiradas. A qualidade do ensino na ESE No meio deste sombrio quadro e ao invés do que naturalmente haveria a esperar, a ESE continua a mostrar bons resultados pedagógicos na comparação com as escolas próximas, embora as condições referidas prevaleçam e levem muitos alunos a acabar por preferir ir para Águas Santas, Rio Tinto, Maia, ou qualquer externato. Mas de forma geral, aponta Álvaro Pereira – e cremos, com verdade – os alunos, de forma geral, continuam a gostar desta escola. Porque uma escola não são só paredes! «Há aqui uma cultura de escola!», aponta orgulhoso o diretor, que faz ressaltar o seu lema “Conhecimento e Humanismo”. Há uma excelente relação entre os elementos da comunidade escolar e uma relação estreita com a comunidade exterior.

A escola é mesmo uma referência, a nível do Secundário, no capítulo das Artes, mesmo não sendo escola de vocação exclusivamente artística, isso mesmo o reconheceram perante os pares, autoridades tutelares. Foram alunos da ESE que fizeram o painel exterior da Escola do Mirante de Sonhos, o painel da antiga passagem inferior da estação ferroviária de Ermesinde, e muitos muitos recantos da Escola Secundária foram decorados com murais, azulejos e outras intervenções artísticas, que fazem deste estabelecimento de ensino uma espécie de belo “jardim florido” ou galeria, numa linguagem mais realista. Movimento esse que é contínuo e entusiasmado. Álvaro Pereira fala também das várias parcerias que a escola mantém, por exemplo com a Faculdade de Arquitetura, com a Universidade Aberta, com a Faculdadede Letras da Universidade do Porto, e muitas outras. O cartão de controlo do acesso à escola não foi um dispêndio para esta, porque re-

sultou do apoio de empresas, como o Instituto de Línguas. E na comunidade exterior em que se insere, a ESE mantém parcerias com instituições como a Junta de Freguesia de Ermesinde e várias associação culturais. Os alunos são motivados a participar em projetos como a Agenda 21 ou a Amnistia Internacional. Um exemplo recente, no quadro do Projeto Vida e Saúde, foi possível organizar uma ação de Educação Sexual dirigida aos pais. Há também um balanço muito positivo no que respeita aos cursos profissionais. Por exemplo, os cursos de design gráfico e vitrinismo irão colaborar numa iniciativa destinada a reavivar o comércio tradicional em Ermesinde, tendo já encontrado diversos parceiros interessados. Entre os curos ministrados na ESE podem encontrar-se “coisas” como o curso de auxiliar protésico. Há também cursos EFA (ensino e formação de adultos de Práticas Comerciais, e de matérias como Fotogra-

fia, Eletricidade e Informática. De rececionista de hotel, de Geriatria. 28 estrangeiros das mais diversas nacionalidades frequentam este ano a escola no curso de Português para Todos. O balanço que faz dos cursos Novas Oportunidades é também muito positivo, tendo alguns técnicos muito bons saído com mágoa do projeto extinto, que neste, como noutros casos, era um projeto de rigor. O Agrupamento de Escolas de Ermesinde conta com 2 561 alunos, sendo 1 600 do ensino básico e pré-escolar. O Agrupamento acolhe, assim, alunos desde os 3 aos 80 anos. A gestão é assegurada por três elementos da Secundária e três da EB 2,3 D. António Ferreira Gomes, no que tem sido uma muito boa experiência, qualifica o diretor, Álvaro Pereira, que faz o elogio público desta equipa de trabalho. A escola não merecia o que lhe fizeram. A paciência foi ilimitada, mas para tudo há um patamar de dignidade que não pode ser ultrapassado. Não se pode esperar sempre!

Em primeiro plano um dos buracos abertos no pavimento (para estudos geológicos), mas que nunca vieram a ser fechados.

Moção aprovada pela Câmara Municipal de Valongo

Em defesa da requalificação da Escola Secundária de Ermesinde Considerando que: • A Escola Secundária de Ermesinde é um dos maiores estabelecimentos de ensino do concelho de Valongo, leccionando do 7º ao 12º ano dos currículos regulares, assim como ensino profissional e cursos de Educação e Formação e de Adultos. • A Escola Secundária de Ermesinde tem actualmente cerca de 200 professores, 20 funcionários administrativos, 45 auxiliares de acção educativa, entre outros profissionais, como psicólogos e guardas nocturnas. • A Escola Secundária de Ermesinde é sede do Agrupamento de Escolas de Ermesinde, que envolve também a Escola EB 2,3 António Ferreira Gomes e as escolas EB 1 e Jardins de Infância Sampaio, Gandra e Bela. • As condições crescentemente precárias em que vem funcionando este estabelecimento escolar acarretam sérios prejuízos para a respectiva comunidade escolar; • Foram criadas legitimas expectativas na comunidade escolar com a assunção do compromisso por sucessivos governo de realizar obras de requalificação.

• Em Maio de 2012, em resposta a requerimento escrito de Deputados da Assembleia da República, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de, tendo em conta a suspensão dos projectos no âmbito da empresa Parque Escolar, num prazo de seis meses, apresentar uma proposta para as escolas ainda por intervencionar. O facto é que já decorreram quase dois anos e não é ainda conhecida a intenção do Governo em relação ao futuro das escolas nesta situação,na qual se inclui a Escola Secundária de Ermesinde. • Sendo isto muito grave, torna-se ainda mais gritante tendo em conta que, nos últimos anos, mesmo a própria manutenção da escola tem sido posta em causa por alegadamente estarem a aguardar por processos de requalificação profunda. É caso para afirmar que "nem pau nem bola"! • Acresce ainda que a realidade é que nenhuma escola secundária do concelho de Valongo foi objecto de requalificação no âmbito deste processo, ao contrário da maioria dos concelhos vizinhos, contribuindo para o aceleramento da perda de alunos para outros estabelecimentos.

Sabendo que continua suspenso o processo de reabilitação deste estabelecimento escolar, sem que se saiba quando será retomado, a Câmara Municipal de Valongo, reunida em 5 de Fevereiro de 2014, exige ao Governo que: • Desbloqueie o processo de requalificação da Escola Secundária de Ermesinde, dando cabal cumprimento aos compromissos assumidos por sucessivos governos e correspondendo às expectativas criadas na comunidade escolar; • Tenha em conta o carácter urgente e inadiável da requalificação deste estabelecimento de ensino, dado o estado de degradação global dos edifícios. A Câmara Municipal de Valongo enviará cópia desta moção ao Sr. Primeiro-ministro, ao Sr. Ministro da Educação, aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, ao Conselho Metropolitano do Porto, à Direcção e às associações de pais e de estudantes da Escola Secundárias de Ermesinde. Valongo, 5 de fevereiro de 2014


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Saibreiras, Bairro d’Artes LC

Bairro d’Artes? Precisamente! É o que é – teatro dança, fotografia... tudo isso vem animando uma comunidade que quer deixar para trás o tempo das Malvinas. O projeto, encabeçado pela companhia Cabeças no Ar e Pés na Terra, mas numa parceria com a Associação Ermesinde Cidade Aberta, quer juntar ao colorido que a autarquia, mais ou menos recentemente, trouxe aos prédios, o colorido da vida e da animação, mostrando que todos são capazes de se superar a si próprios no ato criativo. O projeto “Saibreiras Bairro d’Artes” tem apoio da Fundação EDP, que se estenderá por mais dois anos e que obriga a uma avaliação regular do decorrer do processo. O edifício onde o projeto tem o seu centro fica no rés-dochão de um dos blocos do Bairro das Saibreiras e foi cedido pela Câmara Municipal

de Valongo, via Vallis Habita, sob a contrapartida da realização de três espetáculos para a autarquia. A ambição do projeto é que, ao fim destes três anos, os Cabeças no Ar possam sair daqui, deixando um projeto com autonomia própria, que possa ir desenvolvendo a atividade no seu próprio bairro e com as pessoas deste. De início meio descrente ou desconfiada, a pouco e pouco a comunidade passou a rever-se neste projeto – são as suas caras afinal que aparecem nos retratos sobre agente do bairro que agoram ilustram as montras de algumas lojas, como o café e a lavandaria, é a sua marcha de S. João que, pela primeira vez desfilou com as outras do concelho, marchas que se pretende trazer também a Ermesinde. No registo das atividades assinalam-se cerca de 38 jovens, de resto as atividades visam um público direto e

interveniente, mas também

um público à volta, indireto. Além da avaliação das atividades regulares, existe um acompanhamento do percurso escolar, que é feito com a colaboração de uma técnica da Associação Ermesinde Cidade Aberta (AECA). A colaboração entre os Cabeças no Ar e a AECA fez-se facilmente, a associação teatral tinha as competências da criação artística – com técnicos envolvidos na formação em teatro, dança e música, a AECA tinha os dados da comunidade e a ligação à ação social. Os Cabeças no Ar... Hugo Sousa, o principal animador e o rosto público dos Cabeças no Ar e Pés na Terra faz questão de deixar bem clara a distinção entre o trabalho profissional da companhia e o seu trabalho como associação cultural interveniente, e que é de natureza muito distinta. A companhia tem vários atores profissionais, contando ainda com o apoio de técnicos no domínio do design, ilustração, produção... No âmbito do trabalho profissional procura apresentar um reportório que traga alguma inovação e elementos de rutura, muitas vezes em produções conjuntas com outros grupos. Os Cabeças estão no concelho de Valongo e no concelho da Maia. Nas produções feitas com amadores, em particular no teatro para a infância procura-se criar um sentimento de proximidade, por exemplo escolhendo textos de autores portugueses. Uma produção recente dos Cabeças no Ar

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FOTOS URSULA ZANGGER

foi o “Auto da Barca do Inferno”, espetáculo quer contou com o interesse de várias comunidades escolares. Proximamente, neste mês março, será apresentado “Ulisses”. Uma outra área em que os Cabeças no Ar se têm envolvido é na dramatização de pequenas peças com um cariz social (as teatroconferências), para clientes institucionais. Os Cabeça no Ar participa este ano, também na paródia local do “Enterro do João”, representando as figuras do médico, da amante e do juiz. Ermesinde Cidade Aberta A Associação Ermesinde Cidade Aberta é vista ainda pela comunidade, muitas vezes, como uma extensão do Estado, gerando alguma desconfiança. A importância de projetos como este é crucial, ajudando a quebrar o gelo e promovendo a inclusão das pessoas pela sua promoção cultural e artística e a sua capacitação. A criação de um sentimento de orgulho pela per-

tença a uma comunidade em efervescência artística é um dos caminhos que permita a valorização de atividades entusiasmantes que só por si desarmem aos cantos de sereia de práticas mais desviantes, não apenas socialmente criticadas, mas perniciosas no seu potencial de destruição da atividade humana em cooperação (vivida, ativa e criativa). Foi possível, através do projeto, pôr aos jovens a falar francamente do bullying, conta Susana Bilber, técnica (assistente social) da AECA, muito envolvida no projeto Saibreiras Bairro d’Artes. Foi possível o aproximar de pessoas de outras gerações, inicialmente distantes,

depois expectantes, por fim interessadas. Foi criada uma rede de confiança, um contraponto pela positiva aos dramas da vida no bairro. Propostas A formação em fotografia foi um êxito, e deixou as suas marcas, com pessoas que ficaram indissoluvelmente ligadas ao projeto, como o senhor Alcino, um apaixonado pela fotografia. As meninas fazem o melhor que sabem e querem brilhar na sua aprendizagem e mostrar o seu hip hop. E há ainda muitos deafios para ganhar. Na dança como na música. E no teatro, que será dos mais exigentes.


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• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

E foi assim, na Casa de S. Valentim SÉRGIO GARCIA (*)

Nos passados dias 12, 13 e 14 de fevereiro, o projeto “Feira Venda de Saberes”, promovido pelo Centro Social de Ermesinde (CSE), assinalou mais uma data festiva – o Dia dos Namorados – através da comemoração do S. Valentim. Desta vez, o evento foi organizado por um conjunto de artesãos afetos ao projeto que, de forma autónoma, prepararam a divulgação, receberam, organizaram as inscrições e decoraram a casa 3, situada no já habi-

tual espaço de ação deste projeto: largo da antiga feira de Ermesinde. Nas palavras de Márcia Colibri, uma das artesãs envolvidas nesta feira, o evento «correu bem, houve variedade de produtos e, com tudo isto, uma boa adesão por parte da comunidade». Teresa Vasconcelos, por seu turno, destaca a colaboração do comércio local, aproveitando para agradecer a oferta de um jantar romântico, por parte do Café Restaurante Imigrante, que foi sorteado entres os clientes da Casa de S. Valentim. Por fim, Beatriz

Lopes destaca, na contenção do seu entusiasmo, a forma como foram vividos os três dias de feira entre os artesãos, com um expressivo: «Foi divertido também!», completando que «a próxima é a Feira de Carnaval nos dias 2, 3 e 4 de março, no local do costume»..., «onde se poderão divertir muito mais», conclui Helena, outra artesã do projeto. Recorde-se que o projeto “Feira Venda de Saberes” surgiu do diagnóstico social realizado pelos técnicos do Centro de Formação do CSE que, no atendimento direto, foram per-

cebendo a existência de um significativo número de desempregados com experiência e competências em diversas áreas, mas com dificuldade em estruturar uma ideia de negócio, divulgar os próprios saberes e escoar os seus produtos, muitas vezes diferentes das áreas que caracterizaram os seus percursos profissionais anteriores. O projeto pretende assim dar visibilidade aos saberes-fazer dos desempregados, com vista à promoção da sua inserção no mercado de trabalho. Neste sentido, estão previstas as seguintes ati-

vidades: formação; workshops temáticos; criação da bolsa de terrenos para exploração agrícola; dinamização de um grupo de entreajuda; criação de plataforma digital para divulgação e venda de produtos e serviços; reativação//dinamização do lar-

go da antiga feira de Ermesinde para a realização de mostras/ vendas de produtos e a criação da casa do produtor/artesão. (*) CF/CSE FOTOS CF/CSE


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A Voz de Ermesinde •

Local

1 MARÇO de 2014

FOTOS CF/CSE

Mobilizar para a ação – Projeto Interval – CLDS+ Com o início do novo ano, a equipa do CLDS+ do Centro Social de Ermesinde encetou várias diligências para a concretização de um conjunto de ações a dinamizar este ano, com o objetivo de mobilizar os vários atores sociais na persecução dos processos de mudança para o concelho de Valongo. Segundo Ana Rentes, técnica do CLDS+, o trabalho agora «passa pela implementação de ações que visam substanciar as reuniões e seminários que ocorreram no ano transato». Florentino Silva, outro dos técnicos desta equipa, refere que nos seminários realizados com a população

nos vários eixos de intervenção do Projeto Interval, se deparou «com as fragilidades do atual contexto social de Ermesinde e de Alfena, que revelam sobremaneira a importância deste trabalho de devolução, mobilização e de confluência de sinergias, para que possamos ultrapassar os obstáculos que atualmente se impõe de forma estrutural e que deverá ser repensado com as gentes da terra». Nesta bitola, os técnicos enunciaram algumas das iniciativas a realizar este ano: submissão da candidatura dos projetos dos alunos das escolas do secundário de Ermesinde e de Alfena ao concurso de ideias INOVA; curso - Perfil e potencial do empreende-

dor – diagnóstico/desenvolvimento; Seminário sobre empreendedorismo com a apresentação de projetos de empreendedorismo dos jovens alunos do secundário e dos formandos do curso de empreendedorismo; e por fim a criação e revitalização de associações. Quanto aos territórios de Valongo e Campo/Sobrado, cujas ações a executar estão sob a responsabilidade da ADICE – Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde, segundo as técnica Nair Monteiro e Isabel Reis, técnicas do CLDS+ da ADICE, estão também previstas algumas iniciativas fulcrais para a promoção da inclusão social no concelho, nomeadamente Ações sobre Em-

preendedorismo e Associativismo Juvenil, em parceria com a Escola Profissional de Valongo e a Escola Secundária de Valongo. Estas técnicas consideram que por ser crucial o trabalho em parceria, continuarão a ser estabelecidos protocolos com as entidades empregadoras locais, no sentido da melhor adequação da oferta formativa para os quadros das empresas e possível integração de formandos em formação em contexto de trabalho, bem como redefinir estratégias para a realização do 2º Encontro de Empresários/as e Representantes de Instituições do Concelho de Valongo. Estão ainda previstas ações de Empreendedorismo para desempregados em parceria

com o IEFP - Centro de Emprego de Valongo. Considerando o impacto das ações do CLDS+, e na expectativa de continuar a colmatar algumas lacunas existentes no âmbito no desenvolvimento pessoal e social, a técnica Marta Neves continuará a desenvolver consulta psicológica, ações de formação em Cidadania, Gestão Doméstica e Competências Pessoais e Sociais dirigidas às famílias mais carenciadas do concelho. Salientamos que no âmbito das atividades de promoção da Saúde e Desporto dirigidas a portadores de deficiência e ou incapacidade, irá decorrer no dia 26 de março uma atividade sobre Prevenção Rodoviária na Escola D. António Ferreira Gomes em

Ermesinde. Esta atividade tem a colaboração da CI-Comunidade de Inserção da ADICE, CAO – Unidade de Deficiência de Alfena e PSP de Valongo. Ainda no âmbito da Inclusão Social decorrerá, no dia 23 de março, no Salão Nobre dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, um Baile de Beneficência para recolha de produtos de higiene pessoal e habitacional ou produtos alimentares. Este projeto, coordenado por Fátima Aparício, promete contribuir para eliminar as raízes da exclusão social no concelho de Valongo, incidindo nos indicadores relacionados com a composição da pobreza.

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1 MARÇO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Local

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CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL+

Uma Aposta no Futuro para a Inclusão – um projeto da ADICE e do Centro Social de Ermesinde FÁTIMA APARÍCIO (*)

O CLDS+ já se vem afirmando com um conjunto de respostas sociais imprescindíveis para o combate à pobreza e exclusão social existente no concelho de Valongo, e à medida que o Projeto cresce em tamanho e complexidade, cresce também o leque de decisões e ações, tomadas ou executadas diariamente, que têm relevância estratégica imediata e de longo prazo. Consideramos, ainda, de grande importância para a operacionalização deste CLDS+ o trabalho em parceria, uma vez que a experiência mostra que as questões relacionadas com a empregabilidade, inclusão social e desenvolvimento de competências são demasiado complexas para serem resolvidas por uma única instituição. Desta forma, as parcerias entre vários grupos distintos possibilitam o trabalho complementar e o reforço mútuo, a construção de visões comuns e uma execução mais eficaz do projeto. Desta estratégia com enfoque na Parceria e no trabalho em rede, temos obtido resultados bastante positivos tendo as metas sido atingidas na totalidade para este ano. Eixo 1 Salientamos o impacto causado pelo 1º Encontro de Empresários/as e Representantes de Instituições do Concelho de Valongo, sob o lema “Investir no Emprego, Enraizar no Concelho”. Considerou-se crucial encetar os primeiros passos na dinamização do tecido empresarial concelhio e das entidades da economia social, com vista a conjugar a potenciar sinergias em prol de um futuro melhor para todos os cidadãos e cidadãs. O Auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde re-

cebeu, assim, o 1º Encontro de Empresários/as e Representantes de Instituições do Concelho de Valongo, registando-se uma sala repleta. De destacar a receção dos convidados, abrilhantada pelos violinistas João Chicória e João Francisco Chicória, e por um notável Porto de Honra, servido pelos formandos e formandas dos cursos de Mesa e Bar da Consultâmega, uma entidade formadora com atuação no concelho. Outras empresas locais participaram ainda, ativamente neste evento, com destaque para a Fábrica de Biscoitos Paupério, a Fábrica de Licores Xarão e a Florista Clívia. A sessão de abertura contou com a presença de Luís Ramalho, presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, da presidente da Direção da ADICE, Maria Trindade Vale, do presidente da Direção do Centro Social de Ermesinde, Henrique Rodrigues e do vicepresidente da Câmara Municipal de Valongo, Sobral Pires. O debate dos temas ficou a cargo de ilustres oradores, que partiram de uma caracterização do tecido empresarial concelhio - comunicação apresentada pelo diretor do Centro de Emprego de Valongo, Luís Henriques passando pelas medidas de estímulo ao emprego acionadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, IP – explanadas pelo delegado regional do Norte, César Ferreira – até à partilha de experiências e boas práticas de alguns empresários e empresárias locais, pela voz de Rui Pena, fundador e consultor especializado na Rui Pena & Associados, e de Raquel Santos, diretora geral da Metalúrgica Bakeware Production SA. A moderar o painel de comunicações esteve o empresário Bruno Silva, na qualidade de representante da Associação Industrial e Empresarial de Valongo. O êxito da iniciativa foi salientado por todos e todas as participantes, enfatizando-se a relevância da continuidade de encontros como este, capazes de constituir uma alavanca para

a união de esforços e o estabelecimento de compromissos comuns para uma dinâmica de trabalho territorialmente equilibrada e concertada. Empreendedorismo Juvenil No âmbito do Empreendedorismo Juvenil, destacamos a ação realizada na escola Secundária de Valongo, “Lutadores por Natureza”, em parceria com o Millennium BCP Microcrédito, no sentido de sensibilizar os/as jovens para questões relacionadas com o empreendedorismo. Assim, esta ação teve como objetivo que estes alunos e alunas obtivessem conhecimento ao nível do Empreendedorismo, mais especificamente, na criação do próprio emprego, na promoção de ideias de negócio, na assunção de riscos para atingirem objetivos, na versatilidade, na criatividade, na motivação e na identificação de oportunidades e de soluções. Decorreram ainda duas ações em empreendedorismo para jovens nas Escolas Secundárias de Alfena e Ermesinde, “Empreender o Amanhã” com o visionamento do filme da Fundação EDP, “Quem se Importa”. Aconteceram, ainda, sessões de Empreendedorismo para Desempregados, uma ação decorrida no Centro Social de Ermesinde – Empreender o Amanhã, com a colaboração da mestre Ana Rosas, técnica do IAPMEI , e a Equipa do CSE, e uma outra ação decorrida no Centro de Apoio à Vida da ADICE. O CLDS+ tem vindo a delinear estratégias de promoção da integração das pessoas com deficiência e ou incapacidade, nomeadamente na articulação com o Centro de Emprego de Valongo para a rentabilização das políticas de empregabilidade dirigidas ao público em questão, tendo já sido formalizada um candidatura a um Contrato Emprego-Inserção + para um assistente operacional, a trabalhar atualmente como auxiliar de ação educativa numa escola do Concelho.

Eixo 2 No sentido de dar resposta às famílias mais carenciadas do Concelho de Valongo, em especial às crianças afetadas pela pobreza existente, está em funcionamento o gabinete de recursos com consulta psicológica para promoção do bem estar destas famílias e minimizar o impacto da vulnerabilidade económica e social em que se encontram. Assim e com o mesmo objetivo foram dinamizadas várias sessões: – Uma Ação de Sensibilização e de educação para a cidadania para crianças – EB1 da Codiceira em Alfena, no âmbito da Prevenção Rodoviária, em parceria com a GNR de Santo Tirso – Secção de Programas Especiais; – Uma Ação de Formação em Competências Pessoais e Sociais, no EHS de Mirante dos Sonhos – Ermesinde; – Uma Ação de Cidadania para Adultos no âmbito dos direitos e deveres, que decorreu no EHS de Balselhas; – Uma Ação de Formação em Gestão Doméstica, em colaboração com o Protocolo de RSI da ADICE. No âmbito das estratégias de promoção da integração das pessoas com deficiência e ou incapacidade, foram realizados contactos pela ADICE, com o clube Propaganda de Natação e com o Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, dos quais resultou a assinatura de dois Protocolos de Parceria para a prática desportiva. Estas iniciativas irão proporcionar a prática desportiva a crianças e jovens portadores de deficiência ou incapacidade em modalidades de acordo com os seus interesses e limitações. Eixo 3 No que concerne ao eixo 3, foram realizadas cinco ações de formação para auto-organização dos habitantes. Aconteceram: – No EHS – Empreendimento de Habitação Social das

Saibreiras – “Compromisso Coletivo”, com participação da Ermesinde Cidade Aberta, Domingos Martins, presidente da Federação das Coletividades do Distrito do Porto, J, Vallis Habita, Associação Cabeças no Ar e Pés na Terra e de Teresa Medina, investigadora e docente da FPCE-UP. Decorreram, ainda neste âmbito, 4 ações: – No EHS do Barreiro em Alfena, com a colaboração da Associação das Coletividades de Valongo; – na sede do grupo de teatro Cabeças no Ar e Pés na Terra, também com a colaboração da Associação das Coletividades de Valongo; – No EHS de Balselhas; – No CAV – Centro de Apoio à Vida da ADICE. Relativamente ao Associativismo Juvenil, decorreu no Telecentro de Valongo a ação “Sensibilizar para Criar“ e na Escola Secundária de Alfena, “Tás ligado?”, com a colaboração do

Instituto Português do Desporto e da Juventude, Associação de Ação Social - Desvendar o Futuro, e com a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Ermesinde. Assim, o CLDS+ tem vindo a reforçar as iniciativas para a empregabilidade, através de novos apoios no Emprego, Formação, Qualificação e Empreendedorismo, pela revitalização do gabinete de atendimento na área da empregabilidade, que funciona em estreita parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. Tem também vindo a intervir com ações de promoção ao combate à pobreza, uma vez que esta representa uma privação do direito básico de cada indivíduo participar plenamente na vida social, económica, cultural e política da comunidade em que se insere. (*) Coordenadora do CLDS+ FOTOS CF/CSE


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A Voz de Ermesinde •

Literatura

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• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Jerusalém, Gonçalo M. Tavares

RICARDO SOARES (*)

e porventura acompanha o meio literário português terá certamente ouvido falar em Gonçalo M. Tavares. Jovem escritor português (1970), vem surpreendendo a todos com sua grande e variada produção literária, que já lhe rendeu alguns dos maiores prémios do mundo de língua portuguesa. Em Portugal recebeu vários prémios, entre os quais o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004, com o romance “Jerusalém” (Caminho). O autor optou por cingir o título de seu romance, “Jerusalém”, numa espécie de jogo de claro e escuro em que desemaranhar o nome do livro começa a acender as luzes em relação ao próprio sentido do texto. A palavra Jerusalém aparece mencionada, na obra, uma única vez: «Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, que seque a minha mão direita» (p.154). Trata-se da referência ao Salmo 136 – em algumas traduções, 137 – da Bíblia, em que judeus exilados choram diante do opressor que os exorta a cantar um dos cânticos de Sião: «Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estranha? Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que minha mão direita se paralise!». O livro faz parte da tetralogia O Reino, que inclui “Um Homem: Klaus Klump”, “Aprender a Rezar na Era da Técnica” e “A Máquina de Joseph Walser”, e parece ser um romance que se destaca de sua obra pela violência com que trata a sua matéria.

O livro traz um mundo de contos enredados por histórias pessoais, tendo como pano de fundo os horrores que o holocausto trouxe à sociedade, instrumento com o qual, Theodor Busbeck, médico, busca, através de acontecimentos parecidos, delinear um gráfico para estabelecer qual grupo irá sofrer e qual será o carrasco desse sofrimento; um utensílio racional para determinar os sintomas da sociedade. Dá-nos um novo entendimento a um dos lados obscuros da natureza humana: a loucura. Jerusalém apresenta-nos personagens dilaceradas que se cruzam, entrelaçam, movimentam, por vezes se amam e se magoam. As personagens cruzam-se, conduzidas por um destino que não domi-

nam, na noite em que tudo começa e tudo termina. Num estilo seco e desconcertante, Jerusalém aponta para as dimensões pessoais e coletivas do terror e expõe a capacidade humana de vigiar, oprimir e torturar – às vezes em dimensões hiperbólicas.

A história passa-se numa pequena cidade, onde os personagens se interagem, na sua grande maioria, ao acaso, donde Theodor Busbeck, ex-marido de Mylia, é um renomado médico no declínio da sua carreira. Já Mylia, sua ex-mulher, apresenta traços de insanidade, afirmando ser doente desde o seu primeiro encontro com Theodor Busbeck e, devido a essa sua loucura, é internada no hospício Georg Rosenberg, sob a custódia do diretor Gomperz Rulrich, um senhor de inteligência média, que se esconde atrás de um emprego que acredita trazer-lhe posição social, mas inveja o trabalho de Theodor Busbeck. Kaas Busbeck, filho registado em nome de Theodor, tem problemas físicos que o impedem de ser uma criança “normal” que, por se sentir menosprezado perante os outros, devido às suas desvantagens físicas, estando sempre a ser observado por seu pai, força a normalidade dele através de condutas grosseiras e violentas. Já Hinnerk Obst, ex-combatente de guerra, sofre de fobias sociais provenientes do ambiente onde passou parte de sua vida adulta, transportando sempre consigo uma arma que acreditava ser a garantia de paz. Ameaçava as crianças na rua, apontando às suas cabeças, na janela do seu apartamento, para testar a pontaria. E é com esses quatro personagens (principais) que o romance se desenvolve, incorporando as suas vidas em acontecimentos terríveis e, muitas vezes, verdadeiros. Uma outra leitura que se retira é a comparação entre o comportamento daqueles que são considerados loucos e os ditos normais. A loucura de algumas das personagens faz-nos criar uma empatia com elas, pela desresponsabilização dos seus actos. Curiosamente, ou não, será Theodor, o médico, quem inspira menor confiança, pois nada tem que desculpe a sua insensibilidade no momento da morte do pai, e mesmo no tratamento a Mylia. O autor usa a imagem de uma caixa negra como metáfora desta relação loucos/normais: quem está lá dentro vê o que está dentro e o que está fora; mas, estes últimos, só veem o que está fora. A acentuar a dicotomia, temos ainda o facto de os personagens “normais” serem capazes de atos de violência e repulsa para com os seus semelhantes, enquanto os loucos têm sentimentos e são capazes de sentir amor uns pelos outros ao ponto de gerarem vida. Contudo, não é só sobre essas questões filosóficas em que se contrói o livro. Gonçalo M. Tavares desenha com maestria o avanço e recuo na história, misturando acontecimentos passados, futuros e presentes de forma a provocar o desejo do leitor, que por muitas vezes é surpreendido por imaginar algo que na verdade se mostra totalmente diferente. Assim, através de contos, Gonçalo M. Tavares traz para nós um universo autónomo, louco, realista e cruel, que a muitos poderá chocar. Mas, que na verdade se trata apenas de uma visão filosófica e realista sobre a sociedade moderna, onde loucura e sanidade se misturam a fim de compor esta obra. É um livro sobre os limites da loucura e da razão. Também sobre a crença. Quem lê Jerusalém não esquece.

(*) avozdasp@gmail.com

Breves

Jorge Marmelo premiado no Correntes d’Escritas com “Uma Mentira Mil Vezes Repetida” - Uma Mentira Mil Vezes Repetida, de Manuel Jorge Marmelo, é a obra vencedora do Prémio Correntes d'Escritas 2014, do encontro literário na Póvoa de Varzim. Novo prémio de Literatura Infantil lançado pelo Pingo Doce e Alêtheia Editores - Uma cadeia de supermercados (Pingo Doce) e uma editora livreira (Alêtheia Editores) criaram um Prémio de Literatura Infantil, anual, no valor de 50 mil euros, com vista a estimular o aparecimento de novos autores e ilustradores. A primeira edição do prémio realiza-se este ano e, do júri, que será presidido por Zita Seabra, fazem parte, entre outros, Eduardo Sá e Isabel Zambujal. Mais um ano sem Feira do Livro do Porto? - Afinal, o Porto, aparentemente, ficará mais um ano sem Feira do Livro. A Feira do Livro do Porto não se realizou, pela primeira vez, no ano passado, depois de um impasse negocial entre a APEL e a vereação de Rui Rio. Curso de Escrita Criativa Carga horária de 14 horas, na Academia Apamm de Ermesinde. Contactos: tlf-220924475, tlm918963100; morada: Rua José Joaquim Ribeiro Teles, nº 545, 4445-485 Ermesinde; email: ermesinde@academiaapamm.com


1 MARÇO de 2014

• A Voz de Ermesinde

História

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Quando Portugal foi tratado como uma “colónia” inglesa

MANUEL AUGUSTO DIAS

o passado dia 19 de fevereiro de 1810, há 204 anos, são assinados, no Rio de Janeiro, entre Portugal e o Reino Unido, os Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade, que na prática representam uma clara situação de dependência económica, política e militar de Portugal face ao poderio britânico. Estávamos no período de implantação dos regimes liberais na Europa. Efetivamente, desde o início do séc. XIX que Portugal, duma forma mais intensiva, era afetado pelos ideais de liberdade que aqui chegavam através dos estrangeirados (vindos da Inglaterra e da França), dos exilados franceses (fugidos para Portugal, aquando do terror da “Convenção republicana francesa”) dos exilados portugueses regressados do estrangeiro (fugidos às perseguições policiais) e da maçonaria (associação secreta presente nas principais cidades, desde finais do séc. XVIII). Como se sabe, entre 1807 e 1811, Portugal foi vítima de três invasões napoleónicas, com o

escravos e decidia, ainda, que por juízes ingleses, e, portanto, objetivo de obrigar o nosso país sim se fazia compensar do preos portugueses só poderiam segundo a lei inglesa; tinham o a cumprir o “Bloqueio Conti- juízo com o bloqueio continencapturar escravos nas regiões direito de construir cemitérios nental” à Inglaterra. A 1ª (1807) tal decretado por Napoleão e se africanas que pertencessem a e templos protestantes, logo dirigiu-se a Lisboa, comandada tornava a principal distribuidoPortugal. A ação repressiva in- que não tivessem a aparência por Junot, que governou o país ra, na Europa, dos produtos glesa ia mais além, prevendo externa de templo; e era-lhes vários meses; a 2ª (1809) diri- tropicais brasileiros. Este Traprazos para o total encerramen- garantido que a Inquisição não giu-se ao Porto; e a 3ª (1810- tado previa, igualmente, que os to do tráfico negreiro e permi- seria instalada no Brasil. 1811) novamente a Lisboa, mas navios de guerra ingleses pudesTudo isto provocou um natindo a busca em navios que sem êxito. A vinda dos france- sem frequentar livremente os fossem considerados suspeitos tural mal-estar na Nação, sendo ses provocou a vinda dos ingle- portos brasileiros, como se pora burguesia o grupo social mais de negociar escravos. ses para ajudarem a defesa por- tugueses fossem. Portugal e o Ao mesmo tempo, os in- descontente e prejudicado com tuguesa, mas estes tornaram-se seu império tornavam-se na gleses passavam a ter o direito o domínio inglês. Não admira, os dominadores de Portugal e prática colónias inglesas. O Tratado de Aliança e de cortar madeiras nas nossas por isso, que tenham sido burdos seus interesses, o que promatas e de com elas construir gueses (comerciantes, profissivocou um ódio popular contra Amizade para além de consolio domínio inglês, que está na origem da Revolução Liberal, ocorrida na cidade do Porto, no dia 24 de agosto de 1820. No período das Invasões Francesas, e no período subsequente, a situação económica portuguesa agravou-se (as despesas excediam em muito as receitas), devido à situação de guerra em que se vivia e pelo facto dos portos brasileiros terem sido abertos ao tráfego internacional (dominado claA Região do Porto em finais do século XVIII. Excerto do Mapa da Espanha e de Portugal, publicado por D. ramente pela Inglaterra) Lopez (Fonte: Biblioteca Digital Mundial). e os ingleses concorrenavios, podiam manter uma es- onais liberais, oficiais do exérrem abertamente no mercado in- dar a velha aliança político-militar entre Portugal e a Grã-Brequadra bélica no nosso litoral e cito, advogados, industriais e terno português. os súbditos de Sua Majestade médicos) os fundadores e O Tratado de Comércio e tanha procurava, também, aboem terras portuguesas passa- frequentadores do “Sinédrio”. Navegação estabelecia, concre- lir o tráfico negreiro (a Inglaterra Em 24 de agosto de 1820, vam a beneficiar de total libertamente para os negócios com procurava assim alargar o seu dade religiosa. Em matéria de aproveitando a Revolução eso Brasil, taxas mais baixas para mercado, já que os escravos justiça e de religião os benefíci- panhola e, sobretudo, a ausênas importações da Inglaterra do transformados em assalariados os para os ingleses ainda iam cia de Beresford no Brasil, dáque para os produtos portugue- se tornavam consumidores). Em relação à escravidão este mais além: os súbditos ingleses se então no Porto a Revolução ses, eliminando por completo residentes em domínios portu- Liberal Portuguesa, que obriga qualquer hipótese de concorrên- Tratado determinava uma gragueses só podiam ser julgados a Corte a regressar do Brasil e cia por parte de Portugal. As- dual extinção do comércio de

cria condições para acabar com o absolutismo, fazendo-se eleições e elaborando-se uma Constituição Liberal. A 1ª Constituição Portuguesa foi a de 1822, terminada em setembro desse ano, foi jurada e promulgada por D. João VI em 1 de outubro de 1822. Nas Cortes Constituintes, registaram-seiam posições bem diferenciadas: a dos moderados (que queriam um texto constitucional mais conservador), a dos radicais (que seguiam o modelo francês da “Convenção”) e a dos gradualistas (que defendiam um diálogo entre as outras duas posições). Inspirada nos textos constitucionais franceses e na Constituição de 1812 espanhola, a Constituição de 1822 declarava o direito à liberdade, à segurança e à prosperidade, estabelecia a igualdade perante a lei e a liberdade de pensamento. Proclamava a monarquia constitucional hereditária, Tomas com a separação tripartida do poder político (poder executivo para o Rei; legislativo para as Cortes; e judicial para os Tribunais). O direito de voto (sufrágio direto) passa a ser reconhecido aos homens, com mais de 25 anos, que soubessem ler e escrever. Muita conflitualidade havia de marcar a primeira metade do século XIX português, mas o Liberalismo acabaria por ficar.

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - FEVEREIRO

O Comandante Capas Peneda tornou-se bombeiro em fevereiro de 1922 Domingos Capas Peneda, nascido na vizinha freguesia de Águas Santas em 1904, foi um dos bombeiros mais prestigiados a nível da Corporação de Ermesinde, da região Norte, e até do País. Efetivamente, poucos “soldados da paz” haverá, a nível nacional, com um historial tão brilhante como o que teve este comandante dos Voluntários de Ermesinde. Além de muitas outras condecorações, aquela que mais o consagrou foi a que recebeu do Poder Central, por Alvará do Presidente da República de 28 de outubro de 1966, que o distinguiu com a Ordem de Benemerência, tendo-lhe sido feita uma justa e calorosa homenagem em que estiveram presentes as mais destacadas personalidades do distrito e grande número de ermesindenses e bombeiros de várias corporações, para testemunhar o muito apreço e gratidão ao grande e prestigiado Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde. Entrou para o corpo ativo dos Bombeiros no ano da fundação da Corporação - 1921 - ainda com 17 anos (talvez a razão de ser menor explique o facto de na sua ficha individual constar como data da incorporação, o dia 25 de fevereiro de 1922, altura em que já teria 18 anos), no tempo em que tanto a “Bomba” como o seu transporte ainda eram de tração braçal. Seis anos mais tarde concorreu a Aspirante, e ficou classificado em 1º lugar. Ainda por concurso, ascendeu a Chefe-Adjunto, em 1928. Foi instrutor, durante vários anos, em inúmeras escolas

e várias vezes foi louvado. Em 1935 foi nomeado 2º Comandante efetivo, passando, no mesmo ano, a 1º Comandante interino. Em 1937 ascendeu a 1º Comandante efetivo. Foi nomeado Sócio Benemérito, em Assembleia Geral, realizada em 19 de fevereiro de 1943. Louvado pela Direção, em 30 de agosto de 1945, pela brilhante atuação no Congresso de Bombeiros, realizado em Coimbra. Passou a Comandante Honorário em 1945. Em 1946 foi novamente nomeado Comandante Interino e, simultaneamente, Vicepresidente da Direção, com a incumbência de organizar as Festas das Bodas de Prata da Associação. Registaramse, a partir de então, alguns atritos com membros da Direção, que acabaram por sanar-se. Em 1952 Capas Peneda reassume o cargo de 1º Comandante efetivo. Organizou vários festivais de desporto, arte e outros, com o fim de angariar fundos para melhorar o material da Corporação, bem como para vestir as crianças pobres. Tomou parte em quase todas as manifestações patrióticas realizadas no concelho, fazendo uso da palavra em algumas delas. Em 1960 foi nomeado Sócio Honorário dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde. A sua Corporação agraciou-o, por diversas vezes: Medalha de Ouro, por serviços distintos; Medalha de Ouro, por 25 anos de serviço; Meda-

lha de Ouro, por 50 anos de serviço; três Medalhas de Prata, por atos de abnegação; e duas Medalhas de Prata por assiduidade. Também a Liga dos Bombeiros Portugueses lhe atribuiu duas Medalhas de Ouro, a 1ª de uma Estrela, e a 2ª de duas Estrelas. O seu prestígio extravasou as fronteiras nacionais, tendo recebido uma Medalha da Federação Nacional dos Sapadores-Bombeiros de França. A Câmara de Valongo, em 1978, 5 anos após a sua morte (25.2.1973), atribuiu o seu nome à Rua junto ao Quartel dos Bombeiros.

O Comandante Domingos Capas Peneda, além de ter sido um símbolo e uma honra dos nossos Bombeiros, também conheceu o associativismo desportivo local – durante vários anos presidiu à Assembleia Geral do Ermesinde Sport Clube –, mas foi a nível do ciclismo que mais se notabilizou. Durante 12 anos foi dirigente da Associação de Ciclismo do Norte; depois, foi Presidente do Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Ciclismo; e, finalmente, Diretor da Volta a Portugal em Bicicleta, no ano de 1956. FOTO ARQUIVO MAD

Pormenor da fachada do Quartel dos Bombeiros de Ermesinde, na Rua Comandante Capas Peneda


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A Voz de Ermesinde •

Património

1 MARÇO de 2014

• TEMAS ALFENENSES •

Gaspar Dias, cristão-novo, de alcunha Matado As atribulações de um alfenense em Terras de Vera Cruz

Pernambuco acompanhado da esposa, D. Brites de AlbuO que chegou até nós destas visitações mostra que parquerque, dos filhos, do cunhado Jerónimo de Albuquerque, te significativa da população branca continuava a judaizar, o celebrado "Adão Pernambucano", por ter sido pai de 24 na sua maioria comerciantes, fazendeiros, armadores de nafilhos, uns legítimos outros legitimados, e muitos outros pa- vios, gente de relativo poder económico. rentes, além de várias faGaspar Dias também mílias do norte de Portunão escapou à delação gal, muitos deles cristãostorpe, em 18-11-1593, um novos interessados em seu vizinho de nome Pantaleão Jorge, cristão-veescapar à feroz perseguiARNALDO lho, natural do Porto, «ação religiosa que então MAMEDE (*) pareceu sem ser chamado grassava na Península nas casas da morada do hegados ao Brasil, então chamado Terra de Ibérica. Senhor Visitador do Vera Cruz, no ano de 1500, apenas três dezeTudo leva a crer que, Santo Ofício (...) por quenas de anos depois a Coroa Portuguesa to- dada a relação próxima rer denunciar coisas tomaria, verdadeiramente, decisões no senti- entre a família Coelho, Secantes ao Santo Ofício do da exploração económica, povoamento nhorios e Administrado(...) um dia à tarde estane desenvolvimento, numa palavra, a colo- res das terras da Gafaria e do à porta de Brás Fernização desse imenso território. os casais alfenenses seus reira, falando com ele Nos primeiros anos seguintes à descoberta, os portu- enfiteutas, alguns nossos Gaspar Dias (...) ouviu gueses, mais interessados no comércio das especiarias com conterrâneos terão inteao dito Gaspar Dias que o Oriente e outros negócios com territórios africanos, grado a comitiva ou as leia buscar umas toalhas apenas enviavam, de quando em vez, algumas expedições vas seguintes, convidasuas de mesa que estavam que tinham por objetivo o reconhecimento territorial para dos por amigos, vizinhos no altar da igreja que ele efeito de afirmação da soberania, o estabelecimento de pe- ou familiares. emprestara e o dito Brás quenos entrepostos ou feitorias destinadas à exportação de E aqui entra o nosso Ferreira, tanoeiro, (...) pau-brasil e o combate ao comércio clandestino feito por herói, Gaspar Dias, crislhe disse que já as não embarcações estrangeiras, nomeadamente francesas. tão-novo, de alcunha Mapodia tornar ao serviço A expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1532-1534, tado, filho de Manuel Dias de sua casa, então o dito assinala o início da colonização do território, com a funda- e de Isabel Afonso, natuGaspar Dias disse as pação da Vila de S. Vicente, o primeiro núcleo populacional do ral de Alfena. lavras seguintes, tanto Brasil, situado no atual Estado de S. Paulo, com a instalação Seus familiares próxiserviço faz a Deus um de uma administração por forma a promover o povoamento e mos sofreram graves disbom casado na sua cama consequente desenvolvimento económico. sabores com o Santo Ofíe casa como um sacerdoEm consequência do relativo sucesso desta expedição, a cio, nomeadamente sua tia Santo António do Recife – Pernambuco (Sec. XVII) te que celebra missa no Coroa Portuguesa – reinava D. João III – decidiu dividir o paterna Leonor Lopes e território em Capitanias Hereditárias, replicando, deste modo, marido Manuel Lopes, mercador, residentes na cidade do Por- altar e logo ele denunciante e o dito Brás Ferreira lho as soluções seguidas para os arquipélagos da Madeira, Aço- to, ela sentenciada pela Inquisição de Coimbra, em 1559, a contradisseram e ele sustentou e aporfiou que dizia bem e res e Cabo Verde. «abjuração em forma de penitências espirituais, não sair do três ou quatro vezes repetiu (...)». Fosse por ter entendido como sendo para si alguns dos É opinião geral que este sistema fracassou, por vários Reino sem licença» e seu irmão Estêvão Dias, vendeiro, premotivos, designadamente o absentismo dos Capitães do- so em Quintela de Lampaças, Bispado de Miranda, em 1582, "recados" das prédicas aquando da leitura das sentenças natários ou seus representantes. acusado de «judaísmo, heresia e no cadafalso, como afirmará ao depor, ou por inconfidência Apenas duas Capitanias, Perapostasia», condenado pela Inqui- de algum dos intervenientes no processo, "violação do senambuco e S. Vicente, conseguiram sição de Coimbra, em 1586, a «con- gredo de justiça" como agora se diz, o facto é que o nosso singrar no sentido do desenvolvifisco de bens, abjuração em forma, homem decidiu tomar a iniciativa, apresentando-se ao mento e prosperidade, graças à culcárcere e hábito penitencial perpé- Visitador, não sem antes, provavelmente, ter garantido o tura sistemática e intensiva da cana tuo sem remissão, levará ao auto há- afeiçoamento de alguns depoimentos. «Aos dez dias do mês de outubro de 1594, nas casa de açúcar e sua transformação inbito penitencial com insígnias de dustrial nos chamados engenhos, de fogo, instrução na fé, penas e peni- da morada do Senhor Visitador (...) apareceu sem ser chamado Gaspar Dias e por querer confessar a sua culmodo tal, que alguns anos depois tências espirituais». Portugal era o primeiro produtor Perante tais ameaças, ainda jo- pa (...) disse ser natural de Alfena, termo da cidade do mundial de açúcar. vem, Gaspar terá partido para o Bra- Porto, cristão-novo (...) de idade de 40 anos mais ou Em recompensa e reconhecimensil, estabelecendo-se como barquei- menos (...) casado com Beatriz Luís que não sabe se é to por importantes serviços a Porturo no Recife, então um pequeno po- cristã-nova ou velha (...) tem uma só filha Susana solteigal, em África, na Índia, em Malaca e voado, com ótimas condições por- ra da idade de 11 anos, (...) que ontem no cadafalso, também no Brasil, para onde partiu tuárias, que a capital, Olinda, distan- ouvindo publicar as sentenças ouviu este caso e por isso em 1532, ao comando de uma esquate pouco mais de uma légua, não lhe lembrou e por isso vem ora pedir perdão e confessar a sua culpa (...) e perguntado mais nem ele réu nem oudra com a missão de expulsar e perpossuía. seguir navios franceses que infesTudo indica que Gaspar Dias terá tro parente nunca foi preso nem sentenciado pelo Santo tavam o litoral da colónia, Duarte prosperado, já que ao cabo de pou- Ofício, mas que ouviu dizer que seu irmão Estêvão Dias Coelho recebeu de D. João III a docos anos residia num paço, género foi preso pelo Santo Ofício não sabe onde (...) e também ação da Capitania de Pernambuco, de casa distinta, apalaçada, empres- ouviu dizer que seu tio Manuel Lopes foi preso pela que ele próprio denominou de tava toalhas para os altares da igre- Inquisição de Coimbra (...)». Beneficiando, em especial, de um depoimento "amigo" "Nova Lusitânia". ja e nela fazia tenção de construir, Duarte Coelho Pereira pertencia fora do arco da capela-mor do lado do seu Vigário Jácome Ribeiro e (...) «por vir confessar a à ilustre família dos Coelhos, da nodo Evangelho, um altar a Santa sobredita culpa da qual não há mais informação contra ele breza agrária de Entre-Douro-eCatarina, só que o seu vigário Já- (...) com a repreensão do seu Vigário entendeu que dissera Minho, Senhores de Felgueiras, come Ribeiro Queixada apenas au- mal (...) Mandam que o réu Gaspar Dias seja repreendido nesta mesa e que se confesse e comungue de confesso de seu Fermedo e Vieira e administradores torizava do lado da Epístola. da Gafaria de Alfena, cujas renTudo terá corrido sem sobressal- confessor quatro vezes no ano seguinte fora da obrigação das das respetivas terras, em- O 1º Capitão-Donatário de Pernambuco tos até ao dia do ano de 1593 em que da quaresma e pague somente quatro mil reis para as desprazadas em regime de Enfiteuse por o Visitador do Santo Ofício, Heitor pesas do Santo Ofício e pague as custas (...)». Gaspar Dias, de alcunha Matado, cristão-novo, natural três vidas a casais alfenenses, reFurtado de Mendonça, se estabelevertiam para o sustento dos gafos, para o seu hospital e ce em Olinda, faz as suas proclamações e aguarda que lhe de Alfena livrou-se de boa, saindo airosamente de uma situcapela de S. Lázaro, na margem esquerda do Leça. cheguem as denúncias, as mais das vezes, vinganças mesqui- ação muito complicada que, em muitos casos, tinha desfeUma vez nomeado Capitão Donatário, Duarte Coelho as- nhas de cristãos-velhos, roídos de inveja face ao sucesso dos chos bem trágicos. sumiu por inteiro a nova missão que o seu Rei achou por vizinhos cristãos-novos, muitos deles, apenas aparentemenbem confiar-lhe. te convertidos, já que secretamente continuavam a professar (*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena. Em 1535, com a idade de 60 anos, desembarcou em a religião de seus antepassados.


ermesinde

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desportivo Suplemento de “A Voz de Ermesinde” N.º 914 - Março de 2014 - Coordenação: Miguel Barros

futebol Ermesinde Sport Clube 1936 continua na sombra do líder pág. 4

andebol Cepeenistas brilham na taça da Associação de Andebol do Porto em juvenis masculinos pág. 3

basquetebol Pelo terceiro ano consecutivo CPN vence campeonato distrital de cadetes femininos pág. 3

Modalidades pequenas transportam o nome de Ermesinde pelos quatro cantos de Portugal

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A Voz de Ermesinde - 1 de março de 2014

Damas MIGUEL BARROS elite das damas nacionais esteve no passado dia 22 de fevereiro na nossa freguesia para dar vida à segunda edição do Open Nacional “Cidade de Ermesinde”, certame inserido no calendário da Federação Portuguesa de Damas (FPD) para a temporada de 2014. E tal como no ano passado o polivalente da Escola Secundária de Ermesinde (ESE) foi o cenário escolhido para que os organizadores da prova, o Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, edificassem um evento que reuniu 65 dos melhores damistas da atualidade, sendo cinco deles mestres nacionais, nomeadamente Vaz Vieira, Medalha da Silva, Fernando Gonçalves, Arlindo Roda e o atual bicampeão nacional Nuno Vieira. Provenientes de diversos pontos do país – S. Pedro da Cova, S. João da Madeira, S. Pedro do Sul, Santo Tirso, Vizela, Lousado, Vila do Conde, Viseu, Coimbra, Aveiro, S, Pedro Fins, Penafiel, Maia, Lobão, Lisboa, Setúbal, e claro está, Ermesinde – os mais de sessenta damistas tiveram a companhia de oito jovens atletas que deram cor ao segundo torneio de juniores, uma competição que, relembre-se, surgiu pela primeira em Portugal no ano passado em simultâneo com a edição de estreia do Open Nacional “Cidade de Ermesinde”, tendo sido criada no sentido de cativar os mais novos para uma modalidade que se encontra atualmente demasiadamente envelhecida, isto é, com excesso de jogadores veteranos. De sublinhar ainda que na manhã do evento do passado dia 22 a FPD levou a cabo na biblioteca da ESE uma assembleia geral, onde foram discutidos e votados alguns assuntos relacionados com o

Foto: NDE

Elite das damas nacionais passou por Ermesinde universo damístico, entre outros o relatório de contas de 2013 e a alteração de regulamentos. Ao início da tarde, e à semelhança do ocorrido na edição do ano passado, o Núcleo de Damas de Ermesinde distinguiu uma figura das damas nacionais, homenagem que este ano recaiu sobre José Pereira, conhecido intérprete, e sobretudo dinamizador, da modalidade, com quem posteriormente o nosso jornal efetuou uma pequena entrevista (ver caixa ao lado). Na homenagem ao damista de S. João da Madeira estiveram presentes algumas individualidades locais, casos de Ana Maria Cortês, membro do Agrupamento de Escolas de Ermesinde, e de Sónia Silva, vogal da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE). Findo o tributo a José Pereira teve en-

Entrevista com o homenageado José Pereira Pode não ter os (muitos) títulos – e a consequente fama – daquele que de forma unânime é considerado no planeta das damas como o melhor jogador português de todos os tempos, o doutor Vaz Vieira, mas não deixa de ser também uma figura histórica da modalidade, uma personagem que tem de forma reconhecida desenvolvido um trabalho notável em prol das damas lusitanas. Dedicação essa merecedora de um forte aplauso na nossa freguesia, pouco antes do início oficial do II Open Nacional de Damas “Cidade de Ermesinde”, na sequência de uma homenagem levada a cabo pelos organizadores do evento. O seu nome é José Pereira, praticante, entusiasta, dinamizador, e agora também professor de uma modalidade com a qual se

prendeu de amores há mais de três décadas. Ao nosso jornal José Pereira traduziu em palavras a emoção vi-

vida com surpresa na sequência desta vénia pública do mundo das damas à sua figura.

A Voz de Ermesinde (AVE): Sucede a Vaz Vieira na lista das grandes figuras das damas a merecer uma homenagem por parte da família damística nacional... José Pereira (JP): Sinceramente não contava com esta homenagem. Recebi-a primeiro com surpresa, pois como disse não estava à espera, já que em meu entender não sou jogador que tenha um nível para receber uma distinção como esta. Em toda a minha carreira venci apenas dois campeonatos nacionais do Inatel, e por aqui logo se vê que nem de longe nem de perto me posso comparar ao doutor Vaz Vieira, figura ilustre que referiu na pergunta. Nunca vou chegar ao nível dele. No entanto, considero-me uma pessoa que sempre trabalhou em prol das damas, ando aqui há muitos anos, tenho ajudado a organizar vários torneios por esse país fora, inclusive fui eu que meti na cabeça ao Sérgio (Bonifácio) criar este torneio, que hoje é já uma prova com muita qualidade, a qual reúne os melhores jogadores nacionais... AVE: É um torneio com argumentos para ser uma referência no calendário da Federação Portuguesa de Damas? JP: Claramente. É um torneio que veio para ficar, não tenho dúvidas. E não sou só eu que digo isso, mas também a maioria dos jogadores nacionais. Pela qualidade que apresenta julgo já ser o segundo maior torneio nacional da modalidade, e não é o primeiro porque eu organizo um – em São João da Madeira – que por agora ainda consegue ser superior, pois tem o dobro dos jogadores que este hoje aqui apresenta,

tão início a longa maratona de jogos, a qual se iria prolongar até ao cair da noite. Nas contas finais José Carlos Anjos, em representação do conjunto do CCD de S. João da Madeira, conquistou o primeiro lugar no plano individual, enquanto que a sua equipa fez a festa na vertente coletiva. No que toca ao conjunto da casa, o Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, teve uma performance agridoce, ou seja, se no plano coletivo a sua aparição foi modesta, não indo além do quinto posto, no aspeto individual foi histórica (!) através do desempenho de José Rocha, um dos cinco jogadores que representaram as cores do emblema da nossa cidade, tendo os restantes sido Nélson Monteiro, Ricardo Araújo, Manuel Silva e Sérgio Bonifácio. José mas, e volto a repetir, este tem muita qualidade, pois são poucos os torneios, ou opens, como lhe chamam agora, que conseguem reunir um lote tão bom de damistas. Posso dizer que os grandes jogadores portugueses estão cá todos, como se pode ver. AVE: Voltando agora a centrar-nos na sua figura, disse-nos que apesar de não se considerar um vulto da modalidade é uma figura que tem trabalho em prol da mesma... JP: Sim, e já lá vão 35 anos desde que me iniciei nas damas. Tudo começou como uma brincadeira quando estava na tropa, quando certo dia o meu grupo foi castigado com uma “estadia” de um mês no Cuito Cuanavale, em Angola. Um dos meus camaradas de grupo jogava damas, e certo dia desafiou-me para uma partida, e foi assim que comecei. A partir dai fui evoluindo, inclusive cheguei a ser campeão distrital lá em Angola. Durante estes anos todos tenho ajudado, como disse, a organizar vários torneios, não só o de S. João da Madeira, que é considerado o maior do país, mas também o de Romariz, Lobão, Penafiel, Fajões, e vou iniciar este ano o de Vizela. AVE: Como figura tão ativa e profundamente conhecedora do mundo das damas, como é que hoje vê a modalidade em Portugal? JP: Na minha perspetiva tem havido um decréscimo em termos de adesão, por dois motivos. Primeiro, os jovens de hoje não ligam a isto, têm os computadores e outras ferramentas tecnológicas que os afastam de modalidades como esta. Segundo, o custo de vida atualmente é caro, e quer queiramos quer não, andar aqui tem os seus custos, as deslocações para torneios em vários pontos do país por vezes são avultadas, o que de alguma forma condiciona

Rocha alcançou uma brilhante quarta posição na classificação final, isto depois de ter vencido o mestre dos mestres, Vaz Vieira e Medalha da Silva, e de ter empatado com o atual bi-campeão nacional Nuno Silva. Quanto ao torneio de juniores o título ficou em casa, com o ermesindense Rafael Oliveira a levar a melhor sobre a concorrência. Após a cerimónia da entrega de prémios o nosso jornal trocou breves palavras com um dos elementos da organização, Sérgio Bonifácio, damista que se mostrou satisfeito com o desenlace deste II Open Nacional “Cidade de Ermesinde”. «Correu tudo bem, e posso dizer que estamos a ganhar já uma certa importância no plano das damas nacionais, sendo a prova disso o facto de termos conseguido trazer este ano atletas de Lisboa e de Setúbal, além de que a FPD escolheu Ermesinde para levar a cabo uma assembleia geral com o intuito de discutir assuntos de algum relevo. A comprovar o crescimento e a importância que este torneio já tem está igualmente o aspeto dos patrocínios, que este ano foram mais do que em 2013, e neste ponto destaco mais uma vez o apoio da JFE. De dizer também que conseguimos novamente efetuar em paralelo com o torneio principal uma competição destinada às camadas jovens, o que não é fácil, pois cativar a juventude para esta modalidade é uma tarefa complicada nos dias de hoje, já que os computadores e as consolas levam quase sempre a melhor. Por tudo isto não é à toa que o Open Nacional “Cidade de Ermesinde” é já considerado como o segundo maior torneio nacional – em termos de participantes – logo a seguir ao de S. João da Madeira, e isto em apenas dois anos de existência. Por isso, só temos de estar satisfeitos e continuar a trabalhar para que no próximo ano seja ainda melhor», rematou Bonifácio. as pessoas a participar mais vezes neste tipo de provas. O que é pena, pois cientificamente está provado que as damas são uma modalidade que evita uma série de doenças do foro mental. AVE: Como assim? JP: Todas as pessoas a partir da casa dos 30 ou dos 40 anos deviam começar a jogar, pois desta forma exercitam o cérebro, evitando assim doenças como o alzheimer, por exemplo. No entanto, e infelizmente, como já referi, há cada vez menos pessoas a praticar damas, pelas razões que atrás citei, e como tal reconheço que é uma modalidade que hoje está envelhecida. Tenho tentado de certa forma contrariar esta tendência, até porque fui convidado a dar aulas de damas a crianças de uma escola primária e a jovens do ensino secundário (da zona de S. João da Madeira), de modo a ver se consigo “extrair” um ou dois jogadores para o futuro. A ver vamos. Agora tenho de ir jogar (risos). Obrigado. MB

Foto: NDE


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1 de março de 2014 - A Voz de Ermesinde

Bilhar

400 bilharistas deram cor a uma dezena de competições do universo Bilharsinde MB

ma maratona de cerca de 4000 jogos de bilhar fez deslocar durante uma semana e meia ao Centro Comercial Parque Nascente (em Rio Tinto) centenas de adeptos na ânsia de visionar mais um capítulo da história da Bilharsinde, plataforma bilharística, chamemos-lhe assim, nascida na nossa cidade que agrega em si um cada vez maior número de competições, as quais têm atraído alguns dos melhores jogadores nacionais da atualidade. Entre 12 e 23 de fevereiro deram vida à dezena de competições de pool português do universo Bilharsinde – organizadas pelo Voxx Clube de Bilhar (de Ermesinde) – cerca de 400 atletas, alguns dos quais de topo, casos do bi-campeão nacional Fernando Oliveira, de Manuel Perei-

ra, que em quatro ocasiões se sagrou campeão europeu, do atual detentor do ceptro nacional, Bruno Fumega, ou do jogador português mais medalhado de sempre no seio da modalidade, Pedro Grilo. Quanto a vencedores, e são eles que ficam para a história, o Clube Bilhar os Netinhos fez a festa ao erguer a Taça Bilharsinde Júnior, prova que reuniu nove equipas recheadas de futuros craques da modalidade, enquanto que a competição Individual Bilharsinde Júnior – que contou com a participação de 32 atletas – foi ganha por David Leite, bilharista do Quinta Amarela. Passo agora para as senhoras para dizer que pelo segundo ano consecutivo o conjunto das Amigas do Bilhar levou para casa a Bilharsinde Cup – certame que contou com um total de sete equipas – ao passo que no torneio Individual Bilharsinde Cup a festa final foi de novo feito pelas Amigas do Bilhar, graças ao triunfo da sua atleta Inês Silva. Fernando Oliveira, um dos nomes sonantes do

Foto: VCB

evento, em representação das cores do Paparugui Clube de Bilhar venceu a prova de 64 K.O. Individual, ao passo que Jorge Rocha, da Associação de Bilhar O Sonho, arrecadou o troféu relativo ao certame de 32 K.O. Individual. Com a participação de 23 equipas a Taça Liga Bilharsinde foi conquistada por um dos pesos pesados da modalidade, o combinado do Clube Bilhar Pedro Grilo, equipa esta que viu o seu bilharista João Leite subir ao lugar mais alto do pódio na prova Individual Liga Bilharsinde. Por fim, a Taça Superliga Bilharsinde, que este ano foi parar às mãos do Clube de

Bilhar S. José (na imagem), que levou a melhor sobre uma concorrência formada por sete dezenas de equipas. No plano individual, o S. José também festejou, já que João Sousa levou para casa a Individual Taça Superliga Bilharsinde. A cerimónia da entrega de prémios contou com a presença de algumas figuras de fora do “mundo do bilhar”, casos do presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, e da tesoureira da Junta de Freguesia de Ermesinde, Sónia Silva, que ali se encontrava em representação do presidente Luís Ramalho.

basquetebol

aNDEBOL

Depois do tricampeonato de juniores chegou o tricampeonato de cadetes!

Juvenis cepeenistas vencem Taça da Associação de Andebol do Porto

À conquista do tricampeonato de juniores femininos seguiu-se uma semana depois a conquista do... tricampeonato de cadetes femininos! Falamos, como já vem sendo natural ao longo das últimas temporadas, do basquetebol do CPN, que continua a colecionar títulos nos escalões de formação, tantos e tão variados que anunciar, por assim dizer, um feito do basket propagandista é quase um facto corriqueiro! Bom, mas título é título, e cada um deles tem um sabor diferente, tal como o de campeão distrital de cadetes femininos alcançado a 2 de fevereiro passado, no Centro de Congressos de Matosinhos, onde entre 31 de janeiro e o citado dia 2 de fevereiro decorreu a fase final do Campeonato Distrital de Cadetes. No primeiro dia de competição o CPN defrontou o Coimbrões, equipa esta que havia causado algumas dificuldades à turma de Agostinho Pinto na fase regular da prova. Sabendo disso as cepeenistas entraram decididas em cedo mostrarem o seu verdadeiro valor, e com dois períodos iniciais fortes conseguiram desequilibrar o jogo nos minutos iniciais. A vantagem no marcador foi aumentando na segunda parte, tendo o encontro terminado com uma vitória categórica por 93-45. No outro encontro da 1ª jornada o Desportivo da Póvoa vencia o Juvemaia, equipa esta que iria defrontar o CPN no dia seguinte. Sabendo do estilo de jogo mais contido e

fechado do Juvemaia as atletas ermesindenses conseguiram simplificar o segundo encontro desta fase final. Com uma pressão defensiva elevada e fazendo o adversário cometer erros consecutivos no seu processo ofensivo, o CPN teve, à semelhança da véspera, dois períodos fulminantes, conseguindo uma vantagem ao intervalo de 36 pontos que lhe permitiu gerir confortavelmente os vinte minutos finais, acabando por vencer o duelo por 68-29. Mais tarde o Desportivo da Póvoa acabaria por vencer (81-68) o Coimbrões e a decisão do título ficava assim adiada para o último dia da fase final, e seria discutido entre ermesindenses e poveiras. O domingo chegou, e começou com a equipa do Juvemaia a alcançar o 3º lugar do pódio após bater a equipa do Coimbrões por 52-49, restando a decisão dos dois primeiros lugares distritais. Ao contrário do que as propagandistas fizeram nos jogos anteriores, desta feita não conseguiram entrar decididas, permitindo ao adversário alguns pontos fáceis, chegando ainda assim ao descanso com uma vantagem de 10 pontos (39-29). Até ao final assistiu-se a um jogo de elevada produção ofensiva, com as duas equipas a complicarem a vida uma à outra. Entrando no último período com a vantagem máxima na partida de 21 pontos, o CPN manteve-se sério e conseguiu fechar o jogo e o Campeonato Distrital com a vitória por 72-63!

Com uma esclarecedora vitória por 35-15 sobre o Gondomar Cultural (B), a equipa de juvenis da secção de andebol do CPN (na imagem) terminou no passado dia 15 de fevereiro a sua participação na Taça da Associação de Andebol do Porto (AAP), prova que venceu só com vitórias (14 vitórias em outros tantos jogos). O título já estava garantido desde a 12.ª jornada, mas os atletas do CPN não facilitaram e fizeram o pleno, naquela que é a segunda prova regional mais importante organizada pela AAP. Para além do primeiro lugar na tabela classificativa, a equipa do CPN garantiu ainda o título de "melhor ataque" da prova, com 501 golos marcados, e preencheu os dois primeiros lugares da lista de melhores marcadores com dois atletas seus: Hugo Sousa, com 127 golos marcados, e Ruben "Rafa" Marques, que atingiu a surpreendente quantia de 184 golos marcados (mais de 13 por jogo, em média). Apesar de a competitividade desta prova não se ter revelado a mais elevada, os atletas do CPN não deixaram os seus créditos por mãos alheias e fizeram questão de afirmar a sua superiorida-

de ao longo de todo o seu percurso competitivo. Finda esta competição, a equipa começa agora a preparação da sua participação na próxima prova oficial da AAP, a Taça de Encerramento 2013/2014. Trata-se de uma competição com um grau de dificuldade mais elevado, já que farão parte do quadro competitivo mais algumas equipas com qualidade, mas os juvenis do CPN não podem deixar de partir para ela com expectativas de uma boa classificação e, quem sabe, de conquista de mais um título. Voltamos à Taça da Associação de Andebol do Porto para referir os nomes que alcançaram este feito para o clube de Ermesinde: Treinadores: Sílvia Barbosa, e João Queirós (adjunto). Dirigentes: Carla Pereira, Pedro Moutinho. Atletas: Cristiano Moreira, Diogo Moreira, Diogo Ribeiro, Hugo Sousa, João Moreira, João Solha, Miguel Coutinho, Pedro Pereira, Ruben Costa, Ruben Figueiredo, Ruben Marques, Rui Garcia, Rui Pedro Oliveira, Rui Sousa, Rafael Ribeiro, e Vasco Moutinho.

Foto: CPN andebol


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A Voz de Ermesinde - 1 de março de 2014

FUTEBOL

Ermesinde 1936 continua a roer os calcanhares ao líder

Foto: Luis Macedo

Em três jogos disputados neste mês de fevereiro o Ermesinde 1936 somou mais duas vitórias e consentiu apenas um empate, performance que faz com que o emblema da nossa cidade continue por esta altura a morder os calcanhares ao líder da Série 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisão, o Leça do Balio. Em termos pontuais os ermesindistas somam 44 pontos, menos quatro que os matosinhenses, embora com menos um jogo realizado. Em seguida passamos então em revista as atuações do Ermesinde 1936 nas últimas rondas do campeonato, começando pela vitória caseira diante do Águas Santas.

luis Dias/AVE

eferente à 20ª jornada – realizada no passado dia 23 de fevereiro – o duelo ante os vizinhos do Águas Santas foi inteiramente dominado ao longo dos 90 minutos pela equipa que atuava em casa, o Ermesinde 1936, a qual não teve quaisquer dificuldades em alcançar um triunfo por 2-0. O primeiro golo da partida ocorreu ainda no primeiro tempo, na sequência da cobrança de um livre, do lado direito do ataque do clube de Sonhos, já perto da linha que demarca a grande área. No interior da pequena área o goleador Paulinho não perdoou, e de cabeça fez o primeiro golo da tarde. Após o intervalo, as características do jogo

ermesinde

desportivo

mantiveram-se: o Ermesinde 1936 era a formação mais ofensiva, não sendo de surpreender, por isso mesmo, que logo ao minuto dois do recomeço, Leça tivesse marcado o segundo e último golo do jogo. O Águas Santas só conseguiu criar algum perigo na sequência de lances de bola parada, mas sem qualquer oportunidade flagrante de golo. O guardião ermesindense, o veterano Teixeira, só teve de se aplicar mais a sério ao minuto 55, quando mostrou a sua forma ao defender o esférico na sequência da cobrança de um livre direto, já muito perto da sua grande área.

Empate em Santo Tirso Uma semana antes, mais concretamente no dia 15, os ermesindistas viajaram até Santo Tirso para defrontar o Monte Córdova, em jogo (na imagem) da 19ª jornada. 2-2 foi o resultado final, sendo que a turma orientada por Jorge Lopes começou por estar em desvantagem no marcador, mas ainda antes da saída para o intervalo Fajó repôs a igualdade. Já na segunda parte o goleador da turma de Sonhos, Paulinho, colocaria o Ermesinde 1936 a vencer, na sequência da transformação de uma grande penalidade, e seria igualmente através de um penálti que a turma da casa selaria o resultado final numa igualdade a dois golos.

chegado ao golo, quando, na pequena área falhou incrivelmente uma oportunidade flagrante para bater o guardião visitante. Cinco minutos, mais tarde Pinto não falhou, dando a melhor sequência a um centro do lado direito do seu ataque, rematando de primeira para o fundo da baliza defendida por Bruno. Diga-se, aliás, que Pinto foi um dos melhores jogadores em campo, sempre muito concentrado e empenhado nos lances de ataque da sua equipa. Aos 10 minutos foi a vez de Leça falhar, bem tentou fazer um “chapéu” a Bruno, mas a bola saiu ao lado direito da baliza do Ramaldense. Decorrido o primeiro quarto de hora a equipa visitante desfrutou da sua melhor oportunidade para chegar com perigo à baliza de Teixeira, na sequência de um livre direto, cobrado por Joel, mas à figura do guardião ermesindista. Depois disso, sucederam-se várias oportunidades, para os locais, quase todas protagonizadas por Serginho, que nesta partida bem merecia ter marcado um golo. O segundo tento para a equipa anfitriã surgiu à passagem da meia hora de jogo, desta vez Paulinho não falhou a recarga depois da bola ter sido devol-

vida pela trave. E até ao intervalo o clube da casa ainda teve mais duas oportunidades para avolumar o resultado, sem no entanto o conseguir. Entretanto, os atletas visitantes viam-se em “palpos de aranha” para resistir ao futebol mais ofensivo dos pupilos de Jorge Lopes e nem as várias substituições logravam arranjar forma de mudar o rumo dos acontecimentos. Refira-se que os visitantes se revelaram demasiado agressivos e muito pouco respeitadores das decisões do árbitro, o qual necessitou de proteção policial para sair do relvado, ao intervalo, na sequência da primeira expulsão ramaldense. Na etapa complementar as características do jogo mantiveram-se, houve mais quatro golos (três para o Ermesinde e um para o Ramaldense, de livre direto), mas mais poderiam ter surgido do lado ermesindista, tendo valido a boa prestação do guarda-redes Bruno. Entre os avançados do Ermesinde também merece uma palavra de apreço Diogo Loureiro, que bisou, sendo espetacular o seu primeiro golo, um “chapéu” de belíssima execução. Uma semana mais tarde (9 de fevereiro) a equipa da nossa cidade esteve de folga.

ginástica acrobática

ARCA arranca com arrombo às medalhas em Vila do Conde No passado dia 15 de Fevereiro, a equipa de ginástica acrobática da Associação Recreativa e Cultural da Azenha (ARCA) fez-se ao pódio, iniciano a época 2013/2014 com várias atletas medalhadas. O 1º Torneio de Níveis da Associação de Ginástica do Norte decorreu em Vila do Conde e contou com 10 equipas, entre elas o Boavista FC, a Arco Club da Maia, Estrela Vigorosa Sport, Ginásio Clube da Maia, Sport Club do Porto, Académico Futebol Clube e o clube anfitrião, Ginásio Clube Vilacondense, num total de 250 atletas, dos vários níveis de competição. As atletas da ARCA conseguiram numa renhida disputa pelo pódio às décimas uma boa prestação, com 3 grupos medalhados: um 1º, 2º e um 3º lugar. Um feito que já vem sendo consumado nos últimos anos e que, embora sem as mesmas condições de treino que outras equipas da competição, o árduo trabalho e a perseve- rança das ginastas tem somado sucessos para o desporto de Valongo.

Nas palavras da treinadora, Mafalda Rodrigues, a primeira prova da época «de forma geral, correu bem e não ficaram a dever nada a ninguém», numa alusão ao desempenho das suas atletas. Continuou esclarecendo que «as condições em que os treinos decorrem não são as melhores». Acrescenta que agora tem «o trabalho de reflexão e de revisão de pormenores técnicos com as atletas e de preparação para a próxima prova» a decorrer já no próximo dia 22, no Complexo Gimnodesportivo da Maia – 2.º torneio de níveis. E conclui, apontando o objetivo de «ter ainda melhores resultados nas próximas provas». A tabela classificativa ficou assim definida: Escalão B – grupos femininos: 1º lugar: Rita Paupério, Rita Albuquerque, Lídia Almeida. Escalão B – grupos femininos: 2º lugar: Filipa Lima; Catarina Vieira; Luísa Barros. Nível 1 – grupos femininos: 3º lugar: Soraia Faria; Beatriz Rocha; Carlota Ferreira.

florentino silva

Chapa 5 ao Ramaldense A 2 de fevereiro o Ermesinde 1936 recebeu o Ramaldense em encontro da 17ª jornada. O Ermesinde entrou muito dominador e controlou o jogo durante os 90 minutos e o resultado, de 5-1 a seu favor, apesar de ser uma goleada, acaba por ser escasso para refletir o que realmente se passou, tantas foram as oportunidades criadas pela equipa da casa. Logo aos dois minutos, Paulinho podia ter

Foto: Florentino Silva

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento nao pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto e Luis Dias. Design: Joel Mata e Marcos Ribeiro (colaboração com o Curso de Técnico de Design Gráfico da Escola Secundária de Ermesinde)


1 MARÇO de 2014

• A Voz de Ermesinde

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A Voz de Ermesinde •

Crónicas

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Pedro, o Grande

GLÓRIA LEITÃO

João tem 9 anos e com o tempo, além de se ter tornado viajante diário do mesmo autocarro que o meu, ficou amigo. É fácil ficar-se amigo do João e deixar que ele nos conquiste o coração e isto muito por uma simples característica invulgar nos adultos, mas particular nas crianças – genuinidade. É impossível que ao seu lado estejamos tristes ou abatidos porque ele não deixa. Envolve-nos com um beijo ou um abraço e distrai-nos a atenção através dos cadernos escolares que gosta de mostrar: briosos. Ao detalhe, pormenoriza o que lá está espelhado como ensinamento. Tudo isto sob o olhar atento de uma mãe, ainda de olhos tristes porque por vezes diz que a vida não terá sido muito justa: no ano passado retirou ao João o direito de ter o seu pai com ele, ceifando-lhe a vida com pouco mais de 50 anos de idade. Quando a Alice me explica como foi de forma rápida que a doença se apoderou do pai do João, ele ouve atentamente e procura desde logo lembrar os episódios alegres das suas vidas, enquanto o tinham entre eles. Normalmente resulta porque ajuda a sua mãe a conter a emoção. Sendo mais raro que a vida nos cruze nos finais de dia, quando isso é possível ele mostrame de imediato os seus TPC’s. Trocamos impressões sobre isso e eu falo-lhe também dos meus. Agora ele vai percebendo que também eu estabeleço os meus TPC’s e explico-lhe num termo que um menino entende: pegar num pensamento ou numa preocupação ou num estado de espírito e fazer uma composição. O João anda intrigado – pedi à sua mãe para oportunamente me deixar usar a sua foto numa ponderação que quero fazer. Quando lhe agucei a curiosidade com o título pergunta-me ele: «Glória, como é que vai chamar ao seu texto “Pedro, o Grande”, usar a minha foto, que sou o João e falar sobre as mulheres?». Esse era o grande desafio,

respondi-lhe. Isto porque de um ano para o outro continuava a sofrer perdas irreparáveis e que têm a ver com vidas humanas. Gente nova, também e que fizeram com que o Natal do largo da minha rua este ano tenha sido diferente porque sabíamos que ali perto, a “Rosinha da farmácia” cuidava do Pedro – o seu marido de sempre, um pai de sempre e o amigo de muita gente. Todos contávamos com a força da Rosinha e o respeito que nos merecia a coragem do Pedro, um homem de 53 anos que em dois meses precisou de preparar-se para uma viagem abrupta, que o iria enviar para a tal “Terra do Nunca”, ou o lugar que cada um lhe destinará ao abrigo da sua fé. Quando também eu me fui despedir dele, achei-me no dever de lhe curvar a cabeça em gesto de respeito. Olhando-o ali deitado, inesperadamente surgiu-me à ideia “Pedro, o Grande”. É mesmo preciso ser-se “grande” para enfrentar uma batalha em que percebemos que vamos sair derrotados e precisamos de despedir-nos de uma vida a quem demos tanto. Às vezes olho para o meu cantinho e sinto-me dispersa. Gostava de não precisar ponderar sobre coisas tão profundas como os sentimentos mas, deixar em branco estas passagens para mim torna-se demasiado pesado. Escrevendo, “descarrego” e fica mais leve seguir em frente, ainda mais que em cima da minha secretária e desde há algum tempo estava um DVD que me tinha sido emprestado pelo meu vizinho, “Bino-Kurov”, que sabe deste meu gosto por descortinar vida nas coisas ou nas pessoas. Na capa deste DVD lia como título “O meu coração ficará no Porto” e, ao passá-lo no computador pude ver um excelente documentário sobre Humberto Delgado. Cinquenta anos depois o Porto evocava um dia em que uma manifestação sem precedentes marcou o início do fim de uma ditadura – 14/05/ 1958. Quanto terminei de ver percebi que estava perante uma outra pessoa que passei a classificar na categoria de “O Grande”. Encontrei-lhe o denominador comum que encontro nas pessoas que me despertam sentimentos de escrita – a coragem. Este homem foi corajoso, mais e muito mais dos que o liquidaram à queima-roupa. Foi pena que as diversas ordens honoríficas que lhe tinham sido atribuídas até 1957 não o tivessem protegido. De nada lhe terá valido tudo aquilo que terá feito para merecer essas distinções que, por certo, ao atribuírem-nas terão pensado que tivessem o

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peso e a força suficiente para o aquietar. Claro que agora é nome na história, nome de ruas e praças mas merecia não ter sido traído pelo seu próprio país. Desta vez não foram os “soldados rasos” que pereceram na frente da batalha – foi um general, que se colocou na “frente da batalha” e a quem terão silenciado a forte e convicta voz de comando. Do que conheço do João e se lhe lesse este apontamento perguntava desde logo – «Glória, e onde entra aqui o valor das mulheres?». A resposta teria que ser: em tudo. Por exemplo, em 20/01/2014, li: «…De acordo com uma nota biográfica fornecida à Lusa pela família, Maria Iva de Andrade Delgado faleceu esta quinta-feira em Lisboa, aos 105 anos de idade. Segundo a nota fornecida pela família, em 1958, «temendo embora que a candidatura de seu marido à Presidência

Sem Medo', só tendo autorizado a trasladação dos restos mortais de seu marido para Portugal após a restauração da democracia», refere o texto. Humberto Delgado não morreu só – aquando da sua “execução”, a sua secretária que o acompanhava, Arajaryr Campos, terá acorrido em auxílio do general e foi atingida por agressões violentas que lhe causaram a morte. Também a Alice tinha apoiado o seu marido no desejo que teve de vir findar o seu tempo na sua casa. A Rosinha definhava dia após dia sabendo que nada mais poderia fazer pelo seu Pedro. Uns dias antes eu tinha lido que Théo Sarapo, a quem o mundo chamou gigolô oportunista, se tinha suicidado há muitos anos, deixando um bilhete na sua mesinha de cabeceira onde estava escrito – “Pour toi, Edith, mon amour”. FOTO ARQUIVO GL Só depois da sua morte o mundo se terá apercebido que este homem (20 anos mais novo que a sua mulher) fez orelhas moucas ao que de si se dizia por ter casado com Edith Piaff – à morte dela efetivamente tinha sido o seu único herdeiro, dos direitos discográficos e cinematográficos mas também das dívidas que se tinham acumulado pela vida de excesso desta mítica cantora e consequentes danos de saúde que isso lhe terá acarretado. Théo Sarapo, discretamente e só, sem mais alguma vez ter sido visto com outra mulher, limpou o seu nome, limpou o nome da mulher que amou e só depois se despediu da vida. 8 de março será o Dia Internacional da Mulher e este ano não escolho rosas para o lembrar – procurei o pensamento de alguém que me fizesse sentido, mas escolhi um provérbio: «Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar». O melhor será nunca da República tivesse graves consequências hostilizarmos a força de cada um e, tal como para o próprio e para a família, [Maria Iva se diz, «o respeito é muito bonito!», daí Delgado] apoiou-o com inteira abnegação, que todos devemos fazer por isso, porque tendo participado activamente na mítica merecemos, quer se seja mulher, quer se campanha eleitoral. (…) A sua influência foi seja homem. O sábio povo também diz que depois determinante no sentido de Humberto “de pequenino se torce o pepino” e o João Delgado pedir asilo político ao Brasil, país já vai no bom caminho porque os corações onde estiveram juntos pela última vez em 1960. que ostenta na foto foram feitos a pedido Apesar da sua sensibilidade tradicional de da sua professora para que no dia 14 de mãe de família, Maria Iva Delgado acabou fevereiro os dedicasse a mulheres que já por ter um papel indiscutivelmente político são importantes na tua tenra idade e, de enquanto mulher e depois viúva do 'General certeza, a sua mãe será uma delas.


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• A Voz de Ermesinde

Crónicas

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Quanto tempo é muito tempo? preenchem de maneira sequencial, contável. A perceção de tempo inferida a partir dos nossos sentidos é estabelecida via processos psicossomáticos onde diversas variáveis, muitas vezes com origem puramente psicológica tomam parte, e, assim como certamente todas as pessoas presenciaram em algum momento uma ilusão de ótica, da mesma forma de que em algum momento houve a sensação de que, em certos dias, determinados eventos transcorreram de forma muito rápida e de que em outros esses mesmos eventos transcorreram de forma bem lenta, mesmo que o relógio – aparelho especificamente construído para medida de tempo – diga o contrário» (Wikipédia – A enciclopédia livre). A causalidade que está presente em todos os momentos da nossa vida, ou seja, que a causa sempre precede o efeito tem sido amplamente discutida no âmbito da mecânica quântica e de outras ciências modernas. «Mesmo a relatividade que trouxe consigo a dependência explícita do tempo com o referencial e os debates quanto à possibilidade de viagem no tempo, preserva a causalidade: se, em um referencial, o evento 1 é causa do evento 2 precedendo-o no tempo, portanto, em qualquer outro referencial esta relação de causalidade será preservada mesmo que a medida do intervalo de tempo entre os eventos possa ser expressa mediante valores bem diferentes nos diferentes referencias escolhidos» (Wikipedia – a enciclopédia livre). Ainda que Albert Einstein, nas suas investigações acerca da relação entre o tempo e a velocidade da luz e do tempo quanto a outros referenciais, tenha escrito: «Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão», a verdade é que ainda não existe prova indiscutível que enferme o princípio da causalidade e outros princípios da ciência e da nossa experiência diária e permanente. Todo este exórdio, que alguns poderão achar deslocado e exorbitante, vem a propósito da minha participação em “A Voz de Ermesinde”. Em janeiro de1994, entreguei um poemazinho ao Sr. Dr. Manuel Augusto Dias, então chefe de redação de “A Voz de Ermesinde” e, desde então, venho emprestando a minha singela contribuição à comunidade de Ermesinde e aos seus leitores em forma de crónicas. Foram já centenas de crónicas e poemas que fui deixando. De alguns desses trabalhos resultou um livro que publiquei há quatro anos. Estou agradecido a todos os leitores que partilharam desse trabalho, transmitindo-me as suas opiniões oralmente e através das redes sociais. Vieram de Trás-os-Montes, do Brasil, da França, quiçá de outros lugares. Agradeço, sobremaneira, a diretores, chefes de redação, jornalistas, estagiários e outros colaboradores do jornal durante este período. Foi muito tempo? Foi pouco? Muito, pouco, algum, bastante, tanto e ainda outros são quantificadores indefinidos que não implicam juízo de valor. Verdade é que vinte anos passaram. De nada me arrependo, nada exigi nem me foi requerido. Não é uma despedida. Como é hábito generalizado lembrar datas e períodos, este trabalho foi a marca que deveria ter sido assinalada há mais de um mês. Continuarei a enviar os meus trabalhos enquanto os responsáveis do jornal desejarem. No dia em que se tornarem aborrecidos ou deixarem de corresponder ao que deles esperam os leitores, pousarei “a minha pena” e darei lugar a outros, porque essa é a lei da vida.

O tempo perguntou ao tempo Quanto tempo o tempo tem E o tempo respondeu ao tempo Que o tempo tem tanto tempo Quanto tempo o tempo tem. NUNO AFONSO

engalengas, provérbios, adivinhas, expressões idiomáticas, canções infantis, cantigas de jogos de roda, contos tradicionais, alguns inspirados na gesta dos Descobrimentos, cantados, à vez, por homens e mulheres enquanto segavam o centeio, bem como outras manifestações de cunho popular são preciosidades, do tesouro linguístico comum, repositório anónimo de sabedoria, corolário de atividade reflexiva no silêncio dos trabalhos agrícolas cujos temas têm merecido ensaios e tratados científicos, filosóficos, literários e de outros tipos. A abordagem é convidativa pelo encanto formal e pela singeleza que ostentam, usando sabiamente os jogos de palavas, a rima, o ritmo além de conteúdos adaptados à vida de todos, assim contribuindo, abundantemente, para o sentido global desses textos. No discurso, em prosa ou em verso, tudo significa, assim a forma (significante) como o conteúdo (significado). Vejam-se, a título de exemplo, a prosa repassada de emoção nas “Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett ou o desenho textual tão próximo de ações e ambientes em qualquer dos grandes romances de Eça de Queirós, a musicalidade de quem vai caminhando, tão importantes como o conteúdo, do poema “A Moleirinha” de Guerra Junqueiro ou a simplicidade comovedora da redondilha maior na “Balada da Neve” de Augusto Gil assim como, num estilo mais objetivo e realista, adaptando a sensibilidade criadora a diferentes situações da vida e da evolução social, de Cesário Verde em “O Sentimento dum Ocidental” (Ave-Marias). De igual modo, para uma peça teatral são fundamentais os cenários, a iluminação e a mise-en-scène associados à qualidade do texto e da sua interpretação; o mesmo se diga em relação aos arranjos musicais associados a uma bela canção e à qualidade do seu ou da sua intérprete. Anónimos embora, presume-se que os textos que, de início, referi, tenham sido criados por gente simples mas inteligente e atravessaram épocas, geração após geração. A origem humilde parece evidente e são várias as razões para assim crermos: o anonimato, a linguagem corrente, os temas, na sua maioria adequados à infância ou a públicos não necessariamente instruídos (à exceção talvez dos que tiveram nos Descobrimentos a sua génese) todavia por todos aceites e compreendidos. É que, se os simples encontram interesse e facilidade de apreensão nesses formatos, quem os abordar com

ILUSTRAÇÃO A. L. MILIN

outros meios encontra neles, igualmente, matéria de deleitosa degustação. Atenho-me ao nome que dei a esta crónica e à lengalenga que lhe deu início. Falemos, pois, do tempo. O vocábulo tem aplicações diversas: na meteorologia, aquilo que entendemos por “está bom tempo!” se há uma conjugação positiva de temperatura, ausência de nuvens e um belo sol ou se, pelo contrário, “está um péssimo tempo” quando ocorrem chuva, frio, ventos fortes, inundações e outros fenómenos atmosféricos desagradáveis e de consequências nefastas; no sentido sequencial que pode ser medido em minutos, horas, dias, semanas, anos ou décadas, o correspondente a uma geração, expresso em sintagmas como «aconteceu há duas horas…» ou «há uma semana que ninguém a vê», a que corresponde o que os antigos gregos denominavam kronos, de que deriva o nosso tempo cronológico; um terceiro sentido é um momento indeterminado em que algo de especial acontece, sentido qualitativo a que os gregos atribuíam o termo kairós, como «este é o tempo dos homens…», em oposição a «o tempo de Deus». «O pensamento humano estruturou-se de forma a considerar a vida e os eventos que a

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A Voz de Ermesinde •

Crónicas

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Carta de amor O tio Brito, que usava lenço vermelho ao pescoço, tocava concertina e deitava os foguetes, durante a procissão pelos caminhos da aldeia, nas festas de Santa Maria Madalena, contou-me:

a cabra morinha tinha tido dois cabritinhos até chorei de alegria!...». O Jorge, destacado do Regimento de Infantaria de Vila Real para a Serra do Pilar (Gaia – Porto), na primeira carta para a PINTURA EDGAR DEGAS

GIL MONTEIRO (*)

epois de Fernando Pessoa ter escrito: «Todas as cartas de amor são ridículas»!, é preciso arrojo para escrever sobre tal assunto! Mas, como hoje é Dia dos Namorados, a coragem chegou.

Namorar é bom. A vida devia ser de amor pleno. Daí as cartas específicas, para esse efeito, não terem muito sentido, e estarem a caminho da extinção. Mesmo nas atividades difíceis do dia a dia as cartas devem ser examinadas com bom senso, à espera de os assuntos serem tratados em concórdia (fácil de dizer e escrever!...). Os seres vivos da natureza e os domésticos também têm que ser respeitados. Na falência do meio ambiente, cada vez mais ameaçado, está a sobrevivência do homem no planeta Terra. Os conversados das aldeias, antigamente, namoravam aos domingos a caminho da fonte, enquanto as futuras noivas andavam de caneco à água. Quando chegava o tempo do serviço militar, poucos escreviam às namoradas, por serem analfabetos ou não terem dinheiro para os selos.

+ + +

ABÊ

«– A minha Ester bem escrevia para o quartel de Tavira, mas eu não tinha dinheiro para selos, remetia duas no mesmo envelope! Até que um dia, com muita paciência, fui tirando a tinta do selo da carta recebida e colei-o na minha... Ao saber, na resposta, que

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namorada de Paradela, e com receio que se perdesse, escreveu, por fora, do envelope: «– Vai-te carta, vai-te carta, pelo meio dos pinheirais; O meu coração fica a dar muitos ais!». Andava na 2ª Classe quando escrevi a

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primeira carta de amor! Comecei cedo, mas do pior modo – resultado incrível! O moço dos bois do Sr. Correia, aos 15, 16 anos, perdeu-se (ou encontrou-se) de amores com a Alice do Rocha, a começar a mostrar corpo de mulher, nas idas às feiras de São Martinho ou às missas de domingo. Como um criado “falar” à filha de um lavrador era “pecado”, e o escrever-lhe impossível, pois era analfabeto e, ainda, tinha vergonha de pedir ao Safadinho, ilustre ex-brasileiro e escriba da terra, fui obrigado a tentar a solução para o intrincado problema. Apesar de mal saber alinhavar uma cópia – frequentava o 2º Ano na escola da Regente D. Albertina –, aceitei o desafio. Munido de papel e lápis, fui ter com o Zé, ao monte da Eirinha, onde apascentava os bois do patrão, para escrever a carta. Preparada a banca em pedra lisa, perguntei: – Fala, que eu escrevo! Como não disse palavra ou frase, passei a ser eu o Zé, pedindo namoro à Alice. O papel dobradinho foi ter, por artes mágicas, ao bolso do gabiru do Inácio!!! Os feijoeiros, retirados dos campos de milho, aguardavam os serões à lareira para debulha, em convívio de amigos e familiares. Pois, no meio de tantos ditos e contos, o galhofeiro do Inácio não começa a ler a minha carta de amor!?... Senti-me tão vexado que fugi para casa da tia, no fundo do povo. Nunca mais ouvi falar da minha cartinha!

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Opinião

Cantanhede e os autarcas

A. ÁLVARO SOUSA

JN, na sua edição de 18 deste mês de fevereiro, dá-nos conta de uma história com origem na autarquia de Cantanhede, segundo a qual um “influente advogado” espanhol apresentou um projeto destinado à construção de uma «biblioteca, teatro ao ar livre e residência de artistas». A qualidade do investimento levou a que a Câmara aprovasse por unanimidade a emissão de declaração de interesse público municipal do projeto, avaliado em cinco milhões de euros, decisão acompanhada pela Comissão da RAN, que desanexou os terrenos da Reserva Agrícola.

Infere-se da notícia que os autarcas não se fizeram rogados na eliminação de todas as barreiras legais para que o advogado requerente concretizasse o prometido cartaz de espetáculos de elevado nível, dar emprego aos moradores da freguesia e criar um imponente jardim, tudo aberto ao público em geral. E, vai daí, Câmara e Assembleia Municipal uniram-se num hercúleo esforço de convencimento dos vereadores e deputados municipais de que, com o seu voto de concordância, ficariam para sempre associados a um projeto ímpar para o município. Os autarcas cantanhedenses não suspeitaram que a “esmola era grande” e mais distraídos estiveram quando, mais tarde, tudo foi resumido ao pedido de autorização para execução de projeto de construção de “moradia unifamiliar e edifício de apoio à habitação para piscina”, que a autarquia aprovou sem pestanejar. Melhor e maior embuste não é fácil de equacionar. Todo este artifício, que é difícil perceber sem a conivência, ativa ou passiva, dos decisores municipais, terá um custo ainda maior

para os contribuintes se for dado ouvidos ao que, na mesma edição do JN, escreve o Prof. Mário Frota: procederse à «demolição do edificado e restituição dos terrenos ao statu quo ante». Os conhecimentos jurídicos deste professor de Direito dão-lhe abrangência suficiente para saber que se alguém seguir o seu conselho, os dinheiros públicos sofrerão mais um duro golpe proveniente de custos judiciais e indemnizações resultantes de expropriação de direitos generosamente concedidos e legalmente adquiridos. Ao contrário do que sugere Mário Frota, entendemos que este caso deveria merecer especial atenção do MP, indagando para saber se o que se passou foi apenas ingenuidade de autarcas ou se a sempre presente e “famosa” corrupção não deixou os seus créditos por mãos alheias. E, na passada, antecipar-se ao que estará para acontecer em Vila do Conde com a construção de um hotel em cima da praia de Labruge, envolvendo oito milhões de euros, com os autarcas a fingirem não

CONDURIL -

perceberem o risco de, dentro de algum anos, o investimento ser “engolido” pelo movimento natural do mar, perdendo-se os milhões de euros que tenham sido obtidos dos fundos comunitários, suportando o erário público, ainda, os custos das entidades envolvidas na defesa do património ameaçado. Se os autarcas encolherem os ombros permitindo que o “Hotel Talasso Labruge” venha a conhecer o dia de inauguração de funcionamento, quando se colocarem as

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IMAGEM•ARQUIVO

necessidades de construção de molhes de proteção costeira para defender o que não deveria ter sido autorizado, é preciso assegurar que o património pessoal destes senhores seja chamado a responder primeiro que os dinheiros públicos. São mais do que horas de acabarmos com a irresponsabilidade dos decisores públicos e o desbaratar do produto dos impostos penosamente suportados pelos contribuintes.

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A Voz de Ermesinde •

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

10 MARÇO 1814 – O imperador Napoleão Bonaparte é derrotado pelo exército prussiano na Batalha de Laon, na França.

Palavras cruzadas

Tarte de Jerimu Massa: • 1 chávena e meia de farinha de trigo; • 1/2 chávena de farinha de trigo integral; • 1 chávena de margarina de cozinha vegetal; • ½ colher de chá de sal. Recheio: • 1 kg de jerimu cozido a vapor, desfeito com um garfo e muito bem escorrido (equivale a cerca de 1,8 kg cru); • ½ chávena de açúcar amarelo; • 2 colheres de sopa de amido de milho (maizena); • 1 colher de chá de canela em pó; • 1 colher de sopa de farinha de trigo; • 1 chávena de leite vegetal; • raspa de 1 laranja.

HORIZONTAIS 1. Segue uma direção. 2. Víscera dupla; defeque. 3. Artigo; coais. 4. Reside; companhia aérea portuguesa. 5. Normas; composição poética. 6. Ressonância; magnete. 7. Ruim; mil seiscentos e cinco (rom.); banda desenhada. 8. Açule. 9. Oferecer; sentir dor. 10. Variar.

SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. Problema. 2. Eca; DL. 3. RR; mio: lat. 4. Pipos; re. 5. Amar; ida. 6. Sao; cc. 7. Sos; divida. 8. Abatem; ror. 9. Ria; abre. 10. Respondera.

HORIZONTAIS 1. Perpassa. 2. Rim; obre. 3. Os; passais. 4. Mora; TAP. 5. Leis; ode. 6. Eco; iman. 7. Ma; MDCV; BD. 8. Acirre. 9. Dar; doer. 10. Alternar.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: PAI PAX IPOI.

Nota: jerimu é equivalente a abóbora-menina e bolina. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

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Rua Papa Pio XII.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Norte-americano, um dos Prémios Nobel da Paz em 1925. 02 - Povo descendente de Tiras que habitou o sudeste da Europa. 03 - Realizador de “A Rapariga que Roubava Livros” (2013). 04 - Rio que nasce em Paços de Ferreira e desagua no Sousa. 05 - A que classe de animais pertence a capivara? 06 - A que país pertence a região da Virgínia? 07 - Em que país fica a cidade de Sfax? 08 - Qual é a capital do Rio Grande do Sul? 09 - A abreviatura Boo corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico prateado, mole, n.º 60 da Tabela Periódica (Nd).

SOLUÇÕES:

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

01 – Charles Dawes. 02 – Trácios. 03 – Brian Percival. 04 – Rio Ferreira. 05 – Mamíferos. 06 – Estados Unidos. 07 – Tunísia. 08 – Porto Alegre. 09 – Boieiro. 10 – Neodímio.

Provérbio Março duvidoso, S. João farinhoso.

(Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

Sudoku (soluções) ILUSTRAÇÃO OPENCLIPART.ORG

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Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

FOTO ARQUIVO

Preparação: Para a massa colocam-se todos os ingredientes numa taça funda e desfazem-se com as mãos, até que a farinha esteja misturada com a margarina. Acrescenta-se, aos poucos, só a água suficiente para formar uma massa consistente. Não amassar muito. Estende-se sobre uma superfície lisa e polvilhada com farinha e estica-se com o rolo da massa. Com ela, forra-se uma tarteira de fundo amovível, untada. Leva-se ao forno 10 minutos a 200ºC, até secar um pouco e se sentir o aroma da massa ligeiramente cozinhada. Retira-se do forno e reserva-se. Para o recheio misturam,-se muito bem todos os ingredientes secos. Depois, acrescenta-se o jerimu e incorpora-se muito bem. Pode-se passar com a varinha mágica se se desejar uma consistência de puré. Verte-se sobre a massa na tarteira e leva-se ao forno, moderado, até dourar e ficar firme.

VERTICAIS 1. Dificuldade. 2. Escritor português; Diário de Lisboa. 3. Rádio Renascença; miado; latim (abrev.). 4. Barris; acusada. 5. Gostar de alguém; viagem. 6. Sadio; com conhecimento. 7. Sozinhos; o que se deve. 8. Liquidam; grande quantidade. 9. Braço de mar; enceta. 10. Replicara.

1 MARÇO de 2014

01. Cauda do cavalo. 02. Orelha do cavalo. 03. Casco do cavalo. 04. Pé do gigante. 05. Mão do gigante. 06. Olho do gigante. 07. Tronco da árvore. 08. Monte. 09. Espada. 10. Pé do cavaleiro.


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• A Voz de Ermesinde

Tecnologias

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distros em linha...

A licença Commons da RALN – Rede Aberta Livre e Neutra BEKA IGLESIAS (*)

Princípio da reciprocidade

Esta semana o site de divulgação de novas distribuições de software livre assinalou o lançamento das seguintes novas distribuições Linux e BSD: Android- x86 2.2 e NixOS (acrescentadas à sua base de dados oficial, e ArchAssault e ArchBSD, que ficam em lista de espera.

Android-x86 2.2 http://www.android-x86.org/ Android-x86 é uma distribuição que resulta de uma iniciativa não oficial destinada a trazer o sistema operativo móvel Google Android para as arquiteturas x86 e x86_64. A versão 2.2 encontra-se na fase “release candidate”. Imagem CD .iso otimizada para laptop com arquitetura x86 (72,8 MB).

NixOS http://nixos.org/ NixOS é uma nova distribuição independente GNU/Linux de origem holandesa cujo sistema operativo, incluindo o kernel, aplicações, sistema e configuração são construídos pelo sistema de pacotes Nix, isolados uns dos outros, pelo que não existem os diretórios /bin, /sbin, /lib ou /usr, mas apenas /nix/store. Embora seja um projeto de pesquisa, já é funcional, com ambiente de desktop standard KDE. Imagem CD .iso otimizada para arquitetura x86_64 (745MB).

ArchAssault https://archassault.org/ O projeto ArchAssault oferece uma nova distribuição baseada em Arch Linux e destinada a testes de penetração e segurança. Está disponível em versões otimizadas para as arquiteturas x86, x86_64, ARMv6h e ARMv7h. Imagem DVD .iso otimizada para arquitetura PC 64 bits (3,0 GB).

ArchBSD http://archbsd.net/ ArchBSD é uma distribuição BSD®, livre e flexível, com o objetivo de manter simples os aspetos técnicos do sistema operativo. Correntemente oferece versões otimizadas paras as arquiteturas x86 e x86_64. Imagem CD .iso otimizada para arquitetura x86_64 (200 MB).

1. Quando é proporcionado serviço de interconexão com outra rede que, ainda que não se acolha à protecão do Commons da RALN ou seja, gerida de modo diferente por outras organizações, mas que em essência obedece aos mesmos critérios de rede aberta, livre e neutral, mantendo as mesmas liberdades e princípios gerais e permitindo a livre interconexão, pode-se estabelecer um reconhecimento recíproco das mesmas liberdades, no que se refere à livre circulação de conteúdos e serviços. Sobre a resolução de conflitos e jurisdição aplicável Em caso de perguntas, dúvidas ou conflitos relativos à interpretação ou aplicação do " Commons da RALN ", toda a gente se pode dirigir ao patronato da Fundação para que seja resolvido. A petição é formalizada através de um correio dirigido ao Patronato (Patronat (arroba) guifi.net), especificando claramente o assunto (por exemplo "Consulta / Conflito sobre o Commons em relação a ....") , e no texto do correio, uma descrição da questão, das suas motivações, dos pontos da Commons afetados, propostas, etc.., tentando que esteja bem documentado e compreensível. Uma vez que o patronato da fundação tenha recebido a notificação e em função da natureza do requerimento será aplicado o seguinte procedimento: 1. Decidir se a dúvida está suficientemente fundamentada para a fazer seguir ou arquivá-la. Em caso de arquivar-se, será finalizado o procedimento.

2. Decidir se se encarrega de resolver a questão diretamente, ou se cria uma comissão específica com a tarefa de resolver o problema. Ninguém que seja parte interessada dum conflito pode formar parte do grupo que toma uma resolução; se for o caso, deverá abster-se de formar parte da comissão. Os (as) encarregados/as de deliberar e resolver sobre uma pergunta tomam a decisão por votação, e para evitar o empate, a comissão será formada por um número ímpar. 3. Decidir se a documentação apresentada é suficiente ou se é preciso abrir um processo público informativo para reunir mais dados. No caso da questão afetar a terceiros, o período informativo público é obrigatório de forma a permitir a toda a gente exprimir a sua versão ou opinião sobre o tema a analisar. 4. Uma vez finalizado o processo informativo, o Patronato ou a Comissão deve debater e finalmente, resolver. 2. As resoluções terão de orientar-se de forma a aplicar o espírito do Commons da RALN , e em caso em que seja constatado um conflito ou uma situação de incumprimento, servir de arbitragem e propor soluções para emendar a situação que se tenha criado. 3. Em casos extremos, pode-se resolver a suspensão do acordo do Commons da RALN com uma participante, ficando sem efeito, e poderá recuperar as infraestruturas da sua titularidade em função do que é previsto na epígrafe " Sobre a titularidade e os (as) seus (suas) participantes". Por esta via não é possível resolver penalizações ou compensações de tipo económico por danos e/ou danos semelhantes; se for o caso terá que fazer-se via tribunais competentes. 4. Às resoluções pode-se apresentar um recurso, ou como alternativa, ir aos tribunais competentes.

(7ª e última parte)

5. A Fundação está constituída atendendo à Lei de Fundações de 4/2008 de Catalunya. Para efeitos legais e em caso de conflito, quando as partes não acordarem uma coisa diferente, a jurisdição aplicável pela Fundação e pela interpretação do Commons da RALN, é a que corresponda ao tribunal competente em Barcelona. atendendo à legislação vigente em Catalunya.

Sobre a licença do texto do Commons da RALN 1. O texto do Commons da RALN é possível de mudar ou ser modificado sob a licença Creative Commons by-nc-sa/3.0 ou a Licença GNU /FDL. • Não é possível fazer um uso comercial. • A distribuição e cópia é livre, referenciando que vem desta Commons da RALN. • É possível modificar os conteúdos e fazer trabalhos derivados sempre que o resultado seja distribuído com as mesmas condições. 2. Animamos qualquer outra organização de qualquer lugar do mundo a construir uma rede aberta livre e neutral, seja aceitando também o "Commons para a RALN ", seja fazendo uma modificação para adequá-la à sua própria organização e modo de trabalhar, desfrutando da possibilidade de interconetar as redes através do princípio de reciprocidade . (*) rbc.iglesias@gmail.com


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A Voz de Ermesinde •

Arte Nona

Entretanto

1 MARÇO de 2014

Abriu dia 13 de fevereiro em Paris uma exposição de BD de José Ruy sobre Aristides de Sousa Mendes JOSÉ RUY

Decorreu no Saloon Regiões o 1º Convívio do Clube Tex Portugal Realizou-se no passado sábado, dia 15 de fevereiro, em pleno Saloon Regiões, situado no Cacém, e com a presença do próprio Tex Willer, o 1º Convívio do Clube Tex Portugal, que contou com a honrosa participação de mais de três dezenas de fiéis seguidores (sócios, dirigentes e simpatizantes) do famoso Ranger nascido em 1948. Convívio esse que começou no Cacém, durante a tarde, em casa do “pard” Carlos Moreira, ponto de encontro para alguns dos seguidores do Ranger que se deslocaram de mais longe, com destaque para a sócia honorária Fernanda Martins, que viajou propositadamente da capital dos Países Baixos para poder participar neste primeiro e histórico convívio do Clube e receber em mãos da Direção deste o seu cartão de sócia assim como o pin oficial de adesão ao Clube, itens que Davide Bonelli, filho do saudoso Sergio Bonelli e atual responsável máximo da Sergio Bonelli Editore já tinha recebido em Itália por todo o apoio incondicional e constante incentivo que deu ao Clube desde o anúncio da sua criação. Para além de Tex Willer (na pessoa de Ricardo Leite) e Fernanda Martins, compareceram a este 1º Convívio do Clube Tex Portugal José Carlos Francisco, sua esposa e duas filhas, Mário João Marques, esposa e dois filhos, Carlos Moreira, esposa e filho, Orlando Santos Silva e esposa, Hernâni Portovedo, José Manuel Cristóvão, Fernando Marques, esposa e duas filhas, Carlos Gonçalves, Rui Cunha e dois filhos, António Freire e esposa, António Guerreiro, Geraldes Lino, João Amaral, Paulo Silva, José Eduardo Monteiro e esposa e ainda Pedro Pereira.

Fonte: http://texwillerblog.com/ wordpress/?p=50852

O Círculo Artístico e Cultural Artur Bual (da Amadora) organizou uma exposição no Consulado de Portugal em Paris dos originais digitais do livro de José Ruy “Aristides de Sousa Mendes, Herói do Holocausto”, na versão em francês. Esta edição é da iniciativa da Foundation Sousa Mendes, dos Estados Unidos da América, com quem o autor firmou contrato para as edições em inglês e francês destinadas ao público americano e canadiano. Esta exposição agora em Paris será itinerante, e seguirá depois para Bordéus e outros Consulados, Câmaras Municipais e escolas no país. A exposição foi inaugurada a 13 de fevereiro de 2014 e estará patente até 6 de março, data em que seguirá para Bordéus. Contando com a presença (e a montagem) de José Ruy, a inauguração contou também com a presença do presidente do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, o pintor Alves Dias, e também o presidente da Fundação americana, Louis-Philippe Sousa Mendes, neto do herói. As versões estão atualizadas a nível de desenho e texto – confirma o próprio José Ruy –, pois as edições em português e em hebraico foram acabadas pelo autor em 2002 (embora editadas em 2004) e neste espaço de tempo muitas homenagens aconteceram, inclusive a formação da Fundação Aristides Sousa Mendes na América. A alteração mais notória é na última página, reformulada totalmente, conforme assinalou o autor.

Lançamento do livro de BD “Hawk” na Sala Ogival do Castelo de S. Jorge Foi lançado, na passada sexta-feira, dia 14 de fevereiro, o álbum de BD, “Hawk”, de André Oliveira e Osvaldo Medina. O lançamento teve lugar na Sala Ogival do Castelo de São Jorge. Estiveram presentes no lançamento, além de André Oliveira (argumento) Osvaldo Medina (desenho), Inês Falcão Ferreira (cor) e Mário Freitas (legendas e edição, através da sua Kingpin Books). No sábado, dia 15, os autores e editores estiveram na Kingpin's Late Cupid Party!, que ocorreu na loja da Kingpin Books em Lisboa. Durante todo o evento houve ainda como momentos de interesse a antevisão das novidades editoriais da Kingpin para este ano e até já para 2015, o anúncio do programa integral (eventualmente provisório) do festival Anicomics Lisboa 2014 e ainda um «simpático desconto especial para casais na compra de livros e merchandise em (quase) todos os artigos».

OSVALDO MEDINA


21 Arte Nona

O Observador de impossíveis (15/16)

O Observador de impossíveis (03/04) O Observador de impossíveis (03/04

autor: PAULO PINTO

autor:

)

1 MARÇO de 2014

• A Voz de Ermesinde

PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

De 01/03/14 a 04/04/14 Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares) • População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

Telefones

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 969 8540 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 9280 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Cheia: 16; Q. Minguante: 23; Mar 20 20114 LLuaua Nova: 1/30; Q. Crescente: 8 . Cheia: 15 15;; Q. Minguante: 22 22;; Abr 2014 LLuaua Nova: 29 29;; Q. Crescente: 7 .

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

1 MARÇO de 2014

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

Farmácias de Serviço

01 Sab. Nova Alfena (Alf.) 02 Dom. Palmilheira (Erm.) 03 Seg. Outeiro Linho (Val.) 04 Ter. Sampaio (Erm.) 05 Qua. Santa Joana (Erm.) 06 Qui. Bemmequer (Alf.) 07 Sex. Travagem (Erm.) 08 Sab. Bessa (Sobr.) 09 Dom. Ascensão (Erm.) 10 Seg. Central (Val.) 11 Ter. Confiança (Erm.) 12 Qua. Alfena (Alf.) 13 Qui. Marques Santos (Val) 14 Sex. Formiga (Erm.) 15 Sab. Sobrado (Sobr.) 16 Dom. Vilardell (Campo) 17 Seg. MAG (Erm.) 18 Ter. Marques Cunha (Val.) 19 Qua. Nova Alfena (Alf.) 20 Qui. Palmilheira (Erm.) 21 Sex. Outeiro Linho (Val.) 22 Sab. Sampaio (Erm.) 23 Dom. Santa Joana (Erm.) 24 Seg. Bemmequer (Alf.) 25 Ter. Travagem (Erm.) 26 Qua. Bessa (Sobr.) 27 Qui. Ascensão (Erm.) 28 Sex. Central (Val.) 29 Sab. Confiança (Erm.) 30 Dom. Alfena (Alf.) 31 Seg. Marques Santos (Val) 01 Ter. Formiga (Erm.) 02 Qua. Sobrado (Sobr.) 03 Qui. Vilardell (Campo) 04 Sex. MAG (Erm.)

Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Areosa (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) Martins Costa (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Sousa Torres (Maiashop.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Maia (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Maia (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Giesta (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) Martins Costa (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Areosa (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.)

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL

• N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


1 MARÇO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda Desporto FUTEBOL 09 DE MARÇO 2014, 15H00

Er mesinde 1936 - Mocidade Sang emil Sangemil 22ª jor nada do Campeona jornada Campeonato Divisão visão,, Série 1, da to da 2ª Di visão Associação de Fute bol do P to Futebol Por orto to.. or – Estádio de Sonhos. 23 DE MARÇO 2014, 15H00

Er mesinde 1936 - Despor ti or tug al Desporti tivvo P Por ortug tugal 24ª jor nada do Campeona jornada Campeonato Divisão visão,, Série 1, da to da 2ª Di visão bol do P to Futebol Por orto to.. Associação de Fute or – Estádio de Sonhos.

(Agenda Associação Futebol do Porto)

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01 mar - 31 mar TRAIL 15 E 16 MARÇO 2014

Par que P aleo o arque Paleo aleozz oico de Valong alongo 2ºs TRILHOS DO P ALEOZÓICO PALEOZÓICO O projeto 2º Trilhos do Paleozoico realiza-se a 15 e 16 de março no Parque Paleozoico de Valongo e divide-se em três eventos: o Ultra Trilho paleozoico (UTP), com 45 quilómetros; o Trilho Paleozoico (TP) com 21 quilómetros, que faz parte do circuito nacional de trail; e o Mini-Trilhos e Caminhada Paleozoico (MTP) com 12 quilómetros. Os percursos incluem locais de beleza ímpar, tais como o Rio Simão, o Rio Ferreira, as Fragas, os Fojos e as Minas Romanas, entre outros locais do Parque Paleozoico, assim chamado por conter fósseis e outros vestígios do período paleozoico que decorreu entre 542 milhões e 245 milhões de anos atrás. A organização deste evento está a cargo do ultramaratonista Luís Pereira, com a coorganização da Câmara Municipal de Valongo e do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Festivais e exposições INÍCIO A 27 MARÇO 2014 tes do Fór um Vallis Longus Artes Fórum Sala das Ar e Fórum Cultural de Ermesinde MOSTRA DE TEATRO AMADOR 2014 Tem início no próximo dia 27 de março de 2014 – Dia Mundial do Teatro, a Mostra de Teatro Amador 2014, organizada pela Câmara Municipal de Valongo e que conta, mais uma vez, com a colaboração do ENTREtanto TEATRO. Novidade na edição deste ano é que serão atribuídos prémios aos participantes, nas seguintes categorias: Melhor Espetáculo de Teatro, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Luminotecnia, Melhor Figurino, Melhor Cenografia, Melhor Encenação e Melhor Música/ Sonoplastia. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).


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A Voz de Ermesinde •

Última

1 MARÇO de 2014

Uma escola... também são pessoas Enquanto noutras se trocavam as sanitas ainda novas por outras (de ouro), a Escola Secundária de Ermesinde foi daquelas que, mesmo com projeto aprovado, teve a sua requalificação marcada para o dia de S. Nunca. Só que a escola não são só as paredes e as carteiras, também são pessoas. E estas

cuidam o seu jardim com o amor de quem o sente não apenas seu, mas seu... e para todos. E eis o milagre das rosas: uma escola a quem se reconhecem muitos problemas e falta de condições, uma escola ainda e sempre à espera, é afinal, apesar de tudo contra ela... uma escola exemplar. LC

FOTOS URSULA ZANGGER


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