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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! N.º 917

• ANO LIV/LVI JUNHO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

M E N S Á R I O TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE

URSULA ZANGGER

Cor dão humano !

DESTAQUE ELEIÇÕES EUROPEIAS

Pesada derrota da coligação no Governo

DESTAQUE Pág.s 4/5

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Carta aberta de Celestino Neves a José Manuel Ribeiro

DESTAQUE Pág. 3

40 ANOS DE ABRIL

A Frente Democrática Popular de Ermesinde

DESTAQUE Pág. 7

António Cardoso – 100 anos...

LOCAL Pág. 8

Notícias do Centro Social de Ermesinde

LOCAL Pág. 9

No passado dia 6 de junho, um gigantesco cordão humano deu a volta a toda a Escola Secundária de Ermesinde, abraçando esta numa onda de solidariedade e indignação para com o esquecimento a que tem sido votada, deixada de lado como tem sido, sem requalificação e sem equipamentos. Presentes alunos, funcionários e professores, naturalmente o seu diretor, o presidente da Câmara Municipal de Ermesinde e outros autarcas, e muitos cidadãos solidários de Ermesinde e de todo o concelho. Alguém pode ignorar?!

HÓQUEI EM PATINS

Entrevista e destaque: Associação Desportiva de Valongo

A c o m p a n h e t a m b é m “ A Vo z d e E r m e s i n d e ” o n l i n e n o f a c e b o o k e g o o g l e +


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A Voz de Ermesinde •

Destaque

JUNHO de 2014

FERNANDA LAGE DIRETORA

Junho – mês de festas

EDITORIAL

N

o nosso país o mês de junho é rico em festas e romarias, na nossa região temos para além dos festejos populares do Santo António, S. João e S. Pedro, a Senhora da Hora, a Santa Rita e o Senhor de Matosinhos. Em Ermesinde a grande festa nesta altura do ano é a Santa Rita. Desculpem os leitores pela minha repetição, mas não resisti a revisitar um editorial que escrevi em 2006. «Manhã cedo chegavam bandos de peregrinos, de Matosinhos, das terras da Maia, de Gondomar», do Porto [e até do lado de lá do rio Douro]. Vinham cumprir promessas, quase sempre a pé e muitas das vezes descalços. Da Reguenga vinham mulheres alegres e divertidas, habituadas a grandes caminhadas diárias, tinham um ar fresco e caminhavam com ritmo certo sem nenhuma dificuldade, bem diferentes das estreantes nestas andanças. Da Maia, Gondomar, Porto, Matosinhos, Valongo, Gaia, havia de tudo, os que chegavam de manhã e os que vinham para a festa durante a tarde. Da parte da tarde chegavam as lavradeiras, vestidas a preceito, algumas já caminhavam com dificuldade, os sapatos novos começavam a apertar… Adorava assistir a este desfile de velhos, novos e crianças a caminho da festa. De vez em quando [surgia] um conhecido, um amigo da família da Maia, e lá ficavam à conversa, sobre a família, as culturas e o tempo. Mas sempre conversas curtas porque o objetivo era a festa. As festas e as feiras eram as grandes oportunidades de encontro, divertimento, pretexto para exibir uma fatiota nova, para os jovens se conhecerem, para arranjar namorado, para as famílias combinarem casamentos.

A rua José Joaquim Ribeiro Teles enchia-se de pobres que exibiam as suas chagas e maleitas, e muitas cerejas, expostas em cestos enfeitados com rocas (ramos de cerejas, cheiinhos de frutos). De onde a onde as mulheres dos tremoços, as bancas dos homens dos pirolitos e alguns doces. Na estrada rapazolas vendiam refresco de limão e água ardente, em cântaros de cortiça revestidos a heras». (1) A noite era da gente nova, especialmente dos rapazes, poucas raparigas saíam à noite. Eu tinha a sorte de ter um irmão mais velho, jogava matraquilhos e com ele andava nos carrinhos elétricos, nas cestas e carrosséis. Em casa dos meus tios, como em muitas outras era dia de FOTO ARQUIVO almoço de festa da família e, ao fim da tarde, lá estávamos todos em exposição, encostados ao muro, a ver as pessoas que regressavam da festa, cansadas, algumas de sapatos na mão e muitos embriagadas, esse era o nosso jogo, contar os bêbados organizados por categorias e grau… e ríamos muito com os disparates que eles faziam e diziam. Ouvir as bandas, bem como ver a procissão, era uma obrigação que eu cumpria com muito gosto. A segunda-feira de Santa Rita era o dia da gente da terra, organizavam-se piqueniques à sombra das carvalheiras e algumas já tinham lugares certos. A Santa Rita lá está e continua a ser venerada por muitos devotos, mas a rua já não se enche de gente festiva, de crianças que se encantavam com uma roca de cerejas… Esta felicidade que se repetia perdeu o sentido, hoje acredita-se que a felicidade tem que ser reinventada… «Lutamos por uma sociedade e uma vida melhores, procuramos incansavelmente os caminhos da felicidade, mas nada garante que alcançaremos aquilo que nos é mais precioso: a alegria de viver». (2) (1)

Fernanda Lage, Editorial de “A Voz de Ermesinde”, junho de 2006. Gilles Lipovetsky, “A Felicidade Paradoxal – Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo”, pág. 317. (2)


JUNHO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Destaque

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CARTA ABERTA DE CELESTINO NEVES A JOSÉ MANUEL RIBEIRO

Deputado municipal independente do PS critica a política autárquica socialista Em carta aberta datada de 10 de junho, o deputado municipal independente Celestino Neves (vindo da Associação Coragem de Mudar e eleito nas listas do PS) afirma a sua impaciência e «revolta», em texto que achamos importante divulgar independentemente da nossa posição sobre os assuntos abordados, já que se toca em matérias desta e de anteriores gestões autárquicas, matéria muito séria que deve ser escrutinada pela comunidade sem o recurso quer à acusação quer à desculpa fácil, texto esse que a seguir reproduzimos e de que, embora devidamente corrigido do original, conservamos a grafia anterior ao acordo ortográfico que também, ao contrário de “A Voz de Ermesinde”, o autor defende.

«Esta 'carta aberta' é um grito de revolta! Sabendo embora que não há gritos em diferido, tive no entanto em conta a relação especial que eu e o Dr. José Manuel Ribeiro conseguimos estabelecer durante a intensa campanha eleitoral de Setembro passado, obrigando-me por isso a impor a mim próprio estas cerca de 24 horas de diferimento entre o momento em que o 'soltei' – e o partilhei com ele – e este em que estou a colocá-lo online (...) O José Manuel Ribeiro, atarefado que anda com as múltiplas iniciativas externas à Câmara e que o têm impedido de começar a governar, não teve tempo sequer para me retribuir as várias tentativas de contacto que fiz, no sentido de obter uma reacção sua relativamente às causas implícitas e explícitas do meu profundo descontentamento. Liguei-lhe ontem a informá-lo do que pretendia fazer e enviei-lhe logo a seguir por e-mail – •para 'visto prévio', como lhe expliquei (o tal período de diferimento) – o texto que agora publico. Como ele não dava 'sinal de vida' tentei ao longo do dia de hoje contactá-lo pelo menos duas vezes, tendo recebi dois SMS de retorno: o primeiro dizia "ligolhe mais tarde" e o segundo "Estou numa reunião!". Pelo meio ficou ainda um pedido ao seu adjunto para que lhe lembrasse o meu interesse em falar com ele. Ligou-me há pouco. Falamos uns longos minutos, mas no fundamental não se alterou o tipo de apreciação que cada um de nós faz relativamente ao assunto. Como é evidente, estamos os dois condenados a continuar a 'partir pedra' em torno da governação da Câmara e mais tarde ou mais cedo um de nós vai achar que o outro é que tinha razão... Uma coisa é certa, o meu "assédio" nunca visou – como se perceberá pelo texto – meter nenhuma 'cunha' nem obter alguma benesse pessoal mas apenas contribuir de forma responsável para a salvaguarda do carácter genuíno do nosso projecto para Mudar Valongo. Exmo. senhor presidente da Câmara Municipal de Valongo, caro Dr. José Manuel Ribeiro,

começo por lhe dar conta de que ainda conservo as duas t-shirts da nossa intensa campanha de 2013. Devidamente higienizadas evidentemente, que os altos e baixos das ruas e caminhos das nossas duas vilas e três cidades não são fáceis e obrigaram-nos durante aquele intenso período da campanha da Mudança, a suar as estopinhas'. A verdade, caro Zé Manel, é que de forma precavida eu tenho também preparada a virtual corda para colocar no pescoço. Tal como Egas Moniz, eu não me dou bem com as falsas promessas e há-de convir que lado a lado em 2013, nós prometemos muito. Promessas sempre validadas como exequíveis nas nossas inúmeras e muito intensas reuniões de trabalho e anunciadas com a pompa e circunstância que os momentos mais solenes nos impuseram. Ao contrário de si e da sua equipa, a mim incomoda-me o incómodo dos nossos concidadãos e sobretudo, incomoda-me que se sintam incomodados por nossa causa. Sim, porque em Setembro eles acreditaram maioritariamente que falávamos verdade quando lhes prometemos que iríamos Mudar Valongo! Lamentavelmente, entre as nossas promessas e a nossa prática – o que era possível fazer e o que nós tornamos possível e fizemos de facto – há um fosso imenso que nos questiona. Claro que conheço a asserção 'já a formiga tem catarro'. Por isso os meus reparos, melhor dizendo, as insistentes críticas que fui formulando ao longo destes últimos meses, aconteceram sempre de forma reservada e contida. A busca de protagonismo nunca me moveu nem me moverá jamais, você sabe bem isso. O exacto contributo que o meu trabalho significou para a sua eleição, só os mais próximos o conhecem e não me compete a mim falar sobre ele. Muito menos agora, a partir desta posição crítica! Mas porque não deve existir crítica sem motivo, ser-me-á exigido que o expresse, sob pena de me colocar no mesmo patamar dos que sem motivo o vêm criticando – La Palisse não diria melhor...

Caro Zé Manel, você herdou uma Câmara onde não havia nada e havia tudo. Eu explico: Não havia dinheiro mas havia muito onde o gastar. Não havia Orçamento bastante, mas havia muitas dívidas encobertas para as quais o mesmo é e continuará a ser chamado a dar provimento. Não havia trabalho em prol dos munícipes, mas havia uma máquina imensa capaz de o realizar. E podia ir por aí adiante entre o 'nada e o tudo' que havia na nossa Câmara, velha de 20 anos de corrosão – corrosão e corrupção... Você tinha de facto vontade de mudar tudo isto, caro Zé Manel. Eu posso garanti-lo e testemunhei essa enorme vontade ao longo do intenso e muito gratificante contacto porta a porta, rua a rua, lugar a lugar em todas as freguesias e cidades que compõem o nosso Concelho na campanha de 2013. Mas convenhamos caro presidente, que a máquina que lhe meteram nas mãos nunca podia ser parte nessa mudança! Pelo menos sem inúmeras afinações, sem 'alinhar rodas e direcção', sem trocar peças contrafeitas por peças que nos possam garantir que não ficaremos na estrada à espera de reboque. Não foi isso que você fez. Nem você nem o seu navegador – e como nós conhecemos bem o quão importante é para qualquer piloto de provas ter um bom navegador! Porém, você é uma pessoa atenta e facilmente daria pela impossibilidade que acabo de referir, adoptando as medidas necessárias para a ultrapassar, logo àqueles a quem não interessava o seu envolvimento demasiado intenso nos assuntos da governação impunha-se direccionar a sua atenção para outras frentes. Externas, obviamente, que pessoas atentas e empenhadas era o que menos interessava à tal máquina contrafeita. Elaboraram-lhe um apelativo cardápio para quase todos os dias da semana e até mesmo para os outros, com festas disto, daquilo e daqueloutro, provas desportivas e equiparadas que vão da 'bisca-lambida' ao 'todo-o-ter-

reno' passando evidentemente por coisas mais sérias e colocaram-lhe atrás um grupo de violinos para animar a caminhada. E aí foi você para o terreno, qual 'sempre em festa' de outras histórias do nosso imaginário mais ou menos próximo, que não lhe assenta bem, mas que serve bem os interesses de quem o quer longe dos assuntos da Câmara. Nunca a nossa Câmara se envolveu em tantas iniciativas culturais, recreativas, sócio-culturais e sócio-recreativas como nestes últimos sete meses. Alguns, os directamente interessados sobretudo, dirão que 'ainda bem'! 'Ainda mal' digo eu no entanto! Quando não podemos fazer tudo, devemos fazer apenas tudo o que podemos! Caro Zé Manel, você tem andado demasiado tempo na periferia da Câmara. Dividido entre o Conselho de Administração da Lipor, o Conselho Metropolitano do Porto e outros cargos de representação por inerência, entre a comissão política do seu Partido e todas as outras acções da campanha fora de tempo em que o PS se envolveu e os tais percursos 'com os violinos atrás', você não tem tido tempo para nós. Nem para nós, nem para a família nem sequer para si próprio. Você tem-se cansado sem benefício e como diria o outro, 'não havia necessidade', porque você deveria desde o início ter sabido delegar o que pode ser delegado e não ter delegado nunca o que à partida nunca o deve ser. Você tem pois de fazer urgentemente o contrário de tudo isto! Os valonguenses precisam... Os valonguenses precisam de ser informados sobre a real dimensão da nossa 'dívida oculta' – todas as pendências espalhadas pelos Tribunais e que resultaram da gestão corrupta de Fernando Melo e João Paulo Baltazar e que a pouco e pouco têm vindo e vão continuar a desabar sobre as nossas cabeças! Números, precisamos urgentemente de conhecer os números e também a margem de risco a eles associada, isto é, a probabilidade mais ou menos próxima de eles se transformarem em prejuízo para todos nós! Os valonguenses precisam de ouvir de si as razões que o têm levado a manter nos respectivos lugares de chefia, ainda que com carácter transitório, muitos dos directamente envolvidos na gestão danosa da nossa Câmara e que foram, em muitos casos, parte activa nos actos de corrupção que ao longo dos últimos 20 anos fomos conhecendo. Quanto mais não seja, para podermos aquilatar da ponderação que será atribuída pelo respectivo Júri à eventual candidatura de alguns no concurso ex-

terno para Chefias que se encontra a decorrer. Os valonguenses precisam de ouvir da sua boca uma explicação convincente sobre a ausência da tão falada auditoria interna que nos prometeu. Você disse-nos durante a campanha eleitoral e bem, que precisávamos de conhecer o ponto de partida para o podermos responsabilizar pelo caminho que percorresse até ao ponto de chegada. A pergunta incómoda nem precisaria de ser feita, mas eu memo assim formulo-a: já conhece esse ponto de partida? Os valonguenses perguntam-se insistentemente e num crescendo de impaciência e quase revolta, porque não se resolvem os casos pendentes que encontrou, principalmente na área do seu vice-presidente, estrategicamente congelados durante anos para obviar ao cumprimento da Lei e das mais elementares normas urbanísticas. Os valonguenses precisam de saber porque é que mantém todos os apoios financeiros a Instituições várias do nosso Concelho com um histórico de más práticas e de falta de transparência de tal ordem que ninguém compreende que não se tenham imposto mudanças radicais neste tipo de relacionamento. Mais estranho se torna ainda tudo isto quando sabemos que sobre algumas delas pendem queixas nos tribunais interpostas por você mesmo. Os Valonguenses precisam de saber com urgência porque razão nunca nos falou sobre o rol de incumprimentos da anterior concessionária dos serviços de limpeza e varredura – a SUMA – e cuja caução de mais de um milhão de Euros – que serviria obviamente para ressarcir a Câmara desses incumprimentos – João Paulo Baltazar tentou libertar dois dias antes da entrega do poder! Felizmente você estava atento e conseguiu travar essa habilidade a tempo. Como é que ficou o 'acerto das contas' com a SUMA? Porque não denunciou publicamente o seu antecessor pela tentativa de lesar a Câmara em proveito de terceiros? Os valonguenses ouviram em determinada altura falar em certas obras de arte e mobiliário valioso que se encontrariam 'ausentes em parte incerta'. O que há de verdade em tudo isso? Pensa dizer-nos alguma coisa, por vaga que seja, que confirme ou desminta os referidos rumores? Os valonguenses ouviram falar durante muitos anos – anos demais como todos sabemos – num PDM envolto em nevoeiro. Conhecemos os verdadeiros motivos que impediram 'o desejado' de romper a espessa cortina para chegar até nós. Há negócios que só fazem sentido quando não existem amarras legais nem regras demasiado apertadas e os instrumentos territoriais de gestão urbanística, por mais per-

missivos que pretendam ser, contêm sempre alguma margem de intrusão no bom andamento desses negócios que foram a prática corrente dos últimos 20 anos de corrupção em Valongo. Concretamente sobre o novo PDM (actualmente em discussão pública) os valonguenses ouvem muitas outras coisas – e muito preocupantes algumas delas... Ouve-se dizer que o enriquecimento ilícito promovido com a compra dos terrenos onde se encontra a Chronopost e se pretende instalar 'uma plataforma logística' na chamada nova Zona Industrial de Alfena, será depurado do 'pecado original' – comprados pelo 'testa de ferro' do Santander/Novimovest por 4 milhões e vendidos passados minutos por 20 milhões de Euros por força de uma declaraçãozinha do então vereador José Luís Pinto – com a justificação de sempre: a potencial criação de empregos. Já ouvimos esta argumentação relativamente à declaração de Interesse Municipal do novo Hospital Privado de Alfena e foi o que se viu... Ouvimo-la igualmente, aquando do negócio do Agostinho Branquinho relacionado com os dois pisos a mais no Hospital de S. Martinho... Mal comparado – ou não os grandes mafiosos, os tubarões do narcotráfico e os 'homens dos negócios escuros e/ou mal-cheirosos' sabem sempre rodear-se de uma auréola de 'mecenato social' que representa na maioria dos casos, uma autêntica barreira de segurança contra os ataques dos mais atentos ou menos beneficiados com esse 'mecenato'. Por isso os valonguenses perguntam-se: vai ou não o novo PDM continuar a ser um mero conjunto de 'meios' para 'justificar os fins' – sendo que no caso da ZI de Alfena nem mesmo estes são sequer um dado adquirido? Vai longa já esta carta, senhor presidente da Câmara Municipal de Valongo – meu caro Zé Manel. Também não será esta a última oportunidade que terei de o questionar. Até porque temo que não esteja ao seu alcance, ou não seja sua vontade, retirar-me os motivos para o fazer. Em jeito de conselho final atrevo-me a dar-lhos porque como sabe, também os aceito de si - sugiro: - Delegue mais sua representação nas iniciativas externas e delegue o menos possível a Câmara. - Não desconfie à partida de ninguém, mas não confie também cegamente em ninguém como ponto de partida. Os bons profissionais da administração pública conseguem obviamente ser sempre bons profissionais independentemente da caracterização dos políticos a quem servem, mas os contágios à vezes acontecem e persistem independentemente das mudanças de poder».


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A Voz de Ermesinde •

Destaque

JUNHO de 2014

• ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU • PORTUGAL

2009 Votos

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM s (oma PNR MAS PPV PDA POUS Brancos Nulos soma Inscritos Votantes Abstenção

946 475

% s/abst. 26,58

DISTRITO DO PORTO

(total)

% real

2014

Eleitos

09,77

7

Votos 1 032 082

% s/abst.

(-1 freguesia)

% real

Eleitos

31,46 10,69

8

10

909 079

27,71 09,40

7

03,92

2

416 099

12,68 04,30

3

00,66

00,24

---

234 506

07,15 02,42

2

382 011

10,73

02,49

3

149 538

04,56 01,55

1

----------

--------

--------

---

71 522

02,18 00,74

---

----------

--------

--------

---

56 338

01,72 00,58

---

43 141

01,21

00,44

---

54 605

01,66 00,56

---

1 427 300

40,08

379 707

10,66

23 415

(soma PSD/CDS)

----------

(soma)

--------

14,74

(soma)

--------

(soma)

---

23 014

00,70 00,24

---

----------

--------

--------

---

22 520

00,69 00,23

---

13 794

00,39

00,14

---

17 721

00,54 00,18

---

13 039

00,37

00,13

---

15 011

00,46 00,16

---

----------

--------

--------

---

12 442

00,38 00,13

---

----------

--------

--------

---

12 338

00,38 00,13

---

----------

--------

--------

---

5 313

00,16 00,05

---

5 101

00,14

00,05

--

3 692

00,11 00,04

---

164 917

04,63

01,70

144 815

04,41 01,50

71 158

02,00

00,74

100 475

03,06 01,04

9 684 714

100,00

100,00

5713

100,00 100,00

3 561 502

36,77

36,77

Eleitos

2272

33,91 39,77

63,23

22

6 123 212

63,23

3441

Eleitos

66,09 60,23

21

A derrota da coligação PSD/CDS é mesmo histórica, sendo a sua votação não apenas ultrapassada pelo PS, mas também – e isto é significativo – praticamente idêntica à soma dos votos na CDU, Partido da Terra, Bloco e Livre, e desprezando mesmo a votação no PAN e no MRPP. A grande surpresa e triunfador destas eleições é o Partido da Terra, ou melhor, o seu cabeça de lista Marinho Pinto, que arrastou consigo para Bruxelas um segundo deputado do MPT.

Derrota histórica inquestionável da direita A recusa da narrativa governamental sobre o processo de reequilíbrio das finanças públicas em Portugal é a mais significativa das conclusões a tirar da votação para o Parlamento Eutopeu que, mais do que eleger os deputados para Bruxelas, fez o julgamento das políticas de Passos Coelho e Paulo Portas, um e outro saindo muito mal na presente fotografia. Essa recusa é ainda mais clara quando o eleitorado demonstra claramente também alguma desconfiança no próprio PS que, embora ganhando as eleições, vê o descontentamento em grande parte canalizado para outras forças políticas que não aquelas sujeitas ao memorando da troika. Assim registe-se a grande onda de apoio a Marinho Pinto, que praticamente reinventa

o MPT, e o crescimento sustentado da votação na CDU. Nestas circunstâncias em que o voto de protesto é manifesto, mais clara é a derrota do Bloco de Esquerda, erodido por uma liderança bicéfala muito mais apagada do que a liderança no período de Francisco Louçã (que tinha ainda Miguel Portas e Fernando Rosas ao seu lado), e pelas cisões do Livre e do MAS. Embora mecanicamente não se possam transpor estas votações para o que poderiam ser eleições legislativas, não pode deixar de assinalar-se que, dados a proximidade das eleições para a Assembleia da República e o nível de descontentamento registado, é bem possível termos em breve deputados eleitos pelo MPT, Livre e PAN. LC

(total)

2009 Votos

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

192 554

% s/abst. 30,52

2014

(total)

% real

-----

Votos

% s/abst.

% real

-----

12,25

---

200 218

33,88 12,61

---

164 347

27,81 10,35

---

249 209

39,78

15,97

---

51 733

08,26

03,32

---

58 211

09,85 03,67

---

2 883

00,46

00,18

---

49 957

08,45 03,15

---

65 410

10,43

04,19

---

27 899

04,72 01,76

---

----------

--------

--------

---

11 658

01,97 00,73

---

----------

--------

--------

---

9 775

01,65

00 ,61

---

7 104

01,13

00,45

---

9 590

01,62 00,60

---

--------

---

3 722

00,63 00,23

---

3 121

00,53 00,20

---

(soma PSD/CDS)

----------

(soma)

--------

(soma)

----------

--------

--------

---

2 054

00,33

00,13

---

3 164

00,54 00,20

---

1 433

00,23

00,10

---

2 265

00,38 00,14

---

----------

--------

--------

---

2 054

00,35 00,13

---

----------

--------

--------

---

2 037

00,34 00,13

---

----------

--------

--------

---

870

00,15 00,06

---

819

00,13

00,05

--

597

00,10 00,04

---

27 150

4,33

01,74

--

24 983

04,23 01,57

--

10 743

1,71

00,69

--

16 481

02,79 01,04

--

1 560 453

100,00

100,00

--

1 587 700

100,00 100,00

--

626 515

40,15

40,15

--

590 949

37,22 37,22

--

933 938

59,85

59,85

--

996 751

62,78 62,78

--

Ao nível do distrito do Porto a distância da coligação PSD/CDS para o PS é ainda maior que a votação no País. Mas como a taxa de abstenção é menor no distrito do que a nível nacional, ao passo que, no País, menos de um em cada dez eleitores votou nas forças que apoiam o Governo, no distrito do Porto PSD/CDS conseguem uma votação que vai um pouco acima dos 10%. Também aqui o aumento dos votos nulos se mantém em linha com a tendência nacional generalizada. CONCELHO DE VALONGO

2009 Votos

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

10 002

2014

% s/abst.

% real

-----

Votos

% s/abst.

% real

-----

32,09

11,74

---

10 508

34,62 12,91

---

12,58

---

(soma)

6 842

22,54 08,41

---

(soma)

2 967

09,52

03,48

---

3 516

11,58 04,31

---

180

00,58

00,21

---

2 750

09,06 03,79

---

04,25

---

1 559

05,14 01,92

---

586

01,93 00,72

---

10 723

(soma PSD/CDS)

3 620

34,40

11,61

----------

--------

--------

---

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--------

--------

---

543

01,79 00,67

---

445

01,43

00,52

---

596

01,96 00,73

---

----------

--------

--------

---

218

00,72 00,29

---

----------

--------

--------

---

191

00,63 00,23

---

65

00,30

00,11

---

197

00,65 00,24

---

13

00,21

00,08

---

146

00,48 00,18

---

----------

--------

--------

---

121

00,40 00,13

---

----------

--------

--------

---

102

00,34 00,12

---

----------

--------

--------

---

32

00,11 00,04

---

45

00,14

00,05

--

36

00,12 00,04

---

1 602

05,14

1,17

--

1 413

04,65 01,73

--

713

02,29

0,76

--

999

03,29 01,23

--

76 630

100,00

100,00

--

81 402

100,00 100,00

--

36,58

--

30 355

37,29 37,29

--

59,33

--

51 047

62,71 62,71

--

32 168

36,58

45 462

59,33


JUNHO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Destaque

5

• ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU • FREGUESIA DE ALFENA

FREGUESIAS DE CAMPO E SOBRADO

2009 PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

2014

2009(soma Sobrado/Campo)

Votos

% s/abst.

% real

-----

Votos

% s/abst.

% real

-----

1 569

31,98

12,81

---

1 606

34,63 12,51

---

1 804

36,77 (soma)

14,73 (soma)

---

1 168

25,18 09,10

---

02,80

---

(soma PSD/CDS)

343

06,99

08,26 02,98

---

405

08,73 03,15

---

383

35

00,71

00,28

---

534

10,88

05,36

---

251

05,41 01,95

---

----------

--------

--------

---

73

01,57 00,57

---

----------

--------

--------

---

82

01,77 00,64

---

81

01,65

00,66

---

90

01,94 00,70

---

----------

--------

--------

---

41

00,88 00,32

---

----------

--------

--------

---

34

00,73 00,26

---

00,17

---

21

00,43

00,58 00,21

---

18

00,39 00,14

---

27

13

00,26

00,10

---

----------

--------

--------

---

22

00,47 00,17

---

----------

--------

--------

---

20

00,43 00,15

---

----------

--------

--------

---

6

00,13 00,05

---

12

00,24

00,09

--

9

00,19 00,07

---

254

03,19

01,28

--

227

04,89 01,77

--

00,83

--

130

02,08

03,79 01,37

--

12 835

100,00 100,00

--

176

12 244

100,00

100,00

--

4 906

40,07

40,07

--

4 638

36,14 36,14

--

7 338

59,93

59,93

--

8 197

63,86 63,86

--

No plano concelhio local regista-se uma derrota ainda mais pesada da coligação CDS/PP. Aqui se a coligação fica ainda mais longe do PS (6 842 votos contra 10 508), por outro lado, perde também claramente para a soma das votações na CDU, Partido da Terra, Bloco e Livre (que juntos somam 8 411 votos!). A abstenção é idêntica à registada no distrito (por isso inferior à abstenção nacional, mas o descontentamento também é visível por um maior número de votos brancos e nulos.

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS

-----

Votos

% s/abst.

% real

-----

4 550

32,32

13,23

---

4 825

35,67 13,96

---

4 762

33,83

13,85

---

2 946

21,78 08,52

---

(soma)

(soma)

1 100

07,81

03,20

---

1 402

10,36 04,05

---

67

00,48

00,20

---

1 313

09,71 03,80

---

05,71

---

05,63 02,20

---

296

02,19 00,86

---

761

----------

--------

--------

---

----------

--------

--------

---

270

02,00 00,78

---

173

01,23

00,50

---

246

01,82 00,71

---

----------

--------

--------

---

88

00,65 00,25

---

----------

--------

--------

---

77

00,57 00,22

---

38

00,27

00,11

---

14

00,62 00,24

---

28

00,20

00,10

---

68

00,50 00,19

---

--------

---

----------

--------

% real

-----

30,22 12,01

---

1 659

32,81 11,92

---

35,64 14,17

---

1 267

25,05 09,10

---

16,12 06,41

---

892

17,64 06,41

---

33

00,62 00,25

---

317

06,27 02,28

---

336

06,32 02,51

---

151

02,99 01,09

---

----------

-------- --------

---

57

01,13 00,41

---

----------

-------- --------

---

50

00,99 00,36

---

105

01,97 00,78

---

132

02,61 00,95

---

----------

-------- --------

---

49

00,97 00,35

---

----------

-------- --------

---

38

00,75 00,27

---

00,11

---

34

00,67 00,24

---

7

00,13 00,05

---

25

00,49 00,18

---

----------

-------- --------

---

30

00,15 00,05

---

----------

-------- --------

---

13

00,26 00,09

---

----------

-------- --------

---

5

00,10 00,04

---

10

00,19 00,07

--

4

00,08 00,03

---

229

4,31 01,71

--

202

03,99 01,45

--

00,96

--

147

02,91 01,06

--

13 376

100,00 100,00

--

13 925

100,00 100,00

--

5 318

39,76 39,76

--

5 057

36,32 36,32

--

8 058

60,24 60,24

--

8 868

63,68 63,68

--

1 607 1 895

(soma PSD/CDS)

857

15

128

00,41 00,16

---

43

00,32 00,12

---

56

(soma)

00,28

2,41

(soma)

2009

% real

13,96

% s/abst.

2014

% s/abst.

1 865

Votos

FREGUESIA DE VALONGO

Votos

(soma PSD/CDS)

-----

% s/abst.

A nível das freguesias do concelho registe-se a grande votação da CDU na União de Freguesias de Campo e Sobrado, herdando aqui as votações históricas dos comunistas na freguesia de Campo. E mesmo a grande votação no MRPP resulta provavelmente de votos equívocos destinados aos comunistas. Vejase a muito menor votação do Bloco na união destas freguesias. Em Ermesinde, Valongo e Alfena (aqui menos) a geometria das votações é idêntica, com uma vitória sólida do PS.

FREGUESIA DE ERMESINDE

2009

2014

% real

Votos

----------

--------

--------

---

----------

--------

--------

---

15

00,11 00,04

---

14

00.10

00,04

--

15

00,11 00,04

---

PS PSD-CDS/PP PCP-PEV MPT BE LIVRE PAN PCTP/MRPP PND PTP PPM PNR MAS PPV PDA POUS

2014

Votos

% s/abst.

% real

-----

Votos

% s/abst.

% real

-----

2 276

33,14

13,69

---

2 418

33,90 12,04

---

2 262

32,94

13,60

---

1 461

20,49 07,28

---

667

09,71

04,01

---

839

11,76 04,18

---

45

00,66

00,27

---

715

10,03 03,56

---

04,72

---

396

05,55 01,97

---

160

02,24 00,79

---

(soma PSD/CDS)

785

(soma)

11,43

(soma)

----------

--------

--------

---

----------

--------

--------

---

141

01,98 00,70

---

86

01,25

00,52

---

128

01,79 00,64

---

----------

--------

--------

---

40

00,56 00,20

---

----------

--------

--------

---

42

00,59 00,21

---

19

00,28

00,12

---

46

00,64 00,23

---

17

00,25

00,10

---

35

00,49 00,17

---

--------

---

28

00,39 00,14

---

26

00,36 00,13

---

----------

--------

----------

--------

--------

---

----------

--------

--------

---

6

00,08 00,03

---

9

00,13

00,05

--

8

00,11 00,04

-----

Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

760

05,40

02,21

--

578

04,27 01,67

--

299

02,12

00,87

--

439

03,25 01,27

--

34 384

100,00

100,00

--

34 571

100,00 100,00

--

40,94

40,94

--

59,06

50 59,06

--

14 078 20 306

13 528 21 043

39,13 39,13

--

60,87 60,87

--

Brancos Nulos Inscritos Votantes Abstenção

359

05,23

02,16

--

406

05,69 02,02

--

156

02,27

00,94

--

237

03,32 01,18

--

16 626

100,00

100,00

--

20 071

100,00 100,00

--

41,30

--

7 132

35,53 35,53

--

58,70

--

12 939

64,47 64,47

--

6 867 9 759

41,30 58,70


A Voz de Ermesinde •

Destaque

6

Ver álbum de fotos e videos do cordão humano da Escola Secundária de Ermesinde no facebook de “ A Voz de Ermesinde ”

JUNHO de 2014 FOTOS URSULA ZANGGER

Cordão Humano na Secundária de Ermesinde LC

Um gigantesco cordão humano circundou, na manhã do dia 6 de junho, a Escola Secundária de Ermesinde, dando a volta através das ruas D. António Ferreira Gomes, José Joaquim Ribei-

ro Teles, avenida Primavera, rua 5 de Outubro, rua da Costa, rua da Escola da Costa e, de novo, Rua D. António Ferreira Gomes, entrando pela escola e juntando, apesar da chuva, talvez uns dois milhares de pessoas, incluindo alunos, pais,

professores, funcionários e cidadão solidários com a escola e indignados com o abandono a que esta tem sido votada. Estiveram presentes, além do diretor, Álvaro Pereira, e de outros membros da Direção da Escola Secundária de Ermesinde, a Associa-

ção de Pais, o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, outros vereadores (do PS, do PSD e da CDU), o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho, e da Assembleia de Freguesia, Raul Santos, membros da Assembleia Municipal e ou-

tros da Junta e Assembleia de Freguesia de todos os quadrantes, entre mais personalidades. A Escola Secundária trava uma longa luta contra exclusão. Álvaro Pereira aponta que a escola não teve direito nem a requalificação nem a

equipamentos e que, por isso mesmo, a luta não vai parar, e vai fazer chegar o caso ao Parlamento. Por sua vez José Manuel Ribeiro declarou que iria insistir, logo no mesmo dia, no pedido de uma audiência com o secretário de Estado da tutela.

FOI NO DIA 9 DE MAIO 2014

Mais uma edição da Assembleia Municipal de Jovens FOTO MAD

MAD

No passado dia 9 de maio, o Auditório Dr. António Macedo voltou a encher-se para ouvir os alunos de seis estabelecimentos de ensino público e um privado (o CENFIM – núcleo de Ermesinde) que aderiram este ano à Assembleia Municipal de Jovens. Todas as intervenções foram traduzidas para a linguagem gestual, para facilitar a compreensão de um deputado municipal que esteve presente. No período de antes da Ordem do Dia, o presidente da Assembleia Municipal deu a pa-

lavra aos representantes das forças políticas presentes, tendo usado da palavra os membros das seguintes forças políticas: Partido Socialista, Partido Social Democrata, Partido Popular Monárquico, Coligação Democrática Unitária, Bloco de Esquerda e Centro Democrático Social; intervieram ainda os presidentes dos Executivos das Juntas de Freguesia de Alfena e Ermesinde, bem como o presidente da Câmara. De todos, os jovens ouviram mensagens de estímulo à sua intervenção política que é também uma forma de participação cívica que de-

vem aprender a usar como futuros cidadãos de plenos direitos, como membros da comunidade local e nacional. A primeira equipa de jovens a intervir foi a da Escola Secundária de Ermesinde que, naturalmente, trouxe à reflexão de todos os presentes a urgente resolução de muitos dos problemas que este estabelecimento de ensino secundário vem enfrentando diariamente, nos últimos anos. E esta situação é incúria de alguém, não dos jovens que a frequentam! Seguiram-se os alunos da Escola Básica e Secundária de

Campo que enumeraram uma série de necessidades, designadamente de espaços de lazer, construção de passeios, passadeiras e limitadores de velocidade sobretudo na estrada nacional e deram também sugestões, como a construção do Centro de Saúde, a recuperação de espaços para lazer dos mais jovens e da população em geral e pediram, ainda, a reorganização do plano de iluminação em zonas específicas, que consideram muito mal iluminadas. O 3º estabelecimento de ensino a intervir foi a Escola Secundária de Valongo, que deu a conhecer à Assembleia um dos recursos mais importantes de Valongo, o pão insistindo na criação do “Roteiro turístico do pão” e propondo a sempre adiada requalificação do antigo quartel dos bombeiros que podia ser, dada a sua localização central, um “espaço de lazer para a população valonguense”. Usaram da palavra, a seguir, os alunos do Agrupamento de Escolas de Alfena que lembraram aos políticos presentes que

a mais jovem cidade do município carece de mais qualidade de vida, sendo necessário apostar na criação de mais espaços verdes. Trouxeram também a questão da revitalização de uma antiga arte ligada a Alfena e a Ermesinde – o popular Brinquedo, dizendo que aquilo que existe não é nenhum Museu, esse continua por criar. No atual contexto de crise que se vive, defenderam, com o aplauso geral o projeto “Fazer o bem… faz bem!” À Escola D. António Ferreira Gomes competiu a intervenção seguinte, que trouxe à lembrança dos políticos mais responsáveis, designadamente do presidente da Câmara, as suas promessas eleitorais, especificamente no que toca ao Parque na Ponte dos Moinhos e ao Largo da antiga Feira de Ermesinde. Os jovens alunos da Travagem lembraram ainda essa nódoa urbana que são as casas degradadas na cidade, apelando para a intervenção dos autarcas locais. A penúltima intervenção – a última dos estabelecimentos de ensino público – foi dos jo-

vens do Agrupamento de Escolas Vallis Longus que concentraram as suas atenções na paisagem ambiental do município valonguense, defendendo que é preciso fazer tudo ao nosso alcance para valorizar e preservar este rico património natural que temos. Encerraram esta série de intervenções os jovens “deputados” do Cenfim de Ermesinde que, este ano, vieram propor à Câmara Municipal de Valongo que pense em dotar os principais espaços verdes e de lazer das três cidades do município (Valongo, Ermesinde e Alfena) de vasos de flores e de música ambiente a emitir a determinadas horas do dia. Quer as flores, quer a música têm como população-alvo, todas as pessoas que frequentam os centros cívicos destas cidades, independentemente da sua idade. A encerrar a sessão falou o presidente da Câmara, que respondeu a todos os intervenientes, agradecendo as críticas e as achegas, prometendo que procurará, dentro do possível, concretizar algumas das ideias apresentadas.


JUNHO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Destaque

7

40 Anos do 25 de Abril O jornal “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série evocativa dedicada à memória dos primeiros tempos que se sucederam ao 25 Abril em Ermesinde. O que interessará mais focar nestes artigos é a parte mais desconhecida das atividades desses tempos, correspondente a uma organização popular muito genuína, mas porque não (ou ainda não) organizada de uma forma partidária, ausente desses registos e, por isso mesmo, em perigo dessa memória se perder para sempre.

3

A Frente Democrática Popular de Ermesinde

LC

Criada logo em junho de 1974, a Frente Democrática Popular de Ermesinde foi uma daquelas genuínas experiências de organização popular que resultou mais da individualidade dos participantes do que da consequência de uma atividade partidária, isto pese embora que alguns dos membros da sua Comissão Executiva militassem já em organizações políticas, como o PCP, e pudessem exprimir ideias e objetivos por tal ideário inspirados. Tal facto, não impediu, contudo, que algumas das iniciativas da época levadas a cabo por essa organização popular fugissem por completo ao controlo e à lógica dos partidos então mais influentes, ou em último caso que estes se vissem obrigados, numa fase inicial propícia a recrutamentos posteriores, a aceitar uma ideia frentista e a ceder no quadro de inicaitivas esporádicas. Veja-se o facto da organização de um comício plural, realizado na Praça 1º de Maio, onde se situava aliás a sede da Frente Democrática e Popular de Ermesinde, instalada na Casa do Povo, e a realização de uma exposição dedicada às Repúblicas Populares da China e Albânia, isto em período de antagonismo claro entre o PCP e as ideias maoistas. Num período inicial da sua formação, vários antifascistas que depois não estariam ativamente envolvidos neste processo, ainda chegaram a nele participar, mais ou menos de raspão, caso de Carlos Basto, a quem dedicámos o artigo anterior, ou de Adérito Moura, que se empenharia na organização local do PSD. Fizeram parte da Comissão Executiva da Frente Democrática e Popular de Ermesinde: – António Laúndes; – António Vilas Boas: – Diomar Santos; – Eduarda Santos; A Casa do Povo – Fernando Bastos; Albânia, um dos – Fernando Faria Sampaio; – Francisco João Dias de Carvalho; – Maria Júlia Laúndes; – Paulo Martins. O núcleo de contacto era constituído por António Laúndes, Paulo Martins e Diomar Santos. Entre os seus documentos fundadores, a Frente Democrática Popular de Ermesinde fundamentava o seu aparecimento atendendo ao «Momento Actual Português e em particular os problemas de freguesia e de concelho» (...): «1 - A situação actual da freguesia e Concelho apresenta-se com aspectos graves que obrigam a tomada de urgentes medidas de acção e controlo democrático e popular. 2 - Necessidade urgente de conjugação de esforços da população de forma a assegurar a sua participação activa na manutenção e conquista dos seus direitos; 3 - Necessidade de um trabalho organizado e colectivo vi-

sando uma autêntica e corajosa tomada de consciência da realidade actual e sua necessária transformação. 4 - Necessidade de um trabalho colectivo e justo de combate a toda a situação de exploração do homem, libertando o explorado. 5 - Necessidade de um trabalho, colectivo, consciente e justo de saneamento das estruturas fascistas e seus servidores, e democratização das instituições colectivas». Como medidas urgentes, a Comissão Provisória instaladora da Frente Democrática Popular de Ermesinde (FDPE) apontava: «1 - Eleição imediata de uma Comissão Executiva, que seja responsável pelo arranque do trabalho de Organização Popular. 2 - Criação de uma sede, de forma a tornar possível um trabalho organizado. 3 - Estabelecimento de uma rede ampla de locais de informação e de trabalho. 4 - Estabelecimento de contacto com núcleos de trabalho de

através do domínio pelo capital. 4 - Denúncia e combate a toda a situação de exploração do homem, ao uso de privilégio usurpado, aos elementos do fascismo, aos sabotadores da Obra de Construção Democrática e Popular. A FDPE propunha ainda o seguinte Programa de Organização Geral: «1 - Organização de grupos de Vigilância e Controlo Democrático de rua, de bairro, de local de trabalho e de organismo, assegurando a necessária vigilância das manobras fascistas e seus agentes. 2 - Organização e Grupos de Trabalho de rua, de bairro, de local de trabalho e de organismo, garantindo o processo de autêntica e justa democratização popular. 3 - Organização de grupos de Formação e Informação com o fim de realizar reuniões de trabalho e de esclarecimento nos prioritários domínios da sociologia, da economia, da política, do sindicalismo, da cooperação, da gestão democrática, da instrução, da saúde, da cultura, da justiça social. FOTO MARIA JOSÉ ABRUNHOSA 4 - Para a melhor organização e coordenação dos trabalhos dos vários Grupos prevê-se o planeamento e divisão da Freguesia em Zonas Dinâmicas de Actuação. 5 - A Comissão Executiva será encarregada de assegurar a articulação e complementaridade dos Grupos, a articulação com os Núcleos de Freguesia, e as relações exteriores. 6 - A Comissão Executiva será, em princípio, composta por 11 elementos, encarregados da orientação das seguintes funções específicas: 6.1 - Serviços Administrativos, Orçamentais e Relações Exteriores; 6.2 - Serviço Coordenador de Grupos; 6.3 - Política, Sociologia, Economia, Sindicalismo, Cooperativismo, Gestão Democrática; 6.4 - Saúde e Higiene; 6.5 - Maternidade e Infância; 6.6 - Habitação, Planeamento Urbano e Obras Públicas; 6.7 - Instrução e Cultura; 6.8 - Ocupação de tempos livres e desde Ermesinde na altura da exposição da Associação de Amizade Portugal - China porto. eventos organizados então pela Frente Democrática Popular de Ermesinde. 7 - As decisões da Comissão Executiva são da responsabilidade colectiva da Comissão. Cada elemento terá direito a um voto. Nos casos de empate os Freguesia já existentes, para concretizar uma melhor articulação no trabalhadores de salário fixo mais baixo terão voto de qualidade. âmbito do Concelho». 8 - a composição da Comissão Executiva será revista pelo meTal Comissão Executiva, já atrás apresentada, seria constituída nos de 3 em 3 meses». aliás por todos os elementos, nem mais um nem menos um, do que Tratava-se assim de um programa com uma preocupação global a Comissão Provisória. de intervenção. Repara-se, curiosamente como, à época, ainda está A Declaração Geral de Princípios da Frente Democrática Poausente um explícito programa ecológico. pular de Ermesinde (FDPE) determinava: A base ideológica deste programa era claramente de inspiração «1 - Reconhecimento da iniciativa histórica do Povo como de base marxista, como o denotava o sistema de desempate previsfactor fundamental na construção do País. to para a sua Comissão Executiva. 2 - Prioridade da resolução das situações concretas da realidade A FDPE animou um conjunto de iniciativas locais nesses prisocial. meiros tempos que se seguiram ao 25 de Abril, mas teve uma vida 3 - Actuação política não partidária, aberta à participação de muito curta, porque os seus membros acabaram então por ser todos, excepção feita aos comprometidos com o regime fascista dispersos pelas várias lógicas partidárias que eram então muito corporativo, aos defensores e praticantes das teses racistas, absorventes e semeadoras de um farto antagonismo. colonialistas e imperialistas, e a todos os exploradores do homem


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António Cardoso: 100 anos... mas bem medidos! LC

António Silva Cardoso – o Sr. Cardoso – como toda a gente o conhece – é agora o decano dos utentes do Lar de S. Lourenço, do Centro Social de Ermesinde, e muito recentemente festejou com a família, os amigos e os responsáveis do lar os seus 100 anos bem medidos! Porque não basta fazer 100 anos, é preciso vivê-los intensidade, como o Sr. Cardoso fez. Transmontano, foi desde muito novo que se fez ferroviário, com 14 anos, percorrendo a carreira da vida nessas linhas que da via estreita à larga, o acabaram por trazer desde o papel de praticante até ao de chefe na grande estação de Campanhã. Passou pelo Cachão, Mirandela e Bragança, onde nas horas vagas e para ajudar a criar a família, foi estudando Contabilidade, atividade que exerceu paralelamente ao ofício de ferroviário e, depois, quando reformado dos caminhos de ferro, por mais uns anos, na Papelaria Reis, no Porto, pois já era então um técnico oficial de contas, com prova feita no Ministério das Finanças. Colegas «invejosos» pelo facto de o Sr. Cardoso manter o

seu emprergo enquanto outros, mais velhos na casa iam saindo dispensados pelo patrão, o Sr. Macedo, à medida das dificuldades crescentes da papelaria, ainda se queixaram ao Ministério do Trabalho, que fez uma fiscalização, concluindo estar tudo correto com o exercício da sua profissão. Outra paixão do Sr. Cardoso, que agora, devido às suas maiores dificuldades motoras, já não exerce, é a Pintura, e uma mostra disso mesmo era uma exposição de trabalhos seus que estava patente no Lar de S. Lourenço aquando dos festejos do seu centenário. Atividade que começou quase por acaso quando um dia, ainda em terras de Trás-os-Montes, foi encarregado de decorar umas almofadas, que pintou com anilina, começando então aí a investigar as melhores tintas e materiais, começando a pintar. No Porto chegou a frequentar aulas de Pintura, primeiro com o pintor Rui Alberto, uma experiência que não considera muito positiva – após aquele lhe ter dito que ele tinha muito jeito, nunca mais lhe prestara atenção, o

que acabou por protestar, acabando por ser convidado a pôrse imediatamente na rua. Mas depois frequentou cursos abertos da cooperativa Árvore, enquanto

do sido organizada uma exposição de pintores locais pela Câmara Municipal de Valongo, isto já lá vão uns bons anos, entre outros enviou esse quadro que, por exibir uma mulher de seios nus, foi a bem dizer escondido e preterido. Só que, o comissário da

duraram, por haver o número mínimo de alunos que o permitiam. De um dos seus quadros, “Ousada e Segura”, guarda uma recordação curiosa. É que, ten-

mostra, um pintor de origem valonguense mas radicado no estrangeiro, e já com alguma notoriedade, ao dar com o quadro e sabendo as razões da re-

jeição, exigiu, sob pena de ele próprio abandonar o evento, a que ele fosse exposto, e assim, o Sr. Cardoso acabou por ser, entre os pintores amadores, o único com duas pinturas presentes na mostra pública. Recorda ainda que, por algum tempo, foi também acolhido no atelier do pintor ermesindense Manuel Carneiro. Da sua longa carreira de ferroviário lembra também as dificuldades iniciais, quando, ainda não afeto ao quadro efetivo de nenhuma estação, corria seca e meca, destacado, com a cama às costas, isto depois da aprendizagem inicial como praticante, praticante com exame, aspirante e fator de 3ª. Entre outras terras lembra-se de ter passado por Azibo, Tadim, Arentim e lembra-se até, muito bem, de que, quando já colocado efetivamente no quadro de uma estação, o terem mais uma vez destacado, porque o seu lugar era cobiçado por um colega que teve então a proteção do, à altura, ministro Trigo de Negreiros. António Cardoso, contudo, como era homem de não desistir, escreveu a todas as instâncias, a começar pela mais próxima e a acabar no círculo do então poderoso diretor

geral da CP, o temido Espregueira Mendes. Tanto protestou, certo das suas razões, que um dia, de surpresa, veio um telegrama de Lisboa a ordenar o imediato (no prazo de horas) do Sr. Cardoso à estação onde fora colocado e a sua substituição fosse por quem fosse. Mais tarde, quando atingiu o topo da carreira, depois de passar pelos postos de fator de 2ª, fator de 1ª e chefe, estava colocado há cinco ou seis anos em Campanhã, altura em que se reformou. Ser ferroviário foi um sonho de criança. Ia para a estação e começou a ajudar, mas não podia ser admitido por não ter idade. Por isso, quando vinha um comboio, e para o inspetor não dizer nada, sentava-se num banco à espera que o comboio partisse. Até que o inspetor perguntou quem era aquele menino que estava sempre ali. Esclarecido da verdade, acabou por fechar os olhos à sua entrada na CP. Divorciado de um primeiro casamento, do qual tem uma filha – conheceu a primeira esposa em Mirandela –, António Cardoso casou em segundas núpcias com uma ermesindense, e isso explica então porque se mantém por aqui, com uma vivacidade e lucidez notáveis de um transmontano rijo que viveu, por agora... 100 anos mas muito bem medidos! FOTOS MANUEL VALDREZ

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• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Cine-debate “Valongo Importa-se” e seminário TRANSFORMA-te FOTOS URSULA ZANGGER

A Câmara Municipal de Valongo (CMV) e o Centro Social de Ermesinde (CSE) promoveram, no âmbito do Contrato Local de Desenvolvimento Social – CLDS+, uma jornada, realizada no Fórum Cultural de Ermesinde, em que, de manhã, se promoveu a realização de um cine-debate em torno do filme “Quem se Importa!”, de Mara Mourão, e cuja abertura contou com a presença do presidente da CMV, José Manuel Ribeiro, e do presidente da Direção do CSE, Henrique Rodrigues e à tarde se realizou o seminário TRANSFORMA-te. LC

Na parte da manhã do projeto promovido pelo CLDS+ houve ainda lugar, além das intervenções do autarca e do responsável máximo da IPSS organizadora da jornada, à apresentação de vários projetos de Empreendedorismo Social – Projeto BiscoiTOP (Armanda Bragança e Maria Guimarães) e Projeto Cais Recicla (Cláudia Fernandes e Orquídea Dias), que explicaram o seu funcionamento, e a que se seguiu uma Troca de Ideias com Ângelo Paupério, coordenador geral da UDIPS Porto, e que abordou alguns aspetos do emprendedorismo no âmbito das instituições do terceiro setor, e com Sofia Lage, da Fundação EDP, visivelmente empenhada em projetos como este do filme de divulgação do filme “Quem se Importa”. Seminário TRANSFORMA-te O seminário TRANSFORMA-te, aberto pelo presidente da Direção do CSE tinha como objetivo despertar soluções, concretizar oportunidades, e estimular as capacidades empre-

endedoras dos/as jovens e desempregados/as do concelho de Valongo, isto numa perspetiva a que Henrique Rodrigues também juntou o valor essencial da solidariedade. O Painel I – “Empreendedorismo, Despertar Soluções”, mais dirigido a uma perspetiva empresarial, teve a participação de Luís Henrique, diretor do Centro de Emprego de Valongo, Marta Mucha, da Associação Nacional de Direito ao Crédito, José Santos, do Microcrédito – Millenium BCP, Marco Lamas, da InCubit, e Isabel Gomes, da IS Doces, que apresentaram as respetivas propostas e experiências, sujeitas depois à intervenção do público. Este, por outras palavras, não deixou de marcar a sua insatisfação pelo facto de os princípios que levaram Mohamad Yunas a criar o microcrédito, facilitando e desburocratizando o acesso ao dinheiro por parte dos despossuídos, não estarem a ser aqui visivelmente bem aplicados. Por variadíssimas razões, por parte das entidades a quem tem cabido gerir o projeto em Portugal. O Painel 2 – “Empreendedorismo Social, Concretizar

Oportunidades de Mudança”, contou com a participação entusiástica de Pedro Torres, do BES Crowdfunding, Mafalda Santos, da Caritas Portuguesa, Helénia Antónia, da Vintage for a cause, Rafaela Lopes, do Projeto Transformers, e Sérgio

Garcia, do Projeto Feira Venda de Saberes (CSE), que apresentaram ali alguns preciosos projetos e a que igualmente se seguiu o debate, que contou mais uma vez com a participação do público, após o que se encerraram os trabalhos.

Agradecimento: O Centro Social de Ermesinde, no âmbito do projeto Interval – CLDS+, agradece à Associação Industrial e Empresarial do Concelho de Valongo, ao Centro de Emprego de Valongo, à Associação Nacional de Direito ao Crédito, ao Millennium BCP, à InCubit, e a Is Doces, “A Voz de Ermesinde”, Banco Espírito Santo, Cáritas Portuguesa, Vintage for a cause, Projecto Transformers e Projeto “Feira Venda de Saberes pela fantástica colaboração e contributo, para o debate de ideias, que visou estimular as capacidades empreendedoras dos/as jovens e desempregados//as do concelho de Valongo. Por todo este trabalho, o nosso sincero obrigado! Equipa do Interval / CLDS+

Feiras de Maio – Projeto Feira Venda de Saberes FPE/CSE (*)

Decorreram entre os dias 28 de maio e 1 de junho as Feiras de Maio, no âmbito do projeto “Feira Venda de Saberes”, promovido pelo Centro Social de Ermesinde (CSE). O evento trouxe à comunidade ermesindense o que de melhor se faz no artesanato local, aliando a esta mostra um painel de variedades durante os cinco dias. Começando pela feira agrícola, que mobilizou as gentes da cidade e arredores na procura de produtos hortícolas frescos e de qualidade, passando pelo genuíno arte-

sanato, o Largo da Antiga Feira de Ermesinde encheu-se, mais uma vez, de aromas, cor e animação. Recorde-se que o projeto “Feira Venda de Saberes” surgiu do diagnóstico social realizado pelos técnicos do Centro de Formação do CSE que, no atendimento direto, foram percebendo a existência de um significativo número de desempregados com experiência e competências em diversas áreas, mas com dificuldade em estruturar uma ideia de negócio, divulgar os próprios saberes e escoar os seus produtos,

muitas vezes diferentes das áreas que caracterizaram os seus percursos profissionais anteriores. Este projeto visa também combater o isolamento pelo qual muitos passam, decorrente do desemprego de longa duração. O projeto Feira Venda de Saberes procura dar visibilidade aos saberes-fazer dos desempregados, com vista à promoção da sua inserção no mercado de trabalho, procurando-se valorizar a autoestima e a atualização de conhecimentos. Estão previstas as seguintes ações: formação sobre plano de negócios (25h) e técnicas de venda

(25h); Grupo de Entreajuda na Procura de Emprego (GEPE); Feira das Colheitas – setembro. O Centro Social de Ermesinde agradece a todos os artesãos, agricultores e artistas convidados o importante contributo na dinamização e animação da feira e, em particular, a colaboração de António Lopes e dos Spank the Monkey na organização este evento. E um especial agradecimento ao apoio da Câmara Municipal de Valongo e Junta de Freguesia de Ermesinde. (*) Formação Profissional e Emprego, CSE

FOTO FPE/CSE


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Cultura

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FOTOS URSULA ZANGGER

Laura Ferreira e “Óculos de Sol” – triunfadores da Mostra de Teatro Amador de 2014 LC

melhor produção desta mostra. A peça arrecadou sete das oito “lousas” em disputa, entre elas a de “Melhor Espetáculo” e “Melhor Encenação”. A decisão foi anunciada durante o espetáculo “Vivenciar”, com que o ENTRETanto Teatro, conduzido por Júnior Sampaio, encerrou a MTA, no passado dia 24 de maio, no Fórum Cultural de Ermesinde.

Após dois meses de espetáculos – de 27 de março a 24 de maio –, o júri da Mostra de Teatro Amador (MTA) do Concelho de Valongo 2014 consagrou a peça “Óculos de Sol”, do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, com encenação de Laura Ferreira, a

A MTA teve a participação de 12 companhias – Grupo Dramático e Musical de Campo (“Boa Tarde Portugal”), Associação Grupo Cénico S. Vicente de Alfena (“Um Mundo Apart”), Associação Cultural e Recreativa Vallis Longus (“Um Adultério das Caldas”), Associação Académica e Cultural de Ermesinde – Casca de Nós (“Casado à Força”), Cabeças

no Ar e Pés – Batatas com Salsichas (“Chuva Real”), Teatro Amador Susanense (“Benilde ou a Virgem Mãe”), Centro Recreativo Estrelas da Balsa (“Cada Maluco com a Sua Mania”), Associação Cultural e Recreativa Fora d'Horas (“Conjugação do Verbo «Lembra-me»”), Universidade Sénior do Rotary de Valongo – Grupo de Teatro (“Le Tartufe”), Associa-

ção Desportiva e Cultural dos Canários de Balselhas (Boeing Boeing”), Ágorarte – Sabor a Teatro (“Cinderela”), e Grupo Dramático e Recreativo da Retorta (“Óculos de Sol”). Num espetáculo que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, José Manuel Ribeiro, e de vários vereadores, que foram entregando os prémios de incentivo aos vencedores e diplomas de participação (e, muito importante!, o respetivo cheque) a todas as companhias, houve ainda lugar para uma homenagem ao ator Alexandre Falcão, ligado a Valongo, pelo seu extenso currículo teatral, saudado com um aplauso geral e demorado da plateia. Uma saudação especial e “lousa” também atribuída a Júnior Sampaio, pelo seu papel de formador teatral fundamental no concelho.

Nas distinções do júri todos os prémios foram para “Óculos de Sol”, do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, à exceção do prémio para a Melhor Cenografia, atribuído a “Chuva Real”, dos Cabeças no Ar e Pés na Terra. Foram estas as distinções: - Melhor Luminotecnia – “Óculos de Sol”; - Melhor Sonoplastia – “Óculos de Sol”; - Melhor Cenografia – “Chuva Real”; - Melhor Figurino – “Óculos de Sol”; - Melhor Ator – Vítor Hugo Oliveira (“Óculos de Sol”); - Melhor Atriz – Ana Rita (“Óculos de Sol”); - Melhor Encenação – Laura Ferreira (“Óculos de Sol”); - Melhor Espetáculo – “Óculos de Sol”.

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JUNHO de 2014

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História

As primeiras eleições legislativas da República foram há 103 anos

MANUEL AUGUSTO DIAS

I

mplantada a República a 5 de Outubro de 1910, as primeiras eleições legislativas, para a Assembleia Constituinte, realizaram-se no dia 28 de maio de 1911, há 103 anos. Dos 850 mil eleitores, votaram apenas 60%. Recordo que a capacidade eleitoral continuava muito restrita, basicamente era reconhecida apenas aos cidadãos do sexo masculino, maiores de 21 anos, que soubessem ler e escrever. Isto porque os republicanos achavam que só devia votar quem era minimamente esclarecido, e só o era, no seu entendimento, quem não fosse analfabeto. Na verdade, e no que respeita aos códigos eleitorais, os primeiros diplomas do regime republicano foram os Decretos de 14 de março e de 5 de abril de 1911, que regulavam a eleição dos Deputados à Assembleia Nacional Constituinte, e que definiam a capacidade eleitoral do seguinte modo: «São eleito-

res todos os portugueses maiores de 21 anos que saibam ler e escrever ou forem chefes de família. Não há outras excepções alêm dos inválidos, interditos ou pronunciados, não podendo votar tambêm os portugueses por naturalização». Esta legislação dividia o país em 48 círculos plurinominais, tendo ficado consignado o princípio da representação de minorias. Nestas eleições legislativas foram eleitos 229 deputados constituintes que se reuniram para primeira vez no dia 19 de junho de 1911. Na sessão inaugural da Assembleia Nacional Constituinte é sancionada a República Portuguesa, sancionada a abolição da Monarquia e aprovadas as cores e o desenho da atual Bandeira Nacional, ao mesmo tempo que os representantes do povo adotam "A Portuguesa" como Hino Nacional. O dia 19 de Junho de 1911 foi a uma segunda-feira. A multidão começou a circular, desde manhazinha, nas principais ruas que conduziam ao antigo Mosteiro de S. Bento. Extintas ordens religiosas em 1834, este Mosteiro tornou-se o Palácio das Cortes da Monarquia Constitucional e agora o local onde iria funcionar a Assembleia Constituinte da República. O comércio local fechou. As fábricas não trabalharam nesse dia e todas as repartições públicas pararam também. As bandeiras vermelhas e verdes da República anunciavam o dia de festa

do novo regime, com a solene abertura do Parlamento. Até os navios de guerra atracados no Tejo se engalanaram com as bandeiras da República. Militares e povo encheram as ruas e todos acreditavam que a vida em Portugal tinha tudo para melhorar. Contudo, foi nesSe primeiro ato eleitoral da República para a eleição dos primeiros deputados que ocorreu aquele famoso caso da votação de uma mulher, a Dr.ª Carolina Beatriz Ângelo. Porque era viúva conseguiu recensear-se como chefe de família e no dia das eleições fez questão de ir votar, apesar das dúvidas que a sua comparência fez suscitar aos membros da mesa. O jornal de Lisboa, A Capital, no dia a seguir às eleições, refere-se ao caso logo na 1.ª página

com o título “O incidente da assembléa d’Arroyos”; e a edição do dia seguinte volta à questão, sob os títulos: “O suffragio feminino / Ainda o incidente da assembléa de Arroyos / Uma carta do respectivo presidente”. Carolina Beatriz Ângelo foi médica-cirurgiã e ativista dos direitos femininos, tendo-se destacado, também, como militante da Liga Republicana das Mulheres e como fundadora e presidente da Associação de Propaganda Feminista. Para evitar ocorrências semelhantes em próximos atos eleitorais, a 3 de julho de 1913, o primeiro Congresso da República (que resultou do desdobramento da Assembleia Nacional Constituinte em Câmara dos Deputados e Senado) votou o Código

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Bandeira e Hino nacionais foram aprovados pelos deputados constituintes, no dia 19 de junho de 1911.

Eleitoral que estabelecia novos requisitos para os eleitores: tinham de ser do sexo masculino, maiores de 21 anos, e saber ler e escrever (este novo Código Eleitoral é claramente redutor da capacidade eleitoral, comparativamente aos decretos de 1911). Para além das exclusões habituais (normalmente eram impedidos de votar, os alienados e interditos, falidos e pronunciados por delitos políticos, os indigentes e condenados como vadios, e os naturalizados há menos de dois anos). Esta Lei n.º 3 retirava ainda o direito de voto aos militares e membros das polícias no ativo, que, a partir de junho de 1915, voltaram a ver reconhecido esse direito, limitado, no entanto, aos militares e polícias que soubes-

sem ler e escrever (esta nova lei, procedeu também a uma nova divisão eleitoral do país: 1 círculo uninominal; 1 círculo plurinominal de 2 deputados; 27 de 3 deputados; 11 de 4 deputados; 3 de 8 deputados; Lisboa com 2 círculos de 8 deputados cada um; e o Porto, 1 só círculo, também com 8 deputados). Afastados, quase definitivamente, do direito de votar ficaram os chefes de família, que não soubessem ler e escrever. Só o Sidonismo, com o Decreto de 11 de março de 1918, declarou o sufrágio universal e voltou a capacitar como eleitores os homens iletrados com mais de 21 anos. Após a queda do Sidónio, a Lei de 1 de março de 1919, repôs as restrições eleitorais anteriormente existentes.

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - JUNHO

A antiga fronteira entre S. Lourenço de Asmes e Alfena A antiga demarcação entre S. Lourenço de Asmes (Ermesinde) e Alfena foi estabelecida no dia 25 de junho de 1689, há 325 anos, conforme consta do Tombo de Alfena (que se encontra no Arquivo da Universidade de Coimbra), das folhas 36 verso a 37 verso. A transcrição, pela importância documental, faz-se a partir do livro Alfena - A Terra e o Seu Povo, 1973, respeitando-se a ortografia, mas escrevendo-se por extenso todas as abreviaturas, para facilitar a compreensão. «(...) Os ditos louuados comesaram de medir do outro marco atras da dita Comenda de Augas santas pela deuizam de emtre as freguesias de Alfena e sam Lourensso para a parte do sul the a serra de Vilar adomde elles louuados disseram era nesessario leuantar hum marco o coal elle juis mandou leuantar em o sima (sic) da dita serra e fiqua augas uertentes para huma parte e para a outra e lhe mandou pelo porteiro dar hum pregám que com pena de coatro annos de degredo e cem mil rreis para as despezas da Repartiçam nimguem aranquáce o dito marco nem emtendêce com elle e fica de distancia do outro atras the este duzentas e oito uaras. E logo elles louuados na mesma forma atras foram medindo pela deuizam de emtre as freiguezias direjto para o sul e no mesmo montado adiante donde fas huma uolta no alto do dito monte asima da bouça de cabeda e ahi disseram era nesessario leuantar outro marco o que elle juis mandou leuantar e se lhe lansou o pregám na mesma forma atras e fiqua de distancia do outro a este trezentas sesenta e coatro uaras.

E logo na mesma forma atras os ditos louuados foram medindo pela deuizam de emtre as freiguezias direjto para o sul the a parede da deuizão dos Campos de Domingos miz. [= Martinz] de Cabeda e Pedro Antonio de sam Lorensso e ahi disseram elles louuados era nesessario leuantar outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám em a forma dos mais e antes de chegar a este marco fiqua huma Chaue e tem de distancia do outro marco a este dozentas setenta e duas uaras. E logo na mesma forma atras foram elles louuados medindo pela deuizão de emtre as freiguezias direjto para o sul the o monte das possas iunto à estrada e ahi disseram os louuados era nesessario outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este cento dezanoue uaras e meia. E logo elles louuados na mesma forma foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias em uolta pela pena furada para o alto da serra do Reguengo direito para o sul, disseram os louuados era nessesario meter outro marco o que elle juis do Tombo mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este quinhentas e doze uaras. E na mesma forma foram elles louuados medimdo a distancia pela deuizam de emtre as freiguezias direito para o sul the o outeiro da uela de sam Lourensso e ahi se lhe fes huma crus no penedo da dita uela e fiqua de distancia do outro marco a este cento e sete uaras e meia. E logo elles louuados foram medindo pela

deuizam de emtre as freiguezias direjto ao outejro da pedra talhada na direjtura do sul e disseram elles louuados era nesessario outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais atras e fiqua de distancia do outro em que fiqua a Crus the este duzentas setenta e sete uaras. E logo em a mesma forma foram elles louuados medindo para o sul direjto para a Ribeira de cabeda na serra das lameirinhas em uolta da baixa do outro marco por sima do dito monte, disseram elles louuados era nesessario outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais e tem de distancia do outro marco a este duzentas sincoenta e sinco uaras. E logo na mesma forma foram elles louuados medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias the o monte desendo para as lameirinhas inclinamdo para o nascente, disseram os louuaos era nesessario outro marco o que elle juis do Tombo mandou leuantar e fiqua de distancia do outro a este duzentas trinta e coatro uaras. E logo na mesma forma foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias para a parte do nasente the junto ao Ribeiro, disseram os louuados era nesessario outro marco o que elle juis mandou leuantar e fiqua de distansia do outro a este cemto setenta e sinco uaras. E por este modo disseram elles louuados tinham uisto, medido e demar-

quado e leuantado os marcos pela deuizam de emtre as freiguezias bem e uerdadeiramente comforme o emtendiam em suas comsiensias sem odio nem afeição e por estar prezente o Reuerendo Joseph Magualhais Arauyo abbade da dita freiguezia de sam Lourensso por elle foi dito achaua a dita demarquaçam bem feita e nam duuidava que asim na mesma forma se lansáse em Tombo de que fis este termo que elle asignou com os ditos louuados e eu Manoel de souza Barboza Escriuam do Tombo o escreuj, Joseph de Magualhais Arauyo, Manoel de Payua Barro, Francisco da Costa, de Antam Gonçalvez louuado».


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A Voz de Ermesinde •

Património

JUNHO de 2014

• TEMAS ALFENENSES •

A agra de Azevido e os caminhos «não centenários» ou «não estruturantes» de Alfena «Na agra de Azeuido huma leirinha que corre de norte a sul e tem de comprido do d.º norte ao sul trinta e coatro uaras e de largo de nasente a poente dezassete uaras e está de mato e tem alguns sobreiros nouos e uelhos, leuará de sameadura alqueire e coarta de senteyo, tem pela p.te do nasente hum marquo que a deuide de outra leira de Bento fernamdes de Cabeda e da p.te do poente parte com a estrada do Porto e do norte com S.to Tirso e do sul com o Ribr.º de Azeuido.» Juíz Cristóvão Alão de Morais, em 11 de junho de 1689. Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena

RICARDO RIBEIRO (*)

em este artigo a propósito da gritante e recorrente falta de conhecimentos históricos e geográficos dos nossos autarcas a qual, no caso da agora Cidade de Alfena, tem assumido proporções inimagináveis e trazido consequências desastrosas. O recente “processo dos limites” é um bom exemplo disso. Como já referimos em artigos anteriores, os limites da freguesia de Alfena estão perfeitamente definidos em variados documentos históricos, alguns dos quais datados da Idade Média, mas sobretudo na descrição que foi efetuada, por ordem de D. Pedro II, pelo Doutor Cristóvão Alão de Morais, corregedor do cível e desembargador da Relação do Porto, descrição essa transcrita para o Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena, documento existente no Arquivo da Universidade de Coimbra. A descrição atrás referida foi transcrita, na sua grafia original, pelo Pe. Domingos Moreira, na sua obra “Alfena – a terra e o seu povo”, datada de 1973, e ainda, numa grafia modernizada, pelo Pe. Januário dos Santos, na A Agra de Azevido nos anos de obra “Alfena – ontem e terra e o seu povo»). hoje”, de 1984. Mesmo admitindo que os documentos atrás referidos não fossem conhecidos, uma qualquer pessoa de medianos conhecimentos que olhasse para a geografia local, com alguma facilidade saberia os limites, uma vez que, tratando-se, na sua maioria, de limites naturais, bastaria seguir as cumeadas dos montes que circundam os vários lugares que historicamente constituem Alfena, para lá chegar… Pese embora esses factos, na Primavera de 2000, nos trabalhos preparatórios dos Censos 2001, alguém inventou uns limites, totalmente estapafúrdios, que mais tarde seriam assumidos por «oficiais» por um organismo da Administração Central do Estado que tem por função, entre outras, de proceder ao levantamento dos limites administrativos dos municípios e freguesias portuguesas. Criado o imbróglio, e sem a menor perspetiva de que os nossos autarcas conseguiriam resolver a questão, a AL HENNA procurou colocar a discussão no único plano onde ela seria efetuada de forma séria, e esse é o plano dos documentos históricos. Julgamos que o conseguimos e, depois de algum trabalho, as várias freguesias envolvidas chegaram a um acordo que, embora não corresponda aos exatos limites historicamente definidos no Tombo de 1689/90, em nossa opinião, aproxima-se daqueles de forma satisfatória. No entanto, vários meses depois do tal acordo, o facto é que o processo parece ter sido esquecido numa qualquer “gaveta”, sem

ERMESINDE Sede: R. Manuel Ferreira Ribeiro, 30 4445-501 Ermesinde TEL: 22 971 4442 FAX: 22 975 8926 TLM: 91 755 4658 / 91 269 6074 / 91 689 7854

que os nossos responsáveis autárquicos mostrem algum interesse em alterar esse status quo. De facto, parecem bem mais interessados na angariação de votos, em eventos “folclóricos” de efeitos certos a curto prazo, continuando, dessa forma, a história e as tradições de Alfena a serem maltratadas… E a comprovar isso mesmo estão as recentes declarações do senhor presidente da Junta, no decorrer da última sessão da Assembleia de Freguesia de Alfena, a propósito do corte do trânsito na designada Rua do Rego, no âmbito das obras que estão a ser realizadas pela Câmara Municipal debaixo do viaduto da A41, no coração da nossa cidade. Disse o autarca, perante uma sala razoavelmente preenchida, que «o caminho não era centenário» e, mais à frente, que «o caminho não era estruturante». De facto a atual Rua do Rego, que mais corretamente se deveria designar de Rua de “Azevido” ou da “Agra de Azevido” (infelizmente, trata-se de mais uma incorreção da toponímia alfenense que considera o Ribeiro de Azevido, afluente da margem esquerda do Leça, um mero “rego”) não será só um caminho centenário, como mui1960 (retirada de «Alfena, a to provavelmente será mesmo milenar, por se tratar de um troço da estrada medieval que ligava Portucale a Vimaranes (as modernas Porto e Guimarães). Esta estrada medieval que vinda do Porto, entrava em Alfena pelo Reguengo de Cabeda, muito provavelmente pela moderna Rua do Sobreiro, atravessando toda a Agra do Reguengo de Cabeda e transpondo a Ribeira de Cabeda na ponte do Arquinho (nas traseiras do moderno recinto da Senhora da Paz) e seguindo depois pelas modernas travessa e rua Agra da Seara e rua do Castanhal, em direção ao Casal de Cabeda. Este troço, provavelmente devido aos constantes alagamentos provocados pela proximidade do Leça e da Ribeira de Cabeda, foi posteriormente afastado ligeiramente mais para sul, para a encosta da Serra do Reguengo e, por alturas do Tombo de 1689, entrava em Alfena pelo monte das Poças (moderna travessa de São Vicente), seguindo depois um trajeto próximo das modernas rua de São Vicente, travessa da Ermida, rua Central do Reguengo, travessa do Castanhal, onde atravessava a vau a Ribeira de Cabeda, entroncando depois no caminho antigo (na moderna rua do Castanhal). Daí seguia pelo Casal de Cabeda (modernas rua do Castanhal e Nossa Senhora da Conceição) em direção à Igreja de São Vicente de Queimadela (ou de Alfena), pelas modernas ruas da Curpilheira e de Aldeia Nova, atravessando a Agra de Azevido pela moderna Rua do Rego e

seguindo depois por um trajeto mais próximo do Leça que a atual estrada nacional, passando pelas traseiras da atual sede da Junta de Freguesia, contornado o sopé do monte de Santa Margarida e desembocando na moderna rua de São Lázaro, atravessando o Leça na “Ponte de Alfena”, junto à Gafaria. Daqui continuava pela moderna de rua de São Lázaro (a “Rua de Alfena”, como era conhecida e que originou o moderno topónimo do lugar da Rua) até ao Belido (e não Bolido – outra corruptela da nossa toponímia), atravessando depois o Rossio da Codesseira, entretanto quase totalmente desaparecido devido a privatizações, até ao Outeirinho, seguindo pelas modernas ruas do Outeirinho, das Alminhas e do Xisto, atravessando o lugar da Lagoa pelas modernas ruas da Gandra e da Lagoa (de notar que a ligação era feita por um trajeto entretanto parcialmente desaparecido), descendo depois pela moderna rua do Ribeiro, atravessando o Ribeiro de Covas e seguindo pela Portela Alta em direcção a Guimarães. Posteriormente, o trajeto sofreu outra alteração na parte sul, passando a “Estrada Real” (também designada de “Quelha da Raínha”) a entrar em Alfena pela Agra de Monforte, seguindo depois pelo Alto das Corgas, atravessando as “Parcerias das Telheiras”, passando junto ao Portal das Telheiras e seguindo pela Várzea até chegar ao Lugar de Alfena pelo lado de Baguim (daí o topónimo de “Rua Nova de Alfena” que ainda hoje existe). A citação inicial deste artigo foi retirada do Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena, sendo a descrição de uma leira que compunha os passais da Igreja que se encontravam emprazados em 1689. Trata-se de um terreno da Agra de Azevido, hoje atravessada em viatuto pela A41, que confrontava a sul e poente com o Ribeiro de Azevido e estrada (daí facilmente localizável ainda hoje) e a norte e nascente com terras pertencentes ao Mosteiro de Santo Tirso e uma outra leira de Bento Fernandes, do lugar de Cabeda. Depois de toda a trapalhada que foi o “processo dos limites” e depois do verdadeiro atentado ambiental perpetrado na Fonte da Prata e das tentativas para fazer o mesmo no Fojo, no Montenegro e em Chãos, vir considerar um troço da antiga estrada Porto-Guimarães, que atravessava toda a freguesia e permitiu que o lugar de Alfena assumisse preponderância sobre os restantes, como um mero «caminho» sem significância, diz tudo sobre o entendimento que os nossos responsáveis autárquicos têm da defesa do nosso Património comum. A História de Alfena, as suas tradições e património requerem estudo e conhecimento, também requerem razoáveis conhecimentos de base cultural nas áreas mais diversas, mas requerem acima de tudo aquilo que qualquer um pode ter, muita sensibilidade, muita paixão e muito amor pela nossa terra. Um bom autarca não tem de saber tudo, mas pode e deve recorrer a quem sabe e ter presente que os erros cometidos hoje podem não mais ter remédio e que quem assume uma postura autista relativamente a assuntos patrimoniais e históricos, pode fazer infligir nas gerações vindouras situações irreversíveis. Os alfenenses não o merecem. A AL HENNA quer e pode ajudar nesta e noutras matérias. Os alfenenses podem contar com esta associação. (*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena.

Site: www/afunerariamarujo.com / Email: CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190

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vo desportivo

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Suplemento de “A Voz de Ermesinde” N.º 917 - junho de 2014 - Coordenação: Miguel Barros

VALONGO, CAMPEÃO NACIONAL DE HÓQUEI EM PATINS

Entrevista com o líder da Comissão Administrativa, Álvaro Figueira Foto: Alberto Blanquet

Futebol

Basquetebol

Ermesinde 1936 vence o título da 2ª Divisão Distrital

CPN marca presença em duas fases inais de campeonatos nacionais de basquetebol

BILHAR Clube de Bilhar Pedro Grilo vence pelo terceiro ano consecutivo Superliga Bilharsinde pág. 4

pág. s 3 e 4

Foto: Luís Macedo


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A Voz de Ermesinde - Junho de 2014

ENTREVISTA

O sonho tornado realidade: Valongo é campeão nacional de hóquei em patins Estaremos perante a conquista mais importante da história do desporto do nosso concelho? É uma questão discutível, para uns sim, para outros não. Agora, dúvidas parece não haver de que foi umas das mais brilhantes e imponentes, e que com toda a certeza irá perdurar pela eternidade fora. Um sonho tornado realidade, pelo menos na voz daqueles que consigo carregam a fervorosa paixão pelo hóquei patins, a modalidade que reina na sede do concelho valonguense há seis décadas a esta parte e que no passado dia 31 de maio conheceu então o tal capítulo brilhante e imponente da sua história, na sequência da conquista do título de campeão nacional da 1ª Divisão por parte da Associação Desportiva de Valongo. Um feito que faz com que por esta altura Valongo ande nas bocas do Mundo. São muitos os curiosos – comunicação social à cabeça – que querem conhecer de perto a essência de um êxito que pode ser encarado como o triunfo de David sobre Golias. E para recordar/explicar os detalhe do sucesso ninguém melhor do que Álvaro Figueira, o “número 1” da Comissão Administrativa (CA) que lidera os destinos dos novos campeões nacionais, figura esta com quem o nosso jornal esteve à conversa.

31 de maio de 2014. Dia em que se decidia o vencedor do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Todos os caminhos iam dar a Valongo, e ao seu pavilhão municipal, que acolhia uma autêntica final entre as duas únicas equipas que poderiam ainda sonhar com o ceptro de campeão, a Associação Desportiva de Valongo e o Futebol Clube do Porto. Aos portistas bastava um empate para revalidar o título, enquanto que para concretizar o sonho de pela primeira vez ser campeão o Valongo precisava de uma vitória. O trajeto que vai do sonho à realidade durou 50 minutos, período de tempo em que o Valongo se tornou gigante e aniquilou por completo o favorito FC Porto, alcançando um triunfo por 5-3 que fez explodir de alegria o para lá de lotado – e infernal – Pavilhão Municipal. Aos 60 anos de idade o Valongo era finalmente campeão nacional de hóquei patins. Ao fim de 60 anos de intensa procura o título mais ambicionado tinha sido encontrado. Hugo Azevedo, André Girão, Nuno Araújo, Telmo Pinto, Miguel Viterbo, Rafa, João Souto, Henrique Magalhães, João Sampaio, Xavi Cardoso, ou Paulo Pereira ga-

nharam a partir daquele dia o estatuto de imortais, de mitos, cujos nomes irão ser recordados para sempre quando de hóquei se falar nas ruas e cafés valonguenses. Hóquei em Valongo é sinal de paixão, sendo pois com sorrisos de orelha a orelha que o povo valonguense extravasa por estes dias o que lhe vai na alma. Um desses valonguenses orgulhoso é Álvaro Figueira, que entre inúmeras solicitações de entrevistas endereçadas por órgãos de comunicação social do norte ao sul do país lá arranjou uns “5 minutos” na sua preenchida agenda para conversar com o nosso jornal. Em discurso direto o líder da CA recorda o momento histórico alcançado pelo clube do seu coração. A Voz de Ermesinde (AVE): Ser campeão nacional era a meta que o clube vislumbrava no horizonte na partida da época de 2013/14? Álvaro Figueira (AF): Não. O nosso objetivo passava por melhorar o 4º lugar obtido na época anterior, e como tal, nunca assumimos a candidatura ao título. Acontece que durante a época fomos muito regulares, muito competen-

tes, e no final acabámos por ser recompensados por todo este grande trabalho. AVE: Muitos foram aqueles que encararam a conquista deste título como uma espécie de vitória de “David sobre Golias”. Uma metáfora que tem alguma razão de ser, visto que FC Porto e Benfica, quiçá os dois crónicos candidatos ao título época após época no passado mais recente, terem orçamentos mais elevados do que emblemas como o Valongo. Face a isto, que armas o “pequeno David” usou para derrotar os “gigantes Golias” do hóquei nacional? AF: Fomos uma equipa com muito valor, competente, bem organizada, com estabilidade e apoiada tanto em casa como fora, por uma massa associativa única, o chamado “6º jogador” que nunca se afastou do grupo. Enchemos o nosso pavilhão, enchemos o Dragão Caixa e muitos outros. Quando alguma coisa falhava, lá vinham as palmas e os cânticos da bancada levantar o ânimo aos nossos atletas. Lembro me por exemplo que no primeiro treino depois da derrota com o Turquel 40 ou 50 adeptos surpreenderam tudo e todos ao entraram no pavilhão a cantar e puxar pelos nossos atletas. Sem a pressão de ter que ganhar o campeonato fomos pensando jogo a jogo em alcançar a vitória, e assim chegamos ao primeiro lugar com todo o mérito e justiça. AVE: O trajeto do Valongo neste campeonato foi memorável. A equipa ocupou jornadas a fio a liderança da prova, embo-ra a tenha perdido a meio da segunda volta (terminando a prova no primeiro posto em igualdade pontual com FC Porto e Benfica, embora levando a melhor sobre ambos no confronto direto). Qual foi o momento da época em que vocês sentiram de facto que podiam ser campeões? AF: Alguns “entendidos” do hóquei diziam que a nossa equipa só se aguentaria nos primeiros lugares apenas durante a primeira volta. Ainda bem que se enganaram... Eu fui sempre muito cauteloso em relação ao primeiro lugar, porque embora soubesse da qualidade que tinha dentro das portas, também sabia que a reta final do campeonato iria ser muito exigente. Acreditei que poderíamos vencer este campeonato depois do FC Porto vencer o Candelária (na penúltima jornada) e tirar de imediato o Benfica da corrida pelo título. A partir de então a decisão passava única e simplesmente pelo último

jogo, que era em nossa casa e aí sabia que não iriamos perder a oportunidade única de ganhar o primeiro campeonato da história deste clube. Um campeonato que devo dizer ter sido dos mais disputados dos últimos anos, tendo nós, inclusive, tido alguns contratempos durante o percurso, o mais saliente de todos, talvez, a inesperada derrota em casa diante do Turquel. AVE: Valongo é uma terra que vive o hóquei de uma forma muito peculiar, talvez única no país, estando, como tal, este título a ser celebrado de uma forma muito especial... AF: É o concretizar de um sonho. “Alguém” dizia que tinha um sonho, e que esse sonho era ver o nome deste pequeno clube inscrito ao lado do dos clubes campeões. Este título foi um realizar de um sonho para muitos valonguenses, onde eu, naturalmente me incluo. Esta cidade sempre acarinhou esta modalidade, desde o primeiro dia em que ela “aqui chegou”, acolheo-a de uma forma muito especial. Nos cafés só se fala de hóquei e aqui os jogadores são tratados como em nenhum outro lugar. Basta assistir a uma partida de hóquei aqui em Valongo para se sentir a forma como as pessoas vivem e gostam da modalidade. Aliás, não só nos jogos em nossa casa como em todos os que realizámos fora, sendo que ao longo desta época vimos muitos adeptos do Valongo em Lodi, Barcelona, St. Omer, ou Lisboa, onde disputámos jogos. AVE: Por falar em St. Omer, Barcelona, ou Itália. Estes foram alguns dos locais que o Valongo visitou nesta temporada em virtude de ter regressado à elite do hóquei patinado europeu, nesta caso a Liga Europeia. Que balanço podemos fazer deste regresso à prova mais importante do calendário da CERH? AF: Foi fantástico. Nos últimos anos, já tínhamos sido apurados para a Taça CERS, mas o 4º lugar do ano passado deu nos acesso à Liga Europeia (o equivalente à Liga dos Campeões da Europa no futebol) e aí tínhamos que estar presentes. Também aqui alcançámos o nosso grande objetivo que passava por passar a fase de grupos, tendo posteriormente sido eliminados nos quartos-de-final pelo Barcelona, que viria a sagrar-se campeão da Europa. Mas repito, foi uma experiência fantástica. AVE: A carreira do Valongo fez com que os vossos jogadores – e o próprio treinador Pau-

Foto: Alberto Blanquet


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Junho de 2014 - A Voz de Ermesinde

lo Pereira – despertassem à atenção não só de clubes como também da própria Seleção nacional, que na convocatória para o último Campeonato do Mundo veio “aqui” recrutar o guarda-redes André Girão. Acha que com a conquista deste título de campeão outros atletas do Valongo podem vir a seguir o caminho de Girão? AF: Não tenho qualquer dúvida que mais ano menos ano mais jogadores nossos vão chegar à seleção. Têm muito valor e a nossa seleção tem dado mostras de que precisa de sangue novo. O nosso setor da formação está no seu auge, e a prova disso é não só os jogadores que temos na equipa sénior mas também o facto de nos últimos três anos termos vencido nove de 12 títulos do Distrito do Porto ao nível dos escalões de formação. Além disso fomos campeões nacionais de sub-13, e vice-campeões de sub-20 num passado recente, e esta época já garantimos a presença em mais três fases finais de campeonatos nacionais onde podemos vir a conquistar mais títulos. Ressalvo por isso a nossa excelente organização no plano da formação, e aqui tenho de destacar o Paulo Pereira (que está no Valongo desde os 4 ou 5 anos de idade!), que

além de ser o nosso treinador da equipa sénior é juntamente com o João Paulo Almeida o coordenador responsável por todos os escalões. Atualmente temos cerca de 150 atletas nos nossos escalões de formação, mas caso tivéssemos mais espaço tenho a certeza de que podíamos fazer muito melhor. AVE: Já que fala em fazer muito melhor, e voltando aos seniores, fazer muito melhor na próxima época seria no máximo repetir a conquista do título de campeão, até porque este é o “melhor” que qualquer clube ambiciona fazer. Como é que está a ser encarada a próxima época? AF: Voltar a vencer o campeonato não é impossível mas será muito difícil. Não nós vamos desviar da nossa maneira de trabalhar, que passa por ter equipas competitivas baseadas na matéria prima oriunda dos escalões de formação. Todos os anos temos lançado juniores e vamos continuar a investir nos nossos jovens atletas. Em termos de plantel o Rafa e o Girão vão sair do clube, o primeiro vai para o FC Porto e o segundo para o Sporting, sendo que para os seus lugares já foram contratados o Gonçalo Suissas

e o Domingos Pinho, ambos oriundos da Oliveirense. Em suma, vamos continuar a ser muito competitivos e... sem grandes custos.

(PSD) que estava no poder. Sublinho ainda o apoio dos sócios, que neste momento são quase 1100.

AVE: Os obstáculos financeiros têm sido nos útlimos anos um adversário difícil de ultrapassar para o tecido associativo nacional. O Valongo também se perfila neste cenário de crise? AF: Em relação à vertente financeira temos tido muito trabalho, mas tem sido um esforço gratificante. Temos tido apoios provenientes de empresas de Valongo, seja do comércio ou da indústria, todos nos têm ajudado dentro do que lhes é possível. Neste aspeto destaco a Colquimica, o nosso principal patrocinador, sem o qual este trabalho não seria possível. No que concerne a apoios sublinho igualmente o papel da Câmara Municipal de Valongo e da Junta de Freguesia de Valongo, a quem agradeço publicamente nas pessoas dos seus presidentes, os quais têm feito um grande esforço para que o nosso trabalho possa ser realizado. Aliás tenho que realçar que esta época desportiva começou com outro executivo à frente da câmara, e também aí tínhamos todo o apoio da força política

AVE: No desenrolar desta curta conversa referiu-se a este título como o realizar de um sonho para muitos valonguenses, incluindo o Álvaro Figueira. Consgue exprimir em palavras o que lhe vai na alma por estes dias? AF: É difícil de explicar... Sinto uma alegria muito grande porque, realizei o sonho de ver o meu clube em primeiro lugar e mais do que isso completei o trabalho que o meu pai, Carlos Fi-gueira, começou nas duas décadas em que este-ve à frente do Valongo. Este sucesso tem e deve ser repartido com as quatro pessoas que trabalharam sempre ao meu lado (na CA) durante toda a época, nomeadamente o João Almeida, o Pedro Barata, o Miguel Pinto e o José Ferreira. Este trabalho em equipa pode ser traduzido por uma frase que eu citei vezes sem conta ao longo da época: “Todos juntos somos mais fortes”. Miguel Barros

Foto: Alberto Blanquet

Foto: Alberto Blanquet

HÓQUEI EM PATINS Uma vénia aos novos campeões nacionais Foi um momento emocionante, o ocorido na noite do passado 13 de junho, altura em que a equipa principal do Valongo recebeu as faixas de campeão nacional da 1ª Divisão de hóquei em patins da temporada de 2013/14. Com o Pavilhão Municipal de Valongo cheio – uma imagem repetida vezes sem conta ao longo da temporada – os novos campeões nacionais foram entrando um a um no rinque à medida que eram chamados pelo “speaker” de serviço para depois serem autentiamente “engolidos” pela euforia da multidão. Persentes nesta cerimónia estiveram algumas personalidades locais, entre outros os presidentes da Câmara Municipal de Valongo e da Junta de Freguesia de Valongo, respetivamente, José Manuel Ribeiro, e Ivo Vale Neves, o vereador do Desporto da edilidade, Orlando Rodrigues, às quais se juntou o presidente da Federação de Patinagem de Portugal, Fernando Elias Claro, que entregou as faixas e a taça de campeão a jogadores, equipa técnica e dirigentes do Valongo. De salientar ainda que nesse mesmo dia, embora da parte da tarde, a comitiva valonguense foi recebi-

da nos Paços do Concelho, onde foi agraciada com a Medalha de Valor Desportivo por parte do executivo liderado por José Manuel Ribeiro. Presidente da Câmara que no uso da palavra enviou um muito obrigado a toda a equipa, «por terem enchido de orgulho todo o concelho de Valongo na sequência desta épica conquista». Depois da volta de honra ao rinque com a taça na mão e as medalhas e faixas de campões nacionais ao peito, a equipa do Valongo levou a cabo um jogo amigável ante um conjun-to constituído por amigos do capitão Miguel Viterbo, jogador este que após a conquista do título de campeão nacional decidiu arrumar os patins, por outras palavras, abandonar o hóquei enquanto jogador. Viterbo seria homenageado quer pelo clube, quer pela fervorosa e sempre pesente claque valonguense, que entregou ao jogador uma placa onde agradecia a dedicação do seu «eterno capitão».

Foto: Alberto Blanquet

Bilhar Clube Bilhar Pedro Grilo é tri-campeão da Superliga Bilharsinde Pelo terceiro ano consecutivo Pedro Grilo e os seus companheiros levam para casa o troféu mais desejado da Superliga Bilharsinde (SB), o troféu que coroa o campeão da 1ª Divisão de uma competição que leva já sete anos de existência, e que nunca será demais recordar, nasceu na nossa cidade pela mão do Voxx Clube de Bilhar e que agora responde – digamos as-sim – em nome da Associação Desportiva Bilharsinde (ADB), organismo criado em 2013 e que tutela to-das as provas com o selo Bilharsinde. Mas voltando ao epicentro da ação, por outras palavras, a mesa de bilhar, para falar da (tri)conquista do Clube Bilhar Pedro Grilo (na imagem), emblema que na noite do passado dia 11 de junho derrotou no salão da New Academy – o palco da final – o Café Novo Espaço por 9-6, mostrando o porquê de ser indiscutivelmente uma das grandes equipas do bilhar nacional. Aliás, o

Foto: ADB

mentor da SB, Adolfo Pinto, não se mostrou muito surpreendido com este desfecho, já que na sua opinião Pedro Grilo e seus pares têm uma mentalidade vencedora muito acima da que é patenteada pela esmagadora maioria dos conjuntos concorrentes. «Como equipa eles estão habituados a vencer em todas as provas em que participam. Ao contrário do que acontece noutras equipas o Pedro Grilo incute nos seus jogadores uma pressão enorme para ganhar, existe uma mentalidade de luta pela vitória que não é comum noutras equipas, e o resultado é este: venceram sem surpresa, pelo terceiro ano consecutivo. Neste ponto destaco o facto de quer o próprio Pedro Grilo, quer o Bruno Fumega, quer Domingos Silva, três elementos da equipa vencedora, terem sido de facto tri-campeões, pois participaram na conquista dos anteriores títulos», refere Adolfo Pinto. Quanto aos restantes escalões da SB, e começando pela 2ª Divisão, para referir que o ceptro foi conquistado pelos ermesindenses da Academia de Bilhar “O Sonho” “A”, os quais na final bateram por 9-0 o Clube de Bilhar S. Brás. Já a 3ª Divisão foi conquistada pelos estreantes do Clube de Bilhar Amortecedores Meira, que no encontro decisivo derrotaram o Voxx Clube de Bilhar “A” por 9-7. Com necessidade de prolongamento, digamos assim, esteve a 4ª Divisão, já que uma igualdade a oito pontos entre a Academia Kaninhas e o Snack Bar Ar Puro obrigou a algumas partidas extra, tendo no final a primeira equipa levado a melhor por 11-10. Por último, a 5ª Divisão, vencida pelo Dramático de Rio Tinto diante dos vizinhos da Associação Recreativa de Rio Tinto por 9-6. No terminus de mais uma temporada de SB, Adolfo Pinto é um homem orgulhoso, pois a competição continua a subir a escadaria da popularidade, de norte a sul do país, como faz questão de frisar, sendo que num futuro próximo formula o desejo de alargar a prova rainha da ADB para 80 equipas. Ficamos a aguardar.


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A Voz de Ermesinde - Junho de 2014

Futebol

Basquetebol

Ermesinde 1936 é campeão da 2ª Divisão Distrital

Juniores cepeenistas fecharam o pódio do Campeonato Nacional 2013/2014

omeçam a escassear palavras para descrever o primeiro ano de vida do Ermesinde Sport Clube 1936, um ano a todos os títulos inolvidável, no que ao plano desportivo diz respeito. A época terminou da melhor maneira, ou seja, com a conquista do título de campeão distrital da 2ª Divisão, feito alcançado no passado sábado (24 de maio), dia em que os verde-e-brancos disputaram a final da citada competição diante do vencedor da Série 2 deste escalão da Associação de Futebol do Porto, o Frazão. Jogo decisivo ocorrido em campo neutro, neste caso o Estádio Monte de Azevido, em Rebordosa, onde cerca de 1 500 espetadores testemunharam a concretização de um feito histórico por parte do novo Ermesinde. Uma vitória, por 3-1, alcançada graças a mais uma belíssima exibição coletiva dos pupilos de Jorge Lopes, embora haja que fazer um sublinhado à atuação do “matador” Paulinho, autor dos três golos ermesindistas. O filme do encontro mostra-nos um Ermesinde 1936 mandão desde o apito inicial, um Ermesinde 1936 que assumiu as rédeas do jogo, uma postura premiada logo ao minuto 15, altura em que o guardião do Frazão cometeu falta sobre Pau-

linho dentro da área, tendo o árbitro assinalado de pronto o castigo máximo. Na conversão o goleador verde-e-branco Paulinho fez o primeiro da tarde. Ainda antes da primeira parte atingir a metade o Frazão igualou, na sequência de um grande golo de Ricardo Barros, que após tirar dois adversários do caminho fuzilou o ermesindista Teixeira. O mesmo Teixeira já na etapa complementar assumiria um papel de destaque ao defender uma grande penalidade quando o relógio marcava 55 minutos. Cerca de vinte minutos mais tarde apareceu de novo o “matador” Paulinho, a desfazer a igualdade numa altura em que o Ermesinde 1936 dominava a contenda. Superioridade vincada dez minutos mais tarde quando Paulinho fez um hat-trick e garantiu quase desde logo o título de campeão da 2ª Divisão da Associação de Futebol do Porto para o jovem emblema da nossa freguesia. Após o apito final seguiu-se uma enorme – e natural - explosão de alegria, a qual tomou conta de atletas, treinadores, dirigentes, e claro, os muitos adeptos ermesindistas que se deslocaram a Rebordosa para ver a sua equipa levantar a taça de campeão. No jogo do título o Ermesinde 1936 alinhou com: Teixeira; China, Fábio David, Marco, e Assunção; Fajó, Leça (Folgosa, 88), Serginho (Pinto, 70), e Faria (Andrezinho, 70); Diogo Loureiro e Paulinho (Dani, 88). Treinador: Jorge Lopes.

Ermesinde acolheu a fase final do Campeonato Nacional de cadetes femininos A cidade de Ermesinde, mais concretamente o seu pavilhão gimnodesportivo, acolheu nos passados dias 6, 7, 8 de junho a fase final do Campeonato Nacional de cadetes femininos. Na entrada para uma competição que teoricamente se equacionava equilibrada estavam as equipas do Desportivo da Póvoa, do Carnide, do Pombal, e claro, a turma que atuava em casa, o CPN. Foram precisamente as ermesindenses que abriram, na sexta-feira, o torneio, tendo pela frente o Pombal, uma equipa que fisicamente se apresentou muito forte. CPN que esteve mal durante o primeiro período, emocionalmente ansioso e sem dar a luta necessária no ressalto defensivo, perdeu completamente a luta das tabelas, permitindo ao adversário diversas oportunidades extra de lançamento. Com alguma recuperação mas sem nunca conseguir parar por completo o forte jogo interior da equipa de Pombal, as cepeenistas acabaram por perder o primeiro e segundo período por cinco pontos, partindo para o descanso em desvantagem no marcador por 26-36. Um terceiro período de mais esforço permitiu à turma da casa aproximar-se no marcador, e com um défice pontual

ermesinde

desportivo

em quatro pontos partiu para o derradeiro quarto consciente de que este seria um jogo disputado até ao fim e que todos os pontos contariam. Acelerando um pouco o jogo o CPN conseguiu colocar-se com quatro pontos de vantagem a faltar dois minutos para o fim, no entanto “turnovers” consecutivos, a par de más decisões ofensivas, permitiram ao adversário passar para a frente já dentro do último minuto. Com duas oportunidades de lançamento o CPN acabou por não concretizar e averbou assim a primeira

Foto: CPN

Após sete anos de ausência a equipa de juniores femininos do CPN voltou a marcar presença na fase final do Campeonato Nacional da categoria. Facto ocorrido entre os passados 30 de maio e 1 de junho, em Almada, onde as propagandistas mediram forças com o Académico do Porto, ESSA do Barreiro e o Algés, última equipa esta que viria a sagrar-se campeã nacional, enquanto que o CPN (na imagem) ficaria com o terceiro lugar no pódio final. E foi precisamente contra as futuras campeãs que a turma de Ermesinde abriu a fase final. As ermesindenses entraram na quadra muito ansiosas e perdulárias, quer ofensiva quer defensivamente, aproveitando o adversário para mostrar as suas mais valias e ganhar uma vantagem considerável no final do primeiro período (08-23). Posteriormente o CPN libertou-se, e durante os 20 minutos seguintes mostrou a qualidade do seu “basket”, postura que viria a equilibrar a partida, sem no entanto conseguir baixar a diferença no marcador para menos de 10 pontos. As jogadoras da nossa cidade entrariam para o derradeiro período a perder por 14 pontos (34-48), tendo nessa etapa o Algés provocado um parcial de 0-7, sabendo gerir bem a sua vantagem até ao final, apesar das tentativas de resposta por parte das atletas nortenhas. Resultado final: 65-39 a favor das sulistas. Na outra partida, o ESSA vencia o Académico por 52-41. Na partida de sábado (dia 31), ao contrário do que havia ocorrido no dia anterior, o CPN entrou determinado desde o início em levar de vencida turma do ESSA do Barreiro, mas... desastrado na hora de lançar ao cesto, ao invés do adversário, que através de contra-ataques eficazes ganhou uma vantagem de 10 pontos. Dai em diante, nos restantes 30 minutos, apesar da diferença pontual andar sempre na dezena de pontos, o jogo foi desenrolado e vivido de

derrota da época (!) por apenas um ponto (5455). No outro jogo o Carnide derrotou o Desportivo da Póvoa, No sábado, e após o Pombal ter vencido as poveiras, entrou em campo o CPN, ante o Carnide. Com muita atitude inicial e interpretando bem a estratégia, as ermesindenses conseguiram reduzir o jogo ofensivo do adversário, partindo para um parcial inicial de 0-11 nos primeiros quatro minutos. No entanto acabaram por se desligar um pouco do jogo no final do período, e sem conseguirem manter a intensidade ofensiva permitiram ao Carnide a aproximação no marcador. O período seguinte não foi melhor: sem a atitude necessária o CPN não lidou bem com a pressão defensiva do adversário, permitindo um maior ascendente da formação de Lisboa, acabando este por partir com três pontos de vantagem para o intervalo. Na segunda parte e apesar de sempre perto no resultado faltou à equipa local o discernimento coletivo nas ações ofensivas, e sem criar bons lançamentos nem concretizar não conseguiu dar uma continuidade às boas ações defensivas que executavam então. Resultado final: uma nova derrota, desta

Foto: CPN

modo intenso, acabando no final o ESSA sair vencedor por 64-50. Na outra partida, o Algés vencia o Académico (79-40). No último dia da competição o CPN jogava pelo bronze diante do Académico do Porto. Com uma entrada algo “lenta” - fruto do cansaço acumulado – as ermesindenses demoraram um pouco mais a marcar o ritmo na partida, tendo inclusive o Académico vencido o primeiro parcial (12-13). No segundo quarto, as atletas de Ermesinde mostraram que não queriam deixar o seu crédito por mãos alheias, e com um período sufocante deram a volta ao marcador, indo para intervalo a vencer por 35-26. Na segunda parte, durante os primeiros 13 minutos, o equilíbrio foi nota dominante, tendo o Académico conseguido reduzir a diferença para três pontos. Mas o espírito cepeenista veio mais uma vez ao de cima, tendo a turma orientada por Francisco Costa embalado para um final de jogo diabólico! Cansaço? Por esta altura já tinha desaparecido. A cada bola falhada pelo adversário, o CPN respondia com contra ataques letais ou com ataques organizados, escolhendo bem as situações de lançamento, acabando por vencer a partida por 68-50, garantindo assim que o bronze vinha para Ermesinde.

feita por 43-38, o que ditava que o CPN estava automaticamente arredado do título. No domingo, o CPN lutou pelo último lugar do pódio. Sabendo de antemão as dificuldades que o Póvoa lhes iria causar, as jogadores de Ermesinde demoraram a entrar no jogo, voltan-do a lançar ao cesto com baixas percentagens e a escolher mal as opções para atacar o cesto adversário. Com parciais negativos no primeiro (7-15) e segundo (12-14) períodos o CPN partia para o intervalo a perder por 10 pontos e a saber que teria de batalhar para levar de vencido o encontro. Com dois minutos fortíssimos as ermesindenses conseguiram encurtar distâncias no marcador ao início do terceiro período. No entanto, o cansaço e alguma emoção negativa pesou no comportamento da equipa acabando por deixar o jogo fugir ainda durante o terceiro período, e não conseguindo passar o Póvoa no derradeiro quarto. No último jogo o Pombal viria a sagrar-se campeão ao bater o Carnide, ficando a classificação definida com a equipa de Ermesinde em quarto lugar. MIGUEL BARROS

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento nao pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto e Luis Dias. Design: Joel Mata e Marcos Ribeiro (colaboração com o Curso de Técnico de Design Gráfico da Escola Secundária de Ermesinde)


JUNHO de 2014

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Emprego

Ofertas de Emprego do Centro de Emprego de Valongo – Operador de Máquinas de Costura Costureiras para trabalhar em vestuário de senhora e homem em tecidos.

588288900

– Encarregados das Indústrias Têxteis, do Vestuário, Calçado e Curtumes Chefe de linha com capacidade de liderança.

588288918

– Outros Trabalhadores Qualificados da Floresta e Similares Para colaborar no abate de árvores, pelo que deverá saber operar com uma motosserra.

588324517

– Serralheiro Civil Conhecimentos de soldadura a TIG, polimento/acabamento de bancada, polimento a motor, conhecimento de quinadeira, guilhotina e calandra.

588354629

– Instalador de Ar Condicionado e de Sistemas de Refrigeração Para prestar assistência técnica na Zona Norte, com experiência em refrigeração industrial, preferencialmente com curso de gases fluorados.

588354638

– Representante Comercial Gestão de carteira de clientes (encomendas, orçamentos, faturação).

588386218

– Operador de Máquinas de Costura Costureiras de ponto corrido e corte e cose.

588386277

– Outros Trabalhadores Relacionados com Vendas, NE Bons conhecimentos de informática.

588388496

– Trabalhador Qualificado em Isolamentos Acústicos e Térmicos Aplicador de Pladur, Experiência Desde a Montagem até aos Acabamentos.

588389190

– Serralheiro Civil Serralheiro civil com experiência em soldadura, executar e montar estruturas em ferro, grades, portões, etc..

588389193

– Operador de Máquinas para Trabalhar a Pedra Decapador de jato com experiência na área

588389968

– Representante Comercial Com experiência na divulgação de produtos em ferro, alumínio e aço inox bem como angariação de clientes

588390432

– Diretor das Indústrias Transformadoras Com experiência em direção de produção da indústria transformadora de ferro, alumínio e aço inox.

588390634

– Outro Preparador e Montador de Estruturas Metálicas Experiência como preparador de obra na indústria transformadora de ferro, alumínio e aço inox.

588390651

– Serralheiro Civil Com experiência no fabrico e montagem de estruturas metálicas em ferro, alumínio e aço inox.

588390657

– Técnico de Eletrónica Experiência como instalador de portas e automatismos.

588390670

– Outros Trabalhadores Qualificados da Construção de Estruturas Básicas e Similares, NE Montagem de tetos falsos, divisórias, aplicação de estores interiores, aplicação de pavimentos flutuantes.

588403530

– Técnico de Engenharia Civil Para efetuar medições e orçamentação de estruturas em ferro alumínio e aço inox.

588391073

– Jornalista Recém-licenciado em Ciências da Comunicação/Jornalista.

588400840

– Cimenteiro Todos os trabalhos relacionados com a construção civil (trolha).

588406954

– Técnico de Telecomunicações Com capacidade para ler um projeto e desenvolvê-lo no terreno.

588407883

– Trabalhador Não Qualificado de Engenharia Civil Conhecimento de passagem de cabos de fibra em condutas (espaços confinados). Preferencialmente com conhecimentos (ORAC, Certificado PT Classe l).

588407999

– Estofador Com experiência em estofar sofás.

588410515

– Serralheiro de Moldes, Cunhos, Cortantes e Similares Serralheiro com conhecimento de soldadura MIG e TIG em aço inoxidável.

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– Cozinheiro Churrasqueiro preferencialmente com experiência.

588413054

– Empregado de Mesa Com experiência.

588413206

– Especialista em Publicidade e Marketing Recém-licenciados em Relações Públicas/Marketing/Publicidade para contactos com clientes e potenciais clientes.

588400820

– Eletricista de Construções e Similares Oficial de eletricista com experiência comprovada de 2 anos.

588415920

– Instalador de Ar Condicionado e de Sistemas de Refrigeração Técnico de refrigeração industrial c/ certificado e experiência em gases fluorados, para efetuar reparação e montagem de equipamentos de refrigeração.

588419124

– Eletricista de Construções e Similares Pré-oficial de eletricista com experiência comprovada de 2 anos.

588415924

– Conselheiros de Clientela Fluência na Língua Francesa.

588143172

– Encarregados das Indústrias Têxteis, do Vestuário, Calçado e Curtumes Com experiência para coordenar o trabalho das costureiras.

588418599

– Operador de Máquinas de Costura Com muita experiência em confeção de malhas utilizando maquinas de ponto corrido, corta e cose e de recobrimento.

588418795

– Trabalhador de Costura e Similares Com muita experiência em revista e remate de peças de vestuário em malha.

588418821

– Regulador e Operador de Máquinas-Ferramentas de Comando Numérico Computorizado para Trabalhar Metais Técnico de CNC, com capacidade de manutenção de máquinas de torno e/ou fresa, através de máquinas de CNC.

588418891

– Desenhadores e Técnicos Afins Com conhecimentos de desenho e maquinação de construções metálicas. Com conhecimentos de CAD/CAM e de Solidworks.

588418948

– Serralheiro de Moldes, Cunhos, Cortantes e Similares Com conhecimentos e formação profissional na área de serralharia de cunhos e cortantes, para fabrico de formas para bolos.

588418965

– Desenhadores e Técnicos Afins Projetista/desenhador c/ conhec.SSolidworks e c/ experiência de pelo menos 1 ano. Desenho área do mobiliário, para execução de desenho 3D. – Canalizador Empresa pretende canalizador para executar todos os trabalhos referentes a canalização/pichelaria. Com experiência mínima de 3 anos.

Alfena Alfena Campo/Sobrado Rebordosa Valongo Campo/Sobrado Gandra Alfena Campo/Sobrado Campo/Sobrado Campo/Sobrado Alfena Alfena Alfena Alfena Alfena Ermesinde Alfena Valongo Campo/Sobrado Valongo Valongo Campo/Sobrado Alfena Valongo Valongo Valongo Campo/Sobrado Alfena Campo/Sobrado Porto Gandra Ermesinde Ermesinde Paredes Campo/Sobrado Campo/Sobrado 588418971 Paredes 588419043 Alfena

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Crónicas

Figuras geométricas GLÓRIA LEITÃO

rederico Garcia Lorca achava que «o teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana». Um pensamento, acima de tudo, é pessoal. Alguns que encontramos convergem com aquilo que pensamos ou, ainda, servem de desafio mental, para lhes encontrarmos outra perspetiva. Este é um desses, pois já eu pertencerei ao grupo das pessoas que gostam de colocar os humanos e os sentimentos “humanos” e até “desumanos” dentro dos textos. Foi esse sentimento que me despertou o apelo de uma jovem que após a sua licenciatura escolheu ser tatuadora – a sua paixão. A uma dada altura questionava-me porque era tão hostilizada pela sociedade e isto pelo simples facto de ser uma pessoa tatuada, ela também. Olhei-a e a primeira coisa que me veio à ideia foi perguntar-lhe porque se tatuava ela? Respondeu-me que era uma necessidade. Ela, e muito mais pessoas como ela consideravam que «o nosso corpo é um templo e nós somos livres para enfeitar as paredes». Dizia que cada tatuagem que tinha representava história, uma fase superada. Aumentava-lhe a confiança e fazia-a sentir mais “ela mesma” e isto porque não o fazia meramente por sentido estético e não a chocava nada um dia ser uma velhinha tatuada, que trouxe da vida marcas que não quis deixar esquecidas no tempo. Quem gostar dela terá que a aceitar assim. Quanto ao facto de ter escolhido ser “tatuadora”. aí foi esta jovem que me pôs a pensar – um artista, que é pintor, coloca a sua arte numa tela, que faz perdurar a sua criação. Um tatuador faz isso numa pessoa. Diz-me esta jovem que um pintor tem a alegria de saber que a sua tela fica pendurada numa sala, ou até num museu. Ela fala-me de uma outra alegria e de outro tipo de sentimento de realização – quando uma pessoa escolhe a obra desse mesmo

pintor e põe na mão de um tatuador a responsabilidade de lhe colocar no corpo essa obra de arte. Aí é o “auge” de realização do tatuador, sentindo que o seu trabalho artístico sai das telas e passa a ser transportado num corpo que o exibe, para onde quer se desloque, devolvendo-lhe vida. Acha que pagar por uma tatuagem é reconhecer os anos que estiveram colados a uma folha a aperfeiçoar a técnica, o tempo e a alma que dedicaram e dedicam a cada centímetro e até milímetro de trabalho, árduo e exaustivo, que não permite falhas. Quando me autorizou a consultar a página que tem numa rede social li a uma dada altura uma das suas expressões de revolta: «Apoiem aqueles que todos os dias se esforçam por fazer a diferença, numa área inferiorizada. Sempre fomos os que “não gostavam de estudar” na escola, os estranho que iam direitinhos para o desemprego. A verdade é que somos os que se impuseram, os que lutaram para fazer a diferença num mundo onde são todos iguais…». Não me podia surpreender quanto a isso – o mundo das minorias. No momento de refletir sobre isto eu estava sentada na bancada de um campo de futebol e bem no meio de uma claque, que sentia na pele a ostracização social, que os colocava num destes grupos, pela forma como eram encarados por uma sociedade padronizada, ou dita “normal” – também se atrevia a julgá-los: arruaceiros, o pessoal dos copos, os “gunas”. Mais ousada e para “vestir a pelo do lobo”, eu tinha-me desafiado a mim mesma, escolhendo passar uma tarde a recolher uma experiência, vivência e aprendizagem diferente. Como adepta simpatizante e amiga, integrava uma das três camionetas que a claque do clube da terra onde trabalho levava a abarrotar de gente para um jogo de consagração – independentemente do resultado, ali ia erguer-se a taça, acima de tudo de mérito e coragem, porque o jovem clube de

Ermesinde, renascia e tinha ficado em primeiro na classificação da sua série. Se em 30/09/2011 eu já achava que «todas as empresas deviam ter um speaker», agora, em 2014, eu entendia porque é que os clubes precisam das suas claques. É castiça a forma como eles se organizam entre si, como eles se fazem respeitar e também como controlam os ânimos mais exaltados quando “saem dos estribos”. Percebi que os “gunas”, os arruaceiros, o pessoal dos copos, são acima de tudo pessoas – que se “despem” de pruridos, que saem das suas “zonas de conforto”, que “despem os fatos de trabalho”, que deixam para trás o “socialmente conveniente” e ali podem expelir toda a adrenalina que a vida e as suas contingências fazem conter. A não ser assim, porque teríamos nós que levar sentados nos joelhos crianças, doces e educadas que, naquele campo de futebol, se juntariam a tantas outras que nada tinham de anormais – eram amadas por pais solícitos que as vigiavam, atentamente, entre os hinos de incentivo que entoavam. Em momentos de reflexão que são possíveis mesmo num campo de futebol e no meio de uma claque desassossegada (como convém, segundo percebi), olhei para a bandeira que hasteavam, com argolas interligadas entre si. Olhando-as, fui colocando em cada uma delas os grupos estigmatizados das ditas minorias que me iam ocorrendo – o das claques, o dos tatuadores e logo de seguida precisei puxar do meu pequeno bloco para lhe ir adicionando tantos outros que me vieram à ideia e que se não são “freaks”, podem ser “coitadinhos”, como as pessoas de mobilidade reduzida, ou incapacitados. Depois temos os “perdidos”, aqui podem caber os toxicodependentes, os de orientação sexual diferente, mas também os divorciados, ou até os que escolhem viver em união de facto. Todos “pecadores”, perante uma sociedade que se convenciona seja normal e por isso se atreve a apontar o dedo e julgar, e humilhar, como fazem àquela jovem, em simples viagens de autocarro que faz na sua deslocação para o seu trabalho. Eu, “rotulada” socialmente num destes grupos de minoria, gostaria de dizer que acredito que a sociedade um dia ultrapasse os seus próprios preconceitos. Nem sequer digo – infelizmente não. Se fosse no estrangeiro, este tema pouco interesse suscitaria porque é difícil escolher grupos: proliferam pessoas diferentes por todo o lado e aí nem nos damos

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conta de “convenções sociais”. Agora, falamos de uma cultura que é nossa, enraizada em “feudos” culturais que nos colocaram em “celas de pensamento”, de forma geométrica quadrada, donde não nos atrevemos a sair, mesmo que o “carcereiro” já nos tenha aberto as portas há muito tempo. A ousadia de se ser diferente é um risco, pois até Jesus Cristo pagou um preço caro pela sua – num país que se identificará por dois triângulos sobrepostos em sentido invertido. Contudo, a um grupo, agora de maioria, deixou a mensagem que serão as minorias que precisam de interiorizar para não se sentirem ostracizadas por julgamentos de pessoas que sempre se julgarão superiormente diferentes: «Não julgueis para não seres julgados. Pois com o julgamento que julgais sereis julgados e com a medida que medis, sereis medidos». Já o Dalai Lama, diz que «pouco importa o julgamento dos outros. Os seres são contraditórios e é impossível atender às suas demandas, satisfazê-los. Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro…».

Fotografia: be@ultra


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Crónicas

Ermesinde, cidade hospitaleira NUNO AFONSO

ínhamos “das mais desvairadas partes” sobretudo do Norte (nordeste, noroeste) mas também doutros lugares para sul do nosso Grande Rio. Se falo do Norte é porque a cidade do Porto era o grande centro mais próximo de Bragança, de Vila Real, de Chaves, da Régua, de Valença, de Monção, de Braga e de tantas outras terras onde convergiam populares em busca de emprego, comerciantes a tratar dos seus negócios, miúdos aspirantes a marçanos no pequeno comércio, um punhado de estudantes universitários em gozo de férias ou no seu regresso, candidatos a emigrar no cumprimento de formalidades indispensáveis à viagem para países das Américas. Tantas vezes aqui passámos na vinda ou de volta às nossas terras que o nome Ermesinde tornou-se-nos familiar a propósito das apetecidas regueifas que mulheres de lenço apertado ao alto da cabeça carregavam nas suas largas cestas circulando pelas plataformas, em resposta a inúmeros pedidos, retornando, logo a seguir, para receberem o pagamento de quem as solicitara. Na minha inocência infantil – vim aqui, pela primeira vez aos dez anos – interrogava-me como conseguiam elas identificar tantas pessoas cujos rostos, frequentes vezes, mal entreviam, apenas feixes de braços estendidos a sair das janelas do comboio. Alguns não lhes ficariam a dever, ora à procura de trocos, ora, maldosamente, demorando-se à espera que a máquina se pusesse em marcha? E como poderiam elas exigir o pagamento se não havia tempo para entrar no comboio sempre tão apinhado de gente, identificar os faltosos e reclamar o dinheiro que haviam sonegado? Impossível saber, com a certeza, porém, de que partilhavam com eles um sentimento de honradez, no íntimo sabiam que aquela gente era de confiança. A verdade é que, se eram muitos os braços que pediam, não pareciam menos os que estendiam as moedas para satisfazer a compra. Duma coisa estou certo: havia uma grande apetência por aquele tipo de pão em forma de rosca para presentear as respetivas famílias que raramente comiam outro que não fosse o negro centeio ou a costumeira broa de milho, um e outra

atualmente tão apreciados por gente de todas as idades e procedências. Pois se, ainda hoje, os residentes do concelho de Valongo mantêm o hábito de levar para casa a regueifa, ou roca, “italiana” ou “espanhola”, o designativo pouco importa. O centeio e o milho já não estão conotados com a vida de sacrifício dos aldeões de décadas passadas! Quantos dos que então por cá passavam não vieram, anos mais tarde, fixar residência nesta cidade ou noutra das que bordejam a “nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto”? O êxodo rural é um fenómeno muito conhecido em todas as épocas e lugares. Neste país, a fuga à vida sacrificada do campo e a miragem da vida citadina, mais limpa e supostamente mais fácil, tem sido uma

Europa Ocidental decorrente da nova vaga industrial e por um gradual despertar das populações rurais para a importância da instrução como forma de virem a tomar parte nesse promissor bume económico que se vinha registando. No último quartel do século aumentou consideravelmente o número de jovens inscritos nas Universidades e Institutos Industriais e Comerciais de Lisboa, Porto e Coimbra, um pouco mais adiante nas Universidades já referidas e noutras como Évora, Minho, Aveiro, Beira Interior, Nova de Lisboa agora formando uma só com a antiga Universidade de Lisboa, e Institutos Politécnicos em várias cidades, além de outros estabelecimentos de ensino superior desde que foram criadas legislação e condições de funcionamento para a participação de privados no Ensino Superior. Muitos desses estudantes por cá ficaram após a licenciatura. Muitos que não frequentaram estudos superiores mas obtiveram emprego, quer no setor público, quer no privado, estabeleceram residência nas zonas onde as empresas em que trabalhavam estavam sediadas. Em ambas as situações, com eles deslocaram-se as respetivas famílias ou formaram-se novos agregados. Porque o custo da habitação era muito caro no interior das grandes cidades, neste

Foto de Arquivo

constante, com frequência defraudada porque assente em alicerces frágeis e óbvios. A História de Portugal dá-nos conta deste fenómeno desde os primeiros séculos em que os reis foram obrigados a legislar no intuito de fixarem as populações rurais ao amanho das terras, sendo a iniciativa mais conhecida a famosa Lei das Sesmarias publicada em 1375 no reinado de D. Fernando. No entanto, em cada época, obedeceu a motivações específicas. A partir dos anos 50 do derradeiro século, as correntes migratórias para os grandes centros populacionais foram impulsionadas pela elevação do nível de vida em países da América do Norte e Canadá e

Clínica Médica Central de Ermesinde, Lda (SERVIÇO MÉDICO E DE ENFERMAGEM) Rua Ramalho Ortigão, 6 – 4445-579 ERMESINDE

Seguros de Saúde

caso no interior do Porto, a procura expandiu-se às localidades limítrofes, de preferência àquelas que dispunham de bons meios de transporte e muito espaço por ocupar. Ermesinde? Ah, sim! Aquele sítio onde passa o comboio e se veem umas mulheres de grandes cestas enfiadas nos braços apregoando um tipo de pão especial enrolado em forma de coroa… Assim pensavam muitos dos que vinham ao Porto ou dali demandavam as suas terras. Como deixei escrito, tinha dez anos quando por cá passei na ida e no regresso duma visita à chamada capital do Norte que o meu pai me ofereceu como prémio pelo bom desempenho escolar. Ar-

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rumadinho a uma janela, por via do meu estômago sensível, capaz de ejetar o seu conteúdo em cima dum colo vizinho com o previsível embaraço paterno, olhava com espanto o agitado vaivém daquelas mulheres e o rebuliço que provocavam no interior do cavalo de ferro. Decorreram mais de trinta anos desde que elegemos esta terra para nela vivermos, primeiro no exercício da nossa atividade profissional, depois lançando raízes porventura mais duradouras. Era, então, vila – só desde 1938 – e passaria a cidade cinquenta e dois anos mais tarde. Olhamo-la, embevecidos, como quem contempla uma criança que se vai tornando adulta: – Como ela está crescida e bonita! É verdade que cresceu desordenadamente. Dum núcleo central em torno da estação ferroviária e alguns bairros dispersos foi aumentando com a demanda de novos habitantes que vieram adquirir habitação e a oferta abundante que, em poucos anos, lhe mudaram a face. Terras agrícolas e zonas alagadiças tornaram-se bairros residenciais plantados de edifícios e de belas moradias, todavia, como em muitos outros casos, de forma um tanto assimétrica e algo desumanizada. Crise de crescimento como aconteceu a muitas outras localidades do país. Ainda guarda, aqui e ali, marcas de ancestral ruralidade a par de comportamentos citadinos estereotipados. Lamentavelmente, tem registado significativa contração económica. Muitas fábricas, umas de grande dimensão, outras menores, foram fechando portas, o comércio local luta corajosamente para ultrapassar a poderosa concorrência da grande cidade a seis quilómetros de distância e de acesso fácil e diversificado. O que é vantagem neste sentido torna-se inconveniente por outras razões que derivam da sua condição de cidade-dormitório. A extensão da cidade, atualmente com cerca de 40 000 habitantes, e a estabilização da sua massa populacional reclamam um tratamento adequado quer das pessoas, que frequentemente padecem de individualismo exagerado, quer das autarquias locais tantas vezes mais preocupadas com a defesa dos interesses pessoais e partidários do que com o bem-estar dos habitantes. É necessário que se promova a intensificação das relações interpessoais, a participação nas efemérides locais, a discussão dos problemas que afetam a comunidade e que os autarcas estejam atentos aos novos tempos e à nova realidade, se aproximem dos cidadãos e tentem satisfazer os seus anseios e as suas legítimas reclamações. A população da cidade é, hoje, muito diversa da que foi noutros tempos, a percentagem de autóctones é reduzida face ao número de habitantes acima referido. Devemos todos pensar que a diversidade é uma riqueza e não um óbice ao desenvolvimento harmonioso, assim sejam promovidas as ações necessárias e urgentes para o efeito.


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Crónicas

A Parúsia REINALDO BEÇA

o ano cósmico de 15 Mil Milhões de translações da Terra à volta do Sol, no início do Sétimo Dia bíblico, quando Deus descansa e o Homem asneira, debruço-me para escrever... Sempre que um novo milénio se aproxima tecem-se as mais extraordinárias previsões, nas quais geralmente entram acontecimentos catastróficos como o Fim do Mundo e outros de esperança, como a vinda novamente dum novo Messias como Jesus Cristo, isto é a Parúsia. Assim aconteceu aquando da chegada do ano 1000 e também antes da chegada do segundo milénio, há uns anos atrás. Durante muito tempo, ouvíamos dizer que dos mil passarás mas aos dois mil não chegarás, talvez pelos augúrios do ano 1000 terem falhado. Na Faculdade, tive que elaborar um trabalho sobre o ano Mil e todos os presságios, superstições que essa meta temporal inspirou na mentalidade da época e eu fui um dos privilegiados que passaram o ano 2000 e que desdenhei sempre dos maus augúrios que se desenharam na passagem desse segundo milénio. De facto, ficou tudo na mesma ou ainda pior. Mas o certo é que, depois de muitos medos e receios, no ano 2000, voltaram a falhar, embora uma vinda à Terra do Filho de Deus novamente seria muito oportuna e útil, dada a falta de Fé e Moral que grassa neste tão maltratado planeta, o que estará, por certo, na base do mais que censurável comportamento que se verifica entre muitos humanos. E isto é muito grave, porque a própria vida do planeta está em risco e talvez até o próprio Universo, dadas as forças poderosíssimas de que os homens dispõem e que não dominam integralmente, numa altura em que se encontram completamente alienados pela Economia, pelos lucros e pelo dinheiro, aquilo a que se chamava o esterco do demónio. Quando os valores virtuais da Economia já se sobrepõem ao bem-estar, saúde e à própria vida humana, tudo é de esperar, até sentimentos suicidas ao não se respeitar aquilo de que a vida do nosso planeta depende e consequentemente a própria Humanidade. Chegamos a uma alienação total

e vivemos num mundo paranoico, irreal, onde soltámos os pés da terra e não conseguimos aterrar. Há que haver novamente intervenção divina no tempo da opressão dos banqueiros, como houve no tempo da opressão romana, para ensinar de novo o caminho da salvação (física), equilibrar as irracionalidades que se manifestam nas mentes dos humanos ainda incipientes. Contudo, se um novo Profeta, Messias, ou Enviado de Deus, como Jesus Cristo, encarnasse novamente no Homem, seria muito diferente do que aconteceu há dois mil anos, dadas as exigências do atual conhecimento humano. Nasceria talvez em Roma, antiga capital do Império, e hoje do Cristianismo, onde Pedro fundou a sua Igreja e não na Palestina que, nas condições atuais, seria um desastre. O seu nascimento ocorreria novamente no seio duma família humilde, atualmente talvez dum funcionário público, uma classe a caminho da pobreza. Falaria inglês, a atual linguagem universal e não o aramaico que já ninguém conhece. Como homem prático e senhor de si, vestiria jeans, blusão e t-shirt e calçaria ténis. Em adulto, apresentar-se-ia ao Papa, seu representante na Terra, como o novo Messias. Grandes debates e conferências com Sua Santidade e sua Cúria Romana, onde o Messias provaria ser um Ser superior, de sabedoria inesgotável, o que não seria suficiente para ser reconhecido como uma nova encarnação de Deus. Para além das dificuldades que iria ter para ser acreditado e embora se impusesse pela sua sapiência, isso não evitaria ter que fazer grandes milagres, uma das condições ainda exigidas para um santo ser canonizado. Naturalmente que não seria ressuscitar um morto, no seu túmulo, como aconteceu, da outra vez, com Lázaro, nem a multiplicação dos pães e dos peixes, o que poderia ser levado para o campo dos truques, mas algo mais difícil e atual, como resolver o problema financeiro de Portugal e da Grécia, eliminando de vez o despótico défice orçamental ou levar a União Europeia a defender o Estado Social em vez dos interesses dos banqueiros e, talvez mais difícil ainda, transformar Portugal no país mais avançado e civilizado do mundo, expulsando a barbárie que se alapou no Governo. O novo Messias seria personalidade mediática, mais global, universal, dados os meios

de comunicação atuais, e teria que ser menos metafórico e mais científico, pois teria que provar cientificamente o que afirmava nos grandes centros de saber mundiais, centros culturais, universidades como Oxford, Cambridge, Bolonha, Paris, Coimbra, Harvard, Yale, etc.; estaria presente em debates televisivos, seria personalidade mediática e teria que responder às perguntas mais bizarras e menos oportunas como: com que finalidade o Criador criou todo este complexo cósmico e um ser que O sente e O venera? Para que foram criados seres conscientes e finitos? Apenas para sofrerem, padecerem, alegrarem-se, gozarem, guerrearem-se e morrerem?! Só para isto? Só para morrerem e serem castigados ou premiados pelos seus atos durante a sua vivência física, dependendo da Sua Vontade, dum Ser que tudo sabe? Isso seria sadismo e egoísmo ou simplesmente crueldade, criar um ser para sofrer e ser castigado eternamente no fim da vida que está cheia de armadilhas e aliciantes para pecar? Isso seria uma submissão medieval, antiquada e um Deus superior, civilizado e moderno, não faria isso por vontade própria, apenas pela autoridade do próprio Homem. De facto, nós é que decidimos do nosso futuro, mesmo para lá da vida material. Deus só intervém se for essa a nossa vontade senão todo o processo correria o risco de abortar. Qual está mais lotado, o Céu ou o Inferno? Se for o Inferno, toda esta Criação foi um fracasso! Será o Inferno uma espécie de sucata para onde é atirada a obra com defeito, que não serve para o fim em vista que seria povoar o Céu? E o Purgatório uma reciclagem onde a obra, com pequeno defeito, está à espera de ser reciclada? As críticas e reivindicações também surgiriam: o Céu pertence a alguns privilegiados onde os Santos e alguns Clérigos formam uma classe superior. Há que democratizar o Céu para deixar de haver privilegiados. Há seres, criados por Deus, que são marginalizados e não vão para o Céu. São entregues a demónios que os martirizam eternamente, o que não parece ser justo nem possível. É óbvio que se esqueceram de que estão a falar de espíritos e não de seres materiais e, naturalmente, que existiriam respostas, até com algum humor, para estas subjetividades. Embora os humanos, na Terra, nunca consigam a explicação para tudo o que existe nem a compreensão íntima de Deus que lhe permitiria saber

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o porquê de ser tudo como é, aproveitariam a presença física do Messias para tentar saber algo mais e testar os seus conhecimentos, pois já sabem o suficiente para saberem que existe essa explicação. Nada no Universo é arbitrário (exceto a Arte), todo o Cosmos é inteligível por ser obra duma Inteligência, mas não totalmente acessível aos humanos que ainda não poderão, embora tentem, encontrar explicação final para tudo. A intervenção direta do Messias seria mais científica do que foi na primeira vinda, quando os homens ainda se encontravam num estádio científico muito rudimentar para compreenderem a estrutura básica do Universo e a sua dimensão. Para isso, teriam que sondar os mistérios da mente divina. Mas também não seria desta vez que saberiam tudo, porque não atingiram ainda a compreensão necessária, o Último Grau. Como dizia Einstein, o que está para lá de toda a compreensão discernível, algo subtil, inatingível e inexplicável que provoca a religiosidade. Quanto mais sabemos, sabemos que nada sabemos. Assim, só utilizaria a metáfora quando abordava assuntos ainda inescrutáveis para a capacidade da mente humana. Provocaria grandes alterações na Teologia, profundas perturbações nas religiões e seus dogmas e novamente arranjaria inimigos que até lhe chamariam impostor e aventureiro. Contudo, embora se referisse a um Pater Criador e na finalidade cósmica, de forma matemática e científica, os seus seguidores acabariam por desunir-se novamente em milhentas seitas e religiões com as mais diversas interpretações da sua mensagem. E, por mais incrível que pareça, teria mesmo que ser assim. Para desaparecer, teria que morrer segundo as leis que criou e, mais uma vez, a sua morte seria um exemplo. Mas o mais certo, no estádio em que se encontra ainda a Humanidade, será não haver condições para que um novo Messias apareça por cá novamente.

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Opinião

Cheira a poder, regressam as vedetas

A. ÁLVARO DE SOUSA

s resultados das eleições europeias estão a produzir as habituais reações de políticos, analistas e comentadores, cada um vendo os resultados à luz do que defenderam antes ou em linha com os objetivos de hoje. É assim que vemos, ouvimos e lemos que para alguns verificou-se uma inquestionável vitória sem que surja quem interprete os resultados como uma derrota. Mesmo no BE, que sofreu uma hecatombe, o discurso é mitigado fazendo sobressair as qualidades excecionais da sua militante eleita, desvalorizando a perda de dois dos seus anteriores três representantes em Estrasburgo. Das diversas leituras parece-nos que as mais corretas são as que referem que o eleitorado protestou contra o Governo e as suas medidas de austeridade. E não foi só em Portugal que o fenómeno ocorreu. Em todos os demais Estados europeus,

os eleitores aproveitaram as eleições para mostrarem um cartão amarelo aos respetivos governos, independentemente da cor política, sendo o caso francês o que mais campainhas fez tocar, pela importância que a França tem na manutenção da União Europeia. Não sendo segredo para ninguém que União Europeia sem a França é pura miragem, a espetacular vitória da extrema-direita francesa de Marine Le Pen, que defende a saída da França do acordo de Schengen e a retirada de benefícios aos emigrantes, é razão mais do que suficiente para os verdadeiros amantes da democracia refletirem rápida, e sabiamente, de quanto têm sido erradas as políticas impostas aos europeus que têm conduzido a menos crescimento e mais desemprego, como há dias lembrava o Nobel da Economia Joseph Stiglitz, encontrando outras soluções que tragam de volta a prosperidade que os europeus já conheceram. Teimar em políticas de austeridade a que vêm sujeitando os povos que se sentem cada vez mais pobres, que olham para

o universo dos detentores do capital e os veem mais ufanados, enquanto as dívidas dos Estados não param de aumentar, será caminhar a passos largos para algo trágico que ocorreu em meados do século passado, que o projeto europeu visou evitar. Voltando à nossa “paróquia” nacional como interpretamos o que aconteceu no passado dia 25? Quanto a nós os portugueses, zangados com os governantes, retiraram-lhes qualquer confiança que ainda pudessem manter, sujeitando os partidos da coligação PSD/CDS-PP ao humilhante resultado de não “faturar” mais do que 27,71%. Mas se não se reveem nas políticas de Passos Coelho e Paulo Portas, a sua sabedoria sussurra-lhes que o putativo candidato a primeiro-ministro não lhes inspira nem maior nem melhor confiança. E, vai daí, direcionou o seu voto para duas forças políticas tradicionalmente fora do arco da governação e maior abstenção do que a já demasiada alta que se tinha registado nas idênticas eleições de 2009. Se concordarmos com esta leitura, estaremos de acordo com o regresso das “vedetas” que, cheirando-lhes a poder, se apressam a estar no lugar certo na hora certa, que é como quem diz, representar o Partido Socialista quando forem marcadas as próximas eleições legislativas, convencidos que se substituírem António José Seguro pelo seu homónimo socialista António Costa, conseguirão congregar o descontentamento dos portugueses apresentando-lhes uma figura que rotularão de competente, sério, com provas dadas no Governo e na gestão da maior autarquia portuguesa, apagando

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a dúvida que esteve presente nas eleições europeias, que terá levado muitos eleitores a não privilegiarem o Partido Socialista na sua opção de voto de protesto. A estratégia de António Costa e seus camaradas próximos é percebida. Dúvidas é se desta vez conseguirá apear o atual secretário-geral. Seria bom para Portugal e para os portugueses que tivesse êxito. Como desejável seria que para as bandas da S. Caetano à Lapa os militantes se mobilizassem no sentido de entregar as rédeas do partido a Rui Rio para, do entendimento de ambos resultasse a tão falada e desejada reforma do Estado.

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Lazer

Efemérides

Coisas Boas

23 JUNHO 1314 – Primeira Guerra da Independência Escocesa: Início da Batalha de Bannockburn, ao sul de Stirling.

Palavras cruzadas

Boleima de pera

• 500g de farinha de trigo; • 1 colher de sopa de fermento em pó (se a farinha tiver fermento não é preciso juntar mais); • 1 pitada de sal; • 200 ml de leite vegetal morno; • 200 ml de azeite; • 4 ou 5 peras-rocha laminadas; • açúcar amarelo q.b.; • canela q.b..

HORIZONTAIS

Preparação Junta-se o fermento à farinha e mexe-se. Faz-se um buraco de lado e coloca-se o sal. Deitase o leite vegetal morno por cima do sal para o dissolver e mexe-se novamente. Junta--se o azeite e amassa-se bem, até a massa estar homogénea e soltar-se bem das mãos. Divide--se a massa em duas bolas. Estende-se uma das bolas com o rolo da massa e coloca-se no fundo de um tabuleiro retangular de vidro ou barro. Dispõem-se as fatias de pera ao longo da massa até a cobrirem. Em seguida polvilha-se com açúcar e canela. Estende-se a outra bola de massa e coloca-se por cima das fatias de pera. Polvilha-se novamente com açúcar e canela. Vai ao forno, a 180ºC, durante cerca de 45 minutos (até a massa estar bem cozida). Depois é só esperar que arrefeça e cortar em quadrados. Esta receita rende dois tabuleiros de barro. Os tabuleiros não precisam de ser untados previamente, porque a massa como leva azeite não se cola ao fundo.

VERTICAIS SOLUÇÕES: HORIZONTAIS

VERTICAIS 1. Ar; cabalas. 2. Ca; acedi 3. Oca; Odin. 4. Lindair; ET. 5. Coevo. 6. Persa; Fiat. 7. Oram; tem. 8. Mo; amo; etc. 9. Animada; vo. 10. Revelacoes.

1. Atol; pomar. 2. Cicerone. 3. Canora; IV. 4. Ca; desmame. 5. Fava; mal. 6. Ba; io; toda. 7. Acor; fe; aC. 8. Led; rime. 9. Adie; TVE. 10. Sinteticos.

Anagrama Descubra que travessa de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: TOP SOMBRA.

É uma receita tradicional de Marvão e Castelo de Vide, e foi baseada na receita da minha avó. (Autora: Patrícia Garção) 1º lugar no concurso de doçaria vegana, no Veganário Fest 2013. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

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Travessa do Bom Pastor.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Norueguês, Prémio Nobel da Paz em 1921. SOLUÇÕES: 02 - Povo que conquistou a Mesopotâmia no séc XII a.C. 03 - Realizador norte-americano, autor de “Pompeia” (2014). 04 - Afluente do Mondego, desagua logo a montante de Coimbra. 05 - A que classe de animais pertence o lóris? 06 - A que Estado pertence a região da Cornualha? 07 - Em que país fica a cidade de Perúgia? 08 - Qual é a capital da Escócia? 09 - A abreviatura Crv corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico de transição azul acinzentado, n.º 73 da Tabela Periódica (Ta).

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

01 – Christian Lous Lange. 02 – Assírios. 03 – Paul W. S. Anderrson. 04 – Rio Ceira. 05 – Mamíferos. 06 – Grã-Bretanha. 07 – Itália. 08 – Edimburgo. 09 – Corvo. 10 – Tântalo.

Provérbio Maio frio e junho quente: bom pão, vinho valente.

(Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

Sudoku (soluções) ILUSTRAÇÃO ARQUIVO WPCLIPART

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Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

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Ingredientes

1. Ilha de coral em forma de anel; vergel. 2. Guia. 3. De canto suave; quatro (rom.). 4. Aqui; fim da amamentação. 5. Leguminosa; errado. 6. Ama de leite; satélite de Júpiter; completa. 7. Ave de rapina; crença; antes de Cristo. 8. Diodo que emite luz; verseje. 9. Protele; Televisão de Espanha. 10. Não naturais. 1. Atmosfera; tramas. 2. Cabelo branco; anuí. 3. Vazia; deus nórdico. 4. Nome feminino (br.); extra-terrestre. 5. Contemporâneo. 6. Língua falada no Irão; marca de automóveis. 7. Discursam; possui. 8. Pedra de moinho; senhor; e o resto. 9. Encorajada; avó. 10. Confissões.

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01. Chapéu direita. 02. Chapéu esquerda. 03. Fivela. 04. Espora. 05. Bota. 06. Calças. 07. Camisa. 08. Suíças. 09. Dedo. 10. Colete.


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distros em linha...

Tecnologias

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Gimp 2.8 Photoshop Tweaks - um interface gráfico ao estilo de Adobe Photoshop para GIMP

Este mês o site de divulgação de distribuições de software livre Distrowatch assinalou o lançamento das seguintes novas distribuições: emmbux, linuxBean, Vectorinpup, RuneAudio, X Distro, distro-valombre e Fatdog64 Linux. emmbux http://sourceforge.net/projects/ emmbux/

emmbux é uma nova distribuição Linux baseada em Xubuntu. O desenvolvimento encontra-se atualmente na fase beta. Imagem DVD .iso (2,0 GB). linuxBean http://sourceforge.jp/projects/ linuxbean/ linuxBean é uma nova e leve distribuição Linux de origem japonesa, derivada de Ubuntu. Imagem CD .iso (638 MB). Vectorinpup http://vectorinpup.sourceforge.net/ Vectorinpup é uma nova e leve distribuição basead em Puppy Linux mas usando os pacotes de software do Slackware. É também baseada em Vector. Imagem CD .iso (142,3 MB). RuneAudio http://www.runeaudio.com/ RuneAudio é uma nova distribuição open-source em fase de desenvolvimento beta com o objetivo específico de transformar uma plataforma de hardware mínima (como Raspberry Pi) numa aparelhagem de música digital Hi-Fi. Imagem img.gz (491 MB). X Distro http://xdistro.in/ X Distro é uma nova distribuição Linux de origem indiana baseada em Ubuntu, e criada com o propósito de ser atrativa e fácil de usar. Imagem DVD .iso (1,6 GB). distro-valombre http://ubuntu.valombre.free.fr/

distro-valombre é uma nova distribuição baseada em Linux Mint Maya destinada a utilizadores de língua francesa. Imagem DVD .iso (1,3 GB). Fatdog64 Linux http://distro.ibiblio.org/fatdog/web/ Fatdog64 é uma distribuição open-source 64 bits que surge como fork de Puppy Linux, pretendendo oferecer funcionalidades multi-user e mais aplicações standard. Imagem CD .iso (248 MB).

Do desenvolvedor do Ubuntu Martin Owens chega um interessante tema Gimp 2.8 Photoshop Tweaks que permite emprestar o aspeto do famoso software proprietário da Adobe ao nosso GIMP. Este tema é assinalado no blog de por Roberto Ferramosca “Linux for Life” (http://www.lffl.org). LFFL (*)

GIMP é um software open source à altura de fornecer funcionalidades muito semelhantes às incluídas no Adobe Photoshop. Um dos problemas encontrados pelos utilizadores que usam o GIMP diz respeito ao interface gráfico não muito intuitivo, e por este motivo os desenvolvedores do software quiseram ativar a nova modalidade de uma janela única, embora possamos juntar-lhe também novos filtros, plugins e temas de terceiros, com extrema facilidade. Como vimos em recente artigo (http:// www.lffl.org/2014/02/gimp-7-plugin-diterze-parti-da.html) estão já disponíveis nos repositórios oficiais das principais distribuições Linux variados plugins, além de interessantes temas como o novo Gimp 2.8 Photoshop Tweaks. Gimp 2.8 Photoshop Tweaks é um novo tema desenvolvido por Martin Owens, famoso desenvolvedor de Ubuntu, que decidiu trazer o aspeto e experiência dos utilizadores de Adobe Photoshop ao editor de imagens open source multi-plataforma. Através de Gimp 2.8 Photoshop Tweaks teremos novos ícones monocromáticos no painel de instrumentos, novos atalhos de teclados e outras otimizações para tornar o GIMP mais semelhante ao famoso software proprietário da Adobe. Gimp 2.8 Photoshop Tweaks funciona só com o GIMP 2.8, se utilizarmos a versão em fase de desenvolvimento 2.9.x (http:// www.lffl.org/2013/10/gimp-291-ubuntulinux-software-gestione-tab.html) não

poderemos instalá-lo. Antes de procedermos à instalação deveremos efetuar o backup do atual tema standard, para fazê-lo basta digitar no terminal: mv ~/.gimp-2.8 ~/.gimp-2.8.old Nesta altura devemos descarregar Gimp 2.8 Photoshop Tweaks da página http:// doctormo.deviantart.com/art/Gimp-2-8Photoshop-Tweaks-432736644, pôr o ficheiro no diretório /home e aí extrair o ficheiro zip. Uma vez extraído, basta lançar o GIMP e eis a nossa versão personalizada ao estilo Photoshop. Se não nos agradar poderemos recuperar

o tema standard digitando no terminal: rm -r ~/.gimp-2.8 mv ~/.gimp-2.8.old ~/.gimp-2.8 Recordo, além disso, que estão disponíveis outros temas e projetos dedicados a trazer o aspeto do Adobe Photoshop ao GIMP, como por exemplo GIMP toolbox like Photoshop (http://www.lffl.org/2013/07/gimp-comeavere-la-barra-degli.html) e Gimp GTK2 Photoshop CS6 Theme (http://www.lffl.org/ 2013/10/installare-il-team-di-photoshopcs6-in.html). (*)

http://www.lffl.org. Tradução AVE.


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Arte Nona

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– DO “SPLAFT” # 10 PROGRAMA DO FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA –

A Volta ao Mundo em Banda Desenhada PAULO MONTEIRO

E pronto. Já são precisos os dedos de ambas as mãos para contar as edições do Festival. Chegámos enfim à décima! Dez anos que foram (e ainda são) uma incrível aventura... Este ano voltamos a tentar dar notícia do que se vai fazendo um pouco pelo Mundo, abraçando todo o género de estilos e de temáticas. Do Brasil, país que todos temos no coração, chega-nos uma verdadeira embaixada: André Diniz, José Aguiar e Laudo Ferreira Jr., três dos mais promissores autores da BD brasileira contemporânea (ou HQ, como se diz do outro lado do Atlântico); e ainda Laerte Coutinho (há muito tempo que aguardávamos o seu regresso a Portugal!) e Klévisson Viana, que nos mostra como a BD pode ser um elemento identitário inestimável para a cultura de uma região. É com um enorme prazer que os recebemos em Beja! E faz falta conhecer (ainda melhor) o Brasil. Mas a nossa língua, que é coisa da alma, não ganha apenas expressão desenhada com estes autores! Que o digam os autores representados na colectiva BDLP (Banda Desenhada de Língua Portuguesa): várias mãos cheias de autores de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, de Moçambique e de Portugal. Um projecto assombroso que foi inclusivamente nomeado para o Prémio da BD Alternativa do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, este ano. Um grande orgulho para todos nós. Muitas pronúncias, uma só voz, vários países irmãos. Regressando ao continente americano, chega-nos também o mexicano Tony Sandoval: um autor com um estilo único, que promete transformar-se num verdadeiro gigante da BD Mundial nos próximos anos... Deixando a América e a África, detemonos agora na Europa: dos frios gelados da Finlândia, Tommi Musturi, com as suas bandas desenhadas poéticas, a mostrar que a vanguarda da BD também se faz a Norte. Do Sul, mais propriamente de Itália, cheganos Fabio Pochet, um talentoso autor que coloca toda a sua arte ao serviço dos mais pequenos (ele sabe como poucos que existem milhões de crianças em todo o Mundo para quem o rato Mickey não é apenas uma personagem de BD, mas um amigo sempre disponível. Uma grande responsabilidade!). Ainda de Itália, um autor que revolucionou a banda desenhada da segunda metade do século XX e que já pertence à esfera dos "monstros sagrados da BD": Guido Crepax! Uma honra, receber a sua exposição na nossa cidade! De França, Etienne Davodeau, dono de uma sensibilidade rara e de uma capacidade pouco comum para agarrar com as suas histórias e com o seus desenhos tudo aquilo que nos faz humanos: as pequenas invejas, algum ridículo, a grandeza de coração (ou o seu contrário)... Um profundo conhecedor da alma humana... E como é da Volta ao Mundo que falamos, especial referência à colectiva Comix4= (comics for equality): autores de todos os continentes e países, do Quénia, à Grécia,

passando pelo Chile, pela Letónia, pela Rússia, ou pela Austrália, para nos falarem precisamente da emigração e das várias emigrações. Uma questão mais do que actual, que a banda desenhada não podia deixar de abordar. De Portugal, como seria de esperar, chega a maior representação. E que representação! A banda desenhada portuguesa é fresca e vibrante. E também diversificada, como se pode constatar facilmente pelo conjunto de exposições reunidas em Beja, onde pontuam autores tão distintos como Penim Loureiro (regressado finalmente à BD - não nos podemos dar ao luxo de perder estes talentos), com o seu traço cuidado, ou José Smith Vargas, que desenha como um inspirado à mesa do café (não é por acaso que ganhou este ano o Prémio Geraldes Lino, prémio instituído pela Bedeteca em 2013 também como forma de reconhecimento a um homem ímpar para a História da BD nacional). Tão distintos ainda, como Ana Biscaia, com o seus desenhos e pranchas encharcados de poesia e improviso, ou Jo Bonito (a servir o texto de Nuno Amado), uma incrível desenhadora (rigorosa nas anatomias), nascida de propósito para recuperar a saudosa Zakarella (como talvez mais ninguém o conseguisse fazer tão bem no nosso país). Ou tão distintos ainda como Miguel Mendonça, com o seu traço minucioso, ou André Coelho (a servir o texto de Manuel Neto), a rasgar as pranchas com manchas de negro e pinceladas certeiras: semelhantes apenas na quantidade de talento que colocam no seu trabalho. Aliás, para atestar da diversidade e riqueza da BD portuguesa, basta dar um pulo ao Castelo e passar os olhos pela meia centena de autores reunidos na colectiva Desenhos, Inks & Rabiscos, ou pela Cafetaria da Casa da Cultura, onde se encontram em exposição os autores da colectiva Hellboy por cá. Não é necessário dizer mais... Por fim, a encimar este grupo de incríveis autores, Pedro Leitão. É a terceira vez que Pedro Leitão nos visita com uma exposição no Festival. Mas As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho mereciam muito mais: mereciam ser conhecidas no Mundo inteiro! Ao Pedro só lhe temos a agradecer por continuar a fazer sonhar tantas crianças com as suas histórias mágicas... Tempo ainda para referir as exposições Romanos na Banda Desenhada (entre clássicos e modernos, muitos foram os artistas que retrataram - e retratam - este período histórico), e as Mostras Álvaro (quem não o conhece?) e Tributo a Guido Crepax (que reúne autores brasileiros, italianos e portugueses numa homenagem sentida a Crepax). Para além desta selecção verdadeiramente espantosa de exposições e autores, interessa ainda referir a presença entre nós de Antonio e Caterina Crepax, David Lloyd, e Paul Gravett. E também a presença de Geraldes Lino ou de Luiz Beira, entre muitos outros autores, editores, especialistas e jornalistas que não podemos agora enumerar. É um prazer enorme recebervos a todos!

Exposições CASA DA CULTURA – A Quadrinhofilia de José Aguiar | Brasil – André Diniz e Laudo Ferreira – Dois Nomes para o Século XXI | Brasil – As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho, de Pedro Leitão | Portugal – Étienne Davodeau | França – Hellboy por Cá | Portugal – José Smith Vargas | Portugal – Klévisson Viana | Brasil – Laerte Coutinho | Brasil – Miguel Mendonça | Portugal – O Universo Disney de Fabio Pochet |Itália – Terminal Tower, de André Coelho e Manuel Neto I Portugal – Tommi Musturi | Finlândia – Tony Sandoval | México – Zakarella: Prelúdio a Infernus, de Nuno Amado, Jo Bonito, Gisela Martins e Sara Ferreira | Portugal CASTELO - CASA DO GOVERNADOR – Desenhos, Inks & Rabiscos... | Portugal CONSERVATÓRIO REGIONAL DO BAIXO ALENTEJO – Penim Loureiro | Portugal INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA – COMIX4= Alemanha / Itália, Argentina / Eslovénia, Austrália / Letónia, Canadá / Letónia, Chile / Portugal, Dinamarca / Finlândia, França, Grécia / Finlândia / Reino Unido, Itália / Reino Unido, Malta / Reino Unido, México, Quénia / Itália, Roménia / Hungria, Rússia / Bulgária e Turquia / Suécia MUSEU JORGE VIEIRA - CASA DAS ARTES – Ana Biscaia | Portugal MUSEU REGIONAL DE BEJA - CONVENTO DA CONCEIÇÃO – BDLP – Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal MUSEU REGIONALDE BEJA/IGREJADE SANTO AMARO – Romanos na Banda Desenhada | Argentina, Bélgica, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália e Portugal. MUSEU REGIONAL DE BEJA - NÚCLEO DA RUA DOS INFANTES – Guido Crepax | Itália

Mostras BEDETECA DE BEJA – Álvaro – Portugal – Tributo a Guido Crepax MUSEU REGIONAL DE BEJA - NÚCLEO DA RUA DOS INFANTES – Brasil, Itália e Portugal.


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

De 01/06/14 a 04/06/14 Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares) • População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

Telefones

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 969 8540 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 9280 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Jun 20 20114 Jul 2014

Lua Cheia: 1133 ; Q. Minguante: 19 19;; Lua Nova: 27 27;; Q. Crescente: 5 . Lua Cheia: 12 12;; Q. Minguante: 19 19;; Lua Nova: 26 26;; Q. Crescente: 5 .

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

JUNHO de 2014

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

Farmácias de Serviço

01 Qui. Outeiro Linho (Val.) 02 Sex. Sampaio (Erm.) 03 Sab. Santa Joana (Erm.) 04 Dom. Bemmequer (Alf.) 05 Seg. Travagem (Erm.) 06 Ter. Bessa (Sobr.) 07 Qua. Ascensão (Erm.) 08 Qui. Central (Val.) 09 Sex. Confiança (Erm.) 10 Sab. Alfena (Alf.) 11 Dom. Marques Santos (Val) 12 Seg. Formiga (Erm.) 13 Ter. Sobrado (Sobr.) 14 Qua. Vilardell (Campo) 15 Qui. MAG (Erm.) 16 Sex. Marques Cunha (Val.) 17 Sab. Nova Alfena (Alf.) 18 Dom. Palmilheira (Erm.) 19 Seg. Outeiro Linho (Val.) 20 Ter. Sampaio (Erm.) 21 Qua. Santa Joana (Erm.) 22 Qui. Bemmequer (Alf.) 23 Sex. Travagem (Erm.) 24 Sab. Bessa (Sobr.) 25 Dom. Ascensão (Erm.) 26 Seg. Central (Val.) 27 Ter. Confiança (Erm.) 28 Qua. Alfena (Alf.) 29 Qui. Marques Santos (Val) 30 Sex. Formiga (Erm.) 01 Sáb. Sobrado (Sobr.) 02 Dom. Vilardell (Campo) 03 Seg. MAG (Erm.) 04 Ter. Marques Cunha (Val.) 05 Qua. Nova Alfena (Alf.)

Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Sousa Torres (Maiashop.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Maia (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Giesta (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Areosa (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Martins Costa (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Sousa Torres (Maiashop.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Maia (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.)

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL

• N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


JUNHO de 2014

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda Ambiente 17 DE JUNHO DE 2014

Câmar Câmaraa Municipal de Valong o CONFERÊNCIA/DEBATE “OS TÉCNICOS FLORESTAIS NA ESTRATÉGIA DE DEFESA D A FL A” DA FLOREST ORESTA OREST – U niversidade Lusófona Universidade

A Câmara Municipal de Valongo, em parceria com a Universidade Lusófona, promove no próximo dia 17 de junho a conferência/debate “Os Técnicos Florestais na Estratégia de Defesa da Floresta”. A iniciativa conta com o apoio da Portucel. A participação é gratuita, mas de inscrição obrigatória através do endereço http://tinyurl.com/q53xee4 (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

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01 jun - 30 jun Cultura DE 11 DE JUNHO A 5 DE AGOSTO 2014

Centro Cultural de Campo AÇÃO DE FORMAÇÃO EM TEATRO 2014 – ENTREtanto Tea tr o eatr tro A Câmara Municipal de Valongo e o ENTREtanto TEATRO vão promover a Ação de Formação em Teatro – Espetáculos – 2014. A formação vai decorrer de 11 de junho a 5 de agosto, destina-se a maiores de 18 anos e tem dois níveis – Avançado e Iniciação. Com frequência gratuita e coordenação pedagógica de Júnior Sampaio do ENTREtanto TEATRO, as ações de formação vão realizar-se no Centro Cultural de Campo. A formação tem a particularidade de proporcionar aos formandos a oportunidade de pôr em prática as técnicas aprendidas. Os miniprojetos serão apresentados ao público em geral no dia 20 de junho, nos dias 4 e 18 de julho e no dia 1 de agosto às 22h30, no Centro Cultural de Campo, em formato de Café-teatro. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

DE 9 A 13 DE JULHO 2014 Parque Urbano de Ermesinde FEIRA DO LIVRO/ARTES DO CONCELHO DE VAL ONGO 2014 ALONGO Vai decorrer de 9 até 13 de julho, no Parque Urbano de Ermesinde, a vigésima-primeira edição da Feira do Livro do Concelho de Valongo, que este ano será também, pela primeira vez, Feira das Artes. O certame decorre, mais uma vez, no Parque Urbano de Ermesinde, sendo acompanhado da já habitual animação musical, além dos eventos de promoção do livro e dos autores, quer sejam escritores, quer artistas plásticos. (Informação da Câmara Municipal de Valongo).


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A Voz de Ermesinde •

Última

JUNHO de 2014

Dia de acerto de contas ou dia de baralhar e voltar a dar? Dificilmente reconhecidas pelo que é suposto representarem – o que é tanto mais natural quanto as suas questões de estratégia fundamental nunca foram postas a sufrágio universal, colocando em dúvida, quanto mais não seja os muito enaltecidos, mas pouco verdadeiros pergaminhos democráticos –

as eleições para o Parlamento Europeu constituíram este ano, por toda a Europa, muito mais um inquérito ao que os europeus pensam dos seus governos nacionais e do seu governo europeu. E a resposta, mesmo que nem sempre dada da melhor maneira, essa foi mesmo absolutamente clara! LC

FOTOS URSULA ZANGGER


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