RELIT, vol. 5, n. 1 (2011)

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Revista de Literatura dos Transportes, vol. 5, n. 1 (2011)

Considerações finais O Brasil vem passando por dificuldades para escoar sua produção durante os últimos anos. O crescimento do país enfrenta a falta de investimentos em obras de infra-estrutura de transportes. Esta realidade está presente em todos os modais, não se limitando aos aqui estudados. Este trabalho apresentou a análise comparativa dos custos de implantação, operação e manutenção dos modos rodoviário e ferroviário para o transporte de carga no Brasil, em valores de 2009. O modo rodoviário tem sido privilegiado nas decisões de política pública, provavelmente pela ausência de análises de custos de longo prazo. A situação atual mostra que, em grande parte do país, as rodovias já se encontram implantadas e as decisões de política pública em geral consideram a opção de manutenção de rodovias contra a implantação de ferrovias. Análises de curto prazo costumam encaminhar os investimentos para a manutenção das rodovias já em operação. No entanto, tais análises não parecem considerar os custos ambientais, que são expressivamente mais elevados no modo rodoviário. Na região norte do Brasil, carente tanto de rodovias quanto de ferrovias, a decisão pela implantação de um dos modos pode ser subsidiada de forma mais ampla pelos resultados deste trabalho. A ampliação deste estudo no sentido de considerar também o transporte de passageiros pode aprofundar a análise quanto aos investimentos públicos sem, no entanto, modificar a composição final dos custos, dadas as características dos modais e a metodologia empregada. Esta discussão mostra-se oportuna neste momento em que se propõe a implantação de uma ligação ferroviária de alta velocidade entre São Paulo e o Rio de Janeiro. A metodologia aqui apresentada poderia complementar os estudos que embasam essa questão, embora sejam necessários maiores aprofundamentos Os resultados obtidos mostram que o modal ferroviário apresenta custos fixos elevados, em decorrência de grandes investimentos em trilhos, locomotivas e vagões. Tais componentes do custo fixo são, em geral, de responsabilidade do governo ou de empresas concessionárias, o que pode explicar uma possível preterição do modo ferroviário. Já no modal rodoviário, os custos variáveis é que são elevados, especialmente quando se considera os custos ambientais. .

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