#85 Klebber Toledo

Page 63

K

lebber Toledo estava resfriado. Mas, ao contrário de Frank Sinatra, que 50 anos atrás se recusou a dar uma entrevista ao jornalista Gay Talese por causa do desconforto de saúde, Klebber apenas se desculpava. Ele estava um pouco atrasado, sentia os efeitos de uma enxaqueca e o início de uma gripe, tinha sido parado em uma blitz e atacado por mosquitos borrachudos no caminho. O dia havia começado com o pé esquerdo, mas todos os seus atos e palavras eram de uma gentileza genuína. O ator de 31 anos, loiro de olhos azuis e com cara de príncipe de conto de fadas, não nega que é bom moço – e transforma a expressão em qualidade a ser admirada. “Sou um cara correto, não tenho por que negar. A verdade é que não gosto de ver coisas erradas”, diz. Tal jeito de pensar e de agir se aplica a tudo na vida dele: do trabalho à organização de casa; da exposição de sua vida pessoal a questões ambientais. Comemorando dez anos de carreira como ator, Klebber mostra ser metódico, gosta de ter controle sobre o que acontece ao seu redor e se dedica para que tudo ocorra de acordo com seus planos. “Sou muito competente com meu trabalho e cobro isso das pessoas também. Se nos dedicarmos e fizermos funcionar, todo mundo ganha e cresce junto”, afirma. Nascido em São Paulo, ele se mudou aos 8 anos com a família para uma chácara no pequeno município de Nazaré Paulista, a 90 quilômetros da capital. Sua infância foi entre a natureza do sítio e os estudos, em Bom Jesus dos Perdões, cidade vizinha, onde sua mãe mora até hoje. Aos 15 anos, Klebber saiu de casa para se dedicar àquilo que acreditava ser seu maior sonho: jogar vôlei profissionalmente. Ponteiro, ele defendeu alguns times no interior paulista e morou em cidades como Americana, Campinas e São Sebastião. Com 1,80m de altura, baixo para os padrões do esporte, conseguia saltar a 1,10m do chão. “Joguei muito contra o Bruninho [levantador da seleção brasileira] e sempre perdi. Ele era muito bom já naquela época”, lembra. Do vôlei, Klebber herdou a disciplina. “Gosto de me dedicar às coisas, de pegar e ficar ali, trabalhando mesmo, indo até o fim. Esporte é repetição, a busca pela evolução, não pela perfeição.” Aos 18 anos, uma lesão no joelho o fez reconsiderar os planos de ser atleta e voltar para São Paulo, onde começou as faculdades de Educação Física e Fisioterapia. Ambas foram abandonadas quando surgiram trabalhos em publicidade, e Klebber vislumbrou a possibilidade de se tornar ator. Fez cursos na capital paulista e depois foi para o Rio de Janeiro estudar na Oficina de Atores da Globo. No ano seguinte, em 2007, estreou em Malhação como Mateus, seu primeiro papel na emissora. Desde então, o ator participou de sete novelas, quatro filmes, sete peças e dois musicais. Atualmente, está no ar como Ricardo na série da Globo “A Fórmula” e grava uma participação na série “Cidade Proibida”, também da Globo, que deve estrear em 2018. “Cresci numa cidade pequena, minha família não tem nada a ver com o meio artístico. Eu falava que ia fazer teatro, eles diziam: ‘vai fazer alguma coisa direito’. Mas isso foi quebrado ao longo do processo, quando viram minha dedicação e respeito pela profissão”, conta.

KLEBBER TOLEDO has a cold. But unlike Frank Sinatra, who 50 years ago refused to concede an interview to journalist Gay Talese due to his health ailment, Klebber was all apologies. He was slightly late, felt the effects of a migraine and the first symptoms of a cold, had been stopped at a police roadblock and was assaulted by mosquitos on his way. He got up on the wrong foot, but every one of his actions and words expressed genuine warmth. The blonde, blue eyed 31-year old actor, who resembles a fairy tale prince, doesn’t deny he’s a nice guy – and turns the expression into a quality to be admired. “I’m a nice guy, I don’t need to deny that. The truth is that I don’t like anything wrong,” he says. This way of thinking and acting applies to everything in his life: from work to home organization; from the exposition of his personal life to environmental issues. Celebrating a career of ten years as an actor, Klebber shows his methodical side, likes to have control over what goes on around him and commits himself so that everything goes according to the plans. “I’m very competent at what I do and I also ask others to act accordingly. If we are committed and make things work, everyone wins and we all grow together,” he adds. Born in São Paulo, he moved with his family when he was 8 to a small rural property in the tiny municipality of Nazaré Paulista, 56 miles from the state capital. He spent his childhood between nature in the farm and his studies at Bom Jesus dos Perdões, a neighboring city where his mother lives to this day. At 15 Klebber left home to cater to what he imagined to be his greatest dream: playing professional volleyball. A winger, he defended some teams from the interior of São Paulo state and lived in cities such as Americana, Campinas and São Sebastião. Standing 5’9”, short for sports standards, he could rise up to 3’16” from the ground. “I played many times against Bruninho [Brazilian Volleyball Side setter] and always lost. He was already an excellent player back then,” he recalls. From volleyball Klebber inherited discipline. “I like to dedicate myself to things, to stay on it, to really work, to take it to the end. Sport is repetition, the search for development, not for perfection.” At 18, a knee injury made him reconsider his plans for becoming a professional athlete and he went back to São Paulo, where he enrolled in Phys Ed and Physiotherapy classes at college. Both were put off when he started getting modeling work and Klebber glimpsed the opportunity of becoming an actor. He took some classes in São Paulo and moved to Rio de Janeiro to study at the Globo TV Actor’s Workshop. The following year, 2007, saw him debuting in the daily teen soap “Work Out” as Mateus, his first role at the network. Since then, the actor has taken part in seven soap operas, four movies, seven plays and two musicals. He can be currently seen as Ricardo in TV Globo’s series “The Formula” and is recording a participation in the series “Forbidden City”, also a Globo production, set to premiere in 2018. “I grew up in a small town, my family had nothing to do with show business. When I said I was going to act, they said: ‘go and do something useful’. But they gave up on that idea as I went along, when they noticed my dedication and my respect for the profession,” he tells.

AVIANCA EM REVISTA

AGO.17

· 63


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.