

ÍNDICE
2.1.1
2.1.2
2.2
3.
3.1
3.1.1
3.1.2
1.

A Associação Unificar tem como fim primeiro contribuir para a construcao de comunidades saudaveis e emocionalmente competentes, incidindo nas seguintes areas de atuacao: prevencao de comportamentos de risco; promocao da saude mental; promocao de inclusao social de pessoas em situacao de vulnerabilidade - em especial por problemas relacionados com comportamentos aditivos e dependencias.
A Associação Unificar, associação sem fins lucrativos, nasceu a 29 de Março de 2011, pelas mãos de um grupo de pessoas com vontade de apoiar famílias e pessoas com comportamentos aditivos e dependências. Atualmente, a Unificar dedica-se à criação de respostas para a prevenção de comportamentos de risco, promoção de saúde mental e promoção da reinserção social. Desta vontade nasceram projetos como o “DROPI” (canguru das emoções) – um programa de desenvolvimento socioemocional para crianças, o "ACHIMPA" – programa de educação para a cidadania, e o projeto “SHOTGUN” – que promove a autonomia e integração profissional de pessoas com comportamentos aditivos em processo de recuperação.
2. EIXO 1: PROMOÇÃO E PREVENÇÃO


760 Agentes Multiplicadores

10819 Crianças participantes

129
O DROPI é um programa de desenvolvimento socioemocional e prevenção de comportamentos de risco dirigido a crianças; que integra a Rede das Academias Gulbenkian de Conhecimento. A Unificar tem-se dedicado à criação de ferramentas DROPI, numa abordagem sistémica e integrada, procurando promover a saúde mental e a qualidade das relações em contexto educativo e familiar – colocando o bem-estar e o desenvolvimento ótimo da criança no centro da sua atuação.
Paulatinamente, desde 2014, a Unificar tem procurado criar, testar, validar e disseminar respostas de qualidade dirigidas a crianças e todos os agentes envolvidos no seu crescimento. Atualmente, o DROPI desenvolve as seguintes ações:
- Formação inicial para aplicação do Programa DROPI Escolar (6-12 anos, 14h),
- Formação complementar para aplicação do Programa DROPI Pré-Escolar (3-6 anos, 4h),
- Formação complementar para aplicação do Programa Parentalidade DROPI (3-12 anos, 10h + supervisão 6h),
- Formação para aplicação do Programa Parentalidade e Vinculação DROPI (0-6 anos, 25h),
- Formação DROPI: Emoções e Comunicação Empática para Assistentes Operacionais (7h),
- Reuniões de acompanhamento/supervisão para docentes e profissionais que aplicam os programas. Mães e Pais participantes
Os profissionais e agentes educativos capacitados aplicam e disseminam os programas DROPI junto dos diferentes públicos-alvo (crianças e famílias). A Unificar tem também disponibilizado reuniões de acompanhamento aos/às agentes, de modo a garantir a aplicação com maior segurança e reflexão crítica, contribuindo para uma maior qualidade da ação. As reuniões de acompanhamento têm sido desenvolvidas maioritariamente no âmbito de projetos financiados, mas tem sido mantida junto de algumas entidades com quem estabelece estreitas relações de parceria, assim como a todos os/as agentes que autonomamente nos procuram.
Para além das ações existentes, encontramo-nos também em fase de desenho e testagem de novas iniciativas e programas, nomeadamente:
- Programa de Bem-Estar de Docentes – com o objetivo de promover a saúde mental dos/as educadores/as e docentes, assim como uma maior consciencialização do papel pedagógico e melhoria das relações entre colegas, crianças e famílias; o programa encontra-se em fase de avaliação, no âmbito de uma tese de doutoramento.
- Construção da Aldeia DROPI (em Pontemieiro), um percurso com atividades de educação emocional e ambiental em ambiente exterior e em contacto com a natureza, a partir da história do DROPI, permitindo a realização de visitas por parte de turmas e famílias; o percurso começou a ser planeado em 2023, tendo a sua execução e experimentação prevista para 2024.
- Programa DROPI 2.0, dirigido a turmas do 1º e 2º ciclos que já tenham participado no Programa DROPI (inicial) e que tenham vontade de continuar o processo de desenvolvimento socioemocional no contexto DROPI; o piloto já foi implementado no ano letivo anterior, por parte da equipa do AE Esmoriz, carecendo ainda de algumas melhorias e novos testes.
Quadro-resumo resultados
Ações DROPI 2023
Formação complementar Pré-Escolar (4h)
Formação complementar Parentalidade (10h+6h)
Implementação de Programas Escolares
*ano letivo 22-23
Implementação de Programas Pré-Escolares
*ano letivo 22-23
Implementação de Programas Parentalidade
(6-12)
*ano letivo 22-23
pais/mães
TOTAL beneficiários 3164 12.040
NOTA: a ação de capacitação dirigida a assistentes operacionais, apesar de ter sido desenhada e planeada em 2023, só foi implementada em 2024.
2.1.1 Projeto Bem-Estar e Vinculação DROPI
Em maio de 2023, fomos contactados pela Fundação Calouste Gulbenkian de modo a prepararmos e submetermos uma candidatura no âmbito da iniciativa Growing Minds, que visa promover a saúde mental nos primeiros anos de vida e reduzir a adversidade na infância. Fomos desafiadas a construir uma proposta de intervenção a partir do Programa DROPI e do modelo de atuação e escala utilizado, contudo dirigido aos primeiros anos de vida (0-6) e com especial incidência junto de crianças em situação de risco e/ou perigo, nomeadamente crianças com medidas de promoção e proteção em meio natural de vida.
Assim nasceu o projeto “Parentalidade DROPI: caminhos para a vinculação e bem-estar emocional na família” que pretende consolidar uma metodologia de intervenção eficaz e de referência no âmbito da promoção e proteção das crianças em situação de risco/perigo, através do treino de competências parentais, estreitamento das relações familiares e do reforço da vinculação segura. O projeto incide na adaptação do Programa de Parentalidade DROPI, na capacitação e acompanhamento de profissionais (e.g. CPCJ, CAFAP, CLDS), assim como pela avaliação externa e consequente disseminação. Apresenta como objetivos específicos do projeto:
OE1) Promoção de competências parentais e relações de vinculação seguras, através da adaptação do Programa Parentalidade DROPI a crianças e famílias em situação de risco/perigo e adversidade;
OE2) Reforço dos conhecimentos e das capacidades de intervenção dos profissionais que atuam com famílias em situação de risco e vulnerabilidade, através da capacitação e acompanhamento;
OE3) Validação e disseminação de uma metodologia de referência, através da avaliação de impacto e publicação dos resultados.
Atividades previstas
A1) Adaptação do Programa Parentalidade DROPI
A1.1) Reformulação do programa validado, com enfoque nas questões de risco e vinculação.
A1.2) Implementação de um piloto para testagem.
A2) Capacitação e Acompanhamento de Profissionais
A2.1) Construção de uma plataforma digital de aprendizagem.
A2.2) Realização de ações de formação (12) sobre o Programa Parentalidade e Vinculação DROPI (25h/ação)
A2.3) Reuniões de acompanhamento mensais, em regime online.
A2.4) Encontros nacionais (2), para reflexão sobre resultados e práticas.
A2.5) Capacitação da Bolsa de Agentes DROPI, possibilitando a implementação do programa em caso de necessidade.
A3) Avaliação de Impacto do Programa
A3.1) Avaliação externa do programa.
A3.2) Publicação de artigos científicos.
O projeto prevê o aumento do bem-estar e a diminuição da exposição ao risco de crianças em situação de adversidade, através do reforço das capacidades parentais dos seus pais e da formação de profissionais que os acompanham. Os resultados traduzem-se nos seguintes indicadores:
Realização:
R1) 1 programa de referência adaptado e disseminado a nível nacional
R2) 180 profissionais capacitados e acompanhados
R3) 120 famílias beneficiam do programa
Resultado: % de crianças que aumentam a vinculação segura
O projeto teve início a 1 de Outubro de 2023 e tem fim previsto a 30 de Setembro de 2025, conta com um cofinanciamento (60% da Fundação Calouste Gulbenkian). O restante valor de cofinanciamento (40%) será suportado por municípios parceiros, assim como pelas inscrições de ações de capacitação organizadas no âmbito do projeto. Nos primeiros meses de projeto, foram ainda estabelecidas parcerias com os municípios de Arouca, Ovar e Vila do Conde.
Em 2023, a equipa construiu o novo programa “Parentalidade e Vinculação DROPI”, um conjunto de 8 sessões dirigidas a famílias, especialmente (mas não exclusivamente) famílias em situação de maior vulnerabilidade e risco/perigo. Através da parceria informal construída com a ADEIMA, foi ainda organizado um grupo-piloto para testagem das sessões junto de um grupo de mães (previsto para fevereiro-março 2024).
Foi também preparada uma nova ação de capacitação, com a duração de 25h, dirigida a técnicos que trabalham com famílias (técnicos de câmaras municipais, CPCJ, CLDS, agrupamentos de escolas, programas Escolhas, entre outros).
Durante este período, foi também definido o protocolo de avaliação – uma componente significativa do projeto – em colaboração com o Centro de Estudos de Desenvolvimento Humano, da Universidade Católica Portuguesa (responsável pela avaliação externa).
2.1.2 Projeto Roteiro DROPI: interioridade e saúde mental
No seguimento do mesmo convite e financiamento (Growing Minds), a FCGulbenkian propôsnos ainda apresentar um projeto de promoção da saúde mental em crianças (e suas famílias) através de práticas artísticas. Este convite permitiu-nos, por um lado, criar uma nova iniciativa –promoção da vinculação segura através da dança – e, por outro lado, concretizar sonhos antigos como a “Aldeia DROPI” e realizar uma intervenção mais global e sistémica num território específico, Vale de Cambra.
O projeto – iniciado em Outubro de 2023 - pretende promover o bem-estar e saúde mental das crianças e comunidades de Vale de Cambra, através de práticas artísticas (dança contemporânea) e do desenvolvimento socioemocional numa abordagem integrada, holística e territorial. O projeto apresenta-se como um roteiro pela interioridade: um apelo à profundidade de cada pessoa envolvida no projeto, assim como pelo interior de uma comunidade rural no norte de Portugal, que se pretende ativa e saudável para que se possa regenerar. Tem como objetivos específicos do projeto:
OE1) Promoção da vinculação segura junto de crianças em situação de risco/perigo, através de workshops de dança contemporânea realizados em família (crianças e figuras parentais);
OE2) Construção de uma “Aldeia DROPI”: um percurso de atividades de educação emocional e ambiental em Pontemieiro;
OE3) Capacitação e acompanhamento de agentes educativos (professores, técnicos, assistentes operacionais) em metodologias e ferramentas de desenvolvimento socioemocional para crianças e suas famílias.
As ações materializam os OE definidos:
A1) Programa Dança & Vinculação
A1.1) Mobilização, acolhimento e avaliação de crianças e famílias
A1.2) Dinamização dos Programas (12 WK/programa x 4 ações)
A1.3) Registo vídeo/imagem
A1.4) Residência artística com bailarinos locais
A2) Aldeia DROPI em Pontemieiro
A2.1) Workshops residenciais (3) com a comunidade (recolha de memórias, identificação de sonhos e princípios)
A2.2) Workshops de dança contemporânea (3) com a comunidade (reforço laços comunitários, consolidação de identidade comum)
A2.3) Construção do percurso e das atividades
A2.4) Organização e dinamização de visitas externas
A3) Capacitação de comunidades educativas
A3.1) Formações DROPI a professores e técnicos (escolar,pré-escolar,parentalidade)
A3.2) Formação a assistentes operacionais em ed.emocional e comunicação empática
A3.3) Acompanhamento e monitorização dos Agentes DROPI (programas pré-escolar, escolar e parentalidade)
A3.4) Implementação de 1 Programa Bem-Estar de Professores
O projeto será realizado em estreita parceria com o Município de Vale de Cambra, assim como entidades do território (e.g. CPCJ, CLDS, AE), que irão apoiar na mobilização dos participantes (crianças, famílias e agentes educativos). A construção da Aldeia DROPI ocorrerá em estreita ligação com a Associação de Amigos de Pontemieiro (mobiliza todos os residentes e descendentes). A aldeia será visitada por famílias e turmas, que terão informação através de roteiros turísticos e pelas redes sociais DROPI/UNIFICAR e parceiros.
Os resultados traduzem-se nos indicadores:
Realização:
R1) 40 famílias participam em programas Dança & Vinculação realizados
R2) 1 “Aldeia DROPI” construída pela comunidade, com atividades de educação emocional e ambiental e visitas regulares
R3) 80 agentes educativos capacitados e acompanhados
Resultado:
% crianças aumentam a vinculação segura
% residentes Pontemieiro melhoram o seu bem-estar socioemocional
% participantes que melhoram as competências socioemocionais
O projeto é cofinanciado a 60% por parte da Fundação Calouste Gulbenkian e conta também como um apoio financeiro de 15.000€ por parte do município de Vale de Cambra (através do financiamento de atividades e serviços específicos); os restantes fundos terão de ser garantidos pela Unificar, com receitas próprias.
Nos primeiros meses do projeto, foram realizadas diversas reuniões com o município de Vale de Cambra e diversas organizações locais (CPCJ, CLDS, Agrupamento de Escolas, entre outras) para estreitamento de relações, apresentação do projeto e preparação de atividades; assim como com o CEDH da Universidade Católica Portuguesa e consultores internacionais propostos pela FCGulbenkian (University College London e University of Uppsala) com vista à definição do protocolo de avaliação. Durante este período, foi também tempo de preparação e construção do programa Dança e Vinculação, quer em termos de conteúdos e metodologias, quer como no planeamento para a mobilização e acompanhamento de beneficiários.
Ainda em Dezembro, realizou-se o primeiro fim-de-semana residencial com a comunidade de Pontemieiro e com o apoio da Associação dos Amigos da Pontemieiro. Foi um primeiro
momento de contacto, apresentação e estreitamento de laços entre a equipa e a comunidade local, tendo havido atividades de partilha de histórias e memórias, construção da(s) árvores(s) genealógica(s), assim como mapeamento emocional do território, de modo a compreendermos como o espaço foi e tem sido vivido pelas diferentes gerações. Foram três dias intensos e muito positivos, no qual estiveram presentes 22 pessoas, com idades compreendidas entre os 4 e os 84 anos.
2.2 ACHIMPA - Programa de Educação para a Cidadania


53
Docentes e profissionais capacitados

18 Programas implementados

606 Jovens Participantes
Dados totais desde o inicio do projeto (Junho 2022)
O programa Achimpa, é um programa de Educação para a Cidadania que visa a promoçao da consciência civica e competências socioemocionais, atraves de 17 sessoes (45min) e é dirigido a jovens do 3º ciclo e secundário. Este projeto promovido pela Associação Unificar, em parceria com os Agrupamentos de Escolas de Aver-o-Mar, Macedo de Cavaleiros, Manoel de Oliveira e Prado, foi financiado pelo programa Cidadãos Ativos, EEAGrants, operado pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto e decorreu entre Junho de 2022 e Setembro 2023.
O projeto “Achimpa” teve como objetivo geral (OG) promover a educação para os direitos humanos (DH) e cidadania e participação juvenil em contexto escolar. Neste âmbito, o OG materializou-se nos seguintes objetivos específicos (OE):
OE1) Promover a consciência cívica e competências socioemocionais, assim como conhecimentos sobre DH e a sua pertinência atual, junto de alunos do 3o ciclo de escolaridade - através da implementação do “Achimpa - Programa de Educação para a Cidadania”;
OE2) Promoção do envolvimento e participação dos jovens em contexto escolar, através da criação de clubes de cidadania para estudantes e de fóruns de discussão sobre boas práticas junto de docentes, técnicos e direções dos AE.
O projeto teve a duração de 16 meses e foram desenvolvidas as seguintes atividades:
i) foi construído, testado e avaliado o ACHIMPA - Programa de Educação para a Cidadania, que resultou num Manual Técnico que aborda temas como Direitos Humanos, Consumo consciente (ambiente), Igualdade de Género, Diversidade Intercultural e Saúde Mental (17 sessões de 45min/sessão);
ii) foram capacitados 53 docentes e técnicos de agrupamentos escolares e projetos comunitários, tornando-se agentes multiplicadores do programa;
iii) foram implementados 18 programas Achimpa, junto de 308 jovens, estudantes do 3º ciclo de escolaridade e secundário;
iv) foram realizados 4 Clubes de Cidadania – espaços de debate sobre os desafios das comunidades, através de práticas artísticas – em comunidades educativas distintas, que resultaram em campanhas de defesa dos direitos humanos (e.g. peça de teatro, música, exposição de fotografia, painel de azulejos);
iv) foi produzido um Booklet sobre Boas Práticas de Participação Juvenil, que contou com o envolvimento de diversos agentes educativos, e será disponibilizado por diferentes entidades.
Indicadores
Meta Resultado alcançado
Resultado: Percentagem do grupo-alvo que demonstra preocupações com os direitos humanos % 86%
Realização: Número de jovens mobilizados pela ONG para se envolverem em atividades no âmbito dos direitos humanos
80 308
Realização: Número de profissionais formados 20 57
Realização: Número de Campanhas de sensibilização para os direitos humanos realizadas 4 4
Atividades e resultados alcançados
O programa Achimpa foi desenhado pela equipa inicialmente e, durante a sua implementação nos AE, foi sofrendo diversas alterações tendo em conta as partilhas dos docentes e técnicos nas reuniões de acompanhamento. Foi um processo de co-construção, criando momentos de aprendizagem significativos que culminaram num programa com 17 sessões (45 mn/sessão), contemplando os seguintes temas principais: Valorização da Diversidade e Empatia, Consumo consciente, Direitos Humanos, Comunicação, Igualdade de Género, Autoconhecimento e Pensamento Crítico, e Primeiros Socorros de Gestão Emocional. Foram realizadas desde o início do projeto, 30 reuniões de acompanhamento, considerados pelos técnicos e docentes como espaços de crescimento pessoal e profissional (“Investir nos alunos e nos professores, agentes da mudança e consolidação dos valores humanistas estruturantes da sociedade.”), de reflexão crítica e partilha sobre a implementação do programa (“gerir expectativas e a valorizar mais os ganhos, mediante avaliação cuidada e
distanciamento da prática.”) mas também sobre a relação docente/técnico com os/as seus/uas alunos/as, promovendo uma maior consciência sobre o seu papel na comunidade escolar (“reforço da importância em estimular a criação de relação com os alunos. A importância da utilização de metodologias alternativas que motivam e dão sentido aos ensinamentos.”).
Foi notória a manifestação de interesse por parte dos parceiros, evidenciado através do número elevado de inscritos na 1º edição de capacitação. Neste sentido, decidimos fazer mais 2 edições para os parceiros do Achimpa, mas também para outros parceiros (programas Escolhas e outros AE). Com as primeiras duas edições, o número de técnicos e docentes capacitados e o número de jovens mobilizados aumentou exponencialmente. No total das duas edições (1º e 2º edição), foram capacitadas 40 pessoas, das quais 20 implementaram 18 programas Achimpa, em que participaram 308 jovens. Em Setembro, realizou-se a 3º edição com o objetivo de garantir a disseminação do Achimpa no ano letivo 23/24, tendo sido capacitados mais 17 docentes e técnicos. O indicador de resultado - percentagem de jovens que demonstra preocupação com os Direitos Humanos[1] - teve um aumento significativo de 72% para 86%, o que significa que o programa teve impacto na percepção, conhecimento e preocupação relativa aos Direitos Humanos.
No eixo de Participação e Voz em contexto escolar, foram desenvolvidos 4 Clubes de Cidadania (CC) que resultaram em 4 campanhas de Direitos Humanos construídas pelos jovens participantes:
- O CC do AE Prado, dinamizado pela técnica de teatro Renata Zanete, culminou com a apresentação à comunidade escolar de uma peça de teatro com fantoches - “Bonecos pelos direitos humanos”, no dia 1 de Junho com três apresentações públicas;
- O CC do AE Aver-o-Mar, dinamizado pelo fotógrafo Igor Aboim terminou com a exposição de fotografia - “O igual é chato”, sobre o tema da diversidade;
- O CC no AE Cerco – em parceria com o projeto Na Praça (E8G), dinamizado pelo músico
Cláudio Tavares culminou numa criação coletiva que resultou numa música escrita, composta e interpretada pelo grupo sobre o tema racismo. A música foi apresentada à comunidade através de uma performance no pavilhão multiusos de Gondomar e foi divulgada nas redes sociais.
- O CC no AE Manoel de Oliveira, dinamizado pela artista de artes plásticas Joana Nogueira, culminou na criação de uma parede de azulejos sobre os direitos humanos afixada na parede da escola.
Foram realizados 2 Webinars e um encontro final com os parceiros do projeto. Este evento, para além de uma oportunidade de divulgação das atividades, resultados e financiadores do
Achimpa, permitiu refletir e partilhar sobre boas práticas na área da participação juvenil contribuindo para a realização do manual de boas práticas.
A capacitação teve como objetivos fortalecer a Associação Unificar em matéria de Angariação de Fundos e Sustentabilidade Financeira. No âmbito deste processo, foi inicialmente realizado um diagnóstico, por forma a identificar as necessidades específicas e, posteriormente, foi dinamizado o processo de capacitação da equipa. Foi possível concluir que: i) a Unificar apresenta níveis altos de maturidade ao nível da capacidade de gerir financiadores, incluindo ao nível da prestação de contas; ii) por outro lado, aspetos como a capacidade de planificação e orçamentação, controlo interno e competências específicas da equipa apresentam níveis de maturidade medianos e que merecem atenção especial. Foram definidas algumas prioridades, nomeadamente: realizar mais candidaturas e de forma mais estratégica, proceder ao registo da associação como entidade de utilidade pública, realizar campanhas anuais de angariação de fundos, reforçar os serviços de formação e consultoria, melhorar a estratégia de venda de produtos (merchandising), etc. Foram também reformulados alguns instrumentos de trabalho, como calendário de formação ou tabela de preços. Como produto final, foi desenhado um Plano de Sustentabilidade a 3-5 anos, que inclui um sistema de monitorização e avaliação simples e prático.
Importa referir alguns resultados significativos (diretos e indiretos) desta capacitação:
i) a atualização dos Estatutos da entidade (com vista à revisão da missão e introdução de dimensões com vista ao estatuto de utilidade pública);
ii) o alargamento da equipa de formação, de modo a garantir um maior nº de ações de formação / serviços e respetivas receitas;
iii) submissão de 2 candidaturas e aprovação destas, que possibilitam a contratação e manutenção de 3 postos de trabalhos (sendo 1 deles um novo cargo: assistente administrativa), até final de 2025;
iv) a construção da 1ª campanha de angariação de fundos. A campanha “Aldeia DROPI” contou com um vídeo promocional nas redes sociais (alcance de 24607 pessoas no facebook) e 855€ em donativos angariados.
Sustentabilidade
Pretendemos que o projeto se mantenha no tempo e de forma sustentável. Serão criadas oportunidades de formação dirigidas a docentes e técnicos, com um custo justo (acessível, em comparação com outras ações de capacitação e programas semelhantes no mercado, e sustentável), que garantirá não só o reforço das capacidades e conhecimentos dos agentes educativos que queiram implementar o programa, como a disseminação do Programa
Achimpa - através da disponibilização do Manual Técnico (que inclui a descrição detalhada das sessões, instrumentos de trabalho e recursos para consulta/estudo prévio).
Após o fecho do projeto (Setembro), foi constituída uma nova equipa de formação.
Importa ainda referir que após o fim do projeto financiado, o projeto continuou a ser implementado, pelo menos, em 3 Agrupamentos de Escolas (ano letivo 23-24): AE Prado, AE Esmoriz e AE Francisco de Holanda, num total de 298 participantes – o que perfaz um total de 606 (desde o arranque do projeto).
3. EIXO 2: REINSERÇÃO SOCIAL
3.1 Shotgun 2.0: Consolidação de Práticas para a Reinserção Social


15
Monitores / Técnicos capacitados

53 Pessoas com CAD participaram nas Semanas de Empregabilidade
(Dados de Maio a Dezembro de 2023)
O projeto Shotgun 2.0 surge no seguimento dos resultados positivos e das necessidades identificadas durante a concretização da edição financiada anteriormente. Esta nova etapa “Shotgun 2.0: Consolidação de Práticas para a Reinserção Social” pretende contribuir para a sustentabilidade das mudanças alcançadas.
Neste âmbito, o OG materializa-se nos objetivos específicos:
1) reforço das capacidades técnicas e transversais de profissionais e consolidação de boas práticas para a reinserção social em comunidades terapêuticas, através de ações de formação e monitorização e visitas guiadas/encontros de reflexão crítica;
2) promoção do empoderamento de pessoas com CAD, em processo de recuperação, contribuindo para a sua integração laboral e inclusão económica, através de ações de capacitação, orientação e acompanhamento; e pelo reforço de uma comunidade de suporte, pela consolidação da uma rede de oportunidades de emprego para a integração profissional de públicos vulneráveis e oportunidades de mentoria.
O projeto “SHOTGUN 2.0 - Consolidação de Práticas para Reinserção Social”, tal como o anterior está a ser financiado no âmbito do Programa Cidadãos Ativos - EEAGrants Portugal -
operado pela Fundação Calouste Gulbenkian, em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto, com início a 1 de Maio de 2023 e término marcado para dia 30 de Abril de 2024.
O Shotgun 2.0 conta novamente com as parcerias da Cleanic – Programa Portage, Lda., IPSS Sempre a Crescer, Projeto Homem de Abrantes (Centro Social Interparoquial de Abrantes), e com o objetivo de testar o programa POA junto de um novo público – pessoas em situação de sem abrigo, a residir em respostas temporárias de acolhimento ou inserção, foram estabelecidas novas parcerias: Albergues do Porto e Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Ações 2023
de Orientação e Acompanhamento (POA)
Atividades e Resultados
O SHOTGUN 2.0, sendo uma continuidade do projeto anterior, pretende consolidar as práticas e colmatar as necessidades encontradas. Nesse sentido, considerou-se premente a Capacitação das Equipas/Instituições parceiras, através de um curso (20h; online), dirigido aos profissionais, promovendo aquisição de conhecimentos, reflexão crítica sobre as práticas e treino de competências. Este foi realizado nos meses de Maio e Junho e contou com a participação de 15 monitores/técnicos das 5 entidades parceiras.
Ainda no que se refere à capacitação das equipas foram realizados Programas de Orientação e Acompanhamento (POA) para a Reinserção, (16 sessões/programa; 32h/total), dirigidos a beneficiários em fase avançada de tratamento, que tem como objetivo promover
competências para a reinserção social (e.g. gestão financeira e doméstica, cidadania ativa, rede de suporte social). Até ao momento participaram 17 utentes (Braga 5; Abrantes 8; Valadares 6). Estes programas foram implementados em cofacilitação com 2 técnicos/monitores de cada uma das comunidades, com o objetivo de apropriação das ferramentas e continuidade desta atividade no futuro. De referir que na comunidade de Abrantes iniciou um POA, com um novo grupo de 6 elementos, já a ser realizado de forma autónoma pelos técnicos, com a supervisão da equipa shogun. Destes 17 utentes 6 já se encontram em reinserção social e a trabalhar (4 da Cleanic e 2 do Projeto Homem de Abrantes).
Relativamente à experiência piloto contemplada no Shotgun 2.0, estão a ser desenvolvidos dois POA, tendo até então contemplado a participação de 17 utentes (7 utentes da Associação dos Albergues Noturnos do Porto, e os restantes, 10, à Santa Casa da Misericórdia, nomeadamente na resposta de Albergue Casa da Rua). À semelhança do discorrido no parágrafo anterior, estes programas decorrem em cofacilitação com 1 técnico/monitor da cada uma das instituições, com o mesmo objetivo supra referido.
Foram realizados 2 Encontros de Reflexão Crítica e Visitas Guiadas (1 na Cleanic e 1 no Projeto Homem de Abrantes), momentos onde são analisados os programas e ferramentas terapêuticas, assim como a atuação no âmbito da reinserção social. Que têm contado com a presença de vários profissionais das 3 comunidades terapêuticas, assim como das 2 novas parcerias que trabalham com público, sem abrigo. Destes encontros e debates (dinamizados pela Leonor Abreu) resultará 1 Brochura com a sistematização de boas práticas para a reinserção social de pessoas com CAD, que será disseminada por instituições sociais e estará acessível.
Entre os meses de Julho e Agosto foram implementadas 3 semanas de empregabilidade (3 ações; 25h/ação), ação que proporciona oportunidades de autoconhecimento, orientação vocacional e aquisição de técnicas e ferramentas de procura de emprego (CV, pitch/vídeo, simulação de entrevistas de emprego), nas 3 comunidades terapêuticas (Cleanic, Sempre a Crescer e Projeto Homem - Abrantes), com a participação de 53 utentes em internamento.
Relativamente às Mentorias, foram criadas 5 relações de mentoria na Cleanic, e estabelecidas já as ligações para os 5 utentes da comunidade de Braga que estão a terminar o programa. Relativamente à comunidade de Abrantes uma vez que não existe contacto com os utentes que saem para reinserção social, estamos ainda a recrutar mentores de outras comunidades para preencherem esse papel.
Importa referir que a comunicação do projeto está a ser cumprida, com a realização de publicações regulares na página de facebook, divulgando atividades e resultados do projeto, assim como informação sobre os financiadores, parceiros e entidade promotor. Foi também realizado e publicado um vídeo 1 vídeo institucional que relata a nova atuação do SHOTGUN 2.0 e respetivas atividades.
Durante o projeto 2.0 tem sido realizado um levantamento da situação de cada um dos micronegócios desenvolvido na versão anterior, tendo já sido realizadas reuniões de monitorização com os monitores/técnicos responsáveis de modo a promover o desenvolvimento da atividade. No seguimento desta monitorização já foram realizados novos produtos na Cleanic, como cinzeiros de bolso com canas de bambú e compotas.
Alguns desafios têm surgido na concretização do Shotgun 2.0, uma vez que o facto de estarmos a trabalhar com os profissionais e interferir nas dinâmicas de trabalho das comunidades terapêuticas dificulta a sua implementação. Esta questão verificou-se na marcação de datas para a realização dos encontros, tendo em conta a distância entre comunidades e a necessidade de estarem presentes as equipas de cada uma das comunidades. Esta dificuldade acentuou-se na obrigatoriedade de estarem presentes dois elementos da equipa durante a implementação do POA, uma vez que trabalham por turnos e também teriam que assegurar outras tarefas no horário de funcionamento da comunidade, pois não existiam elementos suficientes para assegurar as tarefas.
De salientar, também, que a experiência piloto decorreu igualmente sob enfrentamento de constrangimentos: a novidade das temáticas abordadas pelo POA promoveu uma reflexão nas equipas que se mostraram, desde logo, receosas por abordar assuntos considerados “delicados”. No seguimento do referido no tópico anterior, ressalva-se a dificuldade clara em articular as sessões sob a obrigatoriedade de participação de um técnico de cada instituição, visto ser prática o trabalho por turnos, e o acúmulo de tarefas atribuídas durante o período de desenvolvimento das sessões.
Parceria com Associação Albergues Noturnos do Porto
No seguimento da parceria iniciada no âmbito do projeto SHOTGUN, a Unificar foi convidada a contribuir com outras atividades e serviços, no âmbito de novas candidaturas efetuadas pela Associação dos Albergues Noturnos do Porto.
3.1.1 Projeto Semente - Apoio à Empregabilidade de Pessoas em Situação de Sem Abrigo
O projeto “Semente – Programa de Apoio à Empregabilidade de Pessoas em Situação de Sem Abrigo” será desenvolvido a partir do Albergue de Campanhã – um Centro de Alojamento Temporário (CAT) situado na rua Miraflor, em Campanhã, que acolhe população flutuante, sem-abrigo e outros grupos em situação de emergência social, da responsabilidade da Associação dos Albergues Noturnos do Porto (Albergues do Porto). Este projeto decorre do impacto positivo alcançado pelo projeto “Pátio de Miraflor” iniciado em 2022, com o apoio do Orçamento Colaborativo de Campanhã, no sentido de promover ações com um maior foco no processo de integração profissional e na geração de rendimentos por parte dos utentes.
O Projeto Semente pretende ser um contributo no processo de apoio à integração socioprofissional das pessoas residentes no Albergue, nomeadamente através de um programa de apoio à orientação e acompanhamento à integração dos utentes no mercado convencional de trabalho, mas também através de formas alternativas de geração de rendimentos através do desenvolvimento de pequenas iniciativas económicas decorrentes das aprendizagens e experiências com a produção da horta comunitária e do clube de reparação de pequenos eletrodomésticos que nasceu após as oficinas desenvolvidas em 2022 e início de 2023.
Objetivo geral: Contribuir para uma maior integração socioprofissional dos utentes do Albergue de Campanhã através do desenvolvimento de competências para a empregabilidade e da experimentação de pequenas iniciativas económicas.
Objetivos específicos:
1) Promover a integração profissional de 40% dos utentes acompanhados no Programa de Apoio à Empregabilidade, através do mercado convencional de trabalho ou de autoemprego
2) Experimentar a implementação de pequena(s) iniciativa(s) económica(s) a partir da horta comunitária e/ou do clube de reparadores de eletrodomésticos
O projeto conta com o financiamento do Orçamento Colaborativo de Campanhã e teve início em Julho 2023. A Unificar – entidade parceira do projeto – apoia na preparação e realização das seguintes atividades:
- 1 Semana de Empregabilidade (25h de capacitação)
- 1 Workshop de Personal Storytelling (10h de capacitação)
- Acompanhamento na criação e gestão de micronegócios (26h)
3.1.2 Projeto Cuidar de Mim, de Ti, de Nós - Promoção da Saúde Mental
O projeto “Cuidar: de mim, de ti, de nós” será desenvolvido no Albergue D. Margarida Sousa Dias – o Centro de Alojamento Temporário (CAT) situado na rua dos Mártires da Liberdade, que acolhe população flutuante, sem-abrigo e outros grupos em situação de emergência social. O projeto tem como objetivo geral promover uma nova abordagem de cuidado à saúde mental no Albergue D. Margarida Sousa Dias integrando a dimensão psicossocial, a relação com a comunidade e o recurso a expressões artísticas e culturais. E como objetivos específicos:
1) Melhorar a qualidade de vida e/ou o potencial de autonomia do/as utentes do Albergue com experiência de doença mental e/ou de dependência de álcool e outras substâncias psicoativas.
2) Promover o desenvolvimento de competências através de um plano regular de capacitação e ocupação do/as utentes do Albergue em áreas de expressão artística, física e ambiental até final do projeto.
3) Contribuir para a desconstrução de preconceitos e estigmas relativos a PSSA e à doença mental através da arte/cultura e da apresentação pública dos trabalhos artísticos desenvolvidos.
Ao tratar-se de um projeto piloto na área da saúde mental e dos CAD – consumos aditivos e dependências, existirá uma forte componente de investigação-ação e um investimento na capacitação da equipa técnica, na implementação de ferramentas e na adoção de novas práticas que pretendem ter um efeito multiplicador das aprendizagens adquiridas. Dessa forma, será dada continuidade ao trabalho futuro do Albergue ao nível do acolhimento e do apoio à integração das pessoas em situação de sem abrigo com problemas de saúde mental e CAD.
Ao contribuir para um maior equilíbrio emocional e maior funcionalidade do/as utentes, e ao colaborar na integração das pessoas na comunidade por períodos mais longos, o projeto estará a ter um impacto indireto a longo prazo também a nível económico, pela redução do número de internamentos hospitalares, nomeadamente ao nível psiquiátrico. Nalguns casos, em que a inserção profissional seja possível, o projeto estará ainda a contribuir para devolver à sociedade capacidade produtiva e criativa como resultado do trabalho destas pessoas. Também ao nível ambiental a nova prática de compostagem doméstica e o cuidado com o espaço verde do exterior terá continuidade após a conclusão do projeto.
O projeto conta com o financiamento do Orçamento Colaborativo do Centro Histórico e teve início em Março 2023. A Unificar – entidade parceira do projeto – apoia na preparação e realização das seguintes atividades:
- Consultoria e acompanhamento técnico (em especial para o desenvolvimento dos grupos comunitários de saúde mental, assim como para a reformulação de instrumentos de trabalho)
- 1 Workshop de Personal Storytelling (10h de capacitação)
- Formação da Equipa Técnica (20h de capacitação)
4. Outras Ações Unificar
Retiro de Desenvolvimento Pessoal
De 6 a 8 de janeiro de 2023, em Cabeceiras de Basto, realizámos um retiro de desenvolvimento pessoal, com atividades de introspeção e reflexão pessoal, meditação, observação da natureza, criatividade e escuta. Van Gogh serviu de inspiração e ponto de partida para a descoberta pessoal e autoconexão. A ação contou com 9 participantes.
5. Capacitação Organizacional
No âmbito dos financiamentos dos projetos apoiados pelo Cidadãos Ativos (EEAGrants Portugal, programa operado pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto) é obrigatória a capacitação de todas as organizações promotoras e beneficiárias do financiamento. Nesse sentido, durante o ano de 2023, a Unificar continuou o seu processo de capacitação, alicerçado no diagnóstico e plano de ação realizado em 2022 (consultora Vanessa Marcos). Durante o projeto ACHIMPA, tivemos capacitação com a COATL (João Mesquita) em Angariação de Fundos, e com o arranque do projeto SHOTGUN 2.0, iniciámos um novo ciclo de capacitação com a consultora FINDESCO – que apresentaremos abaixo.
5.1 Angariação de Fundos, com a consultora COATL
A capacitação teve como objetivos fortalecer a Associação Unificar em matéria de Angariação de Fundos e Sustentabilidade Financeira. No âmbito deste processo, foi inicialmente realizado um diagnóstico, por forma a identificar as necessidades específicas e, posteriormente, foi dinamizado o processo de capacitação da equipa. Foi possível concluir que: i) a Unificar apresenta níveis altos de maturidade ao nível da capacidade de gerir financiadores, incluindo ao nível da prestação de contas; ii) por outro lado, aspetos como a capacidade de planificação e orçamentação, controlo interno e competências específicas da equipa apresentam níveis de maturidade medianos e que merecem atenção especial. Foram definidas algumas prioridades, nomeadamente: realizar mais candidaturas e de forma mais estratégica, proceder ao registo da associação como entidade de utilidade pública, realizar campanhas anuais de angariação de fundos, reforçar os serviços de formação e consultoria, melhorar a estratégia de venda de produtos (merchandising), etc. Foram também reformulados alguns instrumentos de trabalho, como calendário de formação ou tabela de preços. Como produto final, foi desenhado um Plano de Sustentabilidade a 3-5 anos, que inclui um sistema de monitorização e avaliação simples e prático.
Importa referir alguns resultados significativos (diretos e indiretos) desta capacitação: i) a atualização dos Estatutos da entidade (com vista à revisão da missão e introdução de dimensões com vista ao estatuto de utilidade pública); ii) o alargamento da equipa de formação, de modo a garantir um maior nº de ações de formação / serviços e respetivas receitas; iii) submissão de 2 candidaturas e aprovação destas, que possibilitam a contratação e manutenção de 3 postos de trabalhos (sendo 1 deles um novo cargo: assistente administrativa), até final de 2025; iv) a construção da 1ª campanha de angariação de fundos. A campanha “Aldeia DROPI” contou com um vídeo promocional nas redes sociais (alcance de 24607 pessoas no facebook) e 855€ em donativos angariados.
No que diz respeito às receitas anuais, excluindo financiamentos públicos (e.g. municípios), a Unificar teve um aumento de receita em 48.332,29€:
- em 2022 (jan-dez), a Unificar gerou 39.212,23€, distribuídos pelas seguintes fontes: 25.567,05€ em fundos recebidos no âmbito de projetos EEAGrants e FCGulbenkian (Academias) + 9.415€ em inscrições em formações e eventos + 1.535€ em serviços de consultoria a privados (IPSS) + 1.395€ em donativos particulares + 1.105,18€ em venda de merchandising + 195€ em joias e quotas.
- em 2023 (jan-nov), a Unificar gerou 87.544,52€, distribuídos da seguinte forma: 72.919,52€ em fundos recebidos no âmbito de projetos financiados pelo EEAGrants e Growing Minds (FCG) + 11.810€ em inscrições + 1.710€ em venda de merchandising + 855€ donativos para a Aldeia Dropi + 250€ em joias e quotas. Salienta-se que o saldo de 2023 ainda não está fechado e este valor será superior.
5.2 Gestão administrativa e financeira, com a consultora FINDESCO
Outra das áreas prioritárias identificadas pelo diagnóstico organizacional em 2022, incidia sobre a gestão financeira e administrativa dos projetos e da Unificar. Nesse sentido, tendo em conta um novo financiamento ao abrigo do Cidadãos Ativos, contratamos a consultora Findesco –após análise e aprovação da entidade financiadora – com vista à capacitação nessa área e outras também identificadas (Recursos Humanos, Planeamento Estratégico e Monitorização e Avaliação). Estes últimos terão foram alvo de capacitação em 2024. Foi planeado um processo de capacitação com a Findesco de 40 horas de contacto dirigido aos órgãos sociais da Unificar (especialmente a Direção), cada módulo com 10h de duração. Em 2023, participámos no módulo sobre Gestão Administrativa e Financeira, em que iniciámos por realizar uma análise do modelo de funcionamento da Unificar a este nível, assim como dos instrumentos de trabalho. Ao longo de 5 sessões foi construído o Manual de Procedimentos e todos os instrumentos de suporte à gestão administrativa e financeira da associação. Houve ainda espaço para esclarecimento de dúvidas, nomeadamente no âmbito de uma candidatura a financiamento que estava a ser efetuada durante esse período.
Desde o arranque do processo de capacitação, houve uma clara melhoria da situação financeira da Unificar, nomeadamente pela aprovação de duas candidaturas (efetuadas durante o processo de capacitação): dois projetos novos cofinanciados pela Fundação
Calouste Gulbenkian a 60% - projeto “Parentalidade e Vinculação DROPI” com um valor global de 94 674,64€ e projeto “Roteiro DROPI” com um valor global de 100 174,34€. Estes valores (nunca antes captados pela associação) são também resultado do processo de capacitação que tem sido desenvolvido ao longo dos projetos cofinanciados no âmbito do Cidadãos Ativos. Apesar de todas as dificuldades e “dores de crescimento”, a melhoria da situação financeira –devido aos novos projetos - tem permitido o reforço da equipa da Unificar e manutenção dos
RH por mais tempo (e não apenas por períodos de 12-18 meses), a saber: contratação de 1 pessoa a tempo parcial para o apoio administrativo, contratação de 1 estagiária de psicologia a tempo inteiro, manutenção de 1 RH a tempo parcial para execução de projetos e futura contratação de mais 1 pessoa a tempo parcial; assim como a contratação de várias colaboradoras em regime de prestação de serviços que permite dar resposta a novas parcerias/clientes - o que é fundamental para garantir o angariação de fundos.
Uma estratégia necessária para a angariação de fundos (definida na capacitação com a consultora COATL), foi o alargamento, capacitação e acompanhamento da equipa de formação DROPI (maior fonte de receita da Unificar) - que, a longo prazo, será altamente benéfico, contudo atualmente implica a realização de menos ações/serviços (para garantir a aplicação em co-facilitação e reuniões de reflexão/supervisão dos/as novos/as formadores/as) e consequentemente menos receita angariada.
Todavia importa referir que todos estes passos e conquistas se devem sobretudo a uma dedicação e sacrifício por parte dos órgãos sociais (não remunerados) para a mobilização e estabelecimento de parcerias e acordos de colaboração, nomeadamente com municípios, de modo a assegurar a obtenção de todos os recursos necessários à execução dos projetos e das novas necessidades que vamos encontrando do trabalho de terreno e de proximidade com parceiros.
Equipa Unificar

Sofia Mexia Alves Dropi / Shotgun / Achimpa


Ana Pires Achimpa /Dropi /Dropi




Filipa Paiva Dropi / Shotgun



Sandra Completo Shotgun Mariana Cardoso Dropi
Cláudia Adão Dropi
Filipa Marques Dropi
Tânia Martins Dropi
Raquel Queirós Pinto Dropi
Sofia Ortigão Dropi
6 Gestão financeira e Sustentabilidade
No ano de 2023, a Associação Unificar foi sustentada através dos seguintes recursos:
a) 83 % através de Parcerias:
• 79% relativo a cofinanciamento da Fundação Calouste Gulbenkian (13% para o Projeto SHOTGUN 2.0 e 19% para o Projeto ACHIMPA – ambos do Cidadaos Ativos / EEAGrants
Portugal - operados por Fundacao Calouste Gulbenkian e Fundacao Bissaya Barreto; 26% para o Projeto “Roteiro DROPI” e 21% para o Projeto “Parentalidade DROPI” no âmbito do Programa Growing Minds;
• 3,5% de Financiamento por parte dos Albergues do Porto (Projetos “SEMENTE” e “Cuidar de Mim, de Ti, de Nós”)
• 0,5% Consultoria (Encontrar+se - Reconstruir Melhor Saúde Mental) e Municípios (São João da Madeira e Santa Maria da Feira).
b) 15,5% Receitas da Unificar (12% Ações de Formação DROPI; 1,5% Vendas de Livro e Produtos DROPI; 1% Encontro Nacional DROPI e 1% Retiro Unificar);
c) 1,5% Jóias e quotas de sócios e Donativos.
Receitas Unificar 15,5%


Quotas e Donativos 1,5%
Receitas 20%

Parcerias 83%
Despesas / Saídas 2023 (por Projeto)
PROJETO
ACHIMPA – Programa de Educação para a Cidadania 28 841,40 €
SHOTGUN – A tua comunidade de suporte 16.100,68 €
Despesas Gerais Unificar 7.442,64 €
DROPI – Programa de Desenvolvimento Socioemocional 6.028,92 €
Growing Minds: Parentalidade DROPI 6.505,86 €
Growing Minds: Roteiro DROPI 1.856,04 € SEMENTE
Recursos Humanos: 33.005,69 €
Aquisição de Serviços: 26.346,79 €
Transportes: 3.424,85 €
Consumíveis: 2.130,23 €
Outros: 3.088,14 €
FINANCIADOR (PROGRAMA)
Receitas / Entradas 2023
Fundação Calouste Gulbenkian (Cidadaos Ativos / EEAGrants Portugal )
Fundação Calouste Gulbenkian (Growing Minds )
Albergues do Porto
de Mim, de Ti, de Nós
Encontrar+SE (Consultoria) Quanto Mais Cedo Melhor
RECEITAS UNIFICAR
Contas: ano fiscal 2023
Total de entradas = 92.804,16 €
Total de saídas = 67 995, 70 €
Total = 24 808,46 € (+3.429,39€ saldo 2022) = 28 237,85€
O valor diferencial (28 237,85€) será investido em recursos e atividades dos projetos da Associação Unificar.
//Financiadores //
























// Parcerias Cidadãos Ativ@s (ACHIMPA) //
// Parcerias Cidadãos Ativ@s (SHOTGUN 2.0) //
// Outras parcerias //