Revista Atua - Agosto 2021

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sumário da edição Foto: Leo Beraldo / Cromalux

A Revista Atua, ano 13, número 48 (agosto de 2021), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial de São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares

www.revistaatua.com.br @atuarevista

@revistaatua

Presidente Luis Fernando de Melo Diretor de redação Cândido Alex Pandini Gerente Raphael de Padua Medeiros Editor Mateus Ferrari Ananias - mateus@acesaojoao.com.br Jornalista responsável Ana Laura Moretto - Mtb. 87609 / SP - imprensa@acesaojoao.com.br Repórteres Bruno Manson Daniela Prado Gabriela Uliana Guilherme Coelho Matheus Lianda Nicolas Santos Reinaldo Benedetti

MATÉRIA DE CAPA

030 Lá para os lados do DER

Revisora Durceli Braz

Não é raro ouvir que, além do pontilhão sobre a rodovia SP-342, há outra cidade. E não se engane: o conglomerado de bairros conhecido como “parte alta” corresponde a aproximadamente 37% da população de São João da Boa Vista, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conheça um pouco da rica história desse bairro, através de alguns de seus personagens.

Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias Departamento Comercial Luciana Castilho - comercial@acesaojoao.com.br Produção de anúncios Gabriel Henrique Paschoal Garcia - gabriel@acesaojoao.com.br Fotos Leonardo Beraldo / Cromalux - www.cromalux.net

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São João e o empreendedorismo cultural: história e atualidade

Produção e direção de arte Bruna Ribeiro - brunaribeiro@321economiacriativa.com

Empreender em Cultura tem como finalidade contribuir com a sociedade, mas para isso é necessário planejar e configurar as propostas possíveis, sejam espaços, projetos ou atividades, proporcionando acesso às manifestações culturais e artísticas. É também importante observar que estas atividades devem ter como ponto central o desenvolvimento humano.

Estagiários Aléxia Melissa Leticia Bonareti Lorette Mayquele Loiola Professores orientadores Ana Paula O. Malheiros Romeiro Maria Isabel Braga Souza José Dias Paschoal Neto Foto de capa Foto: Leonardo Beraldo / Cromalux

OUTROS DESTAQUES:

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saúde

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meio ambiente

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história

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decoração & construção

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culinária

078 086

cultura

empreendedorismo

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crônica

figura que atua

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saúde

Alimentação saudável para melhorar a qualidade de vida Confira diversas dicas saudáveis e corretas para uma boa alimentação POR ALÉXIA MELISSA SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Com a correria e atividades do dia a dia, e até mesmo devido ao “efeito quarentena”, torna-se cada vez mais comum o hábito de realizar refeições mais rápidas e acessíveis. Se você costuma ingerir produtos alimentícios sem se preocupar com os efeitos que trarão para a saúde, fique atento: talvez o que você consome pode estar sendo prejudicial, portanto, vamos conferir diversas dicas saudáveis e corretas para uma boa alimentação. O nosso corpo precisa de vitaminas e minerais para funcionar perfeitamente. Um cardápio equilibrado traz diversos benefícios, tanto para o aspecto físico, quanto para o mental. É como explica o Endocrinologista, Dr. Julio Cesar Salles: “uma boa alimentação é aquela que oferece ao corpo os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento, permitindo que o indivíduo tenha uma saúde equilibrada e qualidade de vida. No entanto, não basta consumir saladas e evitar gorduras. É necessário estabelecer ingestão balanceada de nutrientes e vitaminas, considerando uma correta proporção de consumo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, entre outros”. Além de fornecer energia e bem-

-estar geral, a boa alimentação também é responsável pelo bom desempenho do organismo, previne doenças e mantém o desenvolvimento físico. O famoso lema “descascar mais e desembalar menos” é o que norteia a boa alimentação. Isso significa “consumir mais alimentos saudáveis do que alimentos processados”, que, segundo o Dr. Julio, inclui “uma ingestão de frutas, legumes, verduras, carboidratos principalmente os integrais, e proteínas (carne, leite e ovos)”.

so natural de fabricação dos alimentos prontos inclui, em geral, altas quantidades de sal, açúcar, óleos e gorduras. Além disso, também trazem outras substâncias de uso industrial e sintetizadas em laboratório, que não favorecem a alimentação balanceada. “Por isso, é bom evitar o consumo de alimentos como: salgadinhos, bolachas recheadas, mistura para bolo, macarrão instantâneo, sopa em pó, tempero pronto e refrigerantes”, observa o Dr. Júlio.

EVITE CONSUMIR Em contrapartida, uma má alimentação faz com que o organismo acumule uma série de toxinas, resultantes de fatores negativos à saúde. Isso pode aumentar o risco de obesidade, diabetes, hipertensão arterial, doenças do coração, dentre outras, como alerta o médico. O proces-

DETOX: FUNCIONA MESMO? Algo que tem ganhado bastante fama nos últimos anos são os alimentos com efeito detox, que têm o poder de eliminar determinadas toxinas e radicais livres: “Essas toxinas chegam no nosso organismo principalmente através da alimentação proveniente de excesso de

FIQUE ATENTO

A boa alimentação é responsável pelo bom desempenho do organismo, previne doenças e mantém o desenvolvimento físico. É necessário estabelecer ingestão balanceada de nutrientes e vitaminas, considerando uma correta proporção de consumo de proteínas, gorduras, carboidratos, fibras, entre outros.

Foto: Reprodução Internet

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conservantes, emulsificantes e acidulantes. Uma alimentação rica em gorduras saturadas, gorduras trans, excesso de sal e açúcares também favorece esse acúmulo indesejável”, ressalta o profissional. Ao contrário do que se imagina, a alimentação detox não tem foco na perda de peso, muito embora quem decida segui-la por um período possa, sim, notar que seu corpo irá desinchar. O Dr. Julio Cezar Salles afirma que a dieta detox é segura, desde que feita da maneira correta: “Diferentemente do que alguns planos prometem, a dieta detox não é um remédio, ela não cura nenhuma doença. É uma facilitação para o fígado e os rins metabolizarem o que está em excesso. É importante salientar que esses alimentos são auxiliares, nosso intestino, fígado e rins já são o detox natural do corpo”. ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL Alimentar-se de forma correta e equilibrada é essencial para garantir qualidade no dia a dia, como faz a controladora de acesso Teresa Cristina de Oliveira, que há dois anos estabeleceu um esti-

lo de vida saudável e mudou, drasticamente, sua rotina e hábitos. A iniciativa veio através do choque de realidade: “Na época (2019) eu estava com 118kg, comia freneticamente e era totalmente sedentária. Foi um ‘baque’ muito grande quando perdi um colega, que faleceu por parada cardíaca – causada pela obesidade. Além disso, minha família tem histórico de diabetes. Então, pelo bem da minha saúde, decidi que precisava mudar”. Teresa relata que, no começo, essa adaptação foi difícil, mas não desistiu. Passou a comer de 3 em 3 horas – contadas no relógio. “Pensei em ter o ‘dia do lixo’, que é fazer a dieta a semana toda, e escolher um dia para comer o que tiver vontade. Mas isso não funcionaria comigo, eu precisava mudar tudo, ou então não iria adiantar. Fiz tudo com acompanhamento de nutricionista. Nos intervalos das refeições, tomava suco detox para ajudar. E tomava muita água!” A adoção de uma alimentação adequada ajuda muito para aumentar a disposição e devolver a sensação de corpo mais leve, melhora também o funciona-

mento intestinal e, consequentemente, alivia o inchaço. A nova rotina e hábitos trouxeram muitos resultados positivos! Teresa Cristina de Oliveira conta que antes se sentia indisposta, sem ânimo e até mesmo com dores - principalmente nas costas, e inchaço/estufamento no corpo. “Minha vida mudou totalmente, e para melhor! Sou outra pessoa, totalmente disposta. Hoje sou ativa, faço zumba e caminhada, meu humor melhorou e sinto aquela sensação de realização! Todo esforço valeu muito a pena.” Agora, quase dois anos depois, a controladora de acesso relata que não deixa de comer, de forma equilibrada, as coisas que sente vontade: “às vezes experimento um bolinho aqui e um pedaço de pizza ali. Mas sempre mantendo foco e disciplina. Em 8 meses eliminei 35kg e hoje, praticamente 2 anos depois, eliminei 40kg. Mas sempre digo que minha preocupação nunca foi com a estética, pois sempre me amei de qualquer forma. Meu maior cuidado é com minha saúde para manter os benefícios que essa mudança trouxe na minha vida.”, finaliza, feliz, Teresa de Oliveira. A

A pandemia de ultraprocessados durante a pandemia de Covid-19 A pandemia de Covid-19 evidenciou quão vulneráveis são nossos sistemas alimentares e colocou diversos países à beira da fome — o Brasil incluído. Nesse contexto, a indústria alimentícia identificou uma estratégia de marketing bastante eficiente para melhorar sua imagem corporativa: doações de alimentos para comunidades vulneráveis, trabalhadores da linha de frente, bancos de alimentos, programas governamentais e pequenos negócios, entre outros. O problema? As doações são, em sua maioria, alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, conhecidos por serem prejudiciais à saúde, enquanto boa parte dos governos não conta com protocolos ou restrições a doações de produtos nocivos ou não saudáveis. Na lista de doadores para o Governo de São Paulo constam, com destaque, empresas com um portfólio rico em ultraprocessados. Bauducco, Nestlé e Danone entregaram, respectivamente, 80 toneladas de bolachas variadas, 210 toneladas de produtos alimentícios e mais 130 toneladas de itens refrigerados e sem refrigeração, como cereais infantis e um velho conhecido do consumo de açúcar entre as crianças, o Danoninho. Um dos destinos das doações de ultraprocessados, segundo o governo do Estado, são as cestas básicas distribuídas pela Secretaria de Desenvolvimento Social. Destinadas às famílias com renda per capita mensal de até R$ 89,00, elas são projetadas para durar um mês para grupos de até quatro pessoas. O kit contém velhos conhecidos da dieta brasileira, como o arroz (5kg), o feijão (3kg) e o fubá (500g). Mas, sob a justificativa de priorizar alimentos não perecíveis, também entrega alguns jabutis. São pelo menos três itens ultraprocessados na cesta: 2 kg de composto lácteo, 1,9 kg de linguiça e 400g de biscoito maisena. A secretaria diz que “os alimentos contidos na cesta são de longa vida útil, possibilitando o armazenamento antes e depois da distribuição”.

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lançamento de coleção - Arezzo

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saúde

Sanjoanenses com sequelas da covid-19 recebem tratamento Serviços são oferecidos gratuitamente pela Unifae, em parceria com a Prefeitura Foto: Divulgação / UNIFAE

SUPERAÇÃO

Após atendimentos promovidos pela Unifae, o polícial Celso Ricardo dos Santos Brunharo teve uma melhora de 60% das sequelas do vírus. Os atendimentos são gratuitos, pelo Sistema Único de Saúde. Os interessados podem obter mais informações pelo telefone: 3631-4725 ou pelo perfil do projeto no Instagram: @pos_covid.unifae.

POR GUILHERME COELHO

Além dos riscos da disseminação do novo coronavírus, os impactos causados têm deixado instituições globais em alerta, como a FAIR Health (organização norte-americana sem fins lucrativos), que publicou um estudo, no dia 15 de junho de 2021, indicando que 23% das pessoas infectadas tiveram sintomas de longo prazo e com necessidade de tratamento médico. A pesquisa foi feita com 2 milhões de pacientes entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. Os novos problemas de saúde mais comuns eram: colesterol 12

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alto, dificuldades respiratórias, dores nos nervos e músculos, mal-estar, fadiga e hipertensão. Outros problemas incluíram sintomas intestinais, enxaquecas, problemas de pele, anormalidades cardíacas, distúrbios do sono e condições de saúde mental, como ansiedade e depressão. Inclusive, os problemas de saúde pós-Covid-19 eram comuns entre as pessoas que não adoeceram gravemente com o vírus. Enquanto cerca da metade dos pacientes hospitalizados por Covid-19 tiveram problemas médicos subsequentes, 27% das pessoas que apresentaram sintomas leves ou mode-

rados e 19% das pessoas que se disseram assintomáticas também apresentaram novos problemas de saúde. Outro estudo, na Austrália, publicado na revista The Lancet Regional Health, no dia 24 de junho de 2021, revelou que 5% das pessoas diagnosticadas ainda apresentavam sintomas três meses após contrair a doença. Além disso, pessoas mais jovens, pacientes sem comorbidades e homens se recuperam mais rápido. CENTRO PÓS-COVID Diante desse cenário mundial, o Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino, a Unifae, de São João da Boa


Vista – SP, em parceria com a Prefeitura e Câmara Municipal de São João da Boa Vista, desenvolveu o projeto “Acredite, tudo vai passar! – Ambulatório Multiprofissional de Reabilitação Pós-Infecção por Covid-19”, que oferece tratamento a pacientes recuperados de Covid-19, mas que apresentaram sequelas da doença. “O atendimento a pacientes pós-covid é feito desde outubro de 2020 pela Fisioterapia da Unifae. Agora, todos os sete cursos da área de Saúde estão envolvidos. Essa experiência proporciona uma oportunidade de aprendizagem muito significativa para os alunos, que saem da Unifae preparados e alinhados com a realidade”, afirma a Profa. Dra. Anita Bellotto Leme Nagib, Vice-reitora e Pró-reitora de assuntos comunitários e extensão. TRABALHO DE RECUPERAÇÃO O centro tem como objetivo reintroduzir os pacientes nas suas atividades do dia a dia no menor tempo possível. Os pacientes são encaminhados por profissionais da saúde da rede municipal e, nas clínicas da Unifae, têm acesso a acompanhamento nas áreas de Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Psicologia e Educação Física, por estudantes e professores. “Como uma Instituição pública, a Unifae tem um compromisso com a cidade e região, ainda mais com as questões ligadas à saúde e enfrentamento à pandemia. É por isso que o Ambulatório tem o objetivo de bem atender toda a população”, disse o reitor do Centro Universitário, Prof. Dr. Marco Aurélio Ferreira. Celso Ricardo dos Santos Brunharo, de 43 anos, é policial militar há 23 anos. Durante uma ocorrência, quando teve que conter uma aglomeração de jovens, acabou se contaminando. “Após quatro dias tive os primeiros sintomas, primeiro tive uma dor de garganta leve, mas depois ela aumentou e comecei a sentir dor no fundo dos olhos, dor de cabeça, no corpo, febre alta e, no quarto dia, estava tendo febre de 39 graus”, disse. Infelizmente o tratamento não surtiu efeito e, na terceira ida ao hospital, foi internado. Após uma piora no quadro, Celso precisou ser transferido para a UTI do Hospital da Policia Militar. “Durante a internação perdi 20kg, 75% do pulmão foi comprometido e 40% de toda

musculatura corporal foi prejudicada. O vírus foi muito agressivo”, lembra. Após uma breve melhora, o policial recebeu alta médica, mas ficou com sequelas do vírus. Entretanto, por meio das redes sociais, ficou sabendo dos atendimentos promovidos pela Unifae e entrou em contato com o Ambulatório, onde passou a receber tratamento gratuito. “Após mais ou menos um mês e meio de tratamento voltei a São Paulo, para uma consulta com o médico. Ele ficou surpreso, após novos exames foi constatado que tive uma melhora de 60%. de tudo aquilo que tinha perdido. O médico parabenizou o trabalho da Unifae e disse que eu nem precisava voltar nele”, destaca. TRABALHO DEDICADO Com a melhora, Celso pode voltar ao trabalho. “Deus coloca as pessoas certas na nossa vida. O pessoal da Unifae se dedica

e faz com amor, isso traz uma segurança para nós, pacientes, e faz com que a recuperação acabe sendo mais rápida. Recomendo que as pessoas com sintomas pós-covid procurem o Centro Universitário. Estou me sentindo muito feliz de ter essa equipe toda do meu lado”, afirma. Os atendimentos são gratuitos, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os interessados podem obter mais informações pelo telefone: 3631-4725 ou pelo perfil do projeto no Instagram: @pos_covid.unifae. ATENDIMENTO PSICOLÓGICO O Centro Universitário também oferece acolhimento psicológico, de forma remota, para profissionais da saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Os interessados devem entrar em contato com o Núcleo de Estudos e Atendimentos em Psicologia – NEAP, por meio do telefone (19) 3636-3321. A

Fotos: Divulgação / UNIFAE

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empreendedorismo

Perfil dos empreendedores POR BRUNO MANSON

Se o assunto é empreender, resiliência e perseverança estão entre os quesitos fundamentais, principalmente quando se inicia um negócio. Nesta edição, conheça a trajetória de Renata Coutinho Zogbi Barbosa, de 43 anos, da Loft, e de Antonio Marques Junior, 37 anos, da Aldeia Criativa. Com muita garra, dedicação e força de vontade, eles têm se destacado nas áreas em que atuam e mostram aqui um pouco das lições que apreenderam ao longo desses anos de empreendedorismo. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Renata Coutinho Zogbi Barbosa - Loft

Como surgiu a ideia de ser empreendedora? Sou arquiteta e em todo o período em que atuei na minha profissão, 12 anos, trabalhei predominantemente com projetos comerciais. Montar uma loja com a linha de produtos e o conceito da Loft já era um sonho, que saiu do papel, quando uma oportunidade exigiu de mim uma decisão rápida. Era uma fase da minha vida, em que eu sentia que precisava de uma mudança profissional para sair da zona de conforto. E hoje vejo que foi o momento certo. Quais foram as maiores dificuldades? Os maiores desafios de enfrentar essa mudança para criar um negócio do zero, foram planejar e administrar os investimentos e, principalmente, assumir os riscos financeiros, psicológicos e sociais do processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço sempre muito maiores do que a gente imagina. Como você aprendeu a identificar as dificuldades? 16

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Apesar das dificuldades de todo começo como a necessidade de pesquisa e buscar conhecimento, pude contar com a ajuda imprescindível do meu marido, que já contava com muitos anos de experiência no comércio. Com certeza, esse apoio me poupou muitos tropeços no caminho. Qual seu plano para o futuro? Como diz uma frase famosa: “Empreender é se jogar de um precipício e construir um avião durante a queda”. Acho que 2020 foi um ano que fez o empreendedor sentir isso na pele. Novas necessidades, novas consciências e a calma para ser resiliente e se reinventar a cada nova realidade de funcionamento e mercado. Para o futuro, quero que a Loft conquiste uma presença digital para acompanhar os novos comportamentos do consumidor, mas sem perder a essência humana da troca de experiência e relacionamento. Quais os fatores você considera mais importantes para o sucesso do seu negócio?


Acho que o diferencial para o sucesso do meu negócio é viver o propósito que a gente se propõe, em cada rotina e atendimento, com atenção e cuidado para a necessidade particular de cada cliente. O que diria para alguém que está pensando em iniciar um

negócio nesse período de pandemia? Eu diria que é muito importante se desprender de medos, se você acredita de verdade na sua ideia. Muitas vezes é difícil encontrar coragem para se arriscar em uma realidade em constante mudança, mas o aprendizado e a satisfação valem cada noite em claro. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Herinton, Antonio e Vinicius- Aldeia Criativa

Como surgiu a ideia de montar a Aldeia Criativa? Foi com meu sócio Herinton Balarini, na faculdade e, logo em seguida, convidamos o Vinicius Bonanome. Vimos que na época o segmento do audiovisual era escasso na cidade e que ali havia uma potencial de negócio. Quais foram as maiores dificuldades? O começo foi bem difícil, sem portfólio, sem credibilidade. Ninguém nos conhecia e fechar a produção dos primeiros vídeos foi uma verdadeira batalha. Depois o processo foi indo gradualmente e de São João, prestamos serviços para todo o Brasil. E depois, tem sido achar profissionais capacitados para compor a equipe. Na maioria das vezes, o colaborador começa com pouco conhecimento e vamos treinando com o passar do tempo. Como você aprendeu a identificar as dificuldades? Aprendemos a identificar no dia a dia da empresa. Nos perguntando por que algo saiu errado ou não saiu da forma que queríamos e, a partir da identificação deste problema, achar 17

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uma solução o mais breve possível. Às vezes, uma boa conversa com a equipe ajuda muito na solução. Qual seu plano para o futuro? Nosso lema é a evolução constante. Sempre buscamos aprimorar nossos conhecimentos e equipamentos. Melhorar a qualidade dos serviços, nos tornarmos mais profissionais e galgar novos mercados. Quais os fatores mais importantes para o sucesso do seu negócio? Prestar serviços da melhor qualidade possível com honestidade e ética. Sempre cumprir o que promete. E o principal: sempre cumprir os prazos. O que diria para alguém que está pensando em iniciar um negócio? Seja persistente, não desista com os primeiros obstáculos, persista mais um pouco, trabalhe bastante e o resultado logo chegará. As empresas têm maior dificuldade em seus dois primeiros anos, depois é muito compensador. A REVISTA ATUA | AGOSTO DE 2021

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decoração & construção

Dicas para construir ou reformar Evite que seu sonho se transforme num pesadelo, confira algumas dicas e orientações para sua obra

POR LETÍCIA BONARETI LORETTE SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Sonhando em construir ou reformar? Para evitar que seu sonho se transforme num pesadelo, seguem algumas dicas e orientações. Para este conteúdo especial, conversamos com dois especialistas: o engenheiro civil, Marcolino Fernandes Neto, que é professor e coordenador do curso de Engenharia Civil da Unifae, e o arquiteto e professor da PUC Poços de Caldas, Antônio Carlos Rodrigues Lorette. Para aqueles que querem construir, a principal dica é buscar um terreno adequado. O ideal são terrenos planos, com solo firme e com a presença do sol. “O solo firme auxilia a economizar na fundação da obra”, orienta Marcolino. Com o local já definido, contrate um arquiteto ou engenheiro antes de escolher o terreno. Somente um profissional poderá saber com exatidão as

vantagens e desvantagens daquela área. “É importante terrenos retos, muitas vezes não terão vistas incríveis, mas a obra será feita com maior qualidade, ocupando melhor o espaço”, conta Antônio Carlos. CONSULTE A LEGISLAÇÃO “Isso é necessário para poder fazer o aproveitamento máximo do terreno, pois os recuos precisam ser respeitados de acordo com a lei de zoneamento do município”, explica o professor de engenharia. Lorette também cita que é relevante conhecer o entorno da sua obra. “É importante saber o que ocorre naquela região, se existe presença de barulho ou algum outro fator que possa se transformar em um futuro problema”, lembra o arquiteto. A próxima fase é projetar detalhadamente cada fase da construção com ajuda profissional. “Somente um profissional experiente poderá lhe dar todas as dicas e as orienta-

ções para que o projeto se enquadre dentro do seu orçamento, ocupe bem o terreno e não infrinja as normas locais”, acrescenta o arquiteto. SIGA O PROJETO É importante garantir que a obra terá a fase estrutural finalizada. O projeto deve ser concluído pelo menos até a cobertura, dessa forma, durante uma possível pausa, todos os materiais serão preservados da chuva ou de eventos da natureza. “Quando está faltando somente o acabamento, a obra possui chances melhores de ser vendida”, afirma Lorette. Além disso, ele destaca que é importante seguir o projeto, para ter segurança na obra, controle dos custos e etapas. POR ONDE COMEÇAR? Lorette destaca que, antes de tudo, planeje e pense em cada detalhe do seu

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sonho, ter tudo anotado fará com que todas as etapas tenham sua devida atenção. Veja quanto tem disponível e quanto está disposto a investir na obra. É bom calcular os imprevistos e prever uma margem maior de custos. Com o orçamento já pensado, o próximo passo é pesquisar e conhecer um pouco mais sobre os elementos utilizados, e chegar à sua escolha. “Procure saber o tipo de material que deve ser utilizado em cada etapa da construção ou reforma. Pense na durabilidade e manutenção futura da construção”, aconselha o engenheiro. ESCOLHA A MÃO-DE-OBRA Procure profissionais que possuam recomendações e que você possa ver algum de seus trabalhos. O pedreiro deve ser caprichoso e detalhista. Procure profissionais especializados para ajudar, desde o começo. “Arquiteto para a concepção do projeto arquitetônico e Engenheiro Civil para elaboração dos projetos estrutural, hidrossanitário, elétrico, projeto de prevenção e combate ao incêndio, além de

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acompanhar a execução da construção ou reforma”, pontua Marcolino. FAÇA DO ANTIGO, UM NOVO Lorette destaca que uma opção que deve ser considerada antes de uma construção é a aquisição e reforma de casas mais antigas, que podem ser adquiridas por valores mais em conta, embora precisem de um investimento maior para o custeio da reforma. “Antes de construir, existem muitas casas antigas esperando por reformas e restaurações. O centro é sempre bom lugar, já que está perto de tudo e facilita a locomoção do morador”, relata o professor de arquitetura. A

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atualidade

Queda na cobertura vacinal preocupa Pediatra alerta que doenças já erradicadas podem voltar POR REINALDO BENEDETTI

Uma realidade no Brasil nos últimos anos vem preocupando médicos e colocando o Ministério da Saúde em alerta. Dados divulgados pela Agência Brasil, em 2020, demonstram esse cenário e revelam que muitos pais têm deixado de cumprir com a obrigação de vacinar os filhos. Para se ter uma ideia, as coberturas vacinais estão em queda há cinco anos e não atingem nenhuma meta no calendário infantil desde 2018, afirmou a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana, em outubro do ano passado na Jornada Nacional de Imunizações. As últimas metas de imunização para o público infantil atingidas no país, em

2018, foram de 99,72% do público-alvo para a BCG (protege contra as formas graves da tuberculose), e de 91,33% para o da vacina contra o rotavírus humano. Para ambas, a meta é superar os 90%, patamar que não foi atingido em 2019, apesar de terem continuado acima dos 80%. Já até outubro de 2020, a taxa de imunização do público-alvo da BCG chegou a 63,88%, e a vacina contra o rotavírus, a 68,46%. A maior cobertura atingida no calendário infantil até outubro de 2020 foi na vacina pneumocócica, com 71,98%. Em 2019, essa mesma vacina chegou a 88,59% do público-alvo. Entre as 15 vacinas do calendário infantil, o que inclui a segunda dose da Tríplice Viral, metade não bate as metas desde 2015, o que inclui a vacina contra poliomielite. Essa baixa cobertura vacinal vem sendo alertada em São João da Boa

Vista pela médica pediatra Josiane Trafane, coordenadora da pediatria do Hospital e Maternidade Unimed Leste Paulista, e sócia da clínica de vacinas Inova Imune. “Nos últimos anos temos notado uma queda importante da cobertura vacinal. No início de 2018, a cobertura vacinal da população infantil no país já atingia o mais baixo patamar dos últimos 16 anos”, aponta. A pediatra conta que, atualmente, com a pandemia houve piora desses índices, sendo que vacinas contra poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, difteria, varicela e rotavírus não chegam a uma cobertura de 60% a 70% em alguns estados. “Esse fato nos preocupa muito pelo risco de retorno de doenças já erradicadas no Brasil há décadas. Para termos ideia, um nível de cobertura de 70% significa ter 30% de susceptíveis em um ano

SURGIMENTO DA VACINA

Em 14 de maio de 1796, o médico rural Edward Jenner realizou o experimento que introduziria o termo “vacina” ao dicionário da humanidade: o britânico inoculou em um garoto de 8 anos um líquido retirado da lesão de uma mulher que havia sido infectada pela “varíola bovina”. O grande salto veio com a criação da agulha hipodérmica (a agulha da seringa), em 1853. De lá pra cá, a vacina evoluiu junto com o conhecimento humano.

Foto: Agência Brasil

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Foto: Reprodução Internet / OMS

A ERRADICAÇÃO DA VARÍOLA

A doença foi erradicada graças a um esforço global de 10 anos, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que envolveu milhares de profissionais de saúde em todo o mundo para administrar meio bilhão de vacinas para eliminar a varíola. Em 8 de maio de 1980, a 33ª Assembleia Mundial da Saúde declarou oficialmente: "O mundo e todos os seus povos estão livres da varíola". A declaração marcou o fim de uma doença que atormentou a humanidade por pelo menos 3 mil anos, matando 300 milhões de pessoas somente no século XX.

e isso vai acumulando anualmente. Foi o caso do sarampo, que em 2018 foi reintroduzido na Venezuela e acometeu milhares de crianças e adultos em Roraima, Amazonas e Pará, causando dezenas de óbitos”, alerta a pediatra. No caso da vacinação de adultos e idosos, diz a médica, há piora nas estatísticas, pois a cobertura vacinal não chega a 50%. IMPORTÂNCIA DAS VACINAS Josiane Trafane explica que a vacinação é a mais importante ação de prevenção contra doenças potencialmente graves para indivíduos sadios. “Ela impacta tanto na saúde do indivíduo que recebe a vacina, como nos que convivem com ele na comunidade. A vacinação em massa contribui para a queda substancial da prevalência de doenças graves, permitindo a erradicação de doenças, como foi o caso da varíola”, exemplifica. A médica detalha que as vacinas agem diretamente ou indiretamente na imunidade do indivíduo, isto é, na capacidade do organismo humano em identificar um agressor (vírus, bactéria), dando ‘armas’ para que o corpo ganhe a batalha contra esses patógenos. “Resumidamente, a vacina ajuda o nosso corpo a fabricar anticorpos, ‘soldados’ para lutar e ganhar a guerra contra um agressor (antígeno)”, explica. ANTI-VACINA Josiane Trafane lembra que desde a descoberta da vacina, no século XVIII, contra a varíola, houve movimentos contrários, os chamados ‘anti-vacina’. Ela destaca, inclu21

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sive, a Revolta da Vacina, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1904, quando protestos sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola eclodiram pelas ruas. Entre os motivos da resistência aos imunizantes, Josiane Trafane enumera vários: desconhecimento e desinformação sobre o tema; cultura arraigada, politização, medo tanto da aplicação como dos efeitos colaterais e ampla e fácil divulgação em redes sociais de informações falsas, causando pânico, como as fake news. VOLTA ÀS AULAS A médica pediatra alerta para os perigos do retorno em massa das aulas em agosto com essa baixa cobertura vacinal. “As crianças e adolescentes voltando às aulas em massa sem que a maioria tenha se vacinado contra gripe nos deixa muito apreensivos, tanto pelos riscos dessas doenças [H1N1, entre outros vírus que a vacina da influenza protege], quanto pela confusão com os sintomas da Covid-19”, chama a atenção. Trafane lembra que a vacina protege de gripe em 98% dos casos. “Essa doença causa febre alta, dor de cabeça, tosse, dor de garganta, coriza e até a chamada síndrome da angústia respiratória, muito semelhante à Covid-19. Mas, é muito mais comum o influenza causar esse problema na população infantil que o Sarscov 2”, explica.

DOENÇAS DERROTADAS A varíola é considerada a única doença infecciosa erradicada por meio de uma

vacina. Transmitida pelo contato com feridas ou com gotículas emitidas pela respiração de alguém infectado, afetava a humanidade há bastante tempo. Com taxa de mortalidade muito elevada, em torno de 30%, a doença era caracterizada pela aparição de pústulas, algumas das quais se tornavam cicatrizes pelo corpo, e, em alguns casos, até cegueira. A morte, que costumava acontecer na segunda semana, vinha da resposta inflamatória massiva que causava choque e levava à falência múltipla dos órgãos. Desde 1977, a doença é considerada erradicada graças à vacinação. SARAMPO O sarampo é uma doença causada por um vírus e, assim como o Sars-CoV-2, causa infecção (ainda que com muito mais eficácia) e se reproduz nas vias aéreas superiores. Cerca de 90% das pessoas suscetíveis que se expõem ao vírus são infectadas. A doença se caracteriza por sintomas como febre, tosse, dor de garganta e um exantema característico (manchas na pele). Pode apresentar complicações como bronquite, laringite, pneumonia, encefalite e causa problemas na gravidez. A porcentagem de casos fatais é de um em mil, mas a taxa pode chegar a até 10% em países em desenvolvimento.A vacina contra o sarampo foi desenvolvida nos anos 60 e é baseada em um vírus atenuado. São necessárias duas doses, geralmente administradas com as vacinas da rubéola e da caxumba. Ainda que a vacina de sarampo tenha contribuído para a diminuir a mortalidade infantil (calcula-se que tenha prevenido 1,4 milhão de REVISTA ATUA | AGOSTO DE 2021

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mortes no mundo), a doença está longe de ser erradicada — no momento em que a população deixa de se vacinar, imediatamente aparecem novos surtos. POLIOMIELITE A poliomielite é causada por um enterovírus conhecido como poliovírus (PV), que é também um vírus RNA. A doença afeta principalmente o sistema nervoso e só acomete seres humanos. A maioria das infecções de polio é assintomática. Só em 1% dos casos o vírus infecta e destrói os neurônios motores, causando fraqueza muscular e paralisia aguda, afetando principalmente as crianças. A poliomielite é altamente contagiosa e se propaga facilmente por meio de secreções respiratórias e por rota fecal-oral. Em zonas endêmicas, o poliovírus é capaz de infectar praticamente toda uma população humana. Existem duas versões da vacina contra a doença, uma de vírus inativado, injetável, e outra de vírus atenuado, administrada via oral. Em 1988, a polio causava deficiência motora em mais de mil crianças por dia. A partir

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de um programa mundial de erradicação empreendido pela OMS, em 2001 o número de casos havia caído para menos de mil por ano. A poliomielite está erradicada na maioria dos países ocidentais, mas não ainda em todo o mundo. Espera-se que ela seja a segunda doença viral eliminada do globo, depois da varíola. TÉTANO O tétano é uma infecção provocada por uma neurotoxina secretada pela bactéria Clostridium tetani, que pode ser encontrada em terras agrícolas, fezes e intestinos de animais de granja e ratos. Seus esporos, meio pelo qual se dissemina, entram no corpo geralmente por meio de ferimentos na pele. A doença causa espasmos violentos, rigidez e desestabiliza o sistema nervoso autônomo. Não existe imunidade natural, nem mesmo para aqueles que já tiveram contato com a bactéria e se curaram. Por isso, além de medidas de higiene, a imunização é a única forma de prevenção.A vacina contra tétano não desencadeia a enfermidade, mas ativa o sistema imunológico contra o agente pa-

togênico. Tem uma taxa de efetividade de 99%, mas a proteção diminui com o tempo. Por isso, a revacinação a cada 10 anos é imprescindível. FIM DA PANDEMIA DA COVID-19? Apenas com o avanço da vacinação será possível a existência de um "novo normal". Em Serrana, no interior paulista, um estudo com a vacina Coronavac - desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com a Sinovac - demonstrou que com 75% da população imunizada, a pandemia do novo coronavírus pode ser controlada. O estudo, chamado de Projeto S, teve início no dia 17 de fevereiro e teve como objetivo vacinar toda a população adulta da cidade para avaliar a efetividade da vacina. A imunização fez os casos sintomáticos de covid-19 caírem 80%; as internações 86%; e as mortes em 95%, após a segunda vacinação do último grupo. O estudo ainda mostra a redução de casos em pessoas que não receberam a vacina, o que indica a queda da circulação do vírus. Isso reforça a vacinação como uma medida de saúde pública, e não somente individual. A


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nossa cidade

Solidariedade: palavra despertada pela pandemia Sanjoanenses ficaram sensibilizados com a necessidade vivida por alguns e resolveram agir POR DANIELA PRADO

Há cerca de dois anos, um ser microscópico, diretamente da China, desembarcou em muitos países, inclusive no Brasil e tratou de se estabelecer da maneira mais dura possível: dentro de seus habitantes humanos. Em meio a tantas mortes, lockdowns, máscaras, fechamento de comércio, e tantas outras adaptações a que o novo coronavírus nos obrigou, algumas pessoas ou órgãos públicos precisaram de ajuda para se manter. Nesse contexto, desde que a pandemia começou, diversos grupos despertaram para a palavra solidariedade e têm se mobilizado a fim de minimizar o sofrimento dos mais necessitados.

gar, dar o suporte emergencial e, se for o caso, cadastrá-las na ONG para uma assistência personalizada”, conta o servidor público Tarcísio Munhoz Guarnieri, fundador e Presidente da ONG VOA. Ele ressalta que a ideia da Despensa é que seja autossustentável, permanecendo nos locais pelo maior tempo possível, seja contando com as doações da população que passa por ali, seja com abastecimento pela própria ONG. “Não colocamos tempo determinado pelo fato de ser uma situação emergencial, e situações emergenciais não têm previsão de término, portanto, o intuito é que perdure pelo tempo em que se estender a pandemia. As Despensas são supervisionadas com a finalidade de ter

DESPENSA SOLIDÁRIA Uma iniciativa da ONG VOA é a Despensa Solidária, prateleira em que as pessoas que precisam de algum alimento não perecível, produtos de higiene e limpeza, podem retirá-los gratuitamente e os que puderem doar, devem colocar tais itens ali. Despensas também foram colocadas na Calldan Móveis, no Laboratório São João e na loja Shop Lar, unidade do DER, tendo boa repercussão em todos os locais. “Essa ação foi pensada para dar suporte emergencial às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade em São João da Boa Vista. A ONG VOA possui em seu cadastro mais de 100 famílias carentes que são assistidas periodicamente; mesmo assim, não consegue chegar em todos os lugares e essa Despensa Solidária foi uma forma de atingir um público novo que passa pelo local. Um dos nossos associados/voluntários fica junto à despensa para se aproximar dessas pessoas, dialo-

PADRE JÚLIO LANCELOTTI

O trabalho do padre, desenvolvido na Pastoral do Povo de Rua, em São Paulo (SP), ganhou destaque nas redes sociais durante a pandemia de Covid-19. A iniciativa levou centenas de jovens a se inspirarem na ação e desenolverem projetos semelhantes.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

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maior efetividade na ação, ou seja, atender quem realmente precisa. Ademais, utilizamos essas Despensas para filtrar as situações mais graves, fazendo um cadastro das pessoas que estão buscando este suporte, para que possamos fornecer assistência personalizada e com maior efetividade”, esclarece Tarcísio. Severo Rosa Franco Neto, Biomédico e Supervisor do Laboratório São João, em frente do qual também foi colocada uma Despensa Solidária, revela que esta ideia surgiu a partir de conversas entre ele e as proprietárias, as Dras. Lelia e Nerci, sobre como seria possível contribuir com pessoas de São João, que estejam em dificuldades neste período. “A doação e a retirada são livres sim, ainda queremos acreditar na bondade das pessoas. Por mais que tudo mostre o contrário, acreditamos que nossa sociedade ainda tem esse olhar para as necessidades do próximo. Despertar a empatia das pessoas, para que possamos ver nossa sociedade com outros olhos, demonstrar mais amor às pessoas, enxergar as necessidades do seu vizinho é o principal intuito dessas ações. Mais gratificante que receber é poder doar, se sentir parte, ser útil. Doar sem ver a quem e sem julgar”, define Severo, sobre o que essas atitudes de ajuda ao próximo representam para ele. Já na Shop Lar, unidade do DER, Pedro Alves, supervisor de e-commerce, observa que o movimento das pessoas


Foto: Divulgação

SE PRECISAR PEGUE, SE NAO PRECISAR DOE

A ideia é que a despensa seja autossustentável, permanecendo nos locais pelo maior tempo possível, seja contando com as doações da população que passa por ali,seja com abastecimento de quem pode doar.

que passam pela loja, visando a Despensa Solidária, é constante. “Não tem parado, porém temos percebido que as pessoas estão vindo mais retirar do que doar, então a demanda está maior do que conseguimos alcançar”, observa Pedro, acentuando que, por conta disso, estão precisando receber mais doações. Ele também percebe que as pessoas não têm doado apenas alimentos, mas até roupas e calçados. Sobre esta atitude de ajuda ao próximo, Pedro considera de extrema importância, principalmente porque no atual momento, muitos estão impossibilitados de trabalhar. “O pouco pra quem doa, muitas vezes é muito pra quem recebe, por isso precisamos sempre fazer ações que ajudem as pessoas mais afetadas por essa pandemia. Mas também temos que perpetuar essas ações e ajudar a população mais carente não só em tempos de pandemia, mas sim, em qualquer momento”, reforça. CARIDADE SEMPRE E, COM SORRISO, É MELHOR No Centro Espírita Amor, Luz e Caridade, localizado junto ao Albergue Noturno Bom Samaritano, em São João da Boa Vista, o movimento de arrecadação de cestas básicas sempre existiu, mesmo antes da pandemia, mas Elaine C. Adair

Menato, dirigente e colaboradora da Casa, percebe que, em 2020, a procura por estes itens aumentou, sobretudo a partir do mês de maio/2020, quando o desemprego passou a ser maior. “Também recebemos muitas doações de roupas, pois começamos a pandemia na época em que a estação mudou para outono, então foi preciso, sim, angariar bastante coisa nesse sentido”, destaca ela. No Amor, Luz e Caridade, para ter acesso às cestas básicas é preciso ser cadastrado, mas Elaine salienta que, se de última hora, aparecem famílias necessitadas, são atendidas também. “No último domingo de cada mês, o Rodrigo Lopes faz essa entrega aos cadastrados, em torno de 12 a 15 famílias. As atendidas por nós e pela dona Luzia Nascimento são em torno de 8 a 10, fora as que aparecem. Na maioria das casas é feita a visita, mas, como a demanda foi grande e por conta da Covid-19, não conseguimos ir em todas. Pelos relatos que nos fazem, endereço e outras informações, percebemos a

necessidade da família. Outro trabalho que estava sendo realizado com pessoas atendidas é o Evangelho Terapia, pelo César Tavares, reunião que foi suspensa e, quando as coisas melhorarem, o César volta a realizar”, pontua Elaine. Sob o lema ‘Em busca de sorrisos, sejam estes com dentes ou banguelas!’, uma ONG de São João, criada pelo propagandista médico e farmacêutico Carlos Eduardo de Paula Valim, a Sorriso Banguela, que antes da pandemia, realizava ações como o Dia do Abraço Grátis e visitas a asilos e hospitais neurológicos, precisou se reinventar. “Esse foi o primeiro corte nosso. No início da pandemia, a gente até conseguiu visitar alguns centros psiquiátricos mas, a partir do momento em que foi se agravando, as próprias entidades foram limitando as nossas visitas. E a gente entendeu, porque, a bem dizer, nós levávamos a contaminação ou poderíamos trazer a contaminação para os pacientes que não saem lá de dentro”, observa Carlos Eduardo. A partir de então, a ONG pas-

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Foto: Divulgação

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sou a arrecadar alimentos para os que se encontravam em dificuldades. “A gente sempre arrecadou, com recursos próprios ou cada um saía arrecadando comida, brinquedos, doces, para fazermos as visitas. E continuamos a fazer isso, só que neste período de pandemia, a gente ficou ‘refém’ só de comida, cobertas e roupas, para poder subsidiar algumas famílias que nos pediam e alguns hospitais. O nosso propósito continuou, nunca deixamos isso parar ou adormecer. E mantemos, pelo menos a cada dois meses, uma visita numa casa, numa família, já entregamos marmitas também, que a gente custeou com nossas próprias finanças e saiu para entregar. Eu creio que a gente nunca deixou de fazer o que sempre gostou”, analisa ele, que na

ONG é “mais um palhacinho”. Importante é destacar que a ONG Sorriso Banguela tem hoje, cerca de 20 integrantes, totalmente voluntários e Carlos Eduardo explica que as visitas são preferencialmente realizadas em asilos, centro neurológicos e psiquiátricos, onde ficam pessoas muito especiais, que quase sempre são “esquecidas” pela sociedade - justamente as que mais necessitam de carinho, convívio social e de sorrisos. INICIATIVA AJUDA SANTA CASA E UPA Em meio a esta situação, também é necessário lembrar da Santa Casa Dona Carolina Malheiros e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), órgãos que

COMÉRCIO SOLIDÁRIO

Foram doados 20 oximetros, que atingem um valor superior a 40 mil reais, adquiridos com a arrecadação da mensalidade de fevereiro das empresas associadas à Associação Comercial – que reúne cerca de mil empresas dos mais diversos portes e segmentos da cidade.

Foto: Divulgação / ACE

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precisam estar sempre em condições de atender os pacientes, inclusive os de Covid – e para tanto, merecem atenção. Assim surgiu a campanha Todos juntos contra o coronavírus organizada pela Associação Comercial e representantes da sociedade civil, com intuito de arrecadar valores em dinheiro, repassados posteriormente a estas entidades, para montagem de leitos para pacientes com Covid-19 que estão sendo atendidos na UPA e para a compra de equipamentos e insumos necessários para atender os leitos com pacientes Covid-19, na Santa Casa. "Diante das dificuldades causadas pela pandemia, a ACE junto com médicos, empresários e profissionais de diversas áreas, preocupados com a situação hospitalar, realizamos a campanha. Todo o valor arrecadado foi convertido em materiais e equipamentos, que foram doados ao Departamento Municipal de Saúde, para montagem de leitos para pacientes Covid-19; ou à Santa Casa Dona Carolina Malheiros, que foram utilizados no atendimento aos pacientes internados e para compra de insumos”, explicou o gerente da ACE, Raphael de Pádua Medeiros, na ocasião em que a campanha surgiu. A Unifeob apoiou a ação, no tocante às doações para a UPA, e emprestou notebooks, roteadores, headsets e PABX virtual para a montagem de um centro de monitoramento dos pacientes com Covid-19 que estavam em isolamento em casa, além de trabalharem no desenvolvimento de software para transferência dos que necessitam de internação e do suporte técnico para utilização de tecnologias com computação em nuvem (Cloud Computing). “Essa ação de arrecadação de fundos é, sem dúvida, um dos maiores esforços de arrecadação já realizados na história da cidade, cerca de 156 mil reais. Estamos muito felizes com os resultados. É importante destacar que as doações continuam, só assim vamos passar com um pouco mais de tranquilidade esse momento. É importante citar que nós fomos procurados pela Associação Comercial de Sorocaba, que ficou sabendo da campanha, gostou da ideia e quis mais informações sobre o desenvolvimento, para poder aplicar na cidade deles”, concluiu Raphael, acrescentando que a Todos juntos contra o coronavírus foi considerada referência em outras cidades. A


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negócios

Receita Federal alerta empresários sobre pendências com o fisco Órgão lança iniciativa para ajudar empresas a cumprirem obrigações tributárias Foto: Divulgação / Receita Federal

POR ANA LAURA MORETTO

No mês passado, a Receita Federal lançou uma nova iniciativa que permite ajudar muitos empresários brasileiros a evitar problemas com o fisco. Chamado de Programa de Apoio à Conformidade Tributária (PAC/PJ), a iniciativa propõe ações com foco em orientação dos empresários, visando que corrijam eventuais irregularidades ou mesmo realizem a entrega de documentos pendentes. Antonio Baesso Junior, representante do Núcleo de Contadores mantido pela Associação Comercial, explica: “a iniciativa propõe ações para incentivar a conformidade tributária, ou seja, criar oportunidades para as empresas se adequarem à legislação, cumprindo suas obrigações espontaneamente, sem que haja a necessidade de multas pesadas ou fiscalizações”. Baesso comenta ainda que a iniciativa ajuda os empresários especialmente nesse momento de pandemia. “Eu considero muito positivo a iniciativa da Receita”. O contador Marcelo Eduardo Joaquim, igualmente membro do Núcleo de Contadores, destaca que o Governo do Estado de São Paulo sancionou, em 2018, também um programa de estímulo à conformidade tributária – chamado de Nos Conformes. “O programa estadual também privilegia a orientação e autorregularização, de forma que oferecerá instrumentos que facilitarão o cumprimento voluntário dos compromissos tributários pelos contribuintes paulistas. Porém, o programa ainda depende de uma regulamentação ampla para se tornar 100% efetivo”, esclarece Marcelo. COMO FUNCIONA No caso da iniciativa da Receita Federal, Baesso explica que “a Receita realizou cruzamentos automatizados de sua base 28

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"MALHA FINA" DE EMPRESAS

Segundo a Receita Federal, os cruzamentos de informações do Programa de Apoio à Conformidade Tributária acontecerão anualmente. O objetivo é criar uma “malha fina de pessoas jurídicas”, visando oferecer a oportunidade de regularização a fim de evitar operações de fiscalização como da foto.

de dados com informações prestadas pela própria pessoa jurídica [NF-e, escriturações do Sped] e por terceiros [DIRF, Decred, e-Financeira]. Com essas informações em mãos, ela começou a comunicar as empresas no sistema do e-CAC sobre divergências nas informações declaradas”. Com base nesses alertas, os contadores e empresas poderão resolver as pendências da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de 2020 - que se refere aos fatos geradores ocorridos no ano anterior (2019). O QUE ESTÁ SENDO ANALISADO A Receita Federal está analisando os quatro trimestres de 2019, apurando as informações relativas a notas fiscais (NFe), informações sobre movimentação de cartão de crédito (Decred), valores de receita bruta, ICMS / IPI, pagamentos declarados por terceiros e cruzando essas informações com as movimentações ban-

cárias (recursos movimentados a crédito). Marcelo complementa explicando que, caso haja dúvidas sobre essas questões e documentações, é necessário procurar o contador responsável pela empresa. “Caso sua empresa receba alguma comunicação, o ideal é que você procure o seu contador. Ele vai conseguir orientar você sobre como regularizar as questões e quais os passos são necessários nesse processo”. O QUE É ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL A Escrituração Fiscal (ECF) é uma das principais obrigações tributárias das empresas, pois é através dela que as pessoas jurídicas demonstram a apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A Escrituração Fiscal é realizada anualmente e sempre tem como base o ano anterior. A


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matéria de capa Foto: Leo Beraldo / Cromalux

Lá para os lados do DER Da estrada de tropeiros ao distrito com status de cidade, conheça a história do principal bairro da parte alta de São João da Boa Vista POR MATHEUS LIANDA

Não é raro ouvir que além do pontilhão sobre a rodovia SP-342 há outra cidade. E não se engane: o conglomerado de bairros conhecido como “parte alta” corresponde a aproximadamente 37% da população de São João da Boa Vista, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e informações do Departamento Municipal de Gestão e Planejamento Urbano. Com cerca de 34 mil residentes, a região supera diversos municípios próximos em número de habitantes, como Tambaú, Caconde ou Tapiratiba, e é uma importante área urbana com forte comércio, oferta de serviços, praças, escolas, unidades de saúde, centros de integração e zonas residenciais. Uma característica curiosa, contudo, é a alcunha atribuída ao conjunto de alguns bairros ao redor da R. Henrique 30

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Cabral de Vasconcellos, tais como Jardim São Nicolau, Vila Fleming, Chácara Rosa Dias, Jardim Vila Rica, Vila Tenente Vasconcellos, Jardim Amélia, Jardim Magalhães, Jardim Almeida e Jardim Flamboyant: a sigla DER, cujo significado é Departamento de Estradas de Rodagens. Aliás, é muito mais provável que sanjoanenses se refiram ao local desta forma do que com qualquer um dos nomes oficiais acima. Mas por que uma autarquia estadual se tornou tão emblemática? ESTRADA DE TROPEIROS A história do bairro do DER remonta aos idos de 1790 – muito antes da fundação de São João da Boa Vista, em 1824. A rua que hoje chamamos de Henrique Cabral era, na época, uma das principais estradas de tropeiros para Andradas e dava acesso aos diversos sítios do entorno. “Ela passava ao lado do cemitério e, onde

fazia a curva para descer, se afundou de tanto ser pisoteada e passarem carros de boi”, relata o historiador e professor de Arquitetura, Antonio Carlos Lorette. Algumas das principais propriedades da área no século XIX eram a Fazenda Desterro, a Aliança, a São Geraldo, mais conhecida como Graminha, e a Aparadouro. A ausência de um posto de fiscalização tornava essa via um ponto atraente para produtores rurais. “Não havia nenhum quartel em Andradas, tanto que o governo provincial teve que fazer ‘tranqueiras’, obstáculos que fechavam as estradas, para evitar a fuga do ouro de Minas Gerais”, conta o historiador. Com o tempo, os proprietários lotearam as fazendas, cujas parcelas foram vendidas como “chácaras”, termo de significado um pouco diferente do atual, pois se assemelhavam mais a sítios. Um dos compradores adquiriu as terras no


que hoje seria o extremo da rua principal do DER – justamente o homem que mais tarde lhe emprestaria o próprio nome: Henrique Cabral de Vasconcellos. E não é difícil saber a localização de sua propriedade, era onde está hoje a principal praça do DER, nomeada em homenagem à sua esposa, Isaura Teixeira. Em pouco tempo, o lugar ficaria conhecido como "Vila Seca". VILA SECA “A estrada levantava uma poeira danada ali. Essas chácaras tinham muitas pastagens e, em volta da sede, grandes pomares. Tinha muito piquete para cavalos, burros, vários cercados. Com a passagem de automóveis, a poeira impregnava o pasto”, afirma Lorette. “Também havia muitas margaridinhas amarelas. Isso dava uma tonalidade árida, ficava tudo meio claro. E então chamavam de Vila Seca, esse era o nome que se dava”. Naquele período, o comércio era realizado em vendas, farinheiras, empórios e mercearias. Os estabelecimentos se concentravam na altura da Rua 14 de Julho até o Cemitério Municipal, praticamente um dos limites da cidade. Mas, pouco a pouco, se estenderam para a Vila Seca. “O pessoal que trabalhava nas roças vinha até a porta da cidade para comprar nessas vendas autorizadas pelos fazendeiros. Tinha cereais, óleo de tonel, óleo de cozi-

nha, chapéus, rolo de fumo, bebidas; tudo que precisassem para uma boa compra de mês”, relata Lorette. “Eles botavam na conta e acertavam uma vez por ano, quando vendiam a produção de café, após a colheita”. DA RUA DO COMÉRCIO PARA A PARTE ALTA No ano de 1948, o Governo do Estado de São Paulo construiu ali, no cruzamento entre a estrada para Andradas e a rodovia para Águas da Prata e Poços de Caldas – local estratégico, portanto – um pátio de serviços para zelar pela manutenção e conservação técnica da estrada de roda-

gens. Até então, a sede da unidade de São João da Boa Vista do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), pertencente à 5ª Divisão Regional de Campinas, ficava na Rua Saldanha Marinho, 482 (foto abaixo). De fachada neorrenascentista, o prédio fora originalmente uma residência. “A Saldanha Marinho, na época de sua construção, era chamada ‘Rua do Comércio’, pois saía das proximidades do pátio da Estação Ferroviária e terminava no complexo comercial da família de açorianos Cabral de Vasconcellos, no começo da atual Rua Ademar de Barros”, explica Lorette. De acordo com o Departamento de Planejamento Urbano, ali já funcionou

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Foto: Matheus Lianda

Henrique Cabral de Vasconcellos Henrique Cabral foi prefeito e vereador em São João da Boa Vista. Segundo o historiador Rodrigo Rossi Falconi, autor do livro Logradouros de São João da Boa Vista, Henrique destacou-se por sua atuação na Câmara Municipal e foi nomeado para administrar o Executivo pelo então interventor federal de São Paulo, Adhemar Pereira de Barros, em 1938. Entre suas obras, sobressaem a reforma do jardim da Praça da Matriz, a remodelação do serviço de abastecimento de água, a conclusão do edifício inaugurado por ele para ser o Paço Municipal, contribuições para o Aero Clube e para a construção de dois seminários e do Colégio Santo André, além de trazer para São João o recinto de exposições. Em seu segundo mandato, nomeado para substituir José Amaro da Cruz, em 1947, melhorou as finanças municipais, as redes de água e esgoto e inaugurou a Casa da Criança. Após outra passagem como vereador, loteou um local a que chamou Vila Tenente Vasconcellos, em homenagem ao filho Roberto, oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), morto em 1949. Foto: Reprodução

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Foto: Matheus Lianda

PROPULSOR DO BAIRRO

No ano de 1948, o Governo do Estado de São Paulo construiu ali, no cruzamento entre a estrada para Andradas e a rodovia para Águas da Prata e Poços de Caldas – local estratégico, portanto – um pátio (que mais tarde se tornaria a sede) do Departamento de Estradas de Rodagens (DER), para zelar pela manutenção e conservação técnica da estradas.

um salão de cabeleireiro, uma loja de informática e o Centro Educacional Infantil Carrossel; atualmente, o imóvel está em processo de tombamento. Um texto do Álbum de São João da Boa Vista, de Antonio G. Backströn, publicado em 1950, informa que o departamento contava com “os seguintes funcionários: senhores Dr. Homero Vicente Mollo, engenheiro residente; Aureliano Solon, encarregado de assistência aos municípios; senhores Carlos Blengini, Paulo Barreta, José Rubens, Franco Pereira Magalhães, Manuel Cândido da Silva, funcionários; além de dois mecânicos, 15 tratoristas e 150 homens na conserva”. O SÍMBOLO DE UM BAIRRO: D. E. R. A mudança da autarquia municipal para a parte alta da cidade foi o passo decisivo para a consolidação do nome pelo qual a região ficaria conhecida. “As pessoas falavam que era o ‘bairro do DER’, porque aquele era o prédio mais importante que se tinha no local, até por ter sido construído bem antes da capela”, relata Lorette. “Para ser visto de longe, na estrada, havia as iniciais de cimento em cima – D. E. R. – senão não se conseguiria identificar da rodovia que edifício era aquele. Então se tornou uma referência; aquelas iniciais colocadas eram como uma placa”. A adequação para o novo empreendimento incluiu a construção de duas pontes. Além da sede do DER, onde ficavam os funcionários, o terreno amplo podia conter um pátio de manobras, espaço para o maquinário e sua manutenção. 32

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Além disso, a localização privilegiada permitia acesso imediato à estrada de rodagem, cujos reparos eram uma necessidade constante. “Há também o estacionamento em volta. Os funcionários faziam a fiscalização de veículos e todos os carros apreendidos ficavam ali. Lá dentro virava um verdadeiro cemitério de automóveis”, conta. Segundo o arquiteto, é um projeto de características neocoloniais, uma tendência da época. “Tem beirais largos, janelas bem avantajadas, arcos na fachada, um alpendre saliente, telhas curvas coloniais, um prédio muito bonito”. A despeito da homenagem de Henrique Cabral a seu filho Roberto, oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), ao nomear oficialmente o loteamento como Vila Tenente Vasconcellos, a presença emblemática do DER na entrada do bairro, como um monumento, estabeleceu o nome que se firmou nas décadas seguintes e hoje está presente em placas de sinalização, notícias de jornais e documentos oficiais por todo o município de São João da Boa Vista e região. PRIMÓRDIOS Com a vinda do DER, outros loteamentos começaram a surgir, e as chácaras gradualmente perderam território. Mesmo assim, a área ainda estava extremamente vinculada à via principal. “É um processo meio tímido, que se arrasta pelos anos 50, mas se mantém à beira da estrada”, relata Lorette. Em 1952, uma ilustre habitante chega ao bairro, vinda do Sítio Landiva, de Espírito Santo de Pinhal: Alcina Lan-

diva, atualmente a moradora mais antiga do DER, com 92 anos de idade. Desbravadora e muito bem quista por toda a comunidade, Alcina foi, ao lado do esposo Armando, proprietária de uma venda e mais tarde, por volta de 1962, de um empório. Este estabelecimento se tornaria o Supermercado Landiva, onde hoje está a Loja Evolução. “Era tudo mato aqui. A água chegava às sete da noite em torneiras nas esquinas e ficava até às cinco da manhã. Meu marido e eu carregávamos os baldes nas mãos para encher a caixa”, recorda. “Quando me mudei, meu filho tinha sete meses; hoje ele tem 70 anos”. Um retrato da época é pintado por Fernanda Goulardins em uma reportagem para o extinto jornal Correio Sanjoanense, de fevereiro de 2007. “Havia no local algumas casas pequenas e antigas, mais a casa grande, a escola, o carvoeiro e a chamada sede – um barracão onde as pessoas se reuniam, tudo isso na fazenda de Henrique”. Com o crescimento e estruturação da comunidade, não demorou a surgir a demanda por uma igreja. SENHOR BOM JESUS Intimamente ligada à existência do templo católico, Alcina teve papel fundamental na arrecadação de material para sua construção. “Meu marido e alguns amigos se organizaram, queriam uma capela para São Judas Tadeu, mas não tinham um terreno. Eu conversei com a Dona Rosa Dias, que me considerava como uma filha, e a convenci a doar”. Devota que era, a proprietária colocou apenas uma condição: “Ela disse que só doaria se fosse para o Senhor Bom Jesus”. Alcina e Armando trabalharam diretamente na obra e, com suas boas relações, ela não teve dificuldade em


Fotos: Matheus Lianda/ Arquivo de família

PRIMEIRA EMPRESA

conseguir a colaboração dos vizinhos. “Eu tinha amizade com todo mundo. Em menos de um mês, o Senhor Bom Jesus ganhou areia, tijolos e ferro”. Em um de seus relatos, conta que ao pedir pedras para um freguês do seu empório, rezou enquanto esperava a resposta. No dia seguinte, recebeu tanto material que foi suficiente para erguer o barracão ao lado da igreja. “Eu lembro da planta, o terreno foi doado pela Família Dias, metade de uma quadra. Era bem moderna e tinha o mesmo padrão da capela do bairro do Pedregulho e da de São Roque da Fartura”, relembra Lorette. “Hoje ela está reformada e mudaram bastantes coisas, mas originalmente tinha o formato de mãos postas em oração, fazia uma grande ogiva”. DIVERSÃO As tradicionais festas juninas do DER foram organizadas por Alcina e sua família ao longo de 48 anos. Com direito a comidas e bebidas típicas, música ao vivo, muitos enfeites e terços para São Pedro, Santo Antônio e São João, as comemorações eram realizadas na rua, fechada com autorização da prefeitura. “Quanta gente! Vinham de todas as cidades. Até os

prefeitos da época e os guardas rodoviários rezavam o terço”, recorda a moradora. Nascida e criada no bairro, a comerciante Leonice Domingos, proprietária da loja Conversão Modas, vive a história do lugar há mais de cinco décadas. Ela descreve em detalhes como eram as comemorações no barracão da atual Paróquia Senhor Bom Jesus. “Aconteciam várias festas em que os vizinhos se reuniam. Muitos moradores e comerciantes da época arrecadavam prendas para a construção e reforma da igreja”, relata. “As garçonetes vestiam saia xadrez, blusa branca e gravatinha, ficavam lindas. E também tinha os famosos correios elegantes”. Fátima e Mário Fioretti, ex-proprietários do antigo Mercado Fioretti e residentes no DER há 43 e 51 anos respecti-

Em 1952, Alcina Landiva (foto ao lado) e seu marido, Armando, montam um armazém de 'secos e molhados', que com o tempo se transformaria no Supermercado Landiva. Atualmente, Alcina é a moradora mais antiga do DER, com 92 anos de idade. Ela foi homenageada com o título de Cidadã Sanjoanense pela Câmara Municipal.

vamente, lembram que os terrenos baldios às margens da Henrique Cabral eram usados por circos e parques itinerantes. “Aquilo era a maior diversão para a gente e trazia muito movimento à noite”, afirma Fátima. “A gente ia em quase todos, foi um dos momentos muito bons aqui do DER, eram bem animados e ficavam lotadinhos. Coisa boa, que traz tanta alegria, e hoje não tem muito mais”. A POEIRA DA ESTRADA Mas nem tudo eram flores. A rotina pela busca de água era exaustiva, mesmo

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FESTAS DA IGREJA

Nascida e criada no bairro, a comerciante Leonice Domingos, vive a história do lugar há mais de cinco décadas. “Aconteciam várias festas em que os vizinhos se reuniam. Muitos moradores e comerciantes da época arrecadavam prendas para a construção e reforma da igreja”, relata.

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Fotos: Matheus Lianda

LEMBRANÇAS

Fátima e Mário Fioretti, ex-proprietários do antigo Mercado Fioretti e residentes no DER há 43 e 51 anos respectivamente, lembram que os terrenos baldios às margens da Henrique Cabral eram usados por circos e parques itinerantes. “Aquilo era a maior diversão para a gente e trazia muito movimento à noite”, afirma Fátima.

após a remodelação no serviço de abastecimento implementada por Henrique Cabral, quando prefeito. “Íamos de caminhonete numa mina em um pontilhão perto da rodoviária para lavar as louças do almoço e trazer água para as da janta”, conta Fátima. No caso das roupas, o percurso era maior. “Eu ia para a roça, na casa da minha mãe, no bairro do Macuco. Às vezes, a gente buscava água na mina até para beber, porque não tinha, faltava muito”. Antes de vir para o DER, Mário vivia na Fazenda Graminha, propriedade de José Procópio do Amaral. Com o começo do desenvolvimento do bairro, aproveitou o mercado aquecido para trabalhar na construção civil e, em 1970, se mudou para o local onde atualmente está a Farmácia do Rovilson. Depois de 14 anos, ele e Fátima assumiram a antiga Mercearia Malaquias, a qual rebatizaram como Mercearia Fioretti, que

posteriormente se tornou o mercado. A partir de 1997, trabalharam duas décadas com transporte escolar e universitário. Para eles, a ausência de serviços e a distância da parte central de São João eram os maiores problemas. “O trânsito na avenida começou a ficar agitado e os bancos ficaram longe. Também não havia casas lotéricas, você tinha que ir ao Centro para fazer tudo”, relembra Mário. “O asfalto na Henrique Cabral vinha até o Empório Landiva, e as travessas nem asfaltadas eram. Se chovia, fazia buraco; se fazia sol, dava poeira”. As influências de Leonice para trabalhar no comércio estavam dentro de casa;

seu pai foi proprietário de um empório e sua mãe de uma loja de itens variados, a qual administrou por 54 anos, ambos no DER. “Fomos criados neste bairro, é onde meus pais conseguiram ter a casa própria e trabalho para sustentar uma família de sete filhos”, declara. Por outro lado, ela não esquece os desafios dos velhos tempos, como a ausência de saneamento básico. “Não havia rede de esgoto, as casas tinham fossa, tudo era precário. E foram os primeiros comerciantes que acreditaram que poderiam fazer a diferença e tornar o bairro próspero”. Outra questão era o serviço de ônibus circulares, não somente por não cobrirem toda a extensão do bairro, mas pelo último ponto ser exatamente na esquina onde moravam Mario e Fátima, que recorda com divertimento da época. “Como a mureta da área da minha casa era bem na rua e não tinha nada fechado, as pessoas sentavam ali para esperar. Quantas vezes eu saí e vi aquela turma toda sentada. Não tinha como varrer, eu ficava uma onça, tinha que aproveitar os intervalos da circular para poder limpar a frente da minha casa”. E se você não morasse no Centro ou fosse sócio de clubes como Palmeiras ou a Sociedade Esportiva Sanjoanense, encontrar um lugar para jogar futebol não era lá tão simples. “A gente tinha o campo de Santa Rosa, em frente ao Bar do Tibúrcio, perto do Sempre Vale. Mas ele era inclinado, ia morro abaixo. A gente jogava bola

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ali, mas ela corria sozinha”, conta Mário, rindo. “Não tinha CSU, não tinha piscina, campo de futebol. Essas benfeitorias ajudaram muito”. E de acordo com Leonice, este campo foi transferido depois de alguns anos para um terreno doado pela família Cabral, proprietários da Fazenda Areias, atual Vila Rica, e sediou vários torneios de futebol. PROGRESSO O DER tem hoje cerca de 10 mil habitantes. Nas áreas de Educação e Saúde, os equipamentos públicos instalados no local, de acordo com informações da Prefeitura de São João, incluem as Escolas Municipais de Educação Básica (EMEBs) Miguel Jorge Nicolau, Dr. José Procópio do Amaral e Prof. Maria Angelina Severino; a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau (EEPSG) Prof. Francisco Dias Paschoal; a Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Alexis Hakim; o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) Enf. Carmem L. Paione; e o Serviço de Atendimento Especializado (SAE). Leonice enfatiza algumas das várias qualidades da região. “Acho que o bairro é seguro e um ótimo centro comercial. Até tenho saudades de antigamente: como era mais calmo, podíamos brincar na rua e estar sempre nas casas dos vizinhos. Mas agora está bom também, pois tem crescido cada vez mais e várias pessoas estão podendo abrir seus negócios no DER”, pondera a comerciante. “Isso traz mais progresso, empregos e facilita a vida dos moradores, que não precisam mais se deslocar para o centro da cidade”. “É uma região muito gostosa para se morar”, garante Fátima. “Temos tudo: dentista, açougue, padaria, loja de roupas, calçados, supermercado, mercearia. Eu sempre gostei desse bairro. Se eu vendesse minha casa, compraria outra aqui, não penso em sair do DER”. Para Mário, o progresso é mais que bem-vindo, como a nova iluminação de LED. “Melhorou bastante com essas lâmpadas, a colocação já está quase concluída. A condição das ruas também está muito boa, assim como a limpeza”. “Não tem nem comparação. Aqui era muito difícil, tinha muito pouca gente. Hoje não, é como uma cidade. Ainda falta uma delegacia; no mais, já temos tudo”, assegura Alcina. Para ela, somente a Av. Rodrigues Alves, onde estão instala35

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dos o Centro de Integração Comunitária (CIC), no bairro Santo André, e o Tiro de Guerra 02-072, no Rosário, seria mais movimentada que a Henrique Cabral de Vasconcellos. "Mas em dia de semana, aqui chega a ter de 50 a 60 carros na mesma hora”. E por falar em trânsito, os ônibus circulares, que antes não percorriam o DER por completo, agora estão presentes em toda a parte alta da cidade. “Isso faz a gente ver como cresceu. Agora vão até os bairros Tulipas, Resedás, Ipê, toda a extensão”, diz Fátima. Apesar do reconhecimento pelos diversos avanços, porém, a comunidade do DER ainda carece de atendimento em questões importantes e reivindica melhorias como: a construção de mais áreas de integração para diferentes públicos; atenção à constância da poda de árvores, especialmente na Praça Isaura Teixeira e mais dias de varrição. FUTURO E PRESERVAÇÃO Com tanta história e moradores apaixonados pelo lugar, não é difícil perceber que o futuro do DER e da parte alta como um todo é promissor. Embora a infraestrutura tenha sido aprimorada exponencialmente ao longo das décadas, sempre há espaço para melhoras. Algumas obras programadas para a região pelo Departamento de Planejamento são a reforma dos espaços de lazer do Parque dos Re-

sedás, construção de uma creche e quadra, além da ampliação da unidade de saúde do Jardim das Azaleias. Pois é... As fazendas em volta daquela velha estrada de tropeiros se tornaram sítios, casas, e comércios. A comunidade em formação ganhou um símbolo na entrada do bairro, a primeira capela e muito desenvolvimento desde então. O bairro, que ficava além dos limites da cidade nos anos 50, hoje está longe de ser a última parada de quem transita pela Henrique Cabral de Vasconcellos. “Inclusive, é uma rua importantíssima para abastecer os conjuntos habitacionais da região, como Ipê e Resedás. É um centro comercial para toda a população, que é muito grande; quase metade da cidade está do outro lado da rodovia”, recapitula Lorette. “Meu avô Zequinha Rodrigues sempre dizia, lá pelos anos 40, que um dia esse lado viraria ‘cidade’. E isso realmente aconteceu – e com uma certa velocidade”. O historiador aproveita para apresentar aos sanjoanenses a proposta de preservar o prédio do DER e ressignificá-lo como centro de integração da comunidade. “Eu gostaria de reivindicar aquilo como espaço público do município. Há muito espaço para aulas culturais, um museu do bairro, festas, reuniões. Seria um jeito de toda a cidade poder aproveitar este símbolo maior do DER”. A REVISTA ATUA | AGOSTO DE 2021

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em meio à realidade Nesta edição, a fotógrafa e artista digital Lara Aline Merlin – conhecida no campo da fotografia artística como “Kemp von Sellessen”- optou por apresentar seu impecável trabalho em ensaios infantis. Segundo ela, fotografar crianças é um empenho extremamente difícil, meticuloso e desafiador. Requer toda uma preparação que deve ser efetuada antecipadamente, onde a criança se familiariza com o tema, a história e o propósito do ensaio. Durante o tempo em que as fotos são realizadas, deve haver um processo de total interação entre a criança, o vestuário e o cenário, o que acontece naturalmente em seus ensaios infantis graças à sua boa performance, adquirida em cursos com fotógrafos renomados mundialmente, especialistas em fotografar crianças. Aliás; algo curioso e de certa forma um tanto inco-

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mum na área da fotografia é a indubitável versatilidade de Lara, que se aventura a explorar temas adversos, desde um valente guerreiro viking num destrutivo cenário de guerra até uma criança esbanjando pureza, inocência e inventividade numa cena bucólica dentro de um contexto de fantasia e contos de fadas. A fotógrafa relata que dentre as temáticas infantis já realizadas, a que ela mais se identifica é a realeza medieval, especificamente porque esta escolha exige uma diversidade muito grande de detalhes nos adornos, nos artefatos e nos cenários. Como perfeccionista, detalhista e absolutamente exigente que é, ela se regozija em enriquecer meticulosamente ainda mais cada ornamento que compõe sua produção, o que vem a custar-lhe em média de 6 a 8 horas na execução de cada foto. Confira, nas próximas páginas, alguns de seus ensaios infantis já realizados.

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Na foto ao lado, - a qual parece se diferenciar das outras produções da fotógrafa pela carência de acessórios e elementos cenográficos -, aos olhos de um leigo pode parecer um trabalho trivial, onde num click certeiro foi registrado o gracioso entrosamento de uma criança com seu animal de estimação. Ledo engano! Na verdade, esse foi um ensaio em que a criança, um modelo infantil de origem russa, estava com muito medo do animal, o que exigiu que fossem feitas inúmeras e sucessivas fotos de cada um deles separadamente, as quais, no posterior momento da edição foram criteriosamente sobrepostas forjando uma natural interação que, no mínimo, tornou o trabalho curioso, sofisticado, inovador e intrinsecamente estratégico. Para conhecer mais sobre o trabalho da artista sanjoanense Lara Aline Merlin. acesse:

www.kempvonsellessen.com @kempvonsellessen

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empreendedorismo

Octa Soluções Uma empresa que começou do zero e vem conquistando cada dia mais seu espaço Prestes a completar 1 ano, a start-up especialista em soluções para Gestão de TI e Software, não para de crescer, mostrando-se uma empresa forte, estruturada por processos exclusivos com foco na excelência e inovação na área de Tecnologia da Informação e Segurança de Dados. Que tal conhecer um pouco mais sobre esta jovem empresa Sanjoanense que, certamente, tem um futuro promissor para a nossa região? O INÍCIO A Octa Soluções foi fundada em agosto de 2020, mas sua história começou bem antes, como nos contou um dos sócios-proprietários, Diego Secco (35). “Bom, a história da Octa, começa, na verdade, muitos anos atrás, no início dos meus estudos, onde nasceu minha paixão pela área da informática, em meados de 2002. Então eu e um grande amigo, 'criamos' uma empresa. Tínhamos os planos, o que fazer, como fazer, mas nunca saiu do papel. O tempo passou, vieram faculdade, cursos, empregos, mas aquela vontade de ter meu próprio negócio, nunca foi esquecida. Em 2009/2010 entrei para meu último emprego formal, um grande escritório de advocacia, onde fiquei responsável por montar,

gerenciar e treinar a equipe de TI. Lá eu geria uma equipe enxuta, composta por 5 integrantes, uma infraestrutura bem feita que permanece até hoje. E, na época suportava 249 pessoas, divididas em 6 cidades. Fiquei aproximadamente 10 anos nesta empresa, e decidi que era hora de empreender e fazer o que eu gosto.” UM EMPREENDEDOR NUNCA PERDE UMA GRANDE OPORTUNIDADE Então, em 2020, o destino colocou dois outros empreendedores em seu caminho que, apesar de jovens, já eram experientes, são eles: Laerte Lelis (34) e João Gabriel Fornazieiro (35). “O Laerte e o João são pessoas boas, que me ajudam nessa caminhada. Nos planejamos e hoje a Octa está prestes a completar seu primeiro ano de vida e muito, mas muito trabalho. Montamos uma estrutura enxuta, mas que nos permite, em tempo real, acompanhar e monitorar todos os nossos clientes”, diz Diego. “O Diego chegou, conversamos e na hora eu percebi que era uma pessoa incrível, confiável, íntegra, com muito conhecimento na área e, acima de tudo, nos passava toda a paixão dele pela área de TI só no falar. Uma coisa incrível. Então eu e o Laerte conversamos, alinhamos com ele e deu certo”, diz João. CRIADA PARA INOVAR “Quando nos reunimos para estruturar a Octa Soluções a nossa premissa era buscar um diferencial que nos separasse das demais empresas que prestam este tipo de serviço, então partimos em busca do Plus que faria com que ela se destacasse no mercado. Ao analisar o histórico de chamados de suporte de outros negócios, percebemos uma falha no padrão de atendimento, onde os problemas não eram sanados em sua raiz, mas, sim, de forma paliativa, tornando-os num potencial chamado recorrente. Foi neste momento que percebemos que esta não seria somente a nossa dor, mas a dor de vários outros empresários, gestores, colaboradores e foi nisto que focamos, aliando tecnologia, soluções customizadas e supor-

SOLUÇÕES

A Octa Soluções é uma start-up que entrou no mercado para inovar, crescer e agregar valor aos negócios de cada parceiro e cliente. Temos como premissa a gestão enxuta, atendendo às necessidades dos clientes em 360°, desta forma a empresa cuida da tecnologia e o cliente ganha tempo para se dedicar aos negócios. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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INFORME PUBLICITÁRIO Foto: Leo Beraldo / Cromalux

PARCERIA DE SUCESSO

Com o apoio da Hellomark, a Octa Soluções estruturou sua operação e seu plano de negócios. Na foto, João Gabriel Fornazieiro (Hellomark), Diego Secco (Octa) e Laerte Lelis (Hellomark).

te às ações preventivas e automatizadas, para que o TI dos nossos clientes funcione, garantindo a melhor experiência para seu time, assim eles ficam satisfeitos com a prestação do serviço e nós conseguimos fidelizá-los, um Ganha-Ganha” diz Laerte. SERVIÇOS Além da excelência na prestação de suporte técnico como você viu anteriormente, a Octa Soluções oferece uma ampla gama de serviços e soluções, como a Terceirização de TI (Outsourcing); Consultoria de TI; Consultoria e Implementação de Infraestrutura; Segurança da Informação; Cloud e Gestão de Licenças. “A possibilidade de terceirizar a gestão em 360° é um outro diferencial que a Octa Soluções oferece devido à ampla variedade de Soluções Customizadas e Serviços, desta forma nossos clientes conseguem centralizar toda a prestação de serviços em um só lugar, isto facilita o controle e reduz custos de contratação de pessoal”, diz Diego.

D2B Neste primeiro ano a Octa Soluções também firmou uma grande parceria com a empresa Duo TI, desenvolvedora do Software D2B, tornando-se sua representante exclusiva em todo o território nacional. “Esta parceria veio por meio do Diego, que conhece os proprietários da Duo TI, os responsáveis pelo desenvolvimento deste, que é um dos mais completos softwares de Gestão disponíveis no mercado para os segmentos de Gestão Empresarial; Gestão Agrícola e Gestão Educacional, angariando grandes clientes, principalmente no segmento agrícola, como a Luma Implementos Agrícolas e JCN – Josué Corso Netto”, diz Laerte. “O diferencial deste software é

sua versatilidade, é isto que garante sua ascensão, pois o moldamos de acordo com a necessidade de cada cliente, de maneira que as peculiaridades de cada negócio sejam preservadas dentro do software de gestão, garantindo a funcionalidade dos diferenciais, maximizando assim os controles e, consequentemente, os resultados”, informa Diego. SE ESTRUTURANDO HOJE, MAS DE OLHO NO FUTURO “De uma forma global, estamos nos estruturando para que no futuro, com o crescimento da necessidade do TI nas empresas, e na vida das pessoas como um todo, a Octa Soluções esteja bem-posicionada no mercado, pela qualidade e honestidade do nosso trabalho. Sabemos do nosso potencial, e, aliados agora com a computação em Nuvem, que não é o futuro, já está aí, pretendemos cada vez mais ajudar as pessoas e empresas a solucionar ou evitar os problemas”, finaliza Diego. Em sua carteira de clientes a Octa Soluções conta com empresas renomadas em nossa cidade, como a Hurmez, Energy Source, Allpan, SuperVitória, Dacota, Tekinfin, entre outras.

SOFTWARE VERSÁTIL

Diego Secco explica que o principal diferencial do software D2B é sua versatilidade. "É isto que garante sua ascensão, pois o moldamos de acordo com a necessidade de cada cliente, de maneira que as peculiaridades de cada negócio sejam preservadas", detalha.

Foto: Divulgação / Octa Soluções

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meio ambiente

Socorrendo a vida selvagem Superando desafios, a Associação Amigos Animais Silvestres já atendeu mais de 1.800 exemplares da fauna local. ONG busca por mais voluntários e precisa do apoio da comunidade Foto: Leo Beraldo / Cromalux

POR BRUNO MANSON

Com 11 anos de fundação, a Associação Amigos Animais Silvestres (AAAS) tem atuado de forma expressiva em São João da Boa Vista e região, realizando o trabalho de reintegração de vários exemplares da fauna local nos seus habitats naturais. A Organização Não Governamental (ONG) é sem fins lucrativos e surgiu a partir de uma preocupação com a falta de uma instituição voltada exclusivamente para o atendimento de animais silvestres. Diante deste problema, o veterinário Roberto Hoffmann, ex-diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), agendou uma reunião, na época, com a veterinária Beatriz Mansur e com o administrador e contador Carlos Alberto Lavis. A partir desse encontro foi decidido criar uma entidade voltada para o 46

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cuidado da fauna local, surgindo assim a Associação Amigos Animais Silvestres. Fundada em 12 de agosto de 2010, a ONG teve muitos desafios no começo, como conseguir um local para abrigar os animais machucados ou apreendidos, o numerário para compra de alimentos e remédios, além da necessidade de voluntários nas áreas de Biologia e Medicina Veterinária. Paralelo a isso, a instituição ainda teve que resolver alguns entraves burocráticos, o que possibilitou ser declarada Utilidade Pública, bem como firmar convênio com a Unifeob e participar do CONDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente). O TRABALHO Presidida por Carlos Alberto Lavis, a AAAS tem como membros voluntários o veterinário Sérgio Laan Rocha, os biólogos Aline Pereira Gonçalves e Igor

Benevides, além de Flávia Bonaretto Miguel na área de Relações Públicas. A entidade presta atendimento aos animais machucados ou apreendidos que são recolhidos por órgãos – como a Polícia Militar Ambiental, o Corpo de Bombeiros e o Centro de Zoonose – ou mesmo por particulares. As espécies encaminhadas à associação são examinadas por Sérgio. Se estão saudáveis e não se encontram apreendidos , faz-se a soltura em locais apropriados como matas e lagos. Já no caso de exemplares que apresentam problemas físicos e precisam ser cuidados, são ministrados remédios ou até realizadas cirurgias, caso seja necessário. Desta forma, a soltura ocorre assim que estes animais estiverem aptos. “Se for ave ou pássaro pequeno, após verificação, nós os deixamos em um recinto, onde aprendem a voar. Depois de

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corresponde a uma média de 14 atendimentos por mês, totalizando 168 ao ano. Foram 1.251 aves (o equivalente a 69% dos casos), 427 mamíferos (24%) e 126 répteis (7%) amparados pela ONG ao longo desses anos. De acordo com Flávia, entre os exemplares socorridos com maior frequência estão maritacas, gambás e jabutis. “Atualmente estão sob nosso poder e sendo cuidados onze papagaios, um falcão-de-coleira, um trinca-ferro, um corrupião, um galo-da-campina, uma coruja suindara, dois tucanos-toco, três jandaias mineiras, uma tiriba, uma maritaca azulada, duas pombas-de-bando, vinte maritacas comuns e nove jabutis”. constatarmos que estão aptos, faz-se a soltura. Com os filhotes, nós os alimentamos no bico e os colocamos em incubadora. Se são animais apreendidos, ficamos com a guarda até que a Polícia Ambiental os encaminhe para outro local adequado. Quando há óbitos, os exemplares são encaminhados para a Unifeob e servirá de estudos para os alunos”, explica Flávia. ANIMAIS SOCORRIDOS Conforme levantamento feito em maio, a associação socorreu 1.804 animais, o que

ATÉ GALO DE BRIGA Em meio a tantos casos atendidos, a instituição já chegou a ser designada para cuidar de 50 galos índios treinados para brigar. As aves foram apreendidas pela Polícia Militar Ambiental e ficaram sob os cuidados da ONG até que se alocasse um local adequado. “Eles não podiam ficar juntos, pois brigavam. Colocávamos água e comida e eles derrubavam. Além de tudo, não eram silvestres. Tínhamos de ficar 24 horas tomando conta dos animais”, recorda Flávia. “Foi um alívio

para nós quando a Ambiental conseguiu realocar esses animais. Com isso voltamos a cuidar de espécies que realmente eram nosso escopo”, completa. EM BUSCA DE AJUDA A Associação Amigos Animais Silvestres tem convênio com o Poder Judiciário. Esta medida possibilita que apenados possam cumprir a prestação de serviços na ONG, a qual recebe também um numerário. No entanto, devido à pandemia, este serviço precisou ser interrompido e os voluntários da instituição têm se mobilizado. “Estamos realizando rifas para conseguir recursos para o cuidado e alimentação desses animais. E muitas vezes colocamos nosso próprio dinheiro”, revela Flávia. Além disso, a AAAS busca a ajuda da comunidade para superar as dificuldades que enfrenta. “Gostaríamos que mais veterinários se tornassem voluntários e estamos tentando conseguir um local próprio, com infraestrutura adequada para receber e cuidar desses animais, bem como construir mais viveiros, um laboratório e recepção para que consigamos ser transformados em Centro de Triagem de Animais Silvestres”, cita a relações públicas. Quem quiser colaborar ou atuar como voluntário, basta entrar em contato com a ONG por meio da página ‘Associação Amigos Animais Silvestres’ no Facebook ou falar diretamente com a Flávia pelo telefone (19) 99306-0680 ou pelo e-mail flavinhaabmiguel@gmail.com. A

ASSOCIAÇÃO AMIGOS ANIMAIS SILVESTRES

A entidade presta atendimento aos animais machucados ou apreendidos que são recolhidos por órgãos – como a Polícia Militar Ambiental, o Corpo de Bombeiros e o Centro de Zoonoses – ou mesmo por particulares. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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sociedade

Mulheres de (grande) Coração Voluntárias se unem em projeto para acolher vítimas de violência doméstica POR GABRIELA ULIANA

Após 100 anos de luta por seus direitos, as mulheres brasileiras alcançaram vitórias: direito ao voto e à educação, participação política e ampliação do campo de trabalho, mas ainda a batalha é árdua contra a violência que prevalece em muitos lares brasileiros. A omissão da sociedade ainda é sentida em frases como “com certeza, ela sabe por que apanhou”, “com certeza, ela provocou”, “em briga de marido e mulher, não se mete a colher” e dessa forma, o Brasil ocupa o vergonhoso 5º lugar no ranking mundial de feminicídio (assassinato de mulheres por motivo de gênero), segundo dados de 2020, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O feminicídio é o ato extremo que começa na violência doméstica. Nosso país fica atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia. Com o argumento da “legítima defesa da honra”, homens violentos eram

absolvidos dos maus tratos infligidos às mulheres e após anos de luta do movimento feminista que, desde os anos 70, já denunciava as violências sofridas por mulheres, a Lei Maria da Penha foi sancionada em 2006 e considera crime a violência doméstica e familiar contra a mulher, caracterizada em seu Artigo 5° como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. EFETIVIDADE DA LEI Mas a distância entre a Lei e o efetivo cumprimento dela, ainda é grande. Ainda hoje, existem muitas divergências nas estatísticas de violência contra a mulher. São muitos casos subnotificados e ainda mais casos nunca denunciados. Em levantamento da ONG Superação de Combate à Violência Doméstica, de São João da Boa Vista, dados de 2017 mostravam que na cidade acontecia pelo menos um caso de violência contra a mulher por dia.

No Brasil, durante a pandemia, estes casos de violência dobraram, de acordo com dados do Projeto Justiceiras, criado no ano passado pela promotora de justiça Gabriela Manssur. Mais de 50% dos casos são cometidos dentro de casa, pelos maridos e companheiros. Uma pesquisa de junho de 2021, do Datafolha, mostra que, ao contrário do que se imaginava no início do isolamento social, a maior causa desse aumento, não é o maior convívio com o agressor, mas a perda de emprego e renda. Com o aumento do desemprego no país, 25% das mulheres da pesquisa que sofreram agressões relatam que a impossibilidade de garantir o próprio sustento foi o que ocasionou a violência, enquanto 22% delas afirmam que a maior convivência com o agressor foi o grande fator. Diante desse cenário de violência, tristeza e injustiça, a ONG Cara Limpinha, de São João da Boa Vista, desenvolveu o projeto Mulheres de Coração, para dar amparo e acolhimento àquelas que se encontram nesta situação. De acordo com uma das fundadoras, Cristina Cornélio, o projeto era um sonho antigo com dificuldade para se concretizar, até que, junto com a iniciativa privada, o sonho ganhou vida neste ano, em uma campanha do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08 de março. Já bastante avançado, o Mulheres de Coração conta com advogadas, assis- >

DADOS ALARMANTES

O Brasil ocupa o vergonhoso 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo dados de 2020, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O feminicídio é o ato extremo que começa na violência doméstica. Nosso país fica atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.

Foto: Cris Faga / Getty Images

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tentes sociais, psicólogas, todas voluntárias, que garantem o apoio necessário às mulheres vítimas de violência. E o projeto pretende ampliar suas atividades, de acordo com Cristina, o próximo passo é trazer para a região a Casa da Mulher Brasileira, que já existe em São Paulo e em Ceilândia, para abrigar as vítimas. “Nós estamos conversando com a secretaria do Ministério da Cidadania, para conseguir uma reunião e formalizar o pedido da Casa da Mulher Brasileira. Será uma estrutura grande para abrigar essas mulheres”, explica Cristina. Sílvia Pereira (nome alterado por segurança) teve sua vida transformada com o apoio do projeto. Conta que passou por dois casamentos nos quais foi vítima de abusos, violência física, psicológica, dano moral entre diversas agressões e humilhações, chegou a ser vendida por seu marido a outros homens. Mãe, Silvia relata que sofreu agressões físicas em todas as gestações, e diversas vezes, seus filhos assistiam aos episódios de violência e, mesmo pequenos, tentavam protegê-la. APOIO MULTIDISCIPLINAR Por passar por tudo isso, Silvia chegou a recorrer a remédios por conta própria para tentar anestesiar o sofrimento. “Sofri todos os tipos de violência, me vi à beira da morte por tomar tantos antidepressivos, hoje não tomo mais, graças ao Mulheres de Coração. Cheguei a tentar suicídio, mas fui acudida pelo meu irmão”. O agressor de Silvia foi preso, na ocasião, e só depois de muita terapia ela conseguiu se desprender dele. Sílvia conheceu o grupo por meio da própria Cristina Cornélio, que realiza diversos outros trabalhos sociais, principalmente, nos bairros periféricos da cidade. Decidiu procurar uma psicóloga voluntária do projeto no momento em que viu o ex-marido na porta de sua casa novamente. Imediatamente acolhida no grupo, a advogada logo deu entrada em uma medida protetiva, na tentativa de assegurar a segurança de Silvia e seus filhos. “Eu e mais mulheres nos sentimos protegidas. Elas levantam nossa autoestima e nos entregam novamente à sociedade. Muitas vezes o sofrimento é solitário, sofremos caladas, mas nesse grupo sentimos confiança de chamar alguém, porque 52

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Só 1 em cada 3 casos de violência contra a mulher é solucionado no Brasil Em 2019, 1.326 mulheres foram mortas, segundo o Atlas da Violência 2020. As mulheres negras representam 67% desse total. A desigualdade reflete-se ainda no aumento dos casos. Entre 2008 e 2018, a taxa de homicídio de mulheres não negras caiu 11,7%. No entanto, entre as mulheres negras houve aumento de 12,4%. Vale dizer que 1/3 dos estados brasileiros não informa o perfil racial de suas vítimas de feminicídio e esses números se referem aos dados completos. O Dossiê sobre Assassinatos e Violência da ANTRA (Associação Nacional de Transexuais e Travestis) em 2020 corrobora essa análise. 75 mulheres trans e travestis foram assassinadas em 2020. Não há registro de homicídio de homens trans e o Estado não publica dados oficiais. Já segundo o Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, por meio do Portal de Monitoramento da Política de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, a taxa de congestionamento dos tribunais está em 63%, ou seja, apenas 37% dos casos de violência contra a mulher são solucionados no país. De acordo com o portal, o país tem 122 varas exclusivas de violência doméstica contra a mulher, com a atuação de 1625 servidores de diferentes áreas de apoio (assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, etc). Há ainda o registro de 72 setores psicossociais exclusivos, 259 não exclusivos e 226 salas de atendimento privativas. Foto: Cris Faga / Getty Images

também é totalmente sigiloso. Hoje sou forte”, conta Silvia. Mesmo com as estatísticas deficientes em números oficiais, a violência doméstica é um problema explícito na sociedade. Grupos como o Mulheres de Coração chegam para ajudar com os trâmites legais, tratamento psicológico e de-

volvem a vida para muitas mulheres. Para realizar uma denúncia de violência contra a mulher é só discar 180, número direto para a Central de Atendimento à Mulher, que acolhe e encaminha as denúncias para os órgãos competentes. Com tantos casos de feminicídio e violência contra a mulher, o melhor é meter a colher, sim. A


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saúde e beleza

INFORME PUBLICITÁRIO

Drenagem linfática, ainda é a melhor técnica no pós-operatório? Uma visão atualizada da fisioterapia especializada Há anos a drenagem linfática manual (DLM) é recomendada por profissionais como um poderoso recurso de tratamento no pós-operatório, principalmente de cirurgia plástica, podendo ser ou não, combinada com a utilização de equipamentos. A DLM é uma técnica de terapia manual com o objetivo principal de diminuir o edema e promover o bem-estar. A técnica não gera dor, não previne e não trata fibroses e aderências. Após o procedimento cirúrgico temos como resposta uma alteração tecidual e funcional. Assim, não é viável pensar somente no edema; é preciso reabilitar o paciente como um todo, favorecendo a prevenção de fibrose e aderências e o retorno à funcionalidade. Por isso, o pós-operatório deve ser conduzido por um fisioterapeuta especializado. A atuação da fisioterapia especializada em cirurgias plásticas oferece acompanhamento no pré, intra e pós operatório. No pré-operatório é realizada uma avaliação detalhada da região a ser operada e da funcionalidade do paciente. São fornecidas ao paciente informações e esclarecidas as dúvidas sobre os procedimentos fisioterapêuticos e realizados testes de materiais (como o Tape Mecânico Compressivo) e quando necessário a intervenção com alguns atendimentos específicos. O intra-operatório (dentro do centro cirúrgico), preconiza controlar o processo inflamatório imediato com o uso da fotobiomodulação,

tape mecânico compressivo e auxiliar a equipe quanto aos posicionamentos necessários do paciente. Assim que o cirurgião termina seu trabalho, o fisioterapeuta inicia a aplicação do tape mecânico compressivo com objetivo de controlar o edema, prevenir hematomas, seromas, auxiliar o tratamento de fibroses e reduzir as equimoses. A cinesioterapia, quando bem orientada é iniciada precocemente e promove excelentes resultados na otimização do pós-operatório. Os princípios que norteiam o tratamento no pós-operatório são: a avaliação, o raciocínio clínico e a expertise do profissional. Também são utilizadas técnicas como: a terapia manual ortopédica, cinesioterapia, compressões corretas e orientadas, intervalos entre atendimentos e respeito à individualidade da cicatrização, sempre priorizando a menor quantidade de atendimentos para restabelecer a integridade do paciente. Este trabalho é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e se estende para outros procedimentos cirúrgicos, pois a reabilitação tecidual dentro das cirurgias é fundamental. A Fisioterapia Especializada em cirurgias plásticas e reparadoras vai além do tratamento do edema, integrando e restabelecendo a funcionalidade do paciente. A aplicação destes conceitos em pré, intra e pós operatório de cirurgias plásticas e reparadoras é realizada de forma pioneira em São João da Boa Vista pela Dra. Janaina Reinaldi Janisello Santos. Tape mecânico compressivo- técnica de bandagem elástica, com o objetivo de reduzir o espaço subcutâneo deslocado na cirurgia. Fotobiomodulação - terapia com finalidade terapêutica, utiliza equipamentos de Lasers e Leds com efeito modulador da inflamação e auxiliador no processo de recuperação tecidual. Terapia manual ortopédica - formação exclusiva do Instituto Mariane Altomare, aplicada aos tecidos cicatriciais, embasados pela fisiologia do reparo tecidual, respeitando a mecanobiologia e a neurofisiologia dos tecidos. Cinesioterapia - é o conjunto de exercícios terapêuticos. DRA. JANAÍNA JANISELLO SANTOS

CREFITO 3/152075-F

Fisioterapeuta Pós-Graduada em Dermatofuncional. Especializada em Pré/Intra e Pós-Operatório como preconizado pelo Instituto Mariane Altomare. Especialista em Reabilitação – Método Pilates. Idealizadora e Proprietária da Fisioterapia Especializada. Atendimento pré/intra/pós-operatório em consultório particular.

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Dra. Maria Helena Proença de Moraes CRM/SP115845 RQE: 31061 Médica Cirurgiã Plástica Especialista em Estética Avançada da Face REVISTA ATUA | AGOSTO DE 2021


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nossa região

Vargem Grande do Sul, uma cidade rica em histórias e tradições Potência na produção de batatas, município tem uma forte herança cultural e oferece boas opções gastronômicas Foto: Divulgação / Prefeitura de Vargem Grande do Sul

POR BRUNO MANSON

Carinhosamente apelidada de Pérola da Mantiqueira, Vargem Grande do Sul ostenta riquezas históricas e um forte potencial agrícola. Fundada em 26 de setembro de 1874, a cidade chega aos 147 anos de existência consolidada como um verdadeiro polo na produção de batatas, cultura que gera empregos e aquece significativamente a economia local. O plantio do tubérculo nos campos vargengrandenses teve início em 1966, com a chegada dos imigrantes japoneses. Com o passar dos anos, o cultivo 56

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foi crescendo e se desenvolvendo, rendendo ao município o título de Terra da Batata. Além da produção de qualidade, Vargem também ficou conhecida pela Festa da Batata. Criado em 1986, o evento enaltecia o agronegócio local, além de ganhar notoriedade pela gastronomia, rodeio, provas de arena e shows com artistas consagrados, sendo uma das maiores festividades do gênero na região. A festa foi realizada até 1998, sendo retomada em 2009. Sua última edição ocorreu em setembro de 2018 e fazia parte da programação de aniversário da cidade.

PADRE DONIZETTI A história de Vargem foi marcada pela atuação do padre Donizetti Tavares de Lima. Empossado como vigário na Paróquia de Sant’Ana em 18 de abril de 1909, ele destacou-se no município pelo trabalho pastoral intenso e na defesa da igualdade social. O religioso fazia tudo para que a classe trabalhadora tivesse acesso a uma série de coisas que eram consideradas exclusivas da elite na época. Fundou um time de futebol reunindo trabalhadores locais, uma banda musical com integrantes de famílias abastadas e um cinema aberto à população. Por defen-


der os mais pobres, recebeu acusações de ser agitador, comunista, alcoólatra e até ameaçado de morte. Diante deste clima de tensão, o padre acabou transferido para Tambaú, em 1926. No entanto, sua trajetória é lembrada até hoje, sendo reverenciada pelas comunidades religiosas vargengrandenses. NAS TELAS DO CINEMA Nos anos 50, Vargem foi escolhida para a gravação do filme O Cangaceiro. Escrito e dirigido por Lima Barreto, o longa-metragem foi a primeira produção brasileira a conquistar as telas do mundo - produzido pela Gianelli Filmes do Brasil, produtora sanjoanense. Lançado em 1953, a película ganhou o prêmio de Melhor Filme de Aventura e de melhor trilha sonora no Festival Internacional de Cannes. Na época, foi exibido em mais de 80 países – só na França, ficou cinco anos em cartaz – e vendido para a Columbia Pictures. Sua trilha sonora foi marcada pela música Mulher Rendeira, interpretada pela atriz Vanja Orico acompanhada pelo coro do grupo Demônios da Garoa – a qual conheceu o compositor Adoniran Barbosa durante as gravações. Anos depois, Vargem voltou a ser destaque nas telas, desta vez devido ao filme Meu Nome é Tonho. Rodado na cidade e lançado em 1969, o longa-metragem é um “faroeste caboclo” dirigido por Ozualdo Candeias, considerado um dos pioneiros do cinema marginal nacional. CORAÇÃO VERDE E AZUL Vargem tem um verdadeiro refúgio para quem aprecia momentos junto à natureza. Trata-se do Bosque Municipal Nestor Bologna, um resquício de Mata Atlântica que abriga vários exemplares da fauna e flora local. Criado em 1988, o espaço fica em uma área que antigamente pertencia à Fazenda Boa Esperança, propriedade

da Família D’Ávila Ribeiro. Vale destacar que, em meio à mata, encontra-se a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Junto ao bosque está o Zoológico Municipal. O local foi fundado em 1994 e abriga mais de 160 animais, totalizando 28 espécies diferentes. O zoo possui aves nativas como araras, tucanos, papagaios e gaviões, além de mamíferos como macacos, cotias, quatis, entre outros mais. Completando este complexo turístico está a Barragem Eduíno Sbardellini. Inaugurada em 2004, a represa abriga a captação de água do município e é bastante frequentada pelos apreciadores da pesca. Seu entorno tem 2.200 metros de extensão, abrigando uma pista de skate e sendo bastante utilizado para a prática de atividades físicas. PRAÇA DA MATRIZ Situada no ‘coração’ da cidade, a Praça Capitão João Pinto Fontão foi criada em volta da Igreja Matriz de Sant’Ana, a santa padroeira de Vargem. O espaço teve sua inauguração em 29 de junho de 1918 e, desde então, tem sido palco de diversas festividades, tornando-se ponto de encontro de jovens e diversas famílias nos finais de semana. Em 1996, a praça passou a abrigar o busto do padre Donizetti, criado em homenagem ao religioso. Em 1º de dezembro de 1991, foi inaugurado o Cristo Redentor de Vargem Grande do Sul. Localizado no Jardim Fortaleza, o monumento mede 25 metros de altura, sendo um dos maiores da região. O local

é um “point”’ do município, recebendo eventos religiosos e outras atividades. Na região central encontra-se a Casa da Cultura Beatriz Defácio Corrêa Leite. O prédio é centenário e já foi escola pública, cadeia, fórum e biblioteca. Hoje o local abriga o Centro de Memória, composto de Sala de Exposição Itinerante, Salas de Acervo Permanente, Sala dos Imigrantes, Cozinha das Fazendas de Café e auditório para eventos. FESTA DO MILHO E DAS NAÇÕES Parte do calendário de eventos vargengrandense, a Festa do Milho ocorre anualmente em fevereiro e traz uma série de pratos típicos, como pamonha, curau, bolos, fricassé, polenta, empadas, tortas e outros mais. Além disso, a programação conta com o Festival de Música Sertaneja, onde vários cantores e duplas da região mostram seus talentos. Realizada em maio, a Festa das Nações surgiu com o intuito de homenagear os imigrantes que ajudaram a construir a história de Vargem Grande do Sul. O evento conta com a participação de instituições locais, as quais são responsáveis pelas barracas que apresentam a culinária típica de diversos países. Além disso, a festa conta com apresentações de danças e músicas, envolvendo crianças, jovens e adultos. FÉ E DEVOÇÃO Um dos eventos mais tradicionais do município, a Romaria dos Cavaleiros

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O CANGACEIRO

O filme foi um dos maiores sucessos do cinema brasileiro, com a direção de Lima Barreto, diálogos criados por Rachel de Queiroz e fotografias de Dilo Gianelli. A produção é considerada como o melhor filme da Companhia Cinematográfica Vera Cruz e foi o primeiro a receber prêmio no Festival de Cannes, na França. Foto: Acervo Cinemateca Brasileira / MinC

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Foto: Divulgação

DOCES FAMOSOS

Fundada em 1922, a Casa Candinho é conhecida nacionalmente pelas suas receitas tradicionais de doces e salgados. Na foto, José Roberto Lima, o Zé da Casa Candinho, ao lado de Fernando Kassab, da EPTV.

de Sant’Ana atrai comitivas de toda a região e está entre os maiores desfiles do gênero no Brasil. Criado em 1974, o cortejo reúne carros de boi, tropa de mulas, charretes e inúmeros cavaleiros e amazonas que percorrem as principais ruas e avenidas da cidade. O desfile acontece sempre no domingo próximo ao dia 26 de julho, data dedicada a Sant’Ana, a padroeira de Vargem. A Igreja de Nossa Senhora Aparecida foi construída pelo padre Donizetti entre os anos de 1910 e 1920. Era uma pequena capela, erguida na praça e bairro que levam o nome da padroeira do Brasil. Ao longo dos anos, o templo passou por diversas reformas até se tornar matriz paroquial, em 2003. Com o aumento significativo de fiéis, a igreja foi ampliada em 2009, passando a ter capacidade para comportar 600 pessoas sentadas. São celebrações semanais, grupos de oração e terços, além da Semana Santa e outras programações religiosas, como as missas de Santa

Filomena e a Festa de Nossa Senhora Aparecida, realizada em outubro e que atrai um grande número de devotos todos os anos. A festividade conta com missas, novenas, bênçãos, carreatas, procissões, quermesse e o tradicional bolo em homenagem à santa, fazendo desta festividade uma das maiores do gênero na região. VIA CRUCIS Com um percurso de 12 quilômetros, a Via Crucis é um caminho religioso criado na zona rural do município. O trajeto – que faz parte do Caminho da Fé – foi inaugurado em 1º de maio de 2018, ocasião em que reuniu mais de 600 pessoas. Seu marco localiza-se no início da estrada do bairro rural Perobá, às margens da rodovia SP-344.

ROMARIA DE SANT’ANA

Um dos eventos mais tradicionais do município, a Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana atrai comitivas de toda a região e está entre os maiores desfiles do gênero no Brasil. Criado em 1974, o cortejo reúne carros de boi, tropa de mulas, charretes e inúmeros cavaleiros e amazonas que percorrem as principais ruas e avenidas da cidade.

Foto: Angelino Jr.

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À MODA ANTIGA Fundada em 1922, a Casa Candinho é conhecida nacionalmente pelas suas receitas tradicionais de doces e salgados. Sua história teve início quando o casal José Candido Pereira e Adalgiza Patarro adquiriram uma padaria. Na época, eles contavam com a ajuda de seus 12 filhos, os quais, desde pequenos, ajudavam na distribuição de pão e leite na cidade, além do atendimento ao público. Mais tarde, o tio Mário Poggio começou a auxiliar nas tarefas e, aos poucos, o estabelecimento se tornava uma referência em Vargem. Para se ter ideia, o local chegou a comercializar até materiais de construção, gasolina, pneus, entre outros itens. Com o passar do tempo, tornou-se também o mais importante fornecedor de refeições do município, atendendo via-

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jantes e vendedores de outras regiões. Eximia pasteleira, cozinheira e confeiteira, Adalgiza produzia inúmeros doces saborosos, como o bem-casado e o pé-de-moleque. A receita tradicional, aliada aos ingredientes de boa qualidade e ao amor pela culinária, davam aos quitutes uma textura macia e paladar inigualável, o que se tornou a marca da Casa Candinho até os dias atuais. Situada na rua São Pedro, nº 672, na região central de Vargem, o estabelecimento oferece uma variedade de doces, salgados, biscoitos, sorvetes e outras iguarias produzidas seguindo a receita tradicional da família, o que lhes confere um sabor diferenciado e que tem cativado paladares de toda a região.

o estabelecimento ficava junto ao antigo posto de combustíveis do empresário José Geraldo Longuini, que ficava na região central. Com o passar do tempo, o auto posto mudou de local e Walter conseguiu instalar o trailer na Praça da Matriz, contando com o apoio do monsenhor Décio Ravagnani, o qual estava à frente da Paróquia de Sant’Ana neste período. Atualmente o Walter Lanches tem o maior cardápio da região, contendo mais de 150 itens para agradar a todos os paladares. São lanches tradicionais, lanches gourmets, lanches no prato, além de mais de 40 variedades de beirutes e ainda o bauruzão ( feito em um pão de 30 centímetros) e a linha zero – onde os lanches seguem os padrões das grandes redes de fast-food.

O MAIOR CARDÁPIO DA REGIÃO Pode-se dizer que o Walter Lanches é uma parada obrigatória para quem passa pelo centro de Vargem. Ambiente familiar e tradicional, o trailer é fruto do empreendedorismo de Walter Luiz Bueno Júnior, sendo conhecido pelas inovações gastronômicas. Tudo começou nos anos 90. Na época,

VARIEDADE DE SABORES Inaugurado em 25 de julho de 2019, o Santo Pastel é um dos pontos obrigatórios para quem gosta de comer bem. Com um cardápio diversificado, a casa possibilita ao freguês montar o seu próprio pastel com os ingredientes que prefere. E opções é o que não faltam.

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O estabelecimento oferece pastéis com massa temperada ( quatro sabores) e com borda recheada ( cinco sabores). O cliente pode saborear uma categoria de pastéis especiais, com recheio de costela – que é o mais pedido pelo público –, filé mignon, tilápia, carne seca, brócolis com alho, rúcula com tomate seco, dentre outros. Já entre os tradicionais, a casa conta com os recheios de carne, frango, calabresa, palmito, bacon e outros mais. Para os amantes de queijos, o cardápio traz oito tipos da mais alta qualidade e variedade. Além disso, o cliente tem a opção de adicionar outros acompanhamentos ao recheio principal do pastel. Ao todo é uma variedade de mais de 20 opções tanto de adicionais, como de recheios. Vale destacar ainda os pastéis doces. São mais de 20 opções, com seus respectivos adicionais. Entre os destaques estão os pastéis de Nutella, Ovomaltine, KitKat e Laka com Oreo. Para quem quiser conferir as opções, o Santo Pastel fica na rua Dr. Teófilo Ribeiro de Andrade, nº 183, bem no centro da cidade. A


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culinária

Torresmo de rolo­ INGREDIENTES • 01 manta de 4 quilos pancetta • 120 gramas de sal • 80 gramas de pimenta do reino moída • 400 ml de vinagre de álcool MODO DE PREPARO Aplique o tempero na parte de baixo da panceta (onde se situa a carne) e deixe marinar 24 horas. Leve a manta ao forno, a uma temperatura de 160 graus até dourar por fora (esse processo pode levar cerca de 2 horas e meia). Deixe a peça esfriar por 4 horas. Posteriormente, com a ajuda de barbantes, faça rolos de aproximadamente 40cm de diâmetro (cerca de 2 dedos de diâmetro) e frite em óleo quente (a 180 graus) até que ambos os lados estejam dourados (sempre virando a peça). Após frito, coloque no papel-toalha para retirar o excesso de óleo.

UM POUCO DE HISTÓRIA O torresmo chegou ao Brasil com a colonização portuguesa e por aqui ganhou alguns temperos trazidos pelos africanos em situação de escravidão. Na época da colonização, era só uma maneira de se obter a banha de porco, um tipo de gordura muito utilizada na culinária. Mas foi na Bahia que os escravos passaram a consumi-lo diretamente e, tempos depois, o torresmo ganhou espaço na gastronomia brasileira.

RECEITA INDICADA POR:

Santa Fé Old Bar

Telefone: (19) 98871-6356 Instagram: @santafeoldbar

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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culinária

Sushi de torresmo INGREDIENTES • 2 quilos de Pancetta • 70 gramas de sal • 50 gramas de pimenta do reino moída • 05 tomates pelados e cortados em cubos • 200 ml de vinagre de álcool branco • Cream Cheese • Geleia de pimenta Queensberry ou goiabada MODO DE PREPARO Asse a peça de panceta a uma temperatura de 160 graus por duas horas e meia (até ficar dourada). Depois, corte em porções menores, de 2 cm. Separe as porções e, numa panela funda, frite-as em óleo, a uma temperatura de 180 graus. Corte em cubos e, com uma bisnaga, coloque Cream Cheese em cima e depois a geléia de pimenta Queensberry ou goiabada. Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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MAIS HISTÓRIA Ainda no período do Brasil colonial, o torresmo passou a ser usado com frequência em diversos pratos da gastronomia mineira, como feijoada e feijão tropeiro. O sucesso era tanto que ele passou a ser servido sozinho, como petisco. Mas engana-se quem pensa que ele é apreciado só por aqui: em diversas regiões do mundo o torresmo faz parte do dia a dia. Além de integrar receitas, ele é bastante consumido como petisco, tendo até uma iguaria semelhante na culinária kasher (judaica): os gribenes, que, no entanto, são feitos de pele de frango. RECEITA INDICADA POR:

Santa Fé Old Bar

Telefone: (19) 98871-6356 Instagram: @santafeoldbar


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crônica

Paçoca-moeda POR MARCELO PIRAJÁ SGUASSÁBIA

Paçoca é um negócio viciante. Heroína é fichinha, é só o feminino de "herói" perto do poder de dependência do singelo docinho de amendoim, tão inocente na aparência. O paçocainômano perde o humor, a diplomacia, a razão, a estribeira e até os valores básicos da educação de berço, se faltar a Santa Helena nossa de cada dia. Agora, aparece no mercado a paçoca-moeda - a versão diet da paçoca-rolha. Não é difícil imaginar o porquê do nome "paçoca-moeda", bem como seu formato e especialmente sua espessura. Concebida para o dependente em fase de semi-abstinência, algumas versões chegam a ser mais finas que uma hóstia. A exemplo das paçocas-rolha, a embalagem contém também 50 unidades. A grande diferença em relação ao modelo rolha está na altura do produto, que de aproximadamente 4 centímetros encolheu para 3 milímetros. Já o preço, duplicou. Ou quadruplicou, a depender da região, da lei da oferta e procura e da quantidade de obesos mórbidos por quilômetro quadrado. E aí caímos no inexplicável paradoxo de quase todos os produtos apregoados como diet, light, sugar free, leve, baixos teores e congêneres. Se a formulação tem menos açúcar,

menos gordura e menos tudo quanto seja ingrediente engordativo, é natural que o preço também seja magrinho. Afinal, é uma versão econômica e não "anabolizada", se comparada ao original. Entretanto, observa-se o contrário. A impressão que se tem é que o fato de deixar de acrescentar glicídeos, lipídeos e carboidratos custa mais caro que incluí-los na porcaria. Alguém consegue entender este perverso e invertido raciocínio? Em peso líquido, diminuiu de 500g para 75g. No preço, aumentou de R$8,75 para R$14,20. O consumidor diz “amém”, leva de bom grado e consciência tão leve quanto a fórmula do rótulo. O duro mesmo é quando, nas clínicas de recuperação, depara-se com um paçocainômano que, além do vício, apresenta também obesidade. Aí o rehab é tenso. Fora a questão da dependência física e psicológica, há que se lidar com a necessária perda de peso e o drible na sensação de saciedade provocada pela ingestão de amendoim. Daí o surgimento de um bem articulado esquema de tráfico de paçocas-rolha, comandado por gente infiltrada nas próprias clínicas. Um círculo vicioso que perpetua o consumo da droga e mantém o usuário refém de uma quadrilha criminosa - que começa no plantador de amendoim e termina nos enfermeiros dos hospitais de desintoxicação. E para desmontar esta cadeia, será preciso muita moeda. De metal, não de paçoca. A Foto: Agência Estado

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negócios Foto: Leo Beraldo / Cromalux

O poder da iluminação na venda de produtos Com o uso inteligente da iluminação, é possível agregar valor ao produto, atrair a atenção do cliente e deixá-lo confortável na hora da compra POR MARIANA MENDES

A forte ligação que a iluminação tem com o nosso subconsciente, é capaz de fazer com que um Lighting Designer transforme um possível comprador em um fiel consumidor dentro de um projeto de arquitetura comercial. Além disso, é através da iluminação que nós conseguimos definir a identidade de uma loja, apresentar a real qualidade do produto oferecido e até mesmo efetuar uma venda com sucesso. O USUÁRIO E A ARQUITETURA COMERCIAL A estrutura da arquitetura comercial pode ser dividida em três partes para despertar no público alvo três ações importantes: a atração pela marca, permanência na loja e efetivação da compra. É na vitrine de uma loja que o público identifica o perfil dela, depois de atraído ele permanece focado em todos os pontos de exposição e é por fim, dentro do provador que a 68

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venda é efetivamente concluída. O que muita gente não sabe ou acaba deixando de lado de forma muito equivocada, é que existe um recurso que pode fazer tudo isso, além de agregar valor ao produto do seu cliente: a iluminação. A ILUMINAÇÃO E A VENDA DE UM PRODUTO O “caminho” que o público alvo percorre dentro de- uma loja de vestuário é influenciado por questões arquitetônicas que não debateremos aqui, pois apesar de ser um assunto muito interessante, é um assunto extenso e tiraria o foco do nosso tema. O importante é que independente desse caminho, se o espaço for contemplado pela iluminação adequada, garantirá o mesmo resultado de sucesso ao final. A ATRAÇÃO PELA MARCA Uma vitrine com produtos voltados para o vestuário, de qual-

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Nova coleção em parceria com Patrícia Bonaldi, uma das maiores estilistas brasileiras, para levar ainda mais elegância para o seu consultório.

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Foto: Reprodução Internet

quer finalidade e valor agregado, deve receber uma iluminação pontual. Sabemos que o público-alvo do nosso cliente está recebendo diversas informações ao mesmo tempo. Independente da loja ser dentro de um shopping ou galeria e até mesmo na rua, ele está vendo várias outras vitrines que, muitas vezes, oferecem produtos similares. Por isso a luz focada e pontual é o que vai garantir o maior destaque ao produto do nosso cliente, trazendo à vista do público-alvo, os detalhes daquele produto que poderá interessá-lo, mesmo que ele não necessite naquele momento.

dentro dela. Essa iluminação, conseguimos com uma luz difusa ou lâmpadas que possuem um ângulo de abertura maior. A grande sacada do projeto aqui, é que em meio àa iluminação difusa, teremos pontos estratégicos onde haverá luz pontual. É esse foco que garante que os detalhes do produto em destaque sejam evidenciados, aumentando as chances de escolha do usuário. Mas atenção! É importante que não haja excesso desses pontos focados, pois assim teremos realmente destaque ao que queremos mostrar e não apenas uma série de pontos, confundindo as escolhas do nosso usuário.

A PERMANÊNCIA NA LOJA Depois de atraído por esse ponto focado, o usuário, caso se identifique com a marca, tem que se sentir confortável para permanecer naquele local. Por isso, é importante manter uma luz uniforme

A EFETIVAÇÃO DA COMPRA Chegamos ao ponto alto do projeto! Já sabemos que é dentro do provador que o cliente decide se vai ou não levar aquele produto. O que ainda não falamos é como criar essa sensação de autocon-

Foto: Reprodução Internet

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fiança nele, para que efetivamente leve o produto. E é aí mais uma vez, que a iluminação entra em cena e contribui para a realização dessa compra! Para explicar melhor como isso funciona vou usar uma pesquisa feita pela escola de negócios Kellogg School, dos Estados Unidos, onde 103 alunos tiveram que escolher suas cadeiras, testando-as em ambientes bem iluminados e outros em ambientes com menos luz. Com esse estudo chegaram à conclusão de que somos mais propensos a tomar decisões mais prazerosas em ambientes com a luz reduzida e decisões mais racionais em ambientes claros. Ou seja, é como se menos luz nos deixasse mais confortáveis e aptos a fazer escolhas pelo prazer, deixando de lado um pouco a razão. Mas aí você vai me perguntar: Mariana, se eu tiver pouca luz dentro do provador, como o cliente vai ver o produto? A outra grande sacada é essa! O usuário precisa ter uma boa visualização do produto e é por isso que ele a terá, quando estiver vestindo-o! Ou seja, a iluminação dentro do provador, deve estar posicionada corretamente bem à frente dele, mostrando-lhe o que realmente é aquele produto que ele está usando. FECHANDO A CONTA É inegável como a iluminação influenciou as compras dos clientes em nosso projeto. E acreditem, eu mesma depois de tanto estudar sobre esse tema, sou sempre “pega” pela iluminação das lojas em que eu compro. O que acontece é que a luz tem influência direta na nossa produção de hormônios, interferindo em nossos sentidos, tornando nossas emoções em estímulos para a efetivação da compra por prazer. O uso inadequado da iluminação gera insegurança e dúvidas em relação ao produto, podendo, caso a compra seja efetivada, transformar a experiência em algo insatisfatório ou aumentar o número de troca de produto. Com o uso adequado da iluminação, o consumidor se sente seguro e satisfeito antes e depois da compra, o que rende ao lojista mais vendas para aquele consumidor, além de agregar mais clientes à marca. A


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história

Linhas e botões tecem a história da Loja do Joãozinho Um dos mais antigos armarinhos de São João da Boa Vista, continua em pleno funcionamento, atravessando mais de seis décadas POR DANIELA PRADO

Quem gosta de encontrar raridades ou costuma encomendar roupas sob medida em costureiras já deve conhecer, mas as gerações atuais ainda podem passar pela rua Ademar de Barros, nº 317, no centro de São João e se encantar com aviamentos, botões, linhas para as mais diversas finalidades, até lingeries e lenços, entre muitos outros produtos. Assim é a Loja do Joãozinho, estabelecimento que sobrevive ao tempo e já conta com 67 anos, desde o surgimento, no antigo Mercado Municipal (atual bloco em que hoje funciona a Lojas Cem e o Terminal Urbano), por iniciativa de João Aparecido de Oliveira. “Meu pai iniciou como camelô, onde

era o ‘mercado velho’. Depois, quando inaugurou o ‘novo mercado’, meu pai comprou o ponto da Prefeitura e por lá ficou até 1995, quando o ‘Mercadão’ fechou, infelizmente”, conta Ulisses Gonçalves de Oliveira, o filho do Sr. Joãozinho, acrescentando que, no atual endereço, o armarinho já está há 26 anos. SEGUNDA UNIDADE Além desta, havia uma outra unidade, situada na rua 14 de Julho, nº 719 – que funcionou de 1993 a 2004 e, como Ulisses revela, era uma vontade antiga de sua mãe, Carmem [esposa do Sr. Joãozinho], ter sua loja. “Oferecemos grande leque de produtos voltados para a costura, este é nosso foco. Destacamos os botões, são centenas

de tipos que comercializamos. Trabalhamos também com bolsas, mochilas, produtos em couro como cintos e carteiras. Meu pai optou pela comercialização de vários produtos , vendo a falta que havia no comércio daquele tempo. E isso ficou até hoje. Vem gente da região toda atrás desses produtos que ainda acham apenas aqui”, observa. Indagado se na Loja do Joãozinho existe algum item que seja impossível encontrar em outros armarinhos da cidade, Ulisses destaca os que não se referem à costura como, por exemplo, canivetes, mochilas em lona, isqueiros e produtos antigos, da época do Mercadão que, como já mencionado, atrai clientes de toda a região, no desejo de adquiri-los. “Aos sábados, muita gente das cida-

MERCADO MUNICIPAL

O mercado abrigou diversas empresas que até hoje está em funcionamento. São floriculturas, açougues, lanchonetes e a Loja do Joãozinho, de armarinhos. Na imagem, reprodução em 3D do Mercado Municipal criada por Silas de Assis, do escritório de engenharia e arquitetura Plural.

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Fotos: Arquivo Pessoal / Leo Beraldo - Cromalux

des de nossa região vêm até nossa loja, para fazer suas compras”, pontua ele. São muitos os clientes que os acompanham desde o tempo do Mercadão e se mantêm fiéis até hoje, são tantos que o filho do Sr. Joãozinho nem se atreve a nomear, para não cometer injustiças. “É muito bom atender as pessoas que sempre contam histórias de quando iam no Mercadão, comprar na Loja do Joãozinho. Muitas vezes, relatam que iam com seus pais, fazer as compras. Outra curiosidade: várias vezes já atendi pessoas que dizem para mim sabia que eu já trabalhei na loja do seu pai, na época do Mercadão? Isso é muito gostoso de escutar e eu sempre puxo conversa, para ter histórias boas para guardar de recordação”, revela Ulisses. NOVAS TECNOLOGIAS Depois que começou a trabalhar com seu pai, há cerca de 4 anos, Ulisses aderiu à tecnologia. Designer Gráfico, formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ulisses atualmente cuida da loja, assumindo o ofício de comerciante com muito orgulho, como ele mesmo define. "Por incrível que pareça, na loja não tinha telefone antes disso. Eu coloquei telefone, internet, abri uma página [site] da loja, coloquei na busca do Google, máquina de cartão de débito, colocada meio escondida do Joãozinho, pois ele nunca quis e, hoje em dia, aceito pagamento por PIX, uma evolução! Mas eu tenho consciência de que devo evoluir a cada dia. Já estou montando o sistema de controle total de estoque, algo que, sem dúvida, é indispensável no comércio”, justifica ele. Ao olhar para trás e analisar os anos todos que a Loja do Joãozinho tem de existência, Ulisses reconhece que seu pai conseguiu vencer. “Meu pai, aquele pequenino senhor chamado Joãozinho, é grande. Um gigante! Ele conquistou seus sonhos com trabalho árduo e contínuo – ele com minha mãe, a Carmem, e seu bordão bom dia, luz do dia, com muita paz e alegria! Criou dois filhos, deu educação e aprendizado. Apesar de acharem meu pai bravo, só parece mesmo, porque, no fundo, é um grande homem de coração doce, um grande pai que ensinou para mim e minha irmã, a honestidade e os valores da vida”, agradece Ulisses. Ulisses conta que, um dia, o sr. Joãozinho comentou com a família que tinha vontade de fechar a loja, pois já estava cansado. “Eu não aceitei a ideia dele, tive que fazer uma escolha e tenho certeza que foi a correta. Eu tinha um escritório de comunicação, chamado Dg3 Comunicação. Não tive dúvidas: fechei meu escritório para dar continuidade ao trabalho de meu pai. Esse foi um grande acerto, quando os clientes ficam sabendo dessa história, até agradecem e dizem que a loja não poderia fechar. A continuidade foi bem vista por todos e agradeço sempre a Deus por isso”, conclui Ulisses. Atualmente o sr. Joãozinho está com 87 anos e em casa, tranquilo, curtindo a vida do lar, junto da esposa Carmem e, como Ulisses finaliza, eles merecem esse descanso, após anos de luta e suor no trabalho. A

LOJA TRADICIONAL

“Meu pai iniciou como camelô, onde era o ‘mercado velho’. Depois, quando inaugurou o ‘novo mercado’, meu pai comprou o ponto da Prefeitura e por lá ficou até 1995, quando o ‘Mercadão’ fechou, infelizmente”, conta Ulisses Gonçalves de Oliveira, o filho do Sr. Joãozinho, acrescentando que, no atual endereço, o armarinho já está há 26 anos. 74

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saúde & beleza

INFORME PUBLICITÁRIO

Técnica moderna de silicone permite retorno às atividades em até 24h REDUÇÃO DO TEMPO DE RECUPERAÇÃO

A Dra Carolina Cachola, que é médica formada pela UNESP - além de Cirurgiã Plástica com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica- explica que esta nova técnica busca reduzir ao máximo o trauma e o tempo cirúrgico, além da necessidade de uso de medicações anestésicas.

Programar-se para realizar uma cirurgia plástica nem sempre é uma tarefa fácil para todos. Além dos exames e da data do procedimento, o paciente deve se organizar para o período de cuidados específicos pós-operatórios que, dependendo do tipo de procedimento e do estado de saúde da paciente, pode se prolongar por vários dias. Mas recentemente, com a popularização da técnica denominada fast track recovery esta dificuldade vem sendo muito reduzida, especialmente nas cirurgias de aumento das mamas com implantes de silicone. Esta técnica foi criada a partir de um estudo publicado em 2002 no qual tentou-se reduzir ao máximo o trauma e tempo cirúrgicos, bem como reduzir tempo e uso de medicações anestésicas para que a paciente possa se recuperar e retornar às suas atividades habituais em menos tempo ( cerca de 3 dias ), por meio de um pós operatório mais rápido e menos dolorido. Mas, na prática quais as diferenças desta técnica? As diferenças iniciam-se ainda no pré-operatório, com a instrução da paciente sobre os cuidados e exercícios pós-cirúrgico que vão contribuir para a recuperação mais rápida. Outro aspecto importante é a escolha do implante de silicone adequado, considerando perfil, forma e volume e sempre respeitando as características e estrutura física da paciente.Na anestesia utilizam-se técnicas para que haja uso mínimo de medicações garantindo uma ótima analgesia no pós operatório, evitando assim as dores nesse período, e durante a cirurgia utilizam-se técnicas que permitem minimizar o traumatismo dos tecidos, bem como o que chamamos de hemostasia prospectiva , na qual os vasos sanguíneos são identificados e preservados ou devidamente tratados para reduzir sangramento. Finalmente , o sucesso da mamoplastia com fast track recovery depende diretamente dos exercícios no pós operatório, os quais têm início com a paciente ainda no hospital. Logo após a finalização da cirurgia e recuperação anestésica, a paciente é instruída a iniciar exercícios específicos de reabilitação para promover ganho de mobilidade e movimentação adequada dos braços e tronco. Os exercícios ainda ajudam na retomada mais rápida das atividades rotineiras. 76

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DRA CAROLINA CACHOLA- CIRURGIÃ PLÁSTICA

CRM 161870/SP RQE77780 Clínica São Lucas - Rua Conselheiro Antônio Prado, 334 - Centro São João da Boa Vista - SP Telefone: (19) 3633-1384 Clínica Santa Rita - Rua Bernardino de Campos, 169 - Vila Nossa Sra. de Fátima Espírito Santo do Pinhal - SP Telefone: (19) 3651-4565

PROCEDIMENTO TRADICIONAL

• 48 horas de repouso absoluto • 7-10 dias para retornar ao trabalho • 1 ou 2 semanas para remoção de pontos • 2 semanas para evitar levantar os braços acima dos ombros • 1 a 2 meses de uso de um sutiã específico pós-cirurgia • 1 a 3 meses para retornar às atividades físicas (dependendo da intensidade do uso dos braços)

PROCEDIMENTO FAST-TRACK RECOVERY

• Diminuição da necessidade de medicamentos no intra e pós operatório • Preparação da paciente com orientações específicas • Uso de técnica cirúrgica desenvolvida de forma a proporcionar mais precisão, evitando sangramento e traumas que possam causar dor e inflamação. Com esse conjunto de cuidados, o período de recuperação é reduzido, o que deixa a mulher disponível para retomar suas atividades com mais qualidade de vida. A educação da paciente para seguir os procedimentos corretos é de suma importância para que a recuperação seja mais ágil. O comportamento da mulher no pós-operatório é um dos principais fatores para determinar se a paciente poderá ser liberada em até 24 horas.


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cultura

São João e o empreendedorismo cultural: história e atualidade Nos últimos anos, a cidade ganhou vários dispositivos culturais POR ALÉXIA MELISSA SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Empreender em Cultura tem como finalidade contribuir com a sociedade, mas para isso é necessário planejar e configurar as propostas possíveis, sejam espaços, projetos ou atividades, proporcionando acesso às manifestações culturais e artísticas. É também importante observar que estas atividades devem ter como ponto central o desenvolvimento humano, a valorização da pessoa, o respeito às práticas culturais e a promoção da educação e do conhecimento Para o historiador e arquiteto Antonio Carlos Lorette, que tem forte presença na vida cultural da cidade e região, “o empreendimento cultural é a forma que aplicamos os meios produtores de Cultura, para facilitar e aumentar as suas potencialidades, trazendo maior satisfação nos resultados e dando sustentabilidade aos seus agentes”. Em São João da Boa Vista há vários exemplos de empreendimentos culturais, entendidos como espaços para promoção da Cultura. Conheça a seguir mais detalhes de alguns desses locais. ESTAÇÃO DAS ARTES JOÃO ROBERTO SIMÕES A estação ferroviária da Companhia Mogiana, foi inaugurada em 1886 e recebeu reforma radical por volta de 1927, encerrando as obras justamente na crise de 1929. “O complexo ficou uma beleza, sólido, estiloso, amplo. Só o armazém de carga e descarga de café tinha cem metros de extensão. Era o portal de entrada e saída da cidade. Um cartão de visita!”, ilustra Lorette. O patrimônio foi novamente reformado e remodelado com recursos do FID – Fundo de Interesses Difusos da Secretaria de Estado da Justiça e Cidada78

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nia do Governo Estadual, tendo a inauguração oficial em agosto de 2018. “Hoje o local abriga a sede do Departamento de Turismo, Espaço Cultural Fernando Arrigucci, Escola Municipal de Iniciação Musical Geraldo Filme, a sede da Academia de Letras, uma ampla sala de ensaios e o Teatro Professor Antônio Cândido” , ressalta Helio Correa da Fonseca Filho, mais conhecido como Helinho, diretor do Departamento de Cultura entre os anos 2017/2020, na administração Vanderlei Borges de Carvalho (MDB). O atual diretor do Departamento de

Cultura, João Guilherme Pellegrini, relata que a nova gestão, da prefeita Maria Terezinha de Jesus Pedrosa (DEM), quer ampliar a realização de novos projetos e tornar o teatro mais acessível: “extinguimos o aluguel, abrindo, agora, a possibilidade de realizar eventos em parceria com a prefeitura, sem a cobrança de ingressos. Artistas locais poderão pagar apenas a taxa de manutenção e cobrar seus ingressos, o que contribuirá para a visibilidade de seus trabalhos.” Em frente à Estação está localizada a Praça Rui Barbosa: batizada em home-

Foto: Leo Beraldo / Cromalux


Foto: Leo Beraldo / Cromalux

ESPAÇO CULTURAL

O Espaço Cultural Pagu atualmente abriga um histórico municipal, com uma comissão recentemente criada com vinte e cinco membros, todos especializados na área de história, arquivo ou documentação. O local abriga ainda a Casa do Artesão e o Arquivo Municipal Matildes Rezende Lopes Salomão.

nagem ao advogado de renome internacional e que passou por São João durante sua campanha para a Presidência, em 1910. Sua visita à cidade foi um marco, lembra Lorette. “Ficou na memória sanjoanense, mesmo que ele não tenha vencido a eleição. Logo, a Câmara Municipal colocou o nome dele em uma rua, a atual General Carneiro. Em seguida, deslocou a titulação para a pracinha no pátio da Estação, uma área que ficou com algumas árvores para sombra e terra batida.” O historiador lembra que o local então recebeu novas reformas nos anos 1940, com pisos, bancos e luminárias. O historiador e arquiteto ainda teve a oportunidade de trabalhar no atual projeto de reforma do local, com a proposta de transformar a área numa referência de praça pública: “A inspiração foi a bandeira paulista das 13 listras, tremulante, tratada no piso de pedra portuguesa, remetendo também à Constituição de Rui Barbosa e a Revolução Constitucionalista de São Paulo. Respeitamos todas as árvores existentes no local, acrescentando outras, de ipê roxo, simbólicas da Avenida Dona Gertrudes”, explica. Ao relatar mais sobre a reforma, aprovada durante sua gestão na Cultura, Helinho resgata um detalhe: “Fizemos a reinstalação do bebedouro para equinos, que estava encostado no recinto de exposição. Composto de ferro fundido, é uma peça quase centenária e que agora está em funcionamento.” O local está atraindo a comunidade, como descreve Lorette: “Vejo pessoas de todas as idades, transitando livremente pelos passeios, a toda hora. É incrível a demanda que a população tem destes equipamentos públicos”. Por ser um local aberto, é totalmente inviável a realização de eventos em períodos pandêmicos. Entretanto, João Guilherme Pellegrini revela que “futu79

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ramente, após tudo isso passar, pretendemos realizar a Feira Municipal do Livro, União do Rock - juntamente com o Teatro da Estação das Artes, além das Feiras do Turismo.” CENTRO CULTURAL PAGU Foi inaugurado em 1989, pelo então prefeito Gastão Cardoso Michelazzo. O local necessitava de uma ampla e radical reforma, o que foi possível com os recursos de uma emenda parlamentar da então deputada federal, Mara Gabrili (PSDB -SP), hoje senadora, e verbas municipais. Localizado na rua Benedito Araújo, no Centro, suas obras foram concluídas em maio de 2020, com reforma geral e adequação para acesso de pessoas com necessidades especiais. “Pagu abriga a Casa do Artesão; uma pequena sala de leitura de jornais e revistas periódicas; a sede oficial do Arquivo Municipal Matildes Rezende Lopes Salomão; área administrativa e o Memorial Patricia Rehder Galvão – a Pagu, idealizado e montado pelo historiador e médico sanjoanense Dr. Rodrigo Rossi Falconi”, detalha Helinho Fonseca. O diretor João Guilherme ainda ressalta que o Espaço Cultural Pagu atualmente abriga um histórico municipal, com uma comissão recentemente criada com vinte e cinco membros, todos especializados na área de história, arquivo ou documentação. “Pretendemos utilizar esse local como um meio de valorizar e propagar cada vez mais a memória da

nossa cidade”, afirma. ANFITEATRO GUIOMAR NOVAES Foi construído em parceria com a iniciativa privada, após aprovação de um projeto de loteamento residencial e comercial, localizado no Parque Alvorada, na Av. Dr. Octavio da Silva Bastos, totalmente ao ar livre, com estrutura para abrigar trezentas pessoas. Helinho explica que o espaço “possibilita a apresentação de artistas locais e regionais, completando na nossa cidade seis palcos em espaços culturais diferentes.” João Guilherme Pellegrini enfatiza que o Anfiteatro só não foi inaugurado ainda devido à pandemia. “O projeto é viabilizar a construção, possibilitando a locação de equipamentos de som e luz, para que, futuramente, sejam realizados espetáculos no local”. O diretor ainda cita que o primeiro passo para inauguração seria em formato de live, o Encontros com Shakespeare – promovido anualmente em São João da Boa Vista. CIDADE DAS ARTES / PARQUE URBANO MUNICIPAL ESPAÇO JOVEM OSMAR GARCIA O empreendimento encontra-se situado nos galpões da antiga Ceagesp, localizados na Rua Santo Antônio, no bairro São Benedito. “Abriga hoje a Biblioteca Municipal Jaçanã Altair, no galpão três, com excelente acesso, luminosidade ótima e acessibilidade aos usuários; além da sala de acervo infantil, mini palco para aulas de música, e o espaço de leitura com liREVISTA ATUA | AGOSTO DE 2021

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Fotos: Leo Beraldo / Cromalux

COMPLEXO CULTURAL

A reforma dos antigos galpões, que já abrigaram também uma algodoeira do grupo Matarazzo, foi realizada com recursos do Fundo de Interesses Difusos (FID) da Secretaria da Justiça e Cidadania. A antiga câmara fria do complexo deverá também ser reformada e receber uma unidade do SENAI.

vros raros e atuais, tudo para uso gratuito da população”, ressalta Helinho. O galpão dois abriga a área administrativa do Departamento Municipal de Cultura, um amplo e moderno espaço de exposições. Atividades extraclasse do Departamento Municipal de Educação tem espaço amplo no galpão um, que também é utilizado no período noturno pelos corais municipais, pela Orquestra de Violas e a Jazz Sinfônica de São João. A antiga tulha não foi esquecida, sendo remodelada para abrigar o Teatro Lucila Martarello Astolpho. No piso inferior do teatro ficará o Espaço Ziloca de Oliveira Costa, destinado à projeção de filmes e debates, devidamente equipado. Ao lado da Cidade das Artes, o antigo galpão das câmaras frigorificas será reformado e adaptado para as futuras instalações da escola do SENAI. E QUAL A IMPORTÂNCIA DE TUDO ISSO? Com toda a infraestrutura destinada exclusivamente para área cultural, Helinho Fonseca cita que São João está extremamente bem atendida e, em destaque na região: “Foi muito gratificante participar desses processos e ver o estágio em que nos encontramos hoje. A Cultura, nas suas mais diferentes vertentes, é fundamental para a formação da educação e cidadania da população sanjoanense.” Ao citar mais sobre os futuros projetos culturais de São João, o atual diretor do Departamento de Cultura, João Guilherme Pellegrini finaliza: “Temos parceria com o Espaço Cultural Luiz Gama – que valoriza a cultura afro-brasileira na região. Esses locais estão à disposição para abertura de novos projetos que artistas locais queiram oferecer.” E finaliza enfatizando que mais projetos serão desenvolvidos ao longo do ano. A 80

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turismo

Modelo de aluguel Airbnb oferece diversidade e opções Maior serviço do ramo imobiliário não possui nenhum imóvel próprio Fotos: Divulgação

POR GABRIELA ULIANA

Tem quem faça por aventura, para facilitar a vida do próximo, para conquistar novas amizades ou apenas para lucrar. O fato é que a cada dia mais gente adere ao aluguel de curto prazo. A ideia do negócio surgiu, em 2004, a partir da necessidade de três amigos em alugar um quarto extra no apartamento em que moravam para ajudar a pagar o aluguel. A visão empreendedora foi ganhando força até que, em 2008, entrou no ar o site Airbnb. O novo modelo de negócio de aluguéis ganhou notoriedade quando lugares inusitados foram colocados no site para serem alugados por pouco tempo, como um castelo e um iglu. A experiência diferente e até estranha chamou a atenção dos clientes. A partir disso, os locais foram se diversificando, tornando possível alugar um quarto na casa de uma família por um mês, por exemplo, ou reservar uma ilha inteira para ficar durante um final de semana. O sucesso deste empreendimento é uma combinação de diversos fatores. O modelo de negócios é do tipo Plataforma Multilateral, ou seja, ele conecta os consumidores aos fornecedores, sendo meramente um intermediário no contato entre as duas pontas. O Airbnb tornou-se reconhecidamente seguro e mais barato, fatores de peso para seu crescimento. Pode ser que o objetivo em alugar um quarto dentro do seu apartamento seja conhecer novas pessoas, mas o financeiro é sempre considerado. Em Nova Iorque, por exemplo, onde os preços dos hotéis são altos, os moradores ganham muito dinheiro colocando quartos ou apartamentos inteiros 82

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para alugar. É uma estratégia cada vez mais comum para complementar a renda familiar, inclusive no Brasil. Uma pesquisa feita pelo próprio Airbnb mostrou que 53% dos anfitriões brasileiros, cadastrados no site, usam os aluguéis para ter uma renda extra e 44% deles precisam desse dinheiro para completar as contas no final do mês. O negócio rentável passa por grandes dificuldades por conta da pandemia do coronavírus, já que com as medidas de isolamento social, o número de pessoas viajando caiu drasticamente. Um dos fundadores da empresa chegou a dizer que tudo

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Foto: Divulgação

FONTE DE RENDA

Uma pesquisa feita pelo próprio Airbnb mostrou que 53% dos anfitriões brasileiros, cadastrados no site, usam os aluguéis para ter uma renda extra e 44% deles precisam desse dinheiro para completar as contas no final do mês.

o que construíram em 12 anos quase foi embora em apenas quatro semanas de pandemia. A empresa precisou gastar 1,2 bilhões de dólares para devolver dinheiro aos hóspedes e anfitriões, além de despedir boa parte dos funcionários. Foi necessário dar alguns passos para trás para que o empreendimento não chegasse ao fim. Novas regras foram criadas para minimizar o risco da contaminação da Covid-19 e até o algoritmo da plataforma necessitou de uma reformulação. Mas, na contramão dos cancelamentos e da queda nas reservas, muita gente encontrou no Airbnb justamente uma maneira segura de ficar isolado. Luciane Picinato, assessora de projetos de saúde, em São Paulo, é proprietária de uma casa de campo localizada na Serra da Paulista, em São João da Boa Vista (SP). Atuante nesse negócio há um ano, ela conta que a pandemia alterou o público que procura sua propriedade. A casa isolada na serra é procurada por filhos

que querem passar um tempo seguros com os pais, que são do grupo de risco, e por alguns casais amigos que desejam se encontrar e veem na propriedade um local seguro e cheio de opções de lazer. O período da estadia também mudou. Antes, procurado para finais de semana e agora, as solicitações são para semanas e até meses. As comodidades do local, que tem acesso à rede de internet e outras tecnologias, permitem ainda que os hóspedes trabalhem de forma remota, no tão aderido home office. Luciane estima que para o seu tipo de imóvel, a procura seja 98% de pes-

Foto: Divulgação

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soas de cidades maiores. O pessoal de fora também é o público da Rosi Souza, assistente de departamento pessoal, que aluga uma casa pequena, localizada dentro do terreno da sua própria residência, no meio da cidade. Segundo ela, quem mais procura a acomodação é gente de fora da cidade, que vem passar curtos períodos a trabalho. Rosi era uma consumidora do modelo de economia compartilhada e se tornou uma fornecedora dentro deste conceito. A cada hospedagem, ela tem uma experiência nova com os clientes, além de ganhar uma renda extra. As duas locatárias afirmam que aderiram à plataforma do Airbnb pela credibilidade do site. A confiança nas documentações e pagamentos as deixam tranquilas em fechar o negócio. Mas elas contam que esse modelo de aluguel exige muito trabalho e atenção do anfitrião. A casa tem que estar limpa e quanto mais equipada, melhor a satisfação do hóspede. Com isso, maior é a chance de voltar ou recomendar o local para amigos, já que a recomendação é muito importante na hora de escolher um local. Todo tipo de negócio tem seus prós e contras e, independente do empreendimento, sempre haverá o trabalho da manutenção, mas diante de todos esses fatos, é inegável a facilidade que a plataforma Airbnb oferece. Nada mais é do que um conglomerado imobiliário que não possui sequer um imóvel próprio. A


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figura que atua

Um homem de grandes ideais Com seus mais de 80 anos, Olympio Guilherme Cabral segue ativo em diversas instituições locais. POR LETÍCIA BONARETI LORETTE SOB SUPERVISÃO DE ANA PAULA MALHEIROS

Um homem com ideias à frente do seu tempo. Assim pode ser conhecido o sanjoanense Olympio Guilherme Cabral, 85 anos, cuja história está muito ligada ao comércio de São João da Boa Vista e à própria Associação Comercial e Empresarial da cidade, a ACE, “meu segundo lar”, como gosta de dizer. Com espírito inovador, fundou em 1980, o Gran Beto Hotel. “Queria trazer inovação para São João, e vi no ramo hoteleiro um setor novo e em falta na cidade”, conta, orgulhoso. E deu certo. O hotel funcionou durante muitos anos na rua Ademar de Barros, 54. A partir daí sua vida e o comércio nunca mais se separam, sendo convidado, em 1979, para ser presidente da Associação Comercial sanjoanense, cargo que ocupou até 2003. Já são 40 anos colaborando, hoje, como presidente do Conselho Fiscal. Olympio participou muito do crescimento da instituição, que foi fundada em 1911, sob o nome de Associação Comercial e Industrial com objetivo principal representar o comércio e indústria do município. Ficou inativa por alguns anos e, em 1943, aprovou o primeiro estatuto e segue aprimorando a missão de “Fortalecer toda a classe empresarial sanjoanense, em especial os micro e pequenos empresários, atendendo às suas necessidades por meio, fundamentalmente, da prestação

de serviços relevantes e de qualidade, na ativação de negócios e sua representatividade institucional, disseminando os benefícios do associativismo e aplicando os princípios da responsabilidade social empresarial”. “Acredito que o comércio seja essencial para o desenvolvimento da cidade e de seus cidadãos, ensinando virtudes essenciais da vida em comunidade” diz Olympio. SEDE ATUAL Desde a sua fundação, a ACE sanjoanense funciona na Rua São João, 237, no Centro, mas durante sua história poderia ter sido destruída por graves problemas em suas instalações. Em 1992, corria risco de desabamento, mas não havia recursos para a compra de um novo prédio. Olympio Guilherme Cabral foi o responsável por mudar o fim desse enredo, tendo, mais uma vez, uma de suas ideias inovadoras. Um novo projeto foi planejado, a velha estrutura derrubada e uma nova sede construída, mas com 12 salas comerciais. As vendas dos imóveis garantiram o pagamento da reforma. Em janeiro de 1997, foi inaugurada a nova sede da ACE, que conta, hoje, com 940 associados. “Para mim, o grande patrimônio que São João possui sempre será a ACE, que terá eternamente um lugar em meu coração”, finaliza, Olympio, emocionado. A

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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Loja 1 - Av. Romualdo de Souza Brito, 1355 - Centro - Espírito Santo do Pinhal. (19) 3661-1110 Loja 2 - Av. Durval Nicolau, 600 - Mantiqueira - São João da Boa Vista. (19) 3636-4273 Loja 3 - Av. Pedro Botesi, 1785 - Jd Scomparim - Mogi Mirim. (19) 3805-2684 Loja 4 - Av. Prof. Isette Corrêa Fontão, 1502 - Jd Ipê - São João da Boa Vista. (19) 3631-5660 87

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esportes

Capoeira: movimento de resistência e paixão Espaço Cultural da cidade oferece aulas gratuitas da luta

POR NICOLAS SANTOS

A capoeira é uma representação cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular, música e brincadeira. Estima-se que sua origem data da época da escravidão no Brasil, mais especificamente no século 17, como uma forma de resistência ao sistema vigente. Registros históricos apontam que os negros escravos utilizavam os movimentos da capoeira para se defenderem das perseguições dos senhores de engenho. A fim de não levantarem suspeitas, os escravos adaptaram os movimentos da luta aos cantos da África, fazendo tudo parecer uma dança. Assim, a capoeira foi ficando do jeito que ela é hoje, com mais ginga. Mas a sua prática foi considerada ilegal no Brasil por muito tempo. Inclusive, no começo do século 19, criminosos eram chamados de capoeiras. Só em meados da década de 1930,

a luta tomou outro sentido e passou a ser legalizada. Atualmente, a luta (ou dança) é um patrimônio cultural brasileiro. A dinâmica da capoeira envolve duas pessoas que se enfrentam, fazendo giros, movimentos com as pernas e braços. Quem conseguir derrubar o oponente sem machucá-lo, vence o duelo. Enquanto acontece o confronto, há uma plateia, que forma a roda de capoeira. Os integrantes da roda batem palmas, cantam músicas e tocam o berimbau, instrumento feito de madeira e que tem uma corda de aço. Por todo o país, existem torneios e apresentações de capoeira, sobretudo na região Nordeste. Mas a luta tem praticantes em São João da Boa Vista também. Na busca de trazer mais adeptos à modalidade, o Centro Cultural Luiz Gama iniciou, em 2021, o projeto Ginga de Quilombo, que oferece aulas gratuitas de capoeira.

A iniciativa partiu de Rodrigo Max Mariano. Ele é contramestre - segunda graduação mais alta da capoeira - e pratica a luta há 25 anos. Depois de dar aulas em clubes da cidade e ficar um tempo inativo, Rodrigo retomou as atividades, que são direcionadas a pessoas acima de 10 anos de idade. Os alunos têm a oportunidade de aprender as noções básicas e, aos poucos, subirem de nível. “Eu separo os alunos iniciantes dos mais graduados. Na aula, eu começo com o aquecimento, alongamento, faço a movimentação básica e depois separo a turma e passo o movimento individual. Por enquanto não está sobrando muito tempo porque o nosso horário está curto por causa da pandemia. Estamos pegando mais leve na movimentação”, destacou Rodrigo. Ele explica que existem vários estilos de capoeira, mas os dois principais são: a Capoeira Angola e a Capoeira Regional, que é praticada pelo projeto Ginga de Quilombo. “A Capoeira Angola é mais no chão, mais compassada. É uma movimentação de chão um pouco mais lenta. E a Capoeira Regional já é um pouco mais alta, mais em pé”, explicou. PAIXÃO DE PAI PARA FILHO Um dos alunos do projeto Ginga de Quilombo é Nycolas Enrico, de 13 anos, filho do contramestre Rodrigo. O garoto relata que via o pai fazendo os movimentos da capoeira em casa e decidiu começar a praticar. “Eu treinava com o meu pai em casa, aí depois eu comecei a ir no CSU (Centro Social Urbano) e comecei a treinar sempre com ele. Eu tinha 10 ou 11 anos”, disse. “Eu gosto muito da capoeira por causa dos movimentos e eu acho legal treinar a musculatura, eu queria dar um salto mortal. Eu queria ser igual ao meu pai”, completou.

Foto: Leo Beraldo / Cromalux

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HORÁRIOS DAS AULAS As aulas do projeto de capoeira Ginga de Quilombo acontecem às terças e quintas-feiras, das 18h30 às 20h, no Espaço Cultural Luiz Gama, localizado na rua General Osório, 482, bairro São Lázaro. Cerca de 15 alunos integram o grupo e, por conta da pandemia, há uma limitação no número de praticantes. Quem tiver interesse em fazer parte do projeto, basta ir até a escola nos períodos de aula e conversar com o contramestre Rodrigo.

tras atividades. O grupo de dança Blackout, a banda de pagode Luz do Desejo e o grupo de dança BW Diamond fazem ensaios. Também são oferecidas aulas de violão e há um outro grupo de capoeira. E a ideia é receber mais atividades. “Nós vamos fazer um cronograma. Todas as pessoas interessadas em realizar uma atividade, devem entrar em contato com a diretoria, para nós podermos encaixar”, destacou Edson. A Foto: Leo Beraldo / Cromalux

ESPAÇO CULTURAL LUIZ GAMA O Espaço Cultural Luiz Gama é dedicado à valorização da cultura afro-brasileira. Fundado em 1941, o local pertence à Prefeitura de São João da Boa Vista, que repassa recursos para a manutenção do prédio e a administração fica a cargo da Associação Cultural Amigos do Luiz Gama. Em março de 2021, Edson de Souza Gaspar assumiu a presidência da Associação e, consequentemente, assumiu também a administração do prédio. Curiosamente, Edson é neto de Luiz Andrade de Souza, fundador do Espaço Cultural. Apesar de ter assumido a presidência em 2021, Edson atua no Luiz Gama desde 2019, quando começou a fazer obras de restauração no local junto com amigos e parentes. “Nós começamos a fazer a restauração do Espaço. Fizemos a parte de pintura, do chão de taco. O telhado, você entrava ali e chovia dentro. E aí nós formamos a diretoria”, relatou Edson. Além do projeto de capoeira Ginga de Quilombo, o Espaço Cultural recebe ou-

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olhares - Regina Bernadete

PÔR DO SOL NO THEATRO MUNICIPAL O projeto do teatro teve início em 1913, financiado por filhos da elite cafeeira local, influenciados por padrões culturais europeus. A Companhia Theatral Sanjoanense Sociedade Anônima, tinha 113 acionistas, tendo como presidente o Coronel Joaquim Cândido de Oliveira. O projeto ficou a cargo do arquiteto J. Pucci, imigrante italiano. 90

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