Revista Atua - Abril 2016

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sumário da edição

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A Revista Atua, ano 9, número 34 (abril de 2016), é uma publicação quadrimestral sem fins lucrativos da ACE - Associação Comercial e Empresarial - Rua São João, 237, Centro - São João da Boa Vista (SP). Sua distribuição é gratuita, não podendo ser comercializada. Colaborações e matérias assinadas são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião dessa publicação. Tiragem: 3 mil exemplares Diretora Ana Claúdia Carvalho | anaclaudia@acesaojoao.com.br Gerente Executivo Anselmo Moreira | gerencia@acesaojoao.com.br Jornalista responsável Misael Mainetti - MTb. 73.171- SP misaeljornalista@gmail.com

Foto: Ana Paula Barbosa

FIGURA QUE ATUA

054 Figura que atua: Vânia Palomo Artista plástica, professora, empreendedora, administradora, organizadora, esposa, mãe, mulher... esses são só alguns atributos que podemos dar a Vânia Lucia da Costa Palomo, ou simplesmente Vânia Palomo. Conheça sua trajetória artística, que se destaca em nível nacional.

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Tablets, TV, video-game e seu filho: como lidar?

Venda de espaços publicitários Patrícia Maria Rehder Coelho | patrehder11@ig.com.br

moda & beleza saúde & psicologia

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Fotos publicitárias Two Moon Produção Criativa - www.twomoon.com.br Capa Modelo - Thais Sibin Veste - Glam Up - (19) 3631-5446 Acessórios - Lina - (19) 3623-1308 Óticas Ipanema (19) 3631-3880 Fotos - Gabriel Daibert - Two Moon Produção Criativa Cabelo e maquiagem - JM Cabelereiros - (19) 3633-8347

Erramos Em nossa última edição, algumas das fotos utilizadas para ilustrar as matérias acabaram saindo sem os devidos créditos. Lamentamos profundamente essa falha.

SEÇÕES

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Projeto gráfico Mateus Ferrari Ananias | mateus@acesaojoao.com.br

Impressão Grafilar - (14) 3812-5700

O golpe visto pelos secundaristas de Poços e São João da Boa Vista

O jornalista Luis Nassif conta como poucos ousavam resistir ao macartismo que se instalou após o golpe civil-militar de 1964, em São João da Boa Vista e Poços de Caldas. E como esses heróis da resistência tornaram-se para sempre referências.

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Revisão Ana Lúcia Finazzi | analuciafinazzi@uol.com.br

Publicidades Alexandre Pelegrino | alexandre@acesaojoao.com.br

Educar uma criança é uma tarefa tão importante quanto brincar com ela. Essas duas atividades têm muitos pontos em comum: o primeiro é ensinar a criança a conhecer o universo ao seu redor tanto quanto para diverti-la. O segundo ponto emerge da necessidade de permitir à criança explorar esse universo, a fim de compreender por si mesma seus desafios.

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Jornalistas Bruna Mazarin Franco Junior Gabriela Uliana Luis Gustavo Gasparino Pedrinho Souza William Pereira

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moda & beleza

Descubra seu estilo apostando em você Contamos para você, num passo a passo prático e eficaz, como descobrir seu estilo e de quebra ficar satisfeita com sua personalidade POR ANA CAROLINA BELCHIOR

Estilo – ou você tem ou você descobre! Isso mesmo, se você ainda não está segura sobre qual é o seu estilo, se fica mudando conforme as estações e a moda a fim de se definir, esta matéria vai te ajudar a sair da zona de instabilidade e se encontrar. Mas será que ter estilo é uma questão apenas de roupa e acessórios que se usam? Para a proprietária da loja Glam Up, Iza Graça, “estilo é um exercício de autoconhecimento que colabora para elevar a autoestima, pois, através do seu estilo você comunica para o mundo, de forma subliminar, sua personalidade, seu humor e estilo de vida”. O mercado da moda oferece, a cada nova estação, um leque de opções, novidades e propostas diferenciadas, sendo que é preciso saber pinçar dentre as inúmeras possibilidades aquilo que, além de cair bem em você, vai estar de acordo com sua personalidade. A primeira dica é sensorial: escolha algo que vá ao encontro do seu desejo. Para tanto, você precisa, antes, se autoconhecer. A tarefa é elaborada, não é fácil mesmo, exige um

BUSQUE REFERÊNCIAS Pesquise em revistas, sites de moda, Pinterest tudo de boa qualidade - imagens que realmente lhe agradem. Selecione tudo que gostar: roupas, modelos, tecidos, cabelos, sapatos, acessórios, maquiagem etc. Separe as imagens de acordo com a ocasião: laser, festa, trabalho, casual, clássica, urbana, praia, campo, verão, inverno etc.

Com Alice a experiência deu muito certo e ela acabou descobrindo o que realmente tinha a ver com ela. “Eu sempre tive muita vontade de saber me arrumar, ter um estilo mais meu, criativo, porém eu sempre achei que não sabia combinar. Por ser uma designer, frequento muitos ambientes em que as pessoas costumam ser bem originais. A Iza foi uma mentora para mim, porque ela me convidou para podermos criar juntas o meu 6

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trabalho de separar de um lado o que você acha lindo porque está na moda e combinou com a estação e de outro aquilo que realmente combina com o que você é. Mas, se você é do tipo que muda de vontade, humor e amadurece concepções, como não deixar que a moda – que também muda muito – interfira no que vai vestir? Sem crise, você é humana e é muito natural que, vivendo num mundo tão dinâmico e hiperconectado, o qual também cambia discursos e visões de humanidade, você acabe por mudar também a sua personalidade. Uma época hippie, outra clássica, neo contemporânea e por aí vai. Relaxe, não é preciso manter ou ter um único estilo. Dá para variar e se readaptar sempre, basta saber como fazer. A designer gráfica, Alice Tisher, passou pela experiência de descobrir seu estilo com a ajuda de Iza Graça e com isso montou seu personal style. As orientações do processo de descoberta e autoconhecimento pelas quais ela passou também podem servir para você. Então, vamos lá. Siga as dicas abaixo e coloque-as em prática. É garantia de que o resultado vai te agradar, pois vai ser totalmente montado e voltado para você.

MONTE UM LOOKBOOK Faça um lookbook, ou seja, um livro com todos os estilos e imagens que você escolheu. Um painel de estilos que tenha a ver com você. Na sequência, vá até seu guarda-roupa e descubra nas suas peças se os modelos que escolheu estão presentes no seu repertório. Descubra quais podem ser recombinadas a fim de se transformarem nas propostas que gostou, atualizando seu estilo com seu próprio armário.

estilo”, conta Alice. Para Iza, o processo foi muito rico também e deu tão certo que ela indica a todas as pessoas que quiserem encontrar seu estilo, seja homem ou mulher. “O meu trabalho é orientar a pessoa a descobrir os próprios desejos e analisar o que realmente está de acordo com a sua personalidade”, conclui. Não interferir no gosto ou querer muda-lo para seguir uma tendência é impor-

PEÇAS CHAVE Por fim, selecione as peças de que precisa, os curingas que ainda não têm e vá às compras com o objetivo de complementar seu guarda-roupa, consequentemente, consolidar seu estilo pessoal.

tante, também. Não se deixe levar apenas pelo que está na moda. Se o seu gosto estiver fora do que as vitrines propõem não tem problema, o que importa é o autoconhecimento de todo o processo trazendo à tona um estilo persoalizado. “É como se algo que estava lá, dentro de mim, e que nunca tinha parado para observar, viesse à luz. Foi um curso de autoconhecimento”, desabafa Alice, satisfeita. A


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29 DE JA NEIRO 2016 Sテグ PAULO

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Estilo urbano e sua versatilidade Agora que você sabe como encontrar seu estilo, confira algumas dicas para acertar na produção sem gastar muito. POR BRUNA MAZARIN

Saber como encontrar o seu estilo torna tudo mais fácil. Mas em época de crise, a palavra “comprar” parece até estar fora de moda. O jeito é encontrar um estilo versátil que aproveite ao máximo o que o guarda-roupa de cada um possui. Essa é a característica do estilo urbano. Com peças que saem do ambiente de trabalho direto para o happy hour, quem opta por esse look consegue dar diversas utilidades para um mesmo visual, mudando apenas alguns acessórios. “Urbano seria tudo aquilo que usamos no nosso dia a dia. Então precisamos observar sempre o que nos satisfaz do nosso guarda-roupa e planejar os looks”, orienta Iza Graça. Segundo ela, montar os looks com as peças que já tem, com antecedência, ajuda na objetividade caso alguma compra seja necessária para complementar o visual. “Se você gostou de um visual com um short, uma regata e um xale, verifique o que já tem. Aí você descobre que tem o short, tem a regata e falta só um xale. Tudo fica mais dinâmico e objetivo na hora de se vestir”. Uma dica que Iza dá é ficar atento ao estilo de vida que cada um leva, para que as roupas atendam a essas necessidades. Por exemplo, se o trabalho que a pessoa desenvolve pede uma roupa mais formal ou mais confortável e quais acessórios podem transpor esse visual para um ambiente mais noturno e informal. “Se você

ADICIONE CORES

O outono é perfeito para as roupas neutras, mas isso não quer dizer que você tem de se afastar da cor. Use uma roupa com cores neutras e inclua uma peça colorida, como um cachecol, lenço, bolsa, ou sapatos.

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escolhe sair com uma pantalona e uma camisa jeans, que está em alta agora — camisas em geral estão fortes— você pode colocar ou com uma sapatilha, com uma regata mais básica ou com uma sandália baixa. Temos também o jeans, que vai ficar mais confortável com uma sapatilha, mas pode ser usado com um salto alto e ter um visual mais noturno”, explica. Sobre peças coringas, Iza diz que vai depender muito do que cada pessoa entenderá de seu próprio estilo. Segundo ela, muitas vezes o famoso “pretinho básico” não se encaixa no perfil escolhido. “Peças coringas serão aquelas que você encontrou no processo de identificação de estilo. E o mercado da moda é muito amplo e muda com frequência, por isso sempre terá novas peças-chave para compor vários visuais”.

Outra dica de Iza é relacionada às cores, que sempre mudam de uma estação para outra. Nas coleções outono-inverno, que estão nas lojas, as cores mais usadas são os tons fechados, como marrom e o “camelo” —um bege mais escuro, parecido com o tom do pelo do camelo—, que voltou com força este ano. “As paletas desta estação são mais sobreas. Mas temos alguns tons como ponto de luz, como o pink. Então dá para compor um visual mais fechado e colocar uma jaqueta colorida para dar esse ponto de luz”. Mas a dica de economizar também vale: “procure no guarda-roupa tudo o que se encaixa na época e no seu perfil. Não é porque estamos no outono-inverno que você precisa comprar uma blusa de lã. Vai da necessidade e do que te faz sentir-se bem”, salienta Iza. A Foto: Two Moon Produção Criativa


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moda & beleza

Novidades para seus cabelos Turtle hai chega em alta para essa estação. POR GABRIELA ULIANA

No mundo moderno, homens e mulheres investem cada vez mais nas tendências para ficarem atualizados. Com os cabelos não é diferente. Há alguns anos a aposta feminina tem sido em mechas para iluminar os fios e o efeito da vez chama-se turtle hair. O nome é este mesmo, remete aos cascos das tartarugas que são coloridos com uma mistura de tons caramelo, mel, dourado, castanho e chocolate. A intenção é mesclar essas cores estrategicamente e produzir um efeito degradé bastante suave. O turtle hair chega para substituir as californianas e o ombrè hair, as duas últimas modas que andaram mexendo com a cabeça das mulheres. O efeito tartaruga é mais sutil que seus antecessores, não deixando marcas no comprimento, já que o profissional aplica as mechas em pontos estratégicos do cabelo. A manutenção é uma de suas maiores vantagens. Pode ser feita com menor freqüência, evitando o constante conta-

to com a química e, consequentemente, o ressecamento e maiores danos aos fios. Além de prezar pela saúde dos cabelos, também poupa a mulher da frequente obrigação com o retoque. Isso porque as mechas ficam nas pontas dos cabelos e as novas serão adicionadas próximas à raiz. Mas, assim como qualquer processo químico, antes de optar por fazer o turtle hair é preciso avaliar a saúde das suas madeixas para garantir que os cabelos não fiquem danificados. Portanto, faça um teste de mechas. Caso o fio esteja sensibilizado, prefira fazer tratamentos que recuperam a fibra antes de partir para a coloração. ESCONDENDO OS CABELOS BRANCOS A técnica também tem agradado às mulheres que desejam esconder os temidos fios brancos. Para não se tornarem escravas da tinta, essa é uma boa opção, já que clareia os fios e faz os branquinhos passarem despercebidos. O efeito tartaruga oferece muitas vantagens, mas também

inspira cuidados. Como qualquer outro tipo de química, vale a pena fazer um teste de mechas para ver como seus fios irão reagir ao processo. A hidratação também é recomendada para manter a saúde dos cabelos e poupá-lo de possíveis danos causados pelos processos químicos. Esta moda parece ser a queridinha do momento, celebridades como Gisele Bündchen e Izabel Goulart já adotaram. PARA TODOS OS GOSTOS Outra novidade é o chamado bronde hair – junção das palavras em inglês brown (marrom) e blonde (loiro), ideal para quem tem cabelo escuro. O próprio nome, aliás, já é uma referência ao que a técnica se propõe: nem loira, nem morena. O bronde combina mechas de transparência costuradas a tons de marrom e loiro, todas distribuídas em diagonal sobre a cabeça. O resultado é uma mistura perfeita do louro com o castanho, que além de iluminar, dá mais profundidade ao fio. E O CORTE? Nem curto, nem longo aliás, nem tão novo assim. O corte da vez é o long bob, uma releitura do tradicional chanel, só que dessa vez um pouquinho mais comprido. O corte médio já havia conquistado a mulherada com a personagem Soraya, vivida por Letícia Spiller na novela I Love Paraisópolis. Prático e sexy, o long bob fica ainda mais moderno quando ganha movimento e um certo volume. A

VANTAGENS DO TURTLE HAIR

Para quem evita clarear o cabelo por conta das idas frequentes ao salão de beleza, eis uma das vantagens do chamado turtle hair: como a técnica é aplicada no comprimento e não na raiz, o efeito dura bem mais tempo, já que não é necessário fazer o retoque no cabelo todo. Fotos: Reprodução Internet

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Maquiagem, passo a passo Preparamos uma dica simples de maquiagem para você arrasar no seu dia a dia POR GABI MAINERI

Nesse nosso primeiro tutorial de maquiagem, aqui na Revista Atua, me foi proposto o desafio de elaborar uma make mais urbana, com simplicidade e elegância. Então, preparamos uma make simples, ideal para você utilizar no seu dia a dia, mas com o arremate especial do olho gatinho. Ele dá um charme a mais no make e levanta o olhar, mas é preciso muito cuidado e precisão na hora de fazer esse efeito! Você pode usar tanto caneta delineadora, quanto delineador líquido ou delineador em gel, qual você se sen-

tir mais confortável em manusear. Utilizando o delineador com o qual você se adapta melhor, você terá mais segurança e precisão no seu traço. A mulher deve ficar em frente a um espelho bem iluminado, de olhos abertos e cabeça levemente levantada como se fosse olhar para o teto. Confira no nosso passo a passo: USAMOS na make: Delineador preto

Sombra grafitt matte

Sombra perolada

Iluminando o olhar: Fotos: Two Moon Produção Criativa / Modelo: Sam Sikora

Aplique o tom perolado por toda a pálpebra móvel, depositando a sombra de forma uniforme e delicada. Esse passo é importante para iluminar o olhar e servir de base para a make.

Aplique no canto externo do olho o tom mais escuro, esfumando de fora para dentro, buscando deixar somente o canto mais escuro.

A HORA DO GATINHO:

Usando seu delineador, desenhe uma linha guia no canto do seu olho partindo do fim da linha d´água inferior. Dica: não puxe muito a pele do olho para a lateral, você irá deformar o traço. 12

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Complete o desenho ligando a partir da ponta do traço que você fez até o meio do olho. Dica: não parta o segundo traço da ponta extrema da linha guia, para que, assim, a ponta do gatinho fique mais fina.

Pinte o espaço interno do gatinho até que fique totalmente preenchido. Quanto mais pretinho mais bonito fica!


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FINALIZANDO A MAKE:

Preencha os traços com cuidado, pouco a pouco, até que fique do seu agrado. Outra dica importante, quanto mais fino o rabinho do delineado, mais elegante ele fica!

Finalize o olho com uma máscara para cílios

DICAS IMPORTANTES O olho de gatinho admite vários estilos de traço. Pode ser bem alongado, grosso, fino, indo em direção à sobrancelha ou bem delicado. Para fazer a escolha certa é importante prestar bastante atenção ao formato e tamanho dos olhos, pois assim vc não corre o risco de desvaloriza-los. Por exemplo, as mulheres que têm olhos grandes devem apostar em traços mais grossos, já as que têm olhos pequenos ficam melhores com traços finos bem rentes aos cílios. O bom resultado da make se dá quan-

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Olho pronto, vamos finalizar a make com um blush leve e um batom cor de boca.

do a garota tem firmeza nas mãos ao passar o delineador, pois as chances de borrar são menores. Outra dica, os delineadores coloridos estão super em alta nas passarelas do Fashion Week 2016. Se você gosta ou quer ariscar algo diferente, use a abuse deles, independente da sua cor de olho! Ficou com alguma dúvida? É só visitar meu blog, no endereço www.gabrielatagarela.com.br e deixar suas perguntas. Vou ter o prazer de responder! Aproveite também para deixar dicas e sugestões para nossos próximos passo a passo. Até breve! A


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tendências

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tendências

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sua saúde

Zika: uma emergência mundial Relação do vírus transmitido pelo Aedes aegypti com epidemia de microcefalia mobiliza o país no combate ao mosquito. POR BRUNA MAZARIN

A população está em estado de alerta. Um pequeno mosquito conseguiu fazer com que a Organização Mundial da Saúde decretasse emergência mundial em saúde pública, neste ano. O Aedes aegypti já era responsável por doenças como dengue, febre amarela e chikungunya. Mas o surto de microcefalia associado ao zika vírus, também acometido pela picada do mosquito, deu um novo rumo no combate ao inseto. O zika também é um arbovírus — carregado por insetos e outros artrópodes, como o mosquito— e foi detectado pela primeira vez em 1947, em uma floresta chamada Zika, na África — daí o seu nome. Até a epidemia ser notificada no Brasil, em 2015, alguns países já haviam registrado casos confirmados. A especialista em saúde pública e pediatra, Luiza Helena Milan Lise Ferreira, diz que nunca houve um estudo profundo sobre o vírus, por não haver relatos de problemas graves envolvendo o zika. “Repentinamente, ainda no final do ano passado, o Ministério da Saúde reconhece

a relação entre a presença do zika vírus e a ocorrência de microcefalias e doenças neurológicas. Até a OMS admitiu a gravidade da situação e destacou a necessidade de minimizar a ameaça nos países afetados e reduzir o risco de difusão do vírus”. Luiza destaca que não é fácil diferenciar os casos de zika das formas leves de dengue, pois a intensidade dos sintomas varia de indivíduo para indivíduo. Outro fator complicador é a proporção de pessoas que apresentam sintomas. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 80% dos casos de zika são assintomáticos ou apresentam sintomas brandos. “Geralmente os sintomas são febre baixa —38º C—, manchas vermelhas na pele, coceira moderada ou intensa, dores musculares e articulares — não tão intensas como na dengue— e conjuntivite —50% a 90% dos casos. Não há tratamento específico para o vírus. Na maior parte dos casos os sintomas desaparecem naturalmente entre três e sete dias”. Mas Luiza faz uma ressalva para casos de pessoas que já apresentam uma diminuição da defesa, que podem sofrer complicações maiores se forem infectados com

o zika. “É o caso de pacientes acamados, gestantes, indivíduos menores de 13 anos e maiores de 65 anos, com doenças autoimunes e hematológicas, em uso de anticoagulantes e portadores de hipertensão arterial sistêmica, diabetes e doenças pulmonares obstrutivas crônicas descompensadas”. Microcefalia Os casos suspeitos de microcefalia, em investigação pelo Ministério da Saúde e os Estados, chegam a 4.107, em todo o país. Ao todo, foram notificados 120 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto —natimorto— ou durante a gestação — abortamento ou natimorto. A pediatra Luiza Helena explica que a microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Os bebês nascem com perímetro craniano menor do que o normal esperado para a idade gestacional e o sexo. Conforme preconiza a OMS, o valor de referência para se definir microcefalia é que o perímetro seja menor ou igual a 32 centímetros. “A microcefalia pode ser causada por fatores biológicos, genéticos, ambientais, químicos ou físicos. Um grande número de agentes, infecciosos ou não, podem atingir o feto durante a formação dos seus órgãos, tais

ATENÇÃO REDOBRADA

Numa simples tampinha de garrafa já é possível formar um criadouro do mosquito, por isso o estado de alerta é indispensável. “Coisas bobas, como muros que têm aqueles cacos de vidro em cima, tampinhas de garrafa, lonas que acumulam poças, etc... Devemos ficar muito atentos. O mosquito vai fazer de nossas brechas a oportunidade para proliferar”, alerta o agente de saúde Adriano Oliveira

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como a infecção congênita por Sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes simples, o consumo materno de drogas, especialmente o álcool, doenças metabólicas — diabetes gestacional, por exemplo— e encefalopatia hipóxico-isquêmica”. A pediatra diz que o vírus atravessaria a barreira placentária, que separa os organismos da mãe e do feto, chegando ao sistema nervoso, provavelmente por uma afinidade natural, e impedindo seu desenvolvimento normal. “As fontanelas, conhecidas como moleiras, fecham-se precocemente, deixando a cabeça menor. Essas crianças podem apresentar déficit intelectual, atraso de desenvolvimento, convulsões, etc”, esclarece. Combate ao mosquito O mosquito está se adaptando cada vez mais ao ambiente urbano, explica o agente de saúde, Adriano Oliveira. Em Espírito Santo do Pinhal, por exemplo, um paciente com zika vírus confirmado tinha um foco do Aedes aegypti em sua geladeira. Em São João da Boa Vista, a assessoria de comunicação da Prefeitura afirma que

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não há nenhum caso de zika vírus. “Atrás da geladeira há um pequeno acúmulo de água. A orientação é sempre colocar algumas gotas de detergente para evitar que se instale um criadouro”, explica o agente. Adriano diz que em uma simples tampinha de garrafa já é possível se formar um criadouro do mosquito, por isso o estado de alerta é indispensável. “Coisas bobas, como muros que têm aqueles cacos de vidro em cima, tampinhas de garrafa, lonas que acumulam poças, etc... Devemos ficar muito atentos. O mosquito vai fazer de nossas brechas a oportunidade para proliferar”, alerta Adriano. Enquanto não há vacinas, tampouco certeza sobre os reais danos à saúde provocados pelo Aedes aegypti, Luiza orienta a prevenção de picadas em pessoas vulneráveis, especialmente grávidas. “Devemos eliminar os criadouros do Aedes aegypti em domicílios e arredores, manter os terrenos limpos e descartar apropriadamente o lixo. Procurar usar roupas compridas e aplicar repelente nas áreas descobertas”. Acertar no repelente e no inseticida também é uma dica que Luiza considera importante,

já que nem todos disponíveis no mercado têm o poder de afastar o mosquito. “Dar preferência aos que possuem em sua fórmula um dos três componentes químicos recomendados pela Anvisa e OMS.” Além dessas medidas, Luiza faz um alerta especial para as mulheres que desejam ou não engravidar. “Quem quer engravidar precisa procurar um aconselhamento pré- concepcional, orientação e informação sobre a atual situação dos casos de microcefalia no país e sua relação com o vírus zika. Caso não haja desejo de engravidar, procure seu médico para informações sobre planejamento reprodutivo e métodos contraceptivos. Se estiver grávida, procurar proteger-se de picadas de insetos. Se houver evidência de uma infecção exantemática na gestação, não se desespere, pois não é obrigatório que esse quadro leve à ocorrência de microcefalia no feto, mas procure imediatamente seu médico para esclarecimento adequado do caso. Nos casos de microcefalia, é recomendável o monitoramento do desenvolvimento da criança, para que tratamentos de suporte sejam iniciados o mais rápido possível”, completa. A


decoração

Tendências na arquitetura e design de interiores Confira o que está em alta nesse ano de 2016.

POR ELIANE MARQUES

Que tal começar a pensar o espaço residencial, comercial ou corporativo para 2016? Assim como a moda, a arquitetura e design também seguem uma tendência interferindo direta ou indiretamente no modo de viver das pessoas. Seguir as tendências, antes de ser um “modismo”, nos faz pensar em como vivemos e convivemos. Pequenas ações mudam completamente o visual e interferem diretamente em nosso comportamento. Observe que a cor rosa quartz também entrou com tudo no universo do design e arquitetura e veio através da moda, que é a principal influência. TONS DE ROSA Até pouco tempo atrás os tons de rosa eram associados apenas ao universo feminino, enquanto que os tons mais frios dos metais ditavam uma característica mais masculina. Esse cenário mudou desde a década de 80, com a propaganda de homens usando roupas de cores mais suaves, longe dos azuis, cinzas e pretos. Cada vez mais estaremos ultrapassando as fronteiras do gênero. Essa nova regra cultural e de gênero refletem uma mudança de atitude. Uma tendência que veio para ficar. Arquitetura e design estão intimamente relacionados ao estilo de vida das pessoas. Trazer a natureza para o ambiente urbano é uma forma de criar espaços mais refrescantes, mais leves e intimistas. A busca por cores nos elementos da natureza frágil, como as células; tons terrosos originados de diversas regiões, são mais nostálgicos, mostram uma nova versão do antigo; os azuis mais intensos, mais dramáticos do céu noturno ou das profundezas do mar, as cores mais saturadas, contrastantes, 22

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Fotos: Reprodução Internet

mais alegres das folhagens e flores, mais animadas e lúdicas, são uma forte influência para o momento. REAPROVEITAR Vivemos em movimento contínuo. Com o mundo globalizado, a velocidade de informação cresce a cada instante e nós profissionais da arquitetura e design temos obrigação de observar e ajustar o modo de viver das pessoas de acordo com as necessidades individuais, sempre buscando o bem-estar. Falar em tendências em arquitetura e design não significa trocar as peças a cada ano, ainda mais nos dias de hoje. Precisamos pen-

sar cada dia mais em preservar o que é bom, restaurar, reciclar, conhecer novas técnicas de construção, novos materiais de acabamento, ou seja, conhecer ou buscar o que é verdadeiramente sustentável nos dias de hoje. Operar um retrofit significa modernizar algum equipamento já considerado ultrapassado. Adaptá-lo para receber um novo sistema, menos agressivo ao meio ambiente. É o caso das lâmpadas de LED que substituíram as incandescentes, graças às novas tecnologias; eletrodomésticos antigos que foram substituídos por novos com motores mais econômicos, etc. Com relação à iluminação hoje, mais


do que nunca, devemos pensar nas lâmpadas de LED. Porém, a dica aqui vai para a “cor” da luz. Comprar lâmpadas de baixo consumo é fundamental, porém não esqueçam que para cada ambiente precisamos de uma temperatura de cor. Utilize as lâmpadas mais amareladas para ambientes como dormitórios, sala de jantar e social, além dos lavabos. Nesses ambientes buscamos um efeito mais cenográfico, mais elegante e sofisticado, realçando mais as cores. Já para cozinhas e áreas de serviço, juntamente com banheiros, façam uso de lâmpadas de cores mais frias. São áreas que necessitam de mais luz branca para as atividades ali desenvolvidas, como é o caso das cozinhas. CORTINAS Uma tendência em 2016 será também o uso de cores escuras nas paredes e muitas vezes em tetos, também. Elas não diminuem os ambientes. Embora vivamos em um país tropical e em uma cidade pra lá de quente, podemos utilizar as cores escuras como preto, verdes intensos

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e azuis, sem medo de errar. Estas cores criam um efeito elegante aos espaços, de preferência os mais fechados como Lavabos e Hall Íntimo. A criatividade aqui será no uso de outros elementos de cores contrastantes, como os mármores brancos nas bancadas dos Lavabos, ou molduras de quadros bem claras. Outro recurso para estes ambientes escuros é o uso de espelhos. RETRÔ DE VOLTA A “moda” está de olho nas fábricas e hospitais antigos, nas paredes de tijolos mostrando o sistema construtivo da época, nos materiais rústicos como as estantes de ferro dos hospitais que dão leveza, simplicidade e transparência. Grandes aberturas de ferro, nas paredes e tetos, ventiladores cromados, valorização dos espaços tridimensionais, iluminação focada, com jogo de luz que dá movimento e que valoriza de maneira surpreendente os espaços. As estampas geométricas e florais aparecem nos estofados, almofadas, azulejos e papéis de parede. Ladri-

lho hidráulico do final do século XIX e meados do século XX, utilizados em ambientes hospitalares e industriais, em harmonia com o cimento queimado cobrem parte dos pisos e paredes de hoje, seja num ambiente comercial como residencial. Peças retrô trazem memória à decoração, mesmo que não tenham sido herdadas. Penteadeiras, geladeiras antigas, entre outras, mudam a função quando usadas de forma diferente. Pintadas ou adesivadas, tornando-se mais alegres, levando mais humor aos ambientes. Penteadeiras deixam o dormitório e vão para o Living, ocupando o espaço dos aparadores e, no caso das geladeiras, muitas vezes já não funcionam e tem um design antigo, valorizado, fazendo a vez dos armários. Esse texto tem como objetivo olhar mais para o ambiente em você reside ou trabalha de forma crítica, removendo ou adicionando elementos que farão todo diferencial no espaço. Um constante exercício com objetivo de dar conforto ao maior número de pessoas, de forma simples, saudável e mais sustentável. A


Cada Passinho - (19) 3631-2755 Rua Benedito Araujo, 155

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Beatriz usa conjunto Anim锚 e sapatilha Capodarte. Manuela usa conjunto 1+1 e sapatilha Tip Toey Joey. Mariah usa conjunto Lilica Ripilica e sapatilha Gats. Todas usam acess贸rios Cada Passinho.


Catarina usa vestido Animê e sapatilha Kimey. Nicole usa vestido 1+1 e sapatilha Tip Toey Joey. Júlia usa bata Animê, short Two in e sapatilha Pampili. Felipe usa camiseta e calça Tigor T Tigre, sapatatênis Klin. Todos usam acessórios Cada Passinho.

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Ana Clara usa vestido Lilica Ripilica e sapatilha Capodarte. João Pedro usa camisa, camiseta e bermuda Tigor T. Tigre, sapatênis Tip Toey Joey. Larissa usa conjunto Pituchinhu´s, bolsa Pampili e sandália Gats. Todos usam acessórios Cada Passinho.

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Rafael usa camiseta PK, calça Tigor T. Tigre e tênis Tip Toey Joey. Lucas usa camiseta Tommy Hilfiger, calça Tigor T. Tigre e botinha Klin. Miguel usa camiseta Ogochi, calça Tigor T. Tigre e sapatênis Tip Toey Joey. Todos usam acessórios Cada Passinho.

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Valentina usa blusa Lilica Ripilica, saia Pituchinhu´s e bota Pampili. Maria Eduarda usa vestido Lilica Ripilica e sapatilha Pampili. Isabela usa conjunto Lilica Ripilica e bota Kimey. Guilherme usa camiseta e calça Tigor T. Tigre, sapatênis Tip Toey Joey. Todos usam acessórios Cada Passinho.

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Laura usa body e saia Two in e sapatilha Pampili. Livia usa camiseta John John, calça Two in e All Star Converse. Luma usa bata e saia Animê, bota Gats. Todas usam acessórios Cada Passinho.

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opinião

Espaço repartido Para o eterno mestre João Batista Scanapiecco. POR CLINEIDA JUNQUEIRA JACOMINI

Continuo a mesma Clineida de sempre e de outras edições. Só que resolvi compartilhar com meus leitores (como se usa hoje esse termo!) uma carta, via Internet, que minha filha Marilia, que mora nos Estados Unidos, me enviou. Achei de muita aplicação nesses nossos tempos tão corridos e com tanto desamor uns pelos outros, insanidade ao lidar com as máquinas, os humanos; uma troca irracional de valores e relacionamentos. Sinal dos tempos? Final deles? ‘Qui lo sá!’ diria eu se fosse italiana. Isso é meu! MARÍLIA: Oi mãe!!!! Perdi o sono e me deu vontade de escrever isso no Facebook. Agora eu preciso é colocar em prática os meus próprios conselhos. Beijos Marilia. CLINEIDA: Nunca é tarde para mudar!!! Faça a partir de hoje, tudo aquilo que você se arrependeu de não ter feito. Beije mais seus filhos. Eles crescem muito rápido! Fale mais: -Eu te amo! aos seus amados. Eles precisam saber disso. Durma mais cedo. A noite foi feita para isso. Descanse mais. A vida já é muito corrida. Doe tudo aquilo que você já não usa. Alguém vai te agradecer por isso. Faça uma gentileza por dia. Isso vai fazer bem para você. Tenha paciência com os idosos. Eles precisam disso. Fale mais Sim. E menos Não. Sorria mais. Cara feia espanta as pessoas. Ligue para falar um oi. E não só para pedir algo. Faça uma refeição diária com sua família. Isso é importante. Seja mais corajoso. Peça você as desculpas.

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O tempo passa. E não volta. MARÍLIA: Boa noite a todos que eu preciso seguir meus conselhos..... dormir e descansar. Escrevi no Facebook ontem, às 3h da madrugada. Acordei, fui ao banheiro e a Sophia foi me seguindo, voltamos para a cama e ela dormiu. Fiquei olhando para ela e pensando como o tempo passa e que daqui a pouco ela não vai vir mais para minha cama e ficar querendo dormir grudadinha em mim e assim por diante. Aí eu me lembrei do stress da vida, das pessoas idosas, dos amigos, das ligações feitas somente quando precisamos de algo e assim saiu tudo aquilo. Pensei também que quando é fim de semana nós ficamos sempre procurando por algo para fazer e não descansamos. Dormimos muito tarde e levantamos muito cedo. CLINEIDA: Acho que no fundo, no fundo eu gostaria de voltar no tempo em que éramos crianças e ficávamos só na fazenda, comíamos o que plantávamos, brincávamos com as coisas que a natureza nos dava, dormíamos cedo, tínhamos uns aos outros todos os dias e noites e fazíamos nossas refeições juntos todos os dias da semana. Até quando saiamos de casa, saiamos no mesmo carro, pois era só um que tínhamos. Hoje vivemos sozinhos, cada um no seu carro, horários diferentes, sempre na correria, cada um assistindo a sua tevê, checando o seu computador e dependentes de um celular. Gostaria de voltar a um dia chuvoso na Santa Maria, para poder ver minha família assistindo tevê juntos, cada um em um canto ou num pedaço do tapete e uma boa baciada de bolinhos de chuva. MARÍLIA: Isso se chama saudadesss! Beijos saudosos. Te amo e te admiro muito, mãe! Marilia

Foto: Reprodução Internet


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seu pet

Quer adotar um animal? Então fique ligado nos principais pontos que você deve ter em mente para planejar a adoção. Foto: Reprodução Internet

POR PEDRINHO SOUZA

Adotar um animal de estimação traz uma infinidade de benefícios ao ambiente domestico, eles se tornam um verdadeiro membro da família, uma ótima companhia e diversão garantida. Não tem preço chegar em casa e ser recebido com alegria por esse fiel companheiro. Estudos recentes comprovam que, além da amizade e carinho, o convívio com os animais traz ganhos saudáveis como auxílio na cura da depressão, diminuição do estresse, aumento da imunidade, diminuição dos riscos de problemas cardíacos, entre outros. ABANDONADOS Segundo a médica veterinária Vanessa Batista de Oliveira Datorre, o Centro de Controle de Zoonoses estima que existam cerca de 25 mil animais em São João, sendo que 45% podem estar abandonados. Infelizmente o abandono e maus tratos dos animais têm sido práticas frequentes, o que aumenta o problema, já que esses animais, na maioria das vezes, não são castrados e vão se reproduzir nas ruas. “Essa realidade pode ser mudada com a adoção consciente, posse responsável e, claro, a castração”, comenta Vanessa. Mas não é tão simples ter um animal de estimação, pois são vidas e trazem gastos, preocupações e muito trabalho, além de exigirem cuidados e atenção ao longo de toda a vida. A aquisição de um animal, portanto, requer planejamento e responsabilidade, a fim de proporcionar uma vida longa e feliz, tanto ao animal como ao dono. ADOÇÃO Para adotar um animal, os procedimentos podem variar dependendo da ONG ou centro de adoção, porém todos exigem que o adotante tenha mais de 18 anos e que apresente documentos como RG, CPF e comprovante de endereço. 34

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Alguns lugares também solicitam que o adotante responda a uma entrevista, onde é possível avaliar se o mesmo está apto para a adoção. Também é necessário assinar um termo de responsabilidade. “É necessário que o proprietário procure um médico veterinário de confiança, que avalie os laudos médicos anteriores do animal (quando disponibilizados) e a carteirinha de vacinação, que deve obrigatoriamente ser entregue no ato da adoção”, pontua a médica veterinária, Vanessa. O veterinário deve orientar o proprietário sobre as vacinas e vermífugos a serem administrados com frequência. É necessário também que o mesmo informe qual alimentação é adequada, quando e quais petiscos podem ser dados, a importância da profilaxia de ectoparasitas, quais produtos podem ser administrados, frequência de banhos e de passeios. Além de mudar a vida do bichinho abandonado, castrar um animal quando da adoção ajuda a evitar a reprodução desenfreada de mais animais nas ruas,

ajudando também no controle de zoonoses transmitidas por cães e gatos. “É importante o papel das ONGs e também do Estado, que passa a ser responsável pelos animais quando eles são abandonados. Por isso a necessidade de leis mais rígidas, com mais punição e pagamento de multas, além de campanhas através da mídia que podem acabar com tabus sobre castração”. RESPONSABILIDADE As pessoas normalmente escolhem os animais apenas considerando a beleza e não pensam no futuro que terá o bicho de estimação. “Existem muitos cães abandonados que são lindos. O que precisa ser mudado é a adoção, ou compra de animais, por impulso. Muitas vezes as pessoas se deparam com lindos filhotes em vitrines de pet shops, e até mesmo nas feirinhas de adoção, e acabam comprando ou adotando sem pensar nos cuidados necessários, no tempo requerido, no porte que vão adquirir quando adultos, e também na velhice”, finaliza Vanessa. A


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psicologia

A obesidade sob um breve olhar da psicologia Aprender a suportar ausências e lidar com problemas, favorecem mudanças alimentares. POR MARYÁ REHDER AMBROSO

A obesidade é uma patogênese multifatorial, sob influência de fatores biopsicossociais que se associam a várias complicações médicas, condicionando elevadas morbilidades, diminuição da qualidade de vida e até morte prematura. Trata-se de uma doença complexa, dentre as alterações do corpo humano, e seu tratamento exige uma abordagem multidisciplinar onde os aspectos psicológicos devem ser vistos com deferência, visto que os casos de obesidade originados por patologias endócrinas ou genéticas bem definidas constituem um percentual pequeno e o sofrimento emocional em pacientes acima do peso tem sido cada vez mais significativo. A cada dia, a imposição sociocultural de um esteriótipo do corpo perfeito produz grupos estigmatizados vítimas de preconceito. Além disso, a modernidade trouxe consigo um vazio de referenciais e a facilidade de se obter tudo a qualquer momento (supermercados 24 horas, deliveris, etc), o apelo publicitário para uma lógica consumista irresponsável, a oferta maciça de alimentos industrializados e hipercalóricos e as facilidades tecnológicas que contribuem para o sedentarismo somam-se na construção de um cenário no qual se manter no peso adequado é tarefa quase impossível principalmente para o portador de tendências à obesidade. Por isso, para começar um prognóstico psicológico adequado, cujo objetivo seja a redução dessa problemática, é preciso entender que nem sempre a obesidade esta relacionada somente ao ato de se alimentar, ao não se exercitar e à falta de força de vontade, pois comer vai além do fato de se nutrir. Ter resistência à atividade física nem sempre é preguiça e falta 36

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de esforço muitas vezes não tem relação com o nível de motivação. Por essa razão, é necessário que haja a compreensão da existência de uma simbolização por trás do alimento: amor, afeto, prazer, celebração, acalanto, perdas, frustrações, autossabotagens, culpas, fugas, vazios, inseguranças e intolerâncias são bons exemplos das emoções presentes no comportamento alimentar. Assim, depois de realizada a acepção do ato de comer, faz-se necessário identificar quais estímulos, fora a fome, levam a pessoa a se alimentar de maneira indevida. Estados psíquicos tais como: ansiedade, estresse, depressão, problemas afetivos, aceitação da sua imagem corporal, auto-estima, entre outros, são variáveis que devem ser averiguadas a fim de constatar as causas psicopatológicas do problema. E a investigação da existência ou ausência de transtornos alimentares tais como: compulsão alimentar e bulimia, por exemplo, também são primordiais para completar o diagnóstico e dar sequência no tratamento com intuito de

assegurar o êxito do mesmo. Deste modo, abordar a fome em seu aspecto subjetivo e psicossocial é imprescindível, pois as perturbações alimentares ocupam uma posição de cruzamento entre o psíquico e o somático, entre o individual e o social. E essa posição de cruzamento indica uma possível ligação entre as perturbações e o processo de mudanças, sejam estas socioculturais, ou em função da impossibilidade de uma expressão puramente psíquica e representacional dessas dificuldades, o que obriga o indivíduo a usar o recurso comportamental, nesses casos a inscrição corporal, para dar vazão às emoções. Portanto, é preciso compreender os processos mentais e sociais que influenciaram e influenciam a obesidade no individuo pois, só assim, haverá a elaboração desse conteúdo e então se fará possível que as etapas frente à perda de peso sejam percorridas de maneira íntegra, onde as mudanças possam vir capazes de se consolidarem e cessarem a auscultação do mundo interno do sujeito. A

Foto: Reprodução Internet


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educação

Tablets, TV e video-game: como usar com seu filho? Os aparelhos eletrônicos dominaram o mercado, entraram na vida de todos e fazem parte da rotina das crianças. Mas é preciso mais que isso para que elas se desenvolvam bem.

POR ANA CAROLINA BELCHIOR

Educar uma criança é uma tarefa tão importante quanto brincar com ela. Essas duas atividades têm muitos pontos em comum. O primeiro é que tanto para ensinar a criança a conhecer o universo ao seu redor quanto para diverti-la é importante um ser humano e não uma máquina. O segundo ponto emerge da necessidade de permitir à criança explorar esse universo, a fim de compreender por si mesma seus desafios. Um terceiro ponto poderia questionar a presença, tanto na educação quanto na distração, dos recursos eletrônicos existentes. Tablets, games, computadores e TV podem colaborar nesse processo de desenvolvimento da criança? A psicóloga e consultora educacional, Rosely Saião, considera o “acesso das crianças à tecnologia, brinquedos ou não, inevitável”. Para ela, a criança vê num tablet,

por exemplo, nada além de um brinquedo e, portanto, algo a ser explorado. FASES DE DESENVOLVIMENTO Sabemos que uma criança em seu primeiro ano de vida está desenvolvendo suas motricidades. Assim, saber diferenciar entre ela e outra pessoa já é uma experiência bem nova e outros experimentos, como descobrir o que é dentro, fora, embaixo, em cima, andar, cair e pegar objetos são atividades essenciais para que ela desenvolva, mais para frente, seu universo simbólico. Logo, qualquer brinquedo eletrônico, nessa fase, fará pouca ou nenhuma diferença no seu desenvolvimento. Para a psicóloga e professora de Psicologia da UNIFAE, Carmem Fabriani “Nessa fase, um tablet é apenas mais um brinquedo, mais alguma coisa. Talvez na cadeirinha do carro possa distrair a criança, mas não é mais que isso, ela vai ficar quieta por um tempo, mas desenvolve-la

não vai.” A psicóloga acentua que é fundamental apresentar uma diversidade de experiências para a criança. “Os pais precisam tentar outras coisas porque a criança precisa explorar o mundo e entender os seus limites corporais, a fim de construir psiquicamente o seu acervo de experiências.”Lá pelos quatro, cinco anos, a criança começa a constituir seu universo simbólico. Nesse ponto, alguns jogos em tablets ou computador passam a significar algo para criança, mas não passam de um entretenimento decodificado, isto é, rapidamente ela domina o jogo e parte para outro. Os desenhos chamados educativos, por exemplo, que sugerem que a criança interaja com a TV respondendo aos personagens, são apenas mais uma forma da criança se comunicar com algo pronto, mas não lhe permite desafiar-se e experimentar o novo. A professora cita o biólogo e estudioso do processo de aquisição de conhecimento da criança, Jean Piaget (1896-1980). Para ele, “não há nada melhor para a criança do que outra criança.” Pois, essa possibilidade de interação com outros seres reais sempre é mais rica e diversa do que com imagens virtuais. Ao entrar em contato com o outro a criança desenvolve a empatia, isto

MUDANÇA DE HÁBITOS

Hoje em dia é muito comum os pais deixarem seus filhos brincando nos dispositivos e se sentem menos culpados por achar que usando os aparelhos por horas as crianças estão aprendendo com os aplicativos. Fabricantes como a Samsung colocaram no mercado tablets especialmente projetados para os pequeninos e boa parte dos tablets para adultos já vem com controle que os pais devem configurar para filtrar o conteúdo.

Foto: Ingimage

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é, a capacidade de se projetar no outro e incorporar dele aprendizados que ainda não tinha. Dessa forma, “a outra criança tem condições de colocar desafios na medida em que a criança pode entender desafios. Por exemplo, uma criança de seis anos com uma de quatro, terá que se adaptar a ponto de ambas encontrarem uma zona intermediária. Isso é um senhor desafio”, opina a psicóloga. OS ELETRONICOS E AS GRANDES QUESTÕES HUMANAS Partindo da consciência de que nada ajuda mais no desenvolvimento infantil do que o contato humano com sua diversidade de experiências, é possível pensar que, atualmente, a variedade de atrativos tecnológicos também colabora para o processo de desenvolvimento. Contudo, a equação humana é mais complexa do que essa: diferentes jogos + diferentes desenhos formam uma criança bem desenvolvida. A criança precisa também construir referências verdadeiras, da vida real, a fim de enfrentar os desafios e frustações da vida. Segundo a psicóloga, há três fontes

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de frustações com as quais o ser humano, desde pequeno, aprende a lidar. A primeira é assistirmos à decadência do nosso corpo. Machucar-se, adoecer, morrer. A segunda é lidar com a incrível potência da Natureza frente a nós. Chuva, vendaval, furacão. E a terceira é a convivência com outras pessoas. Em todas as situações citadas o ser humano está sujeito a frustações, porque entra em contato com experiências reais e, assim, não consegue controlar essas ações por completo. Parece ruim, mas é saudável para a criança enfrentar as frustrações reais. Por outro lado, a TV, o Vídeo-Game, o computador ou qualquer outro eletrônico dá ao ser humano a sensação de controle total e imediato das situações ali apresentas. Como por exemplo, desistir do desenho que está chato, trocar o game que está desinteressante, ligar e desligar tudo na hora que bem entender. “O vídeo game dá um tempo nas questões humanas. É uma pequena droga que te tira do mundo. É confortável, dá um alivio. Aquilo te acalma. Não é que ele em si seja ruim, mas ele não traz a diversidade de experiências

e desafios que o humano precisa”, explica a psicóloga. Essa capacidade de controlar nossas vontades oculta, por vezes, a existência da frustração, que é algo natural e verdadeiro. “A TV, por exemplo, hipnotiza porque te dá a chance socialmente aceita de você evadir-se das questões cruciais do ser humano. Dá a ilusão de que está tudo sob nosso controle e assim as grandes questões existenciais passam batido”, complementa a psicóloga. Diante desse cenário já tão familiar para as crianças, os jogos e aparelhos eletrônicos não precisam ser demonizados ou retirados do convívio delas. A alternativa está em escolher para a educação histórias e contextos mais próximos do universo e da realidade dos pequenos. Por fim, a psicóloga acredita que cada pai e mãe devem confiar na educação que querem passar para seu filho, colocando para ele sua opinião sobre as relações que tem com o mundo, mostrando, sobretudo, em que os pais acreditam e o que seguem. “Deixar a criança exposta somente à Tv ou jogos passa a impressão de que os pais não têm opinião, posicionamento”, conclui Carmem. A


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esporte

Rapidez e charme no cavalgar A prova dos Três Tambores se consagra com participação feminina, na maioria, e tem cada dia mais prestígio e grandes premiações nos rodeios. POR ANA CAROLINA BELCHIOR

Uma corrida contra o tempo. Assim pode ser definida a modalidade de competição Três Tambores. Nela, a amazona precisa percorrer um percurso pré-defino, contornando os três tambores, posicionados em um trajeto triangular. “O conjunto tem que dar a volta em todos os tambores, buscando fazer esse percurso em menor tempo. Trata-se de uma prova de velocidade”, explica Eduardo Anfe, proprietário da Oficina do Cavalo, que oferece a modalidade. Embora seja uma prova para ambos os sexos, a participação feminina se destaca. Em rodeios, por exemplo, a prova é exclusivamente para mulheres. A modalidade de Três Tambores atualmente atrai treinadores, competidores e criadores, por conta da importância e premiação de suas provas. Eduardo conta que os cavalos dessa prova têm um treinamento diferenciado, além de uma rotina que envolve exercício de preparação física e técnica. “Isso exige que o animal esteja alimentado sob supervisão veterinária, para suprir todas as suas necessidades nutricionais”. O treinamento dos profissionais que têm o intuito de participar de provas e competições deve ser feito pelo menos dois dias por semana. No Centro de Treina-

ESPORTE FEMININO

A modalidade Três Tambores teve origem nos Estados Unidos e hoje é uma das modalidades mais praticadas no Brasil. O intuito dessa prova é contornar os 3 tambores, que estão dispostos na pista de forma triangular, sem os derrubar. A vencedora é quem cumprir o percurso em menor tempo.

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mento da Oficina do Cavalo são oferecidos os treinos para cavalos e cavaleiros, local para hospedagem do animal e pista coberta para treinamento. “Também dispomos de animais já treinados e prontos para aqueles que desejam começar a praticar. Contamos com a experiência de mais de 30 anos do nosso treinador, Aparecido Ávalo, com seu currículo extenso e reconhecido. Trabalhamos ainda com criação de animais aptos geneticamente para esta modalidade”, ressalta Eduardo. E finaliza: “estamos de portas abertas para visitação e conhecimento de nosso trabalho dedicado ao treinamento e criação de cavalos”. DE PAIXÃO À PROFISSÃO Graziella Agnes, uma das idealizadoras e vice-presidente da Associação Nacional dos Três Tambores (ANTT), conta que seu interesse por cavalos surgiu cedo.

“Quando eu era pequena, por volta dos 6 anos, morava em São Paulo, mas sempre ia para Minas Gerais passar as férias. Gostava de ir para a roça andar a cavalo. Essa paixão foi crescendo a cada ano”. Por volta do ano 2000, Graziella teve seu primeiro contato com os Três Tambores, durante a Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de São João da Boa Vista (EAPIC). “Conheci algumas competidoras na época e me apaixonei pelo esporte. Comecei a procurar um animal e um centro de treinamento para praticar, porém isso só aconteceu em 2002”, conta. Embora já tivesse competido em provas regionais em 2002, foi a partir de 2004, com a fundação da ANTT, que Graziella passou a se dedicar exclusivamente aos rodeios. “Depois disso nunca mais competi em provas, pois a emoção do rodeio é viciante, é algo pelo qual você se apaixona”. Para ela, os Três Tambores Foto: Top Team Cup


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representam sua história de vida, o que motivou sua trajetória no segmento. “Hoje sou conhecida devido ao amor a essa prova, que a cada ano me motiva ainda mais a estar próximo dela. Os Três Tambores é uma modalidade feminina, onde as competidoras vão, sim, competir. Mas acima de tudo existe uma grande família que se forma ao longo do ano, pelo fato de estarmos quase todos os finais de semana envolvidas com isso, cada hora num lugar diferente”, destaca. ASSOCIAÇÃO NACIONAL A ANTT é uma Associação que foi criada em 2004 por algumas competidoras da modalidade, com o intuito de fomentar os Três Tambores no país. A associação ainda busca melhorias de camping, pista e premiações nos Rodeios. “A realidade era bem diferente da que temos hoje”, lembra Graziella. Nesses treze anos de existência, a ANTT já firmou uma parceria com a ABQM - Associação Brasileira do Cavalo Quarto de Milha, uma das maiores associações de criadores da raça e também grande apoiadora dos três tambores no Brasil. Além disso, uma parceria com a NBHA - National Barrel Horse Association, permite que campeãs de etapas locais brasileiras possam representar o país no campeonato mundial, realizado nos Estados Unidos. Desde sua fundação, também já foram distribuídos cerca de R$ 1 milhão em premiações. Para saber mais sobre o trabalho da ANTT e dos Três Tambores, basta acessar o site da Associação www.antt.org.br. A

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PAIXÃO PELO ESPORTE

A paulistana Graziella Agnes sempre foi apaixonada por cavalos. Ela conheceu o esporte durante a EAPIC, em 2002, e tornou-se praticante. Dois anos mais tarde, ajudou a fundar a ANTT e desde então tem trabalhado na organização de provas, rodeios e também como juíza da modalidade.

Foto: Arquivo pessoal


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viagem

Os atrativos das temperaturas amenas e da boa gastronomia Conheça duas boas pedidas de viagem para esses tempos de dolar alto. Foto: Giordani Turismo

POR WILLIAN PEREIRA

O brasileiro não tem deixado de viajar. Entre 2007 e 2011, o número de pessoas que escolheram um destino dentro do país aumentou em 18,5%. Nestes anos, as viagens domésticas passaram de 161 milhões para 191 milhões, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), para o Ministério do Turismo.E a história de que o Nordeste do país é o “queridinho” dos viajantes parece mesmo ser verdade. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE), os lugares mais procurados estão nesta região, com 44% da preferência. Mas, não são apenas as praias nordestinas que podem ser uma boa opção para quem quer relaxar. O clima um pouco mais ameno de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; e de Bueno Brandão, em Minas Gerais, pode ser o alvo perfeito para amantes de boa culinária e natureza. BELEZAS NATURAIS Bueno Brandão está localizado na Ser-

ra da Mantiqueira, com altitudes de até 1600m. O clima tropical faz com que a cidade tenha uma média anual de 16,5°C, podendo chegar a até -4°C nos invernos mais rigorosos. A máxima é de 32°C. A temperatura em Bento Gonçalves, que fica na Serra Gaúcha, não é tão diferente. O local, classificado como subtropical

Foto: Reprodução Internet

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úmido, conta com uma média anual de 17,3°C. A média mínima é de 12,9°C e a máxima de 23°C. Mas, o clima fica em segundo plano quando se fala nos pontos turísticos e atrações que estas duas cidades podem oferecer. A NATUREZA DE BUENO “Beleza, tranquilidade, saúde e aventura. Tudo isso em um local onde a mata atlântica densa conserva vales intocados”, é o que o Departamento de Turismo de Bueno Brandão destaca aos turistas. E a natureza da cidade, que conta com cerca de 11 mil habitantes, é mesmo o que chama a atenção de todos que a visitam. Ao todo, são 33 cachoeiras que compõem o circuito local. Entre elas está a Cachoeira dos Machados, com uma queda de 90 metros, situada no alto da Mantiqueira, cercada por imensos vales com altitudes superiores a 1.500 metros. As quedas d´água fazem sintonia com a gastronomia. As cores da famosa comida mineira também fazem parte do


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cartão de visita de Bueno Brandão. Broas de milho, pães de queijo, tutus de feijão, linguicinhas flambadas na cachaça, além de especialidades da terra como a jeropiga, licor de amora e café, um vinho artesanal e as famosas cachaças mineiras. “É uma rica gastronomia espalhada em nossos restaurantes, cantinas, bares, lanchonetes, cafés e até mesmo na simplicidade da cozinha da roça impregnada de sabores e saberes da essência interiorana”, destaca a Secretária de Turismo, Alessandra Santos e Silva. A CAPITAL BRASILEIRA DO VINHO A comida gaúcha encontrada em Bento Gonçalves também é inesquecível para quem gosta da culinária simples, mas saborosa. A cidade, que tem aproximadamente 114 mil habitantes recebe, em média, 800 mil visitantes por ano. O turismo está diretamente ligado à produção do vinho, principal atração do município, visto que Bento Gonçalves é o maior produtor de uva do Rio Grande do Sul, e o maior produtor de vinhos e derivados de uva do Brasil. Por isso, di-

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versas vinícolas abrem suas portas para visitação. “Para quem gosta de um clima frio e de um bom vinho, não há lugar melhor. Visitando as vinícolas, você prova um mais saboroso que o outro”, afirma Gabriel Santana, natural de São João da Boa Vista (SP) e que por quatro oportunidades já esteve na cidade. Uma dica é visitar a Vinhos Salton, uma construção grandiosa com 30.000 metros quadrados. Além do parque industrial, a Salton contará com um Parque Temático da Uva e do Vinho, com passarelas internas para que os turistas possam transitar pela área de produção de vinhos e conhecer todo o processo de elaboração, desde a colheita da uva até o engarrafamento. A origem cultural também é atração. Os principais caminhos para passeio são o Vale dos Vinhedos, os Caminhos de Pedra, o Vale do Rio das Antas e o passeio de Maria Fumaça, com percurso de 23 quilômetros e 2 horas de duração. Durante o passeio, que vai de Bento a Carlos Barbosa, a festa é conduzida por atrações típicas italianas e gaúchas, além

de degustações de espumante moscatel e suco de uva, fazendo jus ao título de Capital Brasileira do Vinho. ROTA DAS CANTINAS HISTÓRICAS Outra dica é realizar a Rota da Cantinas históricas,saboreando o melhor da culinária local. Os imigrantes provenientes do Vêneto e do Trento, norte da Itália, encontraram as condições ideais para desenvolver a arte do vinho nas encostas de Farias Lemos. Usadas originalmente para guardar os mantimentos, as cantinas são um lugar carregado de saberes e memória que retratam a vida do colono em uma experiência inesquecível. Ao entrar no clima dos aromas, da paisagem vitícola e dos sons únicos da localidade que preservam sua cultura de modo especial, os visitantes experimentam vinhos típicos, sucos, espumantes e a gastronomia cultural. As cantinas oferecem almoços e jantares com cardápios típicos italianos e regionais. Para completar o passeio, não esqueça de apreciar a vista do Mirante do Campanário. A


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sociedade

Por uma educação mais humana Conheça o trabalho do Casulo, que atende crianças com dificuldades na aprendizagem escolar. Foto: Reprodução Internet

POR BRUNA MAZARIN

O aprendizado quase “fordista”, aplicado na maior parte das escolas do país, deixa lacunas e deficiências no processo educacional dos alunos. Ao optar por esses padrões de ensino, que muitas vezes cobram apenas resultados em vestibulares, muitas crianças que precisariam de outros métodos, estímulos ou apenas um pouco mais de tempo para aprender, são deixados em suas carteiras com o título de alunos problemáticos. Num sistema em que apenas estatísticas mensuram seu nível de eficácia, fica difícil achar espaço para discussões mais humanas acerca dos indivíduos integrantes desse processo educacional. Nesse sentido, o projeto Casulo atende, há quase dez anos, crianças que apresentam queixas escolares, sejam elas relacionadas à dificuldade de aprendizagem na leitura, escrita e matemática ou aos problemas de comportamento que têm impacto na escola — timidez excessiva, agressividade, hiperatividade, recusa escolar, entre outros. “Defino o Casulo como uma instituição que se preocupa, em primeiro lugar, com o desenvolvimento infantil, não apenas na sua dimensão remediadora, mas também preventiva. Acreditamos que o Casulo desenvolve um trabalho onde, infelizmente, a educação e a saúde pública escolar ainda não conseguiram atuar”, diz a neuropsicóloga e pós-doutora pela Unicamp, Betânia Alves Veiga Dell’Agli. A neuropsicóloga é presidente, coordenadora técnica e psicóloga responsável pelo Casulo. “Toda a organização e o tipo de atendimento que é oferecido pela instituição são realizados por mim, mas com o auxílio de toda minha equipe”, explica. Betânia avalia que o tipo de trabalho desenvolvido pelo Casulo é necessário e tem uma demanda muito alta que não recebe assistência adequada. “Uma 50

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criança como as que atendemos, está em condições de vulnerabilidade social, cujas consequências podem ser ruins para a sociedade, mas certamente são negativas para ela própria, porque recai sobre ela todo o impacto da ineficiência do atendimento especializado que necessita”. Estrutura A presidente explica que o atendimento do Casulo é feito com a criança, família, escola e profissionais envolvidos. Com as crianças que apresentam queixa de dificuldade de aprendizagem é realizada uma intervenção psicopedagógica em três áreas: estimulação de fala e linguagem, raciocínio lógico-matemático e afetivo-moral. Com as que apresentam apenas problemas de comportamento, o enfoque é a dimensão afetiva e moral — resolução de conflitos, identificação de sentimentos de si e dos outros, sentimentos com relação à escola, aprendizagem e com amigos. Também realizam

uma avaliação neuropsicológica com fim de diagnóstico. Com a família, o Casulo faz orientações em grupo — uma vez por mês— e orientações individuais. Com a escola também fazem orientação das professoras que atendem o reforço escolar e orientações às professoras de sala de aula das crianças atendidas. Com os profissionais, quando necessário, discutem a situação da criança “pensando em como auxiliar o seu desenvolvimento”, define Betânia. Ao fazer uma avaliação objetiva do atendimento do Casulo, ela afirma ser um trabalho de “excelência” que o município conquistou, por ser pautado em critérios científicos e que têm como recursos os melhores instrumentos consagrados pela literatura psicológica infantil. “Além disso, é uma instituição voltada à pesquisa científica, que divulga seus achados em congressos nacionais e internacionais, projetando nosso município como local que extrapola a simples


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assistência, mas que se preocupa com as inquietações do âmbito científico que podem auxiliar educadores e profissionais da saúde em sua prática cotidiana”. Para Betânia, a educação entra como um meio de promoção de mudanças concretas e profundas na sociedade; “Nosso desejo é participar da construção de uma sociedade, no mínimo, mais justa e talvez, no futuro, construir uma sociedade mais equânime, garantindo a todos as possibilidades educativas que lhe permitirão uma participação cidadã livre e consciente”, salienta. Histórico O Casulo surgiu no ano de 2007, mas o trabalho de Betânia com crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem começou bem antes, em 1996. “Em 2000, minha amiga Maria Imaculada Merlin de Carvalho [neuropediatra], preocupada com essas crianças, me apresentou à educadora Durceli Braz, que na ocasião era secretária da Educação. Com ela, desenvolvi um trabalho na rede municipal de ensino, voltado ao atendimento dessas crianças. O projeto foi denominado (re)Educando e chegamos a atender 200 crianças por semana. Por compromissos de trabalho e em seguida devido a entrada de outra gestão na educação municipal, este atendimento foi encerrado. No entanto, mantivemos vínculos religiosos e vim a saber que o Grupo de Caridade André Luiz, entidade espírita, da qual ela era presidente, tinha construído um prédio idealizando algum trabalho no âmbito educacional, que estava ocioso para este fim”, conta. No final de 2006, Betânia relembra que avaliava o caso de uma criança e, juntamente com Durceli, percebeu que não havia nenhum atendimento na cidade que pudesse receber a criança da forma como desejavam. “Foi aí que passamos a lembrar do (Re)Educando e nos propusemos a fazer um trabalho parecido no prédio do André Luiz. Mobilizamos pessoas amigas que eram vinculadas à educação e iniciamos, em março de 2007, um grupo de estudo com o fim de idealizar como seria realizado o trabalho. Nestes quatro meses preparamos a equipe, todos voluntários, escolhemos o nome, estabelecemos as normas, estudávamos para ter um conhecimento básico comum 52

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e fizemos eventos junto com a equipe do André Luiz, para equipar a instituição com jogos e materiais para intervenção. Em agosto convidamos 12 crianças que eu conhecia para receber nossos atendimentos. Tínhamos receio, mas também muita vontade de realizar este trabalho que, na ocasião, sequer tínhamos a dimensão do que se tornaria”, explica. De lá para cá, o Casulo cresceu consideravelmente e chegou a atender 320 crianças por semana. “Isto foi possível pela parceria que conseguimos com o Departamento Municipal de Educação, em 2013. Montamos uma equipe interdisciplinar, todas voltadas ao atendimento da queixa escolar”. Mas Betânia lamenta: “no ano passado, em decorrência da crise financeira do nosso país e ajustes de verba do setor público, tivemos que reduzir o quadro de profissionais e de crianças”.

Atualmente, a entidade filantrópica atende 182 crianças na faixa etária entre 5 e 11 anos de idade, suas famílias e seus professores. Como colaborar Os interessados podem fazer doações e se tornarem sócios colaboradores com qualquer quantia mensal. Também podem doar seu trabalho como voluntários. As informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3633-1475 ou pelo e-mail criancacasulo@yahoo.com. br.”Estamos buscando possiblidades de manutenção da instituição. Somos uma entidade filantrópica que, como a maioria, não tem recursos próprios para arcar com as despesas. Então nossa meta é buscar recursos para que possamos dar continuidade aos atendimentos”, complementa a presidente do Casulo. A

Sistema educacional brasileiro Para a atual questão educacional é preciso compreender que o Brasil, por muitos séculos, teve uma educação para poucos. Apenas com o Manifesto dos Pioneiros, de 1932, a educação laica, pública, gratuita, obrigatória e única entrou na pauta das políticas públicas. Durante todo o século 20 a luta foi para garantir a educação de todos (uma nação que na época já tinha mais de 100 milhões de pessoas). Ainda na década de 1970 as dificuldades eram grandes. Mesmo conseguindo que todos estivessem matriculados no 1.º ano, a desistência e a reprovação eram altíssimas, resultando em apenas 40% de alunos matriculados no ano seguinte. O sistema foi se adequando para reter os alunos na escola: criaram-se os ciclos, a progressão automática, e outras tantas estratégias para consolidar a escola como a principal, única e oficial instituição de transmissão dos conhecimentos socialmente valorizados, demanda esta introduzida inclusive por órgãos internacionais. No final do século 20, o país tinha garantido a entrada e permanência, chegando em 2006 com 98% das crianças de 7 a 14 anos na escola. Mas esse marco foi alcançado com o crescimento do número de escolas, sem valorizar a cultura local, a formação dos profissionais, as adequadas condições de trabalho, entre outros, resultando em um ensino massificado, baseado em apostilas e provas (internas e externas). Mas há boas notícias no ar. Ameaça de fechamento de 150 escolas levou milhares de adolescentes às ruas em todo o estado de São Paulo contra a decisão de Geraldo Alckmin de “reorganizar” a educação. A coordenadora da pós-gradução em Educação da PUC de São Paulo, professora Branca Jurema Ponce considera o movimento um brinde à democracia que vai além da palavra, num exercício cotidiano. “É um brinde a uma nova concepção de escola, de conhecimento escolar, de currículo. O currículo escolar também é isso, tem de preparar o sujeito para a cidadania. É uma forma também de os pais, de os próprios alunos se formarem para a participação”, diz. ”Bendito seja esse movimento estudantil de jovens de 15 a 18 anos, num momento tão importante, formador. São garotos que trouxeram de volta uma esperança grande, que foi deixada de lado, e que vão levar para sempre essa reflexão.”


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figura que atua

Na busca dos sonhos Conheça a tragetória profissional da artista sanjoanense Vânia Palomo. POR LUIS GUSTAVO GASPARINO

Artista plástica, professora, empreendedora, administradora, organizadora, esposa, mãe, mulher... esses são só alguns atributos que podemos dar a Vânia Lucia da Costa Palomo, ou simplesmente Vânia Palomo, figura esta que se destaca não só no cenário sanjoanense, mas também no nacional e até mesmo mundial. Nascida em 27 de outubro de 1966, ela é formada em Letras pela Fundação de Ensino Octávio Bastos – Unifeob. Em 1988 iniciou seu trabalho com aulas particulares de pintura e escultura. Desde então, com a franca evolução de seu talento e com o aumento de sua turma, teve que abrir seu próprio espaço. Em 1992, inaugurou o Atelier Vânia Palomo (em residência na Vila Bancária), oferecendo um melhor local para as aulas e para os alunos. Mas foi em 1996 que resolveu viver das artes, iniciando o curso de Arte Contemporânea no Atelier Vera Ferro, em Campinas/SP. De 1998 até 2003, foi aluna do curso de Escultura na Galeria Cristina Roese, na mesma cidade, sendo que, em 1999, foi convidada a participar do grupo de escultores desse mesmo atelier. Desde então, sua vida com as artes plásticas só evoluiu (veja o quadro ao lado). Na década

de 2000, o Atelier virou Espaço Vânia Palomo, com o aumento dos cursos oferecidos; E, em 2015, o Espaço vira School Of Design & Arts Vânia Palomo, iniciando mais uma etapa de seu crescimento, com cursos certificados. Além de seus empreendimentos particulares, Vânia também passou seus conhecimentos para alunos de várias escolas e grupos sanjoanenses, entre elas: Pré-Escola Acalanto (1995 a 1997), Centro Educacional Integrado (1995 a 2001), Centro Educacional São João Batista (1995 a 2005), Externato Santo Agostinho, Colégio Objetivo e na Associação de Educação do Homem de Amanhã – AEHA (as três últimas, ainda atuando no momento). Vânia Palomo também já esteve à frente de diversos eventos locais, que atingiram patamar regional, estadual e até mesmo nacional. Podemos citar duas edições da Semana Fernando Furlanetto, três edições da São João Decor e, mais recentemente, a I Semana do Design de São João da Boa Vista. Já são 28 anos de história, levando sempre a arte e a cultura em primeiro lugar, dando oportunidades para que pessoas de todas as idades possam se expressar artisticamente, da forma como querem. Foto: Ana Paula Barbosa

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De onde surgiu a vontade de fazer e trabalhar com artes? Isso vem desde a infância. Minha mãe diz que desde os nove anos já gostava de desenhar e pintar. Na escola, alguns amigos encomendavam desenhos e eu fazia para eles. Faço arte por gostar demais da área.

Foto: Ana Paula Barbosa

E como foi sua formação? Cheguei a me formar no curso de Letras, em São João mesmo (Unifeob), pois naquela época os pais não deixavam os filhos cursar faculdade fora, além da condição financeira que não era das melhores. Só fui seguir carreira depois de casada, pois com filhos pequenos era tudo muito difícil. Com eles mais crescidos é que fui fazer os cursos em Campinas, realizando meu sonho. Quando começou a dar aulas? Em 1988, quando comecei dando aula particular para apenas um aluno. Depois lecionei em escolas da cidade e fui caminhando. Os alunos foram aumentando, a procura também, e passei a ter um espaço destinado à formação deles. Em 2015, realizei o grande sonho de ter um prédio próprio, com os segmentos que hoje ofereço. E de onde veio esse espírito empreendedor de fazer acontecer? Gosto de coisas novas. Não sou de ficar estagnada. Sempre procurei buscar o diferente. Tracei objetivos em minha vida para correr atrás dos meus sonhos, pensando em trazer para São João coisas diferenciadas, a que as pessoas pudessem ter acesso e que, normalmente, só se tem em grandes centros. Além da realização pessoal de poder fazer aquilo de que sempre gostei. A São João Decor foi a maior experiência de sua vida profissional? A São João Decor vem muito ligada com o trabalho de artes plásticas que faço. Sempre gostei de decoração e, por conta disso, procurei um novo canal para me expandir dentro deste espaço, buscando este evento. Não tenho a formação de arquiteta, mas a Decor me realiza neste sentido, pois posso trabalhar com arquitetura, sem necessariamente estar com a mão na obra, mas realizando o sonho de ver tudo aquilo pronto. Não deixa de ser uma das minhas paixões. 56

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Poderemos esperar por novos eventos, em breve? Com a inauguração da minha escola, que hoje é voltada para as artes plásticas e design, tenho em mente abrir um novo canal para jovens talentos no design. Realizaremos novamente neste ano a Semana do Design, que sempre será no mês de julho, mas voltará com novo perfil. Além dos profissionais daqui, expondo e dando palestras, estarei fazendo um concurso para jovens talentos da área. Qual o principal objetivo da sua escola? Quando a montei, o objetivo é que ela fosse viva. Fazer com que funcionasse com todo o gás possível. Procuro sempre estar trazendo coisas diferentes, principalmente com os novos cursos que já estão ativos, como Design de Interiores e Paisagismo, além de implementar as novidades em artes plásticas e design. É uma forma de estar movimentando a escola, deixando-a atualizada e diferente. Como você vê o mundo das artes no país, atualmente? Hoje é muito difícil falar de artes plásticas no Brasil e em São João. Virou muito político. Não temos apoio. Sentimos falta de espaços onde possamos fazer uma exposição ou realizar eventos da área. E

me parece que não há mais a educação de prestígio à arte, das visitas, das palestras, ou seja, não faz mais parte da cultura. Além do apoio financeiro, que também é muito complicado conseguir, não só por conta da crise que o país vive, atualmente. Trabalho há 28 anos em São João com arte e sinto que a cada ano fica pior. Foi por isso que, quando construí a escola, uma das coisas em que pensei foi ter uma galeria aqui, um espaço onde ele é aberto aos artistas para palestras e exposições. Sentia muita falta de ter um lugar próprio para expor o trabalho dos meus alunos. Como conciliar todos esses trabalhos e ainda ser mãe, esposa e mulher? Graças a Deus tudo isso é possível porque tenho muito apoio em casa, da minha família, filhos e marido. Mas é bem complicado. Às vezes existe a cobrança, a falta de atenção, porém é tudo em função do trabalho que escolhi. Enfim, tudo acaba passando e ficando bem. Qual a sensação de ver obras suas expostas no Brasil e no mundo? Fico muito feliz. Hoje meu tempo é bem escasso, pois voltei para outro segmento, mas não deixo de fazer arte. Sempre recebo convites para expor e isso é muito gratificante. A


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lançamento da coleção outono/inverno 2016 Cada Passinho

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perfil POR PEDRINHO SOUZA

Tem novidade na Revista Atua! A partir desta edição, toda publicação trará o perfil de dois jovens empreendedores. Vamos ouvir algumas opiniões de jovens que superaram obstáculos do cotidiano e se tornaram empresários. Vamos conhecer um pouco sobre como se prepararam para alavancar o empreendimento e o que aguardam para o futuro. Esperamos que vocês gostem!

Por que você escolheu a arquitetura? Me fascina a ideia de ver algo sendo concretizado a partir do que idealizei. Nunca tive influências externas para seguir carreira na arquitetura, a arte da criação sempre esteve presente em minha vida.

permitem a evolução das ideias, por isso acredito que cada um tem muito com que contribuir para a sociedade, e assim vou buscando me espelhar naquilo que, naquele momento, acredito ser ideal para complementar minhas ideias.

Antes de ter seu próprio negócio você trabalhou em algum escritório? Trabalhei no escritório do arquiteto Joaquim Mello, o maior professor que tive em minha carreira.

O que é preciso para ser uma boa empreendedora? Ser atenciosa em tudo, mas, principalmente, com todos.

Como foi para uma jovem e mulher entrar nessa área? Acredito que, justamente por esses dois fatores, sempre fui aceita com respeito total pelos colegas de trabalho.

Mariana Mendes de Luca 28 anos, arquiteta

daquelas que “ Sou pensam que o grande segredo do negócio é não se prender a uma ideologia.

E como foi a recepção dos consumidores? Já nesse âmbito, essas características realmente podem ter distanciado algumas pessoas, mas por outro lado me possibilitaram ter clientes que não só confiaram em meu trabalho, como também foram pacientes para me ensinarem que, às vezes, não é apenas o conhecimento técnico que manda, mas sim a troca de experiências. Algo que, talvez, se não fosse por esses dois relevantes fatores, não teria aprendido com eles. Como arquiteta e empreendedora, qual o maior desafio que você encontra? O meu maior desafio é sempre buscar o desejo mais introvertido dentro de cada pessoa, e procuro vence-lo estreitando as ideias entre a relação arquiteta e clientes.

Em quem você se espelha no mundo dos negócios ou da arquitetura? Sou daquelas que pensam que o grande segredo do negócio é não se prender a uma ideologia. Gosto de pessoas que

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Qual é a chave para o sucesso? Dedicação. O que você gosta de fazer nas horas vagas? Estar na companhia de tudo o que me faz bem e me traz boas inspirações. Qual livro e filme você indicaria a um amigo? Eu indicaria Problemas? Oba!, de Roberto Shinyashiki. A melhor leitura para quem já aprendeu que não existe sucesso sem esforço, e logicamente sem problemas. Esclarece, de maneira simples, que essas dificuldades podem nos trazer oportunidades únicas. Qual o seu sonho? Poder, com o meu trabalho, fazer a diferença positivamente, na vida de todos que confiam em mim. O que você pode dizer a quem está começando nessa área? Alie paciência com discernimento. Qual será o próximo passo como empreendedora? Buscar novos meios que contribuam ainda mais para melhorar o entendimento da necessidade que cada projeto de casa me exige.


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Fotos: Two Moon Produção Criativa

Renan Sandrini 23 anos, empresário

empreendedor “ Um não tem direito de sonhar, mas sim de possuir metas e conquistas, e fazer dos sonhos metas realizadas.

Como começou sua carreira como empresário? Em 2011 eu já sabia que queria fazer alguma coisa, mas ainda não tinha descoberto o que realmente poderia ser legal para eu conseguir uma grana extra. Nessa época eu trabalhava em uma empresa privada, onde tive grandes aprendizados na minha carreira profissional. Como eu pretendia começar uma faculdade, precisava achar um trabalho para ajudar a cobrir as minhas despesas. Foi quando, certo dia, me sobrou R$ 50,00 e tive a ideia de usá-lo como primeiro investimento. Fiz uma parceria com um grande amigo, o Mateus, da loja de suplementos Naturales, e revendia os produtos dele ganhando uma pequena margem de lucro. Em apenas uns três meses eu já tinha um estoque considerável e ganhava algum dinheiro. Quando entrei na faculdade já era um MEI [Micro Empreendedor Individual] e vendia suplementos. Ao mesmo tempo em que era uma realização entrar no ensino superior, as vendas dentro da faculdade foram um fracasso, pois tinha parado de ir à academia por conta da faculdade. Foi onde tive a ideia de procurar um produto que os jovens da faculdade iriam comprar, e optei por seguir o ramo do vestuário. No começo eu vendia roupas no meu carro, um Corsa Wind, de 1995. Sempre fui buscando o melhor. Em 2012 eu já estava abrindo minha primeira loja, que ficava na Rua 14 de julho. Em 2014 eu recebi a benção de Deus ao mudar a loja para o centro, na Rua Getúlio Vargas. Sempre antenado e oferecendo o melhor possível para os amigos e clientes. Como foi a recepção dos consumidores quando você abriu seu negócio? O verdadeiro pequeno comerciante, assim como eu, tem de ser camarada com todo mundo. No dia em que inaugurei minha primeira loja, fiquei muito feliz, porque eu sempre tive muitas amizades e o lugar estava “bombando” nesse dia. Muitos amigos prestigiando e apoiando a ideia, quase todos são clientes, hoje, da Sandrini Store.

Qual foi o maior desafio encontrado até hoje, como empreendedor? Ser um grande empresário, ou até mesmo um pequeno comerciante, como eu, sempre irá gerar grandes desafios. Um deles é saber se reinventar todos os dias, matar um

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leão toda hora. Na verdade, eu acredito que não tive somente um desafio na vida, tive vários, porém vivemos em um mundo onde não podemos fraquejar e sim aprender a se recriar para novas tecnologias e oportunidades. Como empresário, em quem você se espelha? O Silvio Santos é meu grande exemplo. O que é preciso para ser empresário? Eu vivo em busca dessa resposta por quase cinco anos (risos). Acho que se você administrar o seu negócio sem se preocupar com o primeiro colocado e com o último, fizer o que a intuição manda e usar bom senso, deixando de lado a vaidade, possui todas as chances de conseguir seu objetivo. Só não consegue um objetivo quem acredita que as coisas são fáceis. Todas as coisas tem que ser batalhadas, pois quando você consegue algo muito fácil, pode ter certeza de que isso logo vai embora. Por isso sempre é necessário humildade para aprender e obter melhores resultados. O que você gosta de fazer nas horas vagas? Pode parecer até mentira, mas sempre, ao chegar em casa, separo um tempinho para ver palestras virtuais e realizar pesquisas de mercado. Mas como todos, também gosto de sair e me divertir. Qual livro você indicaria a um amigo? Pai Rico, Pai Pobre. É um livro onde você acaba descobrindo vários comportamentos que podem ajudar a encontrar o caminho do sucesso. O que você pode dizer aos jovens que pensam em se tornar empresários? Bom, não me vejo como uma referência para jovens empreendedores. Mas eu digo que se vocês pretendem abrir um negócio próprio mais cedo, é preciso abdicar de algumas coisas e botar a mão na massa. Para os que têm uma equipe, sempre é bom lembrar que o sucesso de qualquer negócio não está na quantia de dinheiro que você tem no banco, propaganda e produto. Está em processos e pessoas. Por isso treine bem sua equipe, pois o maior valor que qualquer empresa possui são pessoas. A


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empreendedorismo

Visão empreendedora Sanjoanenses produzem bolsas com técnica diferenciada e conquistam destaque. POR BRUNA MAZARIN

Singularidade, responsabilidade social e empreendedorismo. Esses são os pilares do Ami Atelier, empresa da sanjoanense Patrícia Pirajá. A ideia veio de uma fonte inusitada: o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Moda da sobrinha, Mariana Junqueira. Ela desenvolveu uma técnica de pintura em lonas que atraiu a visão empreendedora de Patrícia. Juntamente com sua sócia, Renata Tavares, a sanjoanense formada em arquitetura já trabalhava seu espírito empreendedor na empresa de aromas para ambientes, a Ami. Ao aplicar a técnica da sobrinha na confecção artesanal de mochilas, o Ami Atelier despertou o interesse do público. O negócio deu tão certo que elas foram citadas no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo, na coluna Direto da Fonte, de Sônia Racy, com o título “A quatro mãos”. O diferencial dos produtos fica por conta das pinturas exclusivas que são customizadas por adolescentes, caindo no gosto desse público cada vez mais exigente. “Renata e eu nos encantamos pelos tecidos pintados por minha sobrinha. Um trabalho maravilhoso que nos fez parar e pensar: podemos fazer algo muito legal com esses tecidos. Primeiro, lançamos uma Tote Bag, num evento de moda de São Paulo, o It Brands. Ficou incrível e evoluímos para a mochila. As pinturas são únicas, o que valoriza a peça e

EMPREENDEDORAS

Patrícia Pirajá, juntamente com sua sócia, Renata Tavares, ganharam destaque no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo. A sobrinha de Patrícia desenvolveu a técnica de pintura em lonas para um trabalho de conclusão de curso universitário. A ideia foi adotada pelas empresárias que tem feito sucesso no mercado.

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faz com que sejam desejadas justamente por não serem iguais. Para garantir uma peça ainda mais exclusiva, acrescentamos um trabalho de customização feito por dois adolescentes talentosos: Olivia Tavares, 14 anos, filha da Renata, e João Borges, 14 anos, filho de uma amiga da Renata. Cada um tem um estilo, e se a pessoa quiser personalizar a mochila, é só encomendar qual traço prefere”, explica Patrícia. ONDE ADQUIRIR Patrícia e Renata disponibilizam no mercado uma linha completa de aromas, vendidos vendidos através do Instagram e de algumas lojas parceiras. Também é possível encontrar os produtos no site www.obololo. com.br. Em São João, os aromas são vendidos pela representante Terezinha Maineri - antiga proprietária da loja Lina. Já as mochilas podem ser encomendadas pelo WhatsApp (11) 9.8196-4667 e também pelo Instagram. “Mas queremos, em breve, disponibilizar as mochilas com algum represen-

tante em São João”, antecipa Patrícia. PROJETO ARRASTÃO “Não tem espaço para ser mais um. Se não tiver um produto diferenciado, não vende. E se for diferente e ainda puder ajudar o outro, melhor ainda”. Essa ideologia norteia a próxima coleção de Patrícia. Parte da produção de bolsas será confeccionada pela organização sem fins lucrativos Projeto Arrastão, de São Paulo. Fundado em 1968, o Projeto faz o acolhimento e dá suporte às famílias da região do Campo Limpo, que vivem em condição de pobreza. Esse trabalho de promoção humana e de desenvolvimento das comunidades é feito junto com estas famílias e dá origem aos programas que oferecemos nas áreas de educação, cultura, geração de renda, habitação e qualidade de vida. “É um desafio muito legal. Procuramos olhar com mais amor para o mundo e ajudar as pessoas. Temos que ser mais humanos”, completa Patrícia. A Foto: Divulgação


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gastronomia

Tour gastronômico sem sair de casa O paladar sanjoanense pode dar a volta ao mundo em estabelecimentos que oferecem comidas típicas de outros países. POR BRUNA MAZARIN

Para fazer um verdadeiro tour gastronômico não é mais necessário viajar aos quatro cantos do mundo. O município de São João da Boa Vista oferece opções variadas para o público que deseja conhecer o cardápio de outras nacionalidades. E como adicional, a maioria dos estabelecimentos especializados em comidas estrangeiras oferece eficientes serviços de delivery. Ou seja, dá para saborear desde comida japonesa até a apimentada culinária mexicana, sem sair de casa. Esse é o perfil do HaoChi, que desde 2012 vende por delivery comida chinesa. A proprietária, Sonia Zerbetto, diz ter escolhido essa culinária por apreciá-la há muito tempo. “O HaoChi começou como um ‘home made’ [feito em casa]. Ficamos assim por sete meses. Até que a grande demanda nos fez montar um estabelecimento”. Ela diz ter notado que a comida chinesa não era muito conhecida em São João e, por vezes, confundida com a japonesa. “Estamos formando a cultura de comida chinesa na cidade. Nossos pratos são feitos com legumes tenros, porém nada cru — muitos diziam que não vinham comer porque não gostavam de coisa crua. Os já apreciadores ficaram muito felizes, pois somos os pri-

SABORES EXÓTICOS

A China possui uma das mais exóticas e conhecidas culinárias de todo o mundo. Uma mistura de cores, aromas e sabores. Para comer, os chineses usam instrumentos parecidos com o hashi japonês, que segundo eles, tornam a comida mais saborosa.

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meiros a trazer um delivery chinês e de boa qualidade”, explica. Ela acrescenta que, por meio da comida chinesa, também cativaram o público infantil. “Conquistamos as crianças. Em muitos casos, é a única forma delas comerem legumes. É muito interessante e gratificante agradar o paladar infantil com uma comida gostosa e saudável”. Sobre as peculiaridades da culinária chinesa, Sonia comenta o hábito de comer “aguçando os sentidos”. Por conta disso, os pratos são, em geral, coloridos, com aroma inconfundível e sabor singular. “A China tem uma culinária vasta e o HaoChi se esmera com pratos de várias regiões do ‘Gigante Vermelho”. Mas para o paladar do brasileiro, alguns

pratos causam estranhamento ou incomodo, por usarem temperos em excesso ou sabores não conhecidos. “Tivemos que adaptar alguns pratos, especialmente os temperos. Algumas receitas tradicionais da China usam muita pimenta. Isso não é do nosso gosto. Por exemplo, atendendo aos pedidos, desenvolvemos um prato muito tradicional da região de Sichuan, chamado Frango Kung Pao, obviamente com menos pimenta. Mas como fazemos os pratos na hora, o cliente pode personalizar se quer mais ou menos apimentado”, esclarece Sonia. Segundo ela, os pratos mais pedidos são o Yakisoba, Frango Xadrez, Risotos, Rolinhos Primavera e Costelinha de Porco Foto: Reprodução Internet


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SABORES DA ÍNDIA

Se há um denominador comum em todas as receitas da culinária indiana com certeza é o uso criativo de ervas e especiarias. Os chefs indianos usam uma variedade de temperos para dar aroma, cor e sabor a praticamente todos os pratos. Os resultados são sempre picantes, mas não necessariamente apimentados, porém inconfundivelmente indianos.

Agridoce. “A experiência com a comida chinesa foi tão positiva que ela estuda montar uma segunda loja na cidade de Londrina, no Paraná. Será uma loja piloto para franquiar a marca HaoChi”, completa Sonia. Sabor direto da Índia Já imaginou provar as iguarias da Índia preparadas por um legítimo indiano, que entende melhor que ninguém da sua gastronomia? Isso é possível no Sabor da Índica Delivery Food. Gurjeet Singh, proprietário e cheff, aprendeu a cozinhar com o tio Ravinder Singh, que era dono de um renomado restaurante na Noruega, chamado Mugal India. A esposa de Gurjeet e também uma das proprietárias do Sabor da Índia, Ana Paula Gerin Singh, conta que quando chegaram ao Brasil muitas pessoas pediam para seu marido preparar pratos indianos. “Eles se deliciavam. Então resolvemos montar o delivery para sentir a receptividade dos sanjoanenses e, futuramente, montar um restaurante”. Segundo Ana Paula, a acei-

Foto: Reprodução Internet

tação do público de São João é cada vez maior. “A recepção sanjoanense tem sido fantástica”. A proprietária diz que não foi feita nenhuma adaptação nos pratos. As especiarias que utilizam são importadas para dar o sabor e o aroma genuinamente indiano. Apenas a pimenta fica por conta do freguês. “Alguns preferem mais, outro menos. Então isso fica a critério deles”. Ela comenta que ainda há um “receio” dos sanjoanenses na hora de pedir a comida indiana, mas que vai logo embora quando provam os pratos. Ana Paula informa que a sede do delivery está disponível para jantares com grupos fechados, de duas até vinte pessoas. Comida Tex-Mex A culinária Tex-Mex surgiu da fusão en-

Foto: Reprodução Internet

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tre a comida mexicana e características da culinária do Texas, que faz fronteira com o México. Ela se tornou uma das opções de refeição mais consumida no mundo. São João não ficou de fora dessa preferência mundial. Quem dá essa opção aos sanjoanenses é o 4 ALL. “É uma comida com preços competitivos, feita principalmente para o público jovem universitário da região. Oferecemos um produto novo, de qualidade e barato”, diz o proprietário do estabelecimento, David Ciacco. O público recebeu muito bem os pratos do 4 ALL, mas a necessidade de buscar alternativas para o gosto do brasileiro foi inevitável, conta Ciacco. “Como todos sabem, hábito é algo que adquirimos, portanto, muito difícil de ser modificado. E quando nos referimos a hábito alimentar certamente encontraremos uma relutância ainda maior em introduzir ou alterar algo. Com a comida Tex-Mex não foi diferente. Abrasileiramos algumas opções no cardápio. Mesmo assim, o 4 ALL sempre dispõe das opções originais e tradicionais de tacos (foto ao lado) e burritos”. Ele acrescenta que os tacos e os burritos oferecidos pelo 4 ALL têm como característica a combinação de sabores, com condimentos associados a vegetais, queijos e carnes envoltos em tortilhas, que podem ser de milho ou trigo. “As diferentes opções de combinação desses ingredientes, além de satisfazer os mais exigentes paladares, proporcionam uma refeição saudável e barata”. A


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culinária

Arroz de carreteiro INGREDIENTES • 02 xícaras (chá) de arroz agulhinha • 04 xícaras (chá) de água • 100g de carne-seca dessalgada e desfiada • 250g de linguiça calabresa aperitivo • 70g de bacon defumado em cubinhos • 02 colheres (sopa) de óleo • ½ cebola • 02 dentes de alho • 02 folhas de louro • ½ xícara (chá) de salsinha • Pimenta-do-reino moída na hora (a gosto) MODO DE PREPARO Leve uma chaleira com um pouco mais de quatro xícaras (chá) de água ao fogo baixo. Descasque e fatie meia cebola em meias-luas finas. Descasque e pique fino os dentes de alho. Corte a linguiça em três pedaços na diagonal. Numa panela grande, aqueça o óleo em fogo médio. Doure o bacon e a linguiça calabresa por cinco minutos, mexendo de vez em quando. Junte a cebola e refogue por dois minutos, mexendo sempre, até ficar transparente. Acrescente o alho e misture por apenas mais um minuto. Junte a carne seca o arroz e as folhas de louro. Mexa bem, por cerca de um minuto. Antes de começar a grudar no fundo da panela, meça quatro xícaras (chá) de água fervente e regue o arroz.

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Misture bem, raspando o fundo com a colher de pau e tampe parcialmente a panela. Deixe cozinhar até que o arroz absorva toda a água, por cerca de 20 minutos – para verificar se a água secou, fure o arroz com um garfo para ver fundo da panela; se ainda estiver molhado deixe cozinhar mais um pouco. Desligue o fogo e mantenha a panela tampada por cinco minutos para que o arroz termine de cozinhar no próprio vapor. Enquanto isso, lave, seque e pique fino a salsinha. Sirva a seguir com salsinha picada e pimenta-do-reino moída na hora a gosto. Fica ótimo com gotas de limão. UM POUCO DE HISTÓRIA O arroz de carreteiro, ou simplesmente carreteiro, é um prato típico da Região sul do Brasil. Surgiu quando os carreteiros (transportadores de cargas) que atravessavam o sul do Brasil em carretas puxadas por bois coziam, em panela de ferro, uma mistura de charque picada (guisado) com arroz.Trata-se de um prato prático que, por sua simplicidade, podia ser preparado pelo viajante solitário. Sem contar com geladeira, o carreteiro valia-se da carne de sol (no Rio Grande do Sul, é conhecida como charque, preparado nas charqueadas), que se conservava durante os muitos dias de viagem. Este, diferente dos mascates, que, em geral, se valiam de carroças puxadas por cavalos, não ia de casa em casa ou de estância em estância, mas seguia entregando suas cargas pelo menor curso direto ao destino.


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lançamento da coleção outono/inverno 2016 Lina

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diversão e arte em CDs, DVDs e Blue Ray POR HÉLINHO FONSECA

Para a primeira edição da Revista Atua em 2016 trazemos sugestões bem variadas, ressaltando a boa MPB que teve uma infinidade de lançamentos, com destaque também para o livro Música Caipira, do jornalista José Hamilton Ribeiro, numa edição limitada e de conteúdo brilhante. Esperamos que aprovem e aceitamos sugestões pelo e-mail hcfonsecafilho@gmail.com

O álbum A Head Full Of Dreams, gravado pelo Coldplay em Malibu, Los Angeles e Londres, foi produzido pela dupla norueguesa Stargate junto com o colaborador de longa data da banda, Rik Simpson. Tem mais participações que qualquer outro álbum da banda, como; Beyoncé, Noel Gallagher, Tove Lo e Merry Clayton, dentre as 11 faixas (12, se você contar com o tesouro enterrado da faixa escondida: X Marks The Spot). Diferente do projeto anterior que tinha uma atmosfera mais intimista e melancólica, o novo álbum é uma explosão de energia, cores e grandes momentos cheios de vida, como já indica o efervescente single de abertura Adventure of a lifetime e o enérgico Hymn for the weekend.

A 26ª edição do Prêmio da Música Brasileira celebrou 50 anos de carreira de Maria Bethânia em uma noite histórica no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, quando se cantou o repertório da intérprete em show repleto de convidados especiais, como a própria. Entre os convidados: Adriana Calcanhotto, Alcione, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Chico César, Elisa Lucinda, Fabiana Cozza, Jackson Antunes, Johnny Hooker, Juca de Oliveira, Matheus Nachtergaele, Renata Sorrah, Lenine, Leticia Sabatella, Mariene de Castro, Mônica Salmaso, Nana e Dori Caymmi, Roque Ferreira e Zélia Duncan. O espetáculo, com roteiro idealizado por José Maurício Machline, inclui somente canções eternizadas na voz da intérprete baiana.

Chico Buarque de Holanda, Monica Salmaso, Maria Bethania e seu filho Bena Lobo estão entre os convidados de Edu Lobo no show gravado no Rio de Janeiro, em comemoração aos seus 70 anos, onde seus grandes sucessos fizeram parte do set list. Para os mais exigentes fica a dica e a possibilidade de ouvir Ponteio, Valsa Brasileira, Beatriz, Canto Triste, Choro Bandido, entre outras.

A Música Caipira é uma crônica da vida no Brasil em determinada geografia. O registro da vida do homem - seus conflitos, paixões, trabalho, diversão, franquezas, seus pontos de honra - foi feito por artistas que foram, em seu tempo, os maiores talentos naquele pedaço de chão. Não é pouco. O repertório acumulado mostra-se, assim, como um respeitado documento histórico de certa porção do Brasil. Vale a pena conhecê-lo, respeita-lo, velar por sua preservação.

O CD duplo Sambas para Mangueira reúne sambas em exaltação à verde-e-rosa, interpretados por artistas que tiveram relações profissionais e sentimentais com a escola, trazendo registros inéditos de Beth Carvalho, Alcione Marrom, Xande de Pilares, Martinho da Vila, Ana Costa, Teresa Cristina, Leci Brandão, Nelson Sargento, Velha Guarda da Mangueira – Oficial, Leny Andrade, Moyseis Marques e muitos outros, além do já saudoso Luizito, intérprete da Mangueira, que gravou a clássica Tem Capoeira (Batista da Mangueira).

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opinião

Mundinho Facebook Useiro e vezeiro na produção de imagens e letras sobre os prazeres da mesa, não é raro, em razão disso, me atribuírem uma habilidade que eu definitivamente não tenho: cozinhar. POR LAURO BORGES

Mídias sociais são espaços férteis para criação de lendas cibernéticas. Vez ou outra sou vítima e/ou beneficiário do personagem que brotou das atividades que perpetro na grande rede. Por algumas fantasiosas deduções decorrentes das minhas digitais no Facebook, Instagram e afins, já fui alvo de pesadíssimas acusações. Ser tachado de esportista foi uma das maiores barbaridades. Não obstante as múltiplas fotos que retratam um indivíduo notadamente fora dos padrões ditos saudáveis, eventuais postagens de finais de semana em que, enfiado em indumentárias fitness de cores berrantes, caminho ou pedalo em trilhas bucólicas do torrão Sanja-Prata, induzem os incautos a uma falsa visão atlética onde só há fagueiros passeios dominicais. Publicações que narram viagens de recreio ou efemérides familiares em que sorrisos, poses e belos cenários abundam, também proporcionam divertidos ilusionismos. Família perfeita, digo sempre, só existe em publicidade de margarina. Expresso aqui toda a humanidade do meu clã para me livrar da falsa imputação de felicidade excessiva e ofensiva. Useiro e vezeiro na produção de imagens e letras sobre os prazeres da mesa, não é raro, em razão disso, me atribuírem uma habilidade que eu definitivamente não tenho: cozinhar. Reconheço meu apreço pela pirotecnia gastronômica, mas assumo a destreza quase nula no fazer. Muito barulho pra pouca mão na massa. Anos atrás um conhecido me convocou à sua casa. Ansioso, ele tirou do freezer um lindo pernil de cordeiro e intimou: “Sábado ele é todo seu. Me passe os ingredientes para o tempero que você vai preparar essa maravilha”. Apavorado e sabedor do quão precioso era aquele tesouro ovino, é óbvio que recusei a tarefa. Recusei, mas implorei por um downgrade na patente: de cozinheiro para apenas comensal. Dia destes, de novo, o escriba fanfarrão foi convidado para outra estripulia culinária. Fabiana Gimenes, a blondie carismática do programa Papo de Cozinha, encasquetou que eu seria o cara a pilotar o fogão na TV. Essa coisa embriagante chamada ego impediu-me de declinar o chamado. 80

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Uma receita de fácil execução foi a primeira providência tomada pelo MasterFakeChef. Levar a esposa ao estúdio foi a segunda medida preventiva de desastres. Uma gafe ou uma trapalhada cinematográfica, resignado com o inevitável eu já estava, seria um bom mote de humor para a crônica da semana. A coisa, surpresa!, rolou legal. Uma produção redondinha, uma direção paciente e uma apresentação descontraída. A Globo! O êxito na empreitada televisiva, pensando bem, foi muito danoso. Roubou-me o gancho de gracejo para o texto. Obrigou-me a lavrar aquelas divagações sociológicas de almanaque nos primeiros parágrafos. E, por fim, contribuiu para pincelar com tintas definitivas o quadro deste embusteiro das comunidades virtuais. Nasce o mito! Morre o mito! A Foto: Arquivo pessoal


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cultura

Raízes do Brasil Um estudo de brasilidade POR FRANCISCO DE ASSIS MARTINS BEZERRA

Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, é uma obra fundamental para a compreensão do Brasil e do sentido de brasilidade. O livro aborda diversos aspectos de nossa formação como a figura do homem cordial e a incapacidade de separarmos vida pública e vida privada. Aqui serão tratados, de modo sucinto, os temas mais relevantes, conforme plano delineado no livro. Sérgio Buarque apresenta as diversas contradições e antagonismos existentes em nossa história, denominadas por dicotomias. Elas são importantes, pois, dentro de uma visão dialética, permite a observação das mediações que ocorrem no seio da sociedade. Entre outras dicotomias, destaca a distinção entre o trabalhador e o aventureiro. O sentido dado ao trabalhador é o daquele expresso pelo esforço, a estabilidade e a segurança com projetos de longo prazo. Já o aventureiro

seria aquele que não busca consolidar nada, apega-se ao provisório e sempre em busca de novas experiências. Sérgio Buarque, na sua interpretação da nossa história, considera que o continente americano foi colonizado por aventureiros, cabendo ao “trabalhador” um papel de pouca expressão. No tocante à questão racial, não considera que a exclusão racial tenha sido fator determinante nas medidas que reservavam aos brancos o exercício de determinas funções e empregos. Mais decisivo teria sido o preconceito relativo aos serviços tradicionalmente executados pelos escravos e considerados degradantes. Assim os negros continuavam relegados aos trabalhos de baixa reputação. E a “moral das senzalas” veio a imperar na administração, na economia e nas crenças religiosas. Outro tema de grande relevância é a da nossa herança rural. Analisa a marca da vida rural e da atividade agrícola, na formação da sociedade brasileira que estava ancorada na escravidão. Em todo o período de desmonte do sistema escravocrata, com a proibição do tráfico de

escravos e a Lei do Ventre Livre, a vida rural inicia um processo de declínio. E com a migração para a cidade, os valores ligados à vida rural entram em conflito com a mentalidade urbana. Esta relação rural-urbana, identificada como outra dicotomia, provoca profundas alterações na sociedade brasileira. Assim as classes dominantes davam prioridade às atividades intelectuais, desdenhando-se as atividades materiais. Este fato é elucidativo para se entender muitas das transformações e conflitos que influenciaram a nossa formação e que se mantém até hoje.Pois na Monarquia eram os fazendeiros escravocratas e seus filhos, educados nas profissões liberais, quem monopolizava a política. E retardaram o quanto puderam o fim da escravidão. Um traço característico de nossa formação, já identificado por outros estudiosos e aproveitado por Sérgio Buarque, foi a figura do “homem cordial”. Aborda características que nos são próprias. Formado nos quadros da estrutura familiar, o brasileiro recebeu o peso das “relações de simpatia”, que dificultam a incorpo-

SERGIO BUARQUE

Jornalista, crítico literário, escritor, historiador e boêmio: são todas as facetas e a rica obra de Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores pensadores do nosso país. Raízes do Brasil é até hoje um clássico. Sérgio foi capaz de fazer uma interpretação das origens do Brasil que, apesar de especulativa, perdura ainda na bibliografia de qualquer bom curso de ciência humanas, como uma daquelas obras que concordando com o autor ou não, você tem que conhecer tamanha sua importância. Perdemos esta ilustre figura, que tanta falta nos faz, no dia 24 de abril de 1982.

Foto: Reprodução Internet

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ração normal a outros agrupamentos. Por isso, não acha agradáveis as relações impessoais, características do Estado, procurando reduzi-las ao padrão pessoal e afetivo. O “homem cordial” não pressupõe bondade, mas somente o predomínio dos comportamentos de aparência afetiva, inclusive suas manifestações externas, não necessariamente sinceras nem profundas, que se opõem aos ritualismos da polidez. No atual conturbado cenário político em que vivemos é fácil verificar a postura autoritária do brasileiro, muitas vezes expressa de forma violenta, avesso ao debate democrático e incapaz de ouvir vozes discordantes. Sérgio Buarque aponta na vida política a ausência de verdadeiro espírito democrático. “A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la, onde fosse possível, aos seus direitos ou privilégios, os mesmos privilégios que tinha, sido, no Velho Mundo, o alvo da luta da burguesia contras os aristocratas”. Trata-se, portanto, de liquidar o passado e

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O homem cordial Em sua obra de estreia, Sergio defende que o brasileiro é o homem cordial. Não no sentido de ser um cidadão polido como se pode imaginar, mas de um povo afetuoso (cordial vêm de cordis, derivado de “coração” em latim). Em breve resumo do livro, seríamos uma nação avessa à impessoalidade. Esta característica, quando levada ao âmbito público, como o da política, acarreta em desvios como a corrupção e o nepotismo, devido ao excesso de informalidade. Seríamos um povo que sempre dá um “jeitinho” quando lhe interessa, reafirmando a velha máxima: “aos amigos tudo, aos inimigos a lei.”

adotar o ritmo urbano, de propiciar a emergência das camadas oprimidas, únicas com capacidade para revitalizar a sociedade e dar um novo sentido à vida política. Pensa que os acontecimentos do nosso tempo se orientam para esta ruptura do predomínio das oligarquias, com o advento de novas camadas, condição única para vermos “finalmente revogada a velha ordem colonial e patriarcal, com todas as consequências morais, sociais e políticas que ela acarretou e continua a acarretar”. O conhecimento do passado deve estar vinculado aos problemas do presente. Observa também ser um fenômeno corrente em toda a América do Sul: “as constituições feitas para não serem cumpridas, as leis existentes para serem violadas, tudo em proveito de indivíduos e oligarquias”. Ou seja, todo o pensamento liberal-democrático pode resumir-se na frase célebre de Bentham: “a maior felicidade para o maior número”. A


opinião

O golpe, visto pelos secundaristas de Poços e São João da Boa Vista Poucos ousavam resistir ao macartismo que se instalou. E esses heróis da resistência tornaram-se para sempre nossas referências. POR LUIS NASSIF

Quando o golpe aconteceu, morava em Poços de Caldas e com 13 anos, meu apelido ainda era Lacerdinha, influência de meu avô Issa Sarraf, correligionário e amigo de Carlos Lacerda. Nos anos imediatamente anteriores, as Semanas do Estudante da cidade cativavam a rapaziada local. A rigor, havia três grupos se digladiando: o do Colégio do Arinos, da Maçonaria, de jovens comunistas e trabalhistas; a parcela poçoscaldense dos Colégios Marista e São Domingos, ligados à esquerda católica; e um grupo restrito de internos do Marista, a maioria filhos de famílias abastadas de São Paulo, e o Lacerdinha aqui, com 12, 13 anos. Bebíamos Brasil, debatíamos reforma agrária, reformas de base, nordeste. E nossos ídolos eram Lacerda, Brizola. Julião, JK, Bilac Pinto. O sonho maior era promover um debate entre Lacerda e Brizola. À esquerda e à direita, era uma geração se preparando para fazer o país avançar. Os ecos da disputa ideológica chegavam até Poços por vários meios. Meu avô me encaminhava a revista Ação Democrática, bancada pelo IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). Mais liberal, meu pai me passava a revista Política & Negócios. De Belo Horizonte, vinha um jornalzinho católico extraordinariamente reacionário. Mas a grande voz da direita era mesmo O Cruzeiro e seu principal colunista, David Nasser.

Do lado da esquerda, havia o Brasil Urgente, do frei Josaphat, que teve vida curta. A Última Hora não chegava até lá. Em Poços, a Igreja Católica tinha dois campos opostos. Os Maristas, extremamente conservadores; as dominicanas, um oásis no acolhimento de jovens. No Colégio São Domingos, das freirinhas, havia as reuniões do GGN (Grupo Gente Nova), dominado pela esquerda católica da JEC (Juventude Estudantil Católica). O GGN surgiu em Belo Horizonte, criado pelo padre Maia, jesuíta conservador, mas apropriado pelas freirinhas do Colégio Sion, que lhe deram uma feição progressista. Uma das militantes era a estudante Dilma Rousseff. O GGN chegou a Poços através das freirinhas do São Domingos e em pouco tempo foi dominado pelos quadros da JEC (Juventude Estudantil Católica). Discutíamos política, a encíclica Mater et Magistra, amávamos João XXIII, às quartas-feiras tínhamos um bailinho (brincadeira, como se chamava na época) e, aos domingos, ação social na favela do Serrote, distribuindo alimentos fornecidos pela Caritas norte-americana. Nas férias, o Colégio São Domingos recebia os seminaristas dominicanos de São Paulo, liderados por frei João Batista, já marcado por ter liderado os trabalhadores de uma fábrica de móveis quebrada, a Formaespaço, assumindo a direção com um modelo de autogestão que recuperou a empresa (clique aqui para ler tese sobre a experiência de auto-gestão). Assim como nos dias de hoje, qualquer desculpa valia para enormes manifestações contra o comunismo e para a exacerbaFoto: Reprodução Internet

O GOLPE DE 1964

Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros (PTN), em 1961, assumiu seu vice, João Goulart (PTB), conhecido como Jango. Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam reduzir as desigualdades sociais brasileiras. Imediatamente, a elite reagiu: o clero conservador, a imprensa, o empresariado e a direita em geral organizaram a Marcha da Família Com Deus pela Liberdade. Em 31 de março de 1964, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, Ranieri Mazilli (nascido em Caconde) assumiu a presidência interinamente. Dois dias depois, João Goulart se exilou no Uruguai.

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ção do ódio. Uma charge de Otávio (do Notícias Populares) com a cara de Pelé em uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma charge de Millor Fernandes sobre o dia da criação, tudo era motivo para marchas indignadas e uma estratégia sistemática de atribuir a responsabilidade ao governo. Pouco antes do golpe, Poços teve sua Marcha da Família com Deus Pela Liberdade. O grande estimulador era um pastor norte-americano, Padre Peyton, empenhado em uma “cruzada moral”. Quando veio o golpe, eu tinha 13 anos incompletos, quase 14. Durante algumas semanas mantive minha posição de “lacerdinha”. Mas a revisão veio rapidamente. Um ou dois meses depois entrei na JEC impressionado, de um lado, com as notícias de espancamento de estudantes, prisões, casos de tortura. De outro, pelo clima que se espalhou pela região. As discussões acesas, porém, amigas, entre esquerda e direita, muitas vezes terminando nos bancos dos jardins da cidade, foram substituídas por um pesado clima de delação. Os comunistas amigos fugiram da cidade. Sumiram Gerinho, Zé Caé, o dono da funerária, o eletricista Sebastião Trindade, todos nossos adversários amigos comunistas. E corriam histórias de que Juarez Távora, amigo da família, distribuíra metralhadoras entre os fazendeiros locais. O pior do caráter humano - a delação - emergiu em pessoas que, pouco antes, pareciam cidadãos dignos e de boa paz. E esse clima se espalhava por todo o país. Na vizinha São João da Boa Vista, os dois líderes do PTB – prefeito Miguel Jorge e seu irmão Durval Jorge Nicolau – foram expulsos da cidade por fazendeiros armados com metralhadoras do Exército. Antes de 64, meu avô udenista participou de alguns encontros regionais com Miguel Nicolau. Anos depois, me relatou a belíssima impressão que teve dele. Poucos ousavam resistir ao macartismo que se instalou. E esses heróis da resistência tornaram-se para sempre nossas referências. Em Poços, o grande líder foi o jovem advogado Arthur de Mendonça Chaves Filho, cujo pai era do PTB. Destemido, com uma oratória poderosa, contrapunha-se à canalhice dos delatores. Arthur, infelizmente, faleceu em 2014. Nos anos 86

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Foto: Maria Nicolau

TRABALHISTAS EM SÃO JOÃO

Miguel Nicolau havia construído uma relação política sólida e de amizade com Getúlio Vargas, fundando o primeiro diretório do partido PTB em São João. Anos mais tarde ele e seu irmão seriam expulsos da cidade por fazendeiros armados com metralhadoras.

seguintes, a ditadura foi se aprofundando. Em 1967 ou 1968 houve um encontro da UNE (União Nacional dos Estudantes) em um convento dominicano em São Paulo. A bancada de Minas passou por Poços e ficou hospedada na casa do tio Leo e na nossa. Em meio a uma rapaziada esfuziante, imprudente até, a figura mais madura era do jovem José Carlos da Matta Machado, filho do pensador católico Edgard da Matta Machado. No ano seguinte, a prima Rosa foi presa no Congresso da UNE em Ibiúna. Pouco tempo depois recrudesceu a repressão e estourou a guerrilha. Certo dia apareceu por Poços o Leozinho, nosso primo carioca, sobrinho do tio Leo, filho de um militar falecido. Tinha 17 ou 18 anos, chegou com uma bala nas costas e passou algum tempo escondido, até se restabelecer. Poderia ter se tornado grande liderança política. Morreu em Paris, exilado, sem bandeiras, em uma greve de fome em favor da paz mundial. Matta Machado foi morto no Recife. O doce frei Tito, que, na copa da casa do tio Léo, por tantas noites encantou a família com sua prosa amena, enlouqueceu e se matou. Os colegas mais velhos, que seguiram antes para São Paulo, terminaram presos ou exilados. Livrei-me da fase brava inicial por ser mais novo e devido ao Tiro de Guerra que me segurou na região até 1969.

Mas as nuvens cinzentas da ditadura espalhavam-se por todos os poros sociais do país e chegavam também ao interior. Em 1967 musiquei uma peça de teatro de um amigo, aluno de História na PUC de Campinas. Foi censurada e gerou uma passeata no centro da cidade até o pátio da PUC. Ah, a PUC, de dom Amaury Castanho, conservador, reacionário e digno, quando se colocou na porta da Universidade e impediu a entrada do Exército para prender seus estudantes. Em outros festivais, tive uma música censurada devido ao título As curvas da Marquesa de Santos. Doutra feita, censurado em um Festival da Tupi devido ao termo “bengala gala” - um censor erudito descobriu que, no nordeste, gala é esperma de galo. Na Feira Permanente da Música Popular, na TV Tupi, foi censurada parte da letra de meu parceiro João Jurity, que falava em senhor K. Nem adiantou explicar que era um personagem de Kafka. A censura disse que era propaganda subliminar de Kubistcheck e obrigou a trocar para Senhor F. E não éramos nada: apenas jovens compositores do interior. Em 1968 houve um momento inesquecível em São João da Boa Vista - onde fui estudar a partir do 2º científico-, na campanha de Durval Nicolau, pelo MDB, contra três candidatos da Arena. A campanha foi conduzida por estudantes secundaristas e por militantes trabalhistas


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Foto: Folhapress

APURAÇÃO FRAUDADA

Em 1968, a apuração realizada na sede do Palmeiras era manual, o que permitiu a manobra da Arena na recontagem dos votos na eleição municipal.

e comunistas da cidade. Tive a honra de compor o jingle da campanha. Terminada a apuração, Durval foi vencedor com cerca de 50 votos a mais que a soma dos concorrentes. Festejávamos na praça quando, pela rádio local, soubemos que a polícia tinha fechado o Palmeiras - onde ocorria a apuração para uma recontagem dos votos. A Arena venceu por 7 votos de diferença. E nem havia para quem reclamar. Em 1974, o filho de Durval, Nelsinho Nicolau, conquistou pela primeira vez a prefeitura de

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São João. Talvez tenha sido o mais relevante prefeito que a cidade conheceu. No meu último ano de interior, 1969, montamos um grupo de teatro em São João da Boa Vista e levamos Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel. Excursionamos por Uberaba e outras cidades. No final do ano, com o Tiro de Guerra de Poços (fazia o Tiro em Poços e estudava em São João) já encerrado, fui procurado por vários colegas atiradores, com um recado do Sargento Mignoni: “Não apareça em São João da

Boa Vista pois estão te preparando uma armadilha”. Um sanjoanense, do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), aluno do Largo São Francisco e que havia participado da invasão do teatro Ruth Escobar, delatara nosso grupo de teatro para o Segundo Exército. Mandaram militares do serviço de inteligência em São João. A diretora da escola, dona Adélia Nagib, prudentemente livrou os sanjoaneses da fria - o Hercílio, o Paulinho Salomão, o Ricci, Erimilio, rapaziada de quinze a vinte e poucos anos - e jogou as responsabilidades nos ombros do poçoscaldense. Como morava em Minas, encaminharam as denúncias para a delegacia de polícia e para o tenente Hélio. O delegado Honório e o próprio Tenente Hélio correram na Farmácia Central para alertar meu pai para não permitir que eu passasse por São João. “Estão querendo aprontar uma armadilha para seu filho”, foi o alerta, o mesmo trazido pelos colegas de Tiro. No ano seguinte estava em São Paulo. Agora, gritos e sussurros, torturas e assassinatos se multiplicavam, mas sem incomodar a paz dos cemitérios da opinião pública. A


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