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RECIFE
SĂƒO PAULO
de 26 de novembro a 20 dezembro 2014
de 25 de janeiro a 27 de fevereiro 2015
PELA LUZ DOS OLHOS TEUS (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)
Simonetta Persichetti
Foi esta a frase que me veio à mente quando junto com a Arte Plural Galeria, de Recife, e a DOC. Galeria, de São Paulo, pensamos em organizar uma exposição com as fotografias de Alexandre Severo. Desde o início pensei em uma mostra para cima, delicada e profunda como eram as imagens que ele construiu. Seu olhar inquieto, precioso e sua generosidade com os quais fotografava seus personagens refletiam nas suas fotografias. A alegria dos meninos albinos no belo ensaio “ À Flor da Pele”, o surpreeendente trabalho “Sertanejos” em comemoração ao centenário de Canudos, onde o homem duro se humaniza se mistura com o meio-ambiente e dele ressurge e se torna visível. Ou o ensaio sobre os “Vaqueiros”, só para citar alguns. Mas esta exposição não poderia ter somente a minha curadoria. Era necessário muito mais: foi por isso que pensamos em convidar os amigos da fotografia do Severo para que escolhessem uma imagem e em poucas linhas descrevessem o porquê da escolha. A Priscila Buhr e a Mônica Maia me ajudaram nesta empreitada. E o resultado é este: uma exposição múltipla organizada em Recife e que depois irá para São Paulo. Muitas são as fotografias de Alexandre Severo realizadas durante sua intensa estada por aqui. Muitas são as imagens que povoam nossa mente e nosso coração. Fica aqui nossa homenagem e nossa lembrança a quem por meio de suas fotografias nos auxiliou a ver. Pela luz dos olhos teus, o mundo visto pelo olhar de Alexandre Severo..
Para todos que o guardam no olhar e no coração
Geórgia Quintas, pesquisadora e crítica de fotografia.
As palavras aqui são condoídas, são magras, impotentes diante da ausência, da energia vibrante interrompida, do devir das imagens de um fotógrafo que sonhava com elas muito antes de tê-las. E quando as tinha, amava-as, acreditava nelas piamente. A fotografia era sua destreza, seu arco de sonho. A possibilidade da beleza em imagens que acalentava sua vida. Alexandre, assim o chamava em sala de aula, e fora dela. Aluno chamado pelo primeiro nome tem a proximidade do carinho, do cuidado, da atenção que o professor deve desempenhar. E com ele, não podia ser diferente. Era especial. Como aluno espelhava o que era fora da sala com seus amigos: doce, educado e atento. Tinha vontade de aprender, de articular mais o discurso e a imagem, de conhecer mais, trocar mais ideias, aprofundar sua fotografia. Sempre mais e mais... Ainda como sua professora no Recife, se animara a vir a São Paulo estudar, e me perguntou o que eu achava. “Alexandre, siga estudando, aproveite sua inquietude e vá em frente”. O reencontrei novamente em sala de aula. Por mais
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três disciplinas o acompanhei nessa fase tão solar pela qual ele passava por aqui. Era intenso. Repito que era doce, amável, talentoso. Fiquei orgulhosa, o via pela segunda vez se formar. Sabia do percurso, lembrava das nossas conversas pós aula ainda no Recife, de quando falava em conhecer coisas novas no futuro. No dia da apresentação do seu trabalho final, mesmo não tendo participado de sua banca, Alexandre me fez uma delicadeza. Após dois beijos (brincávamos que entre pernambucanos não se podia perder o hábito de darnos dois beijos) e de um emocionado abraço, presenteou-me com sua monografia e com seu ensaio autoral (imagens embrulhadas e amarradas por cordão). Disse-me que era o mínimo que poderia fazer pelo apoio e por estar ali. Imediatamente, agradeci o presente mas lhe disse que tudo aquilo era o reconhecimento de sua dedicação e perseverança; do seu trabalho e talento. Uma conquista sua! Era um menino generoso. Ficaremos com as lembranças e com suas imagens em nosso olhar.
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Priscilla Buhr, amiga
– Saudade danada – Minha vida é isso – Tem planos pro almoço amanhã? – Almoçar com você. – Tão bom dizer isso, “amanhã” – hahahhaha, amanhã! – tou chegando. amanhã! haahhaha :) Era uma saudade tão grande, amigo... E a gente nem imaginava que pudesse ser ainda maior. Desde que você tinha ido pra São Paulo esse “amanhã” era sempre uma festa pra quem ficou aqui em Recife. Você era festa com os amigos, tanta alegria, tanto carinho nos (re) encontros. Horas e horas e horas e mais um pouco de horas de conversas intermináveis, gargalhadas de se ouvir do lado da rua, entre uma cerveja e outras, entre uma piada e outras, tanta verdade, tanto cuidado numa só pessoa. Em você também encontrávamos alento nas palavras doces, nos gestos de quem se virava em mil pra ver o outro bem, no silêncio seguido de um “vai dar certo” que nos enchiam de coragem. Você dizia que amigo é um troço que a gente carrega no coração pra todo canto, seja pra onde for, e nunca ficava pesado. E era tão lindo ouvir e ver você falando desse “troço” tão importante na sua vida, seus olhos enchiam de lágrimas… Como você chorava, Severo, e como era bonito ver que você não tinha a menor vergonha de ser gente, de ter sentimento, de ter emoção. Isso fez você ser tão querido, essa verdade que você carregava dentro de si e que transbordava. Era difícil cruzar seu caminho e não querer ter você por perto pra seguir pela vida. E quem teve essa sorte imensa de amar e sentir o amor de Severo sabe: era um
sorriso gigante que abraçava o mundo. E era abraço apertado, demorado, abraço de verdade, junto com um beijo no rosto - das amigas e dos amigos também, coisas lindas de Severo - e aquele olhar que tanto dizia, mas que ele fazia questão de verbalizar: amo você, não esquece. Não tem como esquecer, meu amigo. Severo amava, muito. Com leveza, com aquela intensidade exacerbada, com aquela entrega completa, desmedida, com paixão, com tesão, com tempo ou sem, presente ou não, Severo simplesmente amava, sem amor, não fazia sentido. É difícil encontrar as palavras certas pra escrever sobre alguém que me fez aprender um pouco mais sobre ser, sobre sentir, sobre a alegria de olhar pro lado e saber que a vida tem muito mais sentido quando a gente sabe que tem amigos. A gratidão ajuda a preencher esse vazio agora. Um vazio de presença apenas, porque não perdi um amigo, amigo não se perde, amigo a gente carrega no coração pra todo canto, seja pra onde for, seja como for. Obrigada por me doar tanto, Severo. Essa exposição é para você. Feita pelos seus amigos, com todo o carinho que você bem sabe. Uma vez, você disse que ter feito uma fotografia tinha vindo como um presente da vida. Hoje, somos nós que recebemos o presente de poder te reencontrar em tuas imagens, te ver em cada detalhe, em cada rastro de luz, em cada olhar que você fotografou e que tanto te movia. Amo você. Muito. Você ensinou que amor não se economiza né? Fica bem.
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Um dia Severo me deu o mar. E nesse mar encontrei a paz que tanto vibrava dentro dele. Esse mar ĂŠ nosso. Pri Buhr
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O sorriso aberto, sincero. Refletido, espelhado. O Fotografo Alexandre BelĂŠm
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Ana Lira
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Sentido elevado. Idéia predominante. que não teve princípio nem há de ter fim Beto Figueiroa
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Severo via beleza onde outros não viam. Ele enxergava e fotografava a vida, não pelos olhos, mas pelo coração. Gustavo Bettini
Porque esta imagem fala do Severo que conheci como poucas outras. Severo era como uma noite iluminada suavemente pelas estrelas. Ele tinha a densidade das sombras da noite. E tinha um brilho que não era como o brilho do sol, que ofusca o que está por perto. Severo se parecia mais com a lua e as estrelas do que com o sol. Ele era emotivo, sonhador e vulnerável. E seu brilho era como o das estrelas da sua fotografia: intenso, sim, mas doce e delicado. Além disto, não dá para não associar aquela estrela em movimento com a imagem dele que ficou nos nossos corações: um brilho fugaz, inquieto e eterno.
Um dia Severo me chamou pra ver suas novas imagens do Sertão. Uma edição aberta, com umas 70, 80 imagens. Fiz uma observação sobre essa imagem, dizendo que ela trazia um romantismo do qual o trabalho não precisava. Cheguei a dizer que parecia armadilha, apresentar uma foto plasticamente bonita e desviar o foco do leitor do que realmente interessava ali, o Sertão.
Guta Galli
Rodrigo Marcondes
Mas o Severo gostava da imagem, danado. E eu aprendi a gostar também, e de pensar que ele é aquela estrela no meio da Via Láctea.
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Sertão é quando a gente sente Que está rachando de repente E não há como juntar os pedaços novamente Sertão é o seco caminho de rio Açude vazio Espinho de esperança Sertão é quando a gente olha E até onde a vista alcança É apenas sol, fustigando feito lança Sertão é caatinga de sentimentos Sertanejo lamento D´alma retirante Sertão é a légua tirana Ferindo nossos passos sem alpercatas Sertão a gente sente “Sertão é dentro da gente...” Hélia Scheppa
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“Em tudo (tudo mesmo) há um mistério, algo que nos escapa. E é bem ali, nesse meio do caminho - entre o destino e a fuga, o olho e o coração, equilibrada sobre a linha tênue do presente - é ali que mora a imaginação. E, com ela, a vida.” Paulo Fahlauer
Escolhi esta linda foto de Sevi porque quando a vi pela primeira vez, apresentada por ele, foi exatamente a última vez que nos vimos. Quando lembro do abraço que ele me deu nesse dia, a imagem que aparece pra mim não é outra senão essa. Alcione Ferreira Raquel Brust
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Eu o vejo aí. Tiago Calazans
A primeira vez que Severo me mostrou esse ensaio, estava ainda pensando quais seriam suas linhas de força. Me mostrou novas edições durante uns três meses. Essa fotografia esteve em todas as suas edições. E eu sempre fui contra ela. Explico: a força que as outras imagens tinham em relação a essa era muito maior, e eu sempre dizia isso à Severo. E ele nunca conseguia me explicar bem o porquê dessa imagem ser tão importante para ele, até que um dia no meio de uma conversa, ele diz: “É o olhar daquela criança”. Quem o conhecia, sabia sua paixão por crianças, principalmente, seus sobrinhos. Seu sonho era, um dia, ter um filho. Severo apreendeu o olhar da criança como se fosse sua... Ricardo Reichhardt
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Rafa Medeiros
Teresa Maia
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Gosto desta porque alĂŠm da plasticidade sou transportada para o universo filosĂłfico, assim como era conversar com Severo. Lia Lubambo
Eu escolho essa e lembro do dia que ele me mostrou essa poesia... Luciana Cavalcanti
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Rodrigo Lobo
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“Todas as vezes que entrei numa briga sozinha, saí acompanhada do meu amigo, tendo eu razão ou não.” Mariana Rosso
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Escolho essa imagem, que Ê a minha favorita do ensaio À Flor da Pele, por conter a delicadeza e sensibilidade sempre presentes em sua fotografia e no seu jeito de ser. Severo foi um fotógrafo intenso, dedicado. Que deixa uma obra potente, singular. Marcos Michael
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Meu bom Pandinha! um coração imenso, tão imenso quanto cativante... Obrigado pela honra de coexistimos numa mesma passagem... Amo muito esse Panda! Renato Spencer
As Fotografias que fazem parte deste catálogo estão disponíveis para comercialização em duas séries, impressas pelo ADI – Atelier de Impressão, em papel CANSON, da linha Infinity, RAG na gramatura 210, com as seguintes tiragens e especificações: SÉRIE 1:
Tiragem de 10 cópias, nos tamanhos originais da exposição e catálogo 90x60cm e 60x40cm Valor: R$2.500,00 SÉRIE 2:
Tiragem de 20 cópias nos tamanhos 60x40cm e 45x30cm, seguindo as proporções das originais (série 1) Valor: R$1.100,00 Todas as Impressões terão Certificado de Autenticidade do ADI – Atelier de Impressão e das galerias expositoras. A ARTE PLURAL GALERIA E A DOC GALERIA CEDEM SUA PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS
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