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Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Centro Universitário Senac

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#15 > 2023


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Centro Universitário Senac, ARQLAB Revistas do curso de Arquitetura e Urbanismo Revista do TCC 2023 | 2 / ARQLAB. Centro Universitário Senac - São Paulo (SP), 2023. 236 f.: il. color. ISSN: xxxx-xxxx Editores: Ricardo Luis Silva, Valéria Cássia dos Santos Fialho Registros acadêmicos (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2023. 1. Divulgação Acadêmica 2. Produção discente 3. Trabalho de conclusão de curso 4. Graduação 5. Arquitetura e Urbanismo I. Silva, Ricardo Luis (ed.) II. Fialho, Valéria Cássia dos Santos (ed.) III. Título

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC REVISTAS DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO revista do tcc 2023_2 edição #15 FICHA TÉCNICA: Coordenação de curso e editora da revista: Profa. Dra. Valéria Cássia dos Santos Fialho Editor da revista, diagramação e programação visual: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva Produção e organização: ARQLAB


Apresentação Este volume apresenta os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC2) das turmas 2019-1 Matutino e Noturno do Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, sintetizados pelos seus autores na forma de pequenos ensaios. É nosso primeira turma do período noturno a entregar seus TCCs. Os trabalhos de TCC2 estão organizados em 6 Linhas, sob orientações dos professores abaixo listados: L1: Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto Prof. Dr. Ricardo Luis Silva L2: Arquitetura do Edifício Prof. Esp. Artur Forte Katchborian Prof. Ms. Marcelo Luiz Ursini Profª. Drª. Valéria Cássia dos Santos Fialho L3: Patrimônio Arquitetônico e Urbano Prof. Dr. Marcelo Suzuki Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres L4: Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem Profª. Drª. Jordana Alca Barbosa Zola Profª. Ms. Marcella de Moraes Ocké Mussnich Prof. Dr. Ricardo Dualde Profª. Drª. Rita Cássia Canutti L5: Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia Prof. Dr. Nelson José Urssi Prof. Ms. Paulo Henrique Gomes Magri L6: Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão Os editores


TCC 2 ensaios


Linha 1 Fundamentos da Arquiterua e do Urbanismo

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Arquitetura no Afrofuturismo: A construção coletiva de uma utopia David Samir Medeiros Moraes

09

ATHIS entre a lei e a prática: uma experiência na ocupação penha pietras Fernanda Ajzen

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Arquitetura e Imaginário: Tradução intersemiótica de um texto Jade Grigoletti Spedo

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Arquitetura e Espaço Religioso: Templo ecumênico em Interlagos Luana Trivelato Silva

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Templo Wicca Maria Bergonzoni Mascaro

33

Arquitetura e Identidade: Intervenção entre o Pavilhão das Culturas Brasileiras e o Pavilhão Japonês Mariana Tuzaki Barbosa Coutinho

39

A percepção da Paisagem: Uma investigação pela provocação do olhar Matheus Gabriel Michelato Barreiros

45

Rudimentos: arquitetura como frente de reparação Sabrina Martina Alves De Almeida Silva

51


Linha 2 Projeto do Edifício

57

Centro de tratamento psicológico infantil para tratamento de transtornos mentais comuns Ana Luiza Ferreira

59

Projeto Arquitetônico para Escola de Música: uma nova sede para ONG Locomotiva Elizabeth Yuriko Sinto

65

Escola de educação infantil Montessori Gabriela Reis Raimundo

71

Habitação Unifamiliar: Conjunto de casas no Grajaú Isabelly Ariadne Zillig

77

Centro Recreativo Infantil: As influências da arquitetura no desenvolvimento da primeira infância Isadora Rodrigues Cruz

83

Urbanização da favela IV Centenário Lara Martins Surkova

89

Parque das Hortênsias: Espaço de lazer, cultura e esporte Leticia Alves Ramos Silva

95

Centro de Apoio Oncológico Infantil: Arquitetura como espaço de cura Renata Malosti Iuksz

101

Linha 3 Patrimônio Arquitetônico e Urbano

107

Officinas Casa Vanorden: Um ensaio sobre requalificação Arthur Barbosa Breda

109

Tebas Museu da Libertação Barbara da Silva Cruz

115

Cinema na periferia: Proposta para um Cinema-Escola no bairro do Grajaú Beatriz Bezerra Silva

121

Linha 4 Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

127

Percursos de um córrego: Projeto de requalificação no Alvarenga Ana Thaisa Moura Rodrigues

129

Ampliando Possibilidades: Habitação evolutiva como alternativa para Diadema Gabriela Cristina Silva Beletatti

135

Renovação do Espaço Público: Avenida Cidade Jardim Sabrina de Castro Moreira

141

Linha 5 Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

147

Cenografia para show musical de K-POP na Avenida Paulista Gabriela Lourenço Martins

149

Vagão para passageiros: Análise e desenvolvimento do espaço interno do vagão de trem da Linha 10 Turquesa - CPTM através do Design Thinking e Desenho Universal Giovanna Yumi da Fonseca Faria Hazimoto

155


Materialidade: fabricação digital e experimentações em pó de madeira Guilherme Barbosa Wiebbeling

161

Projeto de um pavilhão holístico: A síntese do espaço humanizado Pollyana de Lima Figueiredo

167

Projeto expográfico para a obra escultórica de Tomie Ohtake Thais Cordeiro Breves de Menezes

173

Linha 6 Tecnologia aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo

179

Proposta de casa urbana para a cidade de São Paulo utilizando como premissa o consumo zero Braulo Fagundes Vitorino

181

UBS MODULAS: Proposta de uma UBS de construção rápida e modular em Light Steel Frame Bruna Rodrigues Pereira de Lira

187

Um estudo sobre construções com painéis monolíticos em EPS: A busca por novas técnicas construtivas Deborah Faria de Melo

193

Centro de Atenção Psicossocial III: Conectando mentes e espaços na cidade de Dourados/MS Evelyn dos Santos Ferreira

199

NEWºRO CENTER - Centro de Referências para doenças neurodegenerativas Graziela Zanella Oliveira Dalge

205

A cidade e a dança: A intervenção da dança no espaço urbano em São Paulo Hingrid Brito

211

Estratégias de sustentabilidade aplicadas ao edifício de uso misto na Barra Funda Olivia Ferraz

217

Conjunto habitacional de interesse social: Steel Green Tatuapé - Proposta de edificação de interesse social utilizando Light Steel Frame – LSF Raquel Zanquini Laurindo

223

Projeto Residencial Unifamiliar: Utilização da técnica construtiva Light Steel Framing em terrenos com aclive acentuado Raul Emanuel Scanavino

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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

TCC 2

L1



Arquitetura no Afrofuturismo: A construção coletiva de uma utopia David Samir Medeiros Moraes Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Este trabalho tem como principal premissa a apresentação do Afrofuturismo enquanto movimento estilístico arquitetônico, tal qual apresentar algumas referências de produção e identificar e cruzar as influências históricas para os momentos. Conceitos-chave como utopias e o Afropolitanismo estão presentes como elementos norteadores para entendimento dos processos envolvidos para a criação dos cenários especulativos afrofuturistas. Como produto síntese, foram elaboradas, com o auxílio de um ilustrador, uma série de ilustrações que traduzem o Afrofuturismo em seus momentos e influências a partir de um roteiro de ficção científica.

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Resumo

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 01: Um novo mundo. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023


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Introdução O Afrofuturismo é um movimento interdisciplinar, que se originou na literatura e na música como forma de expressão de parte da população negra estadunidense como uma utopia para fuga da realidade. A primeira manifestação identificada deste movimento foi de Sun Rá, em meados dos anos 1960, quando no seu filme Space Is The Place e a partir daí puderam ser notadas diversas manifestações artísticas que, como utopias individuais, povoaram o ideário afrofuturista até os dias de hoje.

Figura 02: Cena do filme “Space is the Place”. Fonte: IMDb, 2023

O presente trabalho visa apresentar este movimento e categorizar os processos históricos que envolveram seu surgimento e suas modificações desde as décadas de 1960, até os dias atuais. Como síntese, foram elaboradas ilustrações com o auxílio do ilustrador César Augusto Martins da Silva, com temática sci-fi, de modo a transmitir os principais elementos presentes no Afrofuturismo em cada um de seus momentos. O conceito de Afropolitanismo criado por Mbembé é parte do embasamento para a elaboração da noção

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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

da identidade coletiva e difusa dos indivíduos que são produtores e reprodutores do pensamento afrofuturista. O Afropolitanismo leva em conta não apenas o indivíduo negro que busca referências de África, mas, leva em consideração os atravessamentos e trocas culturais pelas quais o indivíduo afropolitano passa ao crescer em países que foram escravizadores de seus antepassados. Em cada um dos capítulos são abordados processos históricos e características discursivas e estilísticas presentes nos momentos identificados como “Memória”, “Sentimento” e “Descoberta” e por fim, apresentam se as etapas da elaboração de cada um dos elementos da sequência de ilustrações, assim como o processo evolutivo de cada uma delas a partir de comentários e discussões realizadas com o ilustrador.

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Proposição

O roteiro estabelecido para a tradução dos processos históricos gira em torno de uma população extraterrestre que foi retirada de seu planeta natal e foi levado para outro planeta, onde perdeu sua identidade. Todos os seus avanços tecnológicos, suas conexões e seus feitos se perderam nesse processo e a cada nova ilustração buscou-se apresentar estes elementos como identidade, lugar e memória.

Figura 03: A abdução. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023

O processo de desenvolvimento das ilustrações envolveu o desenvolvimento de croquis e referências para o ilustrador, e, a partir dos recebimentos das imagens, foram feitas as devolutivas e apontamentos para

presente autor do trabalho.

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foram elaboradas pelo ilustrador. As imagens indicadas com um círculo vermelho, foram elaboradas pelo

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

alinhamento do discurso e referências. No caderno final, as imagens identificadas com um círculo amarelo


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Figura 04 : Processo evolutivo do desenvolvimento da imagem “A abdução”. Fonte: acervo do autor.

Por fim, foram elaboradas 4 imagens-síntese dos momentos do Afrofuturismo na arquitetura: “Memória”, “Sentimento”, “Descoberta” e “Um novo mundo”. Para estas, o objetivo não foi de tradução de um processo histórico, mas, das características da evolução do Afrofuturismo ao longo do tempo, utilizando as

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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

referências apresentadas como base para essa tradução.

Figura 05: Memória. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023 Figura 06: Sentimento. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023

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Figura 07: Sentimento. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023 Figura 08: Um novo mundo. Fonte: César Augusto Martins da Silva, 2023

Referências

ANDREWS, George Reid. Democracia racial brasileira 1900-1990: um contraponto americano. In: ANDREWS, George Reid. Journal of Contemporary History. 31. ed.: Sage Publications, Ltd., 1997. Cap. 3. p. 427-596. Tradução de Vera de Paula Assis. BLUNT, Herman Poole. Space Is the Place. Produção de Jim Newman. Roteiro: Joshua Smith; Sun Ra. Música: Sun Ra. Chicago: North American Star System, 1974. (85 min.), color.

wars. The discourse of cyberculture. Durham and London: Duke University Press, 1994. MBEMBÉ, Achilles, Afropolitanismo, Duke University In: Journal of Contemporary African Art n° 18, Rio de Janeiro, maio de 1960 pp. 56-61. Tradução de Cleber Daniel Lambert da Silva.

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DERY, Mark. “Black to the future: interviews with Samuel R. Delany, Greg Tate and Tricia Rose”. Flame

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BUTLER, Octavia. Kindred - Laços de Sangue. São Paulo: Editora Morro Branco, 2017. 432 p.



ATHIS entre a lei e a prática: uma experiência na ocupação penha pietras Fernanda Ajzen Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva

Este trabalho tem como objetivo investigar a aplicação prática da Lei ATHIS, tendo como referência as ocupações de edifícios abandonados no centro de São Paulo. Através de uma pesquisa teórica sobre o surgimento das ocupações e a legislação relacionada, por meio do estudo de casos de quatro ocupações e uma vivência prática, examina-se como arquitetos e coletivos atuam, oferecendo assistência técnica para melhorar as condições habitacionais e contribuindo para sua regularização. Além disso, discute-se a importância do acesso à informação para divulgar a lei e as práticas de ATHIS, a fim de torná-las mais efetivas.

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Resumo

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 01: “ O que cabe em uma ocupação? Fonte: ilustração da autora


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Introdução As ocupações constituem um cenário desafiador e complexo, onde a necessidade urgente de habitação se destaca entre a população vulnerável. Nesse contexto, a Lei de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social desempenha um papel crucial, embora ainda seja pouco difundida e conhecida. O propósito deste trabalho foi investigar a aplicação prática da Lei de ATHIS, em situações de ocupações em edifícios abandonados no centro de São Paulo, contribuindo para disseminar as possibilidades de atuação dentro dessas ocupações através das assessorias técnicas, além de desmistificá-las, compreendendo sua importância social e os desafios envolvidos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para entender a origem da lei, os desafios envolvidos e sua aplicação em edifícios ocupados. Durante o processo de redemocratização do Brasil, no final dos anos 80, os movimentos que sempre estiveram vinculados à luta por moradia nas periferias se intensificaram e deram voz a novos movimentos, que passaram a lutar por moradia no centro de São Paulo. Estes movimentos, encontraram nas práticas de ocupação de prédios vazios públicos ou privados, uma forma de pressionar o Estado e reivindicar o direito básico de acesso à moradia digna e o direito à cidade. As ocupações no centro das cidades representam uma negação ao modelo de urbanização que historicamente excluiu as classes populares das áreas mais valorizadas. Simbolicamente, essas ocupações são uma tentativa de as classes populares "reconquistarem" áreas urbanas que foram tomadas pelas elites ao longo da história. Ao ocuparem os imóveis, os militantes do movimento se tornam moradores do centro, reivindicando seu lugar na cidade (TRINDADE, 2017). Desta maneira, as ocupações apresentam um novo caminho para “garantirem” moradia, sem depender da construção de novas habitações pelo poder público. Além de garantirem que o edifício cumpra sua função social, se organizam para realizarem as reformas necessárias para que consigam permanecer definitivamente.

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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

A Lei de Assistência Técnica (Lei Federal 11.888/2008), vigente desde 2009 propõe assegurar o acesso a serviços de arquitetura e urbanismo para famílias com renda de até 3 salários mínimos, porém, a implementação efetiva é limitada devido à escassez de políticas públicas municipais. Uma pesquisa de 2016 revela que mais de 85% das construções no Brasil ocorrem sem a participação de profissionais qualificados, destacando a urgência na realização de serviços de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS). Com o objetivo de compreender a atuação das assessorias técnicas, foram conduzidos estudos de caso envolvendo quatro ocupações em edifícios abandonados localizados no Centro de São Paulo: ocupação do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou em 2018; a ocupação do edifício Prestes Maia, que teve seu início em 2002 e se tornou uma das maiores ocupações verticais da América Latina; a antiga ocupação do emblemático Hotel Cambridge, hoje Residencial Cambridge; e a ocupação 9 de julho, que representa um marco na luta por moradia no Centro de São Paulo. Além dos estudos de caso, foi realizado o curso "Identificação de risco em edifícios ocupados no centro de São Paulo e formas de enfrentamento - curso de formação complementar para arquitetos e urbanistas", organizado e ministrado em parceria pelo Coletivo Mola, a FIO Assessoria Técnica Popular e a Associação Comunitária dos Moradores 23 de Maio Terceira Vitória, com apoio do CAU/SP, proporcionando o aprofundamento das questões práticas e teóricas que permeiam a mitigação de riscos em ocupações de edifícios abandonados através da assessoria técnica. Como resultado do estudo de caso realizado durante o curso, na Ocupação Penha Pietras, foi possível dar continuidade ao trabalho iniciado e implementar algumas das propostas. O produto resultante dessa pesquisa é, portanto, a narrativa do que vem sendo construído na prática, de forma coletiva, visando a concretização de uma etapa do projeto na Ocupação Penha Pietras.

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Proposição A ocupação Penha Pietra, teve início no dia ocorreu no dia 28 de novembro de 2021, organizado pelo Movimento por Moradia e Inclusão Social (MMIS), afiliado à Frente de Luta por Moradia (FLM), em um edifício localizado em uma região altamente valorizada e visada, considerada uma das áreas mais caras por metro quadrado na cidade de São Paulo. O edifício, situado na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, anteriormente abrigava o Paulista Center Hotel, o qual foi fechado e abandonado durante a pandemia. A localização da ocupação reflete explicitamente as considerações anteriores sobre o direito à moradia digna e o direito à cidade, abrangendo aspectos cruciais como mobilidade urbana, infraestrutura, empregos, serviços públicos, equipamentos urbanos, arte e cultura.

Daí a relevância do projeto que está em andamento, sendo realizado à muitas mãos, e que foi fruto do estudo realizado no mencionado curso. Iniciado após uma resposta positiva dos moradores durante uma assembleia da ocupação, em que se apresentou aos moradores o resultado final do trabalho desenvolvido, o projeto visa atender demandas levantadas pela comunidade, através da celebração do segundo aniversário da ocupação Penha Pietras. No evento, agendado para os dias 02 e 03 de dezembro, serão apresentados os resultados do projeto desenvolvido desde o início de agosto, sendo um marco significativo na trajetória da ocupação e refletindo os esforços contínuos para aprimorar e fortalecer a comunidade envolvida. Uma ação destinada a fortalecer as atividades de base da Ocupação, constituindo-se, assim, como um gesto político voltado para o reconhecimento e a consolidação da própria Ocupação.

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Figura 02 : Localização da Ocupação Penha Pietras. Fonte: acervo da autora

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Devido à natureza recente da ocupação, sua localização privilegiada e a ocupação de um edifício que havia sido desocupado recentemente, a situação jurídica da ocupação Penha Pietras ainda é bastante frágil, e o processo de reintegração de posse encontra-se em andamento e se diferencia da grande maioria das ocupações situadas na região central de São Paulo, já que não se fundamenta no argumento de risco, mas sim na alegação de invasão de propriedade privada. Dada essa fragilidade, é crucial que a ocupação permaneça ativa, como tem feito, com projetos culturais, formativos e parcerias com instituições locais, incluindo o Instituto Moreira Salles. Além de estabelecer colaborações com coletivos de assessoria técnica, universidades e profissionais de diversas áreas.


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Toda a elaboração do projeto, organização das atividades e do que será exposto foi protagonizado pelos moradores e coordenadores da Ocupação, sendo o Coletivo Mola, o qual faço parte, o Instituto Moreira Salles e os demais colaboradores apenas pontes para a concretização do que foi concebido. O evento foi denominado “Memórias do Futuro” pelos moradores que fizeram parte da organização. Todos os trabalhos expostos terão como norte a memória dos dois anos de resistência e o que tem se projetado para o futuro.

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Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

A programação da comemoração contará com uma exposição de fotografias realizada pelas crianças e adolescentes moradores da Ocupação, durante uma oficina realizada em parceria com o IMS com o tema memória; exposição de trabalhos realizados nas oficinas que já ocorrem na ocupação; uma oficina com contação de histórias para as crianças; roda de conversa sobre o livro “É linda a Paulista?” de Roberto Jorge Regensteiner, ex-companheiro de Penha Pietras; exposições audiovisuais com vídeos editados de momentos importantes da ocupação e áudio de moradores contando suas trajetórias e vida na Penha Pietras; a festa propriamente dita, com bolo, parabéns, discursos etc; para arrecadação de recursos serão vendidos sucos, chás, sanduíches e saladas, além de alguns itens como camisetas e ecobags confeccionadas na própria ocupação e o brechó estará aberto.

Figuras 03 e 04: Oficina de fotografia ministrada pelo IMS. Fonte: acervo da autora

Para que tudo seja concretizado, foram divididas frentes de trabalhos que estão ocorrendo simultaneamente, como comunicação, comidas e bebidas e infraestrutura; além de diversas melhorias no edifício, como pinturas, retirada de entulhos, reforma do espaço da biblioteca, nos banheiros coletivos que serão abertos ao público foram instaladas pias, instalação de novos lambes e as exposições que serão permanentes fazendo parte da memória do futuro. Todo o evento será aberto ao público, contribuindo para a consolidação da ocupação como um lugar não apenas de moradia, mas também como parte do polo cultural e artístico na região.

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Figura 05: “Memórias do Futuro”. Fonte: ilustração da autora

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AMORE, Caio Santo. O desafio de ser um arquiteto útil. Entrevista. 23 de março de 2017. CAU/GO. Disponível em: <http://caugo.gov.br/aula-magna-o-desafio-concreto-de-ser-umarquiteto-util/>. Acesso em: 02 de junho de 2023. BRASIL. Lei nº 11.888/2008, de 24 de dezembro de 2008. Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social e altera a Lei no 11.124, de 16 de junho de 2005. “Lei de Assistência Técnica” (lei federal 11.888/2008, Brasília, 24 dez. 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2008/lei/l11888.htm. Acesso em: 22 mar. 2023. CARDOSO, F. S.; LOPES, J. M. de A. Assessoria e assistência técnica para habitação de interesse social: do discurso à construção da prática profissional. Revista brasileira de estudos urbanos e regionais. v. 24, E202210pt, 2022. doi https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202210pt DE MELLO, Bruno Cesar Euphrasio. ATMI: gênese da Lei de Assistência Técnica em Habitação Social. Risco revista de pesquisa em arquitetura e urbanismo, 2019. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/risco/article/view/166911. Acesso em: 08 mar. 2023. FIO ASSESSORIA (Brasil). Assessoria técnica popular: a prática em movimento. [S. l.: s. n.], 2022. 97 p. ISBN 978-65-998338-0-9. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/12u5TquyYXzgGQLMv2fHOipWA2k9mEA_E/view. Acesso em: 10 mar. 2023. HORIGOSHI, Maria Rita; HODAPP, Alexandre. ATHIS para o direito à moradia. In: ATHIS PARA O DIREITO À MORADIA: O PAPEL DE PROFISSIONAIS DE ARQUITETURA E URBANISMO EM CONFLITOS PELA TERRA URBANA, 2021, Online. A assessoria técnica entre a luta pela moradia digna e a urgência de um teto [...]. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://polis.org.br/projeto/athisdireito-a-moradia/. Acesso em: 15 abr. 2023 KAPP, S. Grupos sócio-espaciais ou a quem serve a assessoria técnica | Socio-spatial groups or whom technical advisory practice serves. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, [S. l.], v. 20, n. 2, p. 221, 2018. DOI: 10.22296/2317-1529.2018v20n2p221. Disponível em: https://rbeur.anpur.org.br/rbeur/article/view/5605. Acesso em: 22 mai. 2023.

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Referências



Arquitetura e Imaginário Tradução intersemiótica de um texto Jade Grigoletti Spedo Orientador: Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

Partindo da vasta abrangência do conhecimento arquitetônico e sua forte ligação com a vivência humana, o seguinte projeto procura aplicar diversos conceitos da arquitetura à concepção de um espaço previamente descrito em um conto. Visa gerar ensaios que testem esses conceitos para, assim, conceber a tradução intersemiótica desse local imaginado em palavras, para um espaço arquitetônico.

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Resumo

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Figura 01: ensaio controlado de maquete, acervo pessoal do autor.


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Introdução:

A ideia que deu origem ao presente projeto surge em uma aula durante o curso, onde os alunos foram desafiados a encontrar um local descrito (em um livro, música, poesia etc.) e escolher um meio midiático para representá-lo, certificando-se de que as emoções do autor ou personagem em relação ao local também estivessem inseridas em tal representação. Foi justamente essa capacidade de criar, manipular e alterar o espaço que me impulsionou a idealizar esse projeto, focado em compreender diferentes aspectos arquitetônicos, testá-los em ensaios e aplicá-los conscientemente à produção final: a tradução intersemiótica de um cenário previamente imaginado por um autor, em um espaço arquitetônico. Primeiramente, seriam feitos os estudos em diversas passagens de livros distingues, contudo, após melhor analisar a proposta, decidi que seria mais útil discorrer o projeto sobre um único livro, podendo assim explorar o maior número de possibilidades cabíveis e de maneira a gerar um resultado ideal para os ensaios.

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Optei por um cenário em um dos meus livros preferidos: Odd e os Gigantes de Gelo, um pequeno conto inspirado pelas religiões nórdicas antigas, escrito pelo autor britânico Neil Gaiman, história que, há dez anos me cativou, justamente pelo valor que o emocional da personagem principal tem durante toda a narrativa - um herói que, dentro de seu ciclo, não limita ou constringe seus sentimentos, não perde sua essência otimista, mesmo em face de situações que esgotariam a esperança da maioria de nós.

Figura 02: ensaio controlado de maquete, acervo pessoal do autor.

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Proposição Dada a definição do espaço a ser construído - a cabana que o falecido pai da personagem principal havia construído na pequena floresta, atrás da vila onde moravam, inicia-se o trabalho dividido em 5 partes: Primeiramente se realiza um estudo focado nos fundamentos da arquitetura como uma arte formada por composições, e como cada elemento pode ser moldado, alterado e reposicionado, para então modificar o produto a ser apresentado. Analisa-se a arquitetura por sua capacidade de se comunicar com seu público.

O próximo passo foi o estudo da cabana, não somente com as passagens do livro a fim de singularizá-la como construção específica, mas também ao estudo da cabana como conceito arquitetôncio. Com a finalização dos estudos, foi possível seguir para a quarta etapa do presente trabalho, finalizando o projeto técnico da cabana, o estudo volumétrico, a inserção desta em um ambiente real, bem como gerar ensaios a fim de testar o produto das análises e definir os passos para a etapa final.

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Figura 03: Ilustração de um Fjorde norueguês.

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Seguimos com a investigação do livro em si, dissecando qualquer passagem que possa conter alguma informação para a criação do espaço, seu interior e exterior, e então é realizado um estudo dessas passagens para ser definido um local real onde a cabana possa ser inserida.


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Figura 04: Corte no projeto da cabana e concepção de interior.

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Finaliza-se o trabalho com a criação de ilustrações do exterior e interior da cabana, aplicando os métodos analizados ao longo do projeto, visando gerar perspectivas diferentes sobre um mesmo ângulo da construção, compor imagens que transmitam estas perspectivas e exaltar a arquitetura como um produto de função, criação e utilização.

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Referências BACHELARD; Gaston - A poética do Espaço BLOOMER; Kent C. e MOORE; Charles W. - Corpo, memória e arquitetura EISENSTEIN; Serguei - Reflexões de um Cineasta FERRARA; Lucrécia D’alesso - Leitura Sem Palavras GAIMAN; Neil - Odd e os Gigantes de Gelo HERTZBERGER; Herman - Lições de Arquitetura MUNARI; Bruno - Das Coisas Nascem Coisas

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ZUMTHOR; Peter - Atmosferas



Arquitetura e Espaço Religioso Templo ecumênico em Interlagos Luana Trivelato Silva Orientador: Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

Este trabalho teve como objetivo a proposição de um espaço de interligação entre diversas religiões, resultando no projeto de um templo ecumênico no bairro de Interlagos na cidade de São Paulo. Tendo isto em vista, foi realizado o estudo de diversos ambientes religiosos, a partir da análise simbólica e material destes espaços, sendo isto possível através da realização de visitas técnicas, e com o auxílio de pesquisas e referências relacionadas ao tema. Além disso, foram realizadas análises territoriais do local escolhido, que resultaram na proposição do projeto de um templo ecumênico.

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Figura 01: Imagem do templo principal. Fonte: acervo da autora


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Introdução A arquitetura religiosa vai além da função. A construção dos espaços sagrados é repleta de simbolismos e elementos que fazem a conexão entre o material e o espiritual. A arquitetura desempenha papel fundamental na criação de espaços sagrados, pois é responsável pelo abrigo e reunião dos praticantes de cada religião, e cada espaço possui suas características próprias de acordo com suas crenças. Hoje, em São Paulo, existem diversos locais para prática da fé de religiões determinadas, porém não há locais sem determinação específica para uso religioso. Sendo assim, faltam espaços para aqueles que buscam um local para a prática da fé que não tenha relação direta com alguma religião específica. Esta pesquisa baseou-se na realização de visitas técnicas a espaços religiosos, com o desenvolvimento de fichas para análise técnica do local, considerando aspectos físicos e fenomenológicos, com fotografias espaciais e análise dos elementos identificados em cada visita. Foram realizados desenhos de plantas para aprofundamento das pesquisas realizadas, a fim de entender os fluxos e usos do espaço, disposição do mobiliário e os materiais empregados. Além do entendimento da religião com a orientação de pesquisas e guias nos locais escolhidos para aprofundamento sobre de que forma os aspectos físicos contribuem para os ritos realizados no espaço. Além disso, foram realizadas pesquisas bibliográficas relacionadas ao tema proposto, a fim de entender a relação entre a arquitetura e o espaço sagrado e de que forma isso contribuiu para o crescimento físico e cultural da cidade de São Paulo. Estas pesquisas contribuíram também para o aprofundamento acerca da palavra ecumênico, justificando seu uso para a denominação do trabalho, com o estudo de templos que foram projetados com intuito semelhante ao que será proposto neste trabalho. Foram realizadas experimentações projetuais, a partir do desenvolvimento de mapas de análise do território escolhido e esquemas que resultaram em um projeto de arquitetura que atenda às necessidades encontradas durante o trabalho. Por fim, propõe-se a criação de um espaço que atenda a diversidade religiosa, sendo estes Templos Ecumênicos destinados a pluralidade de crenças, localizados

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em um novo projeto de parque que ressignificará a região escolhida.

Figura 02 : Planta de fluxos, igreja Cruz Torta. Fonte: acervo da autora.

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Proposição O objetivo do projeto é garantir o lazer da população do entorno e visitantes de outras regiões da cidade, otimizando o uso do parque, e realizando a criação dos templos que se inserem no local como espaços para a prática da fé. A definição do programa e análise do entorno determinaram os usos e os novos fluxos do parque, visto que está localizado em uma avenida importante da região, com infraestrutura de transportes e serviços. A partir disto, as curvas que as margens da represa criam durante sua movimentação, surgiram como partido inicial para traçar os novos caminhos do parque a partir de formas orgânicas, e isso foi

A região do entorno do terreno não possui muitos espaços com infraestrutura de parque e lazer para a população, sendo assim, o programa procura atender essas necessidades. Seu desenho de piso com formas orgânicas, separa os ambientes do parque, de modo a garantir o conforto e a segurança dos visitantes em todos os seus usos. Com a separação criada pelos novos caminhos do parque, o lado esquerdo concentra a maior parte dos equipamentos esportivos, com as quadras e bicicletário mais próximos à entrada. Enquanto do lado direito estão os templos, garantindo mais tranquilidade para aqueles que utilizarem os espaços para as práticas de conexão espiritual.

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Figura 03 : Implantação do parque. Fonte: acervo da autora.

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replicado na criação dos objetos, como nos espelhos d’água.


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Figura 04 : Imagem da entrada do parque com vista para as quadras. Fonte: acervo da autora.

Foram projetados três templos para o parque, sendo dois templos menores e o templo principal. Os templos 1 e 2, possuem formato circular, projetado para que não haja uma forma específica para seu uso, podendo ser utilizado de diversas maneiras por todas as religiões. Além disso, o formato circular simboliza a unidade e a integração. O templo principal, possui formato diferente dos demais, seguindo as

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linhas mais orgânicas do parque.

Figura 05 : Planta e cortes do templo 2. Fonte: acervo da autora.

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Figura 06 : Imagem do templo 2. Fonte: acervo da autora. Referências BAPTISTA, Anna Paola P. O Eterno ao Moderno: a arte sacra católica no Brasil, anos 1940-50. Tese de Doutoramento. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em História Social, 2002. BECK, Luciana Mota; NOEBAUER, Marlise Paim Braga; BULA, Natalia Nakadomari; ALMEIDA, Maristela Moraes de. Análise da ambiência em templo ecumênico, p. 112-123. In: Anais do VI Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente Construído & VII Seminário Brasileiro de Acessibilidade Integral [=Blucher Design Proceedings, v.2 n.7]. São Paulo: Blucher, 2016. CAVALIERI, Edebrande. Transcendência e imanência na fenomenologia de Husserl in Estudos de Religião, v.27, n.1- 35-38 – jan-jun 2013.

LIMA JUNIOR, Márcio Antonio de. O traço moderno na arquitetura religiosa paulista. Mestrado em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo na FAUUSP, São Paulo, 2016. MELLO, Ricardo B. A cultura da crença: uma reflexão sobre o espaço simbólico e o simbolismo na arquitetura religiosa. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2008. PENNICK, Nigel. Geometria Sagrada: simbolismo e intenção nas estruturas religiosas. São Paulo: Pensamento, 1980. SILVEIRA, Marcus. Templos modernos, templos ao chão: a trajetória da arquitetura religiosa modernista e a demolição de antigos templos católicos no Brasil. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2011.

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DIAS, Zwinglio Mota. O Movimento Ecumênico: História e Significado. Numen: revista de estudos e pesquisa da religião, Juiz de Fora, v. I, R. I, p. 127-163, 2010. HANI, Jean. O Simbolismo de Templo Cristão. Lisboa: Edições 70, 1998.

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COSTA, Lucio. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. In Arquitetura religiosa. Textos escolhidos da revista do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. FAUUSP e MEC-IPHAN, 1978.



Templo Wicca Maria Bergonzini Mascaro

Resumo Este trabalho investiga a Wicca, religião neopagã fortemente ligada à natureza, fundada nos anos 1950 na Inglaterra, procurando entender seus conceitos, símbolos e representações na cultura pop. Além das fontes bibliográficas, a pesquisa buscou recursos em campo, com a participação de rituais e cerimônias, afim de melhor entender quais as necessidades das práticas da religião e de seus praticantes. Desta forma, a intenção final deste trabalho é a proposição de um Templo que atenda essas necessidades de forma adequada, respeitando seus fundamentos e práticas e criando uma arquitetura própria da Wicca em harmonia com a natureza e com o contexto urbano.

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Figura 01 : wiccas sob a lua. Fonte: acervo do autor

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Orientador: Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto


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Introdução

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A Wicca é uma religião neopagã que foi popularizada por volta de 1950 por Gerald Gardner, um escritor e antropólogo amador. É influenciada por crenças pagãs antigas, como a existência do sobrenatural, magia, etc... No Brasil, ainda é uma religião relativamente nova (tem por volta de 400mil praticantes, segundo a União Wicca do Brasil), possuindo poucos espaços dedicados a sua prática, assim como também não possui uma arquitetura específica como espaço religioso. Apesar de ser uma religião que cultua principalmente a Deusa Mãe e ser matriarcal, é inclusiva e possui tanto sacerdotisas, quanto sacerdotes. É uma religião fortemente ligada à natureza e acredita que todos somos conectados por e a ela. Em São Paulo, na Vila Mariana, existe um “templo” dedicado à Wicca, chamado Templo Grande Mãe. Há espaços para rituais, um museu com a história da Wicca (Museu de Bruxaria) e uma loja de artigos mágicos (loja Old Religion). Porém, após algumas visitas e participação em rituais, pude observar que a infraestrutura do espaço do templo é um tanto quanto precária, principalmente em dimensão, pois o local não comporta adequadamente o número de participantes dos rituais, ainda mais sendo abertos ao público. Então, os objetivos desse trabalho foram conhecer mais sobre a religião, de forma a estar apta para escolher os melhores métodos construtivos e desenvolver a espacialidade necessária para a construção desse ambiente, assim como explorar a arquitetura religiosa e entender como ela pode ser aplicada nesse contexto de forma a proporcionar aos praticantes da Wicca um espaço onde possam exercer suas Tradições e rituais. Para tal, fundamentei minha pesquisa em livros sobre o tema (“Wicca: A Religião da Deusa”, de Claudiney Prieto, “Ano Mágico”, de Alison Davies e “O Livro Completo de Bruxaria”, de Raymond Buckland, além de ter visitado templos e participado de rituais. Também entrei em contato com algumas personalidades da religião para entrevista-las, mas não obtive sucesso.

Figura 02 : Museu de Bruxaria. Fonte: acervo do autor Figura 03 : Espaço de rituais. Fonte: acervo do autor

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Proposição Este projeto teve seu desenvolvimento após melhor entender a Wicca e suas necessidades, assim como suas peculiaridades, relacionando-o com a tradição da religião de fazer poções, chás e misturas medicinais com o uso de cogumelos, daí surgindo a estética da construção – do fungo Helvella lacunosa, também conhecido como “orelha de gato”.

Figura 04 : Helvella lacunosa. Fonte: www.curbstonevalley.com/helvellalacunosa/ Figura 05 : Helvella lacunosa. Fonte: www.reddit.com/r/MushroomPorn/comments/dpxnbo/spooky/?utm_source=ifttt

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Figura 06 : Perspectiva do projeto. Fonte: acervo do autor

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Assim como o fungo, a construção possui ranhuras que nesse caso, servem como iluminação e ventilação para o salão onde acontecem os rituais. Os caminhos são feitos de escadas de madeira com descansos de pedras, mantendo a harmonia com a natureza que a Wicca tanto preza, sem entrar em conflito com a topografia do terreno.


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Figura 07 : Planta do projeto com detalhes da escada de madeira e descansos de pedras. Fonte: acervo do autor

Figura 08 : Corte AA. A colônia principal é destinada aos rituais e, por ser fechada, proporciona privacidade aos participantes de tais rituais, porém possui aberturas que permitem a passagem de luz. Fonte: acervo do autor

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Em um de seus caminhos, há um pequeno espaço de permanência para pequenos grupos, caso necessário. A decisão de manter a área do terreno majoritariamente verde foi tanto para resgatar um passado da bruxaria um pouco perdido (o contato direto com a natureza), quanto para não perder mais um pedaço de natureza em meio ao contexto urbano. Por ser apenas um espaço para contemplação e rituais, o programa consiste somente de uma “colônia” principal onde ocorrem os rituais, assim tendo um pentáculo com um altar em seu centro (“colônia” principal com 278m²) e uma “colônia” menor, onde se encontram os banheiros (“colônia” menor com 59m²). Ambas as colônias possuem o piso “descolado” das paredes, de forma que o solo possa sempre ser visto. O método construtivo escolhido para este projeto foi a impressão 3D com concreto, pois não só ela permite formas orgânicas e naturais, como também evita o desperdício de material, o que é de grande importância para a Wicca.

Figura 09 : Colunas de concreto feitas no laboratório da ETH Zurich. Fonte: www.ethambassadors.ethz.ch/2020/02/11/shaping-a-digital-building-culture-for-concrete-3d-printing/

BUCKLAND, Raymond, O Livro Completo de Bruxaria de Raymond Buckland: tradição, rituais, crenças, história e prática. CORDOVIL, Daniela, Sexualidade, Espiritualidade e Conjugalidades na Wicca Brasileira, Artigo, UNESPAR, Belém, 2017. DAVIES, Alison, Ano Mágico: Folclore, Encanto e Natureza, Ed. Darkside, São Paulo, 2022. PRIETO, Claudiney, Wicca: a religião da Deusa, Ed. Alfabeto, São Paulo, 2022.

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ARAÚJO, Kallyne Fabiane Pequeno de, Wicca, Religião e Natureza: Bruxaria e espaços sagrados no Brasil, Tese (Mestrado), UFRN, Natal, 2020.

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Referências



Arquitetura e Identidade Intervenção entre o Pavilhão das Culturas Brasileiras e o Pavilhão Japonês Mariana Tuzaki Barbosa Coutinho Orientador: Prof. Ms. João Carlos Amaral Yamamoto

São Paulo é um polo importante da comunidade japonesa no Brasil, com mais de um século de imigração. A cidade acolhe diversas expressões da cultura japonesa, adaptadas ao contexto brasileiro. A evolução constante da cultura reflete influências e transformações. Tradições japonesas foram ajustadas às condições brasileiras, enquanto algumas tradições brasileiras ganharam destaque. As gerações seguintes enfrentam a complexidade de conciliar a identidade japonesa e brasileira. Este trabalho propõe uma série de intervenções arquitetônicas entre o Pavilhão das Culturas Brasileiras e o Pavilhão Japonês do Parque Ibirapuera, integrando elementos de ambas as culturas em um discurso arquitetônico que valoriza suas diferenças e semelhanças em prol de uma nova criação.

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Resumo

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Figura 01: Render perspectivado da intervenção Introspecção. Fonte: acervo do autor.


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Introdução

Influenciada pelo artigo "Thinking in Ma, opening Ma" de Tadao Ando, minha pesquisa para o trabalho de conclusão de curso reflete sobre a essência da arquitetura, explorando a dualidade entre delicadeza e brutalidade, harmonia e conflito. Ando busca transcender fronteiras culturais e temporais, moldando espaços com delicadeza artesanal e violência simultaneamente. A arquitetura japonesa, desafiada a se libertar da tradição, é abordada com o conceito de "Ma", representando uma lacuna de conflito e potencial. Este trabalho aplicará essas ideias na exploração da identidade nipo-brasileira no Parque Ibirapuera, buscando criar uma arquitetura que, ao abordar contradições, promova a interação e estimule o diálogo, desafiando limites convencionais. Proposição

A partir da área de intervenção determinada, as oportunidades são favoráveis para explorar contrastes e proporcionar uma experiência que percorre a jornada de conexão e introspecção. Utilizando a parte frontal do Museu das Culturas Brasileiras e o terreno adjacente ao Pavilhão Japonês para interações sociais, o bosque próximo ao Pavilhão é destinado à contemplação e relaxamento. O percurso é concebido sem um roteiro fixo, permitindo descobertas casuais. Embora independentes, os espaços formam um movimento pendular entre o exterior e o interior do parque, oferecendo flexibilidade para uma variedade de eventos. A arquitetura desempenha um papel crucial na atmosfera e na percepção das intervenções.

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Para melhor análise de cada um dos elementos, estes foram divididos de acordo com o intuito de uso norteador: Conexão, Introspecção e Troca.

Figura 02: Pontos de Intervenção. Fonte: Acervo do autor.

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Conexão

A estrutura de madeira adota um grid quadrado de módulos (3,60x3,60 metros), inspirado nos encaixes tradicionais do Pavilhão Japonês, reinterpretado de maneira contemporânea. Utilizando a técnica japonesa yakisugi, a madeira adquire uma tonalidade forte e resistência a fogo, insetos e fungos. Os módulos, com coberturas translúcidas, criam espaços visuais e ritmo, enquanto redes suspensas proporcionam áreas de descanso. A estrutura se integra harmoniosamente ao ambiente, respeitando a topografia e valorizando a paisagem. Não interfere no funcionamento usual, permitindo a passagem de água da chuva e ventilação, acolhendo as intempéries sem restrições.

Uma segunda floresta de troncos vermelhos emerge entre as árvores do parque, sustentando redes de descanso feitas do mesmo tecido translúcido do Conexão. As instalações, em sua maioria individuais, proporcionam espaços para relaxamento. Um lago artificial circundado por rochas serve como local de contemplação, podendo ser utilizado como banco. Cabines individuais de aço natural e policarbonato opaco oferecem momentos de introspecção, com pequenos jardins internos de plantas brasileiras, proporcionando um espetáculo de sombras para quem observa de fora.

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Introspecção

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Figura 03: Intervenção Conexão em render perspectivado. Fonte: Acervo do autor.


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Figura 04: Intervenção Introspecção em render perspectivado. Fonte: Acervo do autor.

Trocas

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O deck, nomeado em referência ao uso e à interação visual e espacial com a margem oposta, apresenta uma estrutura de concreto flutuante sobre as águas, contrastando com um segundo deck de madeira. Este convida os visitantes a participarem de diversas atividades, desde contemplação até eventos como teatros e sessões de filmes. O projeto adota uma linguagem modernista, com estética mínima, curvilínea em alguns pontos, integrando-se à paisagem e contrastando com a arquitetura tradicional japonesa adjacente, além de estabelecer um paralelo com as construções de Niemeyer no parque.

Figura 05: Intervenção Trocas em render perspectivado. Fonte: Acervo do autor.

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Referências ARQUITECTURA VIVA. AV Monografías 218-219 - Kengo Kuma 2014-2019. Disponível em: <https://arquitecturaviva.com/publicaciones/av-monografias/kengo-kuma-2>. Acesso em: 10 jun. 2023.

ENNES, M. Imigração Japonesa E Produção De ☆Entre-Lugares★: Uma Contribuição Para O Debate Sobre Identidades. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História £ ANPUH. jul. 2011. Disponível em: <http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1299685478_ARQUIVO_nipobrasileiroseentrelug ares.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2023 KUMA, K. O Pavilhão Japonês de São Paulo. Revista USP, v. 115, p. 106£121, 2017. Pavilhão Japones - Bunkyo. Disponível em: <https://www.bunkyo.org.br/br/pavilhao-japones/>. Acesso em: 10 jun. 2023. MACADAR, Andrea. Paulo Mendes da Rocha. Entrevista, São Paulo, ano 07, n. 026.02, Vitruvius, abr. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/07.026/3302>. MATSUOKA, S. Nipponjin Japonês - O Japão do ponto de vista de 23 artistas. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriano - MASP, 1995. NITSCHKE, G. MA - The Japanese Sense of Place. Londres: Architectural Design, 1 mar. 1966. Disponível em: <east-asiaarchitecture.org/downloads/research/MA_The_Japanese_Sense_of_Place_-_Forum.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2023. OKANO, Michiko. Ma: entre-espaço da comunicação no Japão: um estudo acerca dos diálogos entre Oriente e Ocidente. 2007. 195 f. 2007. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) - PUC (Pontifícia Universidade Católica), São Paulo. Pereira, Mirna Busse. Cultura e Cidade: prática e política cultural na São Paulo do século XX. 2005. 190 f. Tese (Doutorado em História) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005. SAKURAI, C. Imigração japonesa para o Brasil. Um exemplo de imigração tutelada- 1908- 1941. In: XXII Encontro Nacional da ANPOCS. GT 9 MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS. Anais eletrônicos... Caxambu-MG, 1998. SPERLING, David. Arquitetura como discurso. O Pavilhão Brasileiro em Osaka de Paulo Mendes da Rocha. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n. 038.03, Vitruvius, jul. 2003 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.038/667>.

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Thinking in Ma, opening Ma. El Croquis, v. 44+58, p. 10-11, 2009.



A percepção da Paisagem Uma investigação pela provocação do olhar

Matheus Gabriel Michelato Barreiros

Resumo Ao longo desse trabalho de investigação conceitual, são explorados a relação entre a percepção visual da paisagem, o sensível e a linguagem simbólica que fundamentam a nossa compreensão coletiva do mundo. A arquitetura, como arte e ciência do espaço construído, é utilizada como o ator-chave nesse processo para relacionar todos os temas abordados. Desde devaneios utópicos dos arquitetos até a prática do flâneur que observa e interpreta a cidade, exploramos como as sensibilidades, as fantasias e ideais de uma época são encapsulados no ambiente construído.

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Figura 1: Utopia 0 N, 0 E. Fonte: Acervo do Autor

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Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva


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Introdução A maneira como interpretamos visualmente o nosso entorno desempenha um papel crucial na construção da nossa compreensão da realidade. Nossos conhecimentos, bagagens e sensibilidades delimitam e moldam aquilo que sabemos e percebemos do mundo ao nosso redor, inconscientemente filtrando e selecionando elementos da paisagem. Pensando nisso, me aprofundo em temas de psicologia e filosofia como base para esse estudo, como por exemplo nas obras “O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação” de Vilém Flusser, e “The arts and the creation of mind” por Elliot W. Eisner, as quais abordam algumas relações entre a nossa mente e o espaço físico e imaginário, para compreender o quanto somos influenciados pelo nosso entorno e o quanto o nosso entorno é influenciado pela nossa existência.

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A partir disso, me coloco junto nessa inquietação para me perder pelas ruas de São Paulo, procurando por atmosferas que explorem explicitamente essa relação, para entender nos pequenos detalhes os elementos que compõe a paisagem e se relacionavam comigo, tanto como um exercício para a construção de repertório, quanto como uma experiência para colocar em prática o que foi discutido até então, fazendo registros através de representações visuais, prosas e poemas.

Figura 2: Desenho da paisagem. Fonte: Acervo do Autor

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Proposição Ao se envolver ativamente nesse processo de reflexão, o leitor é convidado a questionar suas próprias experiências, memórias e associações pessoais em relação à paisagem. Essa provocação do olhar encoraja a investigação de detalhes, a apreciação de sutilezas e a exploração de diferentes perspectivas. À medida que nos permitimos observar a paisagem com um olhar renovado, podemos descobrir novos significados, conexões ou emoções que talvez não estivessem inicialmente evidentes. O objetivo desse experimento não é fornecer respostas, mas sim despertar a curiosidade e estimular a exploração pessoal. Ao expor o leitor a uma variedade de sensibilidades, imagens e inquietações, o experimento busca desafiar as percepções pré-concebidas e as interpretações automáticas, abrindo caminho para uma compreensão mais profunda e significativa da paisagem. Considerando a influência profunda que a linguagem visual e sensorial exerce em nossa percepção do ambiente, proponho a seguinte provocação do olhar:

Pensando nisso, busco através de uma coleção de desenhos me desprender dessas expectativas preconcebidas, me expressar com traços que vão além da mera representação

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Figura 3: Interlude. Fonte: Acervo do Autor

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“Desafie-se a explorar um espaço familiar com olhos renovados. Esqueça momentaneamente a funcionalidade aparente e mergulhe na textura das paredes, na dança de luz e sombras, na paleta de cores que se revela ao longo do dia. Permita-se absorver os detalhes muitas vezes negligenciados e, ao fazê-lo, questione-se: Como esses elementos contribuem para a narrativa visual deste lugar? Qual é a linguagem sensorial que emerge quando nos libertamos das expectativas preconcebidas?


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arquitetônica. Cada linha e sombra se tornam fios condutores da minha própria interpretação, guiando-me por um caminho de descoberta visual. Ao invés de retratar a estrutura objetiva do espaço, busco a representação visual que traduza as nuances e impressões que ecoam na minha percepção. Cada traço é uma tradução única da interação entre luz e forma, uma manifestação tangível do diálogo entre o observador e o observado.

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Figura 4:”02”. Fonte: Acervo do Autor

Figura 5: ”04”. Fonte: Acervo do Autor

Cada desenho é um testemunho da minha busca por uma linguagem própria, uma narrativa visual que vai além das expectativas convencionais, e que, por sua vez, convida outros a desafiar também as próprias perspectivas preconcebidas.

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Referências

ARCHEYES. Marine City: Tokyo’s Futuristic Megastructure by Kiyonori Kikutake. [S.I.] . 2020. Disponível em: https://archeyes.com/marine-city-megastructure-kiyonori-kikutake/. Acesso em 24 Mai 2023. BIONDILLO, Rosana. Walter Benjamin e os caminhos do flâneur. 2014. 142 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Guarulhos, 2014. Disponível em: https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/39273/Publico39273.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 Set 2023. EISNER, Elliot W. The arts and the creation of mind. [New Haven]: Yale University Press, 2002. FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2013 HANKE, Michael. A Comunicologia segundo Vilém Flusser. Artigo de pesquisa apresentado no congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em Belo Horizonte, 2003. LIU, Fábio Yam Gomes. A intenção do olhar: Percepção e cognição de conceitos e mensagens gráficas e visuais. Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Design e Arquitetura. São Paulo, 2017.Disponível em https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16134/tde-26062017123234/publico/FabioYamGomesLiu.pdf. Acesso em 20 Ago 2023. MORE, Thomas. Utopia. [S.I.]. [15--]

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ZUMTHOR, Peter. Atmosferas. Livro baseado em uma palestra dada na Kuntscheune no palácio de Wendlinghausen,Basileia, 2006. pg. 10 - 63. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6168738/mod_resource/content/1/Peter_Zumthor%20%20Atmosferas.pdf. Acesso em 22 Set 2023.

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VASCONCELOS, Renata Thaís Bomm. Humanização de ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de PósGraduação em Arquitetura. Santa Catarina, 2004. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/87380/206199.pdf?sequence=1&is Allowed=y. Acesso em 2 Nov 2023.



Rudimentos: arquitetura como frente de reparação Sabrina Martina Alves de Almeida Silva

Resumo O presente trabalho de conclusão de curso, fundamenta-se em inquietações pessoais estimuladas durante a faculdade sobre conciliar o senso criativo e postura ética com o modo que a cidade opera e é moldada. Usando uma abordagem especulativa, propõe-se uma reparação arquitetônica a partir de uma desconstrução, com liberdade poética, de edifícios ociosos em que suas partes se tornam elementos catalogados e objetos de experimentação. Sendo o objetivo, atrair o olhar à essas estruturas silenciosas em contraponto ao cenário atual de adensamento construtivo desordenado e oferecer aos indivíduos a possibilidade de desfrutar de momentos de desaceleração, distração e calmaria.

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Figura 01 : a desordem urbana. Fonte: acervo do autor.

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Orientador: Prof. Dr. Ricardo Luis Silva


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Introdução Assim como buscamos o equilíbrio das coisas no dia a dia, entre a emoção e a razão, os fatos e as ambições, a ciência e a crença pessoal, na arquitetura faz-se o mesmo. Lidamos com soluções diante das transformações, a imprevisibilidade e a todo momento, o surgimento de novos contextos urbanos de modo que, constantemente, gravitamos em seguir as regras ao “pé da letra” e permitir-se dar lugar à imaginação e experimentação. O estudo busca estimular nos indivíduos a imaginação, e instigar-lhes um olhar para si mesmo e o que acontece na realidade, para compreender a própria existência e seu posicionamento à frente das dinâmicas presentes no meio que vive. Como ponto de partida, o trabalho reúne as inquietações pessoais em decorrência das experiências vivenciadas na cidade de São Paulo e durante a formação no curso de Arquitetura e Urbanismo. Fundamenta-se com colagens inspiradas no método de comunicar projeto de Rem Koolhaas, que traduzem em colagens os temas abordados sobre: os relatos como moradora do Bairro Socorro na Zona Sul, a desordem urbana e o colapso psíquico. Posteriormente, através de ensaios especulativos inspirados no método de Marcel Duchamp de tirar o objeto do seu contexto original, propõe-se provar a capacidade do homem em traduzir elementos em novos cenários, de maneiras não convencionais. De usar a arquitetura e seu potencial criativo para revelar possibilidades de manipulação com os rudimentos dos edifícios ociosos. A fim de oferecer abrigo, estimular a permanência e desaceleração em meio ao caos urbano.

Proposição O experimento parte de uma intenção criativa ao atual cenário arquitetônico e urbanístico de São Paulo. Propõe-se a partir da própria arquitetura, sua reparação. O processo decorreu em quatro momentos, nomeados de: rudimentos, catálogo, ensaios e projeto. No primeiro momento, denominado rudimentos, foi realizando mapeamento, levantamento fotográfico e um estudo de desconstrução dos edifícios ociosos para identificar e selecionar os materiais

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que seriam utilizados. Em seguida, esses materiais foram reunidos em catálogo com características e propriedades de cada material. Essa etapa foi essencial para organizar e facilitar a consulta dos elementos. Com o catálogo em mãos, foram realizados ensaios especulativos, nos quais diferentes combinações e interações entre os elementos foram testadas. Com o objetivo de explorar suas possibilidades, e determinar quais combinações apresentavam os melhores resultados. Após a fase de ensaio, foi possível definir os melhores resultados e, a partir deles, explorar seus usos, fruições e possibilidades de implantação.

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Figura 03 : diagrama da desconstrução dos edifícios ociosos. Fonte: acervo do autor.

Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo

Figura 02 : mapeamento dos edifícios ociosos. Fonte: acervo do autor.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

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Figura 04 : recorte do catálogo. Fonte: acervo do autor.

Figura 05 : proposta praia do sol. Fonte: acervo do autor.

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Referências ARNHEIM, Rudolf. A dinâmica da Forma Arquitetônica. Lisboa: Editorial Presença, 1988. BARATTO, Romullo. Primeiro Lugar no Concurso Re-perimetral. Archdaily,2014. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/601554/primeiro-lugar-no-concurso-re-perimetral-beni-barzellai-anaaltberg-manuela-muller-e-mariana-meneguetti?ad_campaign=normal-tag> Acesso em: 29 jun. 2023. FERRARA, Lucrécia. Leituras sem palavras. São Paulo: Ática, 1997. FIRPO, Renata. Quem saiu ganhando com a revisão do Plano Diretor de São Paulo. VEJA Mercado, 2023. Disponível em:< https://veja.abril.com.br/brasil/em-sao-paulo-tres-imoveis-sao-demolidos-pordia. Acesso em: 29 jul. 2023. KRUSE, Tulio. Plano Diretor de SP pode ampliar em até 160 vezes. UOL, 2023. Disponível em:< https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/06/plano-diretor-de-sp-pode-ampliar-em-ate-160-vezesarea-mais-verticalizada-em-bairro.shtml>. Acesso em: 29 jul. 2023. MOLINA, Débora. Impressionantes edifícios feitos de materiais crus e imperfeitos. In: CONFERÊNCIA TED TALK, 2019, USA. Disponível em:<https://www.ted.com/talks/debora_mesa_molina_stunning_buildings_made_from_raw_imperfect_ materials>. Acesso em 22 fev. 2023. NETO, Emílio. Um olhar sobre Exodus de Rem Koolhaas. Vitruvius, 2017. Disponível em:< https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/18.120/6699>. Acesso em: 20 out. 2023.

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OLIVEIRA, José. Estudo mostra riscos de verticalização desordenada. 2016. Disponível em:< https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2016/03/29/estudo-mostra-riscos-da-verticalizacao-desordenada/>. Acesso em: 18 set. 2023. PALLASMAA, Juhani. Essências. Barcelona: Gustavo Gili, 2018. VEJA. Em São Paulo três imóveis são demolidos por dia. 2011. Disponível em:< https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/sp2/video/fuga-de-empresas-deixa-galpoes-abandonados-nagrande-sp-11428662.ghtml>. Acesso em: 11 jul. 2023. VIANA, Lucio. A ideologia na produção do espaço: os megaeventos como agentes difusores da ideologia (neo)liberal. Caderno Metrópole, 2019. Disponível em:< https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/issue/view/2133/241>. Acesso em: 13 ago. 2023.



Arquitetura do Edifício

TCC 2

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Centro de tratamento psicológico infantil para tratamento de transtornos mentais comuns Ana Luiza Ferreira Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01: Perspectiva do acesso principal do projeto desenvolvido. Fonte: acervo da autora

Resumo Este trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de projeto de um centro de tratamento psicológico infantil, devido à falta de espaços destinados a crianças com transtornos menos severos. O projeto visa proporcionar terapias e atividades necessárias para tratar as crianças em um ambiente que as acolha, transmita segurança e seja terapêutico, ou seja, faça com que o

estudar os transtornos e tratamentos específicos para essa faixa etária. O terreno localiza-se no distrito de Santo Amaro, próximo à estação de metrô Borba Gato. palavras-chave: saúde mental, crianças, arquitetura, psicologia

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estudou-se a trajetória da psiquiatria e como ela começou a atender o público infantil, além de

Arquitetura do Edifício

usuário interaja com o espaço construído por meio dos sentidos. Para aprofundamento do tema


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução O ato de cuidar da saúde mental das crianças é uma forma de trazer o bem-estar e prevenir o que ela vai se tornar no futuro e a terapia infantil tem a função de auxiliar as crianças a se expressarem de forma lúdica, por meio de brincadeiras, jogos e outros tipos de atividades, buscando entender os conflitos que ameaçam o desenvolvimento delas, garantindo a redução de sentimentos passados. Os casos de transtornos mentais no Brasil já eram elevados, mas muito discriminados e sem a atenção devida e com a pandemia do COVID 19 esses casos foram se mostrando reais e as pessoas cada vez mais conscientes com a importância de cuidar da sanidade mental. Se tornando evidente a necessidade de apoio psicológico para todas as faixas etárias, principalmente as crianças que estão em fase de desenvolvimento e são as que recebem menos atenção, pois são negligenciadas a não ter nenhum transtorno ou muitas vezes por ser menos severos. Ainda assim, os tratamentos psicológicos junto com as terapias alternativas devem ser feitos em locais apropriados para que as crianças se sintam acolhida e em segurança para demonstrar seus sentimentos e emoções. O ambiente tem forte influência nas funções humanas, influenciando no comportamento e nas emoções, mas isso não acontece nos locais de atendimento, pois a maioria dos espaços de apoio são adaptados para atender o público e não apropriados para que essa faixa etária se sinta acolhida e estimulada para expressar seus sentimentos e emoções. De acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), crianças representam cerca de 30% da população mundial. E em média global a taxa de prevalência de transtornos mentais nessa população é de 10,2%. E no Brasil, estudos registram taxas de 7 a 12,7% de crianças com transtornos. Sendo assim, justifica-se a escolha do tema, centro de tratamento psicológico, pela falta de apoio específico às crianças e à escassez de ambientes pensados na recuperação dessa faixa etária. O projeto tem como objetivo desenvolver um centro de tratamento psicológico infantil no distrito de Santo Amaro em São Paulo – SP. Garantindo o desenvolvimento de crianças com transtornos mentais comuns (TMC) por meio de uma arquitetura inclusiva, com espaços acolhedores e que inspire confiança, proporcionando um espaço onde as crianças podem “ser”, experimentar, imaginar e criar, desafiando constantemente as crianças neste espaço terapêutico. Onde surgirão muitos tipos de sentimentos que às vezes a própria criança não entende. Para a fundamentação teórica do trabalho, realizou-se uma revisão bibliográfica em contéudos e

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Arquitetura do Edifício

conceitos de monografias, artigos e dissertações sobre os seguintes temas: saúde mental geral e na infância, humanização dos espaços de saúde, tratamentos e transtornos em crianças. Após isso, fiz um levantamento de projetos para estudo de caso, junto com diretrizes projetuais para elaboração do projeto, voltado a um ambiente para o público infantil. Partindo para a etapa de projeto, iniciei uma busca e análise para escolha do terreno de implantação. Então, unindo todos esses conceitos, iniciei a elaboração da proposição arquitetônica, através de um estudo de lote e entorno, elaboração do programa de necessidades, fluxograma, estudo de massas, implantação e volumetria.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Proposição O projeto tem um corredor (eixo central), que conecta todos os setores. E para promover ventilação cruzada em todos os ambientes, entre os setores foram criados espaços que possibilitam a passagem de ventilação e a integração do interno com o externo.

Figura 02: Diagrama de disposição e eixo. Fonte: acervo da autora

O acesso de veículos para o estacionamento, conta com 21 vagas, dentre elas 2 para Pessoas Portadoras de Deficiência, ele se dá pela Rua Américo Brasiliense, com espaço para embarque e desembarque situado em frente a entrada principal da edificação. O acesso de pedestre também se dá pela Rua Américo Brasiliense, na calçada do porte-cochère. Nessa mesma rua, tem um acesso de funcionários (com 6 vagas), que acontece na parte de trás do setor administrativo, dando acesso direto a ele, e o acesso ambulância que chega até o ambulatório. Em relação ao zoneamento, ele é bem claro e definido, cumprindo uma preocupação de não criar circulações desnecessárias, com o intuito de otimizar os percursos e melhorar o aproveitamento do

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Figura 03: Diagrama fluxos e setores. Fonte: acervo da autora

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espaço.


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Figura 04: Implantação. Fonte: acervo da autora

Figura 05: Planta térreo. Fonte: acervo da autora

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Figura 06: Elevação Sudoeste. Fonte: acervo da autora

Figura 07 e 08: Render do projeto. Fonte: acervo da autora Referências ABRÃO, Jorge Luís Ferreira. Os primórdios da psiquiatra infantil e seus reflexos no Brasil. Memorandum: Memória e História em Psicologia, [S. l.], v. 37, 2020. ASBAHR, Fernando R. Transtornos ansiosos na infância e adolescência: aspectos clínicos e neurobiológicos. Jornal de Pediatria, v. 80, p. 28-34, 2004. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5/American Psychiatric Association. Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento. Revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli – 5ª Edição – Artmed, 2014. MORATO, Henriette Tognetti Penha. Aconselhamento psicológico centrado na pessoa: novos desafios. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

SÃO PAULO. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. GeoSampa Tratado de psiquiatria da infância e da adolescência. 3ª Edição. São Paulo. Atheneu Editora, 2018. WECHSLER, Mariângela Pinto da Fonseca et al. Psicodrama com crianças: das intervenções clínicas às psicossociais. Rev. bras. psicodrama, São Paulo, v. 22, n. 2, p.25-35, 2014.

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RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal. História da saúde mental infantil: a criança brasileira da Colônia à República Velha. Psicologia em Estudo. Departamento de Psicologia - Universidade Estadual de Maringá (UEM), v. 11, n. 1, p. 29-38, 2006.

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Protocolo Saúde Mental, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)/ Departamento Atenção Básica – SMS, Área Técnica de Saúde Mental. 1ª Edição – 2021



Projeto Arquitetônico para Escola de Música: uma nova sede para ONG Locomotiva Elizabeth Y. Sinto Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Projeto ONG Locomotiva. Fonte: acervo do auto

Resumo O trabalho apresentado traz a proposta de Projeto Arquitetônico para um espaço cultural no município de Santo André (SP). A demanda pelo projeto é da Associação Locomotiva João Ramalho, uma organização de Sociedade Civil de Direito Público, sem fins lucrativos (conhecida em termos populares como ONG – Organização não governamental), que ensina gratuitamente a prática coletiva de música para crianças e adolescentes de 7 a 17 anos visando a democratização do acesso a música. Atualmente, a operação de Santo André é composta por

funções, representado a nova sede da ONG.Resumidamente, o projeto propõe uma solução que visa abrigar as demandas da Associação de forma integrada.

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3 diferentes endereços. O espaço cultural proposto deverá abrigar em um só local essas 3

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uma escola de música com auditório, a sede administrativa e a luteria que estão localizados em


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução Um terreno com formato inusitado, sujeito a uma legislação restritiva (Fig. 2.), com topografia acidentada (Fig. 3) e com um programa de necessidades bastante extenso (Fig. 4): esses foram os desafios para o projeto aqui apresentado.

Figura 02 : Alguns aspectos Legais do Terreno. Fonte: acervo do autor

Figura 03 : Topografia. Fonte: acervo do autor

PROGRAMA (APROX 4.152 M2)

Área Permeáve l

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Auditório

Salas de Aula

400Espaços expectadores

Serviços

ADM

Luteria

de Convive ncia

25% Bi b…

Figura 04 : Programa. Fonte: acervo do autor

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Proposição Com base no programa de necessidades a proposta foi separar o Auditório, cujo uso não está restrito à Associação, das demais áreas (Administração, Luteria e Pedagógico) - assim, poderíamos separar os acessos entre o público em geral e o público restrito aos demais espaços.

Nesse ponto, os

desníveis topográficos do terreno se apresentaram como oportunidade para separar os acessos e, juntando-se a isso, a alta taxa de permeabilidade exigida pela lei, permitiria criar uma área de respiro e descanso para os frequentadores do complexo - não estando restrita às áreas de recúo.

1 - Edifício

1

2 - Auditório

N Figura 05 : Implantação Fonte: acervo do autor

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Figura 06 : Esquema sobre Acesso e Fluxos Fonte: acervo do autor

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BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 07 : Vista Frontal Fonte: acervo do autor

O Edifício é o elemento que atende boa parte do programa, nele estão a parte pedagógica, a Luteria e a Administração. O Auditório complementa o programa - os 2 edifícios estão ligados pelo 2o subsolo, pois ali está a sala de ensaio da orquestra.

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Os esquemas abaixo demonstram a distribuição do programa no edifício.

Figura 08 : Distribuição do Programa no edifício Fonte: acervo do autor

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Figura 09 : Vista do Projeto Fonte: acervo do autor Referências AMORIM, Paula. Fenomenologia do espaço arquitetônico: Projeto de requalificação do Museu Nogueira da Silva. 2013. 209. Arquitetura e Urbanismo – Universidade da Beira Interior – Faculdade de Engenharia, Covilhã, 2013. BULA, Natalia. Arquitetura e fenomenologia: Qualidades sensíveis e o processo de projeto. 2015. 235. Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. COMITÊ CIENTÍFICO DO NÚCLEO PELA INFÂNCIA. O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem. 1Ed. Brasil, 2014. GUILHERMINO, Leila Araújo. A fenomenologia da arquitetura na produção contemporânea: a aplicação da teoria na prática projetual. III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva São Paulo, 2014 – GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, linguística e cultural da simbologia das cores. 3. Ed. São Paulo: Annablume, 2004. HERTZBERGER, Herman. Lições de arquitetura, 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. NESBITT, Kate (ORG.). Uma Nova Agenda para Arquitetura – Antologia Teórica 1965-1995/ Kate Nesbitt (ORG). COSACNAIFY NEUFERT, Ernest. Arte de Projetar em Arquitetura/ Ernest Neufert, tradução: Evelyn Tesche, Soraya Guimaraes Hoepfner, revisão técnica: Alexandre Salvatera – 42. Ed. Porto Alegre, Bookman, 2022 SAMPAIO, Bruna Costa. Parque das Dunas Guará: Centro de Educação Ambiental e Parque Ecológico/Bruna Sampaio – São Paulo, SP, 2021

SOUZA, Carlos Eduardo de. Mitos e possibilidades do ensino de música no contexto escolar : uma análise crítica à luz da teoria histórico-cultural / Carlos Eduardo de Souza. -- São Carlos : UFSCar, 2016. 161 p. Tese (Doutorado) -Universidade Federal de São Carlos, 2016. XAVIER, Allan, Fredianelli. Complexo Multifuncional em Santo André/ Allan Fredianelli Xavier – Senac, São Paulo, 2018.

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Universidade do Minho, Escola de Economia e Gestão. Portugal, 2019.

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SILVA, Luis Augusto Boulhosa. A música como instrumento para a inclusão social./Luis Augusto Boulhosa –



Escola de educação infantil Montessori Gabriela Reis Raimundo Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Fachada. Fonte: acervo do autor

Resumo A partir da necessidade de espaços voltados para crianças na primeira infância, que compreende dos 0 aos 6 anos, o trabalho buscou conceber um equipamento de educação infantil aplicando os princípios do método Montessori. O projeto visa uma arquitetura que busque favorecer o desenvolvimento infantil através dos

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tem a escola como elemento central em sua vida.

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sentidos e experiências, levando conforto e estímulos sensórias, pois entende-se que a criança


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Introdução A primeira infância é considerada, segundo Maria Montessori, o estágio em que a mente - seja ela inconsciente ou consciente - é absorvente e que todas as informações que fazem parte do ambiente são percebidas pela criança. “O importante não é o que se dá à criança, mas o ambiente que se cria para ela” (MONTESSORI, Maria). Mergulhei no método Montessori, entendendo sua história no mundo, no Brasil e quais são os pilares, conseguindo através disso, definir os critérios que seriam considerados na concepção da escola, sendo eles a livre movimentação na sala de aula, conexão entre os espaços internos e externos, aproximação da escala infantil e iluminação natural. Durante o processo, foram analisados projetos ode de escolas primárias que tivessem características parecidas com o trabalho, além do estudo das normas para edifícios dessa tipologia. Simultaneamente, o programa adequado foi pensado para atender a legislação e as necessidades da faixa etária, criando um espaço ideal para que o desenvolvimento e a aprendizagem sejam estimulados.

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.

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Proposição Levando em consideração os ideais da pedagogia Montessori, onde as crianças possuem autonomia dentro do ambiente escolar, a volumetria do edifício foi lançada. Era importante para o projeto que fosse térreo, dessa maneira, o edifício tomou a forma retangular e foi implantado na mesma cota da rua, 775,5.

Figura 02 :Perspectiva. Fonte: acervo do autor

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Figuras 03 e 04 :Pátio coberto e sala de aula. Fonte: acervo do autor

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A portaria atende aos veículos e pedestres, sendo a porta de entrada da escola e a área de identificação dos pais e responsáveis, funcionários e estudantes, ajudando no controle de acesso e segurança. Assim que se adentra no edifício, há a recepção onde possui lugar para o aguardo dos pais e responsáveis, além de um sanitário e a sala de atendimento. O bloco administrativo fica próximo da entrada da escola, contendo a secretaria e depósito, sanitários adultos, coordenação, diretoria e sala dos professores, integrados com o pátio coberto, que fornece espaço de convivência e atividades fora de sala. O refeitório está voltado para o pátio coberto, obtendo uma integração entre os elementos. Além disso, possui conexão direta com a copa e despensa. As salas de aula e sala multiuso estão agrupadas ao lado do pátio, com vista para área verde, sendo possível o contato com a natureza. Já o Berçário e a sala da soneca estão na fachada, protegidas por brises verticais de madeira pintadas nas cores vermelho, azul e amarelo, fixados por perfis metálicos.


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A enfermaria, fraldário, lactário e sanitários infantis, possuem conexão direta com o setor pedagógico através de um corredor. A estrutura do edifício é metálica, assim como a cobertura do pátio coberto envidraçado e as telhas da cobertura, que possuem inclinação de 2%. O playground está situado na cota +773,5, possuindo brinquedos infantis e áreas verdes. O acesso se dá através de uma escada-rampa, com 5% de inclinação.

Figura 05: Playground. Fonte: acervo do autor

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Foi desenvolvido um caminho em rampa de inclinação 5%, que vai da cota +773,5 até a cota +770, onde acontece o bosque, destinado ao contato infantil com a natureza e a atividades ligadas a jardinagem.

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Figura 06: Bosque. Fonte: acervo do autor Referências DE LIMA, Edimara. A sala agrupada montessoriana na educação fundamental. São Paulo, p. 38 DIÁRIO OFICIAL. Resolução SS-493 de 8/9/1994: Norma Técnica que dispõe sobre a Elaboração de Projetos de Edificação de Escolas de 1o e 2O graus no âmbito do Estado de São Paulo. Governo do estado de São Paulo. 2023.

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LILLARD, Paula Polk. Método Montessori: uma introdução para pais e professores. São Paulo: Manole, 2017. RUDOLPHO, Caroline Roberta; CARARO, Juliana Fernandes Junge. Diretrizes projetuais para ambientes escolares infantis baseados no método de ensino de Montessori. Curitiba, p. 13. 2019

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IBGE. Evolução Cidade de São Paulo Sexo x Idade. Prefeitura de São Paulo. 2000. KAWALRROWSKI, Doris C. C. K. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.



Habitação Unifamiliar Conjunto de casas no Grajaú Isabelly Ariadne Zillig Orientador: Profa. Dra. Valéria Cassia dos Santos Fialho

Figura 01 - Perspectiva Frontal. Fonte: imagem autoral

Resumo Este trabalho tem como finalidade abordar a habitação mínima, buscando estratégias que otimizem o espaço sem renunciar ao conforto, tendo como base o contexto histórico, busca-se compreender a trajetória da habitação mínima, com isso, foi desenvolvido o projeto de uma vila residencial de casas geminadas no bairro do Grajaú, abordando a fusão entre praticidade e

arquitetônicas,

mas

também

entender

a

contemporâneas.

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importância

de

adaptar-se

às

demandas

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a qualidade de vida dos futuros moradores, permitindo não apenas explorar soluções

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aconchego, proporcionando um ambiente que reflete o cuidado com cada detalhe para promover


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução O trabalho de conclusão de curso se trata do projeto de uma vila residencial no bairro do Grajaú, que teve como objetivo trabalhar com metragens reduzidas, propondo soluções que possam aperfeiçoar a utilização do espaço residencial Cada vez mais esses ambientes vêm tomando conta do espaço urbano. Uma pesquisa feita pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo) mostrou que 6 em cada 10 apartamentos novos vendidos têm menos de 45m², – só entre 2014 e 2018, a taxa de vendas para este tipo de imóvel aumentou de 28% para 60% do total. Isso pode ser justificado pela a mudança de conceitos, valores e comportamentos do ser humano, além da escassez de terrenos em áreas nobres da cidade e o custo do metro quadrado. O terreno foi escolhido em um bairro periférico, onde tem grandes lotes com o entorno predominantemente residencial. Próximo a pontos de interesse. É um bairro que vem mostrando um forte desenvolvimento com grandes construções tanto na área residencial quanto na área comercial

CASA MÓDULO 1 CASA NÓDULO 2 CASA MÓDULO 3 CASA MÓDULO 4 TERRAÇO / ÁREA EXTERNA

Figura 02 - Volumetria. Fonte: imagem autoral as plantas do módulo 1 e 2 contam com o mezanino, sendo que cada unidade residencial tem uma suíte e closet no pavimento superior. No pavimento térreo encontra-se a sala de estar e jantar integrado, cozinha, área de serviço, área externa com varanda e jardim. A casa modulo 3 térrea e de menor metragem, pensada para um ou dois moradores, a casa é totalmente integrada, trazendo uma sensação de amplitude para o ambiente, conta com suíte, sala de jantar, estar, cozinha com pequeno espaço para

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Arquitetura do Edifício

área de serviço tendo vista para o Jardim de inverno. A casa módulo 4 conta com sala de jantar, estar e cozinha integrado, dois quartos, um banheiro, área de serviço, área externa e jardim de inverno. Todas as casas contêm uma vaga de garagem.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Proposição Planta Térrea

Figura 03 - Planta térrea. Fonte: imagem autoral

Planta Superior

Figura 04 - Planta superior. Fonte: imagem autoral

Para aproveitar melhor o espaço do terreno o projeto conta com 4 casas geminadas, o desafio foi trazer para essas casas a entrada de luz e ventilação natural, para isso foi proposto o jardim de inverno em todas as casas, deixando o ambiente mais atrativo e com uma grande integração com a natureza. Na laje do conjunto foi criado uma área de lazer para os moradores, aproveitando um espaço que não seria utilizado, promovendo um ambiente de diversão relaxamento e convívio entre os vizinhos.

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Figura 05 - Vista Frontal e Corte Longitudinal. Fonte: imagem autoral

Arquitetura do Edifício

Vista Fontal / Corte Longitudinal


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Casa módulo 1 e 2

Figura 06 - Casa Módulo 1 e 2. Fonte: imagem autoral

Casa módulo 3

Figura 07 - Casa Módulo 3. Fonte: imagem autoral

Casa módulo 4

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Figura 09 - Casa Módulo 4. Fonte: imagem autoral

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Referências Casa Brasileira período colonial file:///C:/Users/Dell/Downloads/554-Texto%20do%20artigo-1815-1-10-20141215%20(3).pdf Habitação Mínima file:///C:/Users/Dell/Downloads/2187-Texto%20do%20Artigo-5913-6378-10-20130506.pdf A cozinha de FrankFurt https://histarq.wordpress.com/2013/03/01/aula-7-a-cozinha-de-frankfurt-1926/ Cojunto de casas/Vila América https://blog.artsoul.com.br/vila-modernista-novo-destino-para-o-circuito-de-arte-brasileira/ Livro: Quadro da Arquitetura no Brasil de autoria do Nestor Goulart Reis Filho Otimização de Espaço https://blog.urbs.com.br/otimizar-espaco/ Conjunto Habitacional Living at the Old Indoor Pool https://www.archdaily.com.br/br/967660/conjunto-habitacional-living-at-the-old-indoor-pool-utaarchitekten-und-stadtplaner Livro: A boa Vida de autoria do Iñaki Ábalos Livro: Habitar Híbrido de autoria Guto Reqeuna Leis Municipais file:///C:/Users/Dell/Downloads/Lei-ordinaria-16402-2016-Sao-paulo-SP.pdf Geosampa https://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx Grajaú https://www.spbairros.com.br/grajau/ Casas AV / Corsi Hirano Arquitetos

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https://www.archdaily.com.br/br/01-158425/casas-av-slash-corsi-hirano-arquitetos



Centro Recreativo Infantil: As influências da arquitetura no desenvolvimento da primeira infância Isadora Rodrigues Cruz Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01: vista fachada. Fonte: acervo do autor

Resumo A partir do estudo da fenomenologia aplicada ao ambiente construído, com foco na influência sobre os seres humanos, especialmente as crianças em formação (0 a 6 anos). Propõe-se um projeto de um Centro de Acolhimento, destacando como a arquitetura pode positivamente impactar o desenvolvimento integral desses indivíduos sensíveis. O estudo enfatiza a

um espaço físico, mas representa uma intervenção consciente na construção do ambiente, reconhecendo a responsabilidade da arquitetura na promoção de experiências enriquecedoras para crianças em fase inicial de desenvolvimento.

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ambiente que estimule os sentidos e promova a exploração criativa. A proposta não apenas visa

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importância de considerar elementos como iluminação, cores e espaços interativos para criar um


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução A arquitetura é uma arte intrinsecamente ligada à construção de espaços que transcendem a mera função física, envolvendo a concepção de ambientes que influenciam diretamente a qualidade de vida das pessoas que os habitam. Nesse contexto, a compreensão dos sentidos humanos e sua aplicação em espaços construídos torna-se fundamental para promover experiências sensoriais enriquecedoras e estimulantes. Este trabalho de conclusão de curso visa explorar como os sentidos podem ser empregados na arquitetura, com foco no desenvolvimento infantil. Primordialmente é investigado como o ambiente construído pode ser projetado de forma a estimular os sentidos das crianças, contribuindo para seu crescimento cognitivo, emocional e social. Através da análise desses aspectos, será proposto um projeto de um centro recreativo infantil destinado a crianças de 0 a 6 anos destinada ao uso por um período integral, ou pós escola, para aqueles que já possuem idade para frequentar uma escola de ensino convencional. Nesse projeto busco criar um espaço de acolhimento e apoio para as famílias, que foge das normativas legais de espaço educativo. Esse local será concebido como uma rede de suporte, proporcionando diversas atividades, aulas e assistência para as crianças. A proposta busca oferecer um ambiente seguro, enriquecedor e flexível, onde as crianças possam frequentar de forma não obrigatória. A intenção é criar um espaço acolhedor que estimule o desenvolvimento integral das crianças, considerando suas necessidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Serão considerados aspectos como iluminação, cores, texturas, materiais e distribuição de espaços, todos eles aplicados de forma estratégica para criar um ambiente propício para a primeira infância. A escolha desse tema é motivada pela importância de se proporcionar um ambiente adequado para o desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida, uma vez que nessa fase ocorrem importantes transformações cognitivas, emocionais e físicas. A arquitetura desempenha um papel significativo na criação de espaços que sejam capazes de estimular e potencializar esses processos, oferecendo um

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ambiente seguro, saudável e inspirador para as crianças

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Proposição O espaço projetado como resultado dessa pesquisa, tem como objetivo a criação de um ambiente seguro, acolhedor e estimulante para as crianças. O projeto visa priorizar a experiência sensorial e o aprendizado por meio do brincar. O pátio central atua como o coração do Centro Recreativo, enquanto os blocos edificados setorizados em: bloco educativo; bloco de serviços e bloco de acesso; exercem a função de barreira física para o meio externo público. O projeto do proporcionará um ambiente propício ao desenvolvimento integral das crianças, proporcionando experiências enriquecedoras e contribuindo para o seu crescimento educacional e social.

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Figura 03: planta térreo do centro recreativo, onde é possível ver a disposição dos espaços internos. Fonte: acervo do autor

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Figura 02: estudo de dimensionamento de áreas do programa. Fonte: acervo do autor


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 04: vista da área de acolhimento, ao fundo o acesso ao bloco recreativo. Fonte: acervo do autor

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Figura 05: vista pátio central, ao fundo pode-se ver a área recreativa. Fonte: acervo do autor.

Figura 06: vista superior. Consegue-se entender a relação de cheios e vazios da cobertura. Fonte: acervo do autor.

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Espera-se que os resultados alcançados não sirvam apenas como uma fonte de inspiração para intervenções arquitetônicas direcionadas ao desenvolvimento infantil, mas também que eles catalisem uma reavaliação da relevância intrínseca dos sentidos na concepção de ambientes. Além de informar, a pesquisa busca promover uma compreensão mais profunda sobre como a consideração dos sentidos pode ser fundamental na criação de espaços que não só visam ao bem-estar, mas também o crescimento saudável crianças.

Referências

CUCINELLA, Mario. Creche em Guastalla. Archdaily Brasil, 2016. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/786149/creche-em-guastalla-mario-cucinella-architect> Acesso em: 15 abr. 2023. GESELL, Arnold (1946). The first five years of life: A guide to the study of the preschool child. HERTZBERGER, Herman (1999). Lições de Arquitetura. Jardim de Infância e Creche KM / HIBINOSEKKEI + Youji no Shiro. Archdaily Brasil, 2017. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/867453/jardim-de-infancia-e-creche-km-hibinosekkei-plus-youji-noshiro> Acesso em: 20 mar. 2023. KOOLHAAS, Rem (2008). Nova York Delirante. MIGLIANI, Audrey. Neuroarquitetura aplicada a projetos para crianças. Archdaily Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/941959/neuroarquitetura-aplicada-a-arquiteturas-para-criancas> Acesso em: 12 maio 2023. MONTESSORI, Maria (1949). Mente Absorvente PALLASMAA, Juhani (2011). Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos.

YAMAZAKI, Kentaro. Hakusui Nursery School. Archdaily Brasil, 2020. Disponível em:<https://www.archdaily.com/623479/hakusui-nursery-school-yamazaki-kentaro-design-workshop> Acesso em: 08 abr. 2023.

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SOUZA, Eduardo. Acústica mal projetada em salas de aula prejudica o desempenho e o bem estar dos alunos e professores. Archdaily Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/924089/acustica-mal-projetada-em-salas-de-aula-prejudica-odesempenho-dos-alunos> Acesso em: 15 maio 2023.

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SOUZA, Eduardo. O que são decibéis? (Ou como os ruídos afetam nossa saúde). Archdaily Brasil, 2021. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/939559/o-que-sao-decibeis-e-como-eles-influenciamna-arquitetura-e-nossa-vida> Acesso em: 12 maio 2023.



IV CENTENÁRIO Urbanização da favela IV Centenário Lara Martins Surkova Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 :Vista de um dos mirantes do prédio proposto. Fonte: acervo do autor

Resumo O presente trabalho tem como objetivo a urbanização da favela IV Centenário, localizada no bairro de mesmo nome, na Zona Sul de São Paulo. Se estuda a revisão histórica e social do da região, que possuiu projetos de habitação social no passado, projetos grandes como o PIU

A tese não se concentra apenas nas provisões habitacionais, mas também na qualidade de vida de todo o local, trazendo áreas públicas, de lazer, novos acessos para criar uma melhor integração entre interior e exterior da favela, beneficiando toda a região.

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população.

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Jurubatuba no presente, mas que com consequentes erros foram excludentes a certa parte da


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Introdução É sabido que com a falta de políticas públicas de planejamento urbano houve uma grande segregação econômica, territorial e social. Durante o século XX a cidade de Sâo Paulo passou por um processo intenso de urbanização, que causou um êxodo rural para estas novas áreas urbanas em busca de trabalho e melhores condições de vida. Com este aumento da demanda por moradias, muitos migrantes se viram obrigados a ocupar as áreas mais baratas da cidade, muitas dessas que eram áreas de risco, como encostas de morro, margens de rios e áreas industriais abandonadas. Esse processo semelhantemente ocorreu no bairro Jd IV Centenário, assunto deste trabalho onde ocorreu um grande loteamento informal e ocupação de um córrego que atualmente não mais existe. Uma região que por mais que tenha grandes pontos como o Autódromo de Interlagos, por um planejamento excludente no século XX, teve parte de sua população esquecida, como nas imagens abaixo.

Figura 02: IV Centário em 2004 Fonte: MDC GEOSAMPA

Figura 03: IV Centário em 2017 Fonte: PMPSP GEOSAMPA

Como visto nas figuras acima, a população retirada se refugiou na área livre sem planejamento. A partir das informações da prefeitura e visitas no local, foram feitos mapas bases com os cheios e vazios e as interveções necessárias para a criação de um novo conjunto, como viário, novas habitações, novos

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fluxos, etc.

Figura 04 : Mapa base cheios e vazios Fonte: acervo do autor

Figura 05 : Mapa de realocações Fonte: acervo do autor

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Proposição O projeto tem como principal objetivo resolver o problema da superpopulação na favela localizada na região. Composta por cerca de 500 residências em uma área de 22.000m², essa comunidade enfrenta uma densidade populacional alta e carência de áreas públicas. Após uma análise dos riscos mapeados na região e uma avaliação das necessidades de realocação, concluiu-se que a remoção de 252 habitações seria necessária. Para viabilizar essa remoção, planejou-se a verticalização dessas moradias, visando criar um espaço aberto no centro da favela. Essa ação permitirá a introdução de áreas verdes e de lazer protegidos pelos edifícios, mas ainda público à todos. Uma nova rua foi criada para conectar uma via sem saída ao fluxo da região, formando um eixo que se alinha com os comércios locais. Durante a concepção da praça central, foram consideradas formas orgânicas como contraste à estrutura ortogonal dos edifícios propostos ao seu redor, criando uma grande praça central com diversas rampas que tornam o projeto acessível e agradável aos moradores.

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Figura 07 : Vista da favela depois da proposta. Fonte: Acervo do autor adaptado do Google Earth.

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Figura 06 : Vista da favela antes da proposta. Fonte: Google Earth


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Figura 08 : Implantação base Fonte: acervo do autor

Figura 09: Exemplificação plantas e pavimento Fonte: acervo do autor

Este conjunto habitacional compreende 4 edifícios com distintas tipologias, adaptadas de acordo com a localização em que foram implantados. Essas estruturas foram planejadas para abrigar 254 famílias, possibilitando a realocação bem-sucedida das 252 residências retiradas, buscando plantas que abrigassem as famílias que variam de 3 a 10 membros. Cada edifício foi diferenciado por cores distintas, sendo identificados por tons de amarelo, vermelho, laranja e marrom, proporcionando uma diferenciação visual clara entre eles. Devido à topografia acidentada do terreno natural, com base na Lei n° 16.402 - 2016 de São Paulo, art. 61, foi viabilizada a definição de um novo nível térreo, o que permitiu a construção de sete andares

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(incluindo o térreo) sem a necessidade de instalação de um elevador.

Figura 10 : Corte perspectivado geral da proposta. Fonte: Acervo do autor.

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Figura 11 : Perspectiva explodida prédio misto Fonte: acervo do autor

Figura 12 : Isométrica prédio misto Fonte: acervo do autor

Foi criado não somente unidades habitacionais, mas também unidades comerciais que pudessem usufruir do layout dos apartamentos e pudessem criar desde bazares à mercados no térreo de um dos edifícios, se conectando à nova rua e trazendo uma maior conexão com a identidade da região. Com este projeto se buscou criar o novo, quebrando a uniformidade típica dos conjuntos habitacionais convencionais e tornando a região como um todo em um lugar mais conectado. Referências CRIAÇÃO DE MAPAS - GEOSAMPA - Disponível em https://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx. Acesso em 15 mar. 2023. FOLHA UOL. IV Centenário faz festa só para a vizinhança. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u89068.shtml. Acesso em 02 fev. 2023.

VILLACA, Flavio. Efeitos do espaco sobre o social na metropole brasileira. São Paulo: CEDESP, 1999. VITRUVIUS, Estética das favelas. Disponível em https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.013/883. Acesso em 25 maio 2023.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo demográfico 2010. DIsponível em https://ibge.gov.br/. Acesso em 08 abr. 2023. MARICATO, Erminia. Metrópole Na Periferia Do Capitalismo: Ilegalidade Desigualdade E Violência. 1996, HUCITEC. São Paulo - SP Parâmetros técnicos para a urbanização de favelas relatório final parte I - volume I. Dezembro de 1999 LABHAB – FAUUSP PEABIRU - Capelinha e Cocaia. Disponível em https://www.peabirutca.org.br/capelinha-e-cocaia. Acesso em 03 mar. 2023. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Nossa Cidade Dutra, aniversariante. Disponível em https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/capela_do_socorro/noticias/?p=80517. Acesso em 03 jun. 2023.

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GALERIA DA ARQUITETURA - Conjunto habitacional Heliópolis gleba G. Disponível em <https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/biselli-katchborian-arquitetos-associados_/conjuntohabitacional-heliopolis-gleba-g/1842>. Acesso em 02 de mar. GESTÃO URBANA - PIU JURUBATUBA. Disponível em https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/piuarco-jurubatuba/. Acesso em 14 mar. 2023.



Parque das Hortênsias Espaço de lazer, cultura e esporte Leticia Ramos Orientador: Prof. Esp. Artur Forte Katchborian

Figura 01 : Parque das Hortênsias. Fonte: acervo do autor

Resumo Taboão da Serra é um Município localizado na Região Metropolitana de São Paulo e apresenta

de abandono, o presente trabalho aborda a sua importância para a população e apresenta uma proposta de reconfiguração para o local, a fim de proporcionar aos cidadãos um espaço adequado voltado para o lazer, cultura e esporte.

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das Hortênsias, uma das principais áreas públicas da cidade, se encontra em completo estado

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grande carência em termos de lazer, cultura e espaços verdes. Tendo em vista que o Parque


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Introdução

Nos dias atuais a degradação de áreas urbanas é uma ocorrência comum em muitas cidades ao redor do mundo. Ela pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo o crescimento desordenado da cidade, a falta de planejamento urbano adequado, a especulação imobiliária, a negligência do poder público, a falta de manutenção adequada e o aumento da população sem o devido acompanhamento das autoridades. O crescimento acelerado das cidades causa em alguns casos a falta de espaços livres e Taboão da Serra se desenvolveu sem considerar um planejamento urbano adequado e por isso apresenta problemáticas em determinadas áreas. A cidade foi ocupada em um período de tempo muito curto, e a incapacidade do município em se estruturar satisfatoriamente do ponto de vista urbanístico fez com que, desde o seu surgimento, tenha carências que a marcam. Esse processo de ocupação ocasionou a falta de tratamento adequado das áreas centrais, a falta de áreas verdes e livres em locais significativos, a concentração de altas densidades nas áreas com menos condições de infraestrutura e a insuficiência da rede de equipamentos e serviços públicos. A ideia de criar o Parque das Hortênsias na década de 1977 surgiu a partir da necessidade de dispor áreas verdes aos habitantes, tendo em vista que nessa época já existia tal defasagem na região. Entretanto, a percepção da precariedade em que se encontra o Parque das Hortênsias atualmente e a baixa disponibilidade de equipamentos públicos livres na cidade de Taboão da Serra, viabilizou a elaboração de um projeto para sua (re)qualificação. Pensando no potencial e importância que o parque apresenta, o objetivo deste trabalho é proporcionar aos habitantes um espaço público livre de qualidade, melhorando sua estrutura e trazendo novos atrativos para que a população volte a se apropriar da área, o tornando um lugar inclusivo, com espaços adequados para todos os públicos.

Figura 02 : Evolução da mancha urbana do Município de Taboão da Serra. Fonte: Base Aerofotogrametria e Projetos S/A. Diagnóstico da situação habitacional - Plano Habitacional de Interesse Social. PMTS

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Proposição

A partir do levantamento arbóreo e topográfico existente no parque foram determinados os caminhos, áreas de permanência e acessos. Tendo como premissa a questão da acessibilidade, de modo que os caminhos ao longo do parque pudessem ser percorridos por todos, através de rampas com inclinações suaves em torno de 5%. O programa traz como proposta explorar atividades culturais, de lazer e esportivas em meio a natureza. Contando por exemplo com área para exposições e oficinas, auditório ao ar livre, churrasqueiras, playground, espaço para caminhada, corrida e quadra.

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Figura 03: Implantação. Fonte: acervo do autor

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Figura 04: Corte A. Fonte: acervo do autor


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Figura 05: Portaria 01. Fonte: acervo do autor

Figura 05: Área de oficinas e exposições. Fonte: acervo do autor

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Figura 06: Auditório ao ar livre. Fonte: acervo do autor Referências ALBUQUERQUE, Mariana Zerbone Alves de. Parques urbanos - Transformações e permanências ao longo da história. Arquitextos, São Paulo, ano 21, n. 247.03, Vitruvius, dez. 2020. Disponível em <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.247/7960>. Acesso em: 31 jul. 2023. BRASIL. IBGE. Portal do IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 30 de outubro de 2022. BRASIL. IBGE. Taboão da Serra: Panorama - Pesquisas - História & Fotos - Mapas. 2021. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/taboao-daserra/panorama>. Acesso em: 30 out. 2022. MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. São Paulo: Editora Edusp: 1ª edição, 2003. MAGNOLI, M. M. (2006). O parque no desenho urbano. Paisagem E Ambiente, (21), 199-213. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i21p199-213>. Acesso em: 31 jul. 2023

SAKATA, Francine G. Paisagismo Urbano: requalificação e criação de imagens. São Paulo: Edu sp. 2011. SANA, Naiara Martins. Requalificação Parque Municipal Padre Vitor. TFG (Graduação) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS. 2017. Disponível em: <http://repositorio.unis.edu.br/bitstream/prefix/220/1/TCC%20Naiara%20Sana.pdf> Acesso em: 30 jun. 2023.

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PASQUOTTO, Geise. Renovação, revitalização e reabilitação: reflexões sobre as terminologias nas intervenções urbanas. In - Instituto Superior de Engenharia Arquitetura e Design - Ceunsp, Salto-SP, Ano. 1, n. 2, p. 143-149, set. 2010.

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NASCIMENTO, Luciana Dias do. O uso do Geoprocessamento na Regularização Fundiária e Urbanística: uma proposta de apoio à decisão aplicada ao município de Taboão da Serra-SP. Tese (Mestrado em geografia) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo. 2009. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-24082009-161242/pt-br.php. Acesso em: 30 out. 2022.



Centro de Apoio Oncológico Infantil Arquitetura como espaço de cura Renata Malosti Iuksz Orientador: Prof. Ms. Marcelo Luiz Ursini

Figura 01. Fonte: acervo do autor

Resumo O tema escolhido consiste em um Centro de Apoio Oncológico Infantil, a ser implantado na cidade de São Paulo/SP, associado ao Hospital Sabará Infantil localizado na Avenida Angélica,

e oficinas. O intuito é proporcionar um ambiente de conforto e acolhimento para pacientes pediátricos e seus familiares que passam por situações similares e, também, mostrar como a arquitetura pode afetar de forma paliativa de diversas formas.

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para os pacientes e familiares, fornecendo apoio psicológico, além de espaço para atendimentos

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nº 1987. Centros de apoio oncológico tem como objetivo promover serviços complementares


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Introdução Cuidados Paliativos A essência dos cuidados paliativos é o alívio dos sintomas, da dor e do sofrimento dos portadores de doenças crônico-degenerativas em fase avançada, buscado uma melhor qualidade de vida nessa fase final. No Brasil os cuidados paliativos ainda são um assunto novo e com grande deficiência na área da medicina, porém com a fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos em 2005, esta abordagem deu um salto institucional enorme. Com a ANCP, foram realizadas definições precisas do que é e o que não é cuidado paliativos e levou-se a discussão para o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Federal de Medicina – CFM e Associação Médica Brasileira – AMB. Em 2009, foi incluso pela primeira vez no Código de ética Médica, os Cuidados Paliativos como princípio fundamental. Justificativa O câncer é o responsável por 12% de todas as causas de óbito no mundo e com o aumento da expectativa de vida a tendência é que esse número cresça. Isso porque, apesar de avanços na tecnologia e medicina, nota-se uma maior exposição dos indivíduos a fatores cancerígenos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos no Brasil para cada ano entre 20232025, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma, estimado como o mais incidente. Já o número de casos novos de câncer infantojuvenil é de 7.930 por ano. Nas últimas décadas o progresso de tratamento do câncer infantojuvenil foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes diagnosticados com câncer podem ser curados, se diagnosticados cedo e tratados de forma eficaz. Apesar dessa evolução, o câncer ainda é a principal causa de óbito em crianças e adolescentes no mundo.

Objetivo

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Pensando na dificuldade que os pacientes e suas famílias passam ao receberem um diagnóstico de câncer, o projeto prevê a implantação de um Centro de Apoio Oncológico Infantojuvenil onde essas crianças e adolescentes possam recorrer em etapas difíceis do tratamento e compartilhar experiências e momentos com outros que estão passando pelo mesmo problema. O intuito do centro é ser um lugar "não-institucional", calmo e receptivo, e que, apesar de estar localizado ao lado de um hospital, seja um espaço de fuga desse ambiente clínico. O diferencial será a destinação para pacientes infantojuvenil, fazendo as adequações necessárias para que todos aqueles que venham a utilizar esse espaço se sintam confortáveis e amparados. Pensando na dificuldade que os pacientes e suas famílias passam ao receberem um diagnóstico de câncer, o projeto prevê a implantação de um Centro de Apoio Oncológico Infantojuvenil onde essas crianças e adolescentes possam recorrer em etapas difíceis do tratamento e compartilhar experiências e momentos com outros que estão passando pelo mesmo problema. O intuito do centro é ser um lugar "não-institucional", calmo e receptivo, e que, apesar de estar localizado ao lado de um hospital, seja um espaço de fuga desse ambiente clínico. O diferencial será a destinação para pacientes infantojuvenil, fazendo as adequações necessárias para que todos aqueles que venham a utilizar esse espaço se sintam confortáveis e amparados.

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Proposição

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Figura 03. Fonte: acervo do autor

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Figura 02. Fonte: acervo do autor


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Figura 04. Fonte: acervo do autor

Figura 05. Fonte: acervo do autor

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Figura 06. Fonte: acervo do autor

Figura 08. Fonte: acervo do autor

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Figura 07. Fonte: acervo do autor



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Officinas Casa Vanorden Um ensaio sobre requalificação Arthur Barbosa Breda Orientador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki

Figura 01: restauração completa da fachada posterior do antigo galpão, a extensão do anexo e a criação de uma nova praça destinada às atividades de lazer. Imagem elaborada pelo autor.

Resumo O Trabalho Final de Graduação elaborado analisa o espaço industrial como uma área que possibilita diversos usos coletivos, incluindo programas voltados para cultura, lazer e comércio.

projeto foi realizado no bairro da Mooca e propõe, a partir de uma fábrica histórica que não recebeu devidas reparações, a criação de um espaço com novos fluxos e usos para os moradores locais e para aqueles que transitam pelo local. O projeto também visa à requalificação dos aspectos arquitetônicos desse exemplar industrial tombado.

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degradado, com o objetivo de reintegrar a edificação ao cotidiano da população. O ensaio de

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Esses programas são desenvolvidos a partir de um exemplar anteriormente abandonado ou


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Introdução

O trabalho explora a transformação de antigos galpões industriais, originalmente abandonados, em espaços adaptados para atividades culturais, de lazer e eventos noturnos de música eletrônica. Destacam-se as características arquitetônicas marcantes desses locais degradados e se discute as possíveis adaptações contemporâneas para melhor adequação a novos usos. O contexto inicial abordou o desenvolvimento industrial em São Paulo, especialmente nos distritos do Brás e Mooca, explicando a razão para a expansão e subsequente abandono das fábricas na região. O trabalho inclui uma curadoria fotográfica de fábricas abandonadas, ressaltando seus aspectos relevantes e os impactos no entorno. O potencial de aproveitamento adaptativo desses espaços é explorado, considerando diversas possibilidades, como espaços culturais, moradias e eventos noturnos. O capítulo "Pesquisas de campo" descreve a seleção do local para o ensaio de projeto, destacando critérios de escolha e documentando a situação atual da edificação escolhida. São estudados casos reconhecidos, como a Fundação Prada e o SESC Pompéia, para explorar experiências relacionadas ao tema em níveis internacional e nacional, incluindo características do brutalismo brasileiro.

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Patrimônio Arquitetônico e Urbano

O último capítulo é dedicado ao ensaio de projeto, seguindo levantamentos da edificação existente, resoluções de tombamento e análise do entorno. O projeto busca revitalizar a área, preservar a estrutura e atender às necessidades locais, contribuindo para a diversidade de usos que a arquitetura pode oferecer.

Figura 02: Fachada atual da Officina Casa Vanorden. Fonte: acervo do autor

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Proposição O projeto de requalificação do edifício que abrigou as antigas Officinas Casa Vanorden é fundamentado em quatro princípios centrais: preservação e restauração de elementos originais do galpão, desenvolvimento de programas que aprimoram o cotidiano dos moradores e visitantes, permeabilidade de quadra e qualidade de acesso a linha de trem e realce vistas. O estabelecimento destes princípios foi baseado na leitura do livro ‘Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização - Problemas Teóricos de Restauração’, de Beatriz Mugayar Kuhl, no qual buscou-se incorporar os princípios de ‘Hipermanutenção’. Segundo Kuhl, este movimento teórico de restauro busca tratar a edificação com manutenções regulares, que podem implicar a substituição de partes danificadas quando necessário, ou integrações, sempre respeitando sua configuração. Dessa forma, ao aderir aos princípios estabelecidos, estabelecem-se as diretrizes para o antigo galpão, que englobam a preservação, restauração ou recuperação e, quando necessário, a substituição de elementos danificados por novos. A elaboração do projeto dedicado ao galpão existente envolve a criação de dois programas distintos, a de uma livraria e de um espaço multiuso. No que diz respeito ao novo anexo, define-se a estrutura da malha e o desenho da cobertura. A estrutura deste edifício é composta por pilares metálicos em formato “H” que seguem a malha do galpão, porém com espaçamentos mais amplos. Para a cobertura pensa-se em painéis de vidro, proporcionando uma transição harmoniosa entre a cobertura original e a adição contemporânea. Essa escolha garante que as novas estruturas estabeleçam diálogos com o edifício existente e evidenciem distinções temporais entre as construções, carregando programa de um anexo gastronômico projetado para enriquecer e facilitar o abastecimento familiar dos moradores locais.

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Livraria A livraria dentro do antigo galpão será um local acolhedor e inspirador onde os visitantes poderão explorar obras e desfrutar de um ambiente tranquilo para leitura. Para criar uma distinção espacial entre a livraria e o espaço multiuso, foram instaladas portas “sanfonas” em madeira entre pilares que, quando fechadas, formam um amplo painel contínuo. O acesso a livraria é feito por meio de uma abertura onde anteriormente existia uma janela. Isso foi feito com o objetivo de melhorar a circulação de acesso e, ao mesmo tempo, permitir a entrada ao novo anexo através dessa mesma passagem. A área que abriga os espaços de serviços da livraria é composta por uma ampla sala de reuniões e atividades administrativas. Além disso, inclui um espaço para estoque de livros, uma área de copa com espaço de estar para os funcionários, bem como instalações sanitárias públicas com cabines individuais.

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Figura 03:Implantação térreo. Fonte: acervo do autor


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Figura 04: A perspectiva da livraria revela uma configuração contemporânea do espaço, com respeito pelos elementos originais do galpão. Fonte: acervo do autor Espaço multiuso A área multifuncional foi projetada com a intenção de acomodar uma variedade de atividades, refletindo as diversas maneiras pelas quais o galpão pode ser utilizado. Ele é concebido para acomodações desde atividades cenográficas, como ensaios fotográficos e exposições culturais, até palestras e oficinas educacionais voltadas para diversos temas e públicos. O acesso principal ao espaço é feito pela Rua Monsenhor João Felipo, onde uma janela antiga foi transformada em uma nova porta. No interior, preservam-se as paredes originais para acomodar áreas de armazenamento de materiais. No piso superior, a mesma abordagem é mantida, adaptando o espaço para incluir um escritório, salas de trabalho, áreas de estar e instalações sanitárias.

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Anexo gastronômico O anexo gastronômico foi projetado para enriquecer e facilitar o abastecimento familiar dos moradores locais. Esse espaço inclui um mercado que disponibiliza produtos de qualidade para atender às necessidades do dia a dia, um restaurante com a missão de tornar a boa alimentação acessível a todos, com preços justos, e um café que oferece opções para pequenas refeições. A essência do projeto para este edifício é criar um espaço sem divisões físicas, onde os móveis desempenham papel na definição de áreas, proporcionando uma experiência contínua e integrada.

Figura 05: Fachada do anexo, observada a partir da praça. Revela-se uma transição harmoniosa entre as coberturas e uma passagem sutil para o espaço coberto. Fonte: acervo do autor

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Bibliografia ANDRADE, Margarida Maria de. Bairros além-Tamanduateí: o imigrante e a fábrica no Brás, Moóca e Belenzinho. 1991. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-13052022-091825/ . Acesso em: 15 mar. 2023. ANDRADE, Margarida Maria de. Brás, Moóca e Belenzinho: formação e dissolução dos antigos bairros “italianos” além Tamanduateí. Travessia, v. 13, n. 38, p. 5-10, 2000. Acesso em: 01 mar. 2023 KUHL, Mugayar Beatriz. Arquitetura do Ferro e a Arquitetura Ferroviária em São Paulo: Reflexões sobre a sua Preservação. 1. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998. KUHL, Mugayar Beatriz. Preservação do Patrimônio Arquitetônico da Industrialização: Problemas Teóricos de Restauro. 1ª edição. Cotia, SP, Ateliê Editorial, novembro, 2009. MENDONÇA, Adalton da Motta. Vazios e ruínas industriais Ensaio sobre friches urbaines. Vitruvius, 014.06 ano 02, jul., 2001. Disponível em: arquitextos 014.06_ Vazios e ruínas industriais _ vitruvius.pdf. MEYER, Regina Maria Prosperi; GROSTEIN, Marta Dora. A Leste do Centro: Territórios do Urbanismo. São Paulo: Imprensa Oficial, 2010. PERROTA, francesco Bosch. Lina: uma biografia. São Paulo: Todavia, maio 2021 SANTOS, Cecília Rodrigues dos; LAGE, Claudia; SECCO, Gustavo. São Paulo Railway 150 anos. Patrimônio industrial ferroviário ameaçado. Arquitextos, São Paulo, ano 17, n. 201.05, Vitruvius, fev. 2017 https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.201/6435 . Acesso em: 15 mar. 2023. SCHIAVON, Thais. EntreVilas. Um traçado imaginário pelas vilas operárias de São Paulo. janeiro - abril de 2019. Disponível em: EntreVilas.pdf

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TORRES, Maria Celestina Teixeira Mendes. Série História dos Bairros de São Paulo: O Bairro do Brás. São Paulo, 1985.



Tebas Museu da Libertação Barbara Cruz Orientador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki

Figura 01 : Vista Frontal do Museu. Fonte: acervo do autor

Resumo

Nesse contexto, o estudo concebe as intenções do Tebas: Museu da Libertação. Além disso, o trabalho explora as possibilidades de montagem desse dispositivo, buscando efetivar sua implementação de maneira prática e eficaz.

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Ao confirmar a existência do apagamento na capital paulista, o trabalho propõe a criação de um dispositivo flexível. Esse dispositivo com a capacidade de estabelecer um sistema que pode ser implantado temporariamente, dependendo da exposição, em áreas que sofrem apagamento histórico. O objetivo é potencializar a expressão da cultura negra e indígena presente nessas localidades.

Patrimônio Arquitetônico e Urbano

O presente estudo visa abordar a problemática do apagamento histórico nas cidades de grande relevância social, política e econômica, utilizando São Paulo como objeto de análise, sob uma perspectiva cultural específica. A pesquisa se desenvolve por meio de análise de mapas, dados estatísticos, textos e imagens, revelando uma realidade em que a cidade é construída tanto fisicamente quanto simbolicamente através da segregação racial.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

Para Laurentino Gomes (2019, p.34) a escravidão no Brasil foi uma tragedia humanitária de proporções gigantescas. Arrancados do continente e da cultura em que nasceram, os africanos e seus descendentes construíram o Brasil com o seu trabalho árduo, sofreram humilhações e violências, foram explorados e discriminados. Nesse contexto, a falta de reconhecimento da presença do povo e da cultura preta ao longo de toda a construção das cidades brasileiras, e esse trabalho de conclusão de São Paulo, tem como narrativa através de um olhar europeizado, desassociando o povo preto dos espaços públicos. Essa dissociação territorial vem com o propósito de criar uma história mais branda sobre como surgiu a cidade de São Paulo. “Ao contrário de qualquer tipo de indenização ou auxílio, houve uma “política do embranquecimento”, que trouxe esperanças à elite da época, pois ela queria solucionar o problema da “mancha negra”. Além do mais, houve a marginalização do negro e a preferência da mão-de-obra europeia. Os pretos estavam condenados pela escravidão, uma vez que, com a política do embranquecimento, a mão-de-obra europeia substituiu a mão-de-obra escrava, fazendo com que estes não fossem aceitos nas fábricas, restando assim, apenas os trabalhos domésticos” (NASCIMENTO, 1978; ROLNIK, 1989). A autora expressa que através da política do embranquecimento que se instituiu em São Paulo, a realocação dos escravos para fora do centro agora molda a cidade como espaço segregado, fazendo com que os espaços do povo preto estejam mais presentes seja nas periferias. Sendo assim, quando presentes em outros espaços públicos causam estranhamento, no caso de São Paulo as periferias se apresentam eventualmente o maior contingente da população preta. Mesmo que bairros importantes espacialmente e economicamente como a Liberdade, Bom Retiro, Sé, Mooca, Brás entre outros tem o povo preto na sua origem, porém atualmente são conhecidos como bairros de origem europeias e orientais. A partir da dimensão e complexidade desse problema que afeta as dinâmicas urbanas e estruturas sociais, esse trabalho tem com finalidade a discussão do apagamento histórico como fundamento para contextualizar a proposta de criação de um equipamento urbano, que funcione como um espaço de retratação ao povo

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Patrimônio Arquitetônico e Urbano

preto e indígena que foi expulso da região da Liberdade com a intensa migração japonesa para a região. O Tebas museu da libertação é um projeto voltado para a o povo preto e indígena, interferindo no entrosamento desses grupos nos espaços públicos, deverá promover transformações espaciais de forma a incluir e viabilizar esses grupos. Assim esse trabalho também entra em sintonia com a redescoberta do Cemitério dos Aflitos e com o projeto aprovado pela prefeitura para o Memorial dos Aflitos. A fim de produzir este tema, o trabalho foi meticulosamente estruturado em oito capítulos. O primeiro capítulo se dedica à análise de São Paulo após a abolição da escravatura, valendo-

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se da fundamentação teórica do jornalista e escritor Laurentino Gomes, bem como da historiadora e professora Maria Luiza Marcílio. Em seguida, no segundo capítulo, apresenta-se o contexto histórico da formação dos territórios pretos e sua posterior transformação em “bairros europeus”, vinculando-os ao conceito de apartamento histórico. O terceiro capítulo traz um retrato minucioso do bairro da Liberdade, delineando sua origem e relevância para a vila ao longo dos séculos XVIII e XIX. No quarto capítulo, examina-se a gênese dos museus no Brasil e a evolução que culminou no primeiro museu dedicado à escravidão. No quinto capítulo, destaca-se a figura de Tebas, o pioneiro arquiteto negro de São Paulo. No sexto capítulo, analisa-se a estrutura do programa de necessidades em comparação com o programa do Memorial. O sétimo capítulo apresenta referências projetuais relevantes, tais como o Museu de Arte Moderna de Istambul, Odunpazari Modern Art Museum e Museu Nacional da História e Cultura Afro-americana. No oitavo capítulo, são expostas as propostas de intervenção desenvolvidas para o terreno mapeado na região da Liberdade. Por fim, os desenhos produzidos durante o processo de investigação são exibidos, juntamente com as referências bibliográficas utilizadas como base. Proposição

Através das reuniões realizadas pela comunidade em conjunto com as organizações publicas competentes foi possível identificar pontos positivos e negativos do projeto do Memorial dos Aflitos. Levando em consideração os pontos citados o principal objetivo é a reintegração da comunidade com a Capela dos Aflitos ao espaço urbano e cotidiano da população. Com os levantamentos apresentados no trabalho, considerando as potencialidades identificadas, conclui-se que a reinserção deste terreno na forma de um museu mostra-se como uma alternativa para propiciar disponibilidade de novas áreas de convívio social, um espaço de cultura onde fosse possível realizar feiras, eventos, apresentações e atividades culturais relacionados a

feito o programa de necessidades do museu Tebas: Museu da Libertação levando alguns pontos na hora da inserção do museu no espaço: 1. Para que fosse possível acessar a Capela através da Galvão Bueno. 2. Que não fosse alterada nada na estrutura da Capela e que ela fosse visível da Galvão Bueno. 3. Que houvesse um espaço para as comemorações feitas pela Igreja.

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Com isso em mente junto com o projeto vencedor do concurso do Memorial dos Aflitos, foi

Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Capela.


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4. Que houvesse um mausoléu para os objetos encontrados nas escavações do Cemitério dos Aflitos.

Figura 02: Implantação. Fonte: acervo do autor

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O museu proposto cria uma conexão entre o Beco dos Aflitos e a Galvão Bueno, sendo assim evidenciando a Capela dos Aflitos.

Figura 03 : Vista da Galvão Bueno. Fonte: acervo do autor

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Referências

BARONE, Ana Cláudia Castilho. Liberdade e Punição: O que se reivindica na disputa pela identidade racial no bairro da Liberdade? Acesso em: dezembro de 2022. BASILE, Marcello. A revolução de 7 de abril de 1831: disputas políticas e lutas de representações. Anpuh brasil, Natal, jul.2013. BASTIDE, Roger; FERNANDES, Florestan. Brancos e Negros em São Paulo. São Paulo: Global Editora, 1955. BASTOS, Maria Helena Câmara. A educação dos escravos e libertos no Brasil: vestígios esparsos do domínio de ler, escrever e contar (séculos XVI a XIX). Cadernos de história da educação, v. 15, n. 2, p. 743-768, mai./ago. 2016. BEITES, Alexandre. 2011. O Museu Aberto e Comunicativo, fundamentação e proposta para estudos de públicos à luz de um enfoque info-comunicacional. Tese de Mestrado, Universidade do Porto. BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Para uma História do Negro no Brasil. Rio de janeiro, 1988. BULA, Natalia Nakadomari. Arquitetura e Fenomenologia: qualidades sensíveis e o processo de projeto. 2015. Tese (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis CARRIL, Lourdes. Quilombo, favela e periferia: a longa busca da cidadania. São Paulo: Annablume/ Fapesp, 2006. MARCÍLIO, Maria Luíza. A população paulistana ao longo dos 450 anos da Cidade. In: PORTA, Paula (Org.). História da Cidade de São Paulo. A cidade colonial (1554-1822). São Paulo: Paz e Terra, 2004. p. 244-269. ROLNIK, Raquel. Territórios Negros nas Cidades Brasileiras (etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro). In: Revista de Estudos afro-asiáticos/ Cadernos Cândido Mendes, n. 17. Setembro, 1989. SANTOS, Amália dos; KOK, Glória. O Cemitério dos Aflitos e outros territórios pretos na idade de São Paulo. Arqdaily,2020. Acesso em: 08 dez. 2022. WISSENBACH, Maria Cristina Cortez. Sonhos Africanos, Vivencias Latinas: Escravos e Forros

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em São Paulo (1850-1880). Editora Hucitec História Social USP,1998.



Cinema na periferia Proposta para um Cinema-Escola no bairro do Grajaú Beatriz Bezerra Silva Orientador: Prof. Ms. Ralf José Castanheira Flôres

Figura 01: Praça – Cinema-Escola. Fonte: acervo do autor

Resumo

trabalho propõe o projeto de um Cinema-Escola no Grajaú, Zona Sul, para suprir essa lacuna. Além de exibições cinematográficas, o espaço visa formar cineastas e promover eventos culturais, buscando democratizar e enriquecer a experiência cinematográfica na periferia.

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áreas privilegiadas e negligenciando periferias, notadamente no acesso ao cinema. O presente

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Em São Paulo, a disparidade na distribuição de equipamentos culturais é evidente, favorecendo


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução O cinema é uma forma de arte e entretenimento que pode ter um grande impacto em nossas vidas. Ele nos permite experimentar novas histórias, mundos e personagens, nos transportando para outras realidades e nos fazendo refletir sobre diferentes temas e questões. Para muitas pessoas, o cinema é uma forma de escapar do estresse do dia a dia e se desconectar dos problemas cotidianos. A importância do cinema na sociedade é inegável. Além de ser uma forma de entretenimento, é uma poderosa ferramenta de comunicação e expressão artística, capaz de transmitir mensagens, contar histórias e refletir sobre a sociedade em que vivemos. Desta forma, também pode ser uma fonte de inspiração e aprendizado, tanto para o público em geral quanto para estudantes e professores. Como local de aprendizado, o cinema pode oferecer uma experiência única para estudantes e professores. Além de possibilitar a exibição de filmes que abordam temas relevantes para diversas disciplinas, o cinema pode ser utilizado como uma ferramenta de ensino para estimular a criatividade e a imaginação dos alunos.

Figura 02: Croqui de estudo. Fonte: acervo do autor

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Patrimônio Arquitetônico e Urbano

Nos últimos anos, São Paulo tem enfrentado diversos desafios, incluindo a falta de oferta de equipamentos culturais nas periferias das grandes cidades. Ainda que a cidade seja reconhecida nacionalmente por sua rica cultura e diversidade, muitas pessoas que vivem nas regiões mais afastadas dos centros urbanos não têm acesso a museus, teatros, cinemas e outras formas de expressão cultural. De acordo com informações do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), o Brasil possui uma taxa de apenas 2,4 equipamentos culturais por 100 mil habitantes, o que está muito abaixo do recomendado pela UNESCO, que é de 10 equipamentos por 100 mil habitantes. Além disso, conforme um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a escassez de equipamentos

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culturais é ainda mais séria nas áreas periféricas, onde existem somente 0,3 equipamentos por 100 mil habitantes. Analisando a região do Grajaú, no extremo sul de São Paulo, fica em evidência a falta de equipamentos que é um grave problema que impacta diretamente no acesso da cultura e lazer. Conforme veremos adiante, a região não possui nenhum equipamento diretamente ligado à cultura audiovisual, dependendo de iniciativas do bairro que não conseguem atender a toda população do distrito. Com a proposta de minimizar estas adversidades, o desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um cinema-escola pode ser um meio eficaz de levar a cultura cinematográfica para as comunidades e, ao mesmo tempo, promover a educação por meio do ensino de técnicas de cinema e produção audiovisual. Proposição Ao partir dos temas abordados no trabalho e das inquietações que conduziram o estudo, bem como da vivência com espaços culturais dedicados à periferia, pode-se considerar que o projeto apresentado visa minimizar a insuficiência de espaços culturais e reduzir a carência de acesso ao cinema e equipamentos ligados à cultura audiovisual. A proposta elaborada tem como propósito atender às demandas por equipamentos culturais e educacionais, proporcionando atividades relacionadas à arte e à cultura cinematográfica. Essa iniciativa busca não apenas estimular o convívio social, mas também contribuir para o desenvolvimento humano no bairro. A concepção do projeto demonstra a viabilidade na criação de espaços arquitetônicos adequados, acolhedores e inclusivos. Diante desse contexto, o Cinema-Escola surge como uma inovação em relação aos já existentes no bairro. Sua adaptação aos princípios do desenho universal o transforma em um espaço público de alta qualidade, tanto em termos de conforto quanto de estética. Sobretudo, destaca-se por ser acessível a diferentes perfis de usuários e condições físicas, promovendo a igualdade de uso e

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Figura 03: Perspectiva – Praça – Cinema ao ar livre. Fonte: acervo do autor

Patrimônio Arquitetônico e Urbano

fruição do espaço.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

A permeabilidade da edificação se manifesta no pavimento térreo, onde a praça se desenvolve em dois níveis. Essa desconstrução entre os patamares permitiu a criação de espaços abertos, proporcionando aos pedestres a circulação e o desfrute do ambiente como ponto de encontro e área de lazer. No nível 755, destaca-se o acesso principal para a escola e o cinema, composto por uma praça que se estende a partir do nível 753, conectando-se à rua e oferecendo acesso ao bicicletário e estacionamento no subsolo da escola. O pavimento térreo da escola de cinema abriga estúdios de gravação, camarins, depósito de cenografia e um amplo hall de entrada com recepção, proporcionando espaço para a exposição de trabalhos dos alunos. A conexão com a praça é estabelecida através de vãos livres com pilotis, possibilitando a criação de uma empena para exibição de filmes ao ar livre.

Figura 04 :Sala de exibição. Fonte: acervo do autor

Figura 05 :Estúdio de Chroma. Fonte: acervo do autor

O nível 761 abriga o primeiro pavimento da escola. Nele, encontramos salas de aula dedicadas ao audiovisual, dispostas em dois blocos distintos. O primeiro bloco integra estúdios de chroma e som, salas de edição de áudio e vídeo, além de uma sala de exibição que oferece suporte às aulas práticas. O segundo bloco abriga salas teóricas e a midiateca/biblioteca, desempenhando um papel crucial na promoção da educação e no acesso à informação para os alunos.

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Patrimônio Arquitetônico e Urbano

A importância das salas de aula é ressaltada pela sua divisão funcional, proporcionando um ambiente propício tanto para a prática quanto para a teoria, enriquecendo a experiência educacional. A midiateca/biblioteca, por sua vez, representa um centro vital de aprendizado, oferecendo uma ampla gama de recursos, desde livros até mídias digitais, para aprimorar o conhecimento dos alunos.

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Referências ALVES, J. C. et al. Mapeamento da oferta de equipamentos culturais em São Paulo. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 20, n. 3, p. 580-597, 2018. ANTUNES, F. A.; SILVEIRA, M. A. Cinema de periferia e as possibilidades de resistência cultural. Intercom – RBCC, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 129-146, 2017. CULTURA E TERRITÓRIO - SÃO PAULO. São Paulo: SMC, 2006. GUARALDO, Alex. Segregação socioespacial revelada a partir da oferta de atividades e equipamentos culturais no Município de São Paulo. Adaptado de Fonte: Guia da Folha de São Paulo. Elaboração: SMDU/Dipro. Organizado: Pedro Damião, 2014. São Paulo, 2014. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: características dos domicílios e dos moradores 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2021. IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA; IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasília: Ipea; IBGE, 2014. MOREIRA, T. A. et al. Acesso à cultura e desigualdades sociais: um estudo exploratório em São Paulo. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 10, n. 1, p. 112-131, 2020. NAKAGAWA, L. Geografia urbana de São Paulo: contradições e desafios na metrópole. São Paulo: Annablume, 2012. NASCIMENTO, E. M.; CUNHA, M. L. Políticas culturais e a oferta de equipamentos culturais na cidade de São Paulo. Revista Acadêmica de Ciências Sociais, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 81-92, 2017. NASCIMENTO, L. R.; CUNHA, C. J. M. (Org.). Políticas públicas e equipamentos culturais nas periferias de São Paulo. São Paulo: Instituto Pólis, 2017. 136 p. OLIVEIRA, L. M. de; MOURA, R. da C. A produção do espaço urbano e a oferta de equipamentos culturais: uma análise da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 536-550, 2018. SNIIC – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES E INDICADORES CULTURAIS – MAPAS CULTURA.

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São Paulo, 2008.



Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

TCC 2

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Percursos de um córrego Projeto de requalificação no Alvarenga Ana Thaisa Moura Rodrigues Orientadora: Profª. Drª. Rita Canutti

O bairro Alvarenga, localizado em São Bernardo do Campo – SP, teve seu processo de desenvolvimento urbano caracterizado por meio das ocupações e loteamentos irregulares, onde não foi levando em consideração o meio ambiente ou demais riscos. A falta inicial de urbanização do bairro, gerou impactos na falta de espaços de qualidade e lazer e a falta de infraestrutura de saneamento básico, principalmente do esgoto que é jogado em córregos e em seguida na represa Billings. Esse trabalho é uma requalificação do espaço público e das infraestruturas de serviços urbanos por meio de um projeto urbanístico que utiliza as diretrizes da infraestrutura verde para conexão dos espaços verdes, construídos e corpos de água.

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Resumo

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Figura 01 : Percursos de um córrego. Fonte: acervo da autora


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Introdução

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

O território do município de São Bernardo do Campo é composto por 45% de mata atlântica preservada, porém, mesmo com grande parte do território sendo composta por florestas, menos de 2,5% dessas áreas são acessíveis a população. O bairro Alvarenga é o maior bairro da área urbana de São Bernardo do Campo, localizado na porção sul do município, tendo todo seu limite ao sul banhado pela represa Billings e na parte ao norte fazendo divisa com Diadema. O bairro tem como via principal de transporte a Estrada dos Alvarengas e é dividido pela Rodovia dos Imigrantes. Todo seu território está dentro da área de mananciais e seu processo de ocupação foi gerado por meio das ocupações e loteamentos irregulares. As famílias construíram suas casas sem levar em consideração risco geológico ou o limite da represa Billings e seus córregos e nascentes. A exploração da natureza para abrir local para moradia foi muito intensa no bairro. A falta inicial de urbanização do bairro, gerou impacto na falta de infraestrutura de saneamento básico, principalmente do esgoto que é jogado em córregos e em seguida na represa Billings. Pensando em como seria possível requalificar um bairro que está tão fortemente conectado ao meio ambiente e sofre com a poluição de águas, esse trabalho se norteou pelo percurso dos córregos que adentram o bairro e quais deles estão em áreas mais precárias, com sobreposição de riscos. Busquei por projetos, trabalhos e autores que tratassem sobre os conflitos de Moradia x Meio ambiente e principalmente Meio ambiente x Espaços público, por essa razão minhas maiores referências foram as dissertações das arquitetas e urbanistas Patrícia Helen Lima e Maitê Bueno Pinheiro e os estudos de caso dos projetos do Rio Pasig – Filipinas, Rio Sena - França e o Cantinho do Céu – Brasil. As referências foram fundamentais para auxiliar e justificar as ações necessárias para a realização do meu projeto, principalmente pela necessidade de remoção de alguns lotes. Selecionei um trecho dentro do bairro onde existe grande simbolismo histórico pois foram onde surgiram as primeiras ocupações e fica ao lado da Rodovia dos Imigrantes, próximo da Estrada dos Alvarengas e da Represa Billings, e assim a área do projeto foi delimitada.

Figura 02 : Diagramas que mostram em ordem da esquerda para a direita: o perímetro do projeto, em seguida as áreas necessárias de remoções e por último a distribuição do partido do projeto. Fonte: acervo da autora.

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Proposição

Por conta da extensão do perímetro, a planta foi divida em dois quadros, onde o recorte pode ser maior e assim facilitar a leitura da área. Para todo o percurso do córrego, do sul da Estrada dos Alvarengas onde se localiza o parque até o final do percurso no Jardim Laura, ele conta com ilhas flutuantes de ecossistemas que auxiliam na despoluição e a qualidade da água. O córrego, que volta a ser aberto, segue o desnível natural do terreno e de forma intercalada, foram criados sistemas de Biorretenção, ou mais popularmente conhecidos como jardins de chuvas ou bacias de infiltração, que ajudam a manter a permeabilidade do solo. Os novos espaços ao redor do córrego, desenham um novo uso do solo e se conectam com os lotes que não foram removidos, sejam por meio da ciclovia ou das praças, jardins, playground, horta ou áreas de recuperação de mata ciliar. Também foi proposto no projeto que um terreno subutilizado que existe na Av. Laura, fosse incorporado para a criação de um Centro Cultural e de Esportes, além de outro edifício de uso misto que possa conter funções comerciais e residenciais.

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Figura 03: Planta. Fonte: acervo da autora.

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

O projeto foi elaborado trazendo integração entre as áreas verdes existentes e novas que possam conectar a área urbana com espaços de lazer e qualidade para a população; promovendo a mobilidade para veículos não motorizados e de fácil acesso ao pedestre; e tornando o percurso do córrego aberto, mas desta vez norteando a urbanização de forma ecológica e sem poluição tendo a inclusão da rede de esgoto e formas de despoluição e tratamento das águas. Para as famílias que tiveram suas casas removidas, foram destinados dois terrenos (mostrado em laranja na figura 03), onde é proposto em uma futura etapa, a construção de HIS.


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Figura 04 e 05: Quadros 1 e 2. Fonte: acervo da autora.

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 06: Corte A. Novos espaços proporcionados pela criação do parque. Fonte: acervo da autora.

Figura 07: Corte H. Novos usos para o terreno subutilizado. Fonte: acervo da autora.

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O projeto mostra através de soluções e diretrizes da infraestrutura verde como conectar espaços públicos a usos, serviços, lazer e principalmente ao meio ambiente. O manejo das águas e a preservação das áreas verdes tem impacto não apenas ao meio ambiente, mas na vida das pessoas e como elas enxergam qualidade no seu bairro. Qualidade não é apenas ter uma casa grande e confortável e ter que pegar transporte público ou carro para qualquer atividade de lazer seja para levar seu filho em um playground ou passear em uma praça ou praticar atividade física correndo em ruas inseguras e estreitas. Qualidade está na forma como a riqueza ambiental do seu bairro pode ser apropriada de forma ecológica e espaços que antes serviam apenas como passagem de ida ou volta para casa ou trabalho, se transformam em espaços que te fazem parar e relaxar.

Figura 08: Vista do Deck do parque para a área de recuperação de mata e preservação da Billings. Fonte: acervo da autora.

CORMIER, N. S; PELLEGRINO, P. R. M. - Infra-estrutura verde: uma estratégia paisagística para a água urbana. Revista Paisagem e Ambiente. São Paulo: FAUUSP, n. 25, 2008. LIMA, PATRÍCIA HELEN - Do caos à sustentabilidade. Diretrizes da infraestrutura verde no Bairro dos Alvarenga em São Bernardo do Campo – SP, 2016 PINHEIRO, MAITÊ BUENO – Planta Para Infraestrutura Verde e o papel da vegetação no tratamento das águas urbanas de São Paulo: Indicação de critérios para seleção de espécies – SP, 2017 PELLEGRINO, PAULO; Et al – Estratégias para uma infraestrutura verde. Serie Intervenções Urbanas, SP, 2017

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BENEDICT, M. A.; McMAHON, E. T. Green infrastructure: Linking landscapes and communities. Washington, DC.: Island Press, 2006.

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Referências



Ampliando Possibilidades Habitação evolutiva como alternativa para Diadema Gabriela Cristina Silva Beletatti Orientadora: Prof. Dra. Rita Cássia Canutti

A autoconstrução é uma alternativa para famílias de baixa renda que não podem comprar uma casa pronta, porém é um processo desgastante e que compromete a renda mensal da família. A falta de acesso a profissionais especializados em arquitetura e construção civil resulta em erros construtivos e descumprimento da legislação. Em Diadema, há um desenvolvimento urbano marcado pela autoconstrução sem acompanhamento técnico, resultando em problemas de segurança e salubridade, comprometendo a vida do morador. A habitação evolutiva, um projeto arquitetônico modular, permite a expansão gradual da unidade conforme as necessidades e recursos financeiros da família, oferecendo segurança, flexibilidade e qualidade de conforto ambiental e quando realizada em escala vertical, atende uma maior demanda.

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Resumo

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Figura 01: Perspectiva do projeto. Fonte: acervo da autora


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Introdução O fenômeno da autoconstrução acabou sendo parte do padrão precário de urbanização nas grandes cidades brasileiras, principalmente após os anos 1940, devido à intensificação da migração rural para áreas urbanas em busca de emprego na indústria. O crescimento populacional rápido na Grande São Paulo exacerbou o déficit habitacional, resultando na necessidade de políticas públicas e programas habitacionais. Apesar de programas ao longo dos anos, ainda grande parte da população reside em assentamentos precários, muitos construídos de forma autônoma. O município de Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo, exemplifica a autoconstrução em ocupações precárias, apresentando a segunda maior densidade demográfica do país. Esse padrão, marcado por intensa construção em pequenos lotes, com verticalização em casas sobrepostas, é influenciado pelo crescimento habitacional ligado à instalação da indústria automobilística na década de 1950. A industrialização acelerada e a superexploração de trabalho resultaram em um rápido crescimento populacional, levando à ocupação desordenada do solo, especialmente em áreas de núcleos habitacionais. As casas autoconstruídas presentes em Diadema possuem como caraterística a implantação ocupando o total do lote e em muitos casos a verticalização da unidade, gerando problemas como insalubridade, como falta de iluminação e ventilação adequadas e também problemas de segurança ligados a erros estruturais. Entretando na autoconstrução, muitos moradores possuem um afeto em relação a sua moradia, por ser a primeira casa própria, e por mais desgastante que tenha sido o processo de viabilizar a habitação, há esse carinho pela unidade.

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Dessa forma, a habitação social evolutiva é uma forma inovadora de lidar com o desafio de moradia adequada para comunidades de baixa renda. É uma abordagem que reconhece a importância de envolver os moradores no processo de construção e melhoria de suas habitações ao longo do tempo, promovendo o empoderamento e colocando o morador como protagonista de sua moradia, consequentemente criando um senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao espaço habitacional.

Figuras 02, 03 e 04: Cenário existente de casas autoconstruídas em Diadema. Fonte: Google, 2021.

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Proposição Em virtude das questões retratadas a proposta busca enfrentar as questões habitacionais em Diadema, propondo a criação de um projeto de habitação social evolutiva para pessoas de baixa renda. O projeto considera elementos como desempenho, eficiência, dimensionamento, conforto ambiental, flexibilidade e gestão participativa, visando atender às demandas das famílias e assessorar o processo de autoconstrução, uma realidade no Brasil. O terreno escolhido é localizado no bairro Taboão em Diadema, dotado de infraestrutura, pois possui em seu entorno um SESI e diversas industriais. Já o projeto tem como objetivo servir de estudo teórico que explora uma nova tipologia que é a habitação evolutiva em escala vertical, avaliando sua aplicabilidade em Diadema e como se comporta na topografia do município. O sistema evolutivo proposto é modular, proporcionando flexibilidade arquitetônica tanto estrutural quanto na composição interna dos ambientes, adaptando-se às necessidades das famílias. Em essência, o projeto busca ser uma alternativa de autoconstrução assistida para a produção de habitações em Diadema.

Figura 02: localização dos terrenos escolhidos. Figura 03: Implantação do projeto. Fonte: acervo da autora. Diretrizes de projeto

- Flexibilidade na ampliação, com possibilidade de acréscimos tanto de dormitórios quanto áreas molhadas, como banheiros.

Figura 04: Diagrama das 4 tipologias formadas e seus modos de expansão. A junção dessas tipologias possibilitou a formação dos edifícios propostos na implantação. Fonte: acervo da autora.

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- Cada unidade possuí um módulo expansivo, que se dá por uma das faces laterais da unidade (forma mais comum de ampliação, sendo de fácil desenvolvimento futuro do morador);

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- Criação de quatro tipologias que atendem o público-alvo, famílias de até 4 pessoas, pois são as composições familiares mais recorrentes no município.


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Como dito anteriormente, os terrenos escolhidos para a intervenção se encontram localizados em um espaço de transição do industrial para o educacional. Sendo assim a implantação foi pensada de forma que pudesse proporcionar uma conexão entre ambas as áreas. Dessa forma, a proposta de um edifício de uso misto, com o térreo comercial, proporciona um aumento do movimento da Av. Prestes Maia (Avenida até então com um movimento mais local, sendo de uso predominante para quem trabalha na região). Todos os edifícios foram implantados próximo ao alinhamento da rua, de forma que atraia o pedestre para os comércios e proporcione uma maior geração de renda. Além do térreo comercial, foi pensado também em um espaço de convivência na esquina da quadra, próxima aos portões de acesso do SESI, servindo tanto de uso para os moradores do conjunto, quanto para as pessoas que utilizam o SESI.

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Outro ponto pensado foi a criação de um espaço público a partir da escadaria já existente que liga o fundo da rua sem saída do SESI (R. Porto Príncipe) com o ponto mais alto da topografia, atravessando o linhão.

Figura 05, 06, 07, 08: plantas dos 4 níveis de térreo do conjunto habitacional. Fonte: acervo da autora.

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CORTE CC

Figura 09: Composição da fachada dos edifícios.

Referências

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CONCURSOS DE PROJETO. Resultados de Concurso. Premiados – Concurso Nacional – Unidades Habitacionais de Interesse Social – DF. In: Concurso de Projetos.Org. 2017. Disponível em: <https://concursosdeprojeto.org/2017/09/27/premiados-concurso-nacional-unidades-habitacionais-deinteresse-social-df/>. Acesso em 30 de Abril de 2023.

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

BRANDÃO, Douglas Queiroz. PEÑA, Arlene. Habitações de Interesse Social evolutivas: análise de projetos flexíveis quanto à construtibilidade no momento de ampliação. In: XV Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído. Maceió, 2014. COELHO, Cláudia Bastos. Requalificação Habitacional em Favelas Urbanizadas: A experiência de Diadema. In: III Seminário Nacional sobre Urbanização de Favelas. Do projeto à obra: a gestão dos contratos de urbanização de favelas no âmbito do PAC em Diadema. 2018.



Renovação do Espaço Público Avenida Cidade Jardim Sabrina de Castro Moreira Orientador: Prof. Dr. Ricardo Dualde

Este trabalho propõe a requalificação do espaço na Av Cidade Jardim onde há grande fluxo de pedestres se locomovendo pelas calçadas estreitas, pouco convidativas, somado à inexistência de espaço público qualificado para permanência. É feita análise temporal para entender a importância desta via para o bairro, além de estudos de morfologia, uso do solo e tipologia do entorno visando melhor adequar a proposta aos problemas encontrados. Ao final, é proposta a construção de uma passarela sobre a Av Cidade Jardim no sentido longitudinal, possibilitando aos pedestres um caminhar confortável, com trechos para o relaxamento e a contemplação da cidade.

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Resumo

Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 01 : Vista aérea Passarela Prof Miguel Reale. Fonte: acervo do autor


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução A partir da observação do fluxo de pedestres e das condições de travessia existentes, iniciaramse as pesquisas para melhor compreender os motivos que levam a Avenida Cidade Jardim a ser tão utilizada – por pedestres e veículos – ao passo que é aparentemente menosprezada pelo poder público quando se trata das condições de uso do pedestre.

Foto: Livro “A Cidade da Light” volume 2 – pág 237 Registros mostram a Avenida Cidade Jardim já em 1930 cumprindo seu papel de via de ligação centro-bairro, papel esse desempenhado até os dias atuais, e com o adicional de atualmente possuir uma estação de trem metropolitano em uma de suas extremidades, e um túnel controverso com seus acessos ocupando boa parte do viário e impossibilitando intervenções simples como o alargamento das calçadas, sem tornar o trânsito local ainda mais caótico. Dados da pesquisa Origem-destino do Metrô foram utilizados como uma das justificativas para a proposta mostrando o volume de pessoas que circulam diariamente pela região. Os estudos de caso apresentados trouxeram possíveis soluções de acordo com o que já estava sendo pensado, além de possibilitar a compreensão das possíveis dimensões a serem consideradas para se obter a sensação de segurança.

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Proposição A proposta, como citado anteriormente, é a construção de uma passarela sobre a Avenida Cidade Jardim, no sentido longitudinal. Os acessos são feitos através de rampas assim a necessidade de manutenção é mínima, se compararmos a manutenção de elevadores, por exemplo.

Figura 02 : Traçado final da passarela com indicativos de usos. Fonte: acervo do autor

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Aqui estão definidas as áreas destinadas à permanência, onde estão instalados bancos com floreiras e para deslocamento, sem interferência de objetos, para facilitar àqueles que estiverem com pressa. Com 6 metros de largura e altura de 5,8m, a passarela está poiada em pilares de concreto armado dispostos em intervalos de aproximadamente 30 metros de distância em locais estratégicos que não interferem no transito local ou no traçado do viário existente.

Figura 03 : Localização dos pilares de sustentação. Fonte: acervo do autor

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 04 : Corte. Fonte: acervo do autor


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

Figura 05 : Imagem demonstrando as áreas de permanência e de passagem. Fonte: acervo do autor

Figura 06 : Vista do ponto de ônibus sobre a rampa de acesso. Fonte: acervo do autor

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Referências A CIDADE DA LIGHT: 1899-1930. São Paulo, Superintendência de Comunicação/ Departamento de Patrimônio Histórico/ Eletropaulo, 1990. 2v. ABNT NBR 9050:2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos AMARAL, Antônio Barreto. O Bairro de Pinheiros – Série história dos bairros de São Paulo. São Paulo: Oficinas da Gráfica Municipal, 1969. GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. Tradução Anita Di Marco. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. HEPNER, Alexandre. Desenho urbano, capital e ideologia em São Paulo: centralidade e forma urbana na Marginal do Rio Pinheiros. Dissertação (Mestrado em Paisagem e Ambiente) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010 Manual de desenho urbano e Obras Viárias – Cidade de São Paulo, disponível em: https://manualurbano.prefeitura.sp.gov.br/manual Manual de Instruções Técnicas de Acessibilidade Para Apoio ao Projeto Arquitetônico, publicação da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) MARTINS, Heloisa Helena. A Renovação Urbana: O Caso do Itaim Bibi. Dissertação (Mestrado em Administração) São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1987. Passarela Teerã, Irã, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/760046/passarela-de-pedestrestabiat-diba-tensile- architecture. Acessado em 29/06/2023 16:40 Pesquisa Origem e Destino Metrô 2017, disponível em https://transparencia.metrosp.com.br/dataset/pesquisa-origem-e-destino. Acessado em 12/07/2023. Puji Road, disponível em: https://www.archdaily.cl/cl/945641/100architects- transforma-un-puentepeatonal-en-shanghai-en-un-espacio-ludico-y- colorido?ad_medium=gallery .Acessado em 28/03/2013 17:00 Seoullo Skygarden, disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/888239/seoullo- skygardenmvrdv?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects Acessado em 29/03/2023 15:35

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Projetos Urbanos e Arquitetura da Paisagem

VILLAÇA, Flavio. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. (Artigo) São Paulo, 2011.



Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

TCC 2

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Cenografia para show musical de K-POP na Avenida Paulista Gabriela Lourenço Martins

Resumo Este trabalho tem como objetivo estudar a cenografia e sua aplicação no âmbito musical, destacando sua relevância na concepção de cenários para videoclipes e shows. Durante a pesquisa, exploraremos as diversas maneiras de conceber um cenário, ampliando assim nossas possibilidades de representação e atuação como arquiteto. Ao final, propomos um programa musical, trazendo artistas de K-pop para se apresentarem no Brasil. Apresentaremos plantas, modelos e cenários customizados, criados especialmente para os artistas, incorporando elementos de suas músicas e videoclipes.

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Figura 01 : modelo do palco proposto na Avenida Paulista. Fonte: acervo do autor

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Orientador: Prof. Dr. Nelson José Urssi


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Introdução

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

A cenografia, desde a Grécia Antiga, assume um papel fundamental no teatro, inicialmente destinada a enriquecer as narrativas por meio da criação de cenários. Com o tempo, ela evoluiu para abranger ópera, cinema e diversas formas de espetáculos, tornando-se multidisciplinar ao incluir aspectos como figurinos, iluminação e efeitos especiais. No século XX, transcendeu as fronteiras teatrais, integrando-se ao mercado comercial, transmitindo mensagens específicas e incorporando identidades visuais de marcas. Isso destaca sua versatilidade como ferramenta expressiva tanto no âmbito artístico quanto no comercial. A música é uma forma de expressão artística que dispõe o poder de provocar emoções, despertar memórias e criar uma atmosfera única. Por trás de cada melodia e letra, existem significados profundos e simbólicos, que podem ser traduzidos em elementos visuais, temáticos ou conceituais. Ao analisar as músicas, é possível identificar os signos que as permeiam e a partir desses signos, a cenografia entra em cena. Ao se apropriar destes signos para a criação de espaços, podemos criar cenografias inovadoras e surpreendentes. Ela potencializa a experiência do público, enriquece a comunicação artística e cria um ambiente imersível que complementa e aprofunda a mensagem da música. Este estudo busca compreender a utilização desses signos na criação de espaços para promover artistas em diversos formatos, como videoclipes e shows, bem como a utilização da cenografia em programas de música ao vivo, para a elaboração de ambientes.

Figura 02 : (G)IDLE utilizando de cenografia para complementar a apresentação. Fonte: Kpopping. A metodologia proposta consiste um uma abordagem teórica e prática. Inicialmente, será realizada uma revisão bibliográfica para obter embasamento teórico sobre cenografia e sua aplicação na televisão, como é pensada a estruturação do espaço televiso e como os signos podem ser utilizados na hora de compor um espaço. Em seguida serão realizados estudos de casos de apresentações que utilizaram da cenografia. Então serão selecionados grupos e feita uma análise de seu conceito principal, para a partir dessa etapa, serem criados cenários utilizando os signos identificados em suas música e videoclipes.

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Proposição Para esse trabalho, propomos a criação de um music show no Brasil, no qual grupos, bandas e cantores de K-pop terão a oportunidade de se apresentar. Diferente dos programas de música convencionais, este evento terá características semelhantes às de um festival, pois planejamos montar um palco externo em uma das avenidas mais famosas de São Paulo, a Avenida Paulista. Além disso, contaremos com as instalações do Centro Cultural Coreano para oferecer suporte técnico, camarins e auxiliar na realização de entrevistas. O programa será de acesso livre ao público, permitindo que as pessoas assistam simplesmente comparecendo ao local na data e hora do evento ou sintonizando a transmissão ao vivo. A nossa proposta é que três artistas venham ao Brasil para participar do programa, onde cada um terá a oportunidade de apresentar cinco músicas e após cada apresentação, haverá uma entrevista para que eles possam compartilhar um pouco mais sobre si e sua música. Cada um dos artistas terá uma cenografia exclusiva para sua apresentação, com alterações a cada música. Os grupos escolhidos são: Stray Kids, NewJeans e Tomorrow X Together. O projeto foi dividido em 3 partes para facilitar sua compreensão e seu desenvolvimento: CENTRO CULTURAL COREANO

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Figura 03 : Plantas do KCC adaptadas para novo uso. Fonte: acervo do autor

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Localizado na Avenida Paulista, 460 - Belas Vista, o Centro Cultural Coreano no Brasil (Korean Cultural Center - KCC) foi a escolha perfeita para servir de apoio ao programa, pois se tratando de apresentações de música pop coreana, não teria um lugar mais ideal. Além do significado do local, o KCC também tem uma ótima localização na Avenida Paulista, estando ao lado da Estação Brigadeiro do Metrô, o que facilita o acesso do público e equipes no dia do evento. Fizemos algumas alterações no layout préexistente do KCC para adequá-lo ao seu novo uso temporário.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

AVENIDA PAULISTA O projeto do palco foi pensado de forma a evitar o acesso direto dos artistas à área de apresentação ao saírem do Centro Cultural Coreano. Criamos um túnel que conduz diretamente os grupos para o palco, proporcionando acesso direto à escada de acesso e bastidores. Também fechamos todo o perímetro do palco, permitindo a circulação apenas de pessoas autorizadas e desenvolvemos um espaço estratégico atrás do painel de LED para possibilitar uma circulação na parte posterior do palco. K-ZONE

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Criamos o nome e o slogan do programa, incorporando a letra "K" para enfatizar sua relação com o K-pop, e adicionamos a palavra "Zone", que significa "zona" em inglês, resultando em K-ZONE: Sua Zona de K-POP na Paulista. K-ZONE é um programa musical com o propósito de trazer artistas de K-pop para apresentações no Brasil, proporcionando a oportunidade de conhecer seus fãs brasileiros. As gravações acontecerão tanto dentro quanto fora do Centro Cultural Coreano, com as entrevistas realizadas internamente e as apresentações externamente. O programa acontecerá aos domingos, devido ao fechamento da Avenida Paulista neste dia, evitando impactos no trânsito nos demais dias da semana. Um programa dessa escala, com a participação de diversos artistas, demanda uma cenografia cuidadosamente elaborada. Inicialmente, consideramos a criação de cenários físicos exclusivos para cada grupo, com trocas entre cada apresentação. No entanto, essa abordagem implicaria em grande mão de obra, intervalos significativos para as trocas, e muitas vezes, cenários construídos são descartados após o uso, gerando desperdício de material. Com o intuito de evitar esse acúmulo e promover uma abordagem mais sustentável, optamos por desenvolver cenários virtuais em escala, passíveis de alterações.

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Figuras 04, 05 e 06: Imagens do modelo do palco acompanhado por um (1) dos cenários propostos para cada grupo, respectivamente Stray Kids, NewJeans e Tomorrow X Together. Fonte: acervo do autor

Referências

COHEN, D. R. Cenografia para além do teatro. 2007. 124 p. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte) - Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, São Paulo, 2007. HOWARD, P. O que é cenografia? Tradução: Carlos Szlak. São Paulo: Edições Sesc São Paulo. 2015. KBS WORLD TV. PD & Directors Interview (2021 K-POP TALK SHOW) | KBS WORLD TV 210625. YouTube, 28 de junho de 2021. MANTOVANI, A. Cenografia. São Paulo: Ática, 1988. MARUCHEL H. A arte de Daniela Thomas: Cenógrafa está entre as grandes da história do teatro brasileiro. Bravo, 2023. Disponível em: https://bravo.abril.com.br/teatro/daniela-thomas-arte-cenografia-mollybloom/. Acesso em: 10 de maio de 202 RIBEIRO, D. N. Design + música: O uso das tecnologias de imagem no design de cenário. 2019. 71 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Design) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design - FAUeD, Uberlândia, 2019. URSSI, N. J. A linguagem cenográfica. 2006. 122 p. Dissertação (Mestrado em Artes) - Universidade de São Paulo, Escola de Comunicação e Artes, São Paulo, 2006.

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CARDOSO, J. B. A cenografia televisiva: seu estilo e estrutura. Revista IMES Comunicação e Inovação: v.1 n.2 (2001): Comunicação & Inovação. Páginas 38-45. Outubro de 2011. CARDOSO, J. B. O Cenário virtual televisivo: Uma forma específica de representação cenográfica. Revista IMES Comunicação e Inovação: v.3 n.5 (2002): Comunicação & Inovação. Páginas 38-45. Maio de 2010.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

ABSTRACT: The Art of Design (Temporada 01 episódio 03). Es Devlin: cenógrafa. Direção: Morgan Neville. Produção: Netflix. 2017.



Vagão para passageiros Análise e desenvolvimento do espaço interno do vagão de trem da Linha 10 Turquesa - CPTM através do Design Thinking e Desenho Universal Giovanna Yumi da Fonseca Faria Hasimoto

Resumo Este trabalho teve como objetivo principal: observar, analisar e compreender o espaço interno do vagão de trem da CPTM - Linha 10 Turquesa (Brás - Rio Grande da Serra), utilizando o Design Thinking, como pensamento e metodologia de trabalho, e o Desenho Universal, para direcionamento do olhar para as necessidades ergonômicas dos usuários, no intuito de projetar um design interno de vagão que proporcione uma melhor experiência aos passageiros como um todo.

Versão integral do trabalho em https://online.fliphtml5.com/wpkzh/atah/

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Figura 01 : Imagem interna da proposta do vagão - modo alto fluxo de pessoas. Fonte: acervo da autora.

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Orientador: Prof. Ms. Paulo Henrique Gomes Magri


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Introdução Diariamente milhões de pessoas que moram em sua maioria dentro da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) utilizam do transporte ferroviário. Segundo Eduardo Alcântara de Vasconcellos (2012), em 2010, 700 milhões de passageiros circulavam por ano nas linhas ferroviárias da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Este trabalho irá voltar sua análise a Linha 10 – Turquesa da CPTM, localizada entre a região central e sudeste da RMSP. A Linha é existente desde a década de 80, quando ainda era de responsabilidade da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e passou a pertencer a CPTM em 1994. Atualmente a Linha 10 conecta 14 estações, desde o Brás até Rio Grande da Serra, com algumas viagens seguindo até a estação Luz, totalizando 38km de extensão. Além das estações da Linha 10, faz conexão com as Linhas 3, 11 e 12, e nos serviços até a estação Luz, conecta com as Linhas 1, 4 e 7. Também conectando com terminais rodoviários nas estações Prefeito Saladino, São Caetano do Sul e Ribeirão Pires, e na estação Prefeito Celso Daniel – Santo André há acesso ao Corredor de ônibus São Mateus – Jabaquara. Tornando-a um importante articulador cotidiano e de lazer para os indivíduos da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O presente trabalho tem como objetivo geral observar e compreender o espaço interno produzido nos vagões de trem da Linha 10 Turquesa da CPTM (Brás - Rio Grande da Serra). Entre os objetivos específicos, pretende-se visualizar alternativas para o design interno do vagão que atendam às necessidades dos usuários identificadas durante a análise, produzir modelos para avaliar e aprimorar os produtos, e assim, projetar o design interno de um vagão de trem que proporcione ao usuário um espaço de qualidade que dê suporte a população como um todo e uma melhor experiência durante o trajeto tendo como produto final um caderno que reúna o material produzido durante o estudo, trazendo assim para discussão um espaço interno de vagão pensado para os passageiros. Tendo em mente que um passageiro que parta de Rio Grande da Serra com destino ao

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Brás tem tempo estimado de deslocamento de 55 minutos, segundo o simulador da CPTM, e que, de acordo com a CPTM, o intervalo médio entre trens durante os dias úteis varia de 8 a 12 minutos, nos sábados de 8 a 35 minutos e nos domingos, 35 minutos, se percebe que o tempo que é sacrificado pelo passageiro no seu deslocamento entre sua casa e seu local de estudo, trabalho ou lazer é alto, lembrando que o tempo informado acima se trata de uma estimativa, uma média. Por exemplo, caso os trilhos estejam sendo usados para transporte de carga ou haja chuva, o tempo dentro e fora do vagão aumenta consideravelmente. A partir desse raciocínio e das orientações recebidas, foi identificado que utilizar da metodologia e pensamento do Design Thinking e dos conceitos e estudos a respeito do Desenho Universal seria o melhor caminho para chegar ao ponto de discussão e proposta desejados. Levando a realizar visitas em campo para observar, analisar e identificar as necessidades dos usuários através de seu comportamento dentro do espaço durante seu dia a dia, e assim, estabelecer um diagnóstico das necessidades identificadas para elaboração da proposta do desenho interno do vagão voltada a proporcionar um espaço focado nos usuários de maneira universal.

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Figura 02 : Mapa de contextualização demonstrando as conexões e áreas de influência direta-indireta da Linha 10. Fonte: Acervo da autora. Dados: Google Maps e CPTM.

Figura 03 : Diagrama do diagnóstico encontrado após análise em campo. Fonte: acervo do autor

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A partir das análises em campo foi possível estabelecer um diagnóstico da Linha 10 – Turquesa. Um dos pontos principais é a lotação recorrente dos vagões. Entretanto, o mesmo se deve ao alto número de passageiros e intervalos grandes entre trens. Alguns meios para solucionar essa questão seria trocar os trens atuais por trens mais rápidos ou reduzir o intervalo entre trens aumentando a quantidade disponível, mas ambos encareceriam o valor das passagens, segundo Eduardo de Vasconcellos (2012). Outra solução debatida há alguns anos é a implantação de um sistema metroviário na região ABD, no caso o projeto da Linha 20 - Rosa que segue em discussão e desenvolvimento, ele promete conter 24 estações, segundo a Prefeitura de Santo André (2023). Para a proposta desse trabalho foram selecionadas necessidades que possam ser desenvolvidas dentro dos vagões a fim de proporcionar espaços mais confortáveis e pensados para o dia a dia dos brasileiros, tendo em mente sua cultura diversificada.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Proposição


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A proposta para as necessidades encontradas é composta por um conjunto de elementos que tem como objetivo proporcionar aos passageiros uma experiência mais acolhedora, confortável e segura, principalmente para os usuários que permanecerem por períodos mais longos. Sabendo que os vagões passam por momentos de maior fluxo, durante os horários de pico, e de baixo fluxo, nos demais horários, foi elaborada a proposta a seguir que utiliza de assentos giratórios, solução utilizada no vagão da Seibu Railway, que busca trazer mais flexibilidade e conforto para os passageiros.

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Figura 04 e 05 : Planta e corte longitudinal do modelo de vagão para alto fluxo de passageiros. Esta configuração foi pensada de forma que os espaços sejam otimizados e seja facilitado o fluxo para embarque/desembarque do vagão. Foram adicionadas mais barras altas e inclusas alças de apoio, que atualmente são inexistentes no vagão, para trazer mais segurança aos passageiros. Fonte: acervo da autora.

Figura 06 e 07 : Imagens do modelo mostrando as alças desenhadas para serem melhores ergonomicamente, mapa em tela de LED acima das portas com visualização 2D e 3D, demarcação PCD e suporte para bicicletas retrátil. Fonte: acervo da autora.

Figura 08 : Planta do modelo de vagão para baixo fluxo de passageiros. Esta configuração foi pensada de forma que os passageiros possam ter mais conforto no trajeto. Fonte: acervo da autora.

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Figura 09 : Corte longitudinal do modelo de vagão para baixo fluxo de passageiros. Fonte: acervo da autora

Figura 10 e 11 : Imagens do modelo mostrando o guarda volumes acima dos bancos para que os passageiros possam ter a opção de armazenar seus pertences na parte superior, principalmente em trajetos maiores, a demarcação de piso para organização de fluxos do espaço e o mecanismo para rotação dos assentos giratórios acionados por pedal. Fonte: acervo da autora.

CAMBIAGHI, Silvana. Desenho universal: métodos e técnicas para arquitetos e urbanistas. 4ª edição rev. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2017. 280 p. eISBN 978-85-396-2015-9. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Portal do IBGE: cidades. IBGE, 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/saopaulo/panorama>. Acesso em: 27 mar. 2023 IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Editora Edgar Blücher, 2005. KELLEY, Tom; LITTMAN, Jonathan. A arte da inovação: Lições de criatividade da IDEO, a maior empresa norte-americana de design. [S. l.]: Editora Futura, 2001. LOBO, Renato. Japão apresenta trem urbano com assento giratório. Via trolebus, 2017. Disponível em: <https://viatrolebus.com.br/2017/02/japao-apresenta-trem-urbano-com-assentogiratorio/>. Acesso em: 14 set. 2023. PRADO, Adriana R. de Almeida; LOPES, Maria Elisabete; ORNSTEIN, Sheila Walbe (org.). Desenho universal: Caminhos da acessibilidade no Brasil. 1. ed. São Paulo: Annablume, março 2010. 305 p. v. 1. ISBN 978-85-391-0055. VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara de. Mobilidade urbana e cidadania. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2012, 216p. ISBN 978-85-7458-318-1.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14021: Transporte – Acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano. Segunda edição ed. [S. L.]: ABNT, 2005. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/pessoa_com_deficiencia/NBR14021.pdf.> . Acesso em: 10 nov. 2023. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edifcações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Quarta edição ed. [S. L.]: ABNT, 2020. 147 p. Disponível em: <https://www.caurn.gov.br/wpcontent/uploads/2020/08/ABNT-NBR-9050-15-Acessibilidadeemenda-1_-03-08-2020.pdf.>. Acesso em: 27 mar. 2023. BROWN, Tim. Design Thinking. Harvard Business Review, [S. l.], p. 01-09, jun. 2008. Disponível em: <https://readings.design/PDF/Tim%20Brown,%20Design%20Thinking.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2023.

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Referências



Materialidade: fabricação digital e experimentações em pó de madeira Guilherme Barbosa Wiebbeling

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Figura 01: Mesa, vista superior. Fonte: acervo do autor

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Orientador: Prof. Ms. Paulo Henrique Gomes Magri


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Resumo Este trabalho tem como premissa a criação de uma linha de peças de mobiliário, produzidas através de uma abordagem tecnológica e experimental. Neste sentido, a fabricação digital através de controle numérico computadorizado (CNC) e a utilização de compósito a base de pó de serragem e resina complementam a proposta, que tem como objetivo uma produção responsável e prevê a utilização de materiais descartados, aliado às diretrizes da Agenda 2030 da ONU. Para elaboração do projeto, foi feita uma investigação baseada em livros, artigos, vídeos e referências de projeto. A pesquisa tem o intuito de agregar o processo e indicar caminhos, como no exemplo de experimentação de Alvar Aalto com madeira laminada e arquitetos e designers que trabalham com fabricação digital, elemento capaz de diminuir desperdícios e melhorar o aproveitamento de corte. Introdução É palpável a sensação de que todos os objetos possíveis já foram inventados no mundo. Cadeiras, mesas, bancos e luminárias são itens do dia a dia que parecem ter sido testados e esgotados em sua máxima potência, desde as possibilidades criativas, aplicação de materiais e acabamentos. Entretanto, a limitação e os obstáculos são capazes de extrair novas maneiras de pensar e criar. Em um mundo onde há excesso de materiais descartados e problemas de destinação, a possibilidade de aplicação do método Cradle to Cradle, termo em inglês que significa a circularidade da cadeia produtiva, é uma ótica adequada para encararmos os problemas atuais.

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Habitualmente, os objetos ou artefatos que são frutos de um reposicionamento na cadeia produtiva são vistos como peças que possuem um valor distinto, apenas pela sua capacidade de dar novo sentidos à materiais que já obtiveram uso. Entretanto, as diretrizes da Agenda 2030, um plano de ação proposto pela Organização das Nações Unidas em conjunto com 193 estadomembros, tornaram indispensáveis para qualquer profissional criativo a produção de peças ou artefatos que não carreguem os objetivos da humanidade consigo. As orientações têm como objetivo erradicar a pobreza, promover qualidade e vida digna as próximas gerações. O Desenvolvimento de diretrizes prevê 17 objetivos, nos quais contêm 169 metas a serem alcançadas por diversas áreas. No contexto deste trabalho, destacam-se duas diretrizes: nove (9) e doze (12), sendo Industria, Inovação e Infraestrutura e Consumo e Produção responsáveis, respectivamente. Algumas metas que constam no plano de cada diretriz, destaca-se: 9.4: Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com eficiência aumentada no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades; 12.4: Até

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2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso. Sob este cenário, o objetivo é produzir peças de mobiliários que ultrapassem a barreira de estética e sustentabilidade como algo distinto, com a consolidação de peças úteis, ambientalmente sustentáveis e esteticamente sofisticadas. O estímulo nasceu devido a experiência do autor em marcenaria e processos ligados à confecção de mobiliário, onde é corriqueiro a criação de soluções, protótipos e testes. Neste sentido, observa-se uma gama de possibilidades resultante dos materiais descartados, como sobras de madeira maciça, ferro, tecidos, e a experimentação surge como um elo entre tal conjuntura. A metodologia utilizada tem como base: pesquisa bibliográfica, pesquisa exploratória e experimentação em laboratório. Projeto O desenvolvimento deste trabalho iniciou-se em 2022, sob pesquisa de Iniciação Científica, com objetivo de especular a possibilidade de reaproveitar e desenvolver um novo compósito através de sobras de pó de madeira. A proposta sempre visou o desenvolvimento do material para aplicação em design, mais especificamente em mobiliários para sala de estar. Para isso, a pesquisa baseou-se em analisar um recorte histórico, onde novas técnicas e possibilidades foram desenvolvidas por Michael Thonet e Alvar Aalto, figuras importantes na consolidação do

conclusão de curso, com indicações positivas a respeito do resíduo que viria a ser transformado. No objeto de estudo deste trabalho, a proposta foi potencializar os testes anteriores com pó de madeira, e combiná-los com a fabricação digital em CNC. Assim, a produção de uma linha de mobiliários fruto de experimentação e tecnologia busca uma produção mais responsável, capaz de evitar desperdícios e recolocar um elemento na cadeia produtiva que já se encontra em sua fase final.

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primeira etapa realizada ainda em pesquisa científica serviu de base para o trabalho de

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compensado laminado dobrado, técnica inovadora para época. Portanto, o resultado desta


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Figura 02: Detalhe cunha. Fonte: acervo do autor Figura 03: Mesa, perspectiva. Fonte: acervo do autor

Testar o pó de serra como elemento estrutural sempre foi um interesse do autor, e não apenas utilizá-la como aspecto decorativo. Junto com a resina, o primeiro teste de cunha em pó de serra para realçar o contraste entre a fabricação digital e a experimentação. Encaixes de marcenaria

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tradicional desenvolvido na CNC.

Figura 04: Poltrona, vista lateral. Fonte: acervo do autor Figura 05: Poltrona, vista frontal. Fonte: acervo do autor

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_1

Figura 06: Detalhe encosto. Fonte: acervo do autor Figura 07: Detalhe assento. Fonte: acervo do autor Referências FLUSSER, Vilém. O mundo codificado. São Paulo, Ubu Editora, 2017.

Disponível em: http://projedata. grupoprojetar.ct.ufrn.br/dspace/bitstream/handle/123456789/834/E1008.pdf MOHOLY-NAGY, László. Do material à arquitetura. 2005. NGO, Dung, PFEIFFER, Eric. Bent ply: the art of plywood furniture. Priceton Architectural Press, 2003.

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propositivo para movelaria com placas de fibras de madeira de média densidade (MDF), Salvador, 2013.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

FONSECA DE CAMPOS, Paulo E, LARA, Arthur H, MAGRI, Paulo H. G. Fábrica digital: Um estudo



Projeto de um pavilhão holístico A síntese do espaço humanizado Pollyana de Lima Figueiredo Orientador: Prof. Dr. Nelson José Urssi

Este trabalho tem como premissa criar um pavilhão holístico que promova uma integração mais profunda entre o ser humano e o ambiente, visando uma ambientação humanizada. Para desenvolver essa ideia, realizou-se uma análise baseada em livros, vídeos e artigos relacionados à antroposofia, ambientação holística, memória e paisagem. Além disso, foram conduzidos estudos de caso e pesquisas de referências, explorando a obra de Rudolf Steiner sobre antroposofia, assim como as contribuições de Juhani Pallasmaa no campo da arquitetura, espaço, lugar, memória e imaginação. O objetivo central dessa pesquisa é compreender a evolução do espaço hospitalar ao longo dos anos e propor um ambiente humanizado que estabeleça uma conexão significativa entre o ser humano e seu entorno.

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Resumo

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 01 : Imagens Entrada/saída e jardim reflexão. Fonte: acervo da autora.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução A história dos hospitais, desde sua origem colonial até os dias atuais, reflete não apenas avanços médicos, mas também mudanças nos espaços físicos de cuidado. No Brasil, instituições como a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e o Hospital da Ordem Terceira do Carmo foram pioneiras na assistência aos necessitados, inaugurando o cuidado hospitalar. Atualmente, hospitais frequentemente focam na eficiência interna, negligenciando o bem-estar psicológico dos pacientes. A necessidade de repensar os espaços hospitalares, buscando ambientes mais acolhedores e humanizados. A ambientação desses espaços vai além da estética, integrando elementos como cores, iluminação e disposição dos ambientes para promover o bem-estar dos frequentadores. A humanização do ambiente hospitalar reconhece a importância do espaço físico no tratamento. Incorpora elementos que estimulam interação social, arte e conforto emocional, impactando a experiência de pacientes, familiares e profissionais de saúde. Um pavilhão de curas holísticas, embasado na filosofia antroposófica, propõe uma abordagem inovadora no tratamento oncológico. Além da dimensão física da doença, considera aspectos espirituais e psicológicos na busca pela cura, transcendendo a funcionalidade estrutural convencional. Essa abordagem valoriza o ambiente físico nos hospitais como estratégia para o bem-estar, recuperação e aprendizado de todos os envolvidos no tratamento, redefinindo a experiência do cuidado médico. Ao considerar a filosofia antroposófica na criação de um ambiente hospitalar, busca-se ir além do tratamento clínico, abrangendo a integralidade do ser humano na jornada de cura. A inclusão de elementos que estimulem interação social, conexão com a natureza, arte e espiritualidade contribui para o conforto imediato dos pacientes e fortalece sua resiliência durante o tratamento. Assim, o objetivo desse projeto é a concepção de um pavilhão de curas holísticas baseado na filosofia antroposófica, aliada a uma abordagem humanizada na arquitetura hospitalar, representa uma evolução

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

necessária no cuidado de saúde. Visando não apenas otimizar a infraestrutura física, mas também considerar o paciente como um ser integral em busca de cura e bem-estar.

Figura 02 : Planta de implantação. Fonte: acervo da autora.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Proposição Pavilhão humanizado holístico para o tratamento de câncer com uma abordagem antroposófica, inspirada no pensamento de Juhani Pallasmaa, envolve uma integração de princípios de design que enfatizem a conexão entre o espaço, natureza e o bem-estar do paciente. DESIGN INCORPORADO: Núcleos naturais e materiais orgânicos utilizando uma paleta de cores suaves e naturais, como verdes, azuis e tons de terra, para que promovam a sensação de calma e conexão com a natureza. Como também utilizar materiais orgânicos, como madeira, pedra e materiais recicláveis, para criar um ambiente acolhedor e equilibrado. Luz natural e sombras: Permitir a entrada de luz natural, criando espaços com sombras suaves e espaços iluminados. A luz natural pode ser usada como um elemento terapêutico, proporcionando conforto visual e promovendo a regeneração. Conexão com a natureza: Criação de espaços ao ar livre, como jardins terapêuticos e áreas de contemplação, onde os pacientes podem se conectar com a natureza. assim como também criar vistas para áreas verdes, árvores e elementos naturais podendo então ajudar a melhorar o bem-estar dos pacientes. Flexibilidade e privacidade: Oferecer espaços flexíveis que possam ser adaptados às necessidades individuais dos pacientes. Oferecendo espaços para momentos de privacidade e meditação, bem como áreas sociais para interação. Estímulo aos sentidos: Integrar elementos que estimulam os sentidos, como fontes de água para criar uma experiência positiva. Orientação espacial: Considerar uma orientação espacial para maximizar a conexão com a natureza, com vistas estratégicas e a criação de caminhos que convidem à exploração. Abordagem holística: Uma abordagem holística no tratamento, incorporando terapias complementares,

O vidro é frequentemente usado em projetos antroposóficos e holísticos para criar uma sensação de conexão com o mundo natural. Sua transparência permite que a luz natural entre no espaço interno, proporcionando uma sensação de integração com o ambiente externo. Isso enfatiza a importância de uma relação harmoniosa entre o ambiente construído e o mundo natural ao redor. Um novo material de construção, abandonando noções de criação de espaço rígido em favor de um design sustentável para acomodar as mu - danças ao longo do tempo e o uso responsável de materiais esta parede facilmente móvel pode ser disposta como uma divisória para absorver o som e delinear a privacidade visual, ou para criar um cenário impressionante para um evento ou performance. O concreto é conhecido por sua solidez e estabilidade estrutural, o que pode simbolizar a ideia de uma base sólida para o desenvolvimento humano e espiritual. Na arquitetura antroposófica e holística, o concreto pode representar a importância de ter uma base sólida e estável para o crescimento pessoal e espiritual. A madeira é vista como um material natural que estabelece uma conexão direta com a natureza. Na arquitetura a ênfase é frequentemente colocada na harmonia entre o ambiente construído e o mundo natural. O uso da madeira ajuda a criar um ambiente que evoca a sensação de estar em equilíbrio com a natureza.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

como meditação, yoga e terapia ocupacional, no espaço.

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Figura 03 : Materiais. Fonte: acervo da autora.


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

A água é frequentemente vista como um símbolo de fluxo, fluidez e vida. Ela pode ser incorporada em projetos desenvolvidos por meio de características como fontes, lagos, riachos ou mesmo uma seleção de mate - riais que evocam a fluidez. A presença da água em um ambiente atualizado pode criar uma sensação de calma, purificação e renovação. A pedra é associada à solidez, estabilidade e durabilidade. Na arquitetura a pedra pode ser usada em elementos estruturais, como paredes e fundações, para representar a ancoragem e a conexão com a terra. Ela também pode ser esculpida de maneira artística para transmitir significa - dos simbólicos e espirituais. A incorporação da natureza na arquitetura é fundamental. Isso pode envolver a integração de materiais naturais, como madeira e fibras, na construção de edifícios, bem como a criação de jardins e espaços ao ar livre que permitem a interação direta com a natureza. O objetivo é criar um ambiente que fique em harmonia com o ambiente natural e que promova a saúde e o bem-estar dos ocupantes. A terra representa a base e a conexão com o solo. Na arquitetura holística, o uso de técnicas de construção sustentável e a consideração dos princípios da permacultura são comuns. Isso inclui o uso de materiais naturais e técnicas que respeitem o solo e o ecossistema local. A terra também pode ser vista como um símbolo de enraização e pertencimento.

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 04 : Elementos. Fonte: acervo da autora.

Figura 05 : Implantação, corte aa e corte bb. Fonte: acervo da autora.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Figura 06 : Estar/espera e cafeteria. Fonte: acervo da autora. Referências A casa de todos os cuidados com o câncer [Everyone’s home of câncer care]. Disponivel em: <Centrohttps://www.maggies.org/> Acesso em 1 de junho de 2023. Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima / LIAG architects. ArchDaily Brasil. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/912899/centro-de-oncologia-infantil-princess-maxima-liagarchitects>. Acesso em Acesso em 18 de maio de 2023. CHIAVELLI LAMIM, R.; CRISTINA CÉSPEDES, I. Evolução da edificação hospitalar, seu alinhamento com as ciências médicas e o cuidado com o paciente na cidade de São Paulo. Revista IPH No 19, p. 07, dez. 2022. CONPRESP. Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - Conjunto da Santa Casa de Misericórdia. São Paulo-SP Resolução 15/17. Disponível em:<https://www.ipatrimonio.org/santa-casa-de-misericordia-de-sao-paulo/#!/map=383 29&loc=89.9559497894031,163.828125,1>. Acesso em 15 de outubro de 2023.

Hospital Infantil Nemours/ Stanley Beaman & Sears [Nemours Children’s Hospital/ Stanley Beaman & Sears]. ArchDaily Brasil. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-163632/hospital-infantilnemours-slash-stanley-beaman-and-sears>. Acesso em 6 de maio de 2023. Hospital Infantil EKH / IF/Integrated Field. ArchDaily Brasil. Disponível em: <https://www.archdaily. com.br/br/935133/hospital-infantil-ekh-if-integrated-field>. Acesso em 18 de maio de 2023. IPHAN . 1995. Cartas Patrimoniais, Cadernos de Documentos. JUHANI PALLASMAA; ALEXANDRE SALVATERRA. Essências. Barcelona Editorial Gustavo Gili, Sl ; São Paulo Editora G. Gili, Ltda, 2018. LANZ, R. Noções Básicas de Antroposofia. São Paulo. Editora antroposófica ltda, 2005. MONICA MUSATTI CYTRYNOWICZ. História dos hospitais. Instituto de Pesquisas Hospitalares Arquiteto Jarbas Karman – IPH. RICARDO FAGUNDES NASCIMENTO, G. Humanização no Ambiente Hospitalar. Revista IPH No 15, p. 57, dez. 2018.

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História e evolução dos hospitais. Reedição de 1965. Rio de Janeiro, 1944.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

DE ALMEIDA, T, M.S História e evolução dos hospitais Rio de Janeiro, 1944. Reedição de 1965.M.S.



Projeto expográfico para a obra escultórica de Tomie Ohtake Thaís Cordeiro Breves de Menezes

Resumo O presente trabalho apresenta o processo de investigação e identifica fundamentos e contextos para um projeto de arquitetura efêmera. O projeto contém características itinerantes para que possa ser levado a cidades de todo o país e contempla aspectos expográficos para a mostra da obra escultórica e pública de Tomie Ohtake. A ideia do tema surgiu após recordar o processo de iniciação científica desenvolvido anteriormente com o tema “A mulher na arte no século XX”. Isso sempre foi motivo de interesse, agora cursando Arquitetura e Urbanismo surgiu a ideia de trazer para um trabalho acadêmico.

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Figura 01: Vista Frontal do caminhão com a exposição. Fonte: acervo do autor

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Orientador: Prof. Dr. Nelson José Urssi


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução

A proposta deste projeto é mostrar a importância do acesso à cultura. Para isso será estudado como uma exposição itinerante é apresentada e como será o processo de curadoria para a mesma. Além desse estudo, vamos pesquisar os modelos de exposições a fim de escolher o modelo ideal para o trabalho. Bem como a vida e as obras da artista Tomie Ohtake. A metodologia adotada para esse trabalho consiste principalmente em uma revisão bibliográfica e um estudo analítico e comparativo dos estudos de caso. A apresentação do projeto se dá em quatro partes principais. Na primeira são mostrados alguns detalhes da vida e algumas das obras da artista Tomie Ohtake. A segunda sobre os estudos de casos, que serão analisados como referência projetual para a conclusão de curso. A terceira parte vai abordar sobre a curadoria realizada para a exposição proposta. A quarta e última parte será inserido a elaboração do projeto de exposição itinerante que tem como objetivo ampliar o acesso à cultura e as informações das obras e da vida da Tomie Ohtake para pessoas fora do estado de São Paulo, pelo fato do Instituto Tomie Ohtake estar situado em São Paulo. Portanto será elaborado em cima de um caminhão, para proporcionar um deslocamento mais ágil e fácil. Proposição A exposição tem como tema principal as esculturas da artista Tomie Ohtake, e o conceito do trabalho está relacionado à apresentação de maquetes das esculturas, assim como registros visuais das

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

obras e registro audiovisual sobre a artista e suas obras. Foi desenvolvida uma curadoria que consiste em um processo importante na organização e seleção de obras de arte, objetos em uma exposição, galeria, museu ou evento cultural. As esculturas foram selecionadas pela curadoria baseada em aspectos relacionados ao material utilizado, a cor e a localidade. São esculturas públicas e que o acesso a elas é livre e que se encontram no Brasil. Essa seleção do Brasil permite um intercâmbio de informações à medida que a exposição for percorrendo as cidades e estados brasileiros. A seguir iremos apresentar a reunião de todas as esculturas escolhidas para a exposição.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Figura 02: Reunião de esculturas escolhidas pela curadoria da exposição do presente trabalho. Fonte: acervo do autor O caminhão escolhido para o trabalho é um Actros da Mercedes Benz que possui um baú com as seguintes dimensões: 15m X 2,80m x 3 metros de altura. Foi escolhido um caminhão que possui um baú, para que fosse mais fácil e ágil o deslocamento para percorrer as capitais e cidades acima de 500 mil habitantes. Seu interior comporta uma área expositiva composta por vitrine das maquetes, área para texto, área de vídeo para escolas em nível fundamental e médio onde será exibido um documentário chamado Tomie produzido em 2003 e dirigido por Carlos Alberto Vicalvi. Esse filme mostra algumas falas dela sobre o tema da pesquisa, assim como a crítica de seu trabalho por Haroldo de Campos e um resumo sobre a sua vida. Além disso, o interior da exposição conta com uma área reservada à oficina com mesas e cadeiras. Para subir no caminhão podemos ter duas opções de acesso: a plataforma elevatória e a escada,

uma introdução geral sobre as esculturas dela e junto à essa informação uma explicação sobre a curadoria da exposição. Continuando, serão apresentadas fotos das esculturas que foram selecionadas na curadoria explicada anteriormente. Junto as fotos serão exibidas em vitrines as maquetes das esculturas. A próxima área da exposição será ambientada com Puff e destinada à exibição de um vídeo da artista, falando sobre os seus trabalhos. No avanço do caminhão serão colocadas cadeiras e bancos dando fim a exposição, na intenção de criar uma interação com o guia da exposição e também com todos os visitantes, para um intercâmbio de informações. Além disso, o local será utilizado para receber o público que quiser participar das oficinas. Oficinas essas que propõe uma imersão com atividades lúdicas e dinâmicas para o público da exposição. A seguir as plantas e corte desenvolvidos sobre o projeto em questão como também imagens renderizadas.

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apresentado um descritivo histórico sobre a Tomie Ohtake para abrir a exposição, em seguida teremos

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

promovendo uma acessibilidade maior a arte que está sendo exposta em seu interior. Logo na entrada é


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Figura 03: Planta do caminhão aberto. Fonte: acervo do autor

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Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

Figura 04: Planta do caminhão fechado. Fonte: acervo do autor

Figura 05: Corte A. Fonte: acervo do autor

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Figura 06 e 7: Imagens renderizadas do interior do caminhão. Fonte: acervo do autor Referências COUTO, Heloisa. Expografia: design do espaço expositivo. Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. Belo Horizonte, n. .2 vol. 9, p. 1-13, 2016. FRANCO, Maria Ignez Mantovani. Planejamento e organização de exposições. In. 3º Fórum Nacional de Museus, [200?]. Acessado em: Março de 2023 HERKENHOFF, Paulo; PERLINGEIRO, Max (Org.). Tomie Ohtake: construtiva = construtive = constructive. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2013. HERKENHOFF, Paulo. Pinturas cegas: Tomie Ohtake. Fundação Ibere Camargo. Porto Alegre, 2012. Instituto Tomie Ohtake (Autor Corporativo). Tomie Ohtake na trama espiritual da arte brasileira. São Paulo, 2004. NASCIMENTO, Catharine Luzie Lopes do (Autor). Um olhar sobre a grife Balmain: projeto cenográfico. São Paulo, 2019. NERO, Cyro del. Cenografia: uma breve visita. São Paulo: Claridade, 2010

VICALVI, Carlos Alberto (Diretor). Tomie. Manaus, [2003]. 1 DVD (50 min.)

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SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti (Texto); RUGGERI, Maria Carolina Duprat (Curador); Folha de S. Paulo (Org.). Tomie Ohtake. São Paulo: Folha de S. Paulo; Itau Cultural, 2013.

Arquitetura de Interiores, Desenho do Objeto e Cenografia

OHTAKE, Tomie. Tomie Ohtake: pinturas novas. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2011.



Tecnologia Aplicada ao projeto de Arquitetura e Urbanismo

TCC 2

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Proposta de uma casa urbana para a cidade de São Paulo utilizando como premissa o consumo zero Braulo Fagundes Vitorino Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

atenda às necessidades de habitação de uma família de renda alta, com consumo zero de energia transmitida mantendo o conforto ambiental. A partir de uma família real apresentando demandas reais de habitação foi elaborado um programa de necessidades e a execução dos projetos arquitetônico, de geração de energia e de aquecimento de água ambos utilizando energia solar como fonte primária. Testes numéricos de desempenho térmico realizados corroboram o uso das energias passivas nessa edificação. Versão integral do trabalho em https://issuu.com/braulovit/docs/tcc_braulovitorino?fr=xKAE9_zU1NQ

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O objetivo do presente trabalho é o projeto de uma casa urbana na cidade de São Paulo que

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 01: Perspectiva Sudoeste da casa. Fonte: Elaborado pelo autor


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução Uma arquitetura ancestral conhecida como arquitetura vernacular, em harmonia com as condições climáticas locais, começa a se desfazer com o desenvolvimento da tecnologia e o surgimento do ar-condicionado no início do século XX quando o homem passa a ter um maior domínio sobre as condições ambientais nos interiores dos edifícios. Essa desarmonia entre o homem e a natureza, disseminada em todas as áreas, tem causado ao longo do tempo uma exaustão dos recursos naturais disponíveis e um desequilíbrio ambiental com proporções que já ameaçam a sobrevivência do homem na Terra. Uma proposta de retorno a uma arquitetura mais amiga da natureza surge a partir da crise energética no início da década de 1970 e o discurso da Sustentabilidade no início da década de 1980. Desde então, tem se observado que o uso indiscriminado da tecnologia seria a causa do oneroso desperdício de energia elétrica o que levantou a necessidade de se produzir meios mais sustentáveis para a sua geração e utilização. Fruto dessa reorientação surge, na arquitetura, o conceito de “casa passiva”. As obras de caráter passivo (arquitetura passiva) empregam em sua organização conceitos de conforto ambiental interno que maximizam o uso de energia natural (luz, calor, vento) pela simples configuração plásticoformal, adoção de materiais específicos aliados à orientação da obra em relação a trajetória solar. Observa-se um crescente aumento no consumo de reservas energéticas para manter a vida com qualidade. No Brasil onde a matriz energética provém de 44,8% de fontes renováveis, a energia elétrica tem sua origem principalmente nas usinas hidrelétricas que apesar de ser renovável não é sustentável devido ao impacto socioambiental causado na sua implantação e também pelo valor excessivo pago pelos usuários nos últimos anos. O setor residencial foi responsável, no ano de 2021, pelo consumo de 26,4% de energia elétrica produzida no Brasil. Entretanto, esse consumo reflete as

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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

desigualdades socioeconômicas na medida em que ele é maior nas classes de maior renda. O desperdício de energia e a consequente exaustão dos recursos naturais exigem ações efetivas para uma economia de energia com foco na eficiência energética. Essa tendência em esbanjar energia na abundância de recursos serviu-nos como estímulo para investir na eficiência energética preservando o conforto térmico no projeto de habitação para uma família de renda alta. Ações realizadas para prover o conforto ambiental térmico da casa (NBR 15220) a. Ventilação Para os ambientes de permanência prolongada, foram utilizadas janelas e portas externas com áreas efetivas de ventilação que atendem a norma NBR15220 para aberturas médias prescritas para a Zona Bioclimática 3 onde se localiza o terreno no qual a casa foi implantada. b. Materiais construtivos ¾ Paredes de 19 cm: tijolos de 6 furos quadrados, com dimensões (14,0x19,0x29,0cm); argamassa de emboço de 2,5 cm ¾ Lajes: laje mista com 12cm de espessura ¾ Coberturas: telha de fibrocimento, camada de ar, laje mista, camada de ar e forro de gesso.

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Ações realizadas visando autossuficiência energética a. Projeto de um sistema de geração de energia elétrica - Sistema fotovoltaico Como vamos prescindir da energia elétrica transmitida desenvolvemos um projeto de geração de energia elétrica a partir de um sistema fotovoltaico isolado, i.e., não conectado à rede elétrica transmitida. Abaixo apresentamos os componentes desse sistema. Figura 02: Sistema fotovoltaico isolado (Off Grid) Fonte: Neosolar. https://www.neosolar.com.br/aprenda/saibamais/sistemas-de-energia-solar-fotovoltaica-eseus-componentes. Para atender à demanda de consumo elétrico da família utilizamos o seu consumo médio mensal reportado de 258,00 kWh o que resulta em um consumo diário de 8,60 kWh. Como resultado do projeto, foram utilizados 5 painéis fotovoltaicos com uma potência disponível nos painéis de 2750 W (2,75kW) um pouco acima da potência de 2,42 kW demandada pela família. b. Projeto de um Sistema de aquecimento de água com energia solar Um sistema básico de Aquecimento de água por Energia Solar é composto de coletores solares (placas) e reservatório térmico (Boiler). Uma caixa de água fria alimenta o reservatório térmico do aquecedor solar, mantendo-o sempre cheio.

O projeto resultou na adoção de 4 coletores solares com uma área total de 8,088 m2. Esse sistema supre uma demanda diária de 645 litros de água aquecida a 50°C pela família. Proposição O projeto da casa foi concebido para atender a demanda de habitação de uma família de renda alta composta por 4 pessoas, um casal, ambos os cônjuges com 57 anos de idade, ele professor universitário, ela médica e duas filhas com 20 e 21 anos de idade, ambas universitárias. O terreno escolhido para a implantação da casa está localizado na cidade de São Paulo em uma zona exclusivamente residencial no distrito de Pinheiros. Ele se insere em uma região com desníveis acentuados como pode ser observado na Figura 04. Apresenta uma área de 615 m2 e um desnível de 2,22 m na direção transversal e de 4,03 m na direção longitudinal. Pela LPUOS - Lei de

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Fonte: Soletrol https://www.soletrol.com.br/extras/como-funciona-oaquecedor-solar-soletrol/ Acesso em 22/05/2023

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Figura 03: Sistema de aquecimento e água por coletores solares (termo radiadores)


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei nº 16.402) o terreno faz parte de uma Zona de Preservação ZER-1. Figura 04: Mapa de ocupação do entorno do terreno (em destaque) e curvas de nível com intervalo de 1 m. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados do Geosampa

A partir do programa de necessidades e pré-dimensionamento dos ambientes, partimos para o projeto arquitetônico com foco na eficiência energética e conforto térmico. A cidade de São Paulo (SP) situada na região Sudeste possui como localização geográfica a Latitude: 23° 32' 56'' Sul e a Longitude: 46° 38' 20'' Oeste, e a uma altitude média de 745 m. O seu clima é considerado subtropical úmido, com as quatro estações do ano relativamente definidas. A temperatura média anual é de 20 °C. Segundo a norma brasileira NBR 15220, a cidade de São Paulo fica na zona bioclimática 3, considerando sua localização geográfica no mapa do Brasil. Com uma Área Útil Total resultante de 210,53 m2 projeto atende aos critérios estabelecidos pela LPUOS conforme Tabela 01. Para amenizar o desnível acentuado do terreno, distribuímos os ambientes da casa em meios-níveis. ÁREA (m2) TERRENO ÁREA ÚTIL TOTAL ÁREA ÚTIL COMPUTÁVEL ÁREA DE PROJEÇÃO

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Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

LPUOS

615,00 210,53 180,28 141,30 PROJETO

TO

Máx: 0,50

0,230

CA

Máx: 1,00

0,293

TP

Mín: 0,30

0,55

Tabela 01: Áreas e parâmetros construtivos resultantes. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 06: Planta do Térreo. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 05: Planta de Implantação. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 07: Planta do Pavimento Superior. Fonte: Elaborado pelo autor

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Trabalhos de Conclusão de Curso | 2023_2

Figura 08: Corte A. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 09: Corte C. Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 10: Elevação Fachada.

Figura 11: Elevação Lateral Direita

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: Elaborado pelo autor

Conclusão Simulações de desempenho térmico realizadas com o programa Domus-Procel mostraram que as opções que fizemos atendem às nossas expectativas, pelo menos em relação aos quesitos da norma ABNT NBR 15575-1:2013 quanto ao nível mínimo de conforto térmico. Referências ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.220 - Norma de Desempenho Térmico de Edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

EPE-MEE. Matriz Energética e Elétrica. https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em 20/03/2023 EPE-BEN2022. Balanço Energético Nacional – 2022. https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoesdados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-675/topico-638/BEN2022.pdf Acesso em 16/05/2023 EPE-CONSUMO. Consumo Residencial de Energia Elétrica por Classes de Renda. Disponível em https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dadosabertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao729/FactSheetConsumoPorClassesDeRenda_Final09032023.pdf . Acesso em 03/04/2023 EPE-MEE. Matriz Energética e Elétrica. https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica. Acesso em 20/03/2023 GALVÃO, W. Fundamentos de conforto ambiental para aplicação no projeto de arquitetura: conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica - São Paulo, 2016. GIVONI, B. Man, Climate and Architecture. London: Applied,1981

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Desempenho de Edificações Habitacionais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.575 - Norma de



UBS MODULAS Proposta de uma UBS de construção rápida e modular em Light Steel Frame Bruna Rodrigues Pereira de Lira

Resumo

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham um papel fundamental na vida da população brasileira. Elas são a porta de entrada para o sistema de saúde e oferecem cuidados médicos essenciais, promoção de saúde e prevenção de doenças. A importância das UBS reside na acessibilidade, diagnóstico precoce, tratamento de condições médicas comuns e na promoção de uma população mais saudável. Além disso, essas unidades aliviam a sobrecarga dos hospitais, tornando os serviços de saúde mais eficazes e acessíveis a todos. As UBS desempenham um papel vital na construção de uma sociedade mais saudável e no bem-estar da população brasileira.

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Figura 01 : fachada. Fonte: acervo do autor

Tecnologia Aplicada ao Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão


BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Introdução Nesse sentido, a UBS é a primeira referência para quase metade da população brasileira. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47,9% das pessoas costumam recorrer a esse serviço quando têm algum problema (BARREIRA, 2015) Portanto, fica evidenciado a importância das UBS’s como apoio à saúde preventiva para a população, evitando o desenvolvimento de doenças e reduzindo os impactos de eventuais problemas na saúde dos pacientes. Atualmente o Brasil, e principalmente São Paulo (o estado mais rico e populoso da federação), carece de unidades. Segundo o médico sanitarista e pesquisador Jorge Kayano, o ideal é ter uma UBS para cada 20 mil habitantes. Atualmente São Paulo conta com pouco mais de 460 UBSs, mas deveríamos ter pelo menos 575 unidades para que a média fosse atingida, um déficit em torno de 20% (IG Saúde 2019) Em adição, de acordo Labosierre (2018), em fiscalizações realizadas pelo conselho regional de medicina de Brasília, foi constatado que em 81 UBSs não havia consultórios, em 268 não havia sala de procedimentos/curativos e 551 não tinham recepção/sala de espera. Também, 34% dos locais vistoriados não possuíam sanitários adaptados para deficientes, 18% não tinham sala de expurgo, 16% não possuíam sala de atendimento de enfermagem, e 13% não dispunham de farmácia ou distribuição de medicamentos

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Além disso, várias Unidades encontram-se em situações delicadas pelo país. Problemas de infraestrutura, condições de higiene precárias e falta de equipamentos básicos foram algumas das fragilidades identificadas pelos conselhos regionais de medicina em estabelecimentos da rede pública. (Agência Brasil 2018)

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Proposição Diante dessas carências, a proposta deste trabalho de conclusão de curso (TCC) é desenvolver uma abordagem de construção rápida usando o sistema construtivo light steel frame para atender às necessidades quantitativas das UBS de forma eficiente Verificando as quantidades de UBS por distrito, nota-se que o distrito da Consolação com 57 mil habitantes se encontra sem nenhuma UBS, segundo o médico sanitarista e pesquisador já citado anteriormente, deveríamos ter uma UBS à cada 20 mil habitantes. Contudo, na Consolação os habitantes utilizam-se da UBS Humberto Pasquale no distrito vizinho de Santa Cecília, que já conta com 80 mil habitantes, devido a essa demanda a UBS encontra-se sobrecarregada. Levando o estudo em consideração, o terreno escolhido para implantação deste projeto, se localiza na rua Coronel José Eusébio, no distrito da Consolação.

Figura 03: estudo volumétrico. Fonte: acervo do autor Para dar início à modulação estrutural da edificação, uma grade de 1,20mx1,20m foi planejada no terreno, seguindo o padrão de modulação do sistema Light Steel Frame, que permite intervalos de 40 cm ou 60 cm entre os elementos estruturais. Essa abordagem simplificou a organização dos componentes da construção, otimizando o processo de montagem, garantindo eficiência no sistema Light Steel Frame.

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De início, em amarelo, foi colocada a área total que o projeto ocuparia de 500m2, já em verde temos a porcentagem mínima de acordo com a Quota ambiental de 25%, com isso imposto o terreno deve reservar 189,75m2 para áreas permeáveis

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Figura 02: mapa de são Paulo. Fonte: acervo do autor


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A volumetria do projeto foi concebida para viabilizar a ventilação higiênica em cada ambiente. Essa solução foi alcançada por meio da inclusão de um pátio interno, que não apenas adiciona uma camada de aberturas para os caixilhos, mas também fomenta a ventilação, otimizando assim a qualidade do ar em toda a edificação.

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Figura 04: estudo volumétrico. Fonte: acervo do autor

Figura 05: recepção. Fonte: acervo do autor

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Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA (ABCEM) E CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO (CBCA). Cenário dos fabricantes de perfis galvanizados para light steel frame e drywall 2022. e8 Inteligência – São Paulo, 2022. ASSOSSIAÇÃO BRASILERIA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16970-1: Light Steel Framing — Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas delgadas Parte 1: Desempenho. 2022. ASSOSSIAÇÃO BRASILERIA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16970-2: Light Steel Framing - Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas delgadas Parte 2: Projeto estrutural 2022. ASSOSSIAÇÃO BRASILERIA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16970-3: Light Steel Framing - Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço formados a frio, com fechamentos em chapas delgadas Parte 3: Interfaces entre sistemas. 2022. Diretrizes da Atenção Básica. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/DIRETRIZES_CAB_novembr o_2022.pdf>. Diretrizes Técnicas para Apresentação de Projetos e Construção de Unidades Básicas de Saúde [s.l: s.n.]. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_tecnicas_apresentacao_projetos_construcao_unid ades_basicas_saude_vol_1.pdf>

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MINISTÉRIO, D.; SAÚDE. Brasília -DF 2006 MANUAL DE ESTRUTURA FÍSICA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SAÚDE DA FAMÍLIA Série A. Normas e Manuais Técnicos. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_estrutura_ubs.pdf>.



Um estudo sobre construções com painéis monolíticos em EPS A busca por novas técnicas construtivas Deborah Melo Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

Figura 1: Render - Entrada principal da residência (autoral) 2023 Resumo

segundo artigo publicado pelo CBIC (2023). O cenário da construção no Brasil ainda se mantém conservador em sua evolução construtiva. Uma das razões é a utilização do mesmo método construtivo por décadas: A tradicional alvenaria de blocos, existe uma série de razões determinantes para estas escolhas: disponibilidade, acessibilidade dos materiais, tradição, conhecimento técnico passado por anos, entre outros. Introdução-Neste trabalho acadêmico, iremos abordar algumas questões relevantes e nos aprofundar no sistema de painéis monolítico de EPS. Vamos explorar as características dos painéis tanto para fechamento, como para paredes autoportantes, serão relacionados as vantagens e limitações do sistema, faremos um breve comparativo entre o sistema tradicional com blocos e Stell Frame, sustentabilidade, falaremos dos estudos de caso, execução no canteiro de obras, sustentabilidade, prazo de execução em obra.

Foi criado um projeto residência unifamiliar, 100% projetado para o sistema monolítico em EPS, com paredes autoportantes segue:

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por inovações tecnológicas, custo e agilidade, desponta como fatores impulsionadores desse crescimento,

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Vivemos um crescimento satisfatório no setor da construção civil em nosso país. Nesse contexto, a busca


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Figura 2: - Corte perspectivado (autoral) 2023

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Figura 3: - Detalhamento construtivo (autoral) 2023

LAJE

LAJE

U - VERGA

U - CONTRAVERGA

Figura 4: - Detalhamento construtivo (Zapi Soluções Construtivas) 2023

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Mapas Implantação

Figura 5: - Mapa de Implantação (autoral) 2023

Figura 6: - Mapa de Uso do Solo (autoral) 2023

Programa de necessidades

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Mapa Projeto e Uso do Solo


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Figura 7: -Programa de necessidades (autoral) 2023 Memorial descritivo- Ao chegar na casa o visitante será recebido por um pergolado, à sua esquerda terá uma espaçosa garagem com espaço para dois carros e na frente da casa haverá dois jardins emoldurando a fachada. Ao entrar, você se deparará com uma sala se estar aconchegante e bem iluminada. À esquerda será possível ver o lavabo social. À direita, será possível ver a escada com um jardim sob seus degraus. Da sala de estar será possível ter uma visão direta da sala de jantar e da cozinha, que será moderna e equipada com eletrodomésticos de última geração. Os armários serão planejados, proporcionando bastante espaço de armazenamento e a bancada será ampla. Grandes portas de correr permitirão a entrada de luz natural, destacando a decoração cuidadosamente

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escolhida. Um elegante jardim de inverno adicionará um toque de natureza ao ambiente, criando um local sereno para relaxar e apreciar a vista para o exterior. Conectada à cozinha, haverá uma área gourmet equipada com uma churrasqueira de alta qualidade. Este espaço será ideal para entretenimento, onde amigos e familiares poderão se reunir para desfrutar de refeições juntos. No térreo também haverá um escritório e uma suíte. Ao subir as escadas, será possível alcançar três suítes. No último andar também dá acesso a um terraço espaçoso que proporcionará uma vista panorâmica do entorno. Este será um local perfeito para desfrutar de noites estreladas ou para realizar eventos sociais mais intimistas. A lavanderia e um lavabo poderão ser acessados ao sair da área da churrasqueira e virando-se à direita. Esta casa combinará funcionalidade e estilo e oferecerá uma atmosfera acolhedora e elegante para seus moradores e convidados.

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Tabela comparativa VANTAGENS

VANTAGENS

PAINEL MONOLÍTICO EPS

SISTEMA CONVENCIONAL DE BLOCO

VANTAGENS STEEL FRAME

Redução de resíduos da construção. O Poliestireno não libera substancias toxicas ou nocivas.

Acessibilidade de materiais método mais construído no pais. Facilidade de mão de obra.

Todas as sobras de EPS são 100% reciclados.

Possibilidade futura de alguma alteração no projeto.

Redução de resíduos da construção. Sustentável, pois grande parte da matéria-prima utilizada é reciclada. Obra mais rápida.

Não conter materia organica, inibe o crescimento de micro organismo.

Oferece versatilidade e flexibilidade.

Facilidade de execução e manutenção de instalações.

EPS utilizado para os paineis são auto extingivel o produto não produz chama.

Menor custo na execução por possuir concorrência no mercado.

Ganho de área, porque a espessura das paredes internas nas edificações em steel frame é menor.

Obra mais rápida.

Aceitacao imediata dos clientes, por ser um método já conhecido no Menor número de etapas de construção mercado. Facilidade de negociacao de material por ter um amplo mercado e Alta durabilidade por se tratar de perfis metálicos. concorrência.

Facilidade de execução e manutenção de instalações. Durabilidade e resistencia

Sem limites de altura, por utilizar em sua execução vigas e pilares.

Precisão no orçamento o valor e dado de acordo com o projeto. Caixa Econômica financia até 80% o valor da obra ate 30 anos. Mas analisa o projeto antes e tem que seguir o manual da caixa. Conforto térmico e acústico Sistema a seco

DESVANTAGENS

DESVANTAGENS

DESVANTAGENS

Limite de altura de ate 4 pavimentos, para os projetos 100% constituido em painel monolitico.

Desperdício na introdução de tubulações elétricas e hidráulicas.

Falta de mão de obra especializada.

Falta de mão de obra qualificada no mercado.

Maior tempo de execução, para retirar as formas e escoramentos.

Limitação de altura entre quatro e cinco andares.

Ne ce s s ida de de loca o de e quipa me nto pa ra pa ra proje çã o da a rga ma s s a e s trutura l.

Alto índice de entulho.

Barreira cultural, resistência ao substituir do processo convencional conhecido há décadas por outro inovador.

Controle na preparacao da argamassa estrutural com medidas É necessário uma fundação mas robusta para sustentação do corretas de aditivo, fibra de polipropilenio e agregados, como água concreto e o peso dos bloco. e cimento.

Custo diferenciado da matériaprima (aço), por se tratar de um sistema com materiais também diferenciados.

Financiamento pela Caixa Economica Federal, só é possivel se for Utilização de formas de madeira, gerando mais material para utilizado como vedacao ou fechamento no projeto, tornando-se um descarte, pois nem sempre podem ser reaproveitados. método costrutivo misto.

Seguimento para casas de padrão.

Limite de altura de até 4 pavimentos, para os projetos 100% constituídos em painel monolítico.

Possui baixa produtividade relativa durante a execução. Espaço físico para armazenamento de material.

MÉDIA DE VALOR POR M²

MÉDIA DE VALOR POR M²

Custo R$ 1.700,00 m²

FUNDAÇÃO UTILIZADA

MÉDIA DE VALOR POR M²

Custo R$ 1.716,30 m²

FUNDAÇÃO UTILIZADA

Custo R$ 3.000,00 m²

FUNDAÇÃO UTILIZADA

Viga baldrame combinada com sapatas para distribuição de cargas. Viga baldrame combinada com sapatas para distribuição de cargas. Mais utilizada o Radier Radier Radier Estacas Estacas

http://eps.plastivida.org.br/quem-somos https://www.mdue.it/pt/historia-produtores.php https://www.mdue.it/pt/ https://www.google.com/search?q=quem+foi+angelo+candiracci+na+italia+&sca_esv=579048160&sxsrf= AM9HkKmiEXDLzX76JJNjy4q_9Fgnj47vFg%3A1698984150047&ei=1nBEZb-Aunb1sQPwvCMsAo&ved=0ahUKEwi_gfiVaaCAxXprZUCHUI4A6YQ4dUDCBA&uact=5&oq=quem+foi+angelo+candiracci+na+italia+&gs_lp=Egxnd 3Mtd2l6LXNlcnAiJXF1ZW0gZm9pIGFuZ2VsbyBjYW5kaXJhY2NpIG5hIGl0YWxpYSAyBRAhGKABMgUQ IRigAUi5O1CBCViENHABeAGQAQCYAdUCoAHSGaoBBzAuOS41LjK4AQPIAQD4AQHCAgoQABhHG NYEGLADwgIEECMYJ8ICCBAhGKABGMMEwgIKECEYoAEYwwQYCuIDBBgAIEGIBgGQBgM&sclient= gws-wiz-serp#fpstate=ive&vld=cid:50cb3f70,vid:pL6RpQ_jSGo,st:0

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Referências

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Figura 8: -Tabela comparativa (autoral) 2023



Centro de Atenção Psicossocial III Conectando mentes e espaços na cidade de Dourados/MS Evelyn dos Santos Ferreira

Resumo Este trabalho busca compreender a contribuição de um centro de atenção psicossocial na reintegração de indivíduos com transtornos mentais em Dourados/MS. Utilizando textos, dados estatísticos, mapas e imagens, esta análise comprova a carência de recursos e espaço adequado nas unidades de tratamento mental da cidade. Diante dessa problemática, propõe-se a criação de um CAPS III no antigo Dourados Park Hotel, um marco histórico e cultural inativo há mais de uma década. O projeto alinha-se à luta antimanicomial, buscando a transformação do modelo desumano de tratamento psiquiátrico e a substituição de instituições tradicionais por centros que promovam a inclusão social, conforme preconizado pela Lei 10.216, de 2001.

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Figura 01: Vista da Sala de atendimento Psicológico Infantil. Fonte: acervo da autora

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Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino


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Introdução A cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul (MS), destaca-se como referência em saúde mental na região, atendendo mais de mil pacientes por mês por meio do PAM (Pronto Atendimento Médico), Caps II, Caps AD (área de álcool e outras drogas) e PAI (policlínica de atendimento infantil). No entanto, plenárias ao longo dos anos discutiram o abandono e a precarização dessas instituições. Com base neste cenário, a existência de um ou mais locais que possa promover na cidade de Dourados uma melhor funcionalidade de serviços prestados, ambiente de qualidade para o trabalho de profissionais e voluntários deste sistema se torna uma grande problemática. A expansão de estruturas físicas que atendem a padrões de conforto ambiental, promovendo tratamento multidisciplinar de qualidade, destaca o papel do arquiteto como agente influente na promoção do bem-estar dos usuários e do entorno do edifício.

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Figura 02 : reunião com a comunidade. Fonte: acervo da autora

Figura 03 : corredor de espera no PAM. Fonte: acervo da autora O início da análise se deu por meio de levantamento teórico sobre o tema saúde mental, buscando entender as transformações no tratamento de pessoas com transtornos mentais ao longo da história, após foi feito o estudo sobre a atual situação dos pacientes e familiares na cidade de Dourados (MS). Além disso, foram utilizados estudos de caso para o entendimento de como se dá o espaço de hospitais e centros de atenção psicossocial. A partir da compreensão sobre o tema, foi escolhido o espaço, o edifício Hotel Park Dourados é um espaço simbólico e de memória, que estava em precárias situações, mas que possui enorme potencial. O local possui fácil acesso, com ciclovia e ponto de ônibus. Contudo, procurou-se estabelecer diretrizes para a proposta arquitetônica de modo a potencializar as atividades que ali podem ocorrer e ressignificar o espaço.

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Local Existente Algumas construções urbanas, devido à sua imponência e grandeza, acabam se tornando elementos marcantes no imaginário da população, transformando-se em pontos turísticos, mesmo quando desativadas ou sem uso. O cidadão residente em Dourados ou o visitante preferencial deixa de notar o edifício que projetado pelo Arquiteto Ruy Arini e inaugurado em 1982, abrigou o Dourados Park Hotel até o final dos anos 90. Considerado um dos hotéis mais renomados da época, o Dourados Park Hotel foi cenário de diversos eventos esporádicos e tradicionais, como réveillons e casamentos. Entre as figuras ilustrativas que passaram por suas instalações, destacam-se personalidades do cenário político, como o ex-presidente do Paraguai Juan Carlos Wasmosy e o ex-deputado Ulysses Guimarães. Ulysses esteve presente para prestigiar o casamento da filha do ex-prefeito Braz Melo, ocorrido em 1992, cuja recepção aos noivos teve lugar no salão de festas do hotel.

Projeto O partido do projeto buscou alinhar-se com as necessidades da cidade, criando ambientes acolhedores, funcionais e terapêuticos que promovam o bem-estar dos usuários profissionais e voluntários. Os princípios utilizados em projeto foram: Inclusão e acessibilidade ( circulação, banheiros e salas pensados para deficientes), colaboração interdisciplinar (O partido destaca a importância da colaboração entre arquitetos, profissionais de saúde, gestores e comunidade), Humanização do espaço( uma abordagem centrada no ser humano, considerando elementos de design que promovam o conforto, a privacidade e a segurança), Comunicação Visual e Estética Inspiradora ( a utilização de cores, texturas que contribuem para inúmeros tratamentos).

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Figura 04 : fotos do estado atual do Dourados Park hotel. Fonte: acervo da autora

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Atualmente, o hotel tem sido frequentemente mencionado em reportagens que abordam casos de crimes e negligência, especialmente por parte da prefeitura. Isso ocorre porque a região do seu entorno também está em estado de abandono, caracterizada por vegetação alta, sujeira, ausência de asfalto, falta de saneamento básico e tornando-se uma área propensa a constantes alagamentos.


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Figura 05: Planta do Térreo. Fonte: acervo da autora.

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Figura 06: Planta do 1° Pavimento. Fonte: acervo da autora.

Figura 07: Planta do 2° Pavimento. Fonte: acervo da autora.

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Figura 08: Vistas 1 e 2. Fonte: acervo da autora.

Figura 09: Vista da Sala de Praticadas complementares. Fonte: acervo da autora Referências

MENDONÇA, Gabriela Pereira. Centro de Atenção Psicossocial e a influência da arquitetura nos espaços de saúde mental. 2020. 46 f. Trabalho Final de Graduação (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. Acesso em: http://hdl.handle.net/11422/18559. OLIVEIRA, Raquel Diniz. REVITALIZAÇÃO PATRIMONIAL. 2006. 13 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federalde Minas Gerais- UFMG, MinasGerais, MG, 2006. Disponível em: https://www.unisantos.br/pos/revistapatrimonio/images/artigos/Ensaio1_JulAgoSet08.pdf. Acesso em: 21 maio 2023.

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AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Paulo Amarante. Rio de Janeiro. Fiocruz, 2007. AMARANTE. Paulo. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. / coordenado por Paulo Amarante. - Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.BRASIL. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasil. Ministério da Saúde. SAS/DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Saúde Mental em Dados – 12, Ano 10, nº 12, outubro de 2015. Brasília, 2015. Informativo eletrônico de dados sobre a Política Nacional de Saúde Mental. 48p FONTES, Maria Paula Zambrano. Imagens da Arquitetura da Saúde Mental: Um Estudo sobre a Requalificação dos Espaços da Casa do Sol, Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira/Maria Paula Zambrano Fontes. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU/PROARQ, 2003

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ABNT. NBR 9050:2020. Acessibilidade a edificações. Mobiliário espaços e equipamentos urbanos.



NEWºRO CENTER Centro de Referências para doenças neurodegenerativas Graziela Zanella Oliveira Dalgê Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

O tratamento específico para doenças neurodegenerativas é essencial para garantir a qualidade de vida dos pacientes. Dada a incurabilidade dessas condições, uma abordagem personalizada visa retardar a progressão, controlar sintomas e promover conforto e independência. Além da intervenção medicamentosa, a humanização dos espaços de saúde desempenha um papel crucial, impactando as condições físicas e emocionais dos pacientes, especialmente aqueles fragilizados pela doença. Este trabalho visa atender às necessidades dos pacientes em uma unidade integrada, considerando a influência direta das doenças neurodegenerativas na mobilidade em fases avançadas. O local deve oferecer apoio abrangente, incluindo tratamentos, terapias alternativas (como acupuntura e musicoterapia) para promover bem-estar emocional e estimulação cognitiva. Consultas, redes de informação e convivência, bibliotecas, salas comuns e jardins externos complementam a oferta, garantindo uma abordagem abrangente, humanizada e eficaz no cuidado desses pacientes, respeitando suas necessidades individuais e promovendo a inclusão em um ambiente compassivo e acolhedor.

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Resumo

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Figura 01: Perspectiva externa prédio ambulatorial. Acervo do autor.


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Introdução

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Este projeto, visa atender de forma integral às necessidades desses portadores dentro de uma mesma unidade, reconhecendo a impactante deterioração da mobilidade em estágios avançados das doenças neurodegenerativas. O local proposto deve oferecer todo suporte necessário, incorporando não apenas tratamentos farmacológicos, mas também terapias alternativas, tais como acupuntura, fisioterapia, atividades em academia, musicoterapia, entre outras. Essas terapias não apenas servem como complemento ao método convencional, mas também são fundamentais para promover o bem-estar emocional e estimular cognitivamente os pacientes, operando em estímulos tanto cerebrais quanto musculares. Adicionalmente, o ambiente planejado inclui consultas especializadas, uma rede robusta de informações e espaços de convívio projetados tanto para os pacientes quanto para seus acompanhantes. Elementos como bibliotecas, salas comunitárias e um jardim externo com atividades e oficinas contribuem para a criação de um ambiente que não só garante uma abordagem abrangente e eficaz no cuidado desses pacientes, mas também os respeita em suas necessidades individuais. O resultado é a promoção da inclusão e a criação de um ambiente de cuidado compassivo e acolhedor que eleva significativamente a qualidade de vida dos portadores de doenças neurodegenerativas. O estudo inicial concentrou-se em analisar a lacuna existente no tratamento dedicado a indivíduos portadores de doenças neurodegenerativas, destacando a carência de um centro de referência especializado nessa área. A pesquisa ressaltou a importância crítica de humanizar os ambientes de saúde durante o processo de tratamento e recuperação do paciente. Este levantamento identificou a falta de um centro específico na cidade de São Paulo, justificando a necessidade premente de um espaço que ofereça cuidados especializados e personalizados para esse grupo vulnerável. Adicionalmente, uma investigação aprofundada foi conduzida sobre as doenças neurodegenerativas em questão, com o objetivo de aprimorar a compreensão dos tratamentos essenciais e de suporte. Essa análise mais detalhada foi crucial para desenvolver um programa de necessidades robusto para o projeto, considerando a falta de equipamentos especializados na cidade. Essa abordagem visa criar um ambiente que não apenas atenda às demandas médicas, mas também promova o bem-estar emocional e a independência dos pacientes. Com base nisso, foram estabelecidos fundamentos sólidos que serviram como base para a elaboração do projeto arquitetônico.

Figura 02 : Jardim Central. Fonte: acervo do autor

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Proposição

Figura05: Legenda de Ambiente. Fonte:

Figura06:Implantação. Fonte: Acervo do Autor

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Figura04: Planta Térrea. Fonte: Acervo do Autor

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Figura03. Distribuição dos espaços. Fonte: acervo do autor


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Figura07: Elevação Frontal. Fonte: Acervo do Autor

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Figura08: Elevação Lateral Direita. Fonte: Acervo do Autor

Figura09: Elevação Lateral Esquerda. Fonte: Acervo do Autor

Figura 10: Elevação Posterior. Fonte: Acervo do Autor

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Figura 11: Render Externo Hidroginástica.

Figura 13: Render Interno Ambulatorial.

Figura 12: Render Interno Hidroginástica.

Figura 14: Render Consultorio. Fonte:

Fonte: Acervo do Autor Referências BECK, C.L.C., et all. A linguagem sígnica das cores na resignificação (humanização) de ambientes hospitalares. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2007

D. Alves and F. Santos, “O Impacto Da Doença De Parkinson Na Qualidade De Vida De Dois Grupos De Doentes,” Revista da Faculdade de Ciências da Saúde, vol. 7, pp. 440-451, 2010 DÉOUX, Suzanne; DÉOUX, Pierre. Ecologia é a saúde: o impacto da deterioração do ambiente na saúde. Lisboa: Instituto Piaget, 1996 GULBENKIAN DESCOBRIR, MARATONA DA SAÚDE. Dossier Ciências em Cena, o Cérebro e as Doenças Neurodegenerativas. 2018. Disponível em: Dossie_2015_Neurodegenerativas.pdf (gulbenkian.pt) KOTH, Deyse. A influência da iluminação e das cores no ambiente hospitalar: a saúde vista com outros olhos. Especialize Revista On Line – Instituto de Pós-Graduação. 2013 OTITIGBE, Jessica. Transformando os cuidados em saúde e o bem-estar do paciente com a iluminação: Pesquisadores publicam relatório de workshop sobre sistemas de iluminação em ambientes de saúde. Instituto Politécnico Rensselaer, 2018.

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CORBELLA, Oscar. Em busca de arquitetura sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

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CANONICI, Emerson Luiz. Modelos de unidades e serviços para organização da atenção ambulatorial especializada em Sistemas Regionais de Atenção à Saúde. São Paulo, Proadi-SUS,2014



A cidade e a dança:

A intervenção da dança no espaço urbano em São Paulo Hingrid Brito

Resumo O tema explora a interação entre a cidade de São Paulo, sua arquitetura e a dança, com foco na utilização de espaços urbanos públicos como locais para a prática da dança e intervenção urbana. O trabalho busca compreender como a dança pode se integrar ao ambiente urbano e influenciar a forma como as pessoas percebem e utilizam esses espaços. Como parte da fundamentação do trabalho, foi projetado um pavilhão da dança que servirá como um espaço de prática e apresentações de dança em áreas do Largo da Batata, de modo a se integrar com a arquitetura urbana da cidade.

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Figura 01: Pavilhão da dança no Largo da Batata. Fonte: acervo do autor

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Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino


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Introdução A busca por novos espaços públicos para coreografias e aulas de dança, é um movimento cada vez mais relevante em meio às dinâmicas urbanas contemporâneas. Este trabalho tem como seu objetivo principal justamente discutir e abordar esse movimento em sua essência, destacando a necessidade de espaços acessíveis e gratuitos que possam acomodar e fomentar a prática da dança. A proposta de projetar um abrigo para essa atividade surge como resposta a uma carência evidente de estruturas urbanas que atendam essa atividade. Além de analisar a escassez de espaços apropriados, este estudo se propõe a explorar a relação intrínseca entre a arte da dança, o indivíduo e o espaço público urbano. Ele visa destacar as consequências e desafios inerentes à ressignificação de um local que, em virtude desse movimento, adotará uma nova finalidade. A adaptação e transformação de espaços urbanos em cenários para a dança não apenas enriquecem a paisagem urbana, mas também trazem à tona questões complexas e estimulantes acerca

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do uso compartilhado desses lugares.

Figura 02: Implantação. Fonte: acervo do autor A transformação de uma área de passagem em um local vibrante de atividades é crucial para a revitalização do espaço urbano. No Largo da Batata, essa metamorfose se mostra ainda mais essencial quando consideramos a ausência de um equipamento público dedicado à prática de dança. Ao criar um local dedicado a essa atividade, não apenas atende a uma demanda existente, mas também promove uma mudança significativa na dinâmica da região. O espaço de passagem se transforma em um ponto de encontro, um ambiente de aprendizado e expressão artística, contribuindo para a construção de uma comunidade.

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Proposição O local escolhido para abrigar o pavilhão é o retângulo vermelho do Largo da Batata, pois nele não possui diferenciação de piso e já acontecem atividades e eventos de dança. O acesso para o pavilhão pode ser feito através das ruas que o cercam: Rua Martim Carrasco, Rua Fernão Dias, Rua Berel Aizenstein, Rua Teodoro Sampaio e Av. Brig. Faria Lima, além da saída do metrô Faria Lima. O programa do pavilhão dispõe de 4 salas de dança de aproximadamente 30 m² e no seu núcleo há um depósito, no qual é acessado através do corredor central. Como edifício de apoio, foi projetado banheiros ao lado do pavilhão - feminino e masculino com 1 banheiro adaptado para PCD em cada. Também

Esses edifícios possuem o concreto como elemento construtivo principal, sendo empregado nas vigas, pilares e na laje. A utilização de portas de enrolar de chapa de aço galvanizado para o fechamento externo do pavilhão, possibilita que o espaço possa ser completamente aberto, exibindo as atividades realizadas dentro, além dos vidros superiores que permitem a entrada de luz natural. As portas camarão de madeiras usadas internamente, permitem ampliar as salas diante da demanda de pessoas. O piso de madeira inserido, além de absorver o impacto, proporciona a quantidade certa de aderência e deslizamento para diferentes estilos de dança.

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Figura 03: Planta layout do pavilhão. Fonte: acervo do autor

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contempla com bebedouros que são abrigados por uma marquise.


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Figura 04: Vista frontal do pavilhão. Fonte: acervo do autor

Figura 05: Vista frontal do edifício de apoio (banheiros). Fonte: acervo do autor

Proposto a realização de um desenho em grafite na caixa d’água, que é uma forma de arte urbana realizada em espaços públicos e que pode servir como referência de localização e ponto de encontro.

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Figura 06: Visão geral dos edifícios. Fonte: acervo do autor

Referências BEZERRA, Juliana. História da Dança: A origem e evolução da dança. [S. l.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/historia-dadanca/#:~:text=A%20dan%C3%A7a%20nasceu%20com%20os,dan%C3%A7avam%20desde%20a% 20pr%C3%A9%2Dhist%C3%B3ria. Acesso em: 18 nov. 2022.

onde-todas-as-tribos-se-encontram/#google_vignette. Acesso em: 14 set. 2023. CARDOSO, Ricardo José Brügger. A cidade como palco. O centro urbano como da experiência teatral contemporânea – Rio de Janeiro – 1980/1992. Tese de doutorado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, 2005. CARDOSO, Ricardo José Brügger. Inter-relações entre espaço cênico e espaço urbano. In: Evelyn F. W. Lima (Org.). Espaço e Teatro: do edifício teatral à cidade como palco. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008. RIBEIRO, Tiago Nogueira. Dança e intervenção urbana: a contribuição do regime dos editais para a espetacularização da arte e da cidade contemporânea. FAP: Revista Científica, Curitiba, v.11, p.113121, jul./dez. 2014

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jun. 2016. Disponível em: https://passeiosbaratosemsp.com.br/centro-cultural-sao-paulo-um-espaco-

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BIGNAMI, ROSANA. Centro Cultural São Paulo: um espaço onde todas as tribos se encontram. [S. l.], 25



Estratégias de sustentabilidade aplicadas ao edifício de uso misto na Barra Funda Olivia Ferraz

Resumo Esse trabalho apresenta um edifício de uso misto com estratégias de sustentabilidade na Barra Funda. A sustentabilidade busca o equilíbrio entre necessidades básicas, proteção e conservação de recursos naturais e do meio ambiente de modo a não afetar negativamente as futuras gerações.

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Figura 01 : Inserção, frente do terreno na Av. Marquês de São Vicente. Fonte: acervo do autor.

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Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino


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Introdução A sustentabilidade aplicada à arquitetura e à construção civil é fundamental para garantir um desenvolvimento urbano mais equilibrado e consciente, que leve em consideração o impacto ambiental, social e econômico das edificações. O edifício de uso misto é uma solução que vem sendo muito utilizada, uma vez que permite a combinação de diferentes funções em um mesmo espaço, o que aumenta a ecoeficiência do uso do terreno, reduz o impacto socioambiental e também a necessidade de deslocamento. Assim, o estudo de estratégias sustentáveis aplicadas a edifícios de uso misto se torna ainda mais relevante. A Barra Funda é um bairro em processo de transformação, com grande potencial para a implementação de soluções sustentáveis. Portanto, a análise e a proposta de soluções para edifícios de uso misto na região podem contribuir para um desenvolvimento urbano mais sustentável, equilibrado e consciente. A proposta objetiva um edifício de uso misto aproximando emprego e moradia que promova a sustentabilidade, e contribua para a transformação sustentável da Barra Funda. O objetivo específico é apresentar um projeto arquitetônico sustentável e ecoeficiente, proporcionando o bem-estar dos usuários, contribuindo para redução de impactos socioambientais e inspirando demais construções a adotarem práticas sustentáveis. Para isso, se faz necessária a busca por soluções integradas e inovadoras que promovam a ecoeficiência, o uso racional de recursos naturais e a redução dos impactos socioambientais, sem comprometer o conforto e a funcionalidade do espaço construído, considerando as características específicas do local onde o edifício será construído, como clima, a demanda e disponibilidade de recursos naturais e infraestrutura urbana.

Proposição

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O partido do programa foi a integração de estratégias sustentáveis para minimizar o impacto ambiental, com foco na criação de um edifício de uso misto, criando um local estrategicamente localizado e de fácil acesso, com potencial de melhorar a qualidade de vida da população. Localizado na avenida Marquês de São Vicente junto a rua José Gomes Falcão, o edifício abrigará uma variedade de comércios e prestadores de serviços, como mercados, restaurantes e bares. A intenção é que esses estabelecimentos funcionem em horários diversificados, o que contribuirá para combater a desertificação da área após o horário comercial, bem como revitalizar a região. A área residencial, composta por cinco torres de 23 andares, oferece lazer completo. O primeiro pavimento destina-se a uma ampla área verde e os pavimentos superiores contam com seis apartamentos por andar. Além disso, foram implementadas diversas práticas e recursos sustentáveis, como o uso de concreto UHPC e blocos de concreto de carbono negativo na construção, placas solares no telhado, pisos de pneus reciclados nas áreas de lazer como na quadra poliesportiva e no parquinho, além da implementação de áreas verdes permeáveis. É importante ressaltar que o projeto não contempla vagas de estacionamento para os condôminos, porque ele visa incentivas o uso de meios alternativos e sustentáveis de locomoção, como a bicicleta e o transporte coletivo aproveitando a ampla oferta de transporte público na região. Pensando em favorecer a mobilidade a pé, a calçada foi alargada, proporcionando um maior conforto e segurança aos pedestres. O lote de aproximadamente 9.383 m2 foi setorizado em alguns usos principais: comercial, pequenos prestadores de serviços e residencial, sendo esse último com maior porcentagem de área construída.

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Figura 03 : Planta primeiro pavimento. Fonte: acervo do autor.

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Figura 02 : Planta baixa térreo. Fonte: acervo do autor.


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Figura 04 : Planta de cobertura. Fonte: acervo do autor.

Figura 05 : Corte AA. Fonte: acervo do autor.

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Figura 06 : Corte BB. Fonte: acervo do autor.

MVRDV. MVRDV Architecture, 2022. Valley. Disponível em: <https:// www.mvrdv.nl/projects/233/valley> <https://www.mvrdv.nl/stack-magazine/4243/gideon-maas-land-valley-details-structure-facade> <https://www.mvrdv.nl/news/4240/dream-images-made-build-able-mvrdv-valley-amsterdam-open> Acesso em: 25 de nov. de 2022 ONU. ONU Brasil, 2020. A ONU e o meio ambiente. Disponível em: < https://brasil.un.org/pt-br/91223onu-e-o-meio-ambiente> Acesso em: 2 de maio de 2023 PAPANEK, Victor, O Verde Imperativo, tradução nossa, 1 ed. Londres: Editora Thames & Hudson, 2022. 352 p. POTTER, Claire, Bem-vindo à Economia Circular, tradução nossa, 1 ed. Londres: Editora Laurence King, 2022. 192 p. TEAM V. Haut, 2022. Haut Team V. Disponível em: <https://teamv. nl/project/haut/> Acesso em: 14 de set. de 2023

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ABRAINC. ABRAINC, 2022. Brasil é o quinto país com mais empreendimentos sustentáveis. Disponível em: <https://www.abrainc.org. br/sustentabilidade-e-urbanismo/2022/01/13/brasil-e-o-quinto-pais-commais-empreendimentos-sustentaveis/> Acesso em: 11 de abr. de 2023

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Referências



Conjunto habitacional de interesse social: Steel Green Tatuapé Proposta de edificação de interesse social utilizando Light Steel Frame – LSF Raquel Zanquini Laurindo Orientador: Prof. Dr. Walter José Ferreira Galvão

Este trabalho aborda o direito universal à moradia, conforme estabelecido no artigo 6º da Constituição. Diante da enorme defasagem habitacional no Brasil e da persistente falta de habitações adequadas, foi desenvolvido um estudo preliminar projetual de um conjunto habitacional para a população de baixa renda, com unidades habitacionais que garantam conforto e funcionalidade, utilizando o método construtivo Light Steel Frame (LSF). O objetivo é suprir essa demanda de forma rápida, econômica e proporcionar condições dignas de moradia.

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Resumo

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Figura 01: Perspectiva Frontal. Fonte: Acervo do autor.


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Introdução Abordaremos a carência habitacional no Brasil, focando em Habitação de Interesse Social na zona leste de São Paulo. destacando a importância da moradia adequada no país, ressaltando condições básicas necessárias para uma moradia digna, incluindo infraestrutura, acessibilidade e proximidade a serviços essenciais. Fundamentados em dados sobre déficit habitacional no Brasil e em São Paulo, usando fontes confiáveis para embasar a magnitude do problema, considerando a legislação, contexto social e político de São Paulo assim como tambem apresentar as características e particularidades do método construtivo escolhido. Objetivos e metodologias •

Objetivo Geral: Elaborar um projeto de Habitação de Interesse Social (HIS) com a técnica Light

Steel Frame (LSF). •

Objetivos Específicos: Suprir a demanda habitacional, proporcionar moradia digna e rápida,

considerando conforto térmico, acessibilidade e sustentabilidade. •

Referências Teóricas: Citações de literatura acadêmica, documentários, projetos da mesma

magnitude e contexto e referências de especialistas em construção civil e arquitetura. •

Legislação e Normas: Análise das regulamentações pertinentes, como a NBR 15575 e leis

municipais. •

Consulta a Especialistas: Diálogo com profissionais e fornecedores do método LSF para

compreensão prática e detalhada. Este processo permitiu a elaboração de um programa de necessidades criterioso para o terreno em questão. Após considerar as legislações pertinentes ao escopo do projeto, foi proposto a construção de

29.366,80 m². A distribuição percentual desse espaço é estruturada em 45% para residências, 35% para

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áreas compartilhadas (permeáveis e impermeáveis) e 20% destinados ao estacionamento.

A proposta

contempla a construção de 12 blocos residenciais de térreo + 4 pavimentos, um bloco de estacionamento com capacidade para 240 vagas, incluindo vagas de acessibilidade e espaços compartilhados. O projeto adota a tecnologia construtiva citada anteriormente para a estruturação tanto das residências quanto do estacionamento.

Figura 02:Fluxograma. Fonte: acervo do autor

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Proposição A volumetria do projeto foi pensada para que exista uma integração fluida entre o interno e externo, através de grandes jardins e áreas permeáveis. Para acomodar por pavimento 4 unidades habitacionais sem que perdesse a premissa de integração verde, e priorizasse a circulação interna foi criado o recorte para inclusão de jardim interno permeável no bloco, entre unidades habitacionais.

Figura 03: Concepção de formas. Fonte: acervo do autor Para que as formas volumétricas escolhidas atendessem e se compatibilizem com o programa de necessidade, chegamos à diagramação abaixo onde temos 12 blocos idênticos, um bloco de estacionamento e um espaço compartilhado para eventos e festas e áreas permeáveis:

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Figura 05: Setorização. Fonte: acervo do autor

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Figura 04: Concepção da volumetria. Fonte: acervo do autor


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Figura 06: Implantação. Fonte: acervo do autor

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Figura 07: Planta baixa térreo. Fonte: acervo do autor

Figura 08: Perspectiva Posterior Fonte: Acervo do autor

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Figura 09: Perspectiva Hal escadas Fonte: Acervo do autor Referências ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 15575-1 – Edificações habitacionais – Desempenho (Parte 1) ARTIGO, Steel Frame, 12º Encontro científico cultural institucional. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. disponível em: https://fantasmafilmes.com/documentario-e-o-que-eu-vejo-e-e-o-que-eu-penso. FANTASMA FILMES, É o que eu vejo e é o que eu penso. Déficit habitacional Brasil: principais causas. GALVÃO, Walter. Copan/SP: A trajetória de um mega empreendimento da concepção ao uso. Dissertação de Mestrado. GALVÃO, Walter. Roteiro para diagnóstico do potencial de reabilitação para edifícios de apartamentos antigos. Tese de Doutorado. JOÃO PINHEIRO, Fundação, Deficit habitacional no Brasil. disponível em:

NASCIMENTO, Rafael Mendonça do. Certificação LEED para projeto de arquitetura. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). PREFEITURA, São Paulo, Código de obras e edificações, https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wpcontent/uploads/2018/04/codigo_de_obras_ilustrado.pdf VENTURI, Toni. Dia de festa. Documentário. Vimeo. WALTER J. F. GALVÃO; MARIANA ABREU; STEPHANE QUEIROZ NOGUEIRA, as preocupações com o desempenho acústico no desenvolvimento de leiautes de pavimentos tipo de edifícios de apartamentos multipavimentos: um estudo comparativo. Artigo Acadêmico. YUCA, Sobre morar: O que é HIS e a importância desse programa habitacional disponível em: https://blog.yuca.live/sobre-morar/o-que-e-his-e-a-importancia-desse-programa-habitacional/.

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MANUAL, de projetos do CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.

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https://fjp.mg.gov.br/deficithabitacional-no-brasil/.



Projeto Residencial Unifamiliar Utilização da técnica construtiva Light Steel Framing em terrenos com aclive acentuado Raul Emanuel Scanavino Orientador: Prof. Ms. Maurício Miguel Petrosino

A construção civil ainda é predominantemente artesanal com grande geração de resíduos, desperdício e baixa produtividade. A utilização de novas tecnologias industrializadas permite a racionalização dos processos, e o emprego do aço tem se mostrado capaz de mudar o panorama do setor. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de produtos siderúrgicos no país amplia as alternativas construtivas. Mesmo o Brasil sendo um dos maiores produtores de aço do mundo, a utilização desse material em estruturas de edificações é baixa quando comparado com a capacidade produtiva do parque industrial nacional. No entanto, faz se necessário a capacitação de profissionais nesse sistema construtivo para a redução dos prazos com a menor taxa de perdas possível. Nesse âmbito este trabalho pretende pesquisar e entender os aspectos positivos, bem como os negativos, do sistema construtivo em perfis de aço galvanizado moldados à frio conhecido internacionalmente como sistema Light Steel Framing. Além disso, propor um projeto residencial unifamiliar utilizando o sistema com a finalidade de demonstrar suas capacidades e aplicabilidade mesmo em um terreno inclinado.

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Resumo

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Figura 1: Perspectiva noturna da residência (do autor). Quadros da artista Shima Rabiee (shimarabiee.com)


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Introdução Até o fim dos anos 1990, estimou-se que 25% das residências construídas nos Estados Unidos foram no sistema Light Steel Framing (Bateman, 1998 apud SANTIAGO, 2012). No mesmo período pós segunda guerra as construções em LSF começaram a aparecer no Japão devido a demanda crescente de moradia após a destruição por bombardeios e incêndios alastrados pelo uso da madeira, sendo assim, o aço foi utilizado como substituto não-inflamável nas novas construções. Atualmente o sistema LSF vem ganhando mais destaque à medida que engenheiros e arquitetos passaram a divulgar seus projetos nas redes sociais. No entanto ainda há a crença de que as casas são fracas e desconfortáveis em seu desempenho térmico e acústico, isso devido às semelhanças do LSF (estrutural) com o já estabelecido sistema Drywall (não-estrutural). O que se revelou foi completamente o oposto, pois, quando construída seguindo todos os procedimentos específicos do sistema, a habitação se

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revela tão resistente quanto a alvenaria comum e com muito mais eficiência termoacústica.

Figura 2: Componentes do sistema Light Steel Framing. (do autor) Proposição O projeto inicia considerando uma cliente fictícia, Sra. Beatriz Ferrara, artista plástica, recémcasada, que solicita uma residência para abrigar sua família. O lote da proprietária fica na Av. Dona Maria Mesquita de Motta e Silva, no Bairro da Vila Andrade em São Paulo. A cliente solicita uma residência moderna, que seja confortável para ela e o marido, e futuramente para seus filhos. Também destaca a necessidade de um ateliê com pé-direito alto para trabalhar em suas produções artísticas. O lote possui 390 m², aproximadamente 11,4 m de frente e 34 m de comprimento. O terreno é em aclive com 47% de inclinação, desnível de 16 m dos fundos do lote até a rua de acesso. No sentido

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transversal a inclinação é de apenas 2%. Aparenta topografia natural, ou seja, será necessária uma mínima regularização. Possui lotes ocupados por residências ativas nos dois lados e nos fundos.

Os estudos de caso indicaram dois caminhos de interação da residência com o terreno inclinado, o primeiro, pousar a construção sob o terreno, e o segundo enterrando a casa na encosta criando patamares escavados na terra. Como já é de conhecimento no setor da construção civil o alto custo da

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Figura 5: Diagramas de partido arquitetônico. (do autor)

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Figura 4: Planta com curvas de nível e cortes longitudinais do terreno (do autor).


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movimentação de terra, propõe-se aqui, portanto, apenas a regularização do solo no lote, mantendo sua aclividade no sentido longitudinal, porém, nivelando sua inclinação transversal. Todavia, dois setores serão nivelados para receber as áreas externas da piscina e da garagem. Como os painéis (paredes) no sistema LSF não resistem a cargas laterais, não podem ser utilizados como contenções, sendo assim, a

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proposta seguirá pela intenção de pousar a construção da residência no terreno.

Figura 6: Vista da piscina e cozinha (do autor). Quadros da artista Shima Rabiee (shimarabiee.com) Figura 7: Vista do ateliê e escritório no mezanino (do autor). Quadros da artista Shima Rabiee (shimarabiee.com)

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Referências ACAYABA, M. Marcos Acayaba. [s.l.] Cosac & Naify, 2007. CRASTO, Renata C. M. Arquitetura e tecnologia em Sistemas Construtivos Industrializados - Light Steel Framing. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Ouro Preto - Ouro Preto, 2005. HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. Martins Fontes, 2002. IMBRONITO, Maria Isabel. Procedimento de projeto com base em retículas: estudo de casas de Eduardo de Almeida. Tese de Doutorado. FAUUSP - São Paulo, 2008. IWAMIZU, Cesar Shundi. Eduardo de Almeida. Reflexões sobre estratégias de projeto e ensino. Tese de Doutorado FAUUSP - São Paulo, 2015. NEVES, Laert Pedreira. Adoção do Partido na Arquitetura. EDUFBA, 2011. PETROSINO, Maurício Miguel. João Batista Vilanova Artigas - residências unifamiliares: produção arquitetônica de 1937 a 1981. Dissertação de Mestrado. FAUUSP - São Paulo, 2009. PETROSINO, Maurício Miguel. As casas Projetadas por J. B. Vilanova Artigas na cidade de São Paulo e a liberdade de sua pesquisa pelos caminhos para a arquitetura. Artigo publicado na Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo. IAUUSP - São Paulo, 2015. PIÑON, Hélio. Eduardo de Almeida. Edicions UPC - Barcelona, 2005.

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SANTIAGO, Alexandre Kokke. FREITAS, Arlene Maria Sarmanho. CRASTO, Renata Cristina Moraes de. Steel framing: arquitetura. Instituto Aço Brasil/CBCA - Rio de Janeiro, 2012.



Esta revista foi produzida em dezembro de 2023 pelo ARQLAB, com as famílias tipográficas Arial, Cambria e Futura.


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