A Tribuna - Novembro/Dezembro de 2016 - Edição 3.914

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Celebração de Corpus Christi, 30 de maio de 2013, em Campinas (SP). Foto de Carolina Grohmann.

50 anos de ordenação episcopal de Dom Gilberto Pereira Lopes

BOLETIM INFORMATIVO A TRIBUNA - ÓRGÃO OFICIAL DA ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS ANO 105 - EDIÇÃO 3.914 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016


“A minha presença é o Sim que dei ao convite”

P

POR BÁRBARA BERAQUET, COM INFORMAÇÕES DA REDAÇÃO

restes a completar 90 anos de

melhor. “Minha primeira lembrança é de uma via-

vida, destes, mais de 65 vividos

gem para a roça, em 1931. Da infância, lembro-me

como padre e 50 sob as vestes

principalmente de meus pais e meus irmãos”, relata

episcopais, Dom Gilberto Pereira Lopes carrega no rosto a marca da sabedoria, pelos anos e experiências vividas, e na alma uma espiritualidade tão profun-

Dom Gilberto em memórias redigidas este ano. Foi lá, na “Princesa do Sertão”, como é chamada a cidade, que frequentou o Seminário Menor.

damente enraizada que se estende aos que ele toca,

Filosofia e Teologia foram cursados na também

com suas palavras ou convívio, capaz de espalhar o

pernambucana Olinda, tendo como reitor o Padre

perfume da graça e do amor de Deus em nosso meio.

Luiz do Amaral Mousinho, futuro Bispo e primeiro

Nascido em 14 de fevereiro de 1927 na cidade

Arcebispo de Ribeirão Preto, e que mais tarde teria

bahiana de Santaluz, a cerca de 250km da capital

papel decisivo na vida do então seminarista. “Eu era

Salvador, aos dez anos de idade mudava-se para Pe-

tímido e de pouca prosa, bastante seletivo. Mas, de

trolina (PE) com os pais, Salustino Lopes de Souza e

convivência, sem problemas maiores”, conta sobre o

Alice Pereira de Souza - que buscavam oferecer aos

período no Seminário de Olinda, “vetusto e ladeado

filhos - três meninos e três meninas - uma educação

por palmeiras quase seculares”, como o descreve.

Os pais, Alice e Salustino. Arquivo pessoal/ Imagem cedida pela PUC-Campinas. Ao lado, Catedral de Petrolina em 1941 (Primeira Missa do Vaqueiro, hoje tradicional na região). Foto extraída do web site Petrolina em Destaque. 02 - Edição Comemorativa - Novembro-Dezembro 2016


Na Catedral de Petrolina, em 04 de dezembro de

Brasão de Dom Nery.

Em conversa com Dom Frei Felício Vasconcelos, OFM, Arcebispo de Ribeirão Preto, o então Cônego Gilberto recém-eleito Bispo de Ipameri. Diário de Notícias, 5/11/1966. Imagem gentilmente cedida.

1949, foi ordenado presbítero, por Dom Avelar Brandão Vilela, então Bispo de Petrolina, depois Cardeal Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil. Seis anos depois, atendendo ao convite do amigo e antigo Reitor, Dom Luiz Mousinho, transferiu-se para Ribeirão Preto, onde foi Vigário Cooperador da Catedral, Reitor do Seminário “Maria Imaculada” e Cura da Catedral. Incardinado na Arquidiocese de Ribeirão Preto em 1958, foi constituído Cônego Teologal do Cabido Metropolitano. De 1961 ao ano seguinte, cursou Pedagogia no Instituto Católico de Paris, apresentando o trabalho para licenciatura “Adolescência e Seminário

Acima, Padre Gilberto Pereira Lopes à época da ordenação presbiteral. Abaixo, brasão episcopal. Imagens gentilmente cedidas/ Arquivo.

“A grande lembrança que tenho de Ipameri é que o povo cristão me ajudou a ser Bispo”

Menor”. “Eu não queria ser Bispo e, de fato, nunca pensei em ser Bispo. E o Senhor, meu Deus, pela Igreja, me enviou para Goiás, como Bispo da Igreja de Jesus”, afirma. No dia 03 de novembro de 1966, foi nomeado 1º Bispo da Diocese de Ipameri (GO) tendo recebido a Ordenação Episcopal a 18 de dezembro de 1966, das mãos do então Núncio Apostólico do Brasil, Dom Sebastião Baggio. Foram co-sagrantes Dom Fernando Gomes e Dom David Picão. Dom Gilberto escolheu

“Anunciar o Mistério de Cristo”.

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“Em várias ocasiões da minha vida, eu tive oportunidade de sentir a mão de Deus me conduzindo por trilhos mais convenientes”

Imagem de Arquivo. Em Ipameri, 1975.

como lema Mysterium Christi Praedicare (Anunciar

O homem de hoje, de semblante sereno e gestos

o Mistério de Cristo). Tomou posse em 02 de feverei-

suaves, talvez não revele, de pronto, o caráter forte

ro de 1967. “A grande lembrança que tenho de Ipame-

do Arcebispo Emérito, pastor tão querido pelo reba-

ri é que o povo cristão me ajudou a ser Bispo”, explica.

nho, sacerdote que encara as benesses e vicissitudes

Em 1970, foi nomeado para o Conselho Nacional do

da vida com a mesma confiança e obediência filiais

Movimento de Educação de Base - MEB, da CNBB.

ao Pai Eterno e, por que não dizer, com a força ne-

Em 1974, assumiu a Coordenação da Linha VI - Pas-

cessária para administrar os desafios de cada tempo.

toral Social da CNBB. No mesmo ano, na Comissão

“Em várias ocasiões da minha vida, eu tive oportu-

Episcopal de Pastoral da CNBB, foi eleito Secretário

nidade de sentir a mão de Deus me conduzindo por

Geral do Regional Centro-Oeste da CNBB. Em 1975,

trilhos mais convenientes”, relata Dom Gilberto em

foi eleito membro da Comissão Episcopal da Ação So-

suas memórias.

cial da CNBB e, no mesmo ano, membro da Comissão Episcopal de Ação Social do CELAM. No ano seguinte, a vida de Dom Gilberto e a história da Arquidiocese de Campinas se encontram: nomeado pelo Papa Paulo VI, em 24 de dezembro de 1975, como Arcebispo Coadjutor, com direito à sucessão de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, toma posse no dia 07 de março de 1976, em Solene Celebração na Ca-

*

Os relatos de Dom Gilberto aqui expostos são memórias extraídas de anotações, transcritas pelo Padre José Antônio Trasferetti e

editadas pelo Professsor Paulo Pozzebon. Os textos podem ser lidos no livro “Dom Gilberto: no Tempo de Deus!”, lançado durante as comemorações dos 75 anos de PUC-Campinas, em 2016.

tedral Metropolitana.

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Acima, imagem de Arquivo Pessoal, datada de novembro de 1968. Ao lado e abaixo, Ordenação Episcopal, em 18 de dezembro de 1966, em Ribeirão Preto (SP), pelas mãos do então Núncio Apostólico do Brasil, Dom Sebastião Baggio. Fotos do Arquivo Pessoal.

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Dom Gilberto: inspiração para seguirmos os Passos de Cristo

E

ste ano de 2016 é um ano feliz para toda nossa Arquidiocese de Campinas, pois no próximo dia 18 de dezembro celebraremos, com grande alegria, os cinquenta anos de Ministério Episcopal do querido Dom Gilberto Pereira Lopes. O jubileu de ouro de sagração episcopal de Dom Gilberto enche nosso coração de contentamento, por isso, agradecemos ao Bom Deus por nos conceder a graça de conviver com um pastor zeloso e celebrar, a cada ano, sua vida e seu ministério. Somos agradecidos também por seu testemunho, sua oração por cada um de nós e por toda a Arquidiocese. Dom Gilberto e Dom Airton, na Paróquia Santa Rita de Cássia, Indaiatuba (SP), em 2013. Foto de Bárbara Beraquet.

Temos o privilégio de sua companhia amiga e sua presença marcante nos acontecimentos de nossa Igreja Particular. Dom Gilberto nos inspira para seguirmos os passos de Cristo, Bom Pastor que nos conduz e Bom Samaritano que cura nossas feridas e se compromete conosco. Nos inspira a irmos em frente! A seguir com confiança na promessa de Nosso Senhor de estar conosco até o final dos tempos. Esta edição especial de “A Tribuna” deseja assinalar, nos anais de nossa Arquidiocese, a importância de Dom Gilberto Pereira Lopes na história desta Igreja Particular, pois, por 28 anos, Dom Gilberto esteve presente na vida das Paróquias e Comunidades de então e continua presente nas de hoje. Sua proximidade e carinho pela Igreja, pelos Padres, Diáconos, Seminaristas, Religiosos e por todo o Povo de Deus marcam sua trajetória como Arcebispo Coadjutor com direito a sucessão de março de 1976 a janeiro de 1980; como Administrador Apostólico “Sede Plena”, de janeiro de 1980 a fevereiro de 1982 e como Arcebispo Metropolitano de Campinas, de fevereiro de 1982 a junho de 2004. São, portanto, 28 anos de Ministério Episcopal em nossa querida Arquidiocese de Campinas, superando em dois anos os 26 anos do Governo Pastoral de Dom Paulo de Tarso Campos. Além desses 28 anos de atuação firme em nossa Arquidiocese, nos alegramos imensamente por estes 12 anos completos de sua presença amiga, fraterna e, por que não dizer, presença paterna entre nós. Que Deus, nosso Pai, continue abençoando largamente a vida de Dom Gilberto, para que sua presença continue sendo esta referência segura, que apresenta aos discípulos de Cristo a certeza de que, somente n’Ele, encontramos a rocha firme, o caminho certo, a verdade que nos liberta e nos conduz para a Vida Plena.

Dom Airton José dos Santos Arcebispo Metropolitano de Campinas

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Anúncio do Mistério de Cristo em seu Ministério Episcopal DA REDAÇÃO

D

om Gilberto Pereira Lopes é nomea-

dos Bens da Igreja e Apoio aos Movimentos Popula-

do em dezembro de 1975, pelo Papa

res. Em Campinas, as CEBs se organizaram, vivendo

Paulo VI, como Arcebispo Coadjutor

um novo modo de ser Igreja. O Padre José Arlindo de

da Arquidiocese de Campinas, com direito à suces-

Nadai, pároco emérito da Paróquia Divino Salvador,

são de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira. Em 07

define as CEBs como uma forma de a Igreja estar pre-

de março de 1976, toma posse em solene Celebração

sente com as populações das periferias, não neces-

Eucarística na Catedral Metropolitana.

sariamente com uma igreja física. As comunidades

Primeiros anos na Arquidiocese

reuniam-se para celebrar a Eucaristia e também para reivindicar melhorias para os bairros, como asfalto, água, luz, moradia, escola e postos de saúde. As CEBs

Dom Gilberto revelou-se um auxiliar zeloso e efi-

exerciam uma função social para a população. Outro

ciente de Dom Antônio, acompanhando de perto

grupo que se formou foi a Assembleia do Povo, movi-

todas as reuniões da Cúria e dos Conselhos de Pres-

mento social urbano campineiro, constituído sobre-

bíteros, de Pastoral e de Administração. Foi sua pre-

tudo por moradores de sub-moradias.

ocupação conhecer as Paróquias e Comunidades da

Dom Gilberto deu grande apoio, também, às Pasto-

Arquidiocese, razão pela qual realizou inúmeras Vi-

rais Sociais, como a Pastoral dos Enfermos, Pastoral

sitas Pastorais.

Operária, Pastoral da Criança, Pastoral do Menor,

Em 1979, Dom Gilberto participou da 3ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla de los Angeles,

Pastoral Carcerária e Cáritas Arquidiocesana. Congresso Eucarístico, em 2001. Arquivo.

no México. O tema foi “Evangelização no presente e no futuro da América Latina”, tendo como referência a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi. No mesmo ano, na Assembleia Geral da Arquidiocese, foi aprovado o 3º Plano de Pastoral Orgânica. As prioridades definidas foram as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), o Mundo do Trabalho, a Educação para a Justiça e Socialização

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Novas nomeações de Dom Gilberto Em 1980, Dom Gilberto foi nomeado Arcebispo Ti-

lizado em Roma. Também em 1989, através da carta da Secretaria de Estado do Vaticano, foi nomeado Membro da Congregação para Educação Católica por cinco anos.

tular de Aurusuliana e Administrador Apostólico “Sede

Revisão Ampla

Plena”, com a renúncia de Dom Antônio Maria Alves Siqueira aceita pelo Papa João Paulo II. Em 1981, foi escolhido como representante do Regional para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na Assembleia do Regional Sul 1. No ano seguinte, em 10 de fevereiro, foi elevado à Arcebispo de Campinas. Em abril de 1989, foi representante do Brasil no 3º Congresso Internacional sobre Universidade Católica, rea-

Um dos momentos distintos do pastoreio de Dom Gilberto aconteceu no período de 1988 a 1991 quando, em Assembleia Geral, a Igreja Arquidiocesana de Campinas assumiu a realização de uma Revisão Ampla (RA) de toda a sua ação pastoral. A RA tinha o objetivo de conhecer a realidade social, política, econômica e religiosa da Arquidiocese de Campinas. Diz o Padre Nadai que a RA foi um “[...] esforço gigantesco de conhecer a realidade a partir do conhecimento, a realidade global e específica. É você fazer um plano e atuar para atender, primeiramente, as necessidades religiosas, mas também de vida”. Foi um processo de três anos com participação intensa de toda Igreja de Campinas, que resultou no Documento “Uma Igreja respondendo aos Novos Desafios”, um guia para a ação pastoral da Arquidiocese e um marco da atuação de Dom Gilberto Pereira Lopes em Campinas.

Comunicação Desde que foi criada como Diocese, em 1908, os Bispos que governaram Campinas sempre tiveram preocupação com a Comunicação. O atual Órgão Oficial da Arquidiocese, A Tribuna, foi criado em 1909, por Dom João Batista Corrêa Nery, com o nome de “O Mensageiro”. Dom Gilberto, em 1993, criou a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Campinas, com a contratação de profissionais da área de Acima, A Tribuna Ilustrada, veículo oficial da Arquidiocese de Campinas, anuncia a chegada do Arcebispo Coadjutor, em 1976.

jornalismo e informática, dando um novo impulso às relações com os meios oficiais de comunicação das cidades da Arquidiocese.

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PUC-Campinas Dom Gilberto Pereira Lopes teve sempre, também, atenção especial para com a PUC-Campinas. Com a nomeação de pessoas de sua confiança, a

“Caráter pastoral e evangelizador, uma marca notória do episcopado de Dom Gilberto”

Universidade se reestruturou e reassumiu o seu caminho de destaque nacional. Segundo Padre Nadai, “Dom Gilberto deu uma nova vida, não imediatamente e não só ele, mas os reitores e tantos outros. Ele conseguiu aglutinar um grupo de pessoas que trouxe mudanças físicas na universidade, como o Campus II dedicado à Área da Saúde, que hoje é quase uma cidade universitária. Eu tenho certeza de que Dom Gilberto, historicamente, teve uma grande importância na Universidade, estabelecendo bem seus objetivos, a reforma dos seus estatutos, o modo de escolha dos reitores e dos diretores”. Em 1977, o Hospital e Maternidade Celso Pierro foi incorporado ao patrimônio da PUC-Campinas.

14º Congresso Eucarístico Nacional Campinas sempre foi destaque e modelo no cenário nacional. Por isso, e também pela seriedade com que Dom Gilberto administrou esta Arquidiocese, a cidade foi escolhida na Assembleia da CNBB de 1998 para sediar o 14º Congresso Eucarístico Nacional. O Congresso, realizado de 19 a 22 de julho de 2001, teve como tema “Eucaristia: Fonte da Missão e Vida Solidária” e como lema “Venham para a Ceia do Senhor!”. Foi um acontecimento para a Igreja e para a cidade de Campinas, reunindo mais de 250 mil pessoas na Celebração de encerramento, dando testemunho público da fé em Jesus Presente e Vivo na Eucaristia.

Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, Arcebispo à época, apresenta Dom Gilberto em artigo.

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Renúncia ao episcopado Ao completar 75 anos de idade, em 2002, Dom Gilberto enviou ao Papa João Paulo II a sua carta de renúncia. Em 02 de junho de 2004, o Papa aceitou o pedido e nomeou Dom Bruno Gamberini como o novo Arcebispo Metropolitano de Campinas. Por onde passou, Dom Gilberto Pereira Lopes deixou um rastro de conhecimento, alegria e amizade. Acima, notícia veiculada quando da renúncia de Dom Gilberto, A Tribuna, em 2004. Abaixo, Dom Gilberto enquanto Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Campinas. Foto de Arquivo datada de fevereiro de 1977.

Dentre muitos amigos que nosso Arcebispo Emérito possui, Padre José Arlindo de Nadai é bem próximo dele. Em entrevista, Padre Nadai declarou: “Conheço Dom Gilberto há uns 50, 60 anos. Muitos anos. Conheço Dom Gilberto desde quando ele era padre na Diocese de Ribeirão Preto (...) Dom Gilberto, desde criança, ainda menino, tinha esse desejo de vida religiosa, até porque ele vem de uma família que os pais eram muito religiosos. Ele faz referência ao seu pai, que era bastante religioso, e também ao relacionamento que ele teve com alguns padres e bispos na sua juventude que reafimou esse propósito”. Dom Antônio Celso Queiroz, Bispo Emérito de Cantanduva, saído do clero de Campinas, cumprimenta seu irmão no episcopado: “Cumprimento o irmão Dom Gilberto por seus 50 anos de Ministério Episcopal, a maior parte dele a serviço da Arquidiocese de Campinas. Campinas é uma Igreja querida de todos os que a ela pertenceram. Estou certo então que muitos dessa Arquidiocese que o conheceram têm o mesmo sentimento de gratidão como eu. Não tivemos oportunidade de conviver muito, pois quando o prezado irmão chegou a Campinas eu saí para trabalhar na CNBB, onde nos encontramos ainda que por pouco tempo. Em contato com antigos colegas de Campinas, sobretudo os padres, colhia sempre a certeza de que o irmão era um pastor simples,

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fraterno e seguro à frente do rebanho. A mesma lembrança certamente guardam os diocesanos de onde anteriormente exerceu o ministério. Renovo então os meus cumprimentos e invoco as bênçãos do Senhor para que o irmão prossiga com alegria em seu ministério. Parabéns e tudo de bom”.

Semana de Estudos Dom Gilberto Dentro das comemorações pelos 75 anos da Instituição, a PUC-Campinas promoveu a Semana Dom Gilberto Pereira Lopes, no final de outubro passado. O evento contou com a presença do homenageado Arcebispo Emérito, do Arcebispo Metropolitano Dom Airton José dos Santos, autoridades da Universidade, amigos e de Rosélia Coelho, sobrinha de Dom Gilberto. Houve também o lançamento do livro “Dom Gilberto: no tempo de Deus!”, que conta sua trajetória e reúne documentos e fotos exclusivas.

Acima, bula papal de nomeação de Dom Gilberto como Coadjutor. Abaixo, Dom Gilberto enquanto Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Campinas. Foto de Arquivo datada de fevereiro de 1977.

Bispo e tio Rosélia Coelho falou, no primeiro dia da Semana Dom Gilberto Pereira Lopes, com carinho, sobre o tio, que ela define como “um grande amigo de Deus, que fez e faz pela Igreja Pedra Angular, que vive em Cristo e por Cristo, cheio de humanidade e de santidade”. A sobrinha de Dom Gilberto resgatou o início da história do Arcebispo Emérito, ainda menino, educado na fé e na devoção por seus pais. “Remonta a essa época, por influência de minha avó, a confiança e a entrega de tio Gilberto à proteção e amparo da Virgem Mãe de Deus, quando rezava com ela o Ofício da Imaculada Conceição”, comentou.

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Ela explica que o tio, nos primeiros anos de padre,

“Chegamos a Campinas, 1976. Deus manifesta a

deixou o aconchego do lar e partiu de Petrolina (PE)

sua vontade e prepara Tio Gilberto para liderar seu

para São José dos Campos (SP), no Hospital das Ir-

povo {...} com paciência, humildade, desprendimen-

mãs “Pequena Missionária de Maria Imaculada”,

to, espírito de equipe e muita tenacidade, para en-

para se tratar de uma tuberculose pulmonar, enfer-

frentar os embates e provações que, sem sobra de

midade da qual foi curado com êxito.

dúvida, ele teria de enfrentar. Não constitui segre-

“Essa história pode ser contada por fatos e ações

do a conjuntura político-social religiosa e cultural

que mudaram não só a vida do então Padre Gilberto,

em que vivíamos. Regime militar, inchaço e pobreza

menino interiorano dos rincões do Nordeste, que an-

nas periferias urbanas, crise nas vocações sacerdo-

tes de ser um forte, conforme atestado por Euclides

tais, usando as suas próprias considerações e comu-

da Cunha em seu livro ‘Os Sertões’, vê-se fragilizado

nicações aos seus paroquianos. Enfim, tudo parecia

em seu físico, porém, sua alma é sensível ao sofri-

conspirar contra, porém, a perseverança na fé é arma

mento, à pobreza do irmão, à falta de amor-doação”,

que sustenta aqueles que confiam no Senhor Todo

conta, sobre o padre que alimentava a determinação

Poderoso”, conta e relata que, aí, surgem as Cartas

de “arregaçar as mangas” e trabalhar.

Pastorais, com metas e a promoção do respeito e da confiança entre o pastor e seu rebanho.

Ao fundo, Dom Gilberto encontra-se com Papa Francisco, em 2016. Arquivo Pessoal. Abaixo, celebração de Nossa Senhora Aparecida, na Catedral Metropolitana de Campinas, em 12 de outubro de 2016. Foto de Maurício Aoki.

Rosélia, na ocasião da Semana, estendeu ao Arcebispo Metropolitano, Dom Airton José dos Santos, um cumprimento carinhoso, pela atenção e cuidado que oferta a Dom Gilberto. Ela encerrou com o poema de Dom Gilberto “Tudo é Graça”, que convidamos você a ler na última página desta edição comemorativa.

Bispo, amigo e irmão Convidado a apresentar, de forma breve, um pouco da vida de Dom Gilberto aos presentes à Semana promovida pela PUC-Campinas, Cônego Cláudio Menegazzi, pároco da Paróquia São João Batista, em Campinas (SP), afirmou-se feliz e honrado por contribuir com algumas palavras sobre quem ele definiu como irmão, amigo e pastor. “Quanta luz de Deus em seu ministério episcopal! Percebi sempre uma marca. Em seu episcopado aqui em Campinas, a sua jovialidade. Aos 39 anos de idade, o Padre Gilberto, eleito Bispo e, agora, com 89 anos, mantém essa mesma postura jovem, qualidade dos que amam a

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“Seu pastoreio firme, ao mesmo tempo paternal e muito fraterno, foi uma bênção fecunda para a Arquidiocese de Campinas. Sua presença sempre amiga e acolhedora para com todos e seu testemunho de vida simples, discreta e de vivência eclesial continuam a iluminar o caminho dessa Igreja que ele tanto ama”. Padre José Arlindo de Nadai

Dom Gilberto celebra 25 anos de bispo, na Igreja Santa Rita de Cássia, em Campinas (SP), em 1991 (Arquivo pessoal).

Deus e por Ele se deixam amar, doando sempre a vida!”, disse, lembrando em seguida do caráter pastoral e evangelizador, uma marca notória do episcopado de Dom Gilberto. Em seu discurso, o cônego enfatizou que o ministério episcopal de Dom Gilberto foi marcado por abertura pastoral, colegialidade, corresponsabilidade, eclesialidade, forte sentido na participação de todos, profunda e íntima relação da fé com a vida, das realidades sociais e políticas com a mística e a espiritualidade cristãs, do compromisso com a cons-

Solenidade de Cristo Rei e Encerramento do Ano da Fé, em 2013. Foto de Carolina Grohmann.

Em preto e branco, com Padre José Nadai, imagem do livro “Sementes na Colheita”. Acima, foto datada de 1992 (Arquivo).

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No alto da página, Solenidade de Corpus Christi (primeira foto) e Encerramento do Ano da Fé, em 2013. Fotos de Carolina Grohmann/Arquivo. Abaixo, Solenidade de Corpus Christi, em 2011. Foto de Fabiano Fachini/Arquivo.

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trução da vida, da convivência humana, da luta pela justiça e do amor. Ele lembrou da realização das assembleias da Igreja de Campinas, durante o bispado de Dom Gilberto, pautadas em um pluralismo sadio e participativo; da valorização das diversas vocações e ministérios e do acolhimento às Comunidades Eclesiais de Base, “mas, trabalhando em equipe, e corresponsavelmente confiando nas coordenações em diferentes níveis, marcou a pastoral com os planos de pastoral. Foram cinco, a partir do segundo, em 1977, até o sexto plano de pastoral”, disse. Padre Cláudio abordou ainda dois momentos de extrema importância para orientar a Igreja Particular de Campinas: a Revisão Ampla, de 1988 até 1991, três anos de muito estudo, reflexões e mudanças, adaptações ao novos tempos do mundo, com a realização de quatro assembleias, com 210 participantes, em média, em cada uma; e o 14º Congresso Eucarístico Nacional ocorrido de 19 à 22 de julho de 2001, há quinze anos, com o tema “Eucaristia: Fonte da Missão e Vida Solidária” e o lema “Venham para a Ceia do Senhor!”. “Agradecido, Dom Gilberto, por sua vida, por sua vocação, por seu amor, fé e esperança. Nós louvamos, bendizemos e agradecemos a Deus por seus

Acima, Dom Gilberto no Hospital da PUC-Campinas (Arquivo) e concedendo entrevista à Rádio Brasil Campinas, em 2016 cessor dos apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cris- (Arquivo). Abaixo, a sobrinha Rosélia fala sobre o tio, na Semana Dom Gilberto, promovida pela PUC-Campinas, em 2016. Foto de to”, manifestou. Álvaro Jr./PUC-Campinas

50 anos de bispo, de amigo e irmão e legítimo su-

“Dom Gilberto, o Senhor sempre se preocupou, com profundo zelo apostólico, com o ministério ordenado. Acompanhou-nos como verdadeiros filhos em seu episcopado, sempre rezando e cuidando das vocações presbiterais”. Cônego Cláudio Menegazzi Edição Comemorativa - Novembro-Dezembro 2016 - 15


Anunciar o Mistério de Cristo Dom Gilberto Bispo, Pastor, Pai e Amigo

N

o próximo dia 18 de dezembro, do

No dia 14 de fevereiro de 2003, juntamente com

corrente ano, Dom Gilberto irá com-

Padre Rafael Capelato e Padre Rodrigo Flaibam, fo-

pletar 50 anos de ordenação episco-

mos ordenados padres na Catedral Metropolitana

pal e, no próximo 14 de fevereiro de 2017, 90 anos

pela imposição das mãos de Dom Gilberto, data do

de vida. Conheci Dom Gilberto eu ainda menino em

seu aniversário natalício, que com o passar dos anos

Valinhos, quando nas crismas e visitas pastorais

de padre que sou, reconheço como um presente,

sempre auxiliava nas Missas, como seu coroi-

como uma graça.

nha, modo também pelo qual ele sempre

Ainda, entre outras menções, nes-

te tempo em que Dom Gilberto se “Outro sinal estamos juntos. Nesse tempo, já adtornou Bispo emérito, tenho a mirava Dom Gilberto na sua postumuito visível em grata satisfação, na amizade e ra, sabedoria e amor à Igreja e ao convivência, de acompanhá-lo nossas Povo de Deus. Também, suas houm pouco mais proximamente. milias com uma riqueza teológico Destaco o fato de sua permaconversas é o amor - bíblica, uma riqueza nos adjetinente, elevada e inspirada savos e uma riqueza na eloquência e e o zelo pela Igreja bedoria, sem dúvida um marco na oratória, eram notáveis. E ainde sua vida. E um outro sinal de Campinas” muito visível em nossas converda me marcava muito o entusiasmo falou de mim para as pessoas, quando

e a alegria que o Bispo tinha em estar

sas é o amor e o zelo pela Igreja de

com o seu povo.

Campinas, na qual por longos anos

Em 1996, entrei no seminário da Arquidiocese e, a partir de então, sempre tínhamos a

foi Arcebispo e Pastor. Por fim, sou muito grato a Dom Gilberto por

oportunidade de nos encontrarmos com o Arcebis-

tudo aquilo que me ensinou e inspirou e por tudo

po, nas visitas que fazia no seminário e nas Missas ali

que ainda ensina e inspira. Sem sombra de dúvidas,

presididas e por nós, então seminaristas, participa-

no hoje da minha trajetória pessoal e sacerdotal, o

das, bem como os jantares na mesma casa de forma-

que sou, devo muito a ele: Obrigado, Dom Gilberto,

ção. Momento de conversas, momentos de formação

pelo seu pastoreio, pela sua sabedoria, pela sua ami-

e de trocas de experiências do Bispo com os semina-

zade e pela sua presença em nossas vidas e em nossa

ristas. Nesse tempo, já pude me aproximar mais do

Igreja de Campinas! Parabéns!

Arcebispo e, também, pude criar uma convivência mais pessoal, aprendendo mais ainda a admirá-lo.

Padre Wilson Enéas Maximiano Pároco da Paróquia Sant’Ana de Campinas (SP)

16 - Edição Comemorativa - Novembro-Dezembro 2016


Na verdade, um bispo para a Arquidiocese de Campinas, um pastor para o rebanho!

S

im, isto foi dom Gilberto desde o início,

para ver o particular e o

para esta Igreja. E assim permanece.

todo. Seu traço mar-

Agora, como emérito.

cante é a união

Desde o início de sua vinda, ele mostrou-se muito atento a tudo e a todos e também no respeito ao que se realizara até então como Ação Pastoral. Veio com muita alegria, um traço marcante em sua vida e ação. Alegria, não por falta de problemas, mas sim, pela convicção de fé que Deus nunca nos abandona, pelo contrário, Ele nos procura e cumula de Seus bens sempre. Como é comum ocorrer, houve reações, as mais varia-

“Alegria, não com a Igreja do por falta de Brasil e com a Igreja Univerproblemas, mas sim, sal. Sendo aspela convicção de sim, por fidelidade e amor cuidou fé” sempre de nos ensinar a viver na ortodoxia mesmo

das, quando da sua nomeação. As expectativas de uns e

no que é novo e que busca atender aos desafios do Hoje.

de outros não estavam contempladas, porém, um gran-

Quero lembrar três pontos altos de seu pastoreio,

de número o recebeu com o coração alegre e em festa,

vivenciados nesta Igreja com intensidade: o cuidado

sabendo que Deus nos dá tudo de que precisamos.

com a PUC-Campinas, a Revisão Ampla, o Congresso

Além disso, a vinda de um novo Bispo sempre coloca

Eucarístico Nacional... Nesses eventos sempre deu aos

boas perspectivas de renovação.

cristãos leigos e leigas, aos sacerdotes e diáconos, aos

Dom Gilberto sempre teve em sua vida a dimensão

seminaristas e aos religiosos e religiosas, uma liberdade

de Ação de Graças. Muito consciente do dom de Deus e

de ação suscitando que desenvolvêssemos toda a nossa

das luzes do Espírito Santo para sua vida e missão, ele

capacidade e criatividade. Mostrou bastante confiança

pautou sua ação na certeza da presença de Deus e, prin-

em cada um/a de nós na realização de trabalhos muito

cipalmente, em Sua Salvação nele e em todos nós. Os

importantes. As decisões eram na maioria das vezes co-

que convivem com ele já o ouviram dizer muitas vezes:

legiadas e com ampla participação, seja com trabalhos

“tudo é Graça, Senhor, na minha vida”. Nós que pude-

nas paróquias como para toda a Arquidiocese ou nas

mos colaborar com ele no trabalho do dia a dia da ação

Assembleias Arquidiocesanas.

pastoral, experimentamos sua firmeza quanto às deci-

Nesta justa homenagem, penso que devemos home-

sões e diretrizes. Mas, também, sua visão ampla para

nagear mais do que o homem, mais do que o Pastor,

ver não somente o que se realiza, mas planejar, pensan-

mas a forma como ele acolheu o projeto salvífico de

do e enxergando mais longe.

Deus e nos ensinou a fazer isso no dia a dia.

Foi um arcebispo que teve funções fora da Arquidio-

Wanda Conti da, isso lhe conferiu uma abertura de visão ainda maior Conselho de Leigos da Arquidiocese de Campinas e do Regional Sul 1 cese, seja na CNBB, seja na Cúria Romana. Sem dúvi-

Edição Comemorativa - Novembro-Dezembro 2016 - 17


Dom Gilberto: um presente de Deus para a Igreja

C

om alegria aceitei o convite para escre-

litou-me dois doutorados, em Teologia (1990) e em

ver uma mensagem em homenagem a

Filosofia (1994). Sou muito grato a ele por tudo o

Dom Gilberto Pereira Lopes. Eu o co-

que fez por mim. São quarenta anos de convivência.

nheci em 1976, recém-chegado de Ipameri (GO).

Primeiro o conheci como Bispo e, aos poucos,

Era uma pessoa simples, disposta a acolher todas as

como amigo. O tempo foi nos tornando amigos. O

outras. Fui acolhido por ele com carinho. Estava no

gosto pelas coisas da vida nos fez mais próximos. A

seminário, desde 1975. Com os estudos concluídos

amizade dele com meu pai também foi importan-

em Teologia e Filosofia, depois de uma breve pas-

te em nossa convivência. Meu pai gostava de jogar

sagem pela paróquia do Santo Cura D’Ars, fui or-

“truco” e, por causa desse jogo, nossa amizade foi

denado padre por Dom Gilberto, em junho de 1983,

crescendo, pois volta e meia Dom Gilberto visitava

e designado primeiro pároco da Paróquia de São

minha família, jantava conosco e, depois, jogávamos

Geraldo Magela. Dom Gilberto sempre me acompa-

este jogo divertido. Quando meu pai faleceu em um

nhou com muito carinho. Penso que ele foi me lapi-

acidente de carro, em 1996, Dom Gilberto presidiu

dando, me moldando. Ele, na verdade, teve muita

a cerimônia religiosa. Muitas vezes viajei com Dom

paciência comigo. Em relação aos estudos possibi-

Gilberto para pescarias ou para visitar amigos.

Missa de encerramento da Semana Dom Gilberto Pereira Lopes, promovida pela PUC-Campinas, 2016. Foto de Thais Helena Bento.

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Solenidade de Corpus Christi, 2013. Foto de Maurício Aoki.

Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, 2014. Foto de Carolina Grohmann.

Dom Gilberto é uma pessoa muito agradável, simpática, inteligente. A convivência na fra-

as pessoas. Com a paciência de pescador, conhece os segredos da metodologia que produz responsabilidade e evolução pessoal. Dom

ternidade era para mim muito rica.

Gilberto foi um homem do seu tem-

Sempre aprendi muito com Dom

“Possui uma po. O tempo do Concílio Vaticano Gilberto. Ele é um pedagogo. II, dos papas João XXIII, Paulo Aliás, estudou pedagogia e grande alma, sabe VI, João Paulo I, João Paulo II foi um grande conhecedor da e, mais recentemente e agora, formação seminarística. Recompreender e Bento XVI e o Papa Francisco. novou os seminários, trouxe acolher as Sou muito grato a Dom Gilberto novidades na formação. Como por tudo o que fez por mim. Sem Bispo, então, sempre foi fiel ao pessoas” dúvida, se não fosse ele, eu talvez não seu tempo. Em Ipameri, soube tivesse trilhado os caminhos que trilhei.

conviver com as pessoas e produzir muitos frutos. Suas cartas pastorais sempre ofe-

Dom Gilberto, na verdade é um presente para todos

recem um caminho seguro de pastoral em contex-

nós. Que Deus o abençoe, hoje e sempre!

tos de diversidades. Na Arquidiocese de Campinas,

Padre José Antônio Trasferetti Pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, pastoral, a Revisão Ampla e tantas atividades imem Campinas (SP). foi maravilhoso no sentido de promover a unidade

portantes para o bem de todos. Dom Gilberto possui uma grande alma, sabe compreender e acolher

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Tudo é Graça! Dom Gilberto P. Lopes

No silêncio do acaso que germina vi esplendores de arrebol surgindo vi esperanças loiras reluzindo nos trigais desta vida que termina.

Solenidade de Corpus Christi, em 2016. Foto de Bárbara Beraquet.

Vi o sonho de Deus realizado na pobreza infinita do meu ser. Entendi o que importa é mesmo crer no Amor que, por primeiro, tem amado! Tudo é graça, Senhor, na minha vida, eu percebo com alma enternecida e te louvo por teres revelado que Teu Filho Jesus é Jesus-Pobre ante o Qual todo ser se curve e dobre: Ele é o Senhor, Jesus Ressuscitado!

EXPEDIENTE Boletim A Tribuna - Edição Especial Comemorativa 50 Anos de Ordenação Episcopal de Dom Gilberto Pereira Lopes Publicação do Setor Imprensa da Arquidiocese de Campinas – SP Arcebispo Metropolitano: Dom Airton José dos Santos Direção: Padre Renato de Moura Petrocco Editora-chefe: Bárbara Beraquet (MTb 37.454) Jornalista: Wilson Antonio Cassanti (MTb 32.422)

Apoio: Padre Antonio Alves (PASCOM) João do Carmo Costa Estagiárias da PUC-Campinas: Caroline Herculano Giullia Sampaio Thais Helena Bento Arte e Diagramação: Bárbara Beraquet Distribuição gratuita

Impressão: RIP Editores Gráficos Tiragem: 10 mil exemplares

WWW.ARQUIDIOCESECAMPINAS.COM - REDACAO@ARQUIDIOCESECAMPINAS.COM RUA IRMÃ SERAFINA, 88, BOSQUE, CEP 13026-066, CAMPINAS, SP


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