Gazeta da História
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS Nº1 DE GONDOMAR, ABRIL DE 2024
Anno Domini № 0003
EDIÇÃOESPECIAL 50ANOS 25 DE ABRIL
António Ferreira Gomes Quem foi o bispo que bateu o pé a Salazar?
Terceira Edição
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS Nº1 DE GONDOMAR, ABRIL DE 2024
Anno Domini № 0003
Terceira Edição
AFINAL QUEM ERA O DITADOR
exclusivo O GENERAL HUMBERTO DELGADO É ASSASSINADO C ONHECE A HISTÓRIA DO GENERAL SEM MEDO QUE AFRONTOU O REGIME DE SALAZAR MAS PERDEU A VIDA NUMA COVARDE CILADA.
p. 3
António de Oliveira Salazar?
p. 4
TODOS CONHECEM OS SEUS POEMAS! E O POETA?
OS PAIS RECORDAM A HISTÓRIA p.1 2
MEMÓRIAS DE QUEM VIVEU A REVOLUÇÃO
SALAZAR - GOSTAVA DE MULHERES
1 de Maio de 1974
p. 3
ÁLVARO CUNHAL - POLÍTICO E ESCRITOR QUE MARCOU O SÉCULO XX PELO SEU CARÁCTER REVOLUCIONÁRIO E COMBATIVO.
ULTIMOS 8 ANOS DE CENSURA VIA TELEGRAMAS
sABiAs Que ...ANTES DO 25 DE ABRIL
PESSOAS. A lei não regulava o número de pessoas que se podiam reunir. O que verdadeiramente a lei negava erao direito de reunião. Os "ajuntamentos de mais de três pessoas" eram a expressão grosseira utilizada pelos polícias encarregados de desfazer concentraçoes de protesto. Ordens recebidas na esquadra, segundo alguns agentes da época "MANDAR CIRCULAR E NÃO PERMITIR AJUNTAMENTOS DE MAIS DE TRÊS PESSOAS". MAIS AO LONGO DA GAZETA , DO LIVRO DE ANTÓNIO COSTA SANTOS.
O QUE ORDENAVAM CENSURAR (CORTAR) OS CORONÉIS DA COMISSÃO DA CENSURA PRÉVIA?
5/2/67 Julgamento nas Caldas da Rainha dos autores da morte de um cão - cortar.
10/2/67 Gravuras que envolvam o nudismo - cortar.
13/3/67 uma barraca de miséria com crianças à porta e um aspeto social e tem de lá ir à censura. Coronel Roma Torres.
31/3/67 Ian Smith vai almoçar no domingo a Manica na fronteira - cortar, Capitão Cor- reia de Barros. Achado um feto embrulhado em papeis em Algés, eliminar que os rapazes andavam a jogar à bola com ele. Coronel Pinheiro.
1/4/67 Julgamento de abate de burros no tribunal de géneros alimentícios não pode ser publicada qualquer referência aos meios coercivos para obter confissões Coronel Saraiva. MAIS NAS PÁGINAS 3, 5, 7, 9 e 11 segundo o livro Segredos da Censura de César Príncipe.
—AEG1—2
50 anos depois -
A liberdade exige responsabilidade
A liberdade é um conceito que há muito tem sido procurado, defendido e celebrado como um dos valores fundamentais da sociedade. Desde os movimentos de independência de nações até as batalhas por direitos civis, a humanidade testemunhou a busca incansável por libertação de amarras opressivas. É vital que cada aluno, perceba que essa busca deve ser enraizada em valores e princípios. A liberdade descontrolada, sem consideração pela responsabilidade, prejudica indivíduos e comunidades em nome do ganho pessoal.
A verdadeira liberdade é a capacidade de agir de acordo com a nossa própria vontade dentro dos limites éticos e morais que protegem o bem-estar coletivo.
Ser livre com responsabilidade significa reconhecer que as nossas ações têm impacto em tudo ao nosso redor. Isso exige um equilíbrio sensato entre a busca de interesses individuais e a consideração pelo bem comum.
Numa sociedade verdadeiramente livre, as vozes de todos devem ser ouvidas, no entanto, isso não pode ser um salvo-conduto para disseminar discurso de ódio ou informações falsas que possam causar danos reais. A liberdade de expressão responsável envolve a consciência do impacto das nossas palavras e ações, evitando prejudicar outros e contribuindo para um ambiente de diálogo construtivo.
Ensinar que a liberdade se obtém e mantém não só com esforço e mas também com responsabilidade é um valor fundamental.
A História também nos lembra das consequências de uma liberdade sem o necessário sentido de responsabilidade. Revoluções que se tornaram regimes totalitários e movimentos de libertação que se tornaram em violência desenfreada são exemplos de como a busca por liberdade, quando não equilibrada com responsabilidade, pode resultar em caos e sofrimento. Portanto, a conquista da liberdade só faz sentido quando é acompanhada pela responsabilidade.
A liberdade com responsabilidade é a base de uma sociedade justa e harmoniosa. Isso exige que as pessoas não apenas exerçam os seus direitos, mas também considerem as implicações das suas ações.
Num mundo em constante evolução, a complexidade das questões que envolvem a liberdade e a responsabilidade só aumenta. Do avanço tecnológico à globalização, as nossas ações agora têm um alcance global instantâneo. Isso torna a responsabilidade ainda mais crucial, pois o impacto de nossas escolhas pode estender-se por fronteiras e culturas.
Em última análise, a liberdade com responsabilidade é a âncora que mantém a sociedade equilibrada. É o meio pelo qual o potencial humano é libertado de maneira construtiva e benéfica para todos.
A conquista da liberdade só encontra seu verdadeiro significado quando acompanhada pela compreensão de que essa liberdade é um privilégio que deve ser exercido com sabedoria, em prol do bem maior. A disciplinA de HistóriA ensinA isto!
Os alunos têm de sair da escola com estas aprendizagens.
Armando Oliveira Professor de História
António Rosa Cavaco, chefiou a brigada da PIDE, Polícia Interna de Defesa do Estado, que assassinou o general Humberto Delgado no dia 13 de fevereiro de 1965, perto de Badajoz.
Humberto Delgado foi um militar português que assumiu uma atitude de oposição política de derrube do regime salazarista. Foi derrotado em eleições fraudulentas de 1958, contra Américo Tomás. Depois de contactos com Humberto Delgado e da introdução de uma toupeira no raio de ação do general, elementos da PIDE, dirigem-se a Badajoz, numa operação secreta com o nome de código OPERAÇÃO OUTONO.
O objetivo é neutralizar Humberto Delgado, depois de ter sido marcado um encontro prévio em Paris a 27 de dezembro de 1964. Neste é marcado o encontro de Badajoz: objetivo: cloroformizar o general e transportá-lo numa mala de um carro para Portugal de forma a ser julgado pela prática de terrorismo. O local escolhido foi Espanha, uma localidade deserta em Badajoz. A versão do que aconteceu a seguir pode ser ainda conjetural. António Rosa Casaco, dirigente da PIDE, manteve a versão de que assistiu dentro do carro, de longe, ao assassinato de Humberto Delgado e da sua secretária Arajaryr Campos que o acompanhava. Os corpos foram sepultados numa vala natural a sul de Villa Nueva del Fresno, cerca de 65 Quilómetros de Badajoz.
As autoridades espanholas encontram os cadáveres e documentação e em Portugal, rapidamente surge uma campanha de contra-informação com a ordenação de um processo de averiguações. As suspeitas iriam recair nas desavenças dentro do movimento de oposição ao regime salazarista.
Após a revolução do 25 de abril de 1974, inicia-se em Portugal um processo judicial entre 1978 e 1981, no Tribunal de Santa Clara, em Lisboa.
O Acórdão deu como provado e proferiu que o …réu Casimiro Monteiro e apenas ele, matou a tiro o general Humberto Delgado e Arajarir Campos, disparando sobre eles e causando-lhes lesões, que foram causa necessária das suas mortes. Ao disparar, o réu Monteiro agiu com intenção de matar as vítimas. (...). Em relação a este crime não se provou que qualquer dos restantes réus nele tivesse tido intervenção, quer ordenando ou facilitando a sua execução, quer tomando parte nesta. (...) Deste modo, apenas o réu Monteiro é autor material do aludido crime, dado que (...) está prescrito o procedimento criminal pelos actos de encobrimento do mesmo delito. Todos os réus foram ilibados à exceção do autor material do homicídio, Casimiro Monteiro.
Rosa Casaco o chefe da brigada morreu a 11 de julho de 2006, em cascais, tinha 91 anos. Foi ilibado pelo tribunal de Cascais, onde foi julgado à revelia, da morte do general, mas condenado a oito anos e nove meses de prisão, por crimes de falsificação, destruição de documentos e por ter pertencido à polícia política do Estado Novo. Viveu refugiado no Brasil e em Espanha. Em 1998 dá ainda entrevista ao jornal expresso, onde refuta a responsabilidade direta.
Os Valores do 25 de abril
Para alguém sentado confortavelmente
Pelos filhos de viúvas no segundo luto
Pelos pensamentos sufocados em chamas
Pelos grãos de areia contados
Humberto da Silva Delgado
Nascimento 15 de maio de 1906
Boquilobo, Brogueira, Torres Novas
Portugal
Morte 13 de fevereiro de 1965 (58 anos)
Villanueva del Fresno, Badajoz, Espanha Devido à coragem que Humberto Delgado manifestou ao longo da campanha perante a repressão policial foi cognominado "General sem Medo". Por outro lado, os seus detractores comunistas alcunharam-no "General Coca-Cola", dizendo que estaria ao serviço da CIA.
Porque amanhã vais acordar e ver os que amas
Isento de castigo quando gritas
Inspiras e não te agarras ao ar
Ingeres amor de qualquer cor ou berço
Impedes. Sorris, e dominas o mar.
Deixas cair e não entras em pânico
Deslaçaste até o ar da água
Duras anos. És finito. E
De um só golpe pregas alguém à tábua.
E, estupidamente, emocionei-me
E acabei por incomodar.
Peço imensa desculpa excelentíssimo. Agora calo a boca ansioso.
Mas o teu dia, em Abril há de chegar.
Por João Matos 12º9
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO SACUDIR O PÓ. Nos anos 60, a proibição da moda foi a de proibir sacudir panos de pó à janela. Era um hábito comum nos bairros da cidade. A dona de casa sacudia o pano na janela.
A coima podia ascender aos 8 escudos numa época em que um fiel de armazém camarário ganhava 600 ao mês e três assoalhadas no centro da cidade se arrendavam por 400. Hoje, a proibição mantém-se, a bem da higiene pública, mas o delito saiu de moda.
DurAnte A DécADA De 60, muitos portugueses deixaram o seu país para procurar melhores condições de vida e para fugir à guerra colonial e à opressão do regime. O regime autoritário salazarista mandou a PIDE atuar quando se tratava de fuga ao serviço militar ou da saída de opositores políticos para a emigração.
Como se caraterizava a emigração portuguesa? Era uma emigração clandestina, essencialmente oriunda do Norte do país. A grande maioria dos emigrantes partia rumo a França, sem saber falar nem compreender francês. Chegando a França, instalavam-se na sua grande maioria nos “bidonvilles”/bairros de lata. Era uma emigração caracterizada pela insegurança, não sabiam ao que vinham, se iam conseguir arranjar trabalho, quanto tempo iam ficar longe de Portugal, onde iam viver. Os emigrantes eram mal vistos pelos portugueses, por abandonarem a pátria (fuga ao serviço militar, em tempo de guerra colonial eram desertores). Todos partiam apenas com um bilhete de ida.
O filme "Gente do Salto", de José Reis, pretende ser um documento com memórias de portugueses que fugiram para França nos anos 60 que, no seu entender, França e Portugal continuam a ignorar. Em França, onde tem participado em debates nas associações portuguesas, tem recebido
aplausos por quem se revê no filme e agradecimentos de jovens da segunda e terceira geração que descobrem agora a história omitida pelos seus pais e avós.
"É a história de emigrantes que regressaram à terra natal depois de uma longa ausência. Pensavam acabar com o exilio, mas o regresso tornou-o definitivo. Muitas vezes, a imigração destrói os sonhos dos que leva com ela. Os que partem imaginam sempre que vão regressar. Mas nunca se regressa ao país que se deixa. É a história do José Maria e da Carolina que tinham feito votos de regresso e que, uma vez chegados à « terra prometida », encontram-se num mundo que não podem amar como sendo sua pátria. É a história de homens e mulheres que partiram um dia para dar uma vida melhor aos filhos e que caíram na "cilada" da imigração. É a história do meu pai que regressou depois de 16 anos de ausência. As pessoas là da terra imaginam-no « feliz como Ulisses que fez uma bela viagem ». Os que ficaram não suspeitam que a imigração é uma ruptura que não sara." Por Rafaela Sousa 9º3
Salazar nasceu na cidade do Vimeiro, em 28 de abril de 1889. Passou a sua infância nesta localidade rural ajudando o pai a negociar propriedades.
Ao terminar a escola primária, foi para o seminário de Viseu e ali permaneceria mais oito anos, quando se decidiu a abraçar a vida laica e não a religiosa. Assim, ingressou na UNIVERSIDADE DE COIMBRA, onde cursa Direito, e militaria no Centro Acadêmico de Democracia Cristã. Salazar escreveu inúmeros artigos em jornais católicos e deu palestras defendendo a condição do católico ser republicano algo que não é bem-visto entre os monárquicos.
Sendo aprovado no concurso para professor de Economia na Universidade de Coimbra chama a atenção do governo ao escrever uma série de artigos sobre a situação económica de Portugal. A experiência de Salazar como político começou em 1921 quando é eleito deputado pelo partido católico. É convidado para ser Ministro das finanças. Em 1930, funda o seu próprio partido, a União Nacional, que será o único permitido durante seu governo.
Salazar dirigiu os destinos de Portugal como presidente do Ministério de forma autocrática entre 1932 e 1933 e, como Presidente do Conselho de Ministros entre 1933 e 1968.
Inspirou o seu governo nos nacionalismos e fascismos que surgiam na Europa. Com a criação da Censura, da organização de tempos livres dos trabalhadores FNAT e da Mocidade Portuguesa, o Estado Novo controlou a doutrinação de largas massas da população portuguesa ao estilo do fascismo, enquanto que a sua polícia política (PVDE, posteriormente PIDE e
mais tarde ainda DGS), em conjunto com a Legião Portuguesa, combatiam os opositores do regime que eram julgados em tribunais especiais (Tribunais Militares Especiais e, posteriormente, Tribunais Plenários).
Salazar morreu a dia 27 de Julho de 1970, sofreu um agravamento do estado de saúde, por infeção. O regime não iria sobreviver muito tempo a Salazar, caiu a 25 de abril de 1974 e o estrondo ouviu-se em todo o país.
FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Oliveira_Salazar
Por Mónica Zambrano e Valeria Silvino 9º3
28/4/67 Toneladas de bananas impróprias para consumo não se pode pôr em título a quantidade da fruta nem dizer que houve ce- nas bastante lamentáveis. Nada de gravuras. Coronel Saraiva.
26/6/67 Títulos chocantes e alarmantes. Por exemplo 30.000 crianças mortas de fome na Bolívia – cortar.
9/11/67 Roubaram a carteira um oficial francês que veio fazer conferências. – cortar.
3/3/68 Posto em liberdade por ter sido construído o habeas corpus, o Dr. Mário Soares apresen- tou o cumprimento aos jornais – cortar.
30/7/68 Em Soutelo uma rapariga suicidou-se depois do namorado ter seguido para An- gola mobilizado. Não falar na ida para Angola Tenente Teixeira.
20/8/68 Transferência dos moradores do bairro de Xangai. Não usar a expressão bairro de lata por causa dos estrangeiros. Coronel Saraiva.
29/8/68 Ciganos vendiam chá por whisky. Não dizer que os polícias andavam vestidos de fato de macaco. Dr. Ornelas.
4/9/68 Festa dos Milionários não mencionar a presença de membros do governo e dos presi- dentes da Assembleia Nacional e da câmara cooperativa. Capitão Correia de Barros.
8/9/68 Dr. Salazar pode-se falar nas missas e na operação de urgência. Coronel Saraiva.
22/9/68 Salazar. O título da primeira página deve ser alterado em vez de continua a ser grave o estado de saúde do Prof. Salazar, dizer que se mantém esta- cionário. Major Tártaro.
4/2/68 Reuter (de Paris). Fala na utilização da pílula. Não falar em pílula. Coronel Saraiva.
28/4/69 Fotografia do Prof. Salazar com o Cardeal Cerejeira em que ele está um bocadinho descomposto não se deve publi- car. Coronel Roma Torres.
28/11/69 Não dizer em título que foi aprovada em Itália a lei do divórcio. Dizer que foi apre- ciada. Em Tomar um rapaz me- teu-se debaixo de um comboio. Não dizer que foi repreendido na escola. Tenente Teixeira.
12/12/69 Aumento do preço do corte do cabelo - cortar Coronel Saraiva.
15/12/69 Manteiga que vem da Roménia pode dar-se. O que não pode é publicar-se que algumas toneladas ainda faltam e não sabe de que país virão. Capitão Correia Barros
12/1/70 Na posse do segundo-comandante da PSP de Lisboa, disse-se que ele já fez três comissões de serviço no Ultramar, a primeira logo na inclusão da guerra. Ora não há guerra. Não se pode dizer isso. Deve ter sido confusão do repórter. Coro- nel Saraiva.
2/2/70 Celibato dos padres - cortar. Manifestação de enfer- meiras dos hospitais Civis de Lisboa junto do novo ministério – cortar. Coronel Saraiva.
9/3/70 - Seis casais de jovens a beijar-se na boca, na escola politécnica de Londres para an- gariar fundos não sei para quê, e tanques russos em manobras na Bielorússia.Cortar. Coronel Saraiva.
15/3/70 250 alunos da escola do Marquês de Pombal (Lisboa) perderam o ano (por faltas e outros motivos) - cortar Capitão Correia de Barros.
8/5/70 Os algarvios pedem a abolição de vários impostos
António Gedeão foi o pseudónimo de Rómulo de Carvalho, um poeta, professor e cientista português António Gedeão foi o pseudónimo de Rómulo de Carvalho, um poeta, professor e cientista português. Ele nasceu em 24 de novembro de 1906 em Lisboa, Portugal, e faleceu em 19 de fevereiro de 1997. Gedeão é reconhecido mundialmente pela sua contribuição à literatura portuguesa, principalmente pela sua poesia, que combina elementos científicos e poéticos de uma maneira única.
Rómulo de Carvalho foi um professor de Matemática e Física, tendo trabalhado em vários níveis de ensino, desde o secundário até à universidade. A sua paixão pela ciência encontra-se em muitos de seus poemas, nos quais ele aborda questões científicas e filosóficas com uma linguagem poética e acessível.
Sob o pseudónimo de António Gedeão, ele publicou várias obras, incluindo "Poema para Galileu", "Máquina de Fogo", "Movimento Perpétuo" e "Lágrima de Preta". Os seus poemas frequentemente exploram a relação entre a ciência, a natureza e a condição humana, abordando temas como a exploração do espaço, a física e a filosofia.
António Gedeão é considerado um dos poetas mais importantes do século XX em Portugal, e a sua obra continua a ser estudada e apreciada por amantes da poesia e da ciência. A sua habilidade de traduzir conceitos científicos complexos em uma linguagem poética e acessível tornou-o uma figura influente no mundo da poesia portuguesa. Uma curiosidade interessante sobre António Gedeão é que, além da poesia, ele também era um talentoso ilustrador e artista gráfico. Gedeão frequentemente ilustrava as suas próprias obras. As suas ilustrações muitas vezes refletiam a fusão entre a poesia e a ciência, abordando temas relacionados com a sua paixão tanto pela palavra quanto pela imagem.
Por Bárbara Baltarejo 12º9
Diana Ribeiro 12º9
poema para galileu
Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.
antónio gedeão
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO ANDAR DE BICICLETA SEM LICENÇA. Todas as bicicletas tinham de trazer a chapa de esmalte, comprovativa de pagamento da taxa de circulação. Sem a licença a multa era pesada. Nos anos 60 era de 50 escudos ao ano. Até aos anos 60, a lei regulamentadora do ciclismo exigia que o ciclista estivesse habilitado com carta de condução própria.
Catarina Eufémia nasceu a 13 de fevereiro de 1928, nunca frequentou a escola devido á falta de tempo pois trabalhava com os pais no campo. Aos 17 anos casou-se com António Joaquim e acabou por mudar-se com ele para o Barreiro. A 19 de maio de 1954 Catarina, juntamente com as colegas de trabalho, participam numa manifestação, reivindicando melhores salários e condições de trabalho. A Guarda Nacional Republicana foi alertada e rapidamente chegou ao local da manifestação, a GNR cercou o grupo de manifestantes e tentou prende-los, após oferecer resistência.
Catarina Eufémia foi atingida com três tiros nas costas e morreu de imediato com apenas 26 anos e deixando 3 filhos. Por Rodrigo Santos 12º10
ANTÓNIO DE OLIVEIRA
Na madrugada de 7 de setembro de 1968, uma equipa médica deslocou-se até ao quarto de Oliveira Salazar, devido a “um hematoma intracraniano subdural crónico”, para a realização de uma operação de lenta recuperação. Só nesse mesmo dia é que a pátria veio a descobrir que, após 40 anos de mandato, o ditador estava doente.
No mês anterior, a 3 de agosto, Salazar tinha dado “uma queda no forte de Santo António do Estoril”. Encontrava-se a ler o jornal quando de repente se desequilibrou ao levantar-se da cadeira e bateu com a cabeça no chão. Com a ajuda do calista Augusto Hilário ergueu-se e recusou a chamada de um médico para a sua assistência. Porém, com uma consulta de rotina, três dias depois, o presidente do Conselho de Ministros acabou por contar o que se tinha passado, sendo, então, observado.
Nos seguintes dias, Salazar dedicou-se à remodelação do governo. Acompanhava a situação política internacional: a 21 de agosto, o mundo havia tomado consciência da invasão da Checoslováquia por parte da União Soviética para colocar fim à “Primavera de Praga”. Dubcek, um dirigente comunista moderado, havia tentado desprender-se da tutela da URSS e formar um “socialismo de rosto humano”. Brejnev, não concordou e avançou com o exército vermelho. No dia 4 de setembro, Salazar apresentara dores de cabeça. D. Maria apercebeu-se da gravidade da situação e telefonou a Eduardo Coelho. O chefe do governo foi levado para os hospitais de Capuchos e de S. José para realizar exames que confirmaram que uma drenagem seria urgente.
De imediato seguiram para a Casa de Saúde da Cruz Vermelha, em Benfica. Passado alguns dias da operação, Oliveira de Salazar apresentou melhorias. Políticos e pessoas desconhecidas enchiam o hospital e o presidente do Conselho voltava a falar e levantava-se da cama. Os boletins clínicos deixaram de ser enviados e o assunto do regresso para a residência oficial de S.Bento tinha vindo ao de cima. Mas a 16 de setembro, Salazar tinha-se queixado: “Estou muito aflito. Ai, meu Jesus!” e desmaiou, acabando por sofrer um AVC.
Este acidente chocou o regime e Américo Tomás convocou o Conselho de Estado, no dia seguinte, para dar início à escolha de um “novo presidente do Conselho de Ministros” caso tivesse de suceder a substituição de António Oliveira de Salazar. Houston Merritt, um especialista americano de renome mundial, veio examinar Salazar a Portugal. Tomás questionou-lhe sobre a sua recuperação e a resposta não foi a melhor: “Salazar não voltaria a ser o mesmo”. Na noite do dia 26 de dezembro, através da televisão, foi proclamado, pelo presidente da República, o novo chefe de governo, Marcello Caetano. Salazar conseguiu sobreviver ao AVC e regressou a S.Bento em fevereiro de 1969. Todos aqueles que lhe eram próximos fizeram-no cair na ilusão de que o seu mandato continuava, morreu a 27 de julho de 1970. Fonte Livro HISTÓRIAS ROCAMBOLESCAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
Por Carolina Oliveira e Rita Silva 12º10
- cortar Capitão Correia de Barros.
2/7/70 O papa recebeu no Vat- icano terroristas portugueses - cortar tudo muito cuidado. Tenente Teixeira.
30/7/70 Nada de fotos sensacionalistas do funeral do Dr. Salazar. Isto é, que mostram a Dona Maria a beijar o morto. – cortar. Em Coimbra havia muita gente na estação, não dizer que isso foi devido a ter fechado o comércio. Coronel Roma Torres.
4/8/70 Foram descobertos meninos e meninas a fumar liamba uma espécie de (marijuana) a notícia tem cortes. Não dizer que são estudantes liceais entre os 14 e 20 anos que pertencem às melhores famílias e que são de requintado escalão social. cor- tar isso tudo. Coronel da Silva. Capitão Correia Barros.
25/8/70 No Algarve uns meni- nos cabeludos desses de quem não se sabe a que sexo pertencem andam a vender objetos vários e os chamados posters. Um deles dizia “fazei amor e não guerra”, claro que se sabe que guerra é. CORTAR TUDO. Coronel Saraiva.
20/9/70 Regresso de Cássio Clay ao ringue. Não dizer que se recusou a prestar serviço de mili- tar. Coronel Saraiva.
24/9/70 Em Loulé, os talhantes fizeram “greve”, a carne custa o mesmo que há 20 anos. Suspender Coronel Garcia da Silva.
22/12/70 Condenação a prisão perpétua de Stargl não dizerem em título que assassinou 400.000 mil judeus num campo de concentração alemão. Capitão Correia de Barros.
24/12/70 (Tarde da véspera de Natal) telegrama da lenda japonesa acerca de Jesus Cristo em título Não se pode dizer que Jesus Cristo morreu no Japão com 106 anos e três filhos. Não haverá missa do galo para os 16 bascos que aguardam sentença. Não têm a missa do galo como não têm outras coisas, não vão por exemplo, nem ao cinema nem ao teatro. Coronel Saraiva.
24/1/71 Notícia ou anúncio da TV Europa de uma emissão às 20:30 de amanhã sobre sexualidade nas cidades modernas, é para cortar. Dr. Ornelas.
24/1/71 Gravura da casa de Salazar dando a perceber que está a cair – cortar gravura e legenda. não é verdade. Talvez ande em obras. Tenente Teixeira.
23/6/71 Leite impróprio para consumo em Évora – cortar. O leite vai subir preço no Algarve – cortar. Capitão Correia de Barros.
28/8/71 “Telegrama de Brasília” atores deportados. Não se pode dizer, em título, que foram presos e espancados e que se recusaram e que assinaram confissões à força. Dr. Ornelas.
12/10/71 Esperado em Portugal o escritor americano Caldwell. Pode dizer-se que tem vários liv- ros traduzidos, mas é proibido falar na Feira de Deus, livro proibido. Coronel Saraiva.
18/10/71 Mondim da Beira. Venceu a lista da oposição - cor- tar que houve abstenções de 50% e que a maior parte dos absten- cionistas estão em França. Rou- bos em Sacavém - cortar que a GNR a única coisa que faz é fiscalizar espetáculos. É uma expressão assim “Quanto tempo poderemos aturar isto?”. Cortar. Coronel Garcia da Silva.
3/11/71 Coimbra. Abertura de uma escola sem mobília com os alunos sentados no chão - cortar já tinha sido publicado. Capitão Correia de Barros.
18/2/72 Um preso político en- carcerado em Caxias e de nome
Salazar sempre passou uma imagem de homem que não gostava de gastar dinheiro, que não se importava com mulheres e que só queria saber da salvação da Pátria, contudo, isso é mentira. No livro “Os Amores de Salazar”, a jornalista Felícia Cabrita fala do envolvimento de Salazar com 8 mulheres. Já no livro “Os Meus 35 Anos com Salazar”, Maria da Conceição Rita conta que o chefe do governo fechava a janela da sala quando estava a sós com uma das suas mulheres, Christine.
Franco Nogueira (ministro dos Negócios Estrangeiros), conta que, ano após ano, Salazar encomendava cada vez mais fatos e gravatas e que numa viagem à Madeira gastou mil escudos em bordados. Ao contrário do mito que criou sobre si, António Oliveira Salazar teve vários casos amorosos, cobrava bom dinheiro pelos seus pareceres jurídicos e não se coibia de viajar ou fazer compras dispendiosas.
Oditadorgostava de passar a ideia de que era um eremita, totalmente devotado à nação e sem qualquer interesse em mulheres. Nunca ter casado nem ter assumido qualquer relação afetiva eram provas suficientes, mas a verdade é outra Franco Nogueira, o seu biógrafo oficial, destrói outro mito acerca de Salazar: o de homem poupadinho. Este admirador de Oliveira Salazar diz que o ditador português gastava quantias consideráveis em fatos, gravatas e sobretudos, que encomendava num conceituado alfaiate de Coimbra. Ora para ter tais devaneios Salazar tinha de ganhar bem e isso acontecia, porque, além do cargo de professor de Direito em Coimbra, ainda cobrava avultadas quantias pelos diversos pareceres jurídicos que elaborava a pedido do Banco de Portugal ou do Crédito Predial. Ou seja, Salazar apreciava as coisas belas da vida: dinheiro, sexo, viagens, roupas caras. Obviamente que ele sabia que lidava com um povo pobre e inculto e por isso devia esconder este estilo de vida. A melhor maneira de o fazer era criar nos portugueses uma ideia totalmente contrário, de modo a que a sua forma de governação fosse aceite sem grande resistência.
Como disse, na sua tomada de posse, em 27 de abril de 1928:
“Eu sei o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o país estude, represente, reclame, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar.”
FONTES: https://setepecadosimortais73.blogspot.com/2018/04/afinal-salazar-gostava-de-mulheres-de.html https://clube.spm.pt/news/quadrantes-por-francisco-fernandes-salazar-misgino-e-poupado-ou-mulherengo-e-gastador Por Rodrigo Santos 12º10
"Salazar, a Vida Privada", de Jorge Queiroga, é uma produção da Valentim de Carvalho Filmes (empresa financiada pelo FICA), com co-produção da SIC.
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRILERA PROIBIDO CASAR COM UMA PROFESSORA. O casamento de uma professora tinha de ser autorizado pelo governo, com um despacho, e os noivos eram obrigados a apresentar dois atestados: um de bom comportamento moral e cívico e outro de que o futuro marido da professora auferia um ordenado superior ao da mulher, ou possuia meios suficientes para a sustentar, dispensando os rendimentos da professora. Caso contrário, o casamento era proibido pelo ministério. Se fosse por diante, a mulher teria de abandonar o ensino oficial
Álvaro Cunhal foi um político e escritor português que marcou o século XX pelo seu carácter revolucionário e combativo para com a ditadura militar.
Álvaro Cunhal marcou o século XX pelo seu carácter revolucionário e combativo para com a ditadura militar.Álvaro Barreirinha Cunhal nasceu no dia 10 de novembro de 1913, em Coimbra, no seio de uma família com grandes divergências ideológicas, enquanto que sua mãe era uma mulher sensata muito ligada a religião cristã, o seu pai era um homem liberal que incutia aos seus filhos valores republicanos e em prol da liberdade.
Contudo, apesar das tentativas maternas de conduzir o seu filho por um caminho longe do teor político, as influências de seu pai sobejaram, criando, dentro de Cunhal, uma noção de solidariedade social e insubmissão política, que se mostrou de forma muito clara nos seus posicionamentos ideológicos. Foi no ano de 1931, quando Álvaro Cunhal ingressa na faculdade de Coimbra para cursar Direito, que contacta pela primeira vez com os ideais marxistas, rapidamente acolheu e se tornou abertamente comunista. É no ano seguinte que integra o partido comunista na ala jovem e de forma quase instantânea se torna secretário-geral com o pseudónimo de Daniel.
Com 22 anos viaja clandestinamente, primeiro para a URSS, no âmbito de participar no Congresso Internacional da Juventude Comunista, e mais tarde, para Espanha, onde acompanha de perto o eclodir da Guerra Civil. Munido de novos ideais europeus regressa a Portugal e assume grande influência dentro do Partido Comunista Português (PCP). Assim como muitos outros políticos, também o grande paradigma do comunismo português foi perseguido, preso e torturado pela Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE). Estando cerca de 12 anos preso, muitos dos quais em total isolamento.
Acaba, por fim, por escapar do cárcere no dia 3 de janeiro de 1960, na célebre fuga de Peniche. Em 1961, e durante os seguintes 31 anos, torna-se secretário-geral do PCP e exila-se, até ao 25 de abril de 1974, na União Soviética mantendo funções de forma remota. É no momento que regressa a Portugal que o escritor percebe que já não tem de temer as suas crenças políticas e encontra-se com o general Spínola e Mário Soares. Já no fim da sua carreira política o líder do PCP regressa à União Soviética, onde é recebido e condecorado com um dos mais importantes títulos da URSS, a Ordem de Lenine.
Álvaro Cunhal morreu no dia 13 de junho de 2005, em Lisboa, com 91 anos de idade.
Muitos dizem que a história do PCP se confunde com a história de Álvaro Cunhal não só pelos inúmeros anos que liderou este partido, mas também pela fervorosa maneira com que viveu os ideais comunistas.
É indiscutível a importância que esta grande personalidade tem na defesa da liberdade ideológica que é permitida a cada um de nós, uma vez que, é graças a ele e a muitos outros que vivemos de forma livre num regime democrático, no qual os nossos direitos civis e sociais são respeitados em plenitude.
Por Daniel Moreira 12º9
Guilherme Carvalho foi submetido a uma melindrosa intervenção cirúrgica, não dizer que é preso político e muito menos de Caxias. Capitão Correia de Barros.
1/3/72 Espancou mulher e bateu nos polícias - cortar o bater nos polícias. Coronel Garcia da Silva.
21/3/72 Entrevista com Carlos Mendes à partida para Edimburgo, não por em confronto a alegria da vida inglesa com a vida portuguesa (que nós somos macambúzios) – cortar. Pesca- dores da pesca do bacalhau, os jovens querem ir para fugir ao serviço militar – cortar. Capitão Correia de Barros.
1/4/72 O inquérito à gente da polícia judiciária que ganha muito pouco - cortar esta parte. Que tropas indonésias invadiram Timor é intrujice do dia 1 de Abril de um jornal estrangeiro. Tudo cortado. Capitão Correia de Barros
18/4/72 Amores de uma jor- nalista francesa com Kissinger (ela diz agora) que ele é cruel egoísta e despótico. Cortar. Cor- onel Roma Torres.
21/4/72 Telegrama da Lusitânia sobre a história de um padeiro que ficou sem a cabeça de um dedo e depois o dedo foi aparecer no pão. Não pôr, em título nada que dê a entender que o dedo apareceu no pão. Coronel Roma Torres.
20/6/72 Chama-se de novo a atenção para o artigo 101, do decreto-Lei 150/72. Nos textos ou imagens publicados não é consentida qualquer referência ou indicação de que foram sub- metidos a exame prévio. Capitão Correia de Barros.
20/6/72 Comunicado dos médicos publicado no Diário de Lis- boa não pode sair. Tudo sobre a assembleia é cortado. O diário de Lisboa prevaricou e por tal, vai ser castigado. Coronel Saraiva.
26/7/72 Proibido dizer que no Rossio soltaram um animal (porco) com um barrete de Almirante (crítica à eleição de Américo Tomás), pelo que ouve cargas de polícia e prisões. Coronel Saraiva. Colóquio da SEDES. Em título não se pode falar na desvalorização do es- cudo Dr. Ornelas.
12/8/72 no Parque Eduardo VII em Lisboa, numa rusga policial, foram presos 24 indivíduos, vadios, prostitutas e homossexuais. Pode se falar nos vadios e nas prostitutas mas não nos homos- sexuais. Tenente Teixeira.
21/8/72 Original assalto por três jovens cabeludos ao banco português do Atlântico (Porto) na quarta-feira passada - cortar Dr. Ornelas.
24/8/72 Fogo posto com pól- vora e rastilho, em Moita da Serra (Guarda) pode dar-se a notícia. O que não pode dizer-se é que um agente da GNR disse que não tinha nada que investi- gar porque o cabo está de férias. Coronel Garcia da Silva.
7/9/72 Na zona de Vila do Conde encalhou um barco inglês que largou o óleo. Não se pode dizer que os banhistas abando- nam a praia e os peixes desapa- receram. Tenente Teixeira.
13/9/72 Uma missão das polícias portuguesas foi à Ale- manha para uma reunião da Interpol. Proibida. Prisão de uma quadrilha de carteiristas na região do Porto. Não pode dizer que os automóveis roubados se incorporaram no cortejo pres- encial, aquando de uma visita de Américo Tomás ao norte (Trás- os-Montes, salvo erro). Coronel Garcia da Silva.
26/10/72 Foi proibida uma peça de teatro adaptação de Cor- reia Alves, do Arco de Santana,
A partir de 1961, milhares de soldados foram enviados para o Ultramar opara combater pela manutenção das colónias, um evento que só veio a ter fim em 1974, com o reconhecimento da independência das colónias portuguesas. Estes treze anos de guerra colonial implicaram um aumento de despesas com a defesa nacional e contribuíram para o desgaste do regime político, fazendo com que muitas pessoas se opusessem a ele
Portugal, neste tempo, viveu um momento de extrema insegurança e repressão graças ao regime político ditatorial que vigorava (Estado Novo), são exemplo disso a censura prévia, tratada por “lápis azul”, que cancelava previamente todos os documentos que criticassem o regime, e a PIDE, cuja função era deter e torturar todas as pessoas que se mostrassem contra o Estado Novo
sABiAs Que ... ANTES DO 25 DE ABRIL NÃO ERA PERMITIDO A UMA MULHER CASADA VIAJAR PARA O ESTRANGEIRO. O HOMEM ERA O TITULAR DO PASSAPORTE FAMILIAR. Estavam também proibidos de sair do país sem a devida autorização os militares. A licença para sair do país até aos 45 anos exigia que não tivessem ficha na PIDE até à segunda geração. Qualquer opositor do regime estava obviamente proibido de sair.
No dia 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas ( MFA ) desencadeou um golpe militar devido ao descontentamento com o regime. O capitão Salgueiro Maia comandou a coluna de blindados, que vinha de Santarém, que avançou até ao Quartel do Carmo, onde se encontrava Marcello Caetano, a fim de o levar até ao aeroporto para o encaminharem para o exílio no Brasil. Esta tão importante revolução teve um grande impacto na população, suscitando uma enorme alegria. Uma semana mais tarde, dá-se o 1 de Maio, Dia do Trabalhador, que foi comemorado pela população nas ruas, e é, até hoje, a maior manifestação popular ocorrida em Portugal. Após as revoluções realizadas nas ex-colónias africadas pela descolonização, em 1975, milhares de portugueses veem-se obrigados a regressar a Portugal devido às difíceis circunstâncias. Em 1975, a RTP organizou uma emissão especial de 30 horas das primeiras eleições livres, acompanhou o processo eleitoral em várias regiões do país, que teve uma grande participação da população portuguesa. Por Daniela Azevedo 12º9
António Ferreira Gomes - Quem foi o bispo que bateu o pé a Salazar?
No dia 13 de Julho de 1958, o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes enviou ao presidente do Conselho, Oliveira Salazar, uma carta que teve o efeito de uma bomba. Na carta estava escrito “Temos de ser francos, talvez brutais: o corporativismo portugues (...) foi realmente um meio de espoliar os operários do direito natural de associação (...)que tinham reconquistado, penosa e sangrentamente.”
Foi nesse dia que, pela primeira vez, um alto dignitário da igreja católica portuguesa, responsável pela diocese da segunda maior cidade do país, manifestou a sua oposição ao regime, dirigindo-se diretamente ao chefe de governo. D. António “pôs o dedo na ferida da situação religiosa”, exigindo “o respeito, à liberdade e a não discriminação devidos ao cidadão honesto em qualquer sociedade civil”.
Contudo o regime encontrava-se abalado. A campanha presidencial do general Humberto Delgado fizera tremer o ditador e as eleições de 8 de junho, que deram uma vitória folgada ao candidato de Salazar, Américo Tomás, estiveram longe de ser livres e justas.
Cardeal Cerejeira
Cardeal-patriarca de Lisboa durante quase 42 anos, D. Manuel Gonçalves Cerejeira (1888-1977)
foi a figura mais marcante da Igreja portuguesa no século XX. A amizade entre o chefe do governo e o Cardela Cerejeira facilitou a aproximação da igreja e do Estado depois dos traumas da 1ª República. A sua presença constante a abençoar as obras do Estado Novo fê-lo passar à história com um incondicional do regime.
Salazar não perdoou Exerceu pressão sobre a Igreja portuguesa, chefiada pelo cardeal Cerejeira, e a imprensa do regime lançava uma campanha feroz contra o bispo do Porto.
Certo é que, saindo do país a 24 de julho de 1959, por ser aconselhado a retirar-se uns tempos para férias, é depois proibido de entrar. Vê-se forçado a um exílio de dez anos.
O Papa João XXIII recusou-se a substituí-lo e Paulo VI manteve a decisão: na ausência do bispo, a diocese do Porto foi dirigida por um administrador apostólico - (Na Igreja Católica um Administrador Apostólico é um Bispo que administra interinamente uma Diocese).
Com isso, João XXIII nomeou D. António Ferreira Gomes para a Comissão Pontifícia de Estudos Ecumenicos (Ecumenismo consiste numa corrente que procura unir os cristãos disparados sob uma única igreja), encarregada de preparar o Concílio Vaticano II (1962-1965), em que participou integrado na representação portuguesa.
António Ferreira Gomes
Nasceu em Penafiel a 10 de maio de 1906 e faleceu em Valongo a 13 de abril de 1989. Foi um católico português, bispo das dioceses de Portalegre e do Porto. Doutorou-se em Filosofia na Universidade Gregoriana de Roma
Marcello José das Neves Alves Caetano foi um jurisconsulto, professor de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo. Nasceu a 7 de agosto de 1906 em Graça, Lisboa e faleceu a 26 de outubro de 1980 no Rio de Janeiro, Brasil.
no TEP, (Teatro Experimental do Porto) não dizer que foi proibida. Pode, no entanto, dizer-se que já não vai a cena. Capitão Correia de Barros.
27/11/72 Rapto e agressão a duas jovens. Parece que a polícia já deteve os cinco indivíduos sus- peitos. Enquanto não estiverem pronunciados, nada de referir o nome dos criminosos, não escrever que se trata de “meninos bem” pois seria tendencioso. Quanto aos nomes das raparigas violentadas, por enquanto não os fazer publicar.
1/2/73 Morte de Carlos Cal Brandão se houver alguma coisa mais rebarbativa - telefonar. Amílcar Cabral é assunto que morreu não se pode falar mais. Não devem ser autorizadas referências aos filmes Laranja Mecânica e O Último Tango. Coronel Saraiva.
7/2/73 Professores de Almeirim dão curso noturno mas estão a ser mal pagos. Alguns dos títulos que apareceram em Lisboa professores não querem receber 6€00 por hora; “São mal pagos os pro- fessores primários de Almeirim - cortar. Dr. Ornelas.
20/2/73 Até me custa estar sempre a repetir isto porque os senhores não costumam fazer coisas que não estão recomen- dadas, e depois, porque é bater sempre na mesma tecla. Mas mandam-me. Enfim, são ordens!
Coronel Saraiva.
1/6/73. DGS na Feira do Livro de Lisboa a aprender várias obras - cortar Coronel Saraiva.
6/6/73. Jornais da tarde trazem ameaça de uma bomba contra um industrial. O malandrim que pede 45 contos ao industrial é criminoso amador. Coronel Roma Torres.
30/6/73 “Concessão de Habeas Corpus a presos no Tarra- fal”. Mandar. Capitão Correia de Barros.
11/7/73. Cuidado. Notícia de que a distribuição de panfletos em Londres a favor de Portugal foi feita por pessoas pagas, com desmentido da embaixada - cortar. Tudo isto é uma questão de sensibilidade. Devemos, pois, ter cuidado e eliminar coisas que não sejam muito decentes. Notícia de que uma família vivia numa barraca, e depois, foi instalar-se numa casa de onde o senhorio a expulsou - cortar. (Foi em Lis- boa). Coronel Saraiva.
Salazar acaba por ser ser substituído na chefia do governo por Marcello Caetano. A tímida abertura que Marcello ensaiou ficou conhecida como a “primavera marcelista”- e um dos seus exemplos foi a autorização do regresso do bispo do Porto, em julho de 1969.
Bibliografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Ferreira_Gomes
https://pt.slideshare.net/thegreenfairy666/carta-a-salazar-por-d-antnio-ferreira-gomes
https://www.dn.pt/lusa/homenagem-ao-antigo-bispo-do-porto-antonio-ferreira-gomes-e-a-carta-a-salazar-9584879.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcello_Caetano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Oliveira_Salazar
Por Isabel Martins, 12º 10
sABiAs Que ... ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO DAR BEIJOS EM PÚBLICO.
Os crimes de atentado à moral pública e aos bons costumes, de "excessos sexuais e escândalos vários", eram severamente punidos em Portugal pelo Estado Novo. Os beijoqueiros eram punidos com multa de pelo menos 57 escudos. O rapaz beijoqueiro podia ainda ser sujeito a um corte de cabelo máquina zero.
1/8/73. Fuga de presos da cadeia de Viseu. Manietaram e amordaçaram os guardas das celas. Escola de Belas Artes do Porto 55% de reprovações. (pintura e escultura) Em título não falar de reprovações. Tenente Teixeira. 4/8/73. Despedimento de dois professores do Liceu António No- bre (Porto) na altura dos exames. Nada por enquanto. Coronel Saraiva.
29/9/73. Mantém-se a proibição de utilizar a palavra “Movimento” sempre que se refiram à oposição democrática. Portugal e África do Sul expulsos da OIT, agrade- cia-se um título anódino.Coronel Saraiva.
29/11/73. Palma Inácio .- cortar pormenores da prisão, tais como “algemado de mãos e pés” Adu- bos consta que irão subir 30% - cortar Coronel Saraiva.
10/12/73. Há um telegrama visado e que o Diário Popular tra- zia na última página com o título (que foi cortado) “Entregue na ONU uma petição contra a tor- tura assinada por 1 milhão de pessoas” O milhão é de cortar. Capitão Correia de Barros.
11/12/73. Racionamento da gasolina no exército. Circular do Quartel-Mestre General - PROI- BIDA. Carta sobre os aviões de turismo que voam sobre Cascais gastando gasolina. Mandar. Dr
JORNAIS DA ÉPOCA. É UMA PÁGINA INTEIRA SEM MAIS TEXTO
ALGUM. AS IMAGENS FALAM POR SI. SÓ DE IMAGINAR A ALEGRIA DE UM POVO, QUE AINDA MUITO
ANALFABETO E POBRE, LÁ IA LENDO...
Busto de Péricles segundo Crésilas, Altes Museum, Berlim.
a Péricles, célebre e influente estadista, orador e estratego da Grécia Antiga, um dos principais líderes de Atenas e a maior personalidade política da época.
Jornalista: Muito bom dia, hoje contamos com a ilustre presença de Péricles, uma importante celebridade política na construção do processo democrático ateniense.
Péricles: Bom dia a todos os ouvintes, muito obrigado pelo convite. Não sei se serei assim tão importante, mas obrigado pelo elogio.
Jornalista: Péricles, como descreveria a essência da democracia ateniense?
Péricles: A essência da democracia ateniense é a expressão da vontade coletiva, onde todos os cidadãos têm o direito de participar ativamente nas decisões políticas. A democracia ateniense é um regime político em que o poder reside no povo. Todos os cidadãos atenienses, homens livres e nascidos em Atenas, têm o direito de participar do governo. A democracia ateniense é caracterizada por uma série de princípios, por exemplo,a Igualdade, pois todos os cidadãos atenienses são iguais perante a
lei. A participação, evidentemente, pois todos os cidadãos atenienses têm o direito de participar do governo. E claro, a responsabilidade, todos os cidadãos atenienses são responsáveis pelo governo.
Jornalista: Qual é a importância da educação na formação de cidadãos em Atenas?
Péricles: A educação é a base da cidadania. Uma população instruída compreende melhor as suas responsabilidades e contribui para uma sociedade mais justa e equitativa. Sem população instruída não é possível ter uma democracia saudável.
Jornalista: Como é que a democracia ateniense se diferencia das democracias ocidentais atuais?
Péricles: A democracia ateniense é diferente das democracias ocidentais atuais de várias maneiras. Em primeiro lugar, a democracia ateniense era direta, enquanto as democracias ocidentais atuais são democracias representativas. Isso significa que os cidadãos atenienses participavam diretamente do governo, enquanto os cidadãos das democracias ocidentais atuais elegem representantes para participarem do governo em seu nome. Em segundo lugar, a democracia ateniense era uma democracia restrita, enquanto as democracias ocidentais atuais são democracias inclusivas. Isso significa que apenas alguns cidadãos atenienses tinham o direito de participar no governo, enquanto todos os cidadãos das democracias ocidentais atuais têm o direito de participar.
Jornalista: A democracia nasceu então na Grécia Antiga, mas não estava isenta de contradições ou limitações, correto?
Péricles: A democracia ateniense, que eu presidi por mais de 30 anos, foi um grande avanço na história da humanidade. Foi o primeiro sistema político que garantiu a igualdade e a participação dos cidadãos no governo. No entanto, como qualquer sistema político, também tinha as suas limitações. Uma das principais limitações da democracia ateniense era que ela era restrita a uma pequena parcela da população. Apenas os homens atenienses livres e nascidos de pai e mãe atenienses tinham direitos políticos. Isso significava que mulheres, escravos, estrangeiros e outros grupos eram excluídos do processo político. Outra limitação da democracia ateniense era que ela era suscetível à demagogia. A demagogia é a prática de usar discursos inflamados para manipular a opinião pública. Sob o domínio de demagogos, a democracia pode ser usada para promover interesses pessoais ou grupos específicos, em detrimento do bem comum. Apesar dessas limitações, a democracia ateniense foi um grande sucesso. Ela proporcionou paz e prosperidade a Atenas durante o período de Péricles. Também inspirou outros povos a adotarem sistemas políticos democráticos.
Jornalista: Compreendo o seu entusiasmo. Permita-me então perguntar como responderia às críticas de que a democracia ateniense era uma forma de tirania da maioria?
Péricles: São críticas são infundadas. A democracia ateniense era baseada na ideia de que todos os cidadãos são iguais perante a lei. Isso significava que todos os cidadãos, tinham o direito de participar do processo político. Claro, é possível que a maioria da população possa tomar decisões que sejam prejudiciais a uma minoria. No entanto, isso também pode acontecer em qualquer sistema político. A diferença é que, na democracia, a minoria sempre tem o direito de se manifestar e tentar convencer a maioria a mudar de opinião. Além disso, a democracia ateniense era um sistema dinâmico. Os cidadãos tinham o direito de destituir os seus representantes a qualquer momento. Isso significava que, se a maioria da população tomasse decisões que fossem prejudiciais ao bem comum, os cidadãos poderiam agir para mudar essa situação. Jornalista: Em sua opinião, a democracia ateniense podia ser melhorada?
Péricles: Claro que podia. Por exemplo, poderia estender os direitos políticos a todos, independentemente da sua raça, sexo, origem social ou classe económica. Poderia ter criado um sistema de garantias constitucionais, que protegeriam os direitos individuais contra o arbítrio da maioria. Teria ajudado a prevenir que a democracia fosse usada para suprimir a liberdade de expressão ou outros direitos fundamentais. Não esqueçam, a democracia ateniense foi um grande avanço na história da humanidade. No entanto, como qualquer sistema político, também tinha as suas limitações. É preciso reconhecer essas limitações e melhorá-las, de modo que a democracia possa continuar a ser um instrumento de justiça e liberdade para todos. Jornalista: Mas como justifica a limitação da participação das mulheres na vida política de Atenas?
Péricles: Na sociedade da época, havia normas estabelecidas. A verdade é que no meu tempo para as mulheres eram concebidas outras funções e poucos direitos.
Jornalista: Diante das críticas de opositores, como defende a sua liderança e as políticas adotadas em Atenas?
Péricles: Aceito o debate como parte intrínseca da democracia. Na minha liderança procurei o bem comum, e estive aberto a críticas construtivas que permitissem aprimorar as nossas práticas.
Jornalista: Como encara o futuro das democracias atuais, considerando os desafios contemporâneos?
Péricles: A democracia é resiliente. Acredito que, com cidadãos educados e motivados, a democracia continuará a prosperar, adaptando-se aos desafios para manter a sua grandiosidade.
Jornalista: Que mensagem deixaria para as gerações futuras sobre a importância da democracia e do serviço público?
Péricles: A democracia é um tesouro a ser preservado. O serviço público é uma responsabilidade de todos, fundamental para garantir um futuro justo e próspero para nossos descendentes.
Jornalista: Que conselho daria às democracias ocidentais atuais?
Péricles: Eu diria que devem preservar os seus princípios fundamentais, incluindo a igualdade, a participação e a responsabilidade. Devem trabalhar para expandir a participação política, tornando-a mais inclusiva e acessível a todos os cidadãos.
Jornalista: Muito obrigado pela entrevista. Foi um prazer recebê-lo.
Péricles: Obrigado eu. Foi um prazer estar aqui. E já agora, parabéns pelos vossos 50 anos de liberdade. Cuidem dela!
Ornelas.
17/12/73. “Centena e meia de estudantes do ensino secundário detidos - cortar 22 mil democratas pedem amnistia para os presos políticos - Cortar. Tenente Teixeira.
3/1/74 “De Lisboa mandaram avisar todos os jornais “Não é autorizada a publicação de qualquer notícia referente a problemas de carreira militar ou de situação de qualquer catego- ria das Forças Armadas”. Sobre o Dr. Costa Saraiva, que saiu do plenário Criminal de Lisboa, não dizer como faz o Diário de Lisboa (que não respeitou o corte) que é nesse tribunal que se julgam os casos políticos. Já se sabe, não é preciso dizê-lo. Coronel Saraiva.
10/1/74. Exames de condução. Suborno dos examinadores - cortar. Dr Ornelas.
26/1/74. Desvalorização do es- cudo. Tudo o que houver. Man- dar. Coronel Garcia da Silva.
28/1/74. Soldador que queria pegar fogo à mulher e aos filhos - cortar. Dr Ornelas.
20/2/74. Anúncio: Professoras de Liceu de Lisboa querem emprego com o 14.º mês e bom ambiente. Cortar. Coronel Roma Torres.
5/3/74. Abaixo assinado de democratas acerca da prisão de uma pessoa em Setúbal. PROIBIDO.
7/3/74. Reclame do livro do gen- eral António Spínola, Portugal e o Futuro - mandar. Dr Ornelas.
16/3/74. O caso de Lamego é para proibir. Quanto ao caso de Caldas da Rainha* parece que o senhor diretor do EXAME PRÉVIO vai autorizar mais qualquer coisa do que nota oficiosa. Mas ainda não se sabe o que é. Portanto, MANDEM o que têm. Coronel Saraiva.
* Trata-se do golpe militar de 16 de março.
29/3/4. Rede de traficantes de droga desmantelada pela judi- ciária. PROIBIDA. Dr Ornelas.
18/4/74. Julgamento das Três Marias. Tudo cortado. Capitão Correia de Barros.
18/4/74. Circular nº45/74 Para os devidos efeitos, elucido Vª Excª de que todas as notícias de sessões públicas de qualquer índole devem sem exceção ser sub- metidas a exame prévio. A bem da nação. Alberto Alexandre Pestana de Ornelas. Presidente interino da comissão de exame prévio.
19/4/74. Traineiras não foram para o mar. PROIBIDO. Assalto ao banco - não pôr em título, a importância, nem pôr jovens, nem dizer as idades. A frase “Tenham calma. Isto não é nada convosco” - cortar. Coronel Garcia da Silva.
21/4/74. Exposição de diversas personalidades entregue na Presid ência do Conselho de Ministros acerca das últimas prisões efetuadas pela direção-geral de segurança, proi- bido. Dr Ornelas.
J orn A list A s ocuparam os serviços de censura na cidade do Porto. Um grupo de jornalistas do Porto foi ontem cuspir nas instalações da comissão de censura, ultimamente denominada exame prévio. in Jornal de Notí- cias 4/5/1974.
Entrevistados: Carlos Fonseca / Isabel Silva
Profissão: Reformado 75 anos / Administrativa 65 anos A VIDA
A minha família sempre se sustentou com a agricultura, a criação de gado e a caça. Encontravam-se aos domingos para comerem, beberem e conviverem. Muitas das vezes, os pais deixavam de comer para dar a comida aos filhos, uma vez que eram pobres.
A minha avó materna era carteira e também dava injeções aos vizinhos que delas precisassem, embora nunca tenha tido formação para isso. O meu avô era ferreiro. Ambos tiveram sete filhos e viviam com dificuldades. A casa tinha apenas dois quartos. Os pais dormiam num, as quatro meninas noutro e os três rapazes na sala. Os colchões eram de palha, as roupas eram guardadas em malas e passavam de uns filhos para os outros. Não trocavam de roupa todos os dias. Apenas tinham uma retrete e tomavam banho numa bacia, cerca de duas vezes por semana. Normalmente os irmãos mais velhos cuidavam dos mais novos enquanto os seus pais trabalhavam. A minha mãe teve o seu primeiro emprego aos doze anos, a fazer limpezas e mais tarde, começou a trabalhar numa fábrica de sapatos. A minha avó paterna trabalhava no campo e o meu avô era pedreiro. Tiveram cinco filhos que dormiam todos no mesmo quarto, enquanto os pais dormiam noutro. O meu pai começou a trabalhar com o meu avô quando tinha doze anos. O dinheiro que recebia era todo para as despesas da casa. Depois do trabalho, ainda ia ajudar a sua mãe a trabalhar nos campos. A alimentação era feita com base nos legumes que colhiam e nos animais que criavam. Quem construiu a casa da minha família paterna foi o meu pai, os meus tios e os meus avós. Como não havia acesso à casa, o material era transportado todo às costas. Quando começaram a viver lá, não tinham luz.
As minhas avós e bisavós vestiam-se sempre de saia, tinham um avental e um lenço na cabeça. Utilizavam brincos e um cordão de ouro. Não usavam roupa interior.
Os meus avôs e bisavôs vestiam-se de camisa e calças. Usavam como adereços um chapéu e um cinto. No inverno utilizavam uma samarra (casaco de fazenda com uma gola de pêlo de raposa). Estava na moda o cabelo grande, as calças à boca de sino, as camisolas de gola alta e padrões florais e axadrezados.
As pessoas mais velhas usavam roupas mais tradicionais.
Antes do 25 de Abril, as pessoas não compravam peças de vestuário, uma vez que usavam as roupas que eram oferecidas por primos, irmãos e amigos. Após a Revolução de Abril, as pessoas começaram a comprar mais vestuário e a usar as roupas que queriam sem se preocuparem com as possíveis consequências. As costureiras e os alfaiates da zona confecionavam as roupas para grande parte da população. As fábricas também produziam roupa que era vendida normalmente em feiras. Contudo, só as pessoas com melhor condição financeira é que tinham possibilidade de a comprar.
Como se namorava?
As discotecas e os bailes eram os locais onde a maior parte das pessoas conhecia o seu namorado. Os casais avançavam mais lentamente na relação, podendo namorar por um ano sem dar um único beijo. Algumas pessoas namoravam pela janela. Como era o casamento?
Antigamente, os homens tinham de pedir a permissão ao pai da noiva para se casarem. Os casamentos não eram feitos em espaços alugados ou quintas, eram antes feitos em casa. Nos casamentos as pessoas mandavam flores e arroz aos recém-casados até chegarem a casa e quando lá chegavam, tinha um arco à porta. Não havia lua de mel.
Havia grandes diferenças entre a vida dos homens e a das mulheres?
Antes do 25 de Abril, o Estado Novo não permitia movimentos como o feminismo. Assim, as mulheres eram mais silenciadas e desvalorizadas do que atualmente. Estavam encarregues das tarefas domésticas e de cuidar dos filhos, enquanto os homens trabalhavam. Tinham de pedir autorização ao marido para sair do país, trabalhar no comércio e até para abrir uma conta bancária. As mulheres não tinham direito ao voto e não podiam ser juízas, diplomatas, militares ou polícias. O salário de uma mulher era aproximadamente metade do salário de um homem. As mulheres que exercessem certas profissões (como enfermeiras ou hospedeiras de bordo) tinham limitação de direitos, por exemplo, o direito de se casarem. Com a Revolução de Abril, os direitos das mulheres ficaram estabelecidos na Constituição da República.
Os meus avós e bisavós nasceram nas vilas de Souselo, Moimenta do Douro e Espadanedo. A minha mãe nasceu em Moimenta do Douro. O meu pai nasceu em Espadanedo, apesar de ter vivido grande parte da sua vida em Souselo. Quando as pessoas adoeciam ficavam em casa e o médico mais próximo ia lá visitá-los. Normalmente, os pobres não pagavam ou então davam alguns bens como continua
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legumes e animais.
O Hospital mais próximo fica em Cinfães, a aproximadamente 20 quilómetros.
O ENSINO - Como era a escola no tempo dos meus avós?
Os professores eram muito rígidos e agressivos, utilizando canas da Índia e réguas para agredir os alunos. Como a escola não era obrigatória imensos alunos faltavam às aulas, muitas das vezes para trabalharem. Havia escola até aos nove ou dez anos e só quem tinha muitas condições financeiras é que podia continuar para além do 4º ano. As escolas estavam divididas em femininas e masculinas e só eram utilizados aproximadamente dois livros. Havia apenas uma casa de banho que nem água tinha.
Como era a sala de aula?
Muitas das vezes, as salas estavam divididas por sexo. As mesas, também chamadas de carteiras, eram normalmente apenas para uma pessoa. Os quadros eram de giz e perto deles haviam púlpitos. Os professores utilizavam canas da Índia para apontar para o quadro e por vezes, para agredirem os alunos. Para essa mesma função utilizavam também réguas com cerca de 40cm. Inicialmente, os alunos estudavam através de dois ou três livros. Mais tarde, os alunos começaram a utilizar o método da telescola.
Hoje em dia existem leis que proíbem os professores de agredirem os alunos. Os quadros de giz não são muito frequentes e as escolas optam pela utilização de projetores. O ensino é mais tecnológico e os alunos têm um livro para cada disciplina. Já são utilizadas mochilas de vários tamanhos e formatos e canetas de várias cores e marcas. As mesas podem ser para uma ou duas pessoas e os alunos já têm outros meios de transporte para se deslocarem como carro, autocarro e metro. Já existem laboratórios, ginásios, salas para ensino especial, cantinas e bibliotecas.
Um dia de escola no tempo dos meus avós.
Os meus avós levantavam-se às 6:30 (quando não tinham que cuidar dos animais logo de manhã cedo) e caminhavam para a escola cerca de 45 minutos, descalços. As aulas começavam às 08:00 e terminavam às 13:00. Os alunos só tinham aproximadamente dois livros que levavam em sacas de pano. Quando os alunos tinham um comportamento incorreto ou respondiam às perguntas de forma errada, os professores tinham a permissão para lhes bater. Quando a escola terminava, ainda tinham de trabalhar para se sustentarem.
Um dia de escola no tempo dos meus pais.
No tempo dos meus pais, as aulas começavam às 14 horas e eram transmitidas pela televisão, contudo, os alunos tinham de se apresentar na escola. Para auxiliar o estudo eram utilizadas capas com folhas. No fim da transmissão, os professores esclareciam dúvidas. A escola terminava às 18:00. Os alunos deslocavam-se a pé e sozinhos. Só havia um recreio de 20 minutos em que os alunos jogavam à macaca, à malha e futebol. Os alunos levavam a comida de casa pois só havia uma cantina que apenas servia uma tigela de leite. Não havia biblioteca mas havia uma carrinha que trazia livros para as crianças lerem, uma vez por mês.
OS TEMPOS LIVRES - Como eram os tempos livres dos meus avós e bisavós?
Os meus avós e bisavós apenas desfrutavam os tempos livres ao domingo, uma vez que, como tinham vários filhos, tinham de trabalhar para ganhar dinheiro suficiente para sobreviverem. Quem tinha gado e terrenos não podia desfrutar do domingo todo, pois embora não trabalhasse para ninguém, tinha de cuidar dos seus afazeres.
Os meus avós e bisavós apenas gozavam o domingo quando não tinham trabalho pendente. Costumavam encontrar-se com amigos e familiares para comer, beber e conviver.
Os meus avós e bisavós nunca fizeram férias! Eles tinham de trabalhar, cuidar dos terrenos e do gado e por isso, tinham poucos tempos livres.
Primeiras emissões da televisão, em 1957.
Nenhum dos meus familiares assistiu às primeiras emissões, em 1957, pois não tinham dinheiro para comprar uma televisão então, nessa altura, recebiam as informações através da rádio.
O que mudou quando a televisão chegou a Portugal?
Quando a televisão chegou a Portugal, como as pessoas não tinham condições financeiras para comprar tecnologias mais caras, encontravam-se em casa dos poucos que tinham, ou em cafés. Nessa altura, apenas podiam entrar lá maiores de 16 anos, então nem todos podiam ver televisão. Mais tarde, como o preço das televisões ficou acessível, as pessoas começaram a utilizar as suas poupanças para o divertimento, nomeadamente para a televisão. O tempo era pouco, mas a televisão começou a ser a principal atividade de lazer. Amigos, familiares e conhecidos juntavam-se em serões familiares. Só havia cerca de 3 horas de emissão e um canal, a RTP1. O acesso à informação começou a ser mais facilitado devido aos telejornais e a outros programas televisivos
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO UMA MULHER ANDAR NA RUA SOZINHA À NOITE. AS SENHORAS SÉRIAS, AS CASADAS, AS SOLTEIRAS, CASADOIRAS, AS JOVENS OU DE IDADE ESTAVAM PROIBIDAS DE ANDAR SOZINHAS E, SE O FIZESSEM, ERAM LEVADAS PARA A ESQUADRA MAIS PRÓXIMA, SOB SUSPEITA DE VAGABUNDAGEM, ATÉ QUE O DIA NASCESSE E UM PARENTE JUSTIFICASSE A NECESSIDADE DE A MULHER TER DE SAIR À NOITE SEM COMPANHIA MASCULINA.
A minha família sentiu a ação da censura?
Apesar de a minha família nunca ter sido abordada pela PIDE ou por outro organismo governamental, sentiam receio de falar algo considerado crime na altura. Todos da minha família consideram que foram instruídos de casa desde sempre a não abordar certos assuntos. Os meus familiares consideram que se sentiam retraídos em todo o lado, até mesmo com amigos e pessoas mais próximas.
Que livros e autores eram difíceis de encontrar em Portugal?
Alguns livros difíceis de encontrar em Portugal eram, por exemplo, “Dinossauro Excelentíssimo” de José Cardoso Pires, “Bichos” de Miguel Torga, “Quando os Lobos Uivam” de Aquilino Ribeiro, “As Mãos Sujas” de Jean-Paul Sartre, “Católicos e Política” de Humberto Delgado e Marcello Caetano e “Escritos Políticos” de Mário Soares.
Algum episódio marcou a minha família especialmente?
A Polícia Internacional e de Defesa do Estado quase prendeu um habitante da minha aldeia por ter falado sobre assuntos proibidos embora ninguém saiba ao certo quais. Nesse dia, toda a aldeia ficou muito assustada pois tinham receio de serem abordados pela PIDE. Mais tarde, esse senhor morreu.
A Ditadura do Estado Novo - Alguém da minha família pertenceu à Legião Portuguesa, à Mocidade Portuguesa ou à União Nacional? Apenas conhecidos ou tios afastados pertenceram à Legião Portuguesa, mas já faleceram todos. Os encontros eram em Souselo, ao domingo, entre a missa das 08:00 e das 11:00. Ninguém conhecido pertenceu à Mocidade Portuguesa ou à União Nacional.
Alguém da minha família teve medo ou foi preso por motivos políticos? Não, ninguém da minha família esteve preso por motivos políticos. Um conhecido do meu tio quase foi preso pela PIDE por ter falado sobre assuntos proibidos na altura, mas esse senhor já morreu.
A Guerra colonial
Alguém da minha família viveu em África? Como foi a sua experiência?
A minha tia Isabel viveu em Moçambique desde 1958 até 1975. Antigamente, não era fácil viajar para Moçambique e era necessária uma carta de chamada que comprovasse que a pessoa já tinha um emprego garantido lá.
A vida em África era muito simples. O clima era tropical, havia a época seca e a época das chuvas, em que chovia torrencialmente. Era na altura do Natal que ocorria a época de maior calor. Devido a esse clima tropical quase não se compravam casacos ou roupas quentes pois a temperatura só descia à noite e mesmo assim, nunca ficava muito frio.
A alimentação em África era muito natural, a maioria das pessoas sustentava-se através da agricultura, da criação de gado e da pesca. Comiam muitas frutas tropicais como a manga, a papaia, o ananás e o caju. Os animais eram alimentados à base de pastos e não com rações. Nas colónias existiam (e ainda existem) comunidades portuguesas sendo nesses clubes que os portugueses realizavam as suas festas (festas de final de ano, ano novo...).
Nas escolas públicas de Moçambique, não havia separação entre os rapazes, as raparigas, os portugueses e os negros, isso só acontecia nos colégios. As aulas eram bastante práticas, principalmente as de ciências, uma vez que, aproveitavam a diversidade de animais e de plantas para estudar. Nesse tempo, as escolas já tinham um ginásio para praticar educação física e uma roupa própria para essa disciplina. Havia uma atividade chamada sabatina onde a turma era dividida em grupos que faziam perguntas uns aos outros acerca da matéria. Lá não havia televisões ou qualquer outro tipo de tecnologias e por essa razão, as crianças brincavam muito na rua, andavam de bicicleta, faziam casas na árvore e aproveitavam o ar livre. Nos tempos livres as pessoas juntavam-se nas garagens ou nas varandas das moradias para ouvir discos vinil, jogar cartas e conviver. Naquela altura tinham uma vida religiosa bastante intensa, iam à missa e participavam das celebrações cristãs. Havia um certo medo pois, por vezes, algumas pessoas eram assaltadas ou morriam por causa de minas que eram colocadas nas estradas. Na África do Sul havia locais reservados apenas para brancos e outros para negros.
Qual a sua opinião sobre a descolonização?
Apesar da descolonização em Moçambique ter sido pacífica, a minha tia Isabel pensa que devia ter ocorrido de outra forma e os portugueses deviam ter oferecido melhores condições aos africanos. Pensa igualmente que os negros tiveram razão em se revoltarem pois não viviam nas melhores circunstâncias. Ela não consegue imaginar os portugueses a inverterem os papéis com os africanos.
Algum familiar meu combateu na guerra colonial?
O meu tio Carlos foi para Luanda onde a situação era muito mais agressiva do que em Moçambique e onde as pessoas chegavam mesmo a ser decapitadas. Ele foi substituir outra pessoa e por essa razão, não conhecia ninguém lá. Foi para Luanda de avião e por lá ficou pouco mais de 2 anos. A comida era a ração de combate (sardinhas enlatadas, feijões enlatados…) que o meu tio não gostava, chegando ao ponto de deixar de comer. A bebida era um copo pequeno de vinho maduro. Apanhou paludismo por estar muito fraco. Dormiam em tendas que tinham colchões enchidos a ar. Ele trabalhou inicialmente como cozinheiro e depois como bar de mestre (responsável por toda a alimentação). Ele candidatou-se a esse cargo pois receava morrer em combate.
Quando começou a trabalhar nesse cargo tinha 40 escudos para comer mas, na tropa normal tinha apenas 20. Ele chegou a combater contra os africanos que segundo ele “estavam tão bem ou melhor armados que nós”. Alguns colegas dele morreram “não em combate mas porque eram irresponsáveis e estavam sempre na brincadeira”. Ele não gostou da descolonização porque sentiu que os que combateram, “fizeram demasiado esforço para nada” e que “no fim deram tudo de mão beijada”. A única vantagem foi ter tirado a carta de condução lá pois era mais fácil.
A EMIGRAÇÃO - Algum familiar meu é emigrante? Para onde, porquê e durante quanto tempo?
A minha tia Fátima está emigrada em Espanha há doze anos, pois é um país que fica perto de Portugal, a língua é bastante semelhante e ainda porque foi lá que ela recebeu uma boa oportunidade de trabalho.
A minha tia Zaida emigrou para a Suíça durante seis anos, pelas mesmas razões, apesar de o alemão ser muito diferente do português. Ambas emigraram porque receberam propostas de trabalho em que recebiam muito mais dinheiro do que em Portugal. Além disso, tinham dificuldades financeiras.
Em que áreas trabalham/trabalhavam?
A minha tia Fátima trabalha numa fábrica de queijos. A minha tia Zaida trabalhou numa fábrica de automóveis. Como é a relação com Portugal? Ambas gostam muito do país para onde emigraram, todavia, sentem muitas saudades. A minha tia Fátima vem a Portugal sempre que tem essa oportunidade, para visitar os amigos e familiares. Quando a minha tia Zaida estava emigrada, fazia o mesmo.
Como foi? Quando ocorreu o 25 de Abril, o meu tio estava em Moçambique na guerra colonial. Ele tinha cerca de 25 anos e só soube do acontecido no dia seguinte. Segundo ele, todos ficaram muito contentes e fizeram uma celebração para festejar o acontecido. A maioria dos homens que combatiam não queria fazê-lo e tinham saudades de Portugal e das suas famílias.
Logo após o 25 de Abril, foi dito aos combatentes que podiam regressar para o seu país e o meu tio voltou logo para Portugal apesar de gostar “mais de Luanda do que daqui”. Ele considera que quando subiu de cargo, vivia muito melhor nessa ex-colónia portuguesa do que em Lisboa.
Ele encarou esta revolução como “o dia em que nos sentimos livres e sem opressão” e sentiu-se entusiasmado, aliviado e um pouco mais tranquilo. Apesar de todo este contentamento, o meu tio apercebeu-se de que o esforço foi em vão pois as colónias onde todos os combatentes se empenharam alcançaram a independência pouco tempo depois.
Quando ocorreu o 25 de Abril de 1974, a minha tia Isabel era uma adolescente de 15 anos que vivia em Moçambique. A sua família teve de abandonar as suas riquezas, os seus campos e os seus animais. Por sorte, ainda conseguiram trazer alguns objetos. Quando chegaram a Portugal o seu modo de vida mudou completamente, uma vez que passaram de ter muitas riquezas a terem apenas algumas peças de mobiliário.
Ela não se lembra muito bem do acontecido mas ficou muito triste por ter de abandonar o país onde nasceu. Ela adorava viver lá e ainda hoje, pequenos detalhes a fazem lembrar da boa vida que teve nessa colónia.
As palavras-chave usadas nas manifestações no pós 25 de Abril foram povo, democracia, igualdade, revolução, socialismo, capitalismo, sociedade sem classes, reforma agrária, nacionalizações, descolonização, reação, manifestação, greve, liberdade, democracia, cidadania e empreendedorismo. As pessoas reivindicavam o reconhecimento do direito à independência.
Quais foram as mudanças que ocorreram no país pós 25 de Abril de 1974? Com a Revolução de Abril houve o fim da guerra colonial, liberdade, democracia e desenvolvimento económico do país. A taxa de mortalidade infantil diminuiu muito pois na altura quase ninguém nascia com assistência médica. As crianças cresciam pobres numa família onde o pai era o chefe e começavam a trabalhar aos 12 anos. A relação entre pais e filhos era mais distante e as crianças sentiam medo dos próprios progenitores. Atualmente, os pais participam mais na vida familiar do que antes. Os jovens só tinham escola até ao 4º ano e quase nunca prosseguiam os estudos. Apenas 5% dos alunos frequentava o ensino secundário, por isso, o nível de analfabetismo era muito mais alto que agora.
As reformas, o subsídio de desemprego e outros serviços de apoio social só foram instituídos depois da revolução, tal como o serviço nacional de saúde. Não havia disputas entre os empregados e os trabalhadores que nunca faziam greves por não terem direito a isso. Começou a haver a semana-inglesa (semana de trabalho em que o fim de semana é a tarde de sábado e o domingo) e as pessoas começaram a gozar as férias.
Apenas 18% da população tinha acesso aos cuidados de saúde e na década de 60, no interior do país, muitas pessoas não tinham água canalizada nem eletricidade. O divórcio não era um direito antes de 1974.
Apesar de tudo, Portugal continua a acumular dívidas perante o resto da Europa e tem qualidade de vida inferior à de muitos outros países europeus. Os aspetos que a população considera que pioraram com a revolução foram a corrupção, a criminalidade, a insegurança e o desemprego.
Portugal atual - Os 3 D's (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver) da Revolução de Abril foram cumpridos?
A meu ver, o primeiro D (Democratizar) foi cumprido pois, apesar de ter sido difícil evitar a rutura das finanças portuguesas, esse objetivo foi concluído. Os ministros da época (por exemplo, Marcelo Caetano e Américo Tomás) foram presos e exilados. Houve a extinção da polícia política, a abolição da censura, a libertação de todos os presos políticos, o regresso dos exilados e a autorização de partidos políticos e sindicatos livres. Houve a nomeação de um governo provisório (Mário Soares, Francisco Sá-Carneiro e Álvaro Cunhal) que tinha como objetivo encontrar uma solução para o problema colonial. A meu ver, o segundo D não foi cumprido pois descolonizar não significa apenas acabar com a guerra. A descolonização é um processo de tomada de consciência, luta de libertação, transição de poder, independência e unidade nacional. Apesar de tudo, todas as colónias (exceto Macau e Timor) tornaram-se independentes nos anos a seguir à revolução.
Considero que o último D (desenvolver) foi cumprido pois apesar da crise económica dos anos 70, que conduziu Portugal a uma situação de dependência externa (aumento de importações e de empréstimos ao exterior), houve melhorias na saúde, nas infraestruturas, na educação, na habitação e em muitos outros parâmetros.
Por Mariana Rocha 12º10
Fontes consultadas
https://asofiaworld.com/2020/04/livros-proibidos-estado-novo/ https://expresso.pt/actualidade/os-900-livros-que-a-censura-proibiu=f720543
https://sicnoticias.pt/opinionMakers/luismarquesmendes/2019-04-28-As-figuras-e-as-conquistas-do-25-de-Abril
Na madrugada de 25 de abril de 1974, as forças armadas ocuparam pontos estratégicos em Lisboa, com o objetivo de derrubar a ditadura do Estado Novo. A sociedade portuguesa não tinha liberdade de expressão, "a maior parte das notícias eram controladas pela censura pelo que podiam sofrer cortes naquilo que não interessasse que fosse de conhecimento do público.” Esta citação foi divulgada por José Jorge Letria no livro “E tudo era possível”, no entanto, existem outros exemplos como a proibição do livro de Virgílio Ferreira, “Cavalo Degolado”, e a censura a uma notícia do Jornal do Fundão, em 1967.
A PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) foi também responsável pelas torturas e episódios mais violentos do 25 de abril. Álvaro Cunhal depois de ser preso, foi algemado no meio de uma roda de agentes, onde foi espancado a murro e a pontapés, de seguida, deixaram-no cair, calçaram-lhe os sapatos e deram-lhe violentas pancadas nos pés. Não satisfeitos, ainda o obrigaram a marchar com os pés feridos, obrigando-o a repetir este processo inúmeras vezes.
O povo português sofreu nas mãos do regime fascista.
Celeste Martins Caeiro, a mais nova de três irmãos de mãe galega, tinha 40 anos e era empregada de mesa no Franjinhas, que celebrava o seu primeiro aniversário de funcionamento, um local inovador para o seu tempo com serviço de self-service. Ainda sem saber que iria registar o seu nome nos livros de história, Celeste meteu-se no metro e desceu no Rossio, caminhando até ao Chiado, onde morava num 5.º andar em frente aos Armazéns do Chiado, para ver com os seus olhos o que estava a acontecer. Chegada à rua do Carmo cruzou-se com um grupo de soldados em cima de um tanque. Curiosa, perguntou-lhes se estavam ali há muito tempo. "Desde as 3 da manhã", respondeu um militar, que lhe pediu "um cigarrinho". "Não tinha e tive pena, olhei para todos os lados a ver se havia alguma coisa aberta para lhes arranjar qualquer coisa para comerem mas não havia nada. Então tirei um cravo e dei-lhe, era a única coisa que tinha. Era vermelho, mas também tinha brancos. Aceitou, podia não ter aceitado. Pôs no cano da espingarda e achei bonito. Depois tirei outro e dei a outro soldado, que também pôs no cano. As pessoas julgam que fui eu que pus os cravos nas espingardas, mas não, eles estavam muito alto", recorda Celeste. Ao verem alguns soldados já com as armas "enfeitadas" de cravos, as habituais vendedoras de flores do Rossio trataram de multiplicar o gesto de Celeste, dando força ao movimento que não derramou sangue na sua operação (os 4 mortos civis da revolução foram atingidos por balas da DGS).
Apelidada de Celeste dos Cravos, com aquele gesto inocente e belo acabou por dar o nome à revolução que acabou com a ditadura em Portugal. Fonte: https://www.flash.pt/celebridades/detalhe/deu-o-nome-dos-cravos-a-revolucao-de-abril-mas-perdeutudo-no-incendio-do-chiado-e-vive-com-pensao-de-miseria
Eram cometidas torturas a todos aqueles que não idolatrassem e respeitassem o regime fascista, destacando-se o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde presos foram castigados e isolados em celas, como a “frigideira”, onde o sol escaldava e as temperaturas eram tão elevadas que levavam muitas vezes à morte.
Foram dias foram anos a esperar por um só dia. Alegrias. Desenganos. Foi o tempo que doía com seus riscos e seus danos. Foi a noite e foi o dia na esperança de um só dia.
Poema de Manuel Alegre
Por Filipa Pinho 12º9 e Matilde Hilário 12º9
Fontes: https://ensina.rtp.pt/artigo/a-revolucao-de-25-de-abril-de-1974/ sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL NÃO ERA PERMITIDA A EXIBIÇÃO DE FILMES DOBRADOS PARA A LÍNGUA PORTUGUESA. A PROIBIÇÃO DA DOBRAGEM FACILITAVA A TAREFA DA CENSURA, UMA VEZ QUE A LEGENDAGEM ERA MAIS FACILMENTE ADULTERADA. ASSIM, EVITAVAM-SE DETERMINADOS ASSUNTOS PROIBIDOS OU INCÓMODOS PARA O REGIME.
A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, Revolução de Abril ou apenas por 25 de Abril, refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social.
O que se comemora no dia 25 de abril?
O Dia da Liberdade é comemorado em Portugal a 25 de abril. Nesta data, celebra-se a revolta dos militares portugueses, que no dia 25 de abril de 1974 levaram a cabo um golpe de Estado militar, pondo fim ao regime ditatorial do Estado Novo, que era liderado por Marcello Caetano, sucessor de Oliveira Salazar.
Como se deu a Revolução de 25 de Abril?
A Revolução de 25 de Abril de 1974, marca o início da vida democrática em Portugal. O golpe militar conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) põe termo ao regime autoritário do Estado Novo, abrindo caminho para a resolução do problema da guerra colonial e para a democratização e desenvolvimento do país.
António Sebastião Ribeiro de Spínola foi um militar e político português, décimo quarto presidente da República Portuguesa e o primeiro após o 25 de Abril de 1974.
O que mudou em Portugal depois do 25 de Abril ?
Uma das principais mudanças trazidas pelo 25 de Abril foi o Serviço Nacional de Saúde. Antes da revolução, a assistência médica em Portugal não estava assegurada para todos. Isso mudou com a chegada da democracia. Andar na moda antes da revolução não era para todos, nem tão fácil como nos dias que correm.
Salgueiro Maia, foi um militar português. Foi um dos capitães de abril do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução de 25 de Abril de 1974, que marcou o final da ditadura em Portugal.
Mário Soares foi um advogado e político português que ocupou os cargos de Primeiro-Ministro de Portugal de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de Presidente da República Portuguesa de 1986 até 1996.
Marcello José das Neves Alves Caetano foi um jurisconsulto, professor de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, substituiu Salazar como Presidente do Conselho do Estado Novo.
A lembrança foi relatada por Vasco Lourenço, hoje presidente da Associação 25 de Abril, criada para manter vivo o espírito daquele movimento que acabou num piscar de olhos com o regime e criou a base para o regresso da democracia em Portugal.
“Quando retornávamos de uma de nossas primeiras reuniões, tivemos um pneu furado. Eram duas da madrugada, mais ou menos, quando disse a Otelo que não íamos solucionar nada com requerimentos e papéis, que devíamos fazer um golpe de Estado e convocar eleições. Ele olhou-me e disse: ‘Mas tu também pensas assim? Esse é meu sonho!'”, contou. A revolução começou com um pneu furado!
Por Iara Lema nº10 12º10
As memórias de quem viveu a revolução do 25 de abril
Há 50 anos atrás Portugal viveu uma das maiores, se não a maior, revolução que o país já viveu. Após esse dia, a geração que viveu essa revolução e as gerações seguintes nunca mais foram as mesmas. Os portugueses viveram nas mãos de um ditador, António de Oliveira Salazar, que pôs em causa a liberdade de expressão, a liberdade civil e política da população. Assim, fartas de sofrer sob um regime ditatorial, as forças armadas agiram levando a paz de volta para a pátria.
Outra testemunha emocionante é Maria Adosinha Marques. No dia 25 de abril, encontrava-se em casa, a fazer tarefas domésticas, quando, através da rádio, soube da existência de uma revolução em Lisboa. “Fiquei contente, achei aquilo bonito, tal como mais tarde ver aqueles cravos vermelhos todos. Lembro-me que muita gente veio para a rua e adorei ouvir o Paulo de Carvalho cantar a música E Depois do Adeus. Acho que foi uma coisa bem-feita porque não fizeram mortos”. Por Rafaela Dorigo 12º9
Fonte dos testemunhos : https://defesadeespinho.sapo.pt/2023/04/20/25-de-abril-as-memorias-de-quem-viveu-a-revolucao/
De norte a sul do país ouvem-se testemunhos de pessoas a contar como a revolução lhes mudou a vida. Uma das testemunhas é Marfisa Vieira Branco, atualmente com 89 anos, residente no Porto, conta como foi no dia em que a liberdade bateu á porta:”Recordo-me que começou tudo a andar de lado para lado, as rádios começaram a anunciar, mas só algumas porque outras foram sequestradas e deixaram de transmitir”. Acrescenta ainda Marfisa Branco, “Foi uma coisa repentina, não se tinha ouvido falar em nada e só me apercebi da situação quando vi as pessoas começarem a correr. Acabamos por perceber o que se estava realmente a passar quando as pessoas começaram a comentar nos estabelecimentos. Lembro-me de dizerem que tinham assaltado a sede do Governo. Acho que algumas pessoas, mesmo no Porto, ficaram um pouco assustadas e intimidadas porque tinham medo que desse mau resultado e, por isso, tentavam esconder-se”.
sABiAs Que ... ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO PUBLICAR E LER CERTOS LIVROS, POR EXEMPLO, NÃO SE PODIA LER OS CAPITÃES DA AREIA DE JORGE AMADO.
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO BEBER COCA-COLA. O vinho dava de comer a um milhão de portugueses, nas palavras do ditador Salazar, pelo que era protegido por diversos diplomas legais, fechando o mercado nacional aos produtos estrangeiros, incluíndo a coca-cola. O alcoolismo batia recordes em Portugal.
O dia 1º de maio de 1974 foi um marco histórico para Portugal, particularmente no contexto da ditadura estabelecida sob o regime do Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar e, posteriormente, Marcelo Caetano. Nesse dia, ocorreu a celebração anual do Dia do Trabalhador, tradicionalmente marcado por manifestações e comemorações em todo o mundo. Em Portugal, entretanto, o 1º de Maio de 1974 foi diferente de anos anteriores. Foi uma celebração especial da Revolução dos Cravos.
Nessa data, os trabalhadores e ativistas organizaram manifestações em diversas cidades de Portugal, incluindo Lisboa. Os militares, descontentes com as condições sociais, económicas e políticas do país, também se uniram às manifestações. No dia 25 de abril de 1974, o movimento revolucionário, liderado principalmente por oficiais do Movimento das Forças Armadas (MFA), foi relativamente pacífico. A população saiu às ruas em apoio aos militares, e muitos civis e soldados juntaram-se na celebração e na resistência ao regime. Essa revolução culminou na queda do governo de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar, e abriu caminho para a democratização de Portugal. O 25 de abril de 1974 é reconhecido como o dia em que a ditadura do Estado Novo chegou ao fim e foi substituída por um período de transição para a democracia, inaugurando uma nova fase na história do país.
Esta revolução foi um momento crucial na história de Portugal, levando ao estabelecimento de um regime democrático, à realização de eleições livres e à redação de uma nova Constituição, marcos que moldaram o país nas décadas seguintes.
Por Samuel Dias 12º 9
Em Portugal, a Censura do Estado Novo é herdeira direta da Ditadura Militar triunfante em 28 de Maio de 1926, acabando com a conquista da Liberdade de Expressão. A Censura durante muitos anos proibiu Portugal de pensar e de produzir conteúdos a nível cultural e artístico, criando mentes cerradas e fieis ao regime que não produziam nada de novo.
A Censura em Portugal foi um dos elementos condicionantes da cultura nacional, ao longo de quase toda a sua história. Desde cedo, o país foi sujeito a leis que limitavam a liberdade de expressão. Na memória dos portugueses está ainda presente a política do regime do Estado Novo que institucionalizou um estrito controle dos meios de comunicação, recorrendo para este efeito, à censura prévia dos periódicos e à apreensão sistemática de livros.
De facto, cada regime político teve sempre o cuidado de legislar em relação à liberdade de imprensa - na maior parte dos casos, restringindo-a. Em cinco séculos de história da imprensa portuguesa, quatro foram dominados pela censura. No entanto, a censura entrou também em outros domínios, como no teatro, na rádio, na televisão e no cinema.
A censura prévia vigorou durante o período do Estado Novo, sendo abolida com o 25 de Abril. Marcelo Caetano mudou este instrumento do Estado Novo, ao ser nomeado chefe de governo mas quase só lhe mudou o nome, passando a chamar-lhe “exame prévio”. Com nome diferente esta intervenção prévia impedia todos os órgãos de comunicação social de divulgarem notícias ou comentários julgados impróprios pelo regime.
Os censores utilizavam o célebre lápis-azul (e outras cores, claro) para cernsurar o que não queriam que fosse divulgado e coube a muitos jornalistas tentar escapar com imaginação à censura.
Podemos ver o processo de censura do Estado Novo na RTP ENSINA , intitulado censura prévia, a mordaça que o Estado Novo criou.
https://ensina.rtp.pt/artigo/censura-previa-a-mordaca-que-o-estado-novo-criou/
Artigo com cortes feitos com recurso ao lápis azul pela censura ou Exame prévio (nome dado a censura após a tomada de posse de Marcelo Caetano)
Cartoon cortado com recurso ao lápis azul pela censura ou exame prévio
Muitos portugueses viviam, nos anos 70, em condições muito precárias. Era notória a falta de salubridade, o que originava graves doenças, evitáveis se os alojamentos tivessem um mínimo de condições. Foi esta também uma das razões que levaram o povo a apoiar a revolução dos capitães, conhecida por 25 de Abril a revolução dos cravos. Com a revolução de 25 de abril de 1974, abriu-se à população a possibilidade de poderem ter uma casa condigna.
Com os governos formados após a revolução, foram elaborados decretos que possibilitaram a tão desejada construção da casa social condigna de baixo custo, aparecendo organizações com o intuito de ajudar nesse propósito em que se destacou uma com a sigla SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local), que consistia num grupo de arquitetos que se juntaram para ajudar a população, através de um processo legal, a poder conseguir construir as habitações sociais de acordo com as necessidades de cada lugar, mas tendo para isso as populações de se organizarem em associações de moradores, que tinham de ser constituídas segundo a lei, para poderem ser parceiros na resolução do problema habitacional do lugar.
A foto do lado demonstra a situação habitacional em Pego Negro, zona rural, com habitações muito degradadas, e com condições sanitárias muitíssimo escassas. Razão que levou os moradores de Pego Negro a se organizarem numa associação de moradores no intuito de reverter a falta de condições de habitação no lugar, fazendo o que outros grupos de moradores de outros lugares já tinham feito e com resultados eficazes.
Por Mariana Olaio 12º10
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRIL ERA PROIBIDO UTILIZAR ISQUEIROS FORA DE CASA SEM A DEVIDA LICENÇA. Esta proibição aos olhos do Estado Novo fazia sentido para proteger a indústria fosforeira nacional. Os isqueiros eram importados tal como a gasolina que os fazia funcionar. O preço da licença - 60 escudos em 1970, era muito dinheiro, dava por exemplo, para comprar 60 edições do jornal desportivo A Bola ou quase 200 pães.
Hoje, vivemos em Liberdade, uma conquista adquirida na Revolução do 25 de Abril, mas como sabemos, nem sempre foi assim. Para começo de conversa podemos nos perguntar: “O que significa ser livre?”; “Qual é a importância da liberdade?”. Bom, a resposta não é precisa já que a definição de liberdade pode variar dependendo das perspectivas sobre o seu significado, e a sua interpretação pode variar de acordo com a experiência de vida pessoal e nas visões individuais do mundo. Mas o que é ser livre? Ser livre pode significar ausência de restrições físicas, autonomia individual, liberdade política, liberdade económica, liberdade de expressão e pensamento, liberdade religiosa, liberdade emocional, liberdade social e cultural e responsabilidade associada à liberdade.
No tempo de Salazar, onde a censura foi uma ferramenta essencial para manter o controle autoritário do Estado Novo sobre a informação e a opinião política, a censura funcionava da seguinte forma: antes de um jornal, música ou artigo serem publicados tinham de passar pelos serviços de censura, que rasuravam o que era contra o Estado Novo, impedindo-se a publicação de muita coisa. Muitas pessoas ouviam estações de rádio que eram proibidas às escondidas ou liam às escondidas para não serem pegas pela PIDE veja-se o relato de Teodósia Gregório: “ E depois o meu pai lia à noite, a gente tinha a lareira, o meu pai lia-me o Avante! e os papéis, e depois avisava: “ Isto não se pode dizer”, mas o meu pai lia-me".
Para falar sobre a repressão aos grevistas, gostava de mencionar o caso da Catarina Eufémia(1928-1954), operária agrícola, que foi morta a tiro no Alentejo. A sua morte ocorreu durante uma manifestação de greve onde estavam presentes 14 mulheres assalariadas rurais. Catarina Eufémia exigia pão para os filhos e melhores jornas (pagamentos a operários agrícolas). Catarina tinha 3 filhos, um dos quais estava ao seu colo quando foi baleada e estava grávida do quarto.
A PIDE, Polícia Internacional e de Defesa ao Estado, foi uma polícia política que esteve presente no nosso país durante o Estado Novo, que era liderada por Salazar. Esta organização ficou conhecida pelo seu papel repressivo e pela violação dos direitos humanos. Existem vários relatos de pessoas que foram torturadas pela PIDE. Segue-se o exemplo do relato de Alberta de Diogo: "Fui presa em novembro de 1960 na casa onde vivia com o meu marido. Passados 30 dias, a PIDE resolveu fazer-me interrogatórios [...]. Estive 5 dias e 4 noites na tortura do sono. Durante este tempo, incharam-me as pernas e os pés. Fui agredida e insultada por uma mulher da PIDE." O número de presos políticos durante o regime de Salazar foi variando ao longo do tempo, mas os elevados números deviam-se ao regime autoritário e caracterizado pelo forte controle do governo sobre as instituições e a uma repressão significativa contra qualquer forma de oposição política.
Regressando ao presente, após a Revolução dos Cravos a liberdade solidificou-se como um princípio fundamental da Constituição da República Portuguesa e está presente em todos os documentos oficiais. É fundamental tomar consciência da importância da liberdade, pois quando esta é cercada abrem-se as portas para uma ditadura.
Mas cuidado para não confundir os conceitos de liberdade com os de libertinagem.
Fontes: Ficha "História com cidadania", Wikipédia, Manual Experiências de conhecidos
Por Inês Santos, n°19 9°3
O 25 de Abril- antes e depois
O 25 de abril de 1974 foi um grande divisor de águas. Na história, poucos eventos tiveram um impacto tão significativo na vida das pessoas em Portugal. A nível económico, a democratização do país trouxe profundas mudanças na forma como as riquezas nacionais são exploradas. Outrora, os setores primário e secundário representavam juntos mais de dois terços dos postos de trabalho. Em 2013, é o setor terciário aquele com maior relevância (66%). Apesar desse avanço, característico de países desenvolvidos, a dívida pública do Estado português catapultou de 14% para 123% do PIB, indicativo de dificuldades económicas.
A nível político, a realização de eleições livres atendeu a uma grande reivindicação do povo português e permitiu que o país entrasse na comunidade europeia. No entanto, o entusiasmo democrático verificado em 1975 (quando a abstenção só foi de 8,5%) não se repetiu em 2011, quando quase metade dos portugueses não exerceram o direito de voto, tão duramente conquistado em 1974.
A nível social, ocorreram grandes progressos no campo da educação, saúde e cultura. Na educação, a taxa de pré-escolarização aumentou drasticamente junto com o número de crianças no pré-escolar. O analfabetismo foi reduzido de 26% para 5%, ilustrando esse desenvolvimento. Na saúde, o número e proporção de médicos quadruplicou; na cultura, o número de museus triplicou e os cinemas perderam força.
Infelizmente, alguns indicadores neste período apresentam uma evolução negativa. O número de casamentos diminuiu para menos da metade, e boa parte dos quais são civis (demonstrando o enfraquecimento da religião entre a população); a ocorrência de divórcios explodiu de 777 para 25 380 em apenas 40 anos. O envelhecimento da população é outro ponto problemático; embora indicativo de uma esperança média de vida maior, pode provocar graves consequências para o país a longo prazo. Outro dado preocupante é o aumento da criminalidade, refletido na ocupação efetiva das prisões, que passou de 28% para 113%.
Podemos concluir que a Revolução dos Cravos transformou o país. Embora, alguns indicadores apresentem mudanças indesejáveis, é possível afirmar que Portugal é um país mais moderno e desenvolvido, capaz de atender às necessidades dos seus habitantes.
Em 1958, o escritor Aquilino Ribeiro lançou o romance intitulado "Quando os Lobos Uivam", uma obra que desencadeou uma controvérsia devido à sua crítica direta ao regime ditatorial de Salazar em Portugal. O governo, liderado por Salazar, considerou o livro ofensivo e injurioso em relação às instituições e ao poder estabelecido. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) apreendeu as cópias do livro, e o autor enfrentou um processo-crime instaurado pelas autoridades. Uma das passagens mais notáveis e controversas do livro foi quando Aquilino Ribeiro descreveu Portugal como um "país de pé-descalço". Isso foi interpretado pelas autoridades como uma difamação à reputação internacional do país, agravando ainda mais a reação ao romance. No entanto, Aquilino Ribeiro não se limitou a criticar o problema do "pé-descalço" em Portugal.
Distribuição de chinelas a crianças lisboetas, no Parque Mayer, em 1928
Em outra parte do livro, no contexto de um julgamento, um personagem declara: "Eu sempre ouvi dizer que quem governa o mundo é o Raimundo, mas deve ser filho de má mãe porque isto vai de mal a pior!". Essa passagem sugere uma crítica mais ampla ao governo e ao estado das coisas em Portugal.
A resposta a esse ataque ao autor e seu trabalho foi multifacetada. Trezentos intelectuais portugueses e estrangeiros uniram-se para apoiar Aquilino Ribeiro, assinando um manifesto em sua defesa. A solidariedade desses intelectuais não apenas demonstrou apoio à liberdade de expressão, mas também destacou a importância da obra como uma crítica válida e necessária ao regime ditatorial. Essa mobilização coletiva desempenhou um papel significativo na defesa da liberdade artística e de expressão, desafiando as
tentativas do governo de reprimir a obra e silenciar o autor. Além disso, a solidariedade internacional contribuiu para aumentar a visibilidade do caso e pressionar as autoridades portuguesas. Em última análise, a controvérsia em torno de "Quando os Lobos Uivam" não apenas destacou a resistência cultural e intelectual contra a opressão do regime, mas também ilustrou como a cultura pode desempenhar um papel vital na luta pela liberdade de expressão e no questionamento de sistemas políticos opressivos. O episódio reflete a importância da arte e da literatura como formas de resistência em tempos de autoritarismo.
«[…]
Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança e noto, por entre os mais os traços miniaturais duns pezitos de criança…
E descalcinhos, doridos… a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque já não podia erguê-los! […]»
Augusto Gil, Balada da neve (1909)
Após 13 anos de batalha em terras de ultramar o sistema político vigente não foi capaz de designar efetiva e objetivamente uma política para o ultramar que levasse à paz a todos os portugueses de qualquer etnia, raça e religião.
Para solucionar a grande crise que Portugal enfrentava o movimento das forças armadas portuguesas (MFA), divulga e promete cumprir as seguintes medidas imediatas:
• Até a criação de um governo provisório civil o exercício do poder político é realizado por uma Junta de salvação nacional onde esta promulgará, a demissão do presidente da república e do atual governo e também a extinção da assembleia nacional e do conselho de estado.
• Num período de 12 messes estas medidas são acompanhadas do anúncio público da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, esta sendo eleita através do sufrágio universal, direto e secreto, constante a lei eleitoral a criar pelo futuro governo provisório.
• Demissão de todos os governadores civis do continente, governadores dos distritos das ilhas autónomas (Madeira e Açores) e governadores-gerais nas terras ultramarinas e também a abolição da Ação Nacional Popular.
• Abolição instantânea da DGS (direção-geral da segurança), da Legião Portuguesa e das organizações políticas da juventude, sendo que no Ultramar, a DGS será reformulada e saneada, regulando-se como Polícia de Informação Militar durante o tempo em que as operações militares o exigirem.
• Medidas que autorizem vigilância e controle severo de todas as operações económicas e financeiras com outros países
• A amnistia instantânea de todos os presos políticos, exceto os culpados de delitos comuns, que serão submetidos ao foro respetivo, e restituição voluntária dos servidores do Estado demitidos por motivos políticos.
• A revogação da censura e exame prévio.
Já as medidas a curto prazo foram:
• No limite de três semanas de seguida à conquista do Poder, a Junta de Salvação Nacional selecionará, entre todos os seus elementos, qual irá desempenhar as funções de Presidente da República, que conservará poderes parecidos aos pressupostos na atual Constituição.
• O Presidente da República depois de tomar as suas novas funções terá de eleger o Governo Provisório civil, que será constituído por entidades representativas de grupos e correntes políticas e entidades independentes que se identifiquem com o programa atual.
• Espaço de tempo de exclusão que terminará desde que segundo a nova Constituição Política, estejam eleitos o Presidente da República e Assembleia Legislativa.
• O Governo Provisório comandará por decretos-leis, que seguirão de forma obrigatória o espírito da atual Proclamação.
Este mesmo Governo tem de ter em conta as reformas de fundo que só podem ser usadas no âmbito da futura Assembleia Nacional Constituinte, onde esta terá de possibilitar:
• Imposição de medidas que assegurem o exercício formal da ação do Governo.
• Liberdade de reunião e de associação.
• Liberdade de expressão e de pensamento
• Divulgação de uma nova lei de imprensa, rádio, televisão, teatro e cinema.
O Governo Provisório divulgará os seguintes fundamentos:
• Nova política económica, colocada ao serviço do Povo português, em específico as camadas da população mais desfavorecidas, tendo como principal preocupação a luta contra a inflação e o custo de vida demasiado elevado, o que exigirá uma estratégia antimonopolista.
• Nova política social que terá em todos os domínios o objetivo de defesa das predileções das classes trabalhadoras e o aumento de qualidade de vida de toda a população.
• A política ultramarina do Governo Provisório, levando em consideração que a sua descrição competirá à Nação, seguindo estes princípios.
• A identificação de que a resolução das guerras do Ultramar é política e não militar.
• Formação de condições para uma conversa franca e aberta, a nível nacional, do caso ultramarino.
• Apresentação dos fundamentos de uma política ultramarina que leve à paz.
A Junta de Salvação Nacional será dissolvida e a ação das Forças Armadas será limitada à sua missão de proteção da soberania nacional, no momento em que eleitos pela Nação a Assembleia Nacional Constituinte e o novo Presidente da República.
Por Bruna Santos e Margarida Moreira 12º10
A Revolução dos Cravos, ou 25 de abril, foi uma época importante na história de Portugal. Foi o fim de décadas de ditadura e o início de uma transição para a democracia. Em 1974, ocorreu um evento transformador liderado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), formado por oficiais militares descontentes com o regime autoritário do Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar e, posteriormente, Marcelo Caetano. Aquele dia era cheio de expectativas e tensão.
Mas, surpreendentemente, a revolução foi bastante pacífica, pois soldados e civis uniram suas forças para exigir a liberdade e a democracia. O momento icónico em que os soldados colocaram cravos vermelhos nos seus canos de armas representou a não violência e a solidariedade do movimento. O governo caiu devido ao golpe militar e a democracia começou. O capitão Salgueiro Maia foi o líder das tropas até Lisboa para garantir a rendição pacífica das forças que apoiavam o regime autoritário. Marcelo Caetano renunciou, marcando o fim de décadas de ditadura em Portugal e o início de um novo período. Além de libertar o país de um governo tirano, a Revolução dos Cravos abriu caminho para mudanças significativas em termos sociais e políticos. Direitos humanos, liberdade de expressão e participação cívica foram os principais objetivos do novo governo democrático. Em Portugal, houve eleições democráticas, uma nova Constituição foi aprovada e instituições foram criadas para apoiar a democracia. Além disso, a Revolução dos Cravos moldou a sociedade portuguesa por muito tempo. O país abriu-se para o mundo, estabelecendo relações diplomáticas com vários países e participando ativamente da Comunidade Económica Europeia, que mais tarde se tornou a União Europeia.
Por Rodrigo Oliveira 12º10
é um poema escrito e interpretado por José Afonso. Esta canção foi a escolhida (pelo Movimento das Forças Armadas - MFA) como segundo sinal para dispor os militares insurretos em marcha, tendo assim começado a Revolução de 25 de Abril de 1974. Esta canção tornou-se então o hino da Revolução.
Letra da canção:
Grândola, Vila Morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, Vila Morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, Vila Morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, Vila Morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola, a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
A cidade é personalizada “Vila Morena”, pois era uma terra de trabalhadores do campo, representando a sua cor de pele morena de trabalhar nos campos ao sol. O cantor diz “em cada esquina um amigo”, sendo Grândola uma vila em que toda a gente se conhece. Há um apelo ao ideal comunista pois “o povo é quem mais ordena”, numa atmosfera de igualdade e harmonia entre a humanidade. Por fim, há um compromisso na luta pela liberdade, quando diz “Jurei ter por companheira, Grândola a tua vontade”.
Por Diogo Vaz 9º3, Bruno Roque 9º3 e Sofia Alves 9º3 FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Afonso
RESOLVE PALAVRAS CRUZADAS DO 25 DE ABRIL Por Mariana Rocha e Rodrigo Oliveira 12º10
No nº 13 da rua dos cravos vermelhos e na praça do comércio, na GazetaOlândia foi cometido um grande crime. O suspeito é o vizinho que vive no mesmo prédio e que o Astuto Aluno interrogou hábilmente, averiguando quem é o assassino. Esperamos que os leitores da Gazeta de História também o consigam.
O
1. O NORBERTO é quatro anos mais novo que o ROBERTO, e dois anos mais jovem que o vizinho VIÚVO.
2. RODOLFO é quatro anos mais velho que o CONTABILISTA, e dois anos mais velho o casado.
3. BETO é dois anos mais velho que o assassino.
4. O ELETRICISTA é mais velho que o PADEIRO.
5. O SOLTEIRO desconfia de AUGUSTO.
6. Como se chama o divorcidado ?
Temos uma lista enorme de participantes nesta edição especial da Gazeta da História, dedicada aos 50 anos do 25 de abril. A todos queremos agradecer e deixar registo dos seus nomes para memória futura.
Todos participaram voluntariamente, nenhum foi forçado Por nós valeu a pena. Aqui fica o registo de cada um desses colaboradores que aceitaram comemorar os 50 anos de liberdade. Obrigado a todos, obrigado alunos!
@MARIANA OLAIO 10º10
@FLÁVIA SANTOS 10º10
@ALICE CARDOSO 10º10
@JOÃO MATOS 12º9
@DANIEL MOREIRA12º9
@DANIELA AZEVEDO 12º9
@BÁRBARA BALTAREJO 12º9
@DIANA RIBEIRO 12º9
@RAFAELA DORIGO 12º9
@SAMUEL DIAS 12º9
@FILIPA PINHO 12º9
@MATILDE HILÁRIO 12º9
@ISABEL MARTINS 12º10
@CAROLINA OLIVEIRA 12º10
@RITA SILVA 12º10
@RODRIGO SANTOS 12º10
@MARIANA ROCHA 12º10
@IARA LEMA 12º10
@SOFIA SANTOS 12º10
@BRUNA SANTOS 12º10
@MARGARIDA MOREIRA 12º10
@RODRIGO OLIVEIRA 12º10
@ MÓNICA ZAMBRANO 9º3
@DIOGO VAZ 9º3
@VALÉRIA SILVINO 9º3
@BRUNO ROQUE 9º3
@SOFIA ALVES 9º3
@RAFAELA SOUSA 9º3
@INÊS SANTOS 9º3
@ANA DIOGO 9º3
@GABRIEL PAIVA 9º3
PROFESSORES + Armando Oliveira + Teresa Rodrigues
COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA LEITURA EM VOZ ALTA NA RÁDIO ESCOLA 01 DE FEV 24
sABiAs Que ...
ANTES DO 25 DE ABRILERA PROIBIDO O DIVÓRCIO. DE ACORDO COM A CONCORDATA DE 1940 E ATÉ À QUEDA DO ESTADO NOVO, OS CASADOS PELA IGREJA PODIAM, DE LIVRE VONTADE, SEPARAR OS TRAPINHOS E COMEÇAR DE NOVO, MAS FICAVAM PARA SEMPRE LIGADOS PELO CASAMENTO, PERANTE O ESTADO NOVO E A LEI. Não podiam voltar a casar-se, nem livrar-se legitimamente do laço contraído no altar e no registo civil.