RTI Novembro 2025

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PANDUIT + SYMMEO: AGORA JUNTOS PARA TRANSFORMAR A INFRAESTRUTURA DE TI NO BRASIL

A Panduit, referência global em infraestrutura elétrica e de redes, anuncia a Symmeo, unidade do Grupo Prexx, como sua nova distribuidora no Brasil.

Uma parceria estratégica para entregar soluções completas em infraestrutura física de rede, cabeamento, acessórios para eficiência energética, sistemas de roteamento de cabos, racks, gabinetes e PDUs com capilaridade nacional.

Com o intuito de atender com excelência toda a cadeia do comércio internacional, a Prexx possui atuação global, com operações de importação e exportação em 37 países, com unidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Alagoas, Manaus, Hong Kong, China e também nos EUA.

Além da atuação em projetos de grande porte, a Symmeo traz uma equipe de 60 profissionais dedicada exclusivamente ao atendimento de integradores, revendas, clientes corporativos e governo, promovendo a capilaridade e agilidade de distribuição em todo o território nacional.

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DESTAQUES

Ano 26 - Nº - 306 Novembro de 2025

Inteligência artificial nos data centers

A reportagem especial mostra algumas soluções capazes de melhorar a operação e manutenção das instalações, prever falhas, otimizar refrigeração e balancear cargas, otimizando os custos de operação e proporcionando maior eficiência no processamento de cargas de IA.

Guia de DWDM

O guia traz a oferta dos fornecedores dos equipamentos DWDM – Multiplexação por Divisão Densa de Onda e suas especificações, como capacidade do transponder, taxa de símbolos, quantidade de canais dos multiplexadores, gerenciamento e modulação.

O IPv6 e os desafios estratégicos para o Brasil

Com mais de 50% do tráfego já no novo protocolo, a recente implantação do IPv6 no portal gov.br marca um passo estratégico do governo digital, fortalecendo a segurança, a escalabilidade e a modernização da infraestrutura pública nacional. INTERNET26

O desafio de enterrar as redes de telecomunicações

À medida que o número de operadoras cresce no Brasil, aumenta também a necessidade de compartilhamento de postes para a instalação de cabos de fibra óptica com as distribuidoras de energia. O artigo analisa a proposta de um novo modelo para o setor, baseado na figura do enterramento das redes.

Avaliação de desempenho de roteadores Wi-Fi 6 e 6E em uma instituição de ensino

O artigo mostra testes comparativos entre as tecnologias Wi-Fi 6 e Wi-Fi 6E no bloco de Engenharia Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso. Foram analisados aspectos como velocidade de download e upload, desempenho geral e relação custo/benefício.

ESTUDO DE CASO34

Infraestrutura digital sob nova regulação: o papel da engenharia na era do REDATA e da Resolução Anatel 780

O REDATA – Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter, a Resolução Anatel 780/2025 e a Proposta CCEEE 7/2022 criam um modelo integrado de regulação técnica e profissional para data centers. Nesse cenário, a engenharia assume papel central na construção de uma infraestrutura digital sustentável e confiável.

DATA CENTERS42

Guia de racks para LANs, servidores e acessórios

Seja numa empresa, num data center hyperscale ou numa unidade edge remota, os racks e gabinetes são essenciais para acondicionar os equipamentos e assegurar o adequado desempenho da rede. O guia apresenta a oferta desses produtos no país, com informações como modelos, material, estrutura e capacidades.

SERVIÇO48

Custos e modelos de proteção contra ataques DDoS

As empresas devem avaliar não apenas a eficácia técnica das soluções de proteção, mas também os custos iniciais e operacionais. O artigo apresenta os tipos de defesa disponíveis no mercado, que vão de dispositivos próprios e clean pipe de provedores de trânsito até serviços gerenciados em nuvem.

SEGURANÇA52

Capa: Helio Bettega Foto: Shutterstock

SEÇÕES

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.

EDITORIAL

revolução da IA - Inteligência Artificial transformou os data centers em protagonistas da nova infraestrutura digital global. À medida que algoritmos generativos, modelos de linguagem e sistemas de aprendizado profundo demandam volumes inéditos de processamento, energia e refrigeração, o setor se reposiciona como base crítica da economia digital. Segundo estimativas da IEA - International Energy Agency, o consumo elétrico dos data centers pode mais que dobrar até 2030, chegando a 945 TWh, impulsionado pela expansão dos ambientes “AI-ready”. Em paralelo, a consultoria Dell’Oro projeta investimentos globais de US$ 1,2 trilhão até 2029, com aumento de 50 GW em capacidade instalada — uma escala comparável à de sistemas elétricos nacionais inteiros.

Nesse cenário, o Brasil emerge com vantagens estratégicas. O país reúne matriz elétrica majoritariamente renovável, ambiente regulatório mais estável e crescente interesse de hyperscalers e operadoras de colocation. A combinação de energia limpa e disponibilidade de terrenos e conectividade faz do país um polo natural para novos investimentos, inclusive de infraestrutura voltada à IA. Projeções de mercado indicam que o número de data centers em operação no Brasil ultrapassará 300 até 2026, considerando colocation e instalações próprias de grandes grupos de telecom e nuvem.

Essa corrida tecnológica abre oportunidades para toda a cadeia de produtos e serviços. Fabricantes de sistemas de resfriamento líquido, soluções de monitoramento e automação inteligente, integradores de infraestrutura elétrica e desenvolvedores de DCIM com algoritmos preditivos tornam-se parte essencial do ecossistema. As soluções de fabricantes multinacionais detalhadas a partir da página 16 mostram como o uso combinado de sensores, machine learning e automação permite adaptar o consumo de energia em tempo real, reduzindo o PUE e otimizando o desempenho térmico.

Os avanços também se refletem no nível nacional. Empresas brasileiras, como a Specto Tecnologia, já desenvolvem controladores e sistemas de IA embarcada para otimizar o ar-condicionado em data centers de borda. Essas iniciativas revelam um movimento de nacionalização da inovação, essencial para atender à demanda crescente de processamento distribuído e baixa latência que acompanha a expansão do 5G e da computação em nuvem.

O desafio, contudo, é equilibrar eficiência, resiliência e sustentabilidade. A densidade térmica das GPUs voltadas à IA pode ultrapassar 100 kW por rack — patamar impossível de gerenciar com resfriamento a ar tradicional. Nesse contexto, as soluções líquidas e híbridas assumem papel central, e a integração de dados entre sistemas elétricos e térmicos passa a ser determinante.

A nova fronteira da infraestrutura digital exige mais do que tecnologia: requer visão sistêmica, planejamento energético e sinergia entre fabricantes, integradores e operadores. O tema especial desta edição mostra como o setor de data centers se prepara para essa transição — e como a inovação em refrigeração, automação e energia será decisiva para sustentar a próxima geração de inteligência artificial.

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A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica. ISSN 1808-3544

RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de - Telecom e Instalações, brasileira infraestrutura e tecnologias comunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Aranda Editora Técnica Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br

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xFusion, fornecedora global de infraestrutura e serviços de computação, iniciou oficialmente suas operações no Brasil, com sede em São Paulo e fabricação local em Palhoça, SC. A companhia é originada do spin-off da divisão de servidores da Huawei. Com sede em Singapura e centros de engenharia na Malásia e Alemanha, a empresa mantém foco em soluções abertas e compatíveis com processadores e GPUs de fabricantes como Intel, AMD e NVIDIA, apostando em soluções avançadas para computação de alto desempenho e IA - Inteligência Artificial, com destaque para FusionPod IA, seu principal lançamento voltado ao mercado de data centers e ambientes de alto processamento.

Sob a liderança de Patrícia Cocozza, gerente-geral da xFusion no Brasil, e com o suporte de Robin Shi, presidente da xFusion América Latina, e Louis Zhao, presidente de Negócios Internacionais, a operação brasileira representa um marco na estratégia global da empresa de se aproximar dos mercados da América Latina e reduzir prazos e custos logísticos. “Nosso foco é construir um ecossistema local robusto e entregar valor diferenciado aos clientes, tornando acessível uma tecnologia de classe mundial”, afirma Patrícia.

A fabricação local é realizada em parceria com a BRITI, responsável pela montagem, testes e logística no Brazil Supply Center. O centro integra produção, armazenamento e certificação de qualidade, com testes de 72 horas em racks energizados, e atende também outros países da América Latina. A estrutura segue o padrão de qualidade adotado pela matriz na Malásia e é apoiada pelos seis Global Technical Assistance Centers (GTACs) da companhia, que garantem suporte 24 horas.

Com o avanço da IA e da análise de big data, cresce a demanda por servidores que unam desempenho e eficiência energética. Nesse cenário, o FusionPod IA se destaca como uma solução completa, em rack, projetada para cargas intensivas de IA, machine learning e virtualização. “O projeto foi desenvolvido para integrar

servidores e sistemas de refrigeração líquida em uma única estrutura plug and play”, explica Edson Takinaga, gerente de produto da xFusion Brasil. “Cada rack de 19 polegadas pode abrigar até 48 GPUs NVIDIA, com consumo energético em torno de 130 kW, mantendo operação estável e segura.”

O FusionPod IA utiliza refrigeração direta nos chips, com dissipação externa do calor por meio de um circuito fechado de líquido refrigerante. O sistema dispensa o uso de ar-condicionado no ambiente do data center e pode operar com três tipos de fluido: uma mistura de água e glicol, um fluido à base de óleo mineral atóxico e não condutivo, indicado para ambientes críticos, e uma opção sintética para aplicações específicas.

Além de reduzir a necessidade de espaço físico, o sistema alcança PUE - Power Usage Effectiveness abaixo de 1,1, índice que o posiciona entre as soluções mais eficientes do mercado. “Um data center típico no Brasil opera com PUE entre 1,4 e 1,5. Quanto mais próximo de 1, maior a eficiência — e o FusionPod está muito próximo desse ideal”, observa Takinaga. Um dos diferenciais da solução é o conceito “zero cabling”, com barramentos verticais que conduzem energia, dados e líquido refrigerante, eliminando o uso de cabos tradicionais. Essa arquitetura permite manutenção sem interrupção e substituição de módulos de forma automatizada — inclusive com sistemas robotizados, já aplicados em data centers de clientes na Ásia.

O sistema é certificado contra vazamentos e projetado para operar até 10 anos sem reposição do líquido refrigerante. A estrutura física é composta por aço reforçado e portas de alumínio não corrosivo, garantindo robustez e durabilidade.

Além do FusionPod IA, o portfólio brasileiro inclui os modelos FusionOne HCI, voltado à hiperconvergência; FusionOne HPC, para computação de alto desempenho; e FusionOne AI, para aplicações de aprendizado de máquina. Todos os servidores contam com ferramentas de gerenciamento inteligente baseadas em IA embarcada, que monitoram e otimizam automaticamente o uso de energia, armazenamento e processamento.

A xFusion chega ao país com um programa de canais e distribuidores totalmente adaptado ao mercado brasileiro. Além da Zoom Tech, integradora pioneira no fornecimento das soluções, a empresa já homologou quatro first tiers e três distribuidores oficiais, incluindo a Prime8, de Santa Catarina, voltada ao segmento de provedores e telecom. Outros distribuidores estão sendo homologados para atender verticais de governo, corporativo e infraestrutura de TI, com foco em projetos on premises e de alta performance. “Nosso objetivo é fortalecer a presença local, capacitar parceiros e oferecer suporte técnico direto no país, com garantia, peças e atendimento em português”, destaca Patrícia Cocozza. “A operação brasileira é estratégica para a xFusion e um passo importante para consolidar o Brasil como referência em infraestrutura de IA e computação de alto desempenho na América Latina.”

XFusion – Site: https:// xfusionbrasil.com.br/

busca por eficiência no atendimento interno levou a IXC Soft a desenvolver dois agentes de IA - Inteligência Artificial, batizados de Lia e Manuel, criados inicialmente para resolver um problema da própria empresa — o alto volume de chamados e a dificuldade de reter profissionais de suporte. O resultado superou as expectativas e inspirou a criação de um módulo de IA integrado ao Opa! Suite, plataforma de atendimento da companhia voltada ao mercado de provedores de Internet e outras empresas.

Com cerca de 30 mil atendimentos mensais, a IXC Soft enfrentava a rotatividade de pessoal como um dos principais desafios operacionais. “Era uma dor muito grande para nós, como acontece em qualquer empresa com call center. Os profissionais ficam um tempo, migram de área e temos que treinar tudo de novo”, explica Diego Felippe, Chief Innovation Officer (CINO) da IXC Soft. “A partir do final de 2024, vimos que a IA generativa poderia nos ajudar.”

O módulo Lia foi desenvolvido para entender o que o cliente precisa e direcioná-lo para o setor certo, enquanto Manuel — um trocadilho com “manual” — reúne todas as respostas documentadas para dúvidas recorrentes. “Quando um cliente faz uma pergunta que ainda não tem resposta, nós documentamos. Da próxima vez, o agente já responde automaticamente. Isso padronizou o atendimento e reduziu a necessidade de treinamento constante”, diz Felippe.

O sistema também permite respostas por texto ou voz, com uso de sintetização e clonagem de voz — recurso que ajuda a regionalizar o atendimento. “Cada região do Brasil tem seu sotaque, e a voz sintética tradicional não transmite isso. Por isso, criamos um processo que permite clonar a voz de alguém autorizado, como um funcionário ou o dono da empresa, para tornar o atendimento mais natural”, explica Felippe.

aumentando a fidelização e o valor percebido pelo assinante.

“Estamos firmando parcerias com provedores e plataformas como ITTV, NXTV e Olé TV”, explica Anselmo Ferreira, consultor da Oeste TV. A estratégia de distribuição B2B é representada com exclusividade pela Slim Pack, empresa especializada no mercado de telecom. “A Slim Pack conduz todas as negociações com os provedores e cobre o território nacional”, acrescenta.

Os ganhos foram expressivos. Segundo o executivo, a assertividade na transferência de chamados subiu de 60% para 90%, o número de atendimentos encaminhados a humanos caiu em 27 mil, e 13 colaboradores puderam ser realocados para atividades estratégicas da empresa. “Além de reduzir custos, conseguimos liberar o time para tarefas de maior valor agregado”, acrescenta.

O sucesso interno levou a empresa a incorporar o conceito ao Opa! Suite, plataforma omnichannel que integra o ecossistema de soluções da IXC Soft. Lançado oficialmente no meio de 2025, o módulo de IA do Opa! Suite já está presente em mais de 400 clientes. “O provedor pode criar agentes personalizados, de suporte, vendas, financeiro ou triagem. Ele descreve o que o agente deve fazer, como se estivesse treinando um novo funcionário”, explica Felippe. O primeiro agente é criado gratuitamente durante a implantação do módulo, e os seguintes podem ser configurados pelo próprio cliente ou desenvolvidos pela equipe da IXC mediante consultoria opcional. “Queremos que o cliente tenha autonomia. Se ele quiser criar 200 agentes, ele pode. A plataforma foi feita para dar liberdade e não amarrar o usuário a um modelo fixo”, comenta o executivo.

Além de integrar modelos como ChatGPT, Anthropic, Claude e Gemini, o Opa! Suite oferece um agente específico para cada função. Segundo Felippe, a IA “executa padrões com excelência”, o que torna ideal sua aplicação em processos repetitivos e padronizados — como triagem e suporte de primeiro nível. “Nosso foco é transformar a dor que sentimos em aprendizado e solução para o mercado. A IA não é só um apoio, é um motor que acelera produtividade, reduz custos e abre espaço para a inovação”, afirma. Com mais de 600 colaboradores, a IXC Soft atua no desenvolvimento de softwares para gesXFusiontão e atendimento, incluindo o IXC Provedor e o Opa! Suite, que juntos integram um ecossistema voltado a aumentar a eficiência operacional de empresas de telecom e outros setores. “Conseguimos impactar a economia na América Latina, conectando mais de 40 milhões de pessoas com nossos serviços para provedores de Internet”, finaliza.

IXC Soft – Tel. (49) 3344-6001 Site: https://www.ixcsoft.com.br/

A emissora é um desdobramento do projeto editorial criado em 2020 pelo empresário Jairo Leal e pelos jornalistas Augusto Nunes e J.R. Guzzo. Desde sua origem, a Revista Oeste adotou um modelo independente, financiado pela audiência e sem recursos públicos. “Oferecemos jornalismo livre, que tenha compromisso com a verdade, a democracia e a liberdade de expressão”, diz Ferreira. “Nosso propósito é contar a história de forma honesta, transparente e sem filtros.”

Com mais de 3 milhões de inscritos no YouTube, cerca de 53 milhões de visualizações mensais e 120 mil assinantes da revista digital, a Oeste TV já é uma operação consolidada no streaming. São aproximadamente 16 horas diárias de programação ao vivo, com notícias, entrevistas e debates. A grade atual reúne programas como Oeste Sem Filtro, Oeste Negócios, Conversa com Augusto Nunes, A Força do Agro e Faroeste à Brasileira, com participação de jornalistas como Ana Paula Henkel, Silvio Navarro, Adalberto Piotto, Alexandre Garcia, Carlo Cauti e Guilherme Fiuza.

Oeste TV, canal de notícias da Revista Oeste, dá início a um novo ciclo de expansão ao ingressar no mercado de provedores regionais de Internet. O canal passa a ser oferecido no formato SVA - Serviço de Valor Agregado, que permite às operadoras ampliar seu portfólio de conteúdo e tornar a oferta de conectividade mais completa,

“O Oeste Sem Filtro é frequentemente uma das transmissões mais assistidas do YouTube em todo o mundo no horário, com média entre 500 mil e 600 mil visualizações por edição”, destaca Ferreira. Segundo o executivo, cerca de 100 mil pessoas acompanham a programação diariamente. “Quando estivermos presentes nas grades dos provedores, poderemos acionar esse público: ‘Ligue para sua operadora e peça o nosso canal’. Isso deve gerar forte tração comercial e valor para o provedor parceiro.”

Além de ampliar a oferta para o público, a parceria representa um diferencial competitivo para os provedores regionais: conteúdo jornalístico ao vivo, 24 horas por dia, via streaming, com alto engajamento e

INFORMAÇÕES

reconhecimento nacional. A base tecnológica do canal está estruturada na AWS (Amazon Web Services), com uso de servidores de borda para garantir estabilidade e cobertura nacional. A emissora estuda novas opções de distribuição e otimização de custos, acompanhando a evolução do 5G e suas aplicações.

Embora programas sob demanda — como entrevistas e documentários — façam parte do catálogo, a essência da Oeste TV consiste na cobertura jornalística contínua. Entre as produções recentes estão uma série documental sobre o Plano Cruzado e um especial sobre os presos dos atos de 8 de janeiro de 2023.

Ferreira explica que a parceria com os provedores regionais é estratégica não apenas para ampliar a audiência, mas também para democratizar o acesso à informação em cidades menores. “Quando trabalhei na MTV, acompanhei a transição da TV analógica para

a digital, que deixou muitas cidades de fora”, lembra. “Hoje, provedores regionais e operadoras locais são os grandes responsáveis por garantir conectividade e acesso a conteúdo. A parceria com eles é essencial”. Com a Slim Pack à frente da estratégia comercial — liderada por Newton Suzuki — a meta é estar presente em centenas de operadoras independentes até o final de 2025. “A Slim Pack conhece profundamente o ecossistema dos provedores”, observa Ferreira. “Acreditamos que essa união vai acelerar a expansão. Queremos levar jornalismo confiável a ainda mais brasileiros e contribuir para a formação intelectual do público, oferecendo uma visão clara, honesta e independente da realidade.”

Slim Pack – Tel. (11) 91366-0707

Sites: https://revistaoeste.com/ e https://slimpack.com.br/

and Construction) de grande porte nos setores de óleo e gás, mineração, papel e celulose e infraestrutura pesada. O portfólio inclui obras de alta complexidade para clientes como Petrobras, Vale e Arauco — experiências que, segundo Lucas Capobianco, Superintendente de Operações e neto do fundador, prepararam a companhia para ingressar com sucesso em um novo mercado: o de data centers hyperscale.

“Quem olha de fora pode achar que data center é algo novo para a Construcap, mas na verdade a gente sempre esteve à frente de grandes projetos de engenharia complexos.

A Petrobras foi uma escola para nós”, afirma Capobianco. “Esses projetos de EPC, em que fazemos engenharia, suprimentos e construção, deram robustez à nossa engenharia e criaram a base técnica que aplicamos agora nas obras de data centers.”

om mais de 80 anos de história, a Construcap consolidou-se como uma das principais empresas brasileiras de engenharia e construção, reconhecida por sua atuação em projetos EPC (Engineering, Procurement

A Construcap iniciou sua atuação em data centers em 2021, assumindo a conclusão de um projeto hyperscale em Jundiaí, SP, que havia sido paralisado por outra construtora. “Pegamos a obra porque o fornecedor anterior não estava performando. Desde o primeiro projeto, entregamos todos os marcos contratuais dentro do prazo, sem pendências”, relembra o executivo.

Segundo o material institucional da empresa, a Construcap foi a primeira companhia da América Latina a atingir zero itens pendentes ( punch list ) na data

INFORMAÇÕES

de entrega de um data center — um feito inédito que reforça a precisão e o controle de qualidade da engenharia da empresa. O resultado levou à contratação de novas fases do mesmo projeto e à expansão das atividades para Paulínia, SP, consolidando a presença no setor de infraestrutura digital crítica.

Com sede em São Paulo, a Construcap conta hoje com cerca de 8 mil funcionários diretos e indiretos, muitos com décadas de casa, e mantém uma estrutura voltada a grandes empreendimentos. “Nosso corpo técnico é pesado. Mesmo que a obra seja pequena, temos gerente de segurança, de contrato e de produção. Isso garante rigor técnico, mas nos torna mais competitivos em projetos de grande porte, como os de hyperscale e colocation”, explica Capobianco.

Ele destaca que a eficiência e a organização reconhecidas pelos clientes derivam da experiência acumulada em projetos com empresas de padrão global. “Enquanto outras construtoras vêm de obras mais simples, a gente veio de Petrobras, Vale e Arauco, clientes muito rigorosos. Isso nos moldou. Se não fossem esses projetos, seríamos outra empresa.”

Além da execução de obras completas, da engenharia à montagem eletromecânica, a empresa passou a atuar também em manutenção e retrofit de sistemas, incluindo trocas de equipamentos e diagnósticos elétricos. “Muitas vezes o cliente nos chama para identificar falhas em instalações feitas por outros fornecedores. Temos equipe para desmontar, avaliar e corrigir o sistema inteiro, garantindo operação segura e contínua”, explica Capobianco.

A companhia também tem investido em soluções sustentáveis e eficiência energética, requisitos fundamentais em data centers de grande consumo elétrico, como é o caso das aplicações de inteligência artificial. “O nosso foco é entregar com qualidade e responsabilidade. A gente faz questão de fazer as coisas direito. É o que nos trouxe até aqui”, afirma o executivo.

Com a regulamentação do Redata, marco legal dos data centers em discussão no Congresso, o executivo vê

espaço para expansão do setor. “Se a lei for aprovada, vai destravar muitos investimentos. A gente já vê um pipeline de bilhões em projetos prontos para sair do papel”, diz. Com tradição, engenharia sólida e uma cultura voltada às pessoas, a Construcap quer se posicionar como um dos principais players nacionais em infraestrutura crítica, aplicando o rigor técnico aprendido em refinarias, mineradoras e grandes obras industriais para atender às novas demandas do mundo digital. “A Construcap é uma empresa de pessoas, feita por pessoas e que cuida das pessoas. Esse é o nosso diferencial desde 1944”, conclui Lucas Capobianco.

Construcap – Tel. (11) 3017-8000

Site: https://www.construcap.com.br/pt/home

YouCast, integradora com foco em soluções de broadcast, OTT, redes e produtos digitais para operadoras e provedores, sediada em São Paulo, lançou uma solução de rede privativa com core modular e gestão integrada. A proposta permite realizar projetos para smart cities, indústrias, agronegócio, mineração e aplicações FWA – Fixed Wireless Access, ou acesso fixo sem fio, aliando conectividade com flexibilidade de arquitetura e operação simplificada.

“O produto foi inspirado na experiência que adquirimos enquanto representantes da norte-americana Casa Systems. A empresa, que encerrou suas atividades em 2024, enxergou a necessidade de desenvolver um core as a service para o mercado de redes móveis. Como participamos diretamente do processo, aproveitamos o know-how adquirido e elaboramos uma solução própria com auxílio de outros parceiros”, lembra Raul Faller, CEO da YouCast.

Compatível com diversos fabricantes de rádio, a solução é alinhada aos padrões internacionais 3GPP. O core de rede foi desenvolvido em arquitetura modular e pode ser implementado em nuvem ou de forma local (on premises).

Além de conectividade 4G e 5G, a solução oferece suporte LoraWAN, voz sobre LTE (VoLTE) e 5G (VoNR), QoS – Qualidade do Serviço avançado e fatiamento da rede, recursos que possibilitam entregar previsibilidade técnica e segurança regulatória.

Seu gerenciamento unificado permite monitorar dispositivos, usuários e células em um único painel, com dados em tempo real e escalabilidade conforme demanda. Para operações que exigem alta confiabilidade, é possível incorporar a probe Accedian Cisco Assurance, que registra indicadores como latência, jitter e perda de pacotes, totalizando mais de 50 métricas de desempenho.

“É uma oportunidade para o provedor aumentar o faturamento com soluções para o mercado B2B. Nós entramos como integradores do projeto e ficamos responsáveis pela manutenção, instalação e monitoramento dos sistemas”, diz Faller.

A YouCast disponibiliza duas formas de implantação: core embarcado, voltado a cenários compactos com até 1000 conexões, e core em nuvem no sistema pay as you grow, que habilita 5G, handover, multitenancy e escalabilidade sob demanda. O contratante também conta com flexibilidade comercial, que permite desde venda direta até comodato, ajustando-se a modelos de investimento (Capex) ou de despesa operacional (Opex), com SLA e governança assegurados.

A YouCast é uma integradora de telecom, mídia digital e redes de dados que projeta, implanta e opera plataformas de vídeo OTT/IPTV e redes privativas. Entrega arquitetura ponta a ponta para produção, transporte e distribuição de conteúdo, além de infraestrutura de dados para provedores e operadoras. Em outubro, durante a 10a edição do Prêmio NEO - Melhores do Ano, a empresa foi premiada na categoria fornecedor.

YouCast – Tel. (11) 99635-5309 n Site: https://youcast.tv.br/

INFORMAÇÕES

Agora, distribuidora especializada em valor agregado no mercado de tecnologia, com sede em São Paulo, fechou uma parceria com a Sunwave Communications, fabricante chinesa de soluções de conectividade reconhecida por projetos de redes privativas LTE/5G em áreas urbanas, industriais, rurais e remotas, com integração via satélite e suporte à arquitetura Open RAN. Durante a última edição da Futurecom, realizada entre os dias 6 e 8 de outubro em São Paulo, a Sunwave Communications apresentou em seu estande algumas de suas soluções. Um dos destaques é a estação radiobase H2000, equipamento 4G com BBUUnidade de Banda

Base e RRUUnidade de Rádio Remota integrados e preparado para atuar na frequência de 700 MHz.

“A Sunwave tem buscado parceiros cujas tecnologias complementem o nosso portfólio, e a Agora cumpre esse requisito. Temos diversos produtos voltados para o mercado de redes privativas indoor e outdoor, como soluções eNBs integradas compacta de alto desempenho e cobertura utilizando redes móveis 4G e 5G”, explica Amanda Mendonça, gerente regional de vendas da Sunwave Communications.

O processo de importação leva no máximo 60 dias. Anteriormente, a Sunwave Communications estava presente no Brasil apenas por meio de integradores. Com o acordo, os principais focos da empresa asiática são os setores de telecomunicações, mais precisamente provedores regionais, indústria, mineração, agronegócio, energia, logística, portos, aeroportos e grandes empreendimentos corporativos.

Sunwave Communications – Tel. (11) 98922-5550 n www.sunwavesolutions.com

Eletronet, operadora nacional de telecomunicações, anunciou durante a Futurecom 2025 uma parceria com a Ascenty, fornecedora de data centers na América Latina.

O acordo prevê que a Eletronet passe a revender serviços de colocation nos centros de dados da Ascenty e da plataforma Service Fabric, que possibilita a interconexão segura e sob demanda entre aplicações, nuvens e ecossistemas digitais integrados à sua rede.

“Um ponto de presença funciona como uma expansão da capilaridade da rede. Se um cliente quer estar em um determinado data center, eu preciso estar presente naquele centro de dados”, diz Célio Mello, gerente de Produtos e Projetos Estratégicos da Eletronet.

A iniciativa prevê que clientes Eletronet possam contratar espaço físico em racks, conexão direta entre provedores e acesso a serviços de nuvem pública via data centers Ascenty. O parceiro fornece uma infraestrutura com mais de 30 centros de dados distribuídos por Brasil, Colômbia, Argentina e México, além da integração com mais de 300 localidades em 25 países.

“Grandes empresas e hyperscalers operam em diversos data centers simultaneamente para garantir continuidade de serviços em caso de falhas. Assim como já atuamos com outros centros de dados, agora também passamos a ofertar os serviços da Ascenty, ampliando as opções a nossos clientes e fortalecendo a resiliência da infraestrutura”, ressalta Mello.

Para assegurar baixa latência e redundância, a Eletronet estabeleceu POPs – Pontos de Presença próprios em três dos principais data centers da Ascenty localizados em Osasco e Vinhedo, SP, e em Fortaleza, CE. Com conexões físicas diretas, a operadora assegura que provedores regionais, provedores de conteúdo e operadoras tenham acesso a uma infraestrutura de missão crítica com alta disponibilidade, escalabilidade e segurança.

“Estamos presentes em 19 IXs dentro do Brasil e iniciamos tratativas com mais 25 data centers para estabelecermos POPs cujo intuito é ampliar a capilaridade da rede”, afirma o gerente de produtos. Recentemente, a Eletronet fez outro grande anúncio relacionado à conectividade. Em parceria com a Ciena, a operadora registrou um recorde de transmissão de dados, sendo 1,6 Tbit/s em área urbana, de São Paulo a São Paulo, e 1,2 Tbit/s para longa distância, de São Paulo a Porto Alegre, RS, ambos em um único comprimento de onda. Em 2023, a Eletronet deu início a um projeto de internacionalização ao estabelecer o seu primeiro POP em Nova York, EUA. Já em 2025, a companhia inaugurou conexões em Miami, também nos EUA. Segundo o gerente de produtos, a conclusão das ligações São Paulo-Nova York, Nova York-Miami, Miami-Fortaleza e Fortaleza-São Paulo fará com que a empresa conclua o chamado Anel Américas, com pontos de ligação com a estrutura já presente no Brasil.

“Temos trabalhado em outro projeto para que o tráfego direcionado para a Europa não precise necessariamente passar pelos EUA. A ideia envolve a concepção das rotas Fortaleza-Portugal, Portugal-África e África-Brasil, que chamaríamos de Anel Atlântico ou Anel Europa”, projeta o gerente de produtos.

A Eletronet faz parte do Grupo Eletrobras e possui uma rede nacional de fibra óptica com mais de 17 mil km e 170 POPs integrados às redes de transmissão de energia elétrica. “Nossa rede utiliza a tecnologia OPGW – Optical Ground Wire cujas características ópticas diferenciadas a impedem de sofrer com problemas como vandalismo ou quebra de fibras. Mesmo depois de 20 anos, ela continua a apresentar índices estáveis”, explica Mello. Por meio desta estrutura, a companhia presta serviços de conectividade para provedores de Internet, operadoras de telecomunicações e data centers nacionais e internacionais, além de provedores de conteúdos hyperscale

Eletronet – Tel. 0800 771 1237 Site: www.eletronet.com

INFORMAÇÕES

Corning, fabricante de soluções ópticas, está apostando no mercado de data centers para os próximos anos. O motivo é o aumento da demanda por fibra óptica em virtude do uso, cada vez mais frequente, de IA – Inteligência Artificial nessas instalações. Segundo levantamento da companhia, existem 250 projetos em desenvolvimento na América Latina, sendo a maior parte deles localizados no Brasil, México, Chile e Colômbia.

“Um data center tem um aumento significativo na infraestrutura de fibra óptica quando a IA é incluída no projeto. Na maioria dos casos, a demanda chega a ser dez vezes maior do que a de uma infraestrutura voltada à computação em nuvem”, explica Juliano Covas, gerente regional de vendas, engenharia e soluções para data centers da Corning para as Américas Central e Latina.

No primeiro semestre do ano passado, a Corning fechou a sua fábrica de produção de fibra óptica para telecomunicações em Jacarepaguá, RJ. A mudança faz parte do plano da empresa chamado Glassworks IA, cujo foco são os data centers com a tecnologia.

Atualmente, o mercado brasileiro de data centers ocupa a 10ª posição no ranking global. Para fomentar a expansão do setor, o Governo Federal lançou em 2025 o REDATA, cujo objetivo é atrair novos projetos por meio de benefícios tributários, oferecer energia renovável a preços competitivos e infraestrutura de comunicações adequada ao tráfego internacional de dados, especialmente via cabos submarinos.

“Em uma infraestrutura onde, há alguns anos, eram instaladas cerca de 1000 fibras, hoje são colocadas 64 mil. Quanto maior o número de GPUs, ou seja, a capacidade de processamento, mais fibra será demandada”, diz Covas.

Entre os destaques está a fibra óptica Contour, projetada com um diâmetro 40% menor em comparação com as fibras tradicionais. Essa característica proporciona maior flexibilidade para aplicações com alta exigência de curvatura, sendo indicada para ambientes com altíssima densidade de conectividade, como racks compactos, bandejas congestionadas e conectores de última geração.

O portfólio da Corning é produzido em parques fabris no México, Estados Unidos e Europa, e exportado para o Brasil.

Recentemente, a companhia inaugurou um showroom com algumas de suas soluções na sede da operação brasileira, em São Paulo. O espaço é voltado para clientes e parceiros.

Corning – Tel. (11) 95605-2422 n Site: www.corning.com

O melhor do Bits

Banda larga - O Prodest - Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo aumentou a capacidade de banda da rede de fibra óptica do Governo do Estado para 20 GB. A expansão é fruto do Projeto ES Digital, liderado pelo Prodest e responsável por viabilizar a ativação de 630 links em cidades do interior. Isso permite que escolas, delegacias, Ciretrans, hospitais e outras repartições estaduais tenham mais agilidade e produtividade na execução dos serviços. Com mais de 1000 pontos ativados, a rede de fibra óptica governamental está presente em todos os 78 municípios capixabas. Site: https://abrir.link/FFecR.

SRv6 - Em uma operação inédita na América Latina, a TIM ativou, em parceria com a Huawei, a primeira rede SRv6 Only. Com foco na eficiência da rede e na melhoria

da experiência dos clientes, a novidade é um passo importante na modernização da infraestrutura digital para suportar aplicações de IA - Inteligência Artificial, automação e fatiamento de rede. São José do Rio Preto, SP, foi a primeira cidade escolhida para ativar a rede. A tecnologia SRv6 ajuda a rede a funcionar de forma mais inteligente e eficiente, reduzindo protocolos e custos operacionais, além de permitir automação avançada, como network slicing e serviços dinâmicos de VPN. Site: https://abrir.link/Tcnfu.

Cibersegurança - A TP-Link foi oficialmente aprovada na Auditoria de Cibersegurança da Anatel, um marco que demonstra a conformidade da empresa com as novas exigências do órgão regulador para fabricantes que atuam no país. Com a auditoria e validação da Anatel, a marca passa a integrar o grupo restrito de empresas que comprovam processos internos robustos de desenvolvimento seguro, controle de vulnerabilidades e proteção de dados, em

linha com as diretrizes internacionais de segurança cibernética. Site: https:// abrir.link/btVpb.

Parceria - A Panduit, empresa global especializada em soluções de infraestrutura elétrica e de redes, anunciou a Symmeo, unidade de negócios do Grupo Prexx, como sua nova parceira de distribuição no Brasil. Com matriz em Santa Catarina e filiais no Rio Grande do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Alagoas e Flórida (EUA), o Grupo Prexx atua em mais de 70 segmentos em 37 países e tem faturamento anual de R$ 2 bilhões. Site: https://abrir.link/LaSUU.

O melhor do Bits traz um resumo das principais notícias sobre o mercado publicadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI. Mais notícias podem ser encontradas no site: https:// www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.

Inteligência artificial nos data centers

Com a explosão da demanda por IA –Inteligência Artificial, previsões de mercado apontam para a multiplicação do consumo de energia e refrigeração nos data centers. A reportagem especial mostra algumas soluções capazes de melhorar a operação e manutenção das instalações, prever falhas, otimizar refrigeração e balancear cargas, otimizando os custos de operação e proporcionando maior eficiência no processamento de cargas de IA.

Aexplosão das cargas de trabalho de IA está redesenhando o mapa dos data centers — do consumo de energia à engenharia térmica. Projeções da IEA - International Energy Agency indicam que a eletricidade usada por data centers pode mais que dobrar até 2030, chegando a cerca de 945 TWh, com os ambientes otimizados para IA puxando a curva de demanda; no mesmo horizonte, a capacidade “AIready” cresce, em cenário médio, ~33% ao ano, tornando-se majoritária até o fim da década.

O investimento acompanha: a Dell’Oro projeta US$ 1,2 trilhão em Capex global até 2029, impulsionado por aceleradores de IA e expansão de 50 GW em capacidade. Esses vetores pressionam custos operacionais, disponibilidade de energia e prazos de obra.

Na prática, a resposta tecnológica passa por três frentes: eficiência energética, resiliência e automação inteligente. No cooling, a migração de ar puro para soluções de líquido ( direct-to-chip e imersão) avança para lidar com densidades térmicas de GPUs, com um mercado de refrigeração projetado em US$ 16,8 bilhões até 2028 e adoção crescente (embora ainda desigual) segundo o Uptime Institute. Em paralelo, camadas de DCIM de

nova geração aplicam ML - Machine

Learning para prever falhas de UPS e ar condicionado, ajustar parâmetros e curvas de ventiladores, balancear cargas entre clusters e agendar manutenção preditiva, reduzindo PUE e MTTR. Na infraestrutura física, o mercado já cresce dois dígitos com a onda de IA e adoção de liquid cooling. O resultado esperado: operação mais estável, menor consumo por tarefa de IA e manutenção planejada, com menos paradas e melhor uso de energia e ativos.

A reportagem a seguir apresenta algumas soluções capazes de melhorar a operação e manutenção das instalações, prever falhas, otimizar refrigeração e balancear cargas, otimizando os custos de operação e proporcionando maior eficiência no processamento de cargas de IA.

ABB

A ABB vem desenvolvendo tecnologias que reposicionam o papel da inteligência artificial na gestão de energia e confiabilidade dos data centers. À medida que as cargas computacionais se tornam mais densas, especialmente com a expansão da IA generativa, o desafio passa a ser não apenas fornecer energia estável, mas fazê-lo com máxima eficiência e previsibilidade.

Sandra Mogami, da Redação da RTI

Mark Breno, da ABB Eletrificação: IA e ML em sistemas de distribuição elétrica, UPS e painéis inteligentes

Segundo Mark Breno, gerente de Segmento Data Center da ABB Eletrificação, a empresa incorporou algoritmos de IA e aprendizado de máquina em sistemas de distribuição elétrica, UPS e painéis inteligentes para otimizar o desempenho e reduzir perdas. “A integração da inteligência artificial às plataformas de energia permite ajustar cargas dinamicamente, prever falhas e otimizar o consumo conforme a demanda computacional”, explica.

Entre as soluções de destaque está o UPS HiPerGuard , de média tensão, que atinge eficiência de até 98% em tensões de até 24 kV. O sistema elimina a necessidade de grupos geradores, reduz perdas por conversão e diminui a refrigeração necessária, resultando em infraestrutura elétrica mais confiável e sustentável. Em colaboração com empresas como a NVIDIA, a ABB tem desenvolvido arquiteturas de energia em 800 VCC, combinando UPS de média tensão e distribuição em corrente contínua até os racks de servidores — uma abordagem que reduz o uso de cobre, simplifica cabeamento e melhora a escalabilidade.

Nos painéis elétricos, o avanço vem com a integração de funções inteligentes em dispositivos como os disjuntores Emax 2 e Emax 3, que além de proteção oferecem recursos de medição, controle de demanda e integração total com sistemas de automação e supervisão. “Hoje, o disjuntor também atua como um gerenciador de energia, capaz de

interagir com o sistema e ajustar seu próprio desempenho com base nos dados operacionais”, afirma Breno. No campo da manutenção preditiva, a ABB aplica análise de dados e machine learning para antecipar falhas e reduzir o tempo de inatividade em equipamentos críticos. O programa LEAP - Life Expectancy Analysis Program é um exemplo: ele avalia as condições reais de operação de disjuntores de baixa tensão e define cronogramas de manutenção personalizados. “Com isso, conseguimos prever falhas antes que aconteçam e reduzir custos de manutenção, prolongando a vida útil dos ativos”, explica o executivo.

Essas informações são complementadas por sensores e acessórios inteligentes que coletam dados contínuos de desempenho, temperatura e vibração, alimentando modelos de IA capazes de identificar anomalias sutis que indicam desgaste ou falhas iminentes.

A integração completa ocorre por meio das plataformas ABB Ability Data Center Automation e ABB Ability Genix, que consolidam dados de energia, climatização e baterias em um único ambiente digital. “Com essa arquitetura, o operador tem uma visão unificada de toda a infraestrutura, pode tomar decisões com base em dados em tempo real e ainda gerar relatórios automáticos de sustentabilidade e eficiência energética”, destaca Breno.

Segundo ele, o uso de inteligência artificial não apenas aumenta a disponibilidade dos ativos, como também reforça o pilar da sustentabilidade. “Com IA e automação avançada, conseguimos equilibrar desempenho e eficiência, transformando os data centers em ambientes mais inteligentes, resilientes e energeticamente responsáveis.”

Site: https://new.abb.com/br

Eaton

A Eaton tem expandido o uso de plataformas digitais para a gestão inteligente da infraestrutura de energia e de TI em data centers, e o Brightlayer é o

principal exemplo dessa estratégia. “O Brightlayer é a plataforma digital da Eaton para gestão inteligente de energia, integrando softwares e serviços que transformam ativos conectados em inteligência operacional”, explica James Mello, gerente de software DCIM – Data Center Infrastructure Management da Eaton Electrical.

A solução é composta por quatro módulos principais — DCIM, DIT, EPMS e Power — que podem operar de forma integrada, com o mesmo modelo de dados para TI e OT, reduzindo silos e simplificando as integrações. “São quatro produtos em uma única plataforma digital, com uma visão unificada da operação”, resume Mello. O monitoramento abrange potência, espaço, refrigeração, desempenho de equipamentos, qualidade de energia e utilidades como água, ar, gás, eletricidade e vapor.

O executivo destaca que o sistema não depende de sensores ou equipamentos proprietários, podendo ser integrado a mais de 30 mil modelos de dispositivos de diferentes fabricantes. “Os clientes podem aproveitar os sensores e réguas gerenciáveis que já possuem. No caso de novos projetos, há liberdade total para escolher os equipamentos de sua preferência”, afirma. A coleta de dados é feita predominantemente via Ethernet, utilizando protocolos abertos como SNMP, Modbus, BACnet, OPC UA/DA, Redfish e MQTT, o que garante interoperabilidade e confiabilidade em ambientes críticos.

Segundo Mello, o principal diferencial do Brightlayer está na convergência entre TI e OT em uma única plataforma. “O Brightlayer integra funcionalidades que tradicionalmente estavam separadas entre sistemas DCIM, BMS e supervisão elétrica”, explica. A arquitetura aberta e modular permite compatibilidade com centenas de fabricantes e integração com VMware, BMS, CMDB e ITSM, além de enviar fluxos de dados para data lakes e sistemas de inteligência artificial. “Essa abordagem reduz o tempo de engenharia

de dados e acelera casos de uso avançados, como previsão de capacidade térmica e correlação de eventos elétricos com a performance de workloads”, afirma.

A plataforma também oferece benefícios diretos em eficiência energética e confiabilidade. Com telemetria contínua e mapas térmicos, é possível eliminar sobreresfriamento e ajustar setpoints com segurança. “A Energy Star estima economias de até 5% nos custos de energia para cada grau Fahrenheit de aumento na temperatura de entrada dos servidores. O Brightlayer oferece a visibilidade necessária para fazer isso com total governança”, observa Mello. Além disso, a solução permite o balanceamento de fases e a redução de perdas, bem como o acompanhamento de KPIs de eficiência energética (PUE) e hídrica (WUE). “O planejamento de capacidade evita ociosidade e reduz investimentos desnecessários em potência e resfriamento”, complementa.

análise de causa raiz em falhas elétricas. “Com o EPMS, capturamos eventos de qualidade de energia e correlacionamos em diagramas unifilares, acelerando a análise e reduzindo o tempo médio de reparo”, explica. O sistema também conta com painéis unificados e regras de correlação inteligentes, que ajudam a filtrar alarmes e a reduzir o estresse operacional das equipes.

Na área de confiabilidade, a plataforma oferece ferramentas de detecção precoce e

A relação entre o Brightlayer e a IAInteligência Artificial é cada vez mais estreita. “Embora o Brightlayer não seja uma suíte de IA, ele fornece telemetria estruturada e confiável de TI e OT, além de APIs para integração com plataformas de analytics , AIOps e machine learning”, comenta Mello. Essa integração possibilita detecção de

anomalias, previsões de indicadores operacionais e recomendações automáticas para ajustes de temperatura, redistribuição de cargas e manutenção preditiva.

Recentemente, a Eaton ampliou esse conceito com o lançamento do Motor Analytics , uma solução baseada em algoritmos de aprendizado de máquina para monitoramento preditivo de motores elétricos. A Análise da Assinatura de Corrente do Motor (MCSA) prevê falhas em motores e bombas usando apenas sinais elétricos via Motor Health Module (MHM). Essa solução não intrusiva detecta falhas mecânicas e elétricas incipientes com meses de antecedência e oferece integração e visualização nativas em qualquer software Brightlayer Onpremise , garantindo maior confiabilidade e redução de custos. “Com isso, é possível programar manutenções de forma mais eficiente, reduzir paradas não planejadas e otimizar o desempenho de ativos críticos”, diz o executivo.

Site: https://www.eaton.com/br/ptbr.html

Tela do Brightlayer: convergência entre TI e OT em uma única plataforma

ESPECIAL

Schneider Electric

A Schneider Electric tem ampliado o uso de algoritmos de IA - Inteligência Artificial e aprendizado de máquina para otimizar a operação dos data centers. “A inteligência artificial está no centro da forma como otimizamos o desempenho térmico”, explica Fabio Castellini, diretor da área de Power Systems da Schneider Electric no Brasil. Segundo ele, as plataformas EcoStruxure utilizam modelos digitais (digital twins) que permitem ajustar automaticamente variáveis como fluxo de ar, velocidade de ventiladores e ajustes de temperatura. “Os sistemas aprendem o

comportamento térmico do data center e fazem os ajustes necessários para evitar desperdício de energia”, observa. Em projetos recentes, a empresa registrou reduções médias de até 20% no consumo de energia destinado à refrigeração, especialmente quando combinados a soluções de liquid cooling. Esses recursos estão presentes em linhas como EcoStruxure IT Expert, IT Advisor e nos pods modulares de data center.

A plataforma digital EcoStruxure é o ecossistema de soluções abertas e interoperáveis da Schneider Electric, voltado para integrar sistemas de energia, automação e software. Baseada em IoT –Internet das Coisas, ela permite o monitoramento e controle em tempo real de ativos e processos, reunindo aplicações, analytics e serviços para diferentes segmentos, como data centers, indústrias e edifícios inteligentes.

A integração de sensores e análise preditiva também tem transformado a manutenção e a confiabilidade de equipamentos. O EcoStruxure Asset Advisor coleta dados em tempo real de UPS, chillers e PDUs, aplicando modelos de IA capazes de identificar anomalias antes que se transformem em falhas. “Em alguns clientes, conseguimos prever com dias de antecedência um comportamento fora do padrão em chillers e evitar paradas não planejadas. É uma transição de uma manutenção reativa para uma operação autônoma e preditiva”, destaca Castellini.

No campo da gestão de infraestrutura, a plataforma EcoStruxure IT vem evoluindo para incorporar inteligência analítica em larga escala. “Hoje, ela não apenas monitora o data center, como aprende com o ambiente e recomenda ações para aumentar a eficiência e a resiliência”, explica o executivo. Segundo ele, trata-se de uma plataforma aberta, capaz de se conectar a sistemas de gestão de energia de clientes e parceiros em nuvem, como Azure e AVEVA, permitindo uma visão integrada da operação. “Essa conectividade é essencial para que operadores consigam gerenciar múltiplos sites e realizar ajustes com base em dados consolidados”, afirma.

O monitoramento remoto com o apoio da IA é outro recurso consolidado. A empresa utiliza simulações baseadas em gêmeos digitais para testar cenários e validar estratégias antes da aplicação em ambientes reais. “Essas simulações também têm papel importante no treinamento, permitindo que as equipes entendam o impacto de cada decisão em um ambiente seguro, aprimorando a resposta operacional e a eficiência energética”, completa Castellini.

Site: https://www.se.com/br/pt/

Specto Tecnologia

A Specto Tecnologia, sediada em São José, SC, está desenvolvendo algoritmos de IA - Inteligência Artificial para controle de ar-condicionado de conforto em data centers de borda, dentro da plataforma

Datafaz DCIM + Edge. Os novos recursos, que devem ser lançados no próximo ano, têm como meta otimizar o consumo energético em redes de data centers distribuídos, reduzindo custos e aumentando a eficiência operacional.

Segundo Leônidas Vieira Júnior, sóciofundador e CEO da empresa, a refrigeração continua sendo o principal fator de custo dos data centers, especialmente com o aumento da densidade de cargas por rack e a crescente demanda por processamento de IA. “Estamos desenvolvendo tanto a parte de hardware quanto a de software para identificar a temperatura ideal de operação de cada instalação. Esse ponto ótimo é aquele em que a refrigeração é mínima, sem comprometer o desempenho e a saúde dos ativos”, explica.

O foco da Specto é em rede de data centers, em especial os data centers edge, que tendem a se multiplicar com o avanço da computação distribuída e a necessidade de baixa latência. “Essas estruturas são menores, muitas vezes remotas, e utilizam ar-condicionado de conforto, não de precisão. Nosso objetivo é controlar de forma inteligente toda a rede, não apenas cada unidade isoladamente. Pequenos ganhos de eficiência em cada ponto geram uma economia expressiva quando vistos em escala”, afirma o executivo.

A empresa desenvolveu seu próprio controlador de ar-condicionado, adaptado à tecnologia da plataforma. “Percebemos que os dispositivos disponíveis no mercado eram caros, inadequados para os objetivos,

Fabio Castellini, da Schneider Electric no Brasil: operação autônoma e preditiva
Leônidas Vieira Júnior, da Specto: IA para controle de ar-condicionado de conforto em data centers de borda

Soluções que contribuem para sua infraestrutura crítica nesta nova era de IA .

IA de Edge Computing e Inferências

Testes de IA

Pilotos de Treinamento de Modelos

Inferências na Borda

IA de Data Centers e Empresas

Laboratórios de IA

Inferências e Treinamento de Modelos

Espaço de Produção (White Space) do Data Center

vertiv.com

Data Centers de IA Modulares e Pré-Fabricados

Treinamento de Modelo de IA

Data Centers de IA

e não se integravam bem ao nosso sistema, então criamos um controlador próprio. Ele trabalha com a IA embarcada no controlador edge, com aprendizado de máquina local e na nuvem”, comenta Vieira. O sistema poderá prever picos de carga e ajustar previamente a temperatura, evitando o consumo excessivo causado por resfriamentos súbitos. “A IA é capaz de perceber um aumento de demanda, por exemplo, e ajustar gradualmente a refrigeração, sem exigir picos de potência. Essa automação é adaptativa e muito mais eficiente, sempre com o objetivo primário de manter o ponto ideal de mínimo gasto de energia”.

Os algoritmos também terão aplicação na automação da gestão energética e na alocação de cargas. “A inteligência artificial vai dar autonomia à operação, otimizando o uso de energia e reduzindo a necessidade de intervenção humana, principalmente em locais remotos. É como se houvesse alguém pensando o tempo todo em como melhorar a eficiência do data center, mas em tempo real”, explica.

A Specto planeja iniciar os testes-piloto no início do próximo ano, em parceria com um cliente que possui uma rede de data centers distribuídos. O Datafaz DCIM + Edge já permite monitorar e controlar sistemas de energia, refrigeração e segurança física, integrando dados em uma única plataforma via web. A nova g eração de algoritmos deve expandir essa capacidade, incorporando funções preditivas e autônomas.

O desenvolvimento acompanha uma tendência mundial. Pesquisas de mercado da Grand View Research indicam que o setor de DCIM deve crescer de cerca de US$ 3 bilhões em 2024 para mais de US$ 7 bilhões até 2030, com taxas anuais superiores a 17%. O crescimento é impulsionado pela digitalização e pela busca por eficiência energética em data centers de todos os portes. Embora a adoção ainda seja mais intensa em regiões como América do Norte e Ásia-Pacífico, o potencial no Brasil é significativo. “Ainda há muitos ambientes sem monitoramento adequado, usando apenas supervisórios isolados ou planilhas. À medida que as empresas percebem o retorno em economia e previsibilidade, o DCIM se torna essencial, como um ERP para o gestor de TI”, conclui Vieira.

Site: https://specto.com.br/gestao-de-data-center/ Vertiv

A Vertiv vem ampliando sua presença no segmento de resfriamento líquido com soluções integradas que combinam controle térmico, automação e monitoramento inteligente, capazes de ajustar dinamicamente o fluxo de refrigerante e a velocidade das bombas de acordo com a demanda. Esses sistemas aumentam a previsibilidade e reduzem os custos de manutenção, assegurando um desempenho térmico otimizado em tempo real.

O destaque da empresa é o sistema Direct to Chip (DTC), que realiza o resfriamento diretamente sobre os componentes de maior geração de calor nos equipamentos de TI por meio de

Robson Pacheco, da Vertiv Latam: abordagem híbrida de resfriamento líquido e ar para o data center

placas frias. A fabricante também oferece outras opções, como trocadores de calor na porta traseira do rack e soluções de imersão total, nas quais todo o hardware fica submerso em um fluido de resfriamento. O circuito fechado com líquido PG25 – uma mistura de propileno glicol e água – elimina perdas operacionais e mantém a eficiência térmica.

Compacto, o sistema da Vertiv ocupa de um a três racks e pode ser instalado próximo às fileiras de servidores sem grandes alterações na infraestrutura. O calor removido é direcionado para o ar externo ou integrado ao sistema de água gelada do data center. A empresa também fornece chillers e unidades de distribuição de líquido (CDUs) com controles que variam a velocidade das bombas, monitoram vazões e geram alarmes inteligentes.

Segundo Robson Pacheco, diretor de Vendas de Contas Estratégicas da Vertiv Latam, “a evolução da computação de alto desempenho (HPC), do streaming e da inteligência artificial está provocando uma transformação sem precedentes. Há dez anos, um rack de TI consumia em média entre 5 e 10 kW. Hoje, já ultrapassa facilmente 100 kW, o que torna o resfriamento líquido uma necessidade e não mais uma opção.”

Os chips modernos, como GPUs e TPUs voltados à IA, operam com densidades térmicas muito elevadas, tornando insuficientes os métodos tradicionais de dissipação por ar. “O resfriamento líquido permite reduzir o consumo de energia da infraestrutura térmica em até 30% e minimizar o estrangulamento térmico, o que mantém a performance dos processadores”, explica Pacheco.

Para o executivo, a tendência atual é a adoção de estratégias híbridas, combinando o resfriamento líquido em racks de alta densidade com sistemas de ar tradicionais, como CRACs e AHUs, em outras áreas. Ele recomenda que novos projetos considerem desde o início a integração dessa tecnologia, avaliando aspectos elétricos, mecânicos e estruturais. “O resfriamento líquido veio para ficar. À medida que a demanda por IA e HPC cresce, contar com parceiros que dominem toda a cadeia de gerenciamento térmico é fundamental para garantir eficiência, confiabilidade e escalabilidade nos data centers”, conclui.

Site: www.vertiv.com/pt-latam/

Guia de DWDM

O guia a seguir traz a oferta dos fornecedores dos equipamentos DWDM –Multiplexação por Divisão Densa de Onda e suas especificações, como capacidade do transponder, taxa de símbolos, quantidade de canais dos multiplexadores, gerenciamento e modulação.

A crescente demanda por largura de banda, impulsionada por aplicações de vídeo, computação em nuvem e inteligência artificial, vem levando os provedores de internet brasileiros a modernizar suas redes ópticas com tecnologias de transporte cada vez mais robustas. Nesse contexto, os sistemas DWDMDense Wavelength Division Multiplexing assumem papel central, permitindo ampliar a capacidade de transmissão sem a necessidade de novos cabos ou obras civis, fator decisivo para a competitividade e sustentabilidade operacional das empresas.

Segundo dados da Anatel, o Brasil já ultrapassa 22 mil provedores licenciados, e boa parte deles atua em regiões onde o crescimento do tráfego é superior à média nacional. Para atender a essa expansão, o investimento em soluções DWDM de alto desempenho tornou-se estratégico, viabilizando conexões acima de 400 Gbit/s por canal, redução de latência e maior estabilidade no backbone.

Este guia da RTI apresenta os principais fornecedores e equipamentos disponíveis no mercado brasileiro, destacando as inovações que sustentam a evolução das redes ópticas de alta capacidade no país.

Transponder capacidade máxima por 1 RU (Gbit/s)

E-mail

Modelo

Taxa de símbolos (GBaud) do DSP 16/32 canais 4/8 canais

Modulação

Recursos

Arsitec (11) 98733-0044 n arsitec@arsitec.com.br DM4920

Ciena (11) 4765-2333

Connectoway/ (81) 99487-4998 n comercial-telecom@connectoway.com.br Huawei DC908 “Series

E9600 “Series

Datacom (51) 2399-2731 n comercial@datacom.com.br DM4920

Nokia (11) 98197-8537 n gilson.mendonca@nokia.com1830 PSS

Parks(51) 3205-2181 provedores@parks.com.br PK1600

Siae (11) 99510-2036 n joão.redondo@siaemic.comSiae Smoptics Lightmode

Tecfiber (11) 98526-2450 n vendas@tecfiber.com.br Dwdm-Standard

Tellycom (85) 4042-1245 n comercial@tellycom.com.br DM4920

WDC Networks (11) 3035-3777 n comercial@wdcnet.com.brDC908

ZTE(11) 95136-3027 n jose.silva@zte.com.cn DCI Zxone 7000 C2D

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 61 empresas pesquisadas.

Fonte: Revista Redes, T T Redes, T T Telecom e Instalações elecom Instalações elecom e Instalações Instalações , novembro de 2025.

Este e muitos outros Guias RTI RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

O IPv6 e os desafios estratégicos para o Brasil

O Brasil avança na transição para o IPv6, essencial para superar o esgotamento do IPv4 e reduzir a dependência do CGNAT. Com mais de 50% do tráfego já no novo protocolo, a recente implantação do IPv6 no portal gov.br marca um passo estratégico do governo digital, fortalecendo a segurança, a escalabilidade e a modernização da infraestrutura pública nacional.

Henri Alves de Godoy, Pesquisador e Profissional de TI da Unicamp Professor Universitário no Centro Paula Souza (Fatec)

Oesgotamento do IPv4 e o uso crescente do CGNAT tornam urgente a migração ao IPv6 no Brasil. Apesar de o país já ter superado 50% de adoção, ainda há baixa implementação em bancos, órgãos públicos e provedores. A transição é essencial para garantir desempenho, segurança, competitividade e integração à economia digital.

A Internet que conhecemos nasceu com o protocolo IPv4, um padrão de endereçamento projetado na década de 1980 como sucessor de uma série de protocolos de comunicação que não utilizavam endereçamento IP como conhecemos hoje. Antes da consolidação do IP, diferentes arquiteturas de rede empregavam protocolos específicos, como NCPNetwork Control Protocol, utilizado no início da Arpanet, além de outros esquemas de comunicação baseados em identificadores locais e não em endereços globais únicos.

Hoje, cerca de quatro décadas depois, enfrentamos o esgotamento desse espaço, e os provedores de Internet brasileiros atravessam essa realidade usando mecanismos paliativos como CGNAT - Carrier Grade NAT, que ameaça não apenas a qualidade da experiência dos usuários, mas a própria evolução da Internet no Brasil. Nesse cenário, a adoção do IPv6 não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente e estratégica. Essa solução,

apesar de estender a vida útil do IPv4, impõe custos operacionais, degrada a experiência do usuário final e prejudica aplicações modernas, como jogos online, IoT – Internet das Coisas e serviços bancários na Internet.

Dados recentes do NIC.br indicam que mais de 50% do tráfego de Internet no Brasil já roda sobre IPv6. Além disso, estima-se que 89% dos usuários finais estão em algum ambiente com IPv6 [1]. Segundo as estatísticas do Google, cerca de 51,29% do tráfego brasileiro já ocorre por meio do IPv6, ou seja, mais da metade dos usuários acessam o Google via IPv6 (figura 1). Em termos globais, até 1 de setembro de 2025, o total de usuários que acessam o Google usando IPv6 foi de 46,54% (figura 2). Esses números mostram que o Brasil já ultrapassou a média global da adoção do IPv6.

Mesmo com esse avanço, a forma como os provedores de Internet têm contornado a falta de endereços IPv4 é um problema. O CGNAT se tornou um recurso amplamente utilizado para compartilhar um único endereço público entre centenas ou milhares de usuários. Embora isso tenha permitido prolongar a vida útil do IPv4, os efeitos colaterais são cada vez mais graves. Podemos citar, por exemplo, perda de desempenho, maior complexidade de configuração, dificuldade de rastreamento para fins de auditoria e pedidos judiciais de

identificação do usuário conectado, incompatibilidade com aplicações modernas e até impacto direto na latência. Para o usuário final, isso significa uma Internet mais lenta e, em muitos casos, incapaz de suportar novas aplicações que dependem de conexões fim a fim, como IoT, realidade aumentada e serviços financeiros.

Em contrapartida, o IPv6 oferece um espaço de endereçamento praticamente ilimitado, permitindo que cada dispositivo, como servidores, estações de trabalho, sensores, câmeras e eletrodomésticos inteligentes, possua um endereço único e global. Isso resgata a filosofia original da Internet, onde a conectividade direta entre dispositivos era realidade, em uma época antes do NAT. Para os provedores, significa a redução dos custos crescentes com CGNAT [2], simplificação da arquitetura de rede e a possibilidade de oferecer serviços diferenciados aos clientes. Mais do que uma atualização técnica, trata-se de uma decisão estratégica de negócios. Os provedores que avançarem no IPv6 estarão mais bem posicionados para atender às demandas futuras e reduzir sua dependência de soluções caras e ineficientes. No entanto, a responsabilidade pela transição não recai apenas sobre os provedores de Internet. Há uma necessidade clara de ação coordenada entre governo, grandes empresas e setores estratégicos. O setor bancário, por exemplo, ainda avança de forma tímida

na adoção do IPv6, mesmo sendo um dos segmentos mais dependentes da segurança, da baixa latência e da disponibilidade de rede.

Dados de 2023 mostram que só 8,7% dos bancos online utilizam IPv6, com portais de streaming e notícias com adoção entre 36% e 43% [3]. Aplicações financeiras e sistemas de pagamento digitais continuam, em sua maioria, presas ao IPv4, o que representa não apenas um gargalo técnico, mas também um risco para a resiliência da infraestrutura econômica nacional. Da mesma forma, muitos órgãos governamentais e serviços públicos ainda não priorizaram a transição, o que gera um efeito cascata negativo, desestimulando a interoperabilidade e atrasando o ecossistema digital do país. Isso inclui desde aplicativos bancários e de e-commerce até plataformas de governo digital (e-Gov).

Um passo estratégico do governo digital

Um avanço importante nesse contexto é a implantação do IPv6 no portal único gov.br, uma das maiores e mais aguardadas ações do Governo Federal. A medida tem caráter técnico e estratégico, pois o portal reúne mais de 160 portais institucionais e ultrapassa 164 milhões de acessos mensais, sendo a principal porta de entrada dos cidadãos aos serviços públicos digitais.

De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação, os testes em ambiente de pré-produção ocorreram em 20 de setembro de 2025, com a entrada definitiva em produção prevista para a primeira quinzena de outubro. A iniciativa é liderada pela Secretaria de Governo Digital, que optou por implementar primeiro em suas próprias plataformas, liderando pelo exemplo. Entre os benefícios esperados estão maior rastreabilidade em incidentes de segurança, redução da dependência de mecanismos NAT e aumento da escalabilidade da infraestrutura pública, além de servir como referência prática e técnica para outros órgãos.

A implantação, conduzida em parceria com o Serpro e o GT-Seg/SGT-IPv6, envolve também levantamento junto às prestadoras de telecomunicações sobre o suporte ao protocolo em suas redes, o que deverá subsidiar relatórios e manuais de boas práticas para acelerar a transição em todo o ecossistema governamental.

Provedores gastam com manutenção de CGNAT

É preciso compreender que o custo da não adoção é, na verdade, muito maior do que o investimento necessário para avançar com a transição. A cada ano, os provedores brasileiros gastam mais com a manutenção de CGNAT, aquisição de endereços IPv4 no mercado ou transferências de outras regiões (RIRs) e soluções de mitigação de problemas que só existem porque estamos insistindo em um protocolo que já cumpriu seu ciclo.

Além disso, há o impacto crucial da perda de competitividade. Em um mundo em que países e empresas que avançam no IPv6 ganham eficiência, interoperabilidade global e inovação, um possível atraso brasileiro pode nos excluir de parcerias, dificultar integrações internacionais e criar barreiras invisíveis para startups e novos serviços digitais que simplesmente não funcionam bem em ambientes restritos por CGNAT.

A academia e os centros de pesquisa também desempenham um papel relevante. Universidades e laboratórios que não implementam IPv6 correm o risco de isolamento em colaborações

Fig. 1 - Estatísticas de adoção IPv6 no Brasil [5] – Setembro 2025

internacionais, já que parceiros estrangeiros cada vez mais priorizam ambientes IPv6-only. Isso não é apenas uma questão técnica, mas também de posicionamento científico e de acesso a oportunidades. Nesse sentido, iniciativas de capacitação, como as desenvolvidas em parceria com NIC.br, LACNIC e universidades brasileiras, são fundamentais para preparar técnicos, engenheiros e gestores para a nova realidade.

Conclusão

A urgência da adoção do IPv6 deve ser vista, portanto, sob três dimensões complementares: técnica, econômica e estratégica. No aspecto técnico, é a única solução viável para restaurar a simplicidade e a eficiência da conectividade fim a fim. No aspecto econômico, reduz custos e elimina a dependência de soluções caras e paliativas. No aspecto estratégico,

posiciona o Brasil de forma competitiva no cenário global, permitindo a integração plena à economia digital e garantindo que as empresas, provedores e usuários não fiquem para trás.

O Brasil precisa enfrentar esse desafio com coragem e visão de futuro. Não se trata apenas de atualizar a infraestrutura, mas de alinhar o país a uma nova era digital, onde conectividade, inovação e segurança caminham lado a lado. [1] https://nic.br/noticia/na-midia/ no-brasil-50-4-do-trafego-internetesta-rodando-em-ipv6/ [2] https://www.eletronet.com/blog/ como-o-ipv6-pode-reduzir-custos-dos-isps/ [3] https://nic.br/noticia/na-midia/ anatel-e-as-acoes-para-massificar-o-ipv6/ [4] https://www.nic.br/noticia/namidia/menos-de-40-dos-sitesbrasileiros-migraram-para-o-ipv6/ [5] https://www.google.com/intl/en/ ipv6/statistics.html.

REFERÊNCIAS

Fig. 2 – Estatísticas de adoção IPv6 no mundo [5] - Setembro 2025

O desafio de enterrar as redes de telecomunicações

Sidney Simonaggio, Engenheiro Eletrotécnico e Advogado Especialista em Energia

OÀ medida que o número de operadoras cresce no Brasil, aumenta também a necessidade de compartilhamento de postes para a instalação de cabos de fibra óptica. O espaço, porém, é disputado com as linhas de distribuição das concessionárias de energia já congestionadas. O artigo analisa a proposta de um novo modelo de negócio para o setor de telecomunicações, inspirado no setor elétrico, baseado na figura do enterramento das redes.

compartilhamento das redes de telecomunicações com as estruturas das redes de energia elétrica não pode ser considerado um caso de sucesso em função da desordem generalizada dos cabos pendurados nos postes.

Por ter preços que costumam ser menores do que em um padrão regulado, o modelo concorrencial acaba sendo mais favorável ao consumidor. Entretanto, a liberdade não deveria ter sido estendida até os ativos físicos das operadoras, ou seja, até os cabos de fibras ópticas pendurados nas redes de energia elétrica ou mesmo aqueles já enterrados.

Essa restrição deveria ter sido observada ao final da década de 1990, quando foi estabelecido legalmente o modelo de negócios hoje vigente. A razão é que, na época, não foi considerado que os espaços físicos para apoio da rede de telecomunicação são finitos. Outro motivo é o fato de que esse modelo pressupõe um número elevado de operadoras, hoje já ultrapassando 20 mil em todo o país, sendo que cada um instala a sua própria rede nos postes e dutos subterrâneos.

Esse cenário tem chamado a atenção das agências reguladoras, da Justiça, dos legislativos municipais e estaduais e do cidadão em geral. Mas, apesar de não ser um tema novo, praticamente nada mudou nas últimas décadas.

Tentativas de regularização

O tema encontra base em três agências regulatórias: Anatel, ANEEL –Agência Nacional de Energia Elétrica e ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, uma vez que os ativos físicos sob competência da primeira se apoiam nos postes, linhas de transmissão, oleodutos e gasodutos das duas últimas.

Tais agências já editaram resoluções conjuntas e individuais disciplinando a fiscalização e a organização das redes,

REGULAÇÃO

além de definirem as responsabilidades de cada agente envolvido. No entanto, os resultados seguem ineficazes.

De um lado estão as distribuidoras de energia, únicas detentoras dos ativos físicos, e do outro, milhares de operadores de telecomunicações, muitos dos quais atuam de forma irregular. Esse desequilíbrio impede qualquer tentativa de regularização com resultados duradouros. Os cabos são removidos e, dias depois, recolocados.

No primeiro semestre de 2025, a Neoenergia Cosern removeu 11,5 toneladas de cabos irregulares no Rio Grande do Norte, o equivalente a 76,6% de tudo que foi retirado em 2024 (15 toneladas). Na Bahia, foram 158 toneladas retiradas em seis meses. Já em Minas Gerais, a Cemig removeu 3,6 toneladas em 28 cidades somente entre janeiro e março de 2025, com fiscalização em mais de 12 mil postes.

Mesmo com esses esforços, os pontos fiscalizados logo voltam a apresentar os mesmos congestionamentos. A razão disso é a fragilidade das soluções pontuais, como fiscalização localizada ou multas administrativas, frente a uma realidade em que o descontrole é estrutural.

Clandestinidade

O modelo de livre concorrência estimula cada operadora a implantar sua própria rede para otimizar custos e garantir independência. Contudo, os postes de energia têm capacidade técnica para apenas seis cabos. Com dezenas de interessados, os novos entrantes não encontram espaço e têm seus pedidos de acesso negados pelas distribuidoras.

A saída técnica seria negociar o compartilhamento com quem já ocupa o espaço, mas esse ocupante é, ao mesmo tempo, concorrente direto. E, como tal, tende a impor condições que inviabilizam o negócio. Com isso, a rede é instalada à revelia.

A ocupação irregular também é uma escolha para muitos operadores que desejam evitar o pagamento às distribuidoras pelos pontos utilizados. Um estudo da ANEEL aponta que apenas 42% das operadoras possuem contratos formais de compartilhamento com as distribuidoras, número que cai para 15% entre as empresas menores.

O que se cria, então, é um ambiente em que a única forma de acesso possível para muitos é a ocupação informal. Um limbo físico e regulatório, com alta rotatividade de infrações e realimentação contínua da desordem.

Nos anos 1990, o setor elétrico brasileiro passou pela reforma mais importante desde sua criação. As grandes empresas verticalizadas foram desmembradas e o mercado segmentado entre geração, transmissão, distribuição e comercialização.

Para a distribuição, considerou-se inicialmente um modelo concorrencial sem áreas de concessão. Mas uma simples análise física mostrou que essa opção levaria ao caos, pois seria inviável permitir que diversas empresas distribuíssem energia na mesma região, com suas próprias redes, cabos e postes.

Optou-se, então, por manter uma única empresa por área de concessão, com tarifas reguladas e regras de neutralidade comercial. Foi uma decisão acertada. E é justamente esse o tipo de modelo que precisa ser considerado no setor de telecomunicações.

Uma alternativa é substituir o atual modelo de negócio do setor de telecomunicações por outro, inspirado no modelo regulado da energia elétrica. É preciso criar a figura do operador neutro: uma entidade responsável por instalar, operar e manter uma única rede de acesso físico aos consumidores, com liberdade de uso a todos os prestadores de serviços e tarifação regulada pela Anatel.

Esse operador neutro permitiria reduzir significativamente o número de cabos e eliminar os incentivos à clandestinidade, possibilitando uma fiscalização eficaz. Além disso, seu ativo físico seria dimensionado conforme a capacidade do espaço urbano, respeitando os limites reais da infraestrutura.

Enterrar ou não: o custo da solução

Diante do caos aéreo, muitos municípios discutem o enterramento da rede como alternativa. Entretanto, essa solução esbarra em um problema central: o custo.

Estudos mostram que enterrar a infraestrutura é de 8 a 10 vezes mais caro

do que mantê-la nos postes. Em média, estima-se que o custo de implantação chegue a R$ 1 milhão por quilômetro, o que torna essa solução financeiramente inviável em larga escala.

Em 2012, um estudo de P&D conduzido pela AES Eletropaulo, com apoio de consultores internacionais, indicou que o sucesso de cidades que adotaram redes subterrâneas dependeu do compartilhamento de custos. A proposta previa a seguinte divisão:

• O operador neutro arcaria com os ativos técnicos (cabos, câmaras, chaves, equipamentos);

• A prefeitura cobriria os custos civis (reformas de calçadas, ruas e sinalização);

• O munícipe participaria por meio de uma contribuição de melhoria, justificada pela valorização imobiliária da região com redes subterrâneas.

Essa equação viabiliza a execução sem onerar excessivamente cada agente envolvido ou elevar, de forma proibitiva, os custos dos serviços de telecomunicação. Cidades como Nova York (72% da rede subterrânea) e Chicago (46%), nos EUA, demonstram que o modelo é viável. No Brasil, São Paulo tem apenas 7% de sua rede enterrada e o Rio de Janeiro, 11%, segundo estudo do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Mas mesmo nos bairros que optaram pelo enterramento, observa-se que o problema foi apenas transferido do alto para o subsolo. A multiplicidade de caixas de acesso e a ausência de padronização mantêm o descontrole, agora debaixo da terra.

Portanto, é necessário vencer a resistência em reformar o modelo atual e substituí-lo por um mais racional, seguro e eficiente. Sim, haverá desafios: como tratar os ativos já instalados, compensar investimentos e reorganizar o mercado. Mas nenhum deles é intransponível.

O impossível, neste momento, é acreditar que substituir fiscalizadores ou inventar suportes mais modernos para cabos nos postes resolverá o problema. Os resultados obtidos ao longo dos anos indicam que o modelo vigente já não responde às necessidades do setor. É hora de buscar uma alternativa mais eficiente.

Avaliação de desempenho de roteadores Wi-Fi 6 e 6E em uma instituição de ensino

Zattar, Saulo dos Reis, João Ferraz e Eric Lousada, do Laboratório de Telecomunicações do Departamento de Engenharia

Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso

DO artigo mostra testes comparativos entre as tecnologias

Wi-Fi 6 e Wi-Fi 6E no bloco de Engenharia

Elétrica da UFMT –Universidade Federal de Mato Grosso. Foram analisados aspectos como velocidade de download e upload, desempenho geral e relação custo/benefício.

esde o seu surgimento na década de 90, as redes wireless (sem fio) têm se destacado pela versatilidade, mobilidade, custo reduzido de implantação, entre outros fatores. Elas podem ser utilizadas como uma alternativa às redes cabeadas ou PLC - Power Line Communication e até mesmo de forma complementar para ampliar a infraestrutura da rede e flexibilizar a sua utilização. No início, as redes wireless não eram muito atrativas pois ofereciam taxas máximas de 1 Mbit/s, enquanto as redes cabeadas ofereciam taxas entre 10 e 100 Mbit/s. Com o aumento na aquisição de computadores portáteis, tablets e a evolução das tecnologias móveis, elas evoluíram rapidamente e continuam se expandindo [2].

Atualmente, uma das tecnologias wireless mais recentes é a Wi-Fi 7, com taxa máxima de aproximadamente 46 Gbit/s e baseada no padrão IEEE 802.11be, e o Wi-Fi 6E, com taxa aproximada de 10 Gbit/s padrão IEEE 802.11ax. É importante ressaltar que as pesquisas sobre o Wi-Fi 8 estão bem avançadas e a tendência é que a tecnologia esteja disponível comercialmente no final de 2028. O avanço motiva a realização de trabalhos e pesquisas, além de ser um meio de acessar dispositivos IoT –Internet das Coisas e levar Internet a locais onde é difícil ou mais onerosa a instalação de cabeamento.

O objetivo deste artigo é comparar um roteador Wi-Fi 6E com um roteador

Wi-Fi 6 e verificar parâmetros como desempenho e custo/benefício, sem a intenção de analisar a qualidade de marcas ou modelos específicos. Enquanto um roteador Wi-Fi 6E tem o preço estimado em 2025 de R$ 10 mil, o roteador Wi-Fi 6 custa próximo de R$ 800. Desse modo, é importante saber qual Wi-Fi é mais indicado em residências, escritórios, estabelecimentos comerciais, escolas, shopping centers e estádios de futebol, considerando principalmente a taxa de transmissão de dados e o alcance do sinal. As medições foram realizadas no bloco de Engenharia Elétrica da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso. Trata-se de um centro acadêmico composto por uma área externa de circulação maior de alunos e funcionários, sala e laboratórios de ensino e pesquisa com possibilidade de elevado tráfego de dados em função dos estudos e serviços executados.

O Wi-Fi 6E está presente atualmente em mais de 70 países. No Brasil, foi

1 – Analisador de espectro em tempo real

Fig.

aprovado pelo ato 1306/2021 da Anatel e considera o valor médio da EIRP - Effective Isotropic Radiated Power, que descreve a potência efetiva de um sinal de rádio transmitido por uma antena, limitado ao valor máximo de 30 dBm. O valor médio da densidade espectral de potência EIRP deve ser de no máximo 5 dBm/MHz. O interesse no projeto com Wi-Fi 6E decorre de uma maior necessidade de mobilidade, segurança, alta velocidade, baixíssimo atraso, número de dispositivos móveis acessando a Internet simultaneamente e pelo menor custo e tempo para implantação quando comparado com redes fixas.

A rede wireless propicia instalação rápida e fácil, além de apresentar escalabilidade, custo/benefício satisfatório, imunidade à interferência, conectividade e eficiência, precisando apenas da verificação do desempenho da rede em função do roteador selecionado e sua localização. O Wi-Fi 6E é uma extensão do Wi-Fi 6 no espectro de 6 GHz, que oferece maior velocidade e segurança de rede, além de menor latência.

O roteador Wi-Fi 6E utilizado foi escolhido com base nas seguintes características [3]:

• Grande quantidade de canais sem sobreposição – O equipamento comporta um ambiente denso de TI e IoT, sem degradação no desempenho.

• Banda de 6 GHz - Os dispositivos WiFi 6E não compartilham o espectro com equipamentos Wi-Fi 4 (802.11n) ou WiFi 5 (802.11ac), propiciando menos interferência.

• Canais – Ao operar em 6 GHz, o Wi-Fi 6E disponibiliza mais canais de 80 e 160 MHz

de largura. Com isso, aplicações que demandam maior largura de banda, como realidade aumentada e virtual (AR/ VR) e jogos imersivos em tempo real, podem alcançar melhor desempenho.

A tecnologia Wi-Fi 6E oferece recursos importantes, como:

• Um amplo espectro ajuda a resolver problemas de capacidade em locais espaçosos e com grandes aglomerações de pessoas como teatros, universidades e estádios.

• Grandes blocos contíguos de espectro permitem uma alta taxa de transferência e transmissão de dados simultânea. Isso pode significar melhores experiências imersivas, como no aprendizado virtual.

• Um espectro de alta frequência possibilita utilizar aplicações e serviços de

latência ultrabaixa e emergentes com uso intensivo de dados, como na telessaúde.

O Wi-Fi 6E oferece conectividade de baixa latência confiável e constante para aplicações essenciais, que não podem ficar sujeitas a atrasos nos dados.

O Wi-Fi 7 não foi utilizado pois no início da pesquisa o roteador com a tecnologia ainda não estava disponível comercialmente. O roteador Wi-Fi 6E dessa pesquisa traz as seguintes características:

• Streaming de vídeo com menor latência para assistir filmes em 4K ou 8K.

• Jogos AR/VR e videoconferência com baixa latência.

• Velocidades combinadas de até 10,8 Gbit/s, sendo 1,2 + 4,8 + 4,8 Gbit/s.

• Processador quad-core 64 bits e 1,8 GHz, que oferece conexões rápidas e confiáveis para até 60 dispositivos em áreas de 300 m2

• Banda Wi-Fi de 6 GHz com possibilidade de selecionar apenas um dos 48 canais para dispositivos que suportam essa banda, o que significa menos congestionamento e maior velocidade.

• Mais canais Wi-Fi de alta largura de banda de 160 MHz do que o roteador Wi-Fi 6.

• Até 200% mais espectro do que o Wi-Fi de banda dupla (2,4 e 5 GHz) para dispositivos Wi-Fi 6E.

• Velocidade de Internet de até 2,5 Gbit/ s com conexão via cabo Ethernet.

• Processador quad-core otimizado com 1,8 GHz, que aumenta o desempenho de redes sem fio, com fio e WAN-to-LAN.

Fig. 2 - Taxa de transmissão de dados na rede Wi-Fi 6E em 6 GHz entre dois computadores
Fig. 3 - Taxa de transmissão de dados na rede Wi-Fi 6 em 5 GHz entre dois computadores

ESTUDO DE CASO

• Porta Ethernet Multi Giga de 2,5 Gbit/ s, o que possibilita 2,5 vezes a velocidade com cabo de porta Gigabit Ethernet típica para conectividade LAN ou Internet.

• 1024-QAM - Quadrature Amplitude Modulation, possibilitando uma eficiência de dados aumentada em 25% e velocidades mais rápidas do que um roteador 256-QAM.

• Duas portas USB 3.0, que possibilitam velocidades até 10 vezes mais rápidas que o USB 2.0.

• 12 fluxos Wi-Fi, sendo quatro de 6 GHz, quatro de 5 GHz e quatro de 2,4 GHz, o que proporciona mais largura de banda disponível e menos congestionamento para todos os dispositivos Wi-Fi.

• Compatibilidade com versões anteriores de IEEE 802.11: Wi-Fi a/b/g/n/ac.

• Oito antenas internas de alto desempenho.

• Memória flash NAND de 512 MB e 1 GB SDRAM DDR3. Diferentemente da memória DRAM, que precisa ser ativada continuamente para guardar dados, a NAND retém informações mesmo se a energia estiver desligada, tornando-a ideal para o armazenamento de dispositivos portáteis.

• Canais DFS - Dynamic Frequency Selection adicionais, que reduzem a interferência de redes vizinhas. O serviço de DFS consulta periodicamente se existe algum dispositivo de rede primária solicitando acesso à rede DFS. Ao

encontrar uma solicitação, automaticamente irá desalocar o canal selecionado, deslocando para uma faixa aleatória fora do DFS, onde este não poderá ser selecionado por um período mínimo de 30 minutos, tudo isso regulamentado pela Anatel.

• Suporte IPv6, que opera como uma rede separada para o IPv4 e tem capacidade para mais endereços IP.

• Acesso seguro por VPN - Virtual Private Network.

• Segurança Wi-Fi baseada nos padrões 802.11 com criptografia AES - Advanced Encryption Standard de 128 bits e PSKPre-Shared Key. O AES é um dos melhores e mais seguros protocolos para criptografia amplamente utilizado, que garante a segurança da comunicação e a

proteção dos dados. Ele opera em blocos de dados, normalmente de 128 bits, e usa apenas uma chave (a mesma chave) de 128 bits para criptografar e descriptografar informações.

• Suporte a WPA3 - Wi-Fi Protected Access Version Tree, que representa o uso da criptografia com o modelo SAESimultaneous Authentication of Equals. Nesse novo protocolo, haverá a função do Wi-Fi Easy Connect, projetado para facilitar a conexão de dispositivos sem tela e com a tecnologia IoT conectada à rede sem fio [5].

• Recurso para habilitar o tráfego L2TPLayer 2 Tunneling Protocol, um protocolo VPN para transportar dados de um dispositivo a outro de forma segura pela Internet.

• Recurso para habilitar o tráfego IPsec, de modo a permitir que os dados criptografados/autenticados IPSec passem através do seu roteador, permitindo maior segurança.

• Normalmente, um roteador transmite o sinal Wi-Fi em todas as direções. Usando a tecnologia beamforming , é capaz de detectar onde seu dispositivo está e envia um sinal mais forte naquela direção, resultando em uma conexão melhor.

• A QoS - Qualidade de Serviço otimiza o desempenho optando pelo tráfego que deve ser priorizado em casos de gargalo. É possível decidir qual tráfego é importante com base em elementos como endereço IP e o tipo de serviço de Internet.

• Roteamento dinâmico. Uma função útil quando é preciso configurar diversos roteadores, pois eles podem encontrar automaticamente destinos de rede e os

Fig. 4 - Taxa de transmissão de dados na rede Wi-Fi 6E entre dois computadores
Fig. 5 - Taxa de transmissão de dados na rede Wi-Fi 6/6E em 5GHz entre dois computadores

melhores caminhos, bem como compartilhar informações entre dispositivos. Eles podem reencaminhar automaticamente se existir uma falha em algum lugar.

• DoS - Denial of Service, que protege uma rede de conteúdo contra ataques que inundam uma rede com solicitações do servidor, retardando o tráfego global, e podem causar interrupções a longo prazo.

• OFDMA - Orthogonal Frequency Division Multiple Access.

As principais características do roteador Wi-Fi 6, também escolhido após pesquisa bibliográfica, são:

• OFDMA.

• Processador Qualcomm 64-bit chipset.

• MU-MIMO possibilitando a transmissão de dados para diferentes dispositivos simultâneos utilizando vários fluxos sendo até 64 dispositivos na banda de 5 GHz e 48 em 2,4 GHz.

• Modulação 1024 QAM.

• Protocolo de segurança WPA3.

• Largura do canal de 160 MHz na banda de 5 GHz.

A análise foi realizada com um analisador de espectro nas faixas de 2,4, 5 e 6 GHz, posicionando o equipamento logo abaixo do roteador Wi-Fi 6E (figura 1). Na

frequência de 6 GHz a máxima potência de -36,5 dBm foi obtida em 6,2 GHz. O roteador Wi-Fi 6 na frequência de 5 GHz obteve a máxima potência de -26 dBm em 5,17 GHz.

A pesquisa de avaliação de desempenho caracteriza-se como um estudo básico de caso em um ambiente outdoor através da técnica site survey, onde a melhor localização é obtida após a análise de várias medições de canal automático para 2,4 e 5 GHz. Já a comparação em 6 GHz não será realizada pois o Wi-Fi 6 não trabalha com essa frequência.

As medidas foram realizadas utilizando um software analisador de rede, bem como os medidores de velocidade e de Wi-Fi. Inicialmente, foram utilizados dois computadores, dois adaptadores de rede designados como tipo A e dois adaptadores 6E NG. O tipo A trabalha com taxa máxima de 600 Mbit/s para 2,4 GHz e 1,2 Gbit/s para 5 e 6 GHz, largura de banda de 20/40/80 MHz, UM-MIMO, OFDMA, sistema de proteção WPA3 e tecnologia beamforming. É aplicado em conjunto com o MU-MIMO, propiciando benefícios como amplificação de sinal, redução de interferências e pontos sem cobertura, tornando a rede mais estável.

Fig. 6 - Avaliação da taxa do sinal na rede Wi-Fi em função da distância
Tab. I – Comparativo de desempenho utilizando apenas a antena interna

O outro adaptador trabalha nas frequências de 2,4, 5 e 6 GHz, com duas antenas e ganho de 5 dBi, taxa máxima de transmissão de 5,4 Gbit/s em 6 GHz, largura de banda de 160 MHz, protocolo de segurança WPA3, MU-MIMO e OFDMA.

O comparativo avaliou o desempenho de dois computadores em um laboratório de pesquisa. A análise pode ser comparada ao artigo Avaliação de Desempenho de rede Wi-Fi 6E, publicado na RTI outubro de 2024, edição no 293[6].

A figura 2 apresenta os resultados da avaliação de desempenho a cada 30 s durante 6 minutos de transmissão de dados na rede Wi-Fi. No teste, 12 GB de dados são transferidos de um computador ao outro utilizando diversas configurações, entre antena interna e adaptadores de rede USB. O melhor desempenho foi obtido com antenas internas atingindo uma taxa média em torno de 1 Gbit/s, com o roteador Wi-Fi 6E em 6 GHz.

A figura 3 apresenta o resultado da avaliação de desempenho da rede Wi-Fi com o roteador Wi-Fi 6, comparando a antena interna e os adaptadores Wi-Fi 6E. A transmissão de dados com a antena interna dos computadores proporcionou o melhor desempenho em 5 GHz, com taxa de transmissão próxima de 950 Mbit/s. Em segundo lugar, também em 5 GHz, foram utilizados os adaptadores NG, com taxa média aproximada de 500 Mbit/s.

É possível verificar na figura 3 que em 2,4 GHz as taxas de dados são significativamente inferiores quando comparadas com as demais conexões, o que inviabiliza a conexão em 2,4 GHz do roteador Wi-Fi 6/6E em uma sala de aula ou laboratório. Há a necessidade de utilizar um roteador na faixa de 2,4 GHz somente para distâncias mais longas.

O roteador Wi-Fi 6 atende à demanda em 5 GHz. A taxa de transmissão do roteador em 5 GHz, cuja média é de 946 Mbit/s, ficou próxima ao dispositivo em 6 GHz, cujo valor obtido foi de 997 Mbit/s.

Em seguida foi realizada uma avaliação comparativa com o Wi-Fi 6E, as antenas internas nos computadores e a utilização dos dois modelos de adaptadores Wi-Fi 6E. O resultado é apresentado na figura 4.

Ao utilizar o roteador Wi-Fi 6E e os computadores com antena interna, a taxa média de desempenho foi de 982 Mbit/s. Novamente, ao utilizar os adaptadores NG,

ESTUDO DE CASO

a taxa média foi de 490 Mbit/s. Foi constatado, mais uma vez, que o dispositivo em questão, quando em 2,4 GHz, apresenta uma taxa média inferior a 100 Mbit/s, o que torna a utilização de roteadores Wi-Fi 6E pouco interessante em redes locais. A figura 5 ilustra os dois roteadores atuando em 5 GHz.

O roteador Wi-Fi 6E atingiu uma taxa média de 982 Mbit/s, valor 4% superior aos 946 Mbit/s obtidos pelo Wi-Fi 6. Essa pequena diferença talvez não justifique a aquisição de um roteador Wi-Fi 6E em relação ao Wi-Fi 6. Ao comparar com o roteador Wi-Fi 6E em 6 GHz, a taxa média obtida foi de 996 Mbit/s, o que também

não é um aumento significativo no desempenho. A vantagem de trabalhar em 6 GHz é que poucos usuários possuem celulares, tablets e notebooks com placas de rede Wi-Fi 6E. Dessa forma, quem já está com essa tecnologia implantada consegue ter um desempenho melhor do que usuários com 2,4 e 5 GHz.

A tabela I apresenta os resultados obtidos das taxas de download e upload com um notebook em 2,4 e 5 e 6 GHz, onde a taxa fornecida pelo roteador, conforme contrato com a operadora, é de 800 Mbit/s. Com apenas a placa interna da rede e ambos os roteadores em 5 GHz, o desempenho é

muito próximo e a frequência de 6 GHz do Wi-Fi 6E não proporciona um desempenho que justifique a sua aquisição.

A próxima avaliação foi realizada considerando a distância do equipamento do usuário em relação ao roteador Wi-Fi. A figura 6 traz o resultado obtido da velocidade em função da distância. Quanto mais distante o dispositivo estiver do roteador, menor é a velocidade na rede. Mesmo em 120 m de distância visada direta, a velocidade de acesso à rede na frequência de 5 GHz é bastante elevada, com média de 284 Mbit/s, quando comparada aos 94 Mbit/s obtidos com o roteador Wi-Fi 6.

A figura 7 apresenta o resultado das medições do nível de potência do sinal em função da distância nas frequências de 2,4 e 5 e 6 GHz. À medida que o dispositivo se afasta do roteador Wi-Fi 6E, a potência do sinal cai. Até -60 dBm é considerado um nível bom de sinal.

Conclusão

A velocidade em condições reais é geralmente mais baixa devido a fatores como interferência, congestionamento da rede, temperatura, umidade, configuração de roteador/modem, capacidade do processador e memória dos dispositivos, antenas, quantidade de usuários na rede simultaneamente e intensidade do sinal.

Fig. 7 - Avaliação da potência do sinal na rede Wi-Fi em função da distância

Quando analisada a especificação técnica de um roteador Wi-Fi 6 ou Wi-Fi 6E, verifica-se que a velocidade do roteador está na casa de alguns Gbit/s. A tecnologia Wi-Fi avançou muito nos últimos anos. No entanto, embora tenha melhorado muito rapidamente, as velocidades não atingem nem a metade do valor apresentado na especificação técnica. O Wi-Fi não é tão veloz quanto o descrito no manual do roteador porque o fabricante usa valores de taxas de dados e transferência cujos conceitos são similares, mas que variam um pouco. Além disso, a rede fica limitada à capacidade da placa ou do adaptador que trabalham com taxas menores que as do roteador.

De acordo com a WFA - WiFi Alliance, a taxa de dados é o valor máximo sem fio associado entre o roteador e um dispositivo como computador, notebook ou celular por meio de um link sem fio. É a velocidade de conexão das redes locais sem fio (WLANs), mas não a velocidade real da Internet. Como a rede sofre perdas pelos modos sem fio,

distância ou outros fatores de interferência, em um cenário ideal a velocidade de transmissão costuma ser inferior a 70% da taxa de dados. O roteador Wi-Fi 6E é uma ótima opção para usuários que possuem dispositivos com recursos para acessar a rede em 6 GHz. Para residências e pequenas empresas, o roteador Wi-Fi 6 é bem indicado. Já em escolas, shopping centers e estádios, o Wi-Fi 6E é mais apropriado.

REFERÊNCIAS

Quando comparamos o custo/benefício, o roteador Wi-Fi 6 é o mais indicado para projetos de redes wireless. Vale ressaltar que as conclusões foram baseadas na avaliação de um cenário específico. Outros parâmetros, como número de conexões simultâneas, perdas de pacotes e latência devem ser objeto de análises futuras.

[1] Zattar H., Carrijo G. A. e Morais P. H. Análise, Medição e Avaliação da Rede de Comunicação de Linha de Energia Aplicada a Casas Populares. IEEE Latin America Transactions, volume 10, número 1, 2012.

[2] Zattar H., Salek L. e Carrijo G. Uma Avaliação da Modelagem de Canais de Comunicação de Linhas de Energia para Aplicação em Ambiente Interno, Conatel 2011.

[3] O que é o Wi-Fi 6E? Disponível em https://www.cisco.com/c/pt_br/products/ wireless/what-is-wi-fi-6e.html.

[4] Clerckx, B., Oestges, C., MIMO Wireless Networks: Channels, Techniques and Standards for Multi-Antenna, Multi-User and Multi-Cell Systems (English Edition). Editora Academic Press, segunda edição.

[5] Campos. R., Segurança em Redes Sem Fio. Disponível em https://catalogcdns3.ulife.com.br.

[6] Zattar H., Reis S.J., Ferraz J. F., e Lousada E., Estudo e Avaliação de Desempenho de Rede Wireless Tecnologia 6e no Bloco de Engenharia Elétrica da UFMT, Revista RTI, outubro de 2024.

Infraestrutura digital sob nova regulação: o papel da engenharia na era do REDATA e da Resolução Anatel 780

Rogério Moreira Lima Silva, Engenheiro Eletricista, Mestre e Doutor em Engenharia Elétrica/Telecom (ABTELECOM, ABEE Nacional, Abracopel, CREA-MA, ABEE-MA, SENGE-MA e UEMA) José Alberto Lucas Medeiros Guimarães, Advogado e Mestre em Direito e Instituições do Sistema de Justiça pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

O artigo mostra como o REDATA - Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter, instituído pela Medida Provisória nº 1318/2025, a Resolução Anatel 780/ 2025 e a Proposta CCEEE 7/2022 criam um modelo integrado de regulação técnica e profissional para data centers, que alia energia limpa, inovação e segurança. Nesse cenário, a engenharia assume papel central na construção de uma infraestrutura digital sustentável e confiável.

A expansão da economia digital e a crescente dependência de serviços baseados em dados impulsionam uma nova fase na infraestrutura tecnológica brasileira. Os data centers tornaram-se elementos essenciais para o armazenamento, processamento e distribuição de informações, sustentando sistemas públicos e privados em setores estratégicos como energia, finanças, telecomunicações, governo digital e segurança pública. Com o aumento do consumo energético e a necessidade de garantir resiliência operacional, o país enfrenta o desafio de alinhar a expansão digital aos princípios da sustentabilidade e da segurança. Nesse contexto, três instrumentos se destacam: o REDATA, a Resolução Anatel nº 780/2025 e a Proposta CCEEE nº 7/2022, que de forma complementar estruturam um marco regulatório técnico e profissional para o

desenvolvimento seguro e sustentável da infraestrutura digital nacional.

O REDATA e a política nacional de data centers sustentáveis

A Medida Provisória nº 1318, de 17 de setembro de 2025, institui o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (REDATA), com o objetivo de incentivar a instalação e a modernização de data centers em território nacional.

O regime oferece benefícios fiscais e aduaneiros condicionados a metas de sustentabilidade, inovação e eficiência energética.

DATA CENTERS

Entre os requisitos estabelecidos estão o uso de 100% de energia proveniente de fontes renováveis, com destaque para a solar fotovoltaica e a eólica, a comprovação de eficiência hídrica máxima de 0,05 L/kWh, o investimento mínimo em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) realizado no Brasil e a observância de critérios de neutralidade de carbono e de eficiência energética global.

Essas exigências aproximam o desenvolvimento tecnológico da transição energética, consolidando os data centers como elementos estratégicos da matriz elétrica renovável e da infraestrutura digital brasileira.

Resolução Anatel nº 780/2025 e a segurança da infraestrutura crítica

A Resolução Anatel nº 780, de 1º de agosto de 2025, representa um marco regulatório na governança da infraestrutura crítica das telecomunicações no Brasil. A norma altera o Regulamento de Avaliação da Conformidade e de Homologação de Produtos para Telecomunicações, aprovado pela Resolução nº 715/2019, e insere os data centers no rol das instalações sujeitas à avaliação e homologação pela Anatel –Agência Nacional de Telecomunicações. Com essa atualização, os data centers passam a ser reconhecidos como componentes das redes de telecomunicações, devendo comprovar conformidade técnica e operacional antes do início de suas atividades. A Anatel publicará em até 240 dias, a partir da data de aprovação da Resolução, o procedimento operacional que estabelecerá os critérios e etapas do processo de avaliação. A partir dessa publicação, as prestadoras de serviços de telecomunicações somente poderão instalar ou contratar novos data centers que possuam o documento de conformidade emitido pela agência. Já os data centers atualmente em operação terão o prazo de três anos para se adequar integralmente às novas exigências, assegurando uma transição gradual e tecnicamente segura.

Entre os requisitos estabelecidos estão a operação contínua mesmo em situações adversas, a implementação de mecanismos robustos de segurança física e cibernética, o uso de tecnologias de alta eficiência energética e o cumprimento de boas práticas ambientais e de sustentabilidade. Tais diretrizes buscam elevar o nível de resiliência e confiabilidade da infraestrutura digital, garantindo a continuidade de serviços essenciais e proteção de dados estratégicos.

A resolução ainda determina que a avaliação da conformidade seja realizada por entidades reconhecidas pela Anatel, como OCDs - Organismos de Certificação Designados e laboratórios de ensaio habilitados, sob supervisão técnica da agência. O descumprimento das obrigações pode ensejar medidas administrativas, incluindo a revogação de designações e demais sanções a entidades certificadoras.

Ao incluir os data centers em sua esfera regulatória, a Anatel reafirma sua competência legal para zelar pela integridade, segurança e continuidade das telecomunicações no país. A medida consolida o compromisso do Brasil com padrões internacionais de confiabilidade, eficiência energética e sustentabilidade, fortalecendo a base tecnológica que sustenta a transformação digital e assegura a prestação segura e ininterrupta dos serviços essenciais de comunicação à sociedade contemporânea.

Energia renovável e consumo crescente dos data centers

A operação de data centers é intensiva em energia elétrica, e o avanço da inteligência artificial e da computação em nuvem tende a multiplicar essa demanda. De acordo com projeções da IEAAgência Internacional de Energia e da Deloitte, o consumo energético global dos data centers poderá crescer mais de 30 vezes até 2035.

No Brasil, estima-se que a carga elétrica associada ao setor alcance cerca de 9 GW no mesmo período, configurando-se como uma das maiores demandas industriais do país.

Essa realidade torna imprescindível a adoção de fontes renováveis de energia, especialmente a fotovoltaica e a eólica, cuja expansão fortalece a sustentabilidade, a segurança e a autonomia energética da infraestrutura digital.

A sinergia entre o consumo contínuo dos data centers e a produção intermitente das fontes renováveis cria uma oportunidade estratégica de equilíbrio entre oferta e demanda, contribuindo para mitigar o atual desafio da alta penetração de energias renováveis com baixa inércia, que tornam o sistema elétrico mais suscetível a variações de frequência.

Dessa forma, os data centers surgem como uma alternativa para converter energia excedente em capacidade digital, promovendo maior eficiência econômica e energética.

Fiscalização profissional e segurança técnica

Os data centers envolvem sistemas elétricos, lógicos, de automação e de telecomunicações, todos classificados como atividades de engenharia segundo a legislação brasileira. A Lei nº 5194/1966 estabelece que apenas profissionais habilitados podem exercer responsabilidade técnica sobre obras e serviços de engenharia.

A Proposta CCEEE nº 7/2022, aprovada pela CCEEE – Coordenadoria Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica do CONFEA –Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e assinada pelo Engenheiro Eletricista Amarildo Almeida de Lima, que à época exercia o cargo de Coordenador Nacional da CCEEE (2022) e atualmente é Diretor do CONFEA, reforça que a instalação, operação e manutenção de data centers constituem atribuições privativas dos engenheiros eletricistas, em eletrônica, de telecomunicações e de computação, conforme os artigos 1º, alínea “b”, 7º e 27, alínea “f”, da Lei nº 5194/1966, os artigos 3º e 4º da Resolução CONFEA nº 1156/2025 e os artigos 5º e 7º da Resolução nº 1073/2016.

A inovação dos provedores regionais começa aqui!

DATA CENTERS

A nota técnica determina aos Conselhos Regionais a verificação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e, no caso das licitações de obras e serviços públicos da engenharia de telecomunicações, alerta para a obrigatoriedade de exigência da Certidão de Registro e Quitação do CREA, bem como das Certidões de Acervo Técnico (CAT) e de Acervo Operacional (CAO) em todas as fases dos empreendimentos, garantindo segurança jurídica, técnica e social na prestação dos serviços de engenharia.

Sustentabilidade, inovação e soberania digital

A digitalização da economia requer autonomia tecnológica e energética.

O REDATA contribui para essa meta ao vincular incentivos fiscais à adoção de energia limpa e ao investimento em pesquisa nacional, enquanto a Resolução Anatel nº 780/2025 assegura que a expansão digital ocorra sob critérios técnicos de eficiência e segurança.

Essas medidas inserem o Brasil em um contexto global de transição energética e digital, consolidando o país como polo estratégico de inovação e sustentabilidade.

Os data centers passam a ser não apenas centros de processamento de dados, mas também ativos de soberania tecnológica e energética, fundamentais à governança digital do Estado brasileiro.

Regulação e fiscalização: a dupla regulação entre CONFEA e Anatel na infraestrutura crítica de telecomunicações

A regulação das telecomunicações no Brasil é exercida de forma complementar por duas autarquias federais integrantes da administração pública indireta da União, o CONFEA e a Anatel.

A Anatel, criada pela Lei nº 9472/1997, é responsável pela regulação técnica, operacional e econômica dos serviços de telecomunicações e pela segurança da infraestrutura crítica de comunicação,

assegurando que as redes e os data centers operem de forma contínua, eficiente e resiliente.

Por sua vez, o CONFEA foi instituído pelo Decreto Federal nº 23.569/1933 e posteriormente adequado às disposições da Constituição de 1934 por meio da promulgação da Lei nº 5194/1966, que passou a exigir lei formal para restringir o exercício profissional, dispositivo mantido pelas constituições posteriores, inclusive pela Constituição Federal de 1988. O órgão é responsável pela regulação profissional e ética da engenharia, pela normatização das atividades técnicas e pelo julgamento, em última instância, dos recursos referentes a infrações à legislação profissional da engenharia.

A fiscalização das atividades técnicas é exercida pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs), que atuam na verificação do exercício profissional, na exigência da responsabilidade técnica e no cumprimento das normas legais e éticas. Nos processos administrativos, as Câmaras Especializadas dos CREAs funcionam como primeira instância de julgamento, enquanto os plenários dos Conselhos Regionais atuam como segunda instância. O CONFEA, por sua vez, é a instância recursal máxima do sistema, responsável pelo julgamento final dos autos de infração à legislação profissional.

Conforme os artigos 1º, alínea “b”, e 7º da Lei nº 5194/1966, são atividades características da engenharia de telecomunicações o planejamento, estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica, execução, direção, fiscalização de obras, serviços técnicos de telecomunicações, entre eles os datacenters, reconhecidos pela Lei nº 9472/1997, em seu artigo 60, como estações de telecomunicações, uma vez que um data center transmite e recebe dados.

Informação sem acesso não tem utilidade, e o acesso se dá justamente pelas telecomunicações. Dessa forma, as telecomunicações estão submetidas a uma dupla regulação federal.

Em resumo, a Anatel garante a conformidade técnica, a segurança operacional e a continuidade dos serviços, enquanto o CONFEA regulamenta o exercício profissional e os CREAs fiscalizam sua execução, assegurando a habilitação, a responsabilidade técnica e o cumprimento das normas de segurança e ética da engenharia.

No âmbito do sistema CONFEA/ CREA, destaca-se a atuação da CCEEE, órgão consultivo do Conselho Federal composto pelos coordenadores das câmaras especializadas de engenharia elétrica dos CREAs de todo o país. A Proposta CCEEE nº 7/2022, Nota Técnica para a Fiscalização dos Data Centers pelos CREAs, reconhece os data centers como estações de telecomunicações e, portanto, sujeitos tanto à fiscalização do sistema CONFEA/CREA quanto da Anatel, considerando o seu elevado potencial de risco operacional.

A Proposta CCEEE nº 7/2022 encontra-se atualmente em tramitação no Conselho Federal, tendo já sido analisada por diversas instâncias internas, GTE (Gerência Técnica), GRI (Gerência de Relações Institucionais), GPF (Gerência de Relação com o Profissional e Fiscalização) e CEEP (Comissão de Ética e Exercício Profissional), onde o processo se encontra atualmente para emissão de parecer.

Essas etapas evidenciam o caráter técnico e criterioso do processo decisório do sistema CONFEA/ CREA, assegurando a legitimidade e a robustez das diretrizes encaminhadas aos Conselhos Regionais.

Ao atuar de forma articulada com a Anatel, o sistema CONFEA/CREA reforça o papel do Estado na proteção das infraestruturas críticas de telecomunicações, consolidando um modelo de regulação que combina competência técnica, responsabilidade profissional e segurança jurídica. Essa sinergia é essencial para garantir que a expansão digital do país ocorra com sustentabilidade, segurança e resiliência institucional.

Conclusão

A integração entre energia renovável, regulação técnica e responsabilidade profissional define a base da revolução digital brasileira.

O REDATA, a Resolução Anatel nº 780/2025 e a Proposta CCEEE nº 7/2022 estruturam um modelo de governança inovador, que une sustentabilidade, segurança e soberania tecnológica.

Com a atuação coordenada de instituições de Estado, como Anatel e CONFEA, e o protagonismo dos profissionais da engenharia, o Brasil constrói uma infraestrutura digital capaz de sustentar sua transformação tecnológica com energia limpa, regulação eficiente e resiliência institucional.

Essas medidas representam um avanço estratégico para o país, ao reconhecer os data centers como elementos essenciais da infraestrutura digital nacional, vinculando incentivos fiscais a requisitos de sustentabilidade, eficiência energética e resiliência operacional. A análise evidencia como o Brasil se posiciona para atrair investimentos em data centers verdes e de alta disponibilidade, impulsionando a transformação digital com bases regulatórias mais sólidas e alinhadas às melhores práticas internacionais.

REFERÊNCIAS

[1] Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília.

[2] Decreto Federal nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933. Regula o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor.

[3] Lei nº 5194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro agrônomo.

[4] Lei nº 9472, de 16 de julho de 1997. Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações.

[5] Medida Provisória nº 1318, de 17 de setembro de 2025. Institui o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center – REDATA.

[6] Anatel. Resolução nº 780, de 1º de agosto de 2025. Altera o Regulamento de Avaliação da Conformidade e Homologação de Produtos para Telecomunicações.

[7] CONFEA. Resolução nº 1.156, de 24 de outubro de 2025. Consolida normativos acerca das atividades e competências profissionais dos engenheiros da modalidade eletricista.

[8] CONFEA. Resolução nº 1073, de 19 de abril de 2016. Dispõe sobre as atribuições profissionais.

[9] CONFEA – CCEEE. Proposta CCEEE nº 7/2022, Nota Técnica para a Fiscalização dos Datacenters pelos CREAs. Aprovada em 15 jun. 2022.

[10] Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras (NR-10, NR-15, NR-35). Brasília, 2022.

[11] Agência Internacional de Energia (IEA). Data Centres and Energy Consumption – Outlook 2035. Paris, 2024.

[12] Deloitte. Data Center Energy Report 2035. São Paulo, 2025.

[13] Demanda de energia em data centers pode chegar a 9 GW até 2035. Brasil Energia, 2024.

Guia de racks para LANs, servidores e acessórios

Seja numa empresa, num data center hyperscale ou numa unidade edge remota, os racks e gabinetes são essenciais para acondicionar os equipamentos e assegurar o adequado desempenho da rede. O guia apresenta a oferta desses produtos no país, com informações como modelos, material, estrutura e capacidades.

Racks Racks Racks Racks

Acessórios e/ou itens opcionais e/ou itens

Empresa, telefone e e-mail

Entrada de cabos Pelo teto Pelo piso Cabeamento (LAN) Industrial Aberto Aplicação Laterais removíveis

Capacidade (kg)

Servidores (Data center) Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Confinamento de corredores Dutos para controle de fluxo de ar Alto desempenho Em circuito fechado Refrigeração Marcação de U Parede Piso

Fechado Mini-rack Tipo Alumínio

Regras de tomadas Com monitoramento Material

Aço Perfis soldados Perfis aparafusados Perfuradas Vidro de segurança Bi ou quadripartidas Eletrostática Líquida ≤ 1000 ≥ 1000 Passivas Fecho e porca-gaiola Base antitombamento

Água

ALGcompany (54) 9257-3957 n ••••••••••••••••••••••••••• adilson.junior@algcom.com.br

Azlink(11) 4010-0820 ••••••••••••••••••••• info@azlink.com.br

Black Box(11) 4134-4000

vendas.latam@blackbox.com

Caesa (41) 99186-8741 n

natanferreira211@gmail.com

D2W(11) 5522-2699 n

vendas@d2w.ind.br

DCA(41) 3021-1728 n

dcaonline@dca.com.br

Dicomp (44) 4009-2826 n

cs@dicomp.com.br

Eurocab(11) 99497-8927 n

comercial@eurocab.com.br

Facilitadores (15) 98154-0250 n

nardini@facilitadoresdenegocios.com.br

Fibracem (11) 9946-0613 n

relacionamento@fibracem.com

Gigaclima (19) 99474-5049 n

comercial@gigaclima.com

GP Racks (11) 99118-7170 n

contato@gpracks.com.br

Hepso (11) 94708-7930 n

gustavo@hepso.com.br

Ideal Antenas (35) 3449-9688

contato@idealantenas.com.br

IP Metal (41) 3026-3900 n

contato@ipmetal.com

Intelbras (48) 2106-0006

comprafacil@intelbras.com.br

Racks
alumínio

SERVIÇO

Empresa, telefone e e-mail

Legrand0800 011 8008

sac@legrand.com.br

Lightera(41) 3341-4000 n

lightera@latam.lightera.com

Rackbras (51) 99292-9021 n

contato@rackbras.com.br

Rittal (11) 3622-2377

info@rittal.com.br

Rosenberger (12) 3221-8500

comercial@rosenberger.com.br

Seitec (19) 99802-7861 n

vendas@seitec.ind.br

Seven(11) 5977-3331 n

comercial@seven-tel.net.br

Smart UPS (11) 4192-3850

contato@smartups.com.br

Tecfiber (11) 98526-2450 n

vendas@tecfiber.com.br

Trisul(11) 98452-6239 n

contato@trisulmetalurgica.com.br

Vertiv (11) 3618-6600

sac.crc@vertiv.com

Racks Racks

Aplicação Laterais removíveis

Servidores (Data center)

Cabeamento (LAN) Industrial Aberto

Portas Fechado Mini-rack Tipo Alumínio

fechadas

Pintura

Acessórios e/ou itens opcionais e/ou itens

Acessórios e/ou itens opcionais e/ou itens

Capacidade (kg)

Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Confinamento de corredores Dutos para controle de fluxo de ar Alto desempenho Em circuito fechado Refrigeração Marcação de U Parede Piso

Inteiras

Entrada de cabos Pelo teto Pelo piso

Regras de tomadas Com monitoramento Material Estrutura

Aço Perfis soldados Perfis aparafusados Perfuradas Vidro de segurança Bi ou quadripartidas Eletrostática Líquida ≤ 1000 ≥ 1000 Passivas Fecho e porca-gaiola Base antitombamento

Proteção contra Fogo Água Guia de controle raio de curvatura Realiza projeto personalizado?

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 128 empresas pesquisadas.

Fonte: Revista Redes, T T Telecom e Instalações elecom e , novembro de 2025.

Este e muitos outros Guias de RTI RTI RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira.

Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Custos e modelos de proteção contra ataques DDoS

Chong, Diretor de Produto e Marketing da Nexusguard

OPara se protegerem de ataques de negação de serviço (DDoS), as empresas devem avaliar não apenas a eficácia técnica das soluções, mas também os custos iniciais e operacionais. O artigo apresenta os tipos de defesa disponíveis no mercado, que vão de appliances próprios e clean pipe de provedores de trânsito até serviços gerenciados em nuvem, com modelos Capex ou Opex. A escolha depende do porte da organização, perfil de risco e previsibilidade orçamentária desejada.

s ataques de negação de serviço distribuída (DDoS) representam hoje uma das maiores ameaças a qualquer organização que dependa da Internet para conduzir suas operações. A capacidade desses ataques de derrubar sites corporativos, operadoras e até países inteiros faz com que a detecção e mitigação se tornem parte inseparável do planejamento de continuidade de negócios e da estratégia de cibersegurança.

Ao buscar proteção, as empresas precisam analisar não apenas a eficácia técnica das soluções, mas também os custos diretos e indiretos envolvidos em sua implantação e manutenção. Esses gastos podem assumir diferentes formatos: Capex (investimento em equipamentos e hardware), Opex (assinaturas e despesas operacionais), custos de manutenção, suporte e ainda os chamados custos de longevidade, relacionados à atualização de tecnologias que atingem o fim de vida útil.

Abordagens disponíveis

As alternativas de defesa contra DDoS podem ser classificadas em três grandes modelos: proteção própria, clean pipe oferecido por provedores e serviços de segurança gerenciados na nuvem (SECaaS).

Proteção própria

A proteção feita internamente costuma se basear em limiares estáticos de tráfego e bloqueios de IP, o que pode acabar atingindo usuários legítimos. Além disso, é um modelo reativo: as configurações geralmente só são ajustadas após a primeira onda de ataque, que já pode ter causado indisponibilidade significativa.

Capex

Os custos incluem a compra de appliances de detecção e mitigação de DDoS, atualizações de roteadores, redesenho de infraestrutura e contratação de especialistas em segurança de alto custo em decorrência da escassez global de profissionais. Além do investimento inicial (de dezenas a centenas de milhares de dólares), é preciso considerar a manutenção anual em torno de 20% do valor do equipamento e a substituição obrigatória a cada três a cinco anos. Um pequeno provedor de Internet que busca adquirir um sistema de monitoramento de tráfego para acompanhar até 10 roteadores espalhados em diferentes localidades, com um volume estimado de 500 mil fluxos por segundo (amostrados), terá um custo entre US$ 30 mil e US$ 60 mil de investimento inicial em hardware.

17 E 18 DE DEZEMBRO DE 2025

Centro de Convenções Rebouças

Avenida Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo/SP

Inscreva-se gratuitamente em: https://forum.ix.br/

O

principal encontro da comunidade Internet no Brasil

O IX Fórum 19 reunirá especialistas, provedores e líderes globais para discutir o presente e o futuro da infraestrutura da Internet!

Entre os destaques, Craig Labovitz, da Nokia, abordará os desafios dos Hyper Scale DDoS Attacks e Dave Schwartz, do Google, apresentará novas estratégias de peering da empresa.

O evento também promoverá debates sobre governança da Internet, bloqueios judiciais, óptica integrada (CPOs), inteligência artificial nas redes, computação quântica e muito mais.

Participe e conecte-se às principais tendências que estão moldando a Internet no Brasil e no mundo!

SEGURANÇA

1 - A base de qualquer medida ativa de mitigação de DDoS é garantir capacidade suficiente para suportar o súbito aumento de tráfego durante um ataque DDoS

Uma unidade de appliances especializados em mitigação de DDoS custará entre US$ 20 mil e US$ 50 mil para um equipamento de nível corporativo com capacidade de até 10 Gbit/s, ou entre US$ 200 mil e US$ 500 mil para um appliance de nível operadora, com capacidade de filtragem de até 100 Gbit/s.

Opex

A base de qualquer medida ativa de mitigação de DDoS é garantir capacidade suficiente para suportar o súbito aumento de tráfego durante um ataque. Isso só pode ser alcançado contratando mais largura de banda além da que o negócio necessita no dia a dia (figura 1). Dependendo do custo local da banda, um link burstable de 100 Gbit/s, com consumo mínimo

contratado de 10 Gbit/s, pode custar entre US$ 4000 e US$ 20 mil por mês, variando conforme a localização e o poder de negociação do comprador.

O custo para contratar um especialista em cibersegurança varia entre US$ 20 mil e US$ 80 mil por ano na Ásia (excluindo benefícios e custos de treinamento), chegando a cerca de US$ 100 mil em média nos Estados Unidos. Recomenda-se uma equipe de pelo menos três especialistas para garantir cobertura 24x7.

Custo de manutenção

Conforme práticas usuais do setor, os custos de manutenção e suporte de appliances correspondem a cerca de 20% do valor de aquisição, a partir do segundo ano de uso. Também devem ser considerados os custos de

2 - Para um equipamento de classe operadora no valor de US$ 300 mil, o custo anual de manutenção pode chegar a aproximadamente US$ 60 mil

indisponibilidade e de horas de trabalho relacionadas ao planejamento e à implementação de atualizações de firmware.

Por exemplo, um dos custos mais evidentes de uma estratégia de proteção própria está no contrato anual de manutenção do equipamento adquirido junto ao fornecedor, que varia entre 17% e 21% do preço original. Assim, para um equipamento de classe operadora no valor de US$ 300 mil, o custo anual de manutenção pode chegar a aproximadamente US$ 60 mil (figura 2).

Clean pipe de provedores de Internet

Com o aumento dos ataques, provedores passaram a oferecer serviços de clean pipe , em que todo o tráfego passa por um centro de filtragem ( scrubbing center ), que separa pacotes maliciosos dos legítimos. Trata-se de uma solução simples para o cliente, que não precisa comprar equipamentos nem lidar com manutenção.

No entanto, a proteção é geralmente limitada a ataques de até 20 Gbit/s e focada nas camadas 3 e 4 do modelo OSI. Além disso, empresas que contratam múltiplos provedores precisam aderir a diferentes ofertas, o que aumenta a complexidade e os custos de gestão. O preço pode variar de 20% do valor do contrato de conectividade até igualar-se ao custo original do serviço.

Segurança como serviço (SECaaS)

No modelo de segurança como serviço, a proteção é entregue em nuvem, sob assinatura, de forma escalável e totalmente gerenciada. Essa opção elimina custos de aquisição de hardware e manutenção, ao mesmo tempo em que disponibiliza equipes especializadas 24x7, capazes de mitigar ataques complexos e de zero-day

Entre as vantagens, estão a previsibilidade de gastos, a flexibilidade de expansão conforme a demanda e a redução do esforço das equipes internas. Por outro lado, às vezes pode haver necessidade de contratar soluções

Fig.
Fig.

adicionais para proteger ambientes de tecnologia operacional (OT) e outras infraestruturas críticas.

Os custos variam de cerca de US$ 50 mil por ano para serviços básicos até dezenas de milhares de dólares mensais em pacotes abrangentes.

Uma outra alternativa no mercado é um novo modelo de Opex, em que o valor mensal fixo pago pelo usuário é voltado para a solução de proteção local ( on premises ), incluindo hardware, manutenção e suporte 24x7 de plataforma e serviços necessários para proteger a infraestrutura contra ataques, permitindo ao usuário terceirizar todas as funções do SOC relacionadas a DDoS, concentrando-se no core business . O modelo também reduz custos de pessoal ao oferecer equipes especializadas em cibersegurança em um modelo compartilhado entre sua base de clientes. Assim, cada empresa não precisa arcar sozinha com os altos

custos de contratação e manutenção de especialistas para suporte contínuo em gestão de incidentes, tratamento de ataques, revisão de políticas de segurança, monitoramento 24x7 de novos vetores de ataque, escalonamentos e outras necessidades críticas de proteção.

Independente do modelo adotado, o provedor ou parceiro terá a possibilitar revender o serviço e estender a proteção à sua base de cientes, transformando um custo operacional em receita.

Conclusão

A escolha do modelo de proteção contra DDoS depende do perfil de risco, do porte da organização e do orçamento disponível. Enquanto pequenas empresas podem se beneficiar de ofertas de clean pipe dos provedores, grandes corporações e provedores de serviços tendem a

optar por soluções SECaaS robustas, capazes de garantir escalabilidade, continuidade operacional e mitigação eficiente de ataques cada vez mais sofisticados.

A proteção contra DDoS não precisa ser complicada ou cara. Empresas especializadas oferecem serviços totalmente gerenciados de segurança, com especialistas multilíngues que operam um SOC 24x7 para proteger os ativos a um custo financeiramente viável em modelo como serviço que absorve todos os custos contínuos, substituindo-os por um pagamento mensal simples que torna a proteção cibernética complexa mais econômica e previsível para os usuários.

Artigo traduzido e resumido de The Cost of DDoS Security - An executive guide in designing a DDoS protection strategy and the total costs involved, disponível no site da Nexusguard, com autorização da empresa.

Cloud baseada no Brasil: redução de custos e segurança dos dados

Com as empresas enfrentando um cenário econômico desafiador de inflação em crescimento, juros elevados e custos crescentes em serviços essenciais como TI, a nacionalização da infraestrutura de nuvem surge como alternativa para reduzir custos e garantir a repatriação e segurança dos dados.

Uma solução é a combinação entre servidores dedicados (bare metal ) e a multicloud , possibilitando dimensionar os recursos das aplicações de software e sistema de dados a partir de diversos provedores de nuvem pública e privada.

Neste contexto, os servidores bare metal oferecem recursos dedicados, eliminam a sobrecarga de hipervisores e cortam custos de processamento, memória, armazenamento e transferência de dados. É uma solução ideal para desempenho elevado de máquina ou processamento de grandes volumes de aplicações, permitindo repatriar dados e, assim, cumprir com as exigências da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados.

As nuvens públicas de hyperscalers possuem custos mais elevados no orçamento das empresas, mesmo que possam oferecer flexibilidade, escala global e acesso a tecnologias avançadas. No entanto, representam um desafio significativo para o equilíbrio financeiro da TI, principalmente porque os modelos

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI , e-mail: inforti@arandanet.com.br.

de cloud baseados em consumo por demanda nestes provedores executam cobranças em dólar, criando a imprevisibilidade orçamentária e custos altos para consumo elevado. Para muitas companhias, a migração total para grandes hyperscalers não é financeiramente sustentável, levando à busca por alternativas mais econômicas e estratégicas

O modelo multicloud tem despertado o interesse das empresas brasileiras pois permite distribuir aplicações entre diferentes provedores. As nuvens tradicionais continuam sendo essenciais para aplicações que exigem alta elasticidade ou recursos proprietários, como IAInteligência Artificial e analytics em tempo real. Por outro lado, as cargas de trabalho estáticas ou com alto volume de dados podem ser realocadas para ambientes locais ou privados, reduzindo custos operacionais sem sacrificar desempenho.

Muitos provedores de bare metal nacionais já oferecem servidores de virtualização pré-implantados e gerenciados, tornando este modelo uma solução integrada que combina desempenho dedicado com a conveniência de uma plataforma gerenciada, além de criar máquinas virtuais e containers de maneira simples e eficiente.

Adicionalmente, alguns desses provedores estão entregando opções de interconexões diretas com as principais nuvens globais, como AWS, Microsoft Azure, Google Cloud e Oracle, em qualquer região onde operam. Isso facilita a implementação de estratégias multicloud , permitindo que empresas conectem de maneira segura e eficiente seus ambientes bare metal a serviços de nuvens públicas de hyperscalers , aproveitando o melhor dos dois mundos.

Com essas características, o bare metal com virtualização gerenciada e conectividade direta está se consolidando como uma alternativa poderosa às soluções tradicionais. Para empresas que buscam eficiência, controle e custo/benefício, essa combinação oferece a flexibilidade necessária para atender demandas complexas em arquiteturas multicloud

A combinação entre bare metal e multicloud com interconexões privadas oferece uma série de benefícios estratégicos. A conectividade multicloud elimina a necessidade de usar a Internet pública, reduzindo a latência e os riscos de segurança, como ataques de negação de serviço (DDoS –Distributed Denial of Services) e com custos por GB de transferência de dados menores que na Internet. Além disso, a redundância geográfica proporcionada por essa abordagem aumenta a resiliência, garantindo continuidade operacional mesmo em casos de falha.

Ao distribuir aplicações entre os provedores, as empresas podem maximizar eficiência e minimizar custos. Soluções de monitoramento e analytics, por exemplo, podem se beneficiar de nuvens públicas de hyperscalers com alta capacidade de processamento, enquanto sistemas menos críticos ou estáticos são alocados em ambientes de custo mais baixo. Esse modelo híbrido atende às demandas operacionais com maior flexibilidade e segurança, além de permitir que empresas mantenham o acesso a tecnologias de ponta e garantam resiliência em suas operações. Planejada adequadamente, esta arquitetura não apenas otimiza a infraestrutura de TI, mas também se torna um diferencial estratégico, capaz de transformar custos em investimentos competitivos e sustentáveis.

A prática de emenda em cabeamento estruturado balanceado é permitida e reconhecida por normas técnicas? O que devo fazer quando o comprimento do cabo é curto em relação ao hardware de conexão (tomada de telecomunicações, por exemplo) no qual deve ser terminado (“conectorizado”)?

A resposta direta para esta questão é um simples não. O motivo, com base em normalização vigente, é que emendas não são permitidas em segmentos de cabos balanceados horizontais em sistemas de cabeamento estruturado. Todas as normas de cabeamento dos sistemas ABNT, ISO, ANSI/TIA, Cenelec,

etc. não reconhecem essa prática, ou seja, em termos simples emendas são proibidas. A única exceção se aplica a cabos multipares (de 50, 100, 200 pares) utilizados em backbone de voz (telefonia convencional), algo pouco comum atualmente.

Quando o segmento de cabo for curto, a única opção aceitável e em conformidade com a normalização técnica é substituí-lo por outro segmento de comprimento correto para a posição na qual será terminado. Há motivos técnicos e de gerenciamento do cabeamento que suportam as especificações e recomendações de normas técnicas em proibição ao uso de emendas, como veremos ao longo deste artigo.

Descasamento de impedâncias e reflexão de sinais

Independentemente de se tratar de cabeamento estruturado,

sistemas de transmissão de sinais são mais bem avaliadas por meio de um parâmetro denominado perda de retorno. Para mais detalhes, ver o meu artigo Entendendo a Perda de Retorno (RTI dezembro de 2022, edição no 271).

Em todas as localidades do canal de transmissão onde houver a introdução de conexões haverá, invariavelmente, descasamento de impedâncias e reflexão de sinais. A figura 1 mostra uma topologia de cabeamento estruturado com as localidades nas quais isso ocorre naturalmente.

A figura 1 mostra a topologia normalizada para o subsistema de cabeamento horizontal, incluindo um ponto de consolidação (CP). Podemos observar também a propagação de sinais (em cor preta) e as reflexões (em cor vermelha), representadas como ruído por se tratar de “sinais” indesejados no sistema de comunicação.

Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI , e-mail: inforti@arandanet.com.br.

emendas não são boas práticas por causarem o descasamento de impedâncias e, consequentemente, aumentarem a reflexão de sinal onde são feitas. Essas reflexões em

Para ilustrar melhor a topologia representada na figura 1, o hardware de conexão mais comumente utilizado no distribuidor de piso (FD) é um patch panel, a partir do qual a distribuição do cabeamento é feita até a tomada de telecomunicações (TO) na área de trabalho, nesse caso com um CP entre o FD e a TO.

Analisando essa distribuição a partir do FD, identificamos as três localidades nas quais haverá descasamento de impedâncias e ruído refletido:

Fig. 1 – Descasamento de impedâncias e ruído refletido

• Terminação do cabo horizontal no hardware de conexão do distribuidor de piso (normalmente um patch panel).

• Terminação do cabo no hardware de conexão do ponto de consolidação (normalmente um bloco de conexão).

• Terminação do trecho do cabo horizontal entre o hardware de conexão do ponto de consolidação (denominado cabo do CP) no hardware de conexão da tomada de telecomunicações (normalmente uma tomada RJ45).

Como podemos ver nas figuras 1 e 2, não há previsão para a inserção de emendas no cabeamento em localidade alguma.

Portanto, como não há previsão para emendas no cabeamento, os limites estabelecidos para os parâmetros de transmissão que devem ser verificados em campo não consideram seus efeitos, que degradam o desempenho do enlace permanente ou canal. Temos que considerar que não apenas as características de transmissão

A figura 2 apresenta a topologia de distribuição do subsistema de cabeamento horizontal com seus componentes mais comuns. Além das reflexões nas localidades mostradas na figura 1, ainda há reflexões adicionais nas conexões dos patch cords aos equipamentos ativos de rede e telecomunicações no FD e na TO. Essas conexões, ausentes na figura 2, não são avaliadas nos testes de certificação. O cabeamento instalado deve ser certificado em campo para que seu nível de desempenho seja confirmado e há dois modelos de testes padronizados: enlace permanente (que não inclui os patch cords) e canal (com os patch cords).

inerentes ao enlace ou canal afetam os resultados dos testes, mas também as práticas de instalação. Estas devem ser observadas com base em normas técnicas e instruções dos fabricantes do sistema de cabeamento a ser instalado para garantir desempenho ótimo, ou seja, em conformidade com os limites estabelecidos para os testes de certificação e requisitos e recomendações dos fabricantes. A garantia estendida que os fabricantes costumam oferecer são dependentes desses fatores.

É muito comum a (equivocada) associação entre o aumento da atenuação geral do canal devido à inserção de uma emenda e sua

degradação como consequência. Embora a atenuação seja afetada, esse não é o maior problema e nem o mais evidente para se detectar (a priori) em caso de problemas provenientes de uma emenda em um determinado canal. Novamente, como discutido anteriormente, o ruído refletido é o maior problema nesse caso, diagnosticado por meio da perda de retorno, parâmetro diretamente associado às reflexões no canal, medido como a relação entre o ruído refletido e o sinal transmitido e extremamente dependente do grau de descasamento de impedâncias na localidade da emenda (tabela I).

Quanto maior o desvio do valor nominal da impedância característica (ΔZ0) em uma conexão, menor (em dB) será a perda de retorno e, portanto, pior seu comportamento, pois valores baixos (em dB) para perda de retorno correspondem a níveis elevados de reflexão de ruído. Sendo assim, valores altos (em dB) para esse parâmetro correspondem a conexões melhores. Como referência, o valor mínimo aceitável para perda de retorno de um canal classe E (categoria 6) na faixa de frequências entre 40 e 250 MHz é de 8 dB. Note que para um descasamento de impedâncias de 50% a perda de retorno é de aproximadamente 9,5 dB (tabela I), que já é considerado um péssimo valor. Ainda, esse mesmo canal classe E não suporta uma perda de retorno inferior a 19 dB na faixa de frequências entre 1 e

Fig. 2 - Topologia do subsistema de cabeamento horizontal mostrando seus componentes

10 MHz. O comportamento desse parâmetro varia sensivelmente com a frequência e não é linear, o que torna seu controle ainda mais difícil para uma largura de banda ampla, 250 MHz no caso de um canal classe E, por exemplo.

A impedância característica, por sua própria natureza, é um

Conclusão

O cabeamento estruturado é um sistema padronizado com meios físicos (cabos), conectores (hardware de conexão) e hierarquia de distribuição bem definidas. Os modelos de conexão, configurações do cabeamento, comprimentos mínimos e máximos

Tab. I – Descasamento de impedâncias e perda de retorno

Z0 nominal ( Ω Ω Ω) Δ Δ Z0 (%) Δ Z 0 ( Ω Ω )Perda de retorno (dB)

conformidade com a normalização vigente para sistemas de cabeamento. A introdução de uma emenda no cabeamento balanceado descaracteriza esse conceito.

Além disso, os elementos funcionais do cabeamento (emendas não fazem parte dessa lista) devem ser alocados em seus devidos espaços de

Comentários

199 a 100 ≈ 46Casamento de impedâncias ideal, não obtido na prática

595 a 105 ≈ 32

1585 a 115 ≈ 22Casamento de impedâncias aceitável, bom na prática

100 ±15%2080 a 120 ≈ 19

5050 a 150 ≈ 9,5Casamento de impedâncias crítico

>>100 Indeterminado ( → ∞ )Deficiente ( → 0)Descasamento de impedâncias comparável a um circuito aberto ou mau contato na conexão

parâmetro sujeito a uma variação alta em torno de seu valor nominal, ou seja, 15% (100 Ω ± 15%). Por esse motivo, a terminação do cabo no hardware de conexão é crítica, pois precisa garantir que essa tolerância não seja alterada de forma significativa. Caso contrário, o canal não passará no teste de perda de retorno e terá seu desempenho de transmissão comprometido.

A NBR 14565 - Cabeamento Estruturado para Edifícios Comerciais especifica o uso de emendas ópticas em ambos os subsistemas de cabeamento: backbone e horizontal.

Importante

Ao contrário das emendas em cabeamento balanceado de quatro pares, emendas ópticas são reconhecidas por normas técnicas e, portanto, permitidas em cabeamento estruturado óptico.

de cabos, modelos de ensaios, etc. são estipulados em normas técnicas pertinentes. Na hierarquia padronizada do cabeamento não existe previsão para emendas. Portanto, também do ponto de vista de conceito e posterior gestão do cabeamento, elas não são reconhecidas por normas técnicas e, consequentemente, não são permitidas em sistemas de cabeamento estruturado.

Portanto, juntar cabos e conectores sem qualquer critério não faz desse arranjo um sistema de cabeamento estruturado. Para ser um sistema de cabeamento estruturado o projeto e a instalação devem estar em conformidade com as normas técnicas do setor (nacionais, regionais e/ou internacionais).

Qualquer instalação de cabeamento que não atenda aos requisitos dessas normas não pode ser considerado um sistema de cabeamento estruturado. Isso é importante também sob o ponto de vista das garantias estendidas oferecidas pelos fabricantes, que podem rejeitar instalações que não estejam em

telecomunicações, conforme definidos em normas técnicas como a NBR 16415, ANSI/TIA 569-E, entre outras que especificam caminhos e espaços para cabeamento estruturado. O espaço para acondicionamento de emendas (quando aplicável) definido pela NBR 16415 é uma caixa de emenda cujas características e utilização são especificadas nessa norma.

Portanto, respondendo à pergunta colocada nesta edição de Interface, no caso de um segmento de cabo ter ficado curto em relação ao seu ponto de terminação, a única solução é sua substituição por outro de comprimento adequado, pois emendas não são reconhecidas para cabos balanceados de quatro pares e nem em subsistemas de cabeamento horizontal. Nos casos em que são permitidas (cabeamento balanceado nos subsistemas de backbone com cabos multipares e cabeamento óptico), há regras a serem observadas e espaços específicos nos quais devem ser alocadas no sistema de cabeamento.

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O protocolo MCP para agentes de IA e segurança

Nas conferências de tecnologia e negócios ao redor do mundo, nas rodas de conversa de profissionais e até nas páginas dos jornais, a IA - Inteligência Artificial continua dominando boa parte dos espaços. Muito se discute sobre a sua infraestrutura, dos data centers aos agora multibilionários fabricantes de chips que a executam. Mas há um ponto que pouco se comenta, como era de se esperar: a comunicação entre os muitos milhões de aplicações de IA que surgirão nos próximos anos.

Nenhum sistema de informação moderno funciona isolado do resto do mundo, assim como quase todos nós atualmente estamos conectados a uma miríade de aplicações. Essa comunicação foi estruturada em diversas camadas, como se fossem envelopes dentro de envelopes, cada um com um padrão específico. Esses modelos foram criados e são mantidos com a premissa de serem universais, e é o que permite que um computador, seja ele Windows, MacOS ou Linux, se conecte à Internet em qualquer lugar do mundo. Caso não fosse universal, cada país ou empresa teria o seu padrão, o que tornaria a comunicação uma tarefa extremamente complexa, como era no início das redes locais.

Com as aplicações de IA a história não é diferente. Mesmo as conhecidas atualmente, como as de IA generativa, precisam se comunicar com sistemas externos, seja para obter dados ou requisitar serviços diversos. Mas o modelo

que se aproxima mais rápido do que podemos imaginar é o de sistemas autônomos especializados em diferentes funções, chamados de Agentes de IA ( Agentic AI ). Esses sistemas demandarão acesso em tempo real a bancos de dados e serviços de outros sistemas, incluindo outros Agentes de IA. Para que a comunicação aconteça, é necessário utilizar um envelope específico de instruções, o que não existia até poucos meses atrás.

Sem um padrão aberto e universal, cada empresa precisaria criar o seu próprio protocolo, o que é complexo, caro e limitaria muito a interoperabilidade entre os sistemas. O problema foi resolvido no final do ano passado com a publicação do MCP - Model Context Protocol pela Anthropic, empresa de pesquisa em IA. Criado exatamente com essa missão em mente e com rápida adoção pela indústria, o MCP permite a conexão de aplicações de IA com outros sistemas, sejam eles de IA ou não, e a cooperação de diversos desenvolvedores, sejam grandes fabricantes, pequenas startups ou programadores independentes. Seus criadores mantêm o site https://modelcontextprotocol.io para compartilhar informações a respeito. A IETF - Internet Engineering Task Force, responsável pelos padrões abertos para redes e Internet, publicou no último dia 16 de outubro um Standards Track sobre o tema, um dos passos para a publicação como padrão oficial.

A arquitetura segue o padrão tradicional cliente-servidor, no qual um sistema (o cliente) solicita algo a outro sistema (o servidor). No MCP, uma aplicação de IA pode estabelecer conexões simultâneas com diversos servidores. Na terminologia do protocolo, a aplicação em si é chamada de MCP Host, na qual são iniciados os

serviços (MCP Cliente) que farão a comunicação com os MCP Servers. Grandes fabricantes, como Microsoft e Google, poderão publicar um único MCP Server que se conectará a diversas soluções da empresa, consolidando a comunicação com os Clients. A conexão entre Client e Server é bidirecional, permitindo que o segundo inicie a comunicação. Mas, como infelizmente ocorre em todas as novas implementações, a grande questão é a segurança. Antes de falar sobre as preocupações, é importante reconhecer que a existência de um padrão contribui em muito para a segurança em termos gerais. Seja por permitir o foco dos especialistas ou porque diversos protocolos proprietários seriam muito mais arriscados que um único aberto.

A preocupação principal no MCP é a falta de uma camada mais abrangente de segurança. O padrão especifica e recomenda (mas não obriga) a implementação de autorização baseada em OAuth 2.1 para que o acesso a dados seja controlado e auditável. É pouco, ainda opcional, e é de se esperar que muitas implementações não sigam o recomendado, abrindo brechas para problemas diversos.

Um estudo publicado pela Universidade de Huazhong na China, por X. Hou, Y. Zhao, S. Wang e H. Wang disponível em https://abrir.link/qPEQw, mapeou 16 ataques possíveis em quatro áreas: desenvolvimento malicioso, ataques externos, usuário malicioso e falhas de segurança. Os autores conduziram provas de conceito para cada um.

As vulnerabilidades e riscos desse ambiente podem ser multiplicados pelo fato dele ser baseado em sistemas autônomos onde a supervisão humana não é esperada. Um exemplo, e também uma das ameaças mais notáveis, é o de ataque de cadeia de suprimento, baseado no

fato de que o endereço dos servidores é textual e suscetível a nomes similares (lookalikes ), tais como domínios fraudulentos de Internet que visam enganar usuários. Como ressaltam os autores do estudo, espera-se que os Agentes de IA possam dinamicamente conectar-se a servidores para obterem os dados ou serviços necessários. O protocolo SMTP, criado nos anos 80, possui a mesma vulnerabilidade e, para tanto, construiu-se todo um aparato de segurança via protocolos SPF, DKIM e DMARC. É uma pena que um protocolo criado 40 anos depois padeça do mesmo problema.

A pesquisa sobre vulnerabilidades e riscos ainda se encontra em sua fase inicial, e o estudo dos especialistas chineses será apenas um entre vários a serem publicados. O tema deve ser tratado com prioridade, ou um imenso vetor de ataque irá surgir. A indústria de segurança da informação também está se mexendo, e os primeiros gateways de segurança para MCP começam a ser anunciados, porém a boa segurança começa por uma implementação correta alinhada às melhores práticas já conhecidas para comunicações seguras. Não podemos nos dar ao luxo de presentear os criminosos digitais com um tapete vermelho.

Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.

PRODUTOS

Calhas ópticas

As calhas ópticas da SEITEC são desenvolvidas para acomodar e organizar cabos ópticos e cordões. Disponíveis nas opções lisa, perfuradas, totalmente perfuradas, com descida individual ou dupla, emendas, curva de 90o e derivação cruz, elas são fabricadas em aço carbono e apresentam pintura eletrostática a pó na cor amarela. O projeto pode ser feito pela SEITEC em conjunto com o contratante, possibilitando o fornecimento das peças nos comprimentos necessários, evitando desperdício de material e reduzindo custos com transporte. Site: www.seitec.ind.br.

único para implantações de Open RAN e Cloud RAN, o que reduz o tempo de implantação, a complexidade operacional e demandas de manutenção em comparação a arquiteturas com múltiplos servidores. Site: www.delltechnologies.com.

Mini-UPS para ONTs

A chinesa Marsriva, especializada em soluções de energia, deu início a sua estruturação no mercado brasileiro com foco no fornecimento de mini-UPS (dispositivo branco na foto)

Roteador

O Cisco 8223 é um roteador Ethernet fixo de 51,2 Tbit/s projetado para o tráfego intenso das cargas de IA – Inteligência Artificial entre data centers. A solução oferece sistema fixo

com 64 portas de 800GE, permitindo interconexão de centros de dados e aplicações metropolitanas de até 1000 km. Site: www.cisco.com.

Servidor

Fabricado pela Dell Technologies, o PowerEdge XR8720t é voltado para infraestruturas de edge e telecom. Com suporte a até 72 núcleos e 24 portas de conectividade SFP28, oferece configuração compacta de 2U e consolidação em servidor

compactos para ONTs e roteadores capazes de garantir conectividade em situações de blecaute. Os dispositivos podem manter o ONT ou roteador funcionando por quatro a seis horas, dependendo do consumo do equipamento. Site: www.marsriva.com.

Billing de dados móveis

A Sparz lançou um módulo de billing de dados móveis que está sendo incorporado à sua solução de core para 4G/5G, que pode ser integrado a sistemas de ERP e CRM dos provedores de Internet parceiros. O módulo de billing de dados é responsável por medir, registrar, calcular o consumo

de dados móveis do SIM card dos clientes dos provedores, além de permitir aplicar regras de tarifação, planos e políticas de uso. Os dados coletados servirão para que as empresas possam personalizar planos de serviço com diferentes limites, velocidades e preços. Site: https://sparz.co/.

5G privado

A ALE - Alcatel-Lucent Enterprise lançou a solução 5G Privado em parceria com a Celona. Comercializada no modelo turnkey , a tecnologia integra-se ao portfólio de redes da empresa para permitir conectividade segura e de alta qualidade em ambientes

corporativos complexos, o que inclui também grandes áreas externas. Oferece mobilidade segura e confiável em alta velocidade com suporte a aplicações industriais críticas em tempo real, o que promove maior integração com IoT –Internet das Coisas e indústria 4.0. Site: www.alenterprise.com/pt-br.

Rastreador com eSIM

A Links Field, em parceria com a Hapolo e a SIMCom, apresentam o rastreador HP 440 4G/2G. Essa solução combina a tecnologia do eSIM com a confiabilidade do rastreamento em 4G, incluindo fallback para 2G. Sua resistência IP65 protege contra poeira e água, tornando-o aplicável em

setores como transporte, logística e agronegócio. O dispositivo conta ainda com memória interna para armazenar até 500 posições mesmo sem sinal, bateria de 300 mAh e design compacto, além de suporte técnico especializado, configuração personalizada e assistência direta com especialistas da Links Field. Site: www.linksfield.com.br.

Analisador de rede

Projetado para combinar precisão e velocidade em uma plataforma escalável, o analisador de rede vetorial R&S ZNB3000 da Rohde & Schwarz auxilia engenheiros e pesquisadores a acelerar a inovação em aplicações de

RF de alto desempenho e testes de integridade de sinal. Ao estender as frequências máximas para até 32 GHz, 43,5 GHz e 54 GHz, a Rohde & Schwarz aborda ainda mais aplicações com o R&S ZNB3000, indo desde testes de componentes de RF para aplicações 5G, 6G e Wi-Fi a análises avançadas de interconexão de alta velocidade para data centers de IA – Inteligência Artificial e testes de componentes de RF de última geração para comunicações via satélite nas bandas Ka e V. Site: http:// www.rohde-schwarz.com/.

PUBLICAÇÕES

3ª edição do livro Inteligência

Artificial: Uma Abordagem de Aprendizado de Máquina chega revisada, reestruturada e ampliada. Na obra, o leitor encontrará uma visão abrangente e atualizada da área, combinando rigor conceitual e aplicabilidade prática. O livro, de coautoria de André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, Katti Faceli, Tiago Almeida, Ana Carolina

Lorena e João Gama, incorporou novos conteúdos sobre avanços recentes, abordando tópicos como redes neurais profundas, aprendizado de representação, processamento de linguagem natural e visão computacional. Entre as aplicações exploradas estão detecção de ameaças cibernéticas, otimização de sistemas energéticos em cidades inteligentes e geração automática de textos, imagens e vídeos. Editora LTC (https://abrir.link/ UgZum), 376 páginas.

Pure Storage divulgou o estudo

Soberania de Dados: Uma Nova Era –Navegando pelo Risco em um Mundo

Dinâmico. Realizada em colaboração com a UTS – Universidade de Tecnologia de Sydney, a análise mostra como a incerteza geopolítica e a evolução regulatória estão transformando a soberania de dados. A pesquisa identifica uma “tempestade perfeita” onde riscos de interrupção de serviços, preocupações com influência estrangeira e evolução de regulamentações convergem para criar uma exposição sem precedentes para empresas e nações. As organizações agora enfrentam potenciais perdas de receita, penalidades regulatórias e danos irreparáveis à confiança das partes interessadas se esses riscos não forem abordados proativamente. Com 11 páginas, o documento em inglês pode ser acessado pelo link: https://abrir.link/rArfG.

documento pode ser baixado pelo link: https://abrir.link/HDHer.

Abrint........................61

Aquário ......................13

Black

Clemar ......................11

Climapress ................31

Connectoway ............25

Corning ......................19

Technobox disponibilizou o e-book Para Pequenos e Grandes Negócios: Como um DNS Profissional pode Impulsionar seu ISP . Com 9 páginas, a obra apresenta o conceito sobre DNS e como a tecnologia pode auxiliar pequenas e grandes empresas. O

GEM – Global Entrepreneurship Monitor é uma das principais pesquisas sobre empreendedorismo no mundo. No Brasil, é realizada com o apoio do Sebrae. A edição mais recente, de 2024, aponta que, entre os 51 países analisados, o empreendedor brasileiro é o que mais valoriza o uso de redes sociais (89%) e ferramentas de análises de dados (71%) para o próprio negócio. Segundo a GEM , 80% dos empreendedores iniciais planejam utilizar mais tecnologias digitais nos próximos seis meses. Além disso, 60% deles se preocupam com o uso de IA - Inteligência Artificial e 69% com computação em nuvem para melhorar a estratégia da empresa. A análise completa, com 23 páginas, pode ser consultada no site: https://abrir.link/BqsSW.

Redes neutras e o novo ciclo de integração no mercado de provedores regionais

Nos tempos atuais, o modelo de redes neutras surge como uma das principais alternativas para ampliar a cobertura e a eficiência operacional, otimizar investimentos e reequilibrar a competição em mais uma década de forte expansão da fibra óptica, ainda que esse cenário dependa de marcos regulatórios mais claros, modelos econômicos sustentáveis e maior previsibilidade para investidores e provedores.

Para facilitar a compreensão, o conceito de rede neutra pode ser entendido como a separação entre a infraestrutura física e a prestação de serviços ao consumidor final. Nesse arranjo, diferentes provedores passam a utilizar uma mesma rede de forma aberta, isonômica e não discriminatória, contratando capacidade conforme a demanda.

O resultado é a redução da sobreposição de investimentos, o estímulo ao uso cada vez mais eficiente dos recursos e a própria ampliação da conectividade em regiões até então pouco atrativas economicamente. Em um país de dimensões continentais e grandes desigualdades regionais, essa arquitetura tem potencial de transformar a lógica de expansão da inclusão digital como um todo.

Nos últimos meses o debate sobre redes neutras deixou de ser conceitual e passou a se apoiar em dados mais concretos. Estimativas dos principais executivos do setor e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br)

Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI

indicam que as redes neutras já representam 20% dos acessos de banda larga no Brasil, com mais de 4,6 milhões de domicílios cobertos e presença em mais de 150 cidades, o que evidencia esse período de transição entre a fase de construção territorial, monetização e diversificação de clientes. Embora os especialistas reconheçam que o modelo ainda não atingiu a escala projetada, eles seguem destacando seu expressivo potencial de crescimento em novas frentes, como a infraestrutura de backhaul para a conexão fixa e móvel, os data centers regionais e as redes de edge computing. Sendo assim, esse movimento indica uma mudança no eixo de expansão: de um modelo baseado na construção massiva de redes para outro centrado em eficiência, integração e governança. Exemplo disso é que, ao contratar capacidade em redes compartilhadas, os provedores conseguem acelerar sua entrada em novos mercados, reduzir o custo de capital e focar na qualidade do atendimento, na inovação e na experiência do usuário final. O desafio, contudo, é tornar o modelo financeiramente sustentável, evitando a dependência de poucos contratos de grande porte e adotando estruturas de precificação flexíveis, compatíveis com a realidade dos provedores regionais.

A Anatel tem acompanhado de perto a evolução dessas iniciativas e reconhece as redes neutras como instrumento relevante para promover a competição e a eficiência no uso da infraestrutura. Persistem, entretanto, desafios quanto à distribuição de responsabilidades entre o operador da rede e o provedor de serviço, sobretudo diante das exigências do novo Regulamento Geral de Direitos do Consumidor, que reforça a importância da transparência, rastreabilidade e qualidade do serviço. Além dos ganhos econômicos e operacionais, as redes neutras também dialogam diretamente com as políticas públicas de conectividade e inclusão digital. Ao incentivar o uso

compartilhado da infraestrutura existente, o modelo tende a contribuir diretamente na redução das desigualdades regionais, o que, certamente, viabiliza a interiorização da banda larga de alta capacidade. Portanto, os provedores regionais, protagonistas dessa e xpansão, podem atuar de maneira ainda mais cooperativa com as políticas públicas, ampliando o alcance de suas operações sem comprometer a sustentabilidade financeira e fortalecendo o desenvolvimento econômico local de forma cada vez mais assertiva.

Mesmo que o ritmo de crescimento das redes neutras no Brasil ainda seja gradual, o cenário é consistente. Já é possível perceber que o debate sai do campo das ideias e se traduz em contratos efetivos, integração de sistemas e redes regionais em operação. A consequência é que o foco deixa de ser a posse da infraestrutura e passa a ser a qualidade, a inovação comercial e a experiência do usuário final, sinais claros do amadurecimento do setor.

Mais do que uma inovação tecnológica, as redes neutras representam um movimento de colaboração e reestruturação do ecossistema de conectividade. O desafio agora é transformar a promessa em prática, consolidar a governança e expandir os modelos cooperativos. O futuro da conectividade brasileira será cada vez mais compartilhado, integrado e colaborativo, sustentado por redes neutras e pela confiança mútua entre seus agentes.

Liandro Carniel é Diretor de Comunicação e Marketing da Abrint. Com mais de 18 anos de experiência no setor de conectividade, atuou como diretor do Portal Medianeira, como provedor de acesso à Internet no Paraná, e atualmente também é vice-presidente da ACIMEAssociação Comercial e Empresarial de Medianeira. Tem dedicado sua trajetória à representatividade, aos temas de inovação no mercado e à integração do ecossistema dos provedores regionais no Brasil.

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