Revista Hydro Março | Abril 2024

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Serviço

Guia de bombas

O levantamento detalha informações como materiais (aço, bronze, ferro e plástico), formas de instalação, rotor e sucção, dando ao leitor um panorama completo e abrangente do mercado de fornecedores de bombas.

Especial

IFAT Brasil 2024

A primeira edição da IFAT Brasil – Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos será realizada entre os dias 24 e 26 de abril no São Paulo Expo. Durante o evento, o público poderá conhecer as principais novidades do mercado de saneamento, além de acompanhar palestras com especialistas do setor.

Rede coletora

Impactos causados pelo lançamento de efluentes comerciais sem pré-tratamento Efluentes não domésticos lançados no sistema coletor sem pré-tratamento podem causar obstrução de redes e ramais de esgoto. O artigo mostra o trabalho em conjunto da SAEG com a CODESG para solucionar o problema em Guaratinguetá, SP.

Serviço

Guia de hidrômetros

Este guia inédito apresenta os fornecedores de hidrômetros no país, detalhando informações como tipo, diâmetros, classe e materiais, além de recursos de leitura remota e IoT – Internet das Coisas.

Tratamento preliminar

A presença da areia nas estações de tratamento de esgoto

Um agravante enfrentado pelas ETEs é a afluência de areia fina ao esgoto, uma vez que as unidades utilizam o parâmetro de 0,2 mm como referência para os desarenadores. Assim, são necessárias soluções alternativas para garantir um efluente tratado de melhor qualidade.

Serviço

Guia de produtos para filtração

Confira a oferta atualizada de filtros de água para ponto de uso e entrada, industriais, cartucho, bag, centrífugo e multimídia, com seus respectivos materiais e elementos filtrantes. Também são detalhados produtos para tratamento terciário, desinfecção e desaguamento de lodo (filtro-prensa).

Impermeabilização

Recuperação e proteção de estruturas de concreto sujeitas a ataque químico por água desmineralizada

Reservatórios de concreto que armazenam água proveniente dos processos de ultrafiltração e osmose reversa podem sofrer ataques químicos e deterioração precoce, mas é possível recuperá-los e protegê-los com soluções de impermeabilização adequadas.

Hydro • Março/Abril 2024 03
Capa Foto: Depositphotos www.arandanet.com.br/hydro Seções 06 08 58 62 Carta ao leitor Notícias Conexão Produtos Publicações Índice de anunciantes Saneamento em Pauta 64 64 66 38 18 30 48 52 36 22
Sumário

Editorial

A importância do uso correto da rede de esgoto

As obstruções e vazamentos de esgoto em vias públicas, frequentemente causados pelo uso inadequado das tubulações, representam um dos principais desafios para as empresas de saneamento. Na Sanasa, em Campinas, SP, cerca de 400 toneladas de resíduos sólidos foram coletadas na entrada das estações de tratamento no último ano. Esses resíduos incluíam embalagens de papel e plástico, gordura solidificada, lenços umedecidos, absorventes, preservativos, pedaços de pano, papel higiênico, brinquedos e até fraldas descartáveis. Em Fortaleza, CE, a Cagece removeu mais de 27 mil toneladas de lixo apenas em 2023, encontrando misturas de sucatas, metais e outros resíduos insalubres.

Além do mau cheiro e inconvenientes como bloqueios no trânsito para os serviços de reparo, os vazamentos poluem córregos e rios, atraem pragas urbanas e colocam em risco a saúde pública. Os resíduos sólidos também danificam os equipamentos das estações de tratamento e elevatórias, elevando os custos de manutenção devido ao deslocamento de funcionários e à substituição de peças. Adicionalmente, o retorno dos efluentes aos imóveis pode acarretar sinistros e prejudicar a imagem da empresa, mesmo que a causa não seja de sua responsabilidade.

O artigo publicado na página 30 aborda a questão do lançamento irregular de materiais no sistema coletor e apresenta os resultados de inspeções realizadas pela SAEG, em Guaratinguetá, SP, em estabelecimentos comerciais e industriais que geram efluentes, como gordura e restos de alimentos. As vistorias revelaram a ausência da caixa de gordura para o pré-tratamento adequado. Quando existentes, esses dispositivos eram frequentemente subdimensionados ou não recebiam manutenção necessária, resultando no transporte de resíduos para a rede de esgoto.

No contexto dos esforços para a universalização do saneamento no Brasil, torna-se imprescindível intensificar a fiscalização das redes de esgoto existentes para prevenir o despejo indevido de resíduos sólidos e evitar ligações clandestinas e de águas pluviais, que podem sobrecarregar o sistema e as estações de tratamento. Quando irregularidades são detectadas durante inspeções nos imóveis, os infratores devem ser notificados e multados, caso não haja correção dentro do prazo estipulado.

As intervenções de reparo realizadas pelas companhias tendem a ser soluções paliativas. Para erradicar o problema de maneira efetiva, é essencial promover a conscientização da população. Cabe aos proprietários e responsáveis pelos imóveis assegurar o correto funcionamento da drenagem pluvial e cessar o descarte de lixo e gordura nas redes de esgoto. Somente através da educação e responsabilidade coletiva poderemos alcançar uma solução duradoura para esses desafios.

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Alves de Souza (in memoriam

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A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações

hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.

Hydro • Março/Abril 2024 06
e
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José Rubens

Notícias

Solução da Imerys reduz a corrosão biogênica em estruturas de concreto

Um grande desafio para as empresas de saneamento é a rápida deterioração das superfícies de concreto causada pela corrosão biogênica em estações de tratamento de esgoto, poços de visita, elevatórias e tubulações. Para proteger e reabilitar essas estruturas, a Imerys, empresa global especializada em extração e processamento de produtos minerais para a indústria, com sede na França, está apresentando ao mercado brasileiro uma solução usada com sucesso há mais de 30 anos no exterior, o SewperCoat, uma argamassa 100% de aluminato de cálcio, de fácil aplicação e que garante maior resistência à corrosão, prolongando a vida útil dos ativos e reduzindo significativamente os custos operacionais ao longo dos anos.

Totalmente desenvolvida e patenteada pela Imerys, o SewperCoat já restaurou mais de 3 milhões de metros quadrados em todo o mundo. No Brasil, a área que responde pela comercialização do produto, com escritório e laboratório em Mogi das Cruzes, SP, está realizando testes pilotos com clientes locais.

“O SewperCoat é a barreira definitiva contra a corrosão biogênica em sistemas de transporte e tratamento de esgoto”, diz Andressa Caroline de Assunção Rego, gerente de assistência técnica para infraestrutura e construção civil da Imerys. A deterioração do concreto é causada pela ação do ácido sulfúrico (H2SO4), de pH extremamente baixo, formado pela oxidação do sulfeto de hidrogênio (H2S) na superfície úmida do concreto. O H2S está presente no efluente doméstico pela ação das bactérias anaeróbias. Ao longo do tempo, com a maior ativida-

de das bactérias aeróbias na superfície do concreto, ocorre uma elevação da quantidade de ácido e a redução progressiva do pH, tornando o concreto cada vez mais suscetível à corrosão. “Para cada faixa de pH, existe um grupo de bactérias dominantes. No limite de pH entre 1 e 2, elas chegam a corroer armaduras de aço”, diz Andressa. As bactérias acidófilas são capazes de corroer até 25 mm de concreto por ano e representam um problema sério para os sistemas de esgoto.

Segundo a gerente, ao contrário do cimento Portland comum usado nesse tipo de estrutura, o SewperCoat forma diversas barreiras contra a corrosão. A primeira é a elevada capacidade de neutralização do aluminato de cálcio, a base do produto, em baixos pH. A segunda é a alumina hidratada (AH3), formada a partir da reação dos aluminatos de cálcio hidratados com o ácido sulfúrico, criando uma barreira física estável em pH em torno de 4. A terceira barreira é o efeito bacteriostático do produto, que diminui a atividade das bactérias e, consequentemente, a produção do ácido, como resultado da liberação de íons alumínio da dissolução do AH3 em pH inferior a 3. E, por fim, o pH se estabiliza em níveis de 3-4 e a concentração de ácido permanece em 100 a 1000 vezes menor do que numa superfície típica de concreto cujo pH fica em torno de 1.

“Essa é a grande vantagem de uma argamassa 100% de cimento aluminoso, que mantém o pH fixo e constante e resiste ao ataque da corrosão biogênica”, diz Andressa.

A Imerys tem diversos estudos de caso realizados no exterior. Um deles é o da companhia de Saneamento de Hampton Roads, em Virginia, EUA. O produto foi aplicado pela primeira vez em 1991, criando um revestimento de 7,6 cm em caixas separadoras de 180 × 180 cm. Antes, a superfície com 7 cm do concreto com cimento Portland tinha sido corroída em sete anos com exposição da armadura, com níveis de H2S no ambiente acima de 30 ppm e pH de 1,5. As análises foram realizadas periodicamente e, mesmo após 31 anos de aplicação do SewperCoat, o pH se manteve em torno de 4.

O SewperCoat é uma argamassa composta quase inteiramente (cimento e agregado) de materiais de aluminato de cálcio, pré-preparada e pronta para uso (basta adicionar água), fornecida em sacos. A aplicação é realizada por projeção de baixa pressão e acabamento com espátula e escova. Com cura rápida, o produto pode ser usado em ambiente de esgoto ativo, possibilitando o rápido retorno ao serviço, no dia seguinte.

Com receita de 3,8 bilhões de euros em 2023 e presença em 54 países, a Imerys atua no Brasil desde 1996, com sete fábricas e uma mina em operação, onde realiza extração e transformação dos minerais carbonato de cálcio, caulim e perlita. Segundo Andressa, o momento é especialmente favorável no Brasil com o Marco do Saneamento com vários modelos de negócios coexistindo e em-

Hydro • Março/Abril 2024 08
Aplicação do SewperCoat: cura rápida

presas públicas, estaduais, municipais, privadas e mistas buscando eficiência e competitividade. “A rapidez dos reparos, o menor tempo de parada e a durabilidade das estruturas que recebem a manutenção com o SewperCoat contribuem para atingir esses objetivos”, diz.

A Imerys trabalha com vendas diretas aos clientes a partir do estoque local em uma de suas unidades fabris em Salto, SP. A importação direta por clientes que têm consumo regular pode ser uma alternativa, recebendo o produto dos Estados Unidos. A opção de produção local está sendo estudada, de acordo com o desenvolvimento do mercado.

Imerys – Tel. (11) 2133-3999

Site: https://imerys.com/brazil

DMAE de Porto Alegre desenvolve conexões plásticas para hidrantes para reduzir furtos e vandalismo

Os hidrantes de rua desempenham um papel crucial na proteção contra incêndios, ao possibilitar que os bombeiros conectem as mangueiras à rede de abastecimento para obter água em alta pressão, facilitando o trabalho de combate às chamas. Apesar de sua importância, esses equipamentos são alvo de atos de vandalismo, com destaque para o furto das tampas que fecham as saídas da água e de bujões onde são acopladas as mangueiras.

Em Porto Alegre, RS, dos aproximadamente 1600 hidrantes existentes, cerca de 20% têm tampas, bujões, colunas e até registros furtados ou depredados. O DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgotos de Porto Alegre, órgão responsável pela conser-

vação dos equipamentos, vistoria semestralmente todos os hidrantes de coluna da cidade. Em 2022, foram realizados 219 eventos de conserto ou substituição das unidades. Apesar de o DMAE destinar em torno de R$ 50 mil anuais com a aquisição de peças para reposição, os hidrantes são depredados a qualquer momento e não há garantia de disponibilidade para os bombeiros.

O poliacetal copolímero (POM-C) foi testado com sucesso para a reposição das conexões metálicas

Sem as tampas, o hidrante de coluna não pode ser utilizado em caso de incêndio, pois, depois de aberto o registro no solo, a água não iria apenas para a mangueira usada no combate ao fogo, mas vazaria pelas outras saídas. Os bujões, por serem de latão, têm valor comercial maior que as tampas e são aparafusadas no corpo do hidrante. O furto do bujão, muitas vezes, não ocorre devido à dificuldade de desaparafusar a peça, mas danifica a rosca e inviabiliza o encaixe da mangueira. Quando da necessidade de utilização dos hidrantes, a falta de conexões atrasa a ação dos bombeiros. Ainda, a carência desses elementos acaba estimulando a deposição de materiais diversos dentro dos hidrantes, como areia, pedras e pedaços de madeira, obstruindo a passagem da água. Nessas situações, a operação só é viabilizada mediante a limpeza da coluna.

Diante desse cenário, o DMAE estudou materiais alternativos para a reposição das conexões metálicas, geralmente produzidas em latão, bronze ou ferro. O poliacetal copolímero (POM-C) foi testado com sucesso nos protótipos. Trata-se de um termoplástico reciclável, com estabilidade dimensional e resistência química. Assim, além de não possuir valor comercial, há a

garantia de resistência a intempéries, de robustez suficiente para suportar as solicitações de serviço e de ser inerte, evitando a contaminação da água.

Os testes foram realizados junto com o Corpo de Bombeiros Militar de Porto Alegre, que participou sugerindo melhorias e validando a proposta final das conexões. Como forma de acelerar os testes, as peças de poliacetal foram colocadas nos hidrantes dos quartéis de bombeiros do Pelotão Açorianos e Pelotão Floresta para abastecimento das viaturas de combate a incêndio.

Os materiais desenvolvidos formam um conjunto de conexões para hidrante, sendo uma flange cega DN 60, uma flange cega DN 100, um bujão DN 60 e um tampão DN 60. Optou-se por preservar a cor natural das peças para que, de longe, sejam identificadas como plásticas, a fim de inibir a tentativa de furto.

Após a aprovação pelo Corpo de Bombeiros Militar de Porto Alegre, teve início o projeto piloto para a implantação numa região da cidade com alto índice de furtos de equipamentos urbanos. Foram realizadas licitações pelo DMAE em 2023 que resultaram na aquisição de 166 hidrantes de coluna com conexões de POM-C, fornecidos pela Factum Equipamentos para Saneamento, e 1224 conexões para hidrantes em poliacetal, pela Ricardo S. T. Junior Eireli. Nesse ano, o órgão realizou 258 eventos de conserto ou substituição de hidrantes com conexões do POM-C.

O custo dos hidrantes completos com as conexões em poliacetal apresentou uma redução de 24% quando comparados com as de metal.

09 Hydro • Março/Abril 2024

Segundo o DMAE, as conexões dos hidrantes em POM-C inibem a depredação por não terem valor comercial, diminuindo a necessidade de reposição, melhorando a gestão de serviços e diminuindo os custos de operação e manutenção.

O Corpo de Bombeiros Militar de Porto Alegre informou que, até o momento, não houve nenhuma intercorrência registrada sobre a funcionalidade dos novos tipos de conexão, que tiveram sua instalação iniciada em junho de 2023. “As peças não apresentaram desgaste ou avaria nesse período”, declarou a Corporação.

Os hidrantes urbanos são facilmente identificáveis e estão localizados em pontos estratégicos. Isso permite um acesso rápido e fácil à água para os bombeiros, reduzindo o tempo de resposta e aumentando as chances de controlar o incêndio com eficiência. Mesmo em áreas onde não há fontes naturais de água, como lagos ou rios, os hidrantes urbanos permitem que os bombeiros tenham acesso a uma fonte de água próxima ao local do incêndio. Os hidrantes estendem o alcance do combate a incêndios, fornecendo uma fonte de água confiável, mesmo em áreas re-

Os hidrantes urbanos são regularmente testados e mantidos pelas autoridades responsáveis. Isso garante que estejam em pleno funcionamento e prontos para uso em caso de

emergência. A manutenção adequada dos hidrantes é crucial para garantir sua eficácia.

DMAE – Tel. (51) 3289-0156

Site: https://prefeitura.poa.br/dmae

Sistema com inteligência artificial realiza manutenção preditiva de bombas

A manutenção preditiva dos equipamentos de bombeamento pode evitar falhas e paradas dos sistemas de água e esgoto, elevar a eficiência energética e reduzir custos operacionais. A Pullup, startup fundada em 2012 e estabelecida dentro da Cidade Universitária da USP – Universidade de São Paulo, desenvolveu a solução iGo com IA – inteligência artificial que monitora, alerta e previne problemas nas máquinas.

“Muitas empresas fazem uma manutenção preventiva, analisando ruído e vibração das bombas, de forma manual e com baixa frequência. Um sistema preditivo, ao invés de preventivo, pode detectar falhas em tempo real ou com antecedência e orientar a equipe para foco no problema”, diz Paula Gomez, sócia da Pullup. As falhas em momentos inesperados podem trazer grandes transtornos à empresa, como desabastecimento, elevado tempo de reparo, perdas de máquinas por desgastes que poderiam

Notícias 10 Hydro • Março/Abril 2024
Solução iGo da Pullup, sensores, gateway e supervisório

Notícias

ser evitados, redução de eficiência energética devido ao mau funcionamento dos motores e bombas, riscos de acidentes, deslocamento de equipe para atendimento emergencial e prejuízos financeiros por paradas na atividade principal.

A solução da Pullup é composta por dispositivos sensores capazes de captar temperatura, rotação e ruído dos equipamentos e uma plataforma inteligente que identifica padrões de funcionamento e a necessidade de manutenção. Quando os parâmetros ultrapassam um certo limite, é possível determinar, por meio de análise, se a irregularidade está diretamente relacionada a algum defeito. “Cada irregularidade indica um problema a ser corrigido, como desbalanceamento, folga mecânica, eixo empenado, defeitos no rolamento, problemas na lubrificação, falhas elétricas, engrenagens defeituosas, falhas em polia, desalinhamentos, entre outros”, afirma Paula. Além disso, a análise dos sensores também contribui para evitar o desperdício de energia e desgaste nas peças.

O iGo identifica falhas e desgastes gerados pelo excesso de vibração, temperatura e ruído e, ainda, define o tempo de vida útil do equipamento. “Além da redução dos custos de manutenção, há um aumento na eficiência da produção e segurança nas operações”, afirma.

Os sensores iGo de alta performance em frequência de leitura são colocados em pontos estratégicos das máquinas, transformando as medidas em sinais elétricos, que por sua vez são digitalizados, condicionados a filtros específicos e processados matematicamente para geração de resultados como médias, valores de picos, dosimetrias. Os dados coleta-

dos e processados são enviados para o software de gestão do iGo, que os analisa e consegue assim determinar com antecedência se é necessário fazer uma manutenção da máquina. Os sensores se comunicam com um gateway iGo, que transmite os dados para o software de gestão.

“Cada motor ou bomba tem um comportamento particular. Nosso equipamento permite o treinamento de classificadores por IA - inteligência artificial para cada máquina, otimizando assim os resultados”, afirma.

Os dados são mostrados em um dashboard que permite ver o sistema como um todo ou máquina a máquina. “Ao realizar esse procedimento, há uma redução nos custos de manutenção, já que é possível prever quando é necessária a intervenção de manutenção, além do prolongamento da vida útil dos motores”, diz. Além disso, há um aumento da eficiência das intervenções de manutenção, da disponibilidade dos equipamentos e da confiabilidade operacional.

A Pullup dispõe de uma equipe especializada nas áreas de hardware, firmware, software, aplicativos móveis e prototipagem, além de contar com parceiros para elaboração de design industrial, injeção plástica, manufatura

e homologações, sendo capaz, dessa forma, de desenvolver o projeto desde o conceito até o produto para venda.

Pullup – Tel. (11) 3039-8311

Site: www.pullup.com.br

Netzsch inaugura fábrica de bombas de fusos em Pomerode, SC

ANetzsch Bombas e Sistemas inaugurou no final de março uma nova fábrica no bairro Testo Central, em Pomerode, SC, que compreende um edifício industrial de 5700 metros quadrados e um prédio administrativo de 1800 metros quadrados. A unidade será usada para produzir e abastecer o mercado global com bombas de fuso NOTOS, especialmente projetadas para aplicações exigentes. Além disso, expandirá a capacidade de produção de outras linhas na planta existente em Pomerode.

Além das bombas NOTOS, o portfólio inclui bombas de cavidade progressiva, de lóbulo rotativo, peristálticas e trituradores. “Isso significa que sempre podemos encontrar uma solução personalizada e sofisticada

12 Hydro • Março/Abril 2024
Nova planta fabril da Netzsch

para cada aplicação. Aumentaremos significativamente a capacidade de produção no Brasil. Nossos clientes se beneficiarão de bombas ainda mais potentes e prazos de entrega mais curtos no futuro”, diz Osvaldo Ferreira, diretor geral da Netzsch do Brasil.

Segundo ele, a inauguração é um marco importante nos 70 anos de história da Netzsch Bombas e Sistemas, 50 anos de Brasil e 150 anos da empresa no mundo. O trabalho de construção começou em agosto de 2021 e foi concluído em menos de três anos.

A produção atual de bombas de fuso foi projetada para tamanhos de até 1000 kW, com capacidade para expansão de até 2000 kW. A demanda por bombas de fuso com desempenho potente é excepcionalmen-

te alta no setor de petróleo e gás. “A fábrica NOTOS será o carro-chefe global para a produção de bombas de fuso em todo o Grupo Netzsch e nos permitirá entrar em novos mercados”, diz Ferreira. De acordo com ele, a unidade no Brasil está não apenas estabelecendo novos padrões em termos de capacidade de produção, mas também com relação à sustentabilidade e à eficiência. “A construção da fábrica gerou quase 90 novos empregos na região. Esse passo significativo na longa história da Netzsch enfatiza a expansão contínua da empresa e o objetivo de se tornar o fornecedor preferido de soluções inovadoras para o bombeamento de fluidos complexos”, finaliza.

Netzsch – Tel. (47) 3387-8222

Site: www.netzsch.com.br

Hidroreader comercializa hidrômetros sustentáveis

AHidroreader, empresa com sede e parque fabril em Americana, SP, fabrica hidrômetros sustentáveis para o setor de saneamento. Seus principais clientes incluem autarquias municipais, bem como construtoras e empresas de individualização de água.

Os produtos são concebidos em um parque fabril de 1000 m2, com apenas a etapa de injeção de termobioplásticos realizada externamente. Um dos diferenciais da marca é a preocupação ambiental presente nos processos. “Desde a aquisição da matéria-prima até a injeção e montagem, a Hidroreader garante que todas as fases sejam sustentáveis. Para isso, adotamos energia renovável e logística reversa na reci-

14 Hydro • Março/Abril 2024
Notícias

clagem das soluções”, explica Thiago Zago, sócio-fundador da Hidroreader.

Entre os materiais utilizados nos hidrômetros está a ecopoliamida, um bioplástico extraído a partir da biomassa não alimentar agrícola. Segundo a companhia, sua aplicação reduz em até 50% a geração de CO2 despendida no processo fabril, além de ser mais leve e custar menos que os produzidos em metal. Além disso, o parque de manufatura conta com iluminação por energia solar, reduzindo o consumo de fontes convencionais. Já as embalagens são produzidas com material 100% reciclado e fazem parte do programa Eu Reciclo, em que cada caixa do processo de envio é reaproveitada por cooperativas.

“Ao receber o hidrômetro, o cliente retira os protetores de rosca para instalação, um item que costuma ser descartável. Os da Hidroreader podem ser transformados em hóstias de corte, aplicados em cortes a pedido ou em casos de inadimplência, gerando economia tanto para o usuário como para o meio ambiente”, salienta Zago.

Os produtos estão disponíveis em três linhas: Ecoflux, construído com bioplásticos derivados da palha do milho e disponível para água quente ou fria; Metal, produzidos com carcaça metálica composta de latão e resistente a intempéries; e Woltman, concebida em ferro fundido. As duas primeiras são unijatos e apresentam

modelos com índice de vazão de 0,75 a 5 m3/h na portaria 246 e 1 a 5 m3/h na portaria 155. Já a última está disponível na portaria 155 na opção de 25 a 400 m3/h. Para a instalação, a HidroReader comercializa acessórios como porcas, tubetes, vedações, válvulas de retenção e cavaletes.

As soluções são oferecidas com 12 meses de garantia. Com uma equipe de 50 funcionários, a Hidroreader atende todo o Brasil por meio de representantes e países como Bolívia e Colômbia. Até o final de 2024, o objetivo é entrar nos mercados da Argentina, México e Paraguai para aumentar a sua clientela composta atualmente por mais de 1000 clientes e mais de 1,5 milhão de medidores fabricados.

Hidroreader – Tel. (19) 97171-5620

Site: www.hidroreader.com.br

15 Hydro • Março/Abril 2024
Medidor da linha Ecoflux para água fria

Guias de bombas

Veja onde encontrar os fornecedores de bombas centrífugas e outros tipos para aplicações de água, esgoto e processo, com seus respectivos e-mails e telefones de atendimento ao cliente. O levantamento detalha informações como materiais (aço, bronze, ferro e plástico), formas de instalação, rotor e sucção, dando ao leitor um panorama completo e abrangente do mercado.

Empresa/ Telefone/ E-mail

Plástico

Materiais Aplicações

Aço inox Aço carbono Ferro fundido Bronze Centrífuga Centrífuga tipo vórtex

Tipos de bombas

(1) Submersa Deslocamento positivo Em linha Dosadora Incêndio Lóbulo Diafragma Pistão Peristáltica Engrenagem Submersa de poço Anfíbia (2) Para áreas classificadas Com acoplamento magnético Bomba de vácuo de anel líquido

Montagem Instalação

RotorSucção

Classificação

Aberto Semiaberto Fechado Afogada Autoescorvante Autoaspirante Horizontal Vertical Direta Água Esgoto/efluentes Processo Monobloco Mancalizada Monoestágio Multiestágio

Amanco Wavin 0800 701 8770 atendimento.tecnicoambr@wavin.com •••

Anauger (11) 98362-8269 bombas@anauger.com.br

Atlas Copco (11) 98247-9531 vendasacv@atlascopco.com ••••••••••

Azzomac (51) 3471-5672 vendas@azzomac.com.br

Bomax (11) 4138-8800 bomax@bomax.com.br •

Bombas Grundfos (11) 4393-5533 propostasbr@sales.grundfos.com

Bombas Tetralon (11) 4081-7000 equipamentos@tetralon.com.br

Capua (11) 91308-9368 vendas1@capuaequipamentos.com.br

Dancor (21) 99798-3583 lidiane.brandao@dancor.com.br

Darka IND (11) 95698-3181 vendas@darka.com.br ••••••••

Dosivac (11) 99155-5884 dosivac@dosivac.com.br

EB Bombas (19) 99646-9256 vendas@ebbombas.com.br

Ebara (19) 3641-9100 bauru.ebas@ebara.com •••••••••••••

(1) Para sólidos grandes em ETEs;

(2) Para uso dentro e fora da água

Bomba de polpa Bomba periférica

Serviço Hydro • Março/Abril 2024 18
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Empresa/ Telefone/ E-mail

Ecosan (11) 3468-3800 contato@ecosan.com

Ecotrim (11) 98420-0046 vendas@ecotrim.com.br

EH Bombas (31) 98793-5887 vendas@ehbombas.com.br

Etatron (11) 3228-5774 vendas@etatron.com.br

Famac (47) 99968-5291 comercial@famac.ind.br

Flowserve (21) 98151-2642 vendasbombas@flowserve.com

Fluid Brasil (11) 98242-0185 comercial@fluidbrasil.com.br

Franklin Electric (47) 99960-0858 ana.joao@fele.com

Flowex (11) 4316-0900 vendas6@flowex.com.br

Helibombas (16) 99766-3872 atendimento@helibombas.com.br

Hidrogeron (43) 8808-9328 contato@hidrogeron.com

Higra (51) 3778-2929 contato@higra.com.br

HPP (19) 99617-2707 comercial@bombashpp.com.br

Ideu Tecnologia (11) 2443-0078 contato@ideu.com.br

Improv (19) 98144-1081 contato@improvequipamentos.com.br

ITT (11) 4602-9200 vendas.sp@itt.com

Itubombas 0800 777 5785 contato@itubombas.com.br

KSB (11) 99852-1532 ksbbrasil@ksb.com

Lepono (47) 9761-7160 contato@grupounita.com.br

Master Pump (11) 98332-0239 mp@masterpump.com.br

Materiais Aplicações

Tiposde bombas Montagem Instalação RotorSucção Classificação

Plástico Aço inox Aço carbono Ferro fundido Bronze Centrífuga Centrífuga tipo vórtex (1) Submersa Deslocamento positivo Em linha Dosadora Incêndio Lóbulo Diafragma Pistão Peristáltica Engrenagem Submersa de poço Anfíbia (2) Para áreas classificadas Com acoplamento magnético Bomba de vácuo de anel líquido Bomba de polpa Bomba periférica Aberto Semiaberto Fechado Afogada Autoescorvante Autoaspirante Horizontal Vertical Direta Água Esgoto/efluentes Processo Monobloco Mancalizada Monoestágio Multiestágio

Mega Bombas (51) 99880-2933 megabombas@megabombas.com.br •••••••••••••••

Megapress (11) 4071-6671 comercial@megapress.com.br

(1) Para sólidos grandes em ETEs;

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(2) Para uso dentro e fora da água

Hydro • Março/Abril 2024 19
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Empresa/ Telefone/ E-mail

NeoBortoli (48) 99611-1991 comercial@neobortoli.com.br

Materiais Aplicações Tipos de bombas Montagem Instalação RotorSucção Classificação

Plástico Aço inox Aço carbono Ferro fundido Bronze Centrífuga Centrífuga tipo vórtex (1) Submersa Deslocamento positivo Em linha Dosadora Incêndio Lóbulo Diafragma Pistão Peristáltica Engrenagem Submersa de poço Anfíbia (2) Para áreas classificadas Com acoplamento magnético Bomba de vácuo de anel líquido Bomba de polpa Bomba periférica Aberto Semiaberto Fechado Afogada Autoescorvante Autoaspirante Horizontal Vertical Direta Água Esgoto/efluentes Processo Monobloco Mancalizada Monoestágio Multiestágio

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Netzsch (47) 98831-8003 Info.ndb@netzsch.com ••••••••••••••••••••••••••••••

Omel (11) 97174-7990 vendas@omel.com.br ••••••••••••••

Pro-Int Repres (19) 99763-0554 fpaulo@proint.com.br ••••••••••••••••••••••••••••••

ProMinent (11) 4176-0726 prominent-br@prominent.com ••••••••••••••••••••••••

Provitec (11) 96656-1976 dosologia@provitec.com.br

Pumps Brasil (19) 3859-2626 comercial@pumpsbrasil.com.br

Rudc Bombas (19) 3572-9191 vendas@rudcbombas.com.br

Somar By Schulz (11) 98211-9870 comercial@schulz.com.br

SPV Hidrotécnica (11) 94071-0574 vendas@spvbomba.com.br

Sulzer (11) 4589-2100 vendas.sp@sulzer.com

Tecitec (11) 99984-1865 nilson@tecitec.com.br

(1) Para sólidos grandes em ETEs; (2) Para uso dentro e fora da água

20 Serviço Hydro • Março/Abril 2024
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Empresa/ Telefone/ E-mail

Texius (51) 3371-7701 texius@texius.com.br

Materiais Aplicações

Tiposde bombas Montagem Instalação RotorSucção

Classificação

Plástico Aço inox Aço carbono Ferro fundido Bronze Centrífuga Centrífuga tipo vórtex (1) Submersa Deslocamento positivo Em linha Dosadora Incêndio Lóbulo Diafragma Pistão Peristáltica Engrenagem Submersa de poço Anfíbia (2) Para áreas classificadas Com acoplamento magnético Bomba de vácuo de anel líquido Bomba de polpa Bomba periférica Aberto Semiaberto Fechado Afogada Autoescorvante Autoaspirante Horizontal Vertical Direta Água Esgoto/efluentes Processo Monobloco Mancalizada Monoestágio Multiestágio

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Vallair Airfluid (11) 99300-0252 contato@vallair.com.br •••••••••••••••••••••••••••••• Vazflux (11) 99374-9376 roberto.silvestre@vazflux.ind.br

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Vogelsang Brasil (17) 99601-7611 bras.venancio@vogelsang.com.br ••••••••

Watson Marlow (11) 97190-1247 info.br@wmfts.com ••••••••

Weir Minerals (11) 2448-9200 brazil@mail.weir ••••••••••••••••••••••••••••

(1) Para sólidos grandes em ETEs; (2) Para uso dentro e fora da água

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 247 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, março e abril de 2024. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Hydro • Março/Abril 2024 21
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IFAT Brasil 2024 acontece em abril em São Paulo

A primeira edição da IFAT Brasil – Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos será realizada entre os dias 24 e 26 de abril no São Paulo Expo. Durante o evento, o público poderá conhecer as principais novidades do mercado de saneamento, além de acompanhar palestras com especialistas do setor.

Um dos mais antigos e tradicionais eventos do mundo do setor de meio ambiente e saneamento chega ao Brasil em 2024, mais precisamente entre os dias 24 e 26 de abril em São Paulo. A primeira edição da IFAT Brasil acontece em um momento de expectativa para o mercado. Segundo um levantamento com base em dados de órgãos públicos e empresas privadas feito pela Messe Munchen do Brasil, organizadora da feira, até 2033 o setor tem potencial de receber recursos da ordem de R$ 580 bilhões.

Essa perspectiva positiva é resultado do novo modelo de negócios na área, definido pelo Marco Legal do Saneamento, promulgado em julho de 2020, que trouxe facilidades para criação de instrumentos financeiros e processos de concessões privadas regulamentados para garantir segurança jurídica e lucratividade para os operadores, atraindo investidores privados nacionais e internacionais.

Realizada em conjunto com a M&T Expo, feira de máquinas e equipamentos para construção e mineração, a IFAT Brasil terá mais de 10 mil m2 de exposição e mais de 100 expositores, abrangendo todos os segmentos do saneamento (água, esgoto, drenagem

e recuperação de resíduos). O evento também contará com um Pavilhão de Inovação em parceria com a ISLE Utilities, agência de inteligência com foco em inovações no setor hídrico. Empresas com projetos inovadores terão a oportunidade de participar de um programa de incubação de seu produto, recebendo suporte para capitalização e expansão de comercialização pelas plataformas fornecidas pela ISLE Utilities. Já na área de conteúdo, estão programados mais de 15 painéis temáticos de congresso que discutirão questões como a regularização do mercado de saneamento, IA - Inteligência Artificial para gestão de água e esgoto e panorama do saneamento na América Latina.

A entrada na feira é gratuita. O credenciamento pode ser feito pelo site https://ifatbrasil.com.br/. Acompanhe a seguir algumas das novidades apresentadas pelos expositores.

Hydro • Março/Abril 2024 22 Especial

Acqua Expert

O Sister – Sistema de Tratamento de Efluente e Reúso da Acqua Expert é uma solução modular destinada a tratar efluentes industriais complexos e esgoto sanitário de pequenas populações. A tecnologia tem como base o MBBR – Moved Bed Biofilm Reactor, processo que utiliza biofilmes aderidos a suportes móveis dentro de um reator e permite remover poluentes orgânicos, com vantagens como menor demanda de manutenção, consumo mínimo de energia e instalação compacta.

Site: www.acquaexpert.com.br

Ambiensys

A Ambiensys mostrará o SIGRA, um sistema para gerenciamento de resíduos capaz de emitir MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos de forma automática e integrada com diversos órgãos

ambientais do Brasil. Apresenta módulos como gestão de documentos, solicitação de coleta, dashboards de gestão de resíduos e mapa interativo de lojas.

Site: www.sigra.com.br

B&F Dias

A B&F Dias irá lançar as unidades piloto de ultrafiltração e osmose reversa. Desenvolvidas para garantir a seleção eficiente de processos de tratamento como recuperação de água, são construídas em skids de aço inoxidável, podem ser implementadas imediatamente com seu sistema plug and play e oferecem monitoramento online em tempo real.

de lodo submerso projetado para decantadores em ETAs – Estações de Tratamento de Água.

www.biosis.eco.br

Cetrel

Os gêmeos digitais da Cetrel são desenvolvidos pelo DC&I - Digital Center & Innovation, setor da companhia com foco em soluções digitais e inovação. Na IFAT, a empresa exibirá gêmeos digitais de ETAs – Estações de Tratamento

Site: www.bfdias.com.br

Biosis

A Biosis exibirá uma nova versão do protótipo do BioWasserTrack, removedor

de Água, ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes, áreas contaminadas e plantas industriais.

Site: www.cetrel.com.br

24 Hydro • Março/Abril 2024
Especial

EBP Brasil

A EBP Brasil oferece diversos serviços voltados ao setor de saneamento, como projetos de remediação ambiental, instalação e operação de ETAs – Estações

de Tratamento de Água, modelagem matemática de águas subterrâneas e estudos de impacto ambiental.

Site: www.ebpbrasil.com.br

Eureciclo

Criado em 2016, o selo Eureciclo tem o objetivo de promover impacto

clagem. Ele indica que as marcas que o estampam em seus rótulos valorizam e investem no trabalho da reciclagem, destinando 22%, 100% ou 200% do volume de embalagens vendidas no país.

Site: www.eureciclo.com.br

FAMAC

A FAMAC Motobombas exibirá as novas bombas da linha FBS-NG nas potências de 10 a 30 CV. Projetadas para bombear fluidos contendo sólidos de 50 a 90 mm,

danos ao equipamento, são construídas em ferro fundido, parafusos, alça, eixo em aço inox e pintura epóxi eletrostática, apresentando maior resistência à corrosão e abrasão.

Site: www.famac.ind.br

FTR

O Elvis Indy Water é um SaaS – Software as a Service que permite monitorar ETAs – Estações de Tratamento de Água e ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto a partir de um único local. A solução contribui para a otimização de custos, melhora o controle da manutenção e operação de

25 Hydro • Março/Abril 2024

para possíveis problemas. Comercializado pela FTR.

Site: https://elvisindywater.com/

GEMÜ

As válvulas diafragma de passagem plena (reta) GEMÜ 656, da GEMÜ do Brasil, apresentam baixa perda de carga e manutenção, sendo possível a instalação de acessórios como posicionadores, indicadores de posição, solenoide piloto, volante de emergência. Devido a sua geometria plena, é possível revestir os corpos com uma grande gama de “elastômeros” (borrachas) que atenda a fluidos corrosivos ou abrasivos, em especial aqueles com sólidos em suspenção ou que se cristalizam, como lamas, polpas, pastas, lodo, efluentes domésticos ou industriais. São voltadas para aplicações em ETAs – Estações de Tratamento de Água, ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto, mineração e fertilizantes.

Site: https://www.gemu-group.com/pt_BR/

GF FGS

A válvula borboleta 565 tipo Lug, da GF FGS, pode ser usada como uma válvula de final de linha que permite aos sistemas de tubulação serem desmontados em um lado. O procedimento facilita a manutenção e a operação de filtros, tanques e outras instalações. Seu

corpo é feito de plástico que a protege contra corrosão e abrasão, reduzindo o peso total em comparação com o metal.

Site: www.gfps.com/br

Hidro Solo

Os blocos PLUVITEC Master, da Hidro Solo, são um fundo de fluxo confinado para filtros de areia em estações de tratamento de água. Entre suas principais

características estão o funcionamento com ou sem ar como auxiliar na retrolavagem, eliminação de fundo falso e incremento da eficiência do filtro de areia.

Site: https://hidrosolo.com.br/

Hidrodomi

O CLIM NANO, da Hidrodomi, é uma solução aquosa de nanopartículas inorgânicas que contribui para o tratamento de efluentes em ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto. Segundo a companhia, a solução pode ser aplicada em qualquer estágio do tratamento.

Equipamentos, é uma estação elevatória de esgoto que não utiliza poço úmido, pois está interligada diretamente na linha hidráulica de chegada. A solução apresenta características como baixa necessidade de manutenção, range variado de vazão e possibilidade de instalação em calçadas e arruamento.

Site: www.improvequipamentos.com.br

Matryx

A Matryx levará produtos e serviços voltados para o tratamento de efluentes industriais. O portfólio inclui soluções como floculantes, coagulantes orgânicos, líquidos, especiais e sólidos, bem como antiespumantes e removedores de cor.

Netzsch

Site: www.matryxpq.com.br

Site: www.hidrodomi.com

Improv Equipamentos

O SBL – Sistema de Bombeamento em Linha para Efluente Bruto, da Improv

A bomba de lóbulos rotativos TORNADO T1, da Netzsch, possui uma ampla variedade de aplicações nas áreas de meio ambiente e energia devido à sua separação espacial entre a bomba e a caixa de engrenagens, a sua flexibilidade de materiais construtivos, ampla faixa de modelos e possibilidade de alcance de grandes vazões em tamanhos compactos.

Site: www.netzsch.com.br

26 Hydro • Março/Abril 2024
Especial

NM2 Tecnologia Ambiental

A BR Ecosystem, da NM2 Tecnologia Ambiental, é uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto compacta e modular

embarcada em um contâiner marítimo de reúso sustentável. A solução é capaz de atingir níveis de remoção de DBO ≥ 95% e devolverágua de reúsoclasse 1.

Site: www.nm2.eco.br

Prensmaq

A Prensmaq exibirá a Prensa de Caçamba 70T com bomba dupla. Sua força de

compactação de 70T proporciona fardos de alta densidade, pesando até 600 kg no papelão e até 350 kg no PET (sem ar). A caçamba de abastecimento, em conjunto com o sistema de duplo bombeamento, traz grande produtividade à prensa, proporcionando uma produção de até 2400 kg/h no papelão e 1400 kg/h no PET.

Site: https://prensmaq.com.br/

ProMinent

O destaque da ProMinent fica por conta do turbidímetro DULCO Turb C, com recursos como medição em banco óptico (via cubeta) e limpeza ultrassônica automática, proporcionando alta precisão em análises de processo. A memória interna USB possibilita armazenar dados de 1 ano de medição, e as saídas Modbus RS485 ou 4-20 mA e dois relés de alarme

permitem automatizar o sistema e controlar a qualidade da água. Oferece tempo de resposta de 5 a 500 segundos (ajustável) e pressão de entrada de 13 bar.

Site: www.prominent.com.br

Sigma

A Sigma, juntamente com suas parceiras Acemax, Aquaconsult e Binder, possui uma solução avançada de aeração baseado em controle automático através de IA - Inteligência Artificial, combinado com difusores de bolhas ultrafinas de alta performance. Segundo a companhia, o sistema é capaz de atingir reduções de consumo energético maiores

que 50% quando comparada aos sistemas tradicionais de difusores EPDM e controle baseasado no oxigênio dissolvido e válvulas do tipo borboleta.

Site: http://www.sigma.ind.br/

28 Hydro • Março/Abril 2024
Especial

Swan

O AMI SAC254, da Swan Instrumentos

Analíticos, é um monitor online para medição contínua da absorção ultravioleta (UV) no comprimento de onda de 254 nm. Apresenta recursos de amostragem manual integrada, verificação e calibração.

Site: https://brasil.swan.ch/

Tequaly

A Tequaly exibirá diversas soluções voltadas para o setor de saneamento,

como ETAs – Estações de Tratamento de Água, ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes e ETACs – Estações de Tratamento de Águas Cinzas.

Site: www.tequaly.com

Vibropac

O filtro de disco da Vibropac pode ser aplicado em processos terciários de tratamento de efluentes, em indústrias papeleiras, purificação de água de processo e recirculação em torre de resfriamento.

A solução trabalha com vazão mínima de 10 m³/h e máxima de 500 m³/h,

a depender da abertura da malha, que pode variar de 10 a 250 µm.

Site: https://vibropac.com.br

Vogelsang

A linha

XRipper de trituradores de materiais grosseiros da Vogelsang subtitui as grades mecanizadas nas elevatórias. Disponíveis nos modelos XRC-SIK, XRP e XRG, podem trabalhar submersos e dispensam a retirada de material, limpeza de gradeamento e movimentação de caçambas com os materiais triturados na elevatória, os quais seguem o fluxo do processo livre de problemas, sendo recolhidos na estação de tratamento.

Site: www.vogelsang.com.br

29 Hydro • Março/Abril 2024
Impactos causados pelo lançamento de efluentes

comerciais sem pré-tratamento

Ailton César Teles de Barros e Anderson Antônio dos Santos, da SAEG - Companhia de Serviços de Água, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá; Laércio Andrade dos Santos, Gláucia Mara dos Santos Vieira e Mariovaldo José Batista, da CODESG - Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá

O lançamento de efluentes não domésticos ao sistema coletor sem realizar o pré-tratamento pode causar obstrução de redes e ramais de esgoto. As caixas de gordura são fundamentais para evitar o carreamento dos resíduos para a infraestrutura coletora, vazamentos e retorno para os imóveis. Mas a maior parte das edificações comerciais não tem o dispositivo e quando ele existe, é subdimensionado ou falta manutenção. O artigo mostra o trabalho conjunto da SAEG com a CODESG, de Guaratinguetá, SP, para enfrentar e resolver o problema.

Aocorrência dos problemas na infraestrutura coletora de esgoto, detectados pelas equipes da manutenção e fiscalização, deve-se à baixa conscientização da população quanto ao uso correto da rede coletora de esgoto. Materiais impróprios são introduzidos na rede, dificultando a operação do sistema [1].

O resíduo oleoso gerado na edificação entra na tubulação por problemas de subdimensionamento ou falta de manutenção da caixa de gordura (CG), ou até mesmo a sua completa ausência. A caixa de gordura precisa ser limpa periodicamente, de forma a não ocorrer a passagem do material para a rede coletora de esgoto [1].

Guaratinguetá é um município localizado no estado de São Paulo, no Vale do Paraíba, a 178 km da capital, em que boa parte das edificações não possui sequer caixa de inspeção (CI). A população carece também de unidades ou dispositivos complementares de instalação hidrossanitária (IHS), como a caixa de gordura.

Diante dos diversos problemas constatados no sistema coletor municipal, foi possível detectar que parte dos empecilhos são ocasionados pela deficiência nas instalações sanitárias dos empreendimentos comerciais e industriais, tornando-se necessária a proposição de adequação por parte da concessionária municipal aos proprietários ou responsáveis pelos imóveis.

Metodologia

O trabalho consistiu na quantificação dos principais serviços demandados na área de esgotamento sanitário no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2023 em Guaratinguetá; avaliação dos quantitativos de serviço mais demandados, considerando os cenários geral (total), anual e mensal; descrição dos problemas detectados nos vários estabelecimentos industriais e comerciais; e a apresentação das ações adotadas, uma vez ocorridas a notificação e orientação técnica por parte da concessionária.

Hydro • Março/Abril 2024 30
coletora
Rede

2544(54,85%)2149(57,63%)2149(55,26%) (55,26

2612 (41,78%)

1026(16,41%) 026(16795(17,14%)

795(1560(15,02%)

572(14,71%) (14,71

406 (6,49%)500(10,78%) 8%)

361(9,68%)444(11,42%) 2%)

425(6,80%)

270(5,82%)

70(5,8300(8,05%)

243(6,25%)

243(6,248(3,97%)150(3,23%) ,23%) 127(3,41%) 69 (1,77%)296(4,73%)

212(4,57%) (4,57%141(3,78%)189(4,86%) (4,86 107(1,71%)1(0,02%)55(1,47%)74(1,90%)56(0,90%)29(0,63%)10(0,27%)9(0,23%) Desobstrução

Resultados

A figura 1 mostra os serviços mais demandados no SES – Sistema de Esgotamento Sanitário de Guaratinguetá. Já a figura 2 retrata um problema encontrado em um restaurante. As figuras 3 a 7 apresentam as soluções adotadas, mediante orientação técnica da concessionária, para o pré-tratamento dos efluentes em estabelecimentos comerciais e industriais, a fim de evitar problemas de obstrução em sistema coletor.

Análise e discussão

Na figura 1, é possível notar que o serviço de desobstrução em rede coletora/ramal domiciliar é bem superior em comparação às demais atividades. Foram diversas vistorias realizadas em estabelecimentos comerciais e indus-

Comprimento

Compartimento 01

(C1)

Largura

Compartimento 04

(C4)

triais causadores de problemas ao sistema coletor, percebendo-se a ausência de infraestrutura de pré-tratamento dos efluentes gerados de variados tipos, de acordo com a atividade-fim dos empreendimentos. Visualizaram-se também unidades de pré-tratamento existentes, mas de forma subdimensionada ou em locais de difícil acesso para limpeza/manutenção.

As soluções adotadas para a realização do pré-tratamento dos efluentes variaram, desde as mais simples e de baixo custo até as mais complexas e onerosas. No fim, todas culminaram no atendimento desejado para o não lançamento de material não condizente no sistema coletor.

As figuras 3 e 4 representam os croquis de modelos de unidades de pré-tratamento desenhados

Compartimento 03

(C3)

Compartimento 02

(C2)

Legenda

Legenda 02:

C1: retenção do material mais grosseiro por densidade

C4: efluente mais clarificado para lançamento na infraestrutura coletora

C1

para cada situação, de acordo com o espaço visualizado in loco. Já as figuras 6 e 7 trazem os croquis desenhados sobre o espaço disponível em alguns empreendimentos, de forma a apresentar uma alternativa possível de construir e fazer a unidade de pré-tratamento. A figura 5 mostra o princípio de funcionamento da unidade de pré-tratamento, ou seja, o processo de clareamento do efluente uma vez adentrado no dispositivo. Por densidade dos materiais constituintes no efluente, a fração mais leve ficará suspensa, enquanto a parte mais pesada (água) fluirá nos

L1

Compartimento 01

(retenção em maior percentual por densidade)

Compartimento 02

C2 C3

Compartimento 03

(efluente clarificado)

Legenda 01: Tubo PVC DN 100 mm p/ entrada do efluente

Tê PVC DN 100 mm como sifão

Alvenaria de concreto (espessura 9 cm)

Fluxo do efluente dentro da caixa

Legenda 02:

C1: comprimento 1,50 m

C2: comprimento 1,00 m

C3: comprimento 0,50 m

L1: largura 1,00

31 Hydro • Março/Abril 2024
Fig. 1 – Representação percentual e numérica ano a ano dos serviços demandados. Fonte: SAEG, 2023 Fig. 2 - Tamanho de unidade retentora de óleo incompatível com a vazão e qualidade do efluente gerado em um restaurante. Fonte: SAEG, 2023 Fig. 3 - Caixa retentora de óleo proposta ao empreendedor (modelo 1). Fonte: SAEG, 2023 Fig. 4 - Caixa retentora de óleo proposta ao empreendedor (modelo 2). Fonte: SAEG, 2023
50% 40% 30% 20% 10% 0%
60%
/ ramal Vazamento de esgoto Afundamento Quantidade de demandas
de
sanitário de
anual dos serviços mais demandados Limpeza de fossa Manutenção de PV - Poço de Visita Ligação de esgoto Vistorias diversas Substituição de ramal Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022 Ano 2023
em rede
Sistema
esgotamento
Guaratinguetá Histórico
entrada
PVC
01: Tubo PVC DN 100 mm p/
do efluente Tê
DN 100 mm como sifão Alvenaria de concreto (espessura 9 cm) Fluxo do efluente dentro da caixa

vários compartimentos até ingressar no sistema coletor da concessionária.

Salienta-se três situações para o uso do dispositivo: a) a largura mínima adotada nos casos práticos foi de 1 m. A depender da vazão do efluente, será necessária medida superior; b) Ao iniciar a operação, é importante que o primeiro compartimento (maior dimensão) esteja parcialmente com água. Isso fará com que o óleo fique retido logo que adentrar; c) Quanto a peça de PVC na montagem do sifão, é opcional a utilização do Tê ou da curva. Não irá alterar o funcionamento da retenção do óleo, mas deve-se priorizar a utilização do Tê devido à facilidade em visualizar eventual material sendo carreado de um compartimento para outro, alertando a necessidade da realização da limpeza.

O prazo instituído pela concessionária para a adequação foi de 60 a 90 dias. Alguns estabelecimentos cumpriram a meta em um prazo superior, estando no radar dos fiscais da concessionária.

Os materiais a serem utilizados na construção/adequação do sistema de pré-tratamento ficaram descritos em manifestação técnica elaborada pela concessionária, suplementar à notificação, e entregue ao representante do empreendimento que ficou a cargo de utilizar equipamento pré-moldado ou moldado in loco, desde que a finalidade fosse atendida em fase operacional (retenção do material oleoso e/ ou particulado do efluente).

Diversos representantes de edificações não compreendiam que era de sua responsabilidade a realização do sistema de pré-tratamento do efluente, demandando tempo adicional para o entendimento da descrição em lei/ decreto/normativa, que descreve a importância da execução do dispositivo e a atribuição dos custos.

Conclusão

Foi constatada a necessidade em ter uma equipe exclusiva para a realização das vistorias e/ou inspeções aos empreendimentos comerciais e industriais, assim como aplicar as notificações ou termos de não conformidade (TNCs) para as infrações detectadas. A não conformidade técnica na edificação contribui para o lançamento do efluente em desacordo com as normativas legais, ocasionando problemas na infraestrutura coletora (obstrução e vazamento), além de poder vir a prejudicar o tratamento (a depender do material lançado na rede).

Uma vez instaladas as unidades de pré-tratamento nas edificações, conforme orientação da concessionária, é necessário programar as vistorias de rotina para certificar que tais unidades estão passando por limpeza (sucção do material retido) por parte do proprietário ou responsável pelo empreendimento. Essa programação evita o chamado “apagar incêndio”, ou seja, agir apenas quando ocorre a obstrução da rede coletora.

A concessionária poderia apenas ter entregue a notificação ao responsável pelo empreendimento, discriminando a irregularidade e a urgente necessida-

Compartimento 02 Compartimento 03

de de saná-la. Mas os técnicos foram além: elaborou-se manifestação técnica descrevendo o problema, citando as normativas legais da infração cometida, realização do pré-dimensionamento da unidade necessária para a instalação da solução e acompanhando da execução das obras. Tais ações complementares garantiram a segurança aos empreendedores quanto à resolução de forma assertiva.

Uma vez concluída a obra, foi explicada a cada representante dos estabelecimentos comerciais e industriais a necessidade da realização da limpeza (remoção do material acumulado) em intervalos regulares, de forma a evitar a ineficiência do sistema de pré-tratamento e aflorar o problema. Ficou a cargo de cada empreendimento avaliar o tempo mínimo necessário, de acordo com a característica do efluente e vazão de ingresso no sistema construído.

Como recomendação, sugere-se o incremento de instrumentos passíveis de adoção em caso de reincidência, de forma a inibir novos problemas e, uma vez constatada a infração, dar celeridade às ações corretivas por parte dos proprietários e/ou responsáveis legais das edificações notificadas. Os instrumentos consistem em suspen-

32 Hydro • Março/Abril 2024
coletora
Rede
Tubulação interna da edificação oriunda da cozinha
Resíduo oleoso retido por densidade Material particulado sedimentável Efluente bruto Efluente parcialmente clarificado Efluente clarificado Resíduo oleoso retido por densidade
Alças móveis para levantamento das tampas dos compartimentos h1: 5 cm h2: 5 cm hmín: 1 m Tubo + Tê PVC DN 100 mm Interligação com ramal domiciliar Bloco de concreto (esp.: 9 cm) Concreto magro (esp.: 5 cm) C1: 1,50 mC2: 1,00 m Ctotal: 3,00 m C3: 0,50 m
Fig. 5 - Princípio de funcionamento do clareamento do efluente na caixa retentora de óleo. Fonte: SAEG, 2023
Compartimento 01

Rede coletora

são do fornecimento de água ao imóvel reincidente (sem água, não será gerado esgoto) e, em caso de nova incidência, a aplicação de multa (valor a ser estudado). Para tais medidas, serão necessárias a consulta e anuência da agência reguladora em atuação no município (Arsesp), a fim de dar segurança jurídica e evitar problemas futuros.

Outra medida necessária é a realização de campanhas educativas, seja via meios digitais (site da empresa e redes sociais), ou presencial, com a realização de palestras nas escolas, além da entrega de cartilhas aos clientes solicitantes dos vários serviços nos escritórios de atendimento.

Um desafio para a fiscalização são as atividades comerciais em residências (bolo, fritura, etc.), que se intensificaram no período da pandemia, tornando difícil a identificação via rede coletora. Alguns casos são identificados quando ocorre obstrução em ramal domiciliar, em que é observado o material causador do impedimento e conhecimento da razão econômica na edificação.

É importante salientar que as soluções adotadas foram variadas, tendo em vista o tipo de efluente gerado e o espaço interno existente para a construção/adequação do sistema de pré-tratamento. Por falta de espaço na área interna em alguns empreendimentos, fez-se uso da calçada (ou passeio) para a instalação do sistema de pré-tratamento. Não há descritivo em legislação municipal sobre a vedação ou proibição da execução desse tipo de infraestrutura no passeio. Para tanto, tendo em vista a passagem de moradores do entorno ao imóvel ou transeuntes, foi descrita na manifesta-

ção técnica a necessidade da utilização de material (livre escolha, tendo em vista o custo envolvido) que evitasse acidentes em momento futuro com os pedestres.

A NBR 8160:1999 – Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário, subitem 4.2.6.1, descreve a caixa de gordura como dispositivo complementar de instalação em edificações, a depender do tipo de efluente gerado. A normativa é bem clara quanto à obrigação da retenção da gordura uma vez instalado o dispositivo, assim como ter a capacidade de acumulação do resíduo oleoso entre as operações de limpeza sem que haja o carreamento durante o funcionamento/operação. As dimensões da unidade retentora de óleo é livre por parte do projetista na fase de dimensionamento, tendo como fator limitante o espaço em área interna ou externa para a posterior execução.

O objetivo das vistorias e fiscalizações nos variados estabelecimentos passíveis de geração de efluente não sanitário tem como objetivo fazer valer os Artigos 19-A e 19-B do Decreto Estadual São Paulo nº 8468/1976, sobre a necessidade da realização do

pré-tratamento aos efluentes líquidos, exceto os de origem sanitária, antes de lançá-los na infraestrutura coletora. A necessidade de ações de fiscalização aos empreendimentos deve-se não apenas ao atendimento legal e ao ótimo funcionamento da infraestrutura coletora, mas também evitar eventual retorno de esgoto em imóveis usuários do sistema coletor que apresente obstrução. Esse problema pode desencadear em sinistros, podendo a empresa ter que desembolsar valores financeiros elevados de forma desnecessária, além de danos à imagem da concessionária por problema não ocasionado por ela, vindo a ser acionada em juízo.

Referências

[1] Melo, J. V. S. Os impactos causados por aportes indevidos de rejeitos na rede coletora de esgoto do Distrito Federal. Disponível em https://tinyurl.com/5xvw88yu.

[2] Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8160: Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário – Projeto e execução. P. 6. Rio de Janeiro, 1999.

[3] Braga, B. el at. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

34 Hydro • Março/Abril 2024
Fig. 6 - Representação da caixa retentora de óleo a ser executada em passeio (modelo 1). Fonte: SAEG, 2023 Fig. 7 - Representação da caixa retentora de óleo a ser executada em passeio (modelo 2). Fonte: SAEG, 2023

Guia de hidrômetros

Este guia inédito apresenta os fornecedores de hidrômetros no país, detalhando informações como tipo, diâmetros, classe e materiais, além de recursos de leitura remota e IoT – Internet das Coisas. Com o avanço do marco do saneamento e necessidade de reduzir perdas de água, medidores de alta precisão devem ser cada vez mais procurados pelas companhias.

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Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Serviço Hydro • Março/Abril 2024 36
Tipo Classe de exatidão 1 Classe de exatidão 2
50 a DN
> DN
Modbus
Pulso Corrente Comercial Industrial Residencial
Metálico Plástico Metálico Plástico Pintura Outras
Eletromagnético Volumétrico Velocimétrico Ultrassônico Unijato Multijato Woltmann Água quente Água fria DN 15 a DN 40 (rosca) DN
300
300 Lora WAN SigFox NarrowBand SMS Celular GPRS Radiofrequência Protocolo
Protocolo Mbus
Corpo externo Revestimento interno
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A presença da areia nas estações de tratamento de esgoto

Um agravante enfrentado pelas ETEs é a afluência de areia fina ao esgoto, uma vez que as unidades utilizam o parâmetro de 0,2 mm como referência para os desarenadores. Como as partículas que costumam chegar são menores, elas acabam depositadas em unidades subsequentes do tratamento, ocasionando deficiência no processo e avarias nos equipamentos. Assim, são necessárias soluções alternativas para amenizar o problema e garantir um efluente tratado de melhor qualidade e eficiência na operação.

Para garantir o nível de eficiência desejada em uma ETE - Estação de Tratamento de Esgoto, é primordial que todas as unidades envolvidas no processo (tratamento preliminar, primário, secundário e terciário) operem adequadamente, sem influências de materiais particulados como, por exemplo, a areia incorporada ao esgoto afluente.

O tratamento preliminar consiste na remoção de sólidos grosseiros, areia e gordura, mediante operações físicas de gradeamento, peneiramento, sedimentação e retenção; na degradação de óleos, graxas e sólidos flutuantes (escuma), pelo tratamento biológico (reator de degradação de gordura); e no tratamento adequado dos gases produzidos nessas unidades [4].

Historicamente, o tratamento preliminar sempre foi visto como a parte do processo considerada menos “nobre”, o que pode gerar grandes prejuízos. Os desarenadores (responsáveis pela remoção da areia) chegam a custar quase um terço do custo operacional total de uma ETE [9]. Além disso, o custo associado à manutenção e operação de equipamentos para

bombeamento, manuseio e transporte de lodo contendo material abrasivo (areia e pequenos pedregulhos) chega a quintuplicar, em relação às despesas de um lodo livre desse tipo de material.

A falta de estudos aprofundados na área relaciona-se à inexistência de métodos padronizados para determinar a eficiência de, no mínimo, um desarenador. Experiências realizadas revelaram não ser necessário quantificar todos os materiais passíveis de remoção em desarenadores, uma vez que um equipamento capaz de remover grãos de areia de tamanho maior ou igual a 0,2 mm (200 µm) removerá também a maior parte do material que ocasiona problemas operacionais nas ETEs.

Assim, a aceitação dessa afirmativa estabeleceu como “parâmetro” de controle nas unidades de desarenação a quantidade de areia e, mais precisamente, 0,2 mm (200 µm) como a menor granulometria que deve ser removida nos desarenadores.

A carência metodológica para quantificação do material a ser removido e o desconhecimento da distribuição granulométrica da areia presente no esgoto dificulta as negociações entre

Hydro • Março/Abril 2024 38 Tratamento preliminar
Nayara Batista Borges, Cleber Fernando de Souza, José Geraldo Sartori Brandão, José Guilherme Perí Rocha e Antonio Carlos Mansoldo, da Engecorps Engenharia

fornecedores de desarenadores e seus clientes (municipalidades e companhias de saneamento), uma vez que não há comprovação da eficiência desses produtos.

A falta de um tratamento preliminar sólido e eficiente desencadeia uma série de problemas ao longo do processo de tratamento de esgoto, como dano ou obstrução dos equipamentos subsequentes; redução da confiabilidade e da deficiência de todo o processo; e/ou contaminação das tubulações [6]. No caso da areia, o material abrasivo que deveria ser retido na entrada da estação passa a permear por etapas do processo que não deveria.

A operação de equipamentos com superfície de metal muito próximas, como trituradores, centrífugas, grades finas, bombas diafragmas de alta pressão e trocadores de calor, depende, essencialmente, da ausência de areia. Assim, sua remoção também é necessária para produzir um produto adequado à disposição final em aterro, livre de todo material sedimentável, tanto no período normal de operação da ETE quanto nos picos de vazão, além de minimizar os impactos nos corpos receptores, principalmente devido ao assoreamento.

Com a constatação da heterogeneidade da areia incorporada ao esgoto, é possível indicar a grande variação dos parâmetros quantitativos e qualitativos como possível responsável por problemas operacionais dos desarenadores, uma vez que os projetistas tomam como base valores típicos encontrados na literatura exterior. É de extrema importância que cada estação de tratamento de esgoto faça o levantamento das características principais do esgoto (DBO, DQO, fósforo, nitrogênio e sólidos) e que se conheça o resíduo a ser removido no

desarenador a partir de ensaios com peneiras de diferentes aberturas e quantificação do material retido.

Areia

Fração Peneira (mm)

Sabesp em 2009

Porcentagem retida em cada peneira (%)

ETE Bichoró EPC Vila Zilda ETE Média

MongaguáGuarujáBertioga

Seixo4,0000,32000,11

Grânulo 2,8000,14000,05

Já em 2009, a Sabesp realizou ensaios de caracterização granulométrica, indício de que o problema causado pela areia nas estações de esgoto não é uma novidade. O objeto de estudo na época foram os resíduos retidos em três desarenadores da região litorânea de São Paulo: ETE Bichoró, de Mongaguá; EPC Vila Zilda, do Guarujá; e ETE Bertioga, localizada no município homônimo. Os resultados obtidos nesse estudo estão agrupados na tabela I.

Silte

2,0000,390,040,010,15

Muito grossa 1,4000,230,370,010,2

1,0000,742,020,120,96

Grosso0,0310,790,890,970,88

Médio0,0200,330,610,50,48

Fino0,0060,220,340,270,28

Muito fino0,0040,110,250,160,17

Argila<0,0040,861,260,70,94

Fonte: Adaptado Consórcio Engecorps-SHS, 2018

neas. Há registros de acúmulo de areia em estações em localidades distantes do litoral, como a ETE Limoeiro, de Presidente Prudente, SP (figura 1).

A Sabesp aponta a inexistência de parâmetros práticos de monitoramento dos processos relacionados à caixa de areia como responsável pelas operações deficientes e o acúmulo excessivo de areia, tanto nessas unidades como nas subsequentes.

O estudo indica possíveis problemas relacionados à remoção da areia e os correlacionam com aqueles apontados pela Cagece - Companhia de Água e Esgoto do Ceará. São eles:

• Inexistência de dados regionais de taxas de aplicação de areia em zonas de praia.

• Baixa produtividade de remoção de areia utilizando equipamentos do tipo Clamshell, no caso da EPC Vila Zilda.

• Comportas (stop logs) de caixas de areia de pequeno porte não isolam os canais com eficiência.

O problema não é exclusivo das regiões litorâ-

Etapas do sistema de remoção de areia de uma ETE

A quantidade de areia a ser removida deve ser decidida caso a caso, pois depende das características do esgoto que adentra a estação e do nível requerido para proteger os processos e equipamentos. A característica determinante para a areia chegar às ETEs é a sua velocidade de sedimentação,

39 Hydro • Março/Abril 2024
Tab. I – Distribuição granulométrica dos resíduos removidos nos desarenadores de ETEs da região litorânea do Estado de São Paulo conforme estudo realizado pela
Grossa 0,7101,265,080,262,2 0,5002,143,190,672 Média 0,3502,141,091,181,47 0,2503,92,252,532,89 Fina 0,17721,717,153,8610,91 0,12542,2439,8213,6231,89
fina 0,08821,634,4669,7441,93 0,0620,881,165,362,47
Muito
Fig. 1 – Areia fina acumulada no tanque de aeração da ETE Limoeiro – Presidente Prudente, SP. Fonte: Sabesp, 2009

Tratamento preliminar

que varia de acordo com o ponto de entrada no sistema de coleta e da posição na estação.

A presença dos agentes tensoativos (ATAs), que são partículas de matéria orgânica que se aderem às partículas de areia, é, na maioria das vezes, menor do que as previsões em projeto e o impacto observado é o aumento da partícula de areia. Considerando que a gravidade específica da areia limpa seja constante, então sua velocidade de sedimentação aumenta proporcionalmente ao tamanho das partículas. Entretanto, o efeito de flotação dos ATAs faz com que a velocidade de sedimentação da areia independa de sua dimensão. Assim, a areia fica suspensa e passa pelos sistemas de remoção e se deposita nos tanques de aeração. Quando expostos à atividade biológica, os ATAs se decompõem e as partículas com elevada densidade se depositam rapidamente, o que ocasiona o acúmulo excessivo de areia nos reatores biológicos.

O fluxograma apresentado na figura 2 ilustra as etapas e processos de um sistema de remoção de areia completo:

• Separação: geralmente realizada em caixas de areia independentes e projetadas para separar por processo físico as partículas de areia das partículas orgânicas que são mais leves. Usualmente, as caixas de areia localizam-se entre as grades e os reatores biológicos, a fim de evitar que os resíduos gradeados prejudiquem a operação e a manutenção dos equipamentos de remoção de areia. Porém, em estações de tratamento em que há trituradores, as caixas de areia devem se posicionar a montante, para impedir o desgaste nas lâminas cortantes.

• Lavagem: após a separação da areia, parte do material orgânico pesado ainda permanece, podendo atingir 50%

ou mais de sua composição antes da lavagem, o que ocasiona um odor desagradável e atrai insetos e roedores. Para reduzir esse efeito, são utilizadas lavadoras de areia, que proporcionam um segundo estágio de separação dos sólidos voláteis e podem resultar em uma areia limpa com conteúdo de sólidos voláteis inferior a 20% e reter, no mínimo, 95% da areia sedimentável.

Um sistema de lavagem de areia é equipado com jato de água e apresenta, usualmente, separadores de hidrociclone, que são instalados na entrada do lavador para potencializar a eficiência do processo. Há dois tipos no mercado: um opera com um raspador inclinado submerso, que proporciona a agitação necessária para a separação do material orgânico da areia e simultaneamente a eleva a um ponto de descarga acima da superfície da água, através de uma rampa; e outro, que consiste de um parafuso sem fim inclinado para transportar a areia até o topo da rampa.

• Desaguamento: após a lavagem, a areia limpa deve ter toda a água livre que ainda está incorporada à sua massa extraída por meio de secagem, que pode ser natural ou com a utilização de estufas agrícolas, ou dispositivos mecânicos (geralmente incorporados ao sistema de lavagem), cujo objetivo é obter uma areia limpa e seca, com uma concentração de sólidos totais maior que 60% e reter, no mínimo, 95% da areia sedimentável.

O excesso de água removido da areia resultante desse processo também é enviado para estações elevatórias de recirculação e volta para o processo de tratamento e desinfecção.

• Disposição final: depois de limpa e seca, a areia é tipicamente dispos-

ta em aterros sanitários, lixões ou até mesmo sem nenhum cuidado nos jardins das próprias ETEs ou estradas não pavimentadas (valas), taludes, erosões, etc.

O transporte até o destino da areia pode ser realizado por caminhões, cujo carregamento é realizado via unidades de armazenamento de areia elevadas, dotadas de comportas de descarga pelo fundo ou baldes de coleta operando em um sistema de monotrilhos. Para distâncias pequenas, uma esteira pneumática pode ser utilizada ao invés do caminhão.

Nos casos em que não se utiliza caixa de areia para a desarenação do esgoto, a areia é removida por bombeamento de quantidades diluídas de lodo primário para um desarenador de ciclone, que atua como um separador centrífugo, no qual as partículas de areia e de sólidos são separadas pela ação de um vórtice, sendo descarregadas separadamente de partículas leves e da massa do líquido [6].

Objetivo

Avaliar a eficiência de remoção da areia no tratamento preliminar. Para tanto, foi realizado um estudo de caso em 10 ETEs da Baixada Santista, onde foram coletadas amostras em três pontos distintos: no tratamento preliminar (desarenadores, canais de gradeamento); nos tanques de aeração

40 Hydro • Março/Abril 2024
da areia Inluente
da areia
da areia Excesso de água removida da areia Esgoto com areia sedimentável removida Água contendo matéria orgânica removida da areia
da areia
Fig. 2 – Principais etapas e processos de um sistema de remoção de areia completo. Fonte: Adaptado de [6]
Separação
Lavagem
Desaguamento
Disposição final

Tratamento preliminar

(reatores biológicos); e nos tanques de contato. Posteriormente, realizaram-se ensaios de granulometria para caracterizar a porcentagem e diâmetro da areia.

Metodologia

ETEs da Baixada Santista

As ETEs aqui estudadas englobam Bertioga, Guarujá, Cubatão, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, no litoral de São Paulo.

Até 1999, os sistemas de esgotamento sanitário dos municípios da Baixada Santista, em sua maioria, não possuíam ETEs, mas apenas Estações de Pré-Condicionamento (EPCs), nas quais o efluente passa pelo tratamento primário, constituído de peneiramento e caixa de areia, passa por desinfecção e é lançado no mar por meio de emissários. Porém, essa prática vem sendo cada vez mais questionada pela Cetesb e por órgãos ambientais, que forçam e exigem a adoção de um tratamento secundário.

Assim, com o intuito de melhorar as condições sanitárias do litoral paulista, foi criado pelo Governo de São Paulo em parceria com a Sabesp, o Programa de Recuperação Ambiental da Região Metropolitana da Baixada Santista

Entrada de esgoto bruto

Tratamento preliminar

Grade mecanizada - calha Parshall

Desarenador

Lodo Lixiviado

Desidratação de lodo

Pré-adensamento - centrífuga

RS

4 – As imagens (a) e (b) referem-se a dois reatores biológicos da ETE Barigui; (c) ETE Bichoró, revelando a areia acumulada no canal de by-pass, localizado ao lado do gradeamento; e (d) desarenador da ETE Guapiranga, também com elevada quantidade de areia presente na unidade. Fonte: Consórcio Engecorps-SHS, 2018

(Onda Limpa). O objetivo é garantir a despoluição das praias e, para isso, tem como meta alcançar 90% de coleta e tratamento do esgoto local.

A implantação do programa foi dividida em etapas, e a primeira foi finalizada em 2013. O atendimento dos Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) da Região Metropolitana da Baixada Santista teve um salto de 55% para 66%, sendo tratados 100% dos esgotos coletados. Desde então, para se atingir a meta estabelecida de 90% de coleta e 100% de tratamento de todo o efluente, novos estudos, projetos e obras foram e estão sendo desenvolvidos.

RS Aterro

Tanque de aeração

Desinfecção (tanque de contato)

Sistema de cloração Aterro

As novas ETEs resultantes do Programa Onda Limpa são o objeto de estudo desta pesquisa, sendo que todas tiveram seu funcionamento iniciado entre 2010 e 2011.

Resumidamente, o esgoto é recalcado diretamente para a unidade de

tratamento preliminar da estação, passando pelas grades finas mecanizadas, pela calha Parshall e pelos desarenadores. Em seguida, é encaminhado para os tanques onde ocorre o tratamento com lodos ativados em batelada.

Os resíduos sólidos e as areias retidos no gradeamento e no desarenador são enviados para o aterro em Cubatão. Na figura 3, apresenta-se o fluxograma de processo de tratamento das estações.

O Consórcio Engecorps-SHS foi contratado para realizar os projetos de ampliação e melhoria nessas estações, visto que o projeto da primeira etapa de implantação foi finalizado. Desse modo, foram levantados os problemas atuais enfrentados pelas ETEs. Em todas elas, a maior vilã é a areia, que aflui incorporada ao esgoto e se acumula nas unidades do tratamento.

A figura 4 ilustra as estações de tratamento de esgoto da Baixada Santista completamente tomadas pela areia.

A fim de obter mais informação e caracterizar esse material, foi solicitado

42 Hydro • Março/Abril 2024
Fig. 3 – Fluxograma de processo de tratamento das ETEs da Baixada Santista. Fonte: Sabesp Fig.
(a) (b)
(c) (d)

à Geocoring Serviços de Sondagens e Ensaios Geotécnicos que realizasse en saios de granulometria para determinar o tamanho e a variação da gramatura das partículas presentes no efluente. A partir desses dados, tornou-se pos sível identificar soluções para reduzir significativamente a quantidade de areia que chega às estações e facilitar o trabalho dos operadores.

Ensaios de análise granulométrica das ETEs da Baixada Santista

Os ensaios de análise granulomé trica das ETEs da Baixada Santista fo ram realizados pela Geocoring entre julho e setembro de 2018. Ao todo fo ram coletadas 24 amostras, seguindo os procedimentos previstos na NBR 6457/2016 [1].

Coleta da areia

Foi realizada pelos próprios opera dores da Sabesp, sob orientações e tutoria de profissionais do consórcio. O procedimento de coleta consistiu das seguintes etapas:

• Em cada unidade (tratamento preli minar, tanque de aeração e tanque de contato), foram coletadas aproxima damente 4 kg de areia.

• A areia foi colocada em um balde (um para cada coleta) e foram acres centados cerca de 8 litros de água po tável e 50 ml de hipoclorito de sódio, a 12% de concentração.

• Na sequência, a amostra foi homo geneizada e ficou reagindo por aproxi madamente 30 minutos. Depois des se período, o sobrenadante foi descar tado e a areia despejada em uma lona plástica, que foi armazenada na sala de painéis para secagem.

• Depois de secas, as amostras foram alocadas em sacos plásticos devida mente identificados e entregues à Ge ocoring para ensaios em laboratório.

Hydro • Março/Abril 2024 43

Tratamento preliminar

Na figura 5 é possível identificar os procedimentos realizados: (a) areia coletada pelo operador na caçamba do desarenador; (b) aplicação de hipoclorito de sódio para desinfecção da areia; (c) aspecto da areia após a aplicação do hipoclorito de sódio, indo para descanso de 30 minutos; (d) descarte do sobrenadante após o descanso; (e) despejo da areia em lona plástica para secagem na sala de painéis; (f) areia espalhada aguardando a secagem.

Ensaios de análise granulométrica

Foram realizados segundo as recomendações e procedimentos descritos na NBR 7181/2016 [2], passando pelas seguintes etapas:

• As quantidades das amostras foram tomadas, preparadas de acordo com a NBR 6457 e suas massas secas foram medidas.

• O material foi passado na peneira de abertura 2 mm, tomando-se a precaução de desmanchar os torrões eventualmente existentes.

• O material retido nessa peneira foi lavado e seco em estufa a 105°C/110°C, até constância da massa. Em seguida, foi submetido a um peneiramento grosso.

Resultados

Durante a etapa de peneiramento, observou-se que o material tem comportamento friável, ou seja, os grãos quebram-se facilmente quando submetidos à energia. Além disso, muitas amostras apresentaram elevado teor de matéria orgânica.

Não foram realizados ensaios de sedimentação, uma vez que, nos resultados obtidos, não foram observados

valores maiores que 5% passando na peneira #200 (0,074 mm).

Ressalta-se ainda que algumas amostras não foram ensaiadas, por apresentarem material particulado de baixa densidade ou elevado teor de matéria orgânica.

Os resultados granulométricos das amostras ensaiadas fornecidos pela Geocoring foram separados em três setores distintos, de acordo com o local de coleta da areia: tratamento preliminar (amostras coletadas nas unidades de gradeamento e desarenadores), tanque de aeração (amostras provenientes dos reatores biológicos) e tanque de contato. Estabeleceu-se então, uma curva granulométrica média para cada setor, englobando todas as ETEs (figura 6).

É possível notar que as curvas apresentam comportamento semelhante e a maior parcela dos resíduos ficou retida entre as peneiras 0,149 e 0,074 mm de abertura. Para refinar a caracterização da areia, foram realizados novos

44 Hydro • Março/Abril 2024
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
Fig. 5 – Etapas do procedimento de coleta e preparo das amostras. Fonte: Consórcio Engecorps-SHS, 2018 Fig. 6 – Curva granulométrica média por setores analisados. Fonte: Autores Curva granulométrica por setor analisado
Tratamento
0,01 0,1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1 10 100 Retido
(%) Passante acumulado (%)
Diâmetro dos grãos (mm) preliminar
acumulado
Tanque de aeração Tanque de contato

Tratamento preliminar

ensaios de granulometria para cinco amostras com a utilização da peneira #140 (0,105 mm de abertura), não prevista no ensaio descrito em norma, com peneiras de abertura ¾”, ½”, 3/8”, #4, #10, #40, #50, #100, #140 e #200. Verificou-se que a maior parte da areia avaliada apresenta diâmetro de 0,1 mm (média de 53,3% ficou retido na peneira de 0,1 mm).

Análise e discussão dos resultados

Tab. II – Comparativo entre tipos de desarenador

Caixa de areia tipo “vortex” Caixa de areia aerada Caixa de areia quadrada

• Requer pouco espaço

• Pequena perda de carga

Vantagens

• Alta eficiência na remoção de areia, inclusive de granulometria mais simples

• Partes mecânicas submersas não necessitam de manutenção

• Fornecedores do equipamento detêm o projeto desta unidade

Desvantagens

• Nas unidades providas de agitadores pode ocorrer acúmulo de trapos nas hélices

• Problema com compactação da areia retida, o que requer equipamentos de alta pressão para ressuspensão e remoção da areia

Fonte: [5], [7] [8]

Os resultados permitem concluir que, de fato, o material afluente às ETEs apresenta grande volume das partículas com diâmetro menor do que aquele utilizado como parâmetro para dimensionamento das unidades de desarenação, de 0,2 mm, resultando no mau funcionamento dos desarenadores e complicações de operação. Além disso, os operadores afirmam que, com as chuvas, a quantidade de areia incorporada ao esgoto aumenta, indicando possíveis ligações pluviais clandestinas na rede coletora.

Uma maneira de reduzir o problema seria aumentar a capacidade do sistema de desarenação, com a implantação de mais unidades de remoção, como caixas de areia ou outras tecnologias. Como a maior parte das estações avaliadas têm instaladas caixas de areia do tipo quadrada, geralmente em pares, a instalação de mais uma ou duas caixas similares às existentes pode garantir uma retenção maior das partículas, já que a taxa de aplicação superficial será reduzida.

Atualmente, a norma prevê que os desarenadores apresentem taxa entre 600 e 1300 m3/m2.dia para remoção

• Comporta grandes variedades de vazão

• Pequena perda de carga ao longo do tanque

• Baixo teor de matéria orgânica putrescível da areia removida

• As condições sépticas podem ser eliminadas ou reduzidas pela pré-aeração, garantindo melhor desempenho das unidades subsequentes

• Maior consumo de energia elétrica

• Maior valor de investimento

• Maior complexidade operacional e maior demanda de manutenção devido ao sistema de aeração

de partículas superiores a 0,2 mm. A construção de novas unidades garante taxas menores que 600 m3/m2.dia, que reteriam partículas de dimensão inferiores a 0,2 mm. Além disso, com um maior número de unidades de desarenação é possível aumentar a flexibilização da operação e esgotar unidades cheias de areia para limpeza sem prejudicar a eficiência das ETEs. Porém, por questões espaciais, como disponibilidade limitada de área para a construção de outras caixas, ou dificuldade de se fazer a interligação entre os sistemas existentes e novos, essa solução pode se tornar inviável.

Devido à dificuldade em retirar partículas mais finas (entre 100 e 200 micra), o que também pode levar à deposição conjunta de matéria orgânica particulada, foram consideradas outras tecnologias de remoção de areia, além da caixa quadrada, como caixa de areia aerada e os desarenadores do tipo vórtice.

Tendo em vista a operação mais complexa e maior custo operacional das caixas de areia aeradas e desarenadores do tipo vórtice, optou-se por manter a caixa de areia quadrada. Na

• Pequena perda de carga

• Mecanismo de limpeza de operação simples, contínua e de fácil manutenção

• Mecanismos de acionamento e rolamento acima do nível d’água

• Braços raspadores simples e robustos

• Não há necessidade de controlar o escoamento

• Ocupa área maior, comparado às demais alternativas

• Pode ocorrer deposição de matéria orgânica junto com areia. Neste caso, faz-se necessário instalar lavador de areia

• Em unidades rasas, o raspador de fundo pode provocar perda de sólidos

tabela II são apresentadas as principais vantagens e desvantagens das soluções.

Outra maneira de amenizar o problema é prever dispositivos que facilitem a limpeza da areia acumulada nas unidades a jusante dos desarenadores. No caso das ETEs em questão, foram previstos meios dos operadores adentrarem nos reatores biológicos, como instalação de escada marinheiro com guarda-corpos e bocas de inspeção com diâmetro de 1000 mm, além de bags de mantas geotêxteis capazes de receber e desaguar a areia, a fim de torná-la própria para disposição em aterro.

Verificou-se também o potencial de utilização desse material para emprego em concreto. De acordo com [3], a distribuição granulométrica deve atender aos seguintes limites: o módulo de finura da zona utilizável inferior deve estar compreendido entre 1,55 e 2,5 mm, sendo o intervalo de 2,2 a 2,9 mm considerado como zona ótima de utilização. Os resultados demonstram que não é possível a utilização do material acumulado nas ETEs como agregado miúdo, uma vez que o máximo valor encontrado para

46 Hydro • Março/Abril 2024

o módulo de finura das amostras analisadas foi de 1,57 mm.

Por último, aponta-se como solução melhorar a operação do sistema como um todo, através da programação e realização de manutenções preventivas e corretivas nas unidades, equipamentos e redes coletoras, para impedir que ligações clandestinas afluam às ETEs.

Como considerações finais, reforça-se a urgência no desenvolvimento de novas pesquisas voltadas ao assunto. Alerta-se sobre a necessidade de reavaliar e desenvolver tecnologias capazes de quantificar a capacidade de remoção do material retido nos desarenadores, e por fim, enfatiza-se a importância de conhecer e caracterizar os resíduos que afluem às ETEs, pois só assim será possível melhorar o tratamento e, por consequência, a qualidade dos corpos receptores e de todo o entorno.

Referências

[1] ABNT NBR 6457: Amostras de Solo – Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização – Método de Ensaio. Rio de Janeiro. 2016.

[2] ABNT NBR 7181: Solo – Análise Granulométrica. Rio de Janeiro. 2016.

[3] ABNT NBR 7211: Agregados para concreto –Especificação. Rio de Janeiro. 2009.

[4] Borges, N.B. Aproveitamento dos resíduos gerados no tratamento preliminar de estações de tratamento de esgoto. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação e Área de Concentração em Hidráulica e Saneamento – Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2014.

[5] Jordão, E.P.; Pessôa, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. 4a ed. Rio de Janeiro: Segrac, 2005.

[6] Metcalf, Eddy. Tradução: Ivanildo Hespanhol, José Carlos Mierzwa. Tratamento de efluentes e recuperação de recursos. 5a ed., Porto Alegre: AMGH, 2016.

[8] Water Environment Federation. Design of municipal wastewater treatment plants. Water Environment Federation of Practice, no 8, 4a ed., vol. 2. Alexandrina, USA: Water Environment Federation and American Society of Civil Engineers, 1998.

[9] Wilson, G.E. Is There Grit in Your Sludge? Civil Engineering Magazine, vol. 55, no 4, Abr./ 1985.

[10] Silva, M.F., Carvalho, E.H.: Otimização do tratamento preliminar da ETE Goiânia. Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte. ABES. 2007.

[11] Tomiello, E.C.: Análise dos resíduos sólidos de desarenador do tratamento preliminar de esgotossanitários da Cidade de Maringá – PR. Dissertação de Mestrado em Engenharia Urbana. Universidade Estadual de Maringá, 2008.

[7] Prado, G.S. Concepção e estudo de uma unidade compacta para tratamento preliminar de esgoto sanitário composta por separador hidrodinâmico por vórtice e grade fina de fluxo tangencial. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, 2006.

Trabalho originalmente apresentado no 30º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 17 a 19 de setembro de 2019, em São Paulo.

47 Hydro • Março/Abril 2024

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50 Serviço Hydro • Março/Abril 2024
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•••••••••••••••••••••••••••••••••••• (1) Fibra de polipropileno

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 275 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, março e abril de 2024. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Hydro • Março/Abril 2024 51
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Recuperação e proteção de

estruturas

de

concreto

sujeitas a ataque químico por água desmineralizada

Reservatórios de concreto que armazenam água proveniente dos processos de ultrafiltração e osmose reversa podem sofrer ataques químicos e deterioração precoce devido à redução da alcalinidade do material, lixiviação e redução da resistência mecânica. Mas é possível recuperar e proteger essas estruturas com soluções de impermeabilização adequadas.

O tratamento de efluentes para reúso em indústrias é uma prática que vem aumentando no Brasil. O maior projeto em operação é o Aquapolo Ambiental, que realiza o tratamento de esgotos domésticos da ETE ABC, da Sabesp, para fornecer água de reúso para o Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá, SP. Na etapa final, parte da água já ultrafiltrada é desviada para polimento por osmose reversa. A água desmineralizada é armazenada em tanques enterrados de concreto armado que, devido à hidrólise, sofrem perda de sua pasta de cimento. O artigo apresenta uma solução de cristalização do concreto para os tanques de água ultrafiltrada e de pintura base epóxi para os tanques de osmose reversa, a fim de obter impermeabilidade, resistência química e maior durabilidade nessas estruturas.

Introdução

Nas ETEs os efluentes tratados são armazenados em reservatórios de plásticos especiais ou de concreto, que necessitam de impermeabilidade

e, em alguns casos, resistência química elevada. O concreto, em contato com água e oxigênio, pode sofrer manifestações patológicas. Para evitar essa situação, é preciso realizar a impermeabilização das estruturas, que também retêm os fluidos dentro do tanque e aumentam a durabilidade, reduzindo a necessidade de intervenções para recuperação e reparo ao longo dos anos.

Em estruturas de concreto em contato com a água final tratada por eletro-

Hydro • Março/Abril 2024 52 Impermeabilização
Rafaela Sebben Eckhardt e Ulisses Mendes Grizotti, Consultores técnicos da Penetron Brasil Fig. 1 – Deterioração da pasta – lixiviação. Fonte: Autores (2022)

Impermeabilização

-osmose, por exemplo, há também necessidade de proteção química atrelada à impermeabilidade, pois a pasta do concreto sofre uma deterioração acelerada pela hidrólise dos componentes. A água pura gerada nesse processo contém pouco ou nenhum íon de cálcio. Assim, quando em contato com a pasta de cimento, que possui alto teor de cálcio, tende a se equilibrar, ou seja, a água irá consumir o cálcio do cimento, lixiviando-o e reduzindo a resistência mecânica do concreto remanescente.

Objetivos

Este trabalho descreve a metodologia de recuperação e proteção das estruturas de concreto em contato com água ultrafiltrada e sujeitas ao ataque químico por água desmineralizada, gerada do tratamento de esgoto para reúso em indústrias. A definição das soluções adotadas foi feita com base na análise dos fluidos finais armazenados nas estruturas, em contato direto com a superfície de concreto.

Com capacidade de até 1000 L/s, o Aquapolo é o maior empreendimento para a produção de água de reúso industrial da América do Sul, inaugurado em 2012. O processo coleta parte do esgoto tratado pela Sabesp, que passa por uma bateria de filtros, seguido de processos biológicos anóxico e aeróbio por meio de reator biológico tipo carrossel e separação física do lodo ativado com membranas de ultrafiltração. Por fim, parte da água é desviada para polimento final por osmose reversa, que gera a água desmineralizada. As características das águas geradas ao final dos tratamentos estão ilustradas na tabela I. A baixa condutividade da água de osmose reversa é justificada pela reduzida concentração de minerais são eles os responsáveis pela condutividade elétrica, e não a água em si.

Água

ultrafiltrada Água de osmose reversa

pH 6,5 a 7,5

Temperatura 20°C a 30°C

Condutividade 400 a 700 µS/cm 10 a 50 µS/cm

Cloro livre <0,2 mg/L

Sulfeto <1 mg/L

Amônia <1 mg/L

A osmose reversa é necessária porque parte da água é utilizada para o resfriamento de caldeiras industriais. O processo evita os depósitos de minerais nas tubulações metálicas, que causam corrosão e incrustação, reduzindo a produtividade e a vida útil do sistema.

A desmineralização da água ocorre em tanques de concreto, que acabam sofrendo ataque químico e deterioração precoce devido à redução da alcalinidade do material, lixiviação da pasta e redução da resistência mecânica.

De acordo com Mehta e Monteiro [5] na pasta de cimento Portland bem hidratada, os compostos da hidratação do cimento estão equilibrados com a solução de poros de alto pH, tendo um pH final entre 12,5 e 13,5. Em contato com a água desmineralizada, que possui pH entre 5,5 e 6,5, ocorre uma redução da alcalinidade da pasta, que será exponencial em função do pH do fluido agressivo e da permeabilidade do concreto, sendo o CO2 livre o principal responsável por essa redução.

Em águas puras ou desmineralizadas, tem-se pouco ou nenhum cálcio. Então, em contato com o concreto, que apresenta alto teor do produto químico, inicia-se um processo de equilíbrio, com a dissolução dos produtos de hidratação do cimento, que contém cálcio. O hidróxido de cálcio é o mais suscetível à hidrólise dada a sua elevada solubilidade. Esse processo faz com ocorra a lixiviação e que a maior parte do cálcio seja consumida (figura 1).

Segundo Ekström [2], quando um material sólido é lixiviado, sua porosidade aumenta e a concentração de íons

54 Hydro • Março/Abril 2024
Tab. I – Características das águas. Fonte: Aquapolo 2020

hidroxila diminui. Consequentemente tem-se um aumento da permeabilidade e lixiviação. Sua resistência sofre redução, justificada pela remoção de cálcio. O C-S-H (silicato de cálcio hidratado) é o principal componente da pasta de cimento (50% a 60%) e o principal responsável pela resistência mecânica.

Além da deterioração da estrutura, o consumo de cálcio pela água pura gera uma alteração na qualidade da água final, que incorpora os minerais extraídos da pasta de cimento.

O tratamento por ultrafiltração também ocorre em tanques de concreto enterrados. Porém, mesmo sem sofrer o ataque químico da hidrólise, o concreto sofre com a água comum, que traz contaminantes como cloretos, sulfatos e carbonatos para o interior do reservatório, que geram fissuras, deslocamentos e perda superficial da pasta, reduzindo a durabilidade da estrutura e demandando manutenção constante.

Os tanques existentes tinham cerca de 40 a 50 anos de idade, porém entraram em uso a partir de 2011/2012. A impermeabilização era de argamassa polimérica, que já apresentava

Dessa forma, foram determinadas soluções técnicas visando o reparo das manifestações patológicas e posterior impermeabilização adequada para cada tipo de estrutura, levando-se em consideração o curto período para a execução das soluções, sem impactar o processo de produção e armazenamento.

Soluções

A solução adotada foi o sistema de cristalização capilar integral autocicatrizante no tanque de água ultrafiltrada, para dar estanqueidade e durabilidade à estrutura. Segundo Lema, Moraes e Ourives [3], o sistema penetra no concreto e forma uma estrutura de cristais insolúveis de silicato de cálcio hidratado (C-S-H) e carbonato de cálcio (CaCO3) modificados nos poros, capilares e fissuras do concreto com abertura de até 0,5 mm em uma profundidade variável de acordo com a porosidade do concreto, pressão do fluido, etc., reduzindo a permeabilidade do concreto. Além disso, tem alta resistência química e alcalinidade. É

vas existentes e que possam surgir de até 0,5 mm. Além disso, é uma solução de baixa emissão de carbono.

No tanque de osmose reversa, dado o ataque químico causado pela água desmineralizada em materiais cimentícios, foi necessário aplicar membrana epóxi sem solventes, capaz de formar uma barreira física impermeável com alta resistência química e suportar o ataque da água sem deterioração, além de não permitir as trocas químicas que afetem a qualidade da água final.

A primeira etapa da recuperação se deu por meio da preparação da superfície dos tanques com hidrojateamento de alta pressão para remoção do con

55 Hydro • Março/Abril 2024
Fig. 2 – Remoção da camada de concreto deteriorado. Fonte: Autores (2022)

Impermeabilização

sível identificar as manifestações patológicas existentes e então definir e confirmar os tratamentos necessários para cada tanque, com o objetivo de recuperar, proteger e impermeabilizar as estruturas em concreto.

As falhas no concreto e os elementos passantes das estruturas foram tratados com a argamassa de reparo estrutural com cristalizante (figura 3).

Nos tanques de água ultrafiltrada foi realizada a proteção por cristalização capilar integral com pintura em toda a área de piso, parede e teto sobre a superfície saturada seca, o que agilizou a execução por não necessitar o aguardo da secagem do substrato. Após a aplicação (figura 4) foi realizada cura úmida por cinco dias e então colocado em teste de carga estendido para ativação do sistema de cristalização por 28 dias.

Durante a ativação, os cristais insolúveis iniciam sua formação e penetração na estrutura de formagradativa até a estrutura atingir a permeabilidade zero. Após a validação do sistema, a estrutura foi liberada para sanitização e uso.

Nos tanques de água de osmose reversa foi necessário realizar a recomposição do concreto lixiviado com aplicação de argamassa tixotrópica de reparo estrutural, a fim de garantir o cobrimento da armadura. Após 24 horas de cura úmida, foi liberado para aplicação da membrana epóxi por rolo (figura 5).

Conclusão

Há alternativas de sistemas de impermeabilização que fornecem uma maior vida útil para as estruturas hidráulicas de concreto, por meio da proteção contra os agentes agressivos. Há também sistemas de impermeabilização com alta proteção química, que estão constantemente evoluindo e melhorando o desempenho.

Dessa forma, é necessário realizar análise prévia dos fluidos que estarão em contato com a estrutura de concreto, a fim de possibilitar uma tomada de decisões que atenda à proteção necessária, forneça a durabilidade desejada e viabilize a execução.

O artigo apresentou uma solução de cristalização do concreto armado para os tanques de água ultrafiltrada e de pintura base epóxi para os tanques de água de osmose reversa, a fim de obter impermeabilidade e resistência química necessárias para proporcionar uma maior durabilidade nessas estruturas, que sofrem perda da pasta de cimento causada pela hidrólise.

Referências

[1] Cruvinel, K.A.S. et al.: Reúso de água a partir de efluentes de estações de tratamento de esgotos para irrigação de pastagens na bacia hidrográfica do rio Meia Ponte. Gesta, v. 9.

[2] Ekström, T. Leaching of concrete: Experiments and modelling. Lund University, 2001. Report TVBM-3090.

[3] Lema, D.; Moraes, E.F.S.; Ourives, C.N.: Durabilidade das estruturas pela impermeabilização por cristalização integral do concreto Revista Concreto & Construções – Ibracon.

[4] Lenhard, D.C. et al. Foto-oxidação catalítica aplicada ao tratamento de efluentes para obtenção de água para reuso na indústria têxtil. Holos Environment, v.10, 2021.

[5] Mehta, P.K; Monteiro, P.J.M. Concreto – Microestrutura, propriedades e materiais. Ibracon. 2014.

[6] Torres, D.M. et al. Tratamento de efluentes e produção de água de reúso para fins agrícolas. Holos. Ano 35, v.8, e9192, 2019.

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Fig. 4 – Aplicação da argamassa autocicatrizante. Fonte: Autores (2022) Fig. 5 – Aplicação da resina epóxi. Fonte: Autores (2022) Fig. 3 – Tratamento das falhas no concreto. Fonte: Autores (2022)

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Tecnologia LoRa para telemetria de pressão

Omonitoramento e a operação de redes de abastecimento de água são atividades essenciais para garantir a qualidade e a eficiência do serviço prestado aos consumidores. Uma nova abordagem que tem se mostrado eficaz é a utilização de telemetria para monitorar a pressão em pontos críticos da rede. O monitoramento de pressão em pontos críticos através de sistemas de telemetria envolve a instalação de sensores de pressão em locais estratégicos, como áreas de alta demanda, pontos de distribuição ou em espaços propensos a vazamentos. Esses sensores são capazes de medir a pressão em tempo real e enviar os dados coletados de forma automática a um sistema de monitoramento, para que possam ser realizadas análises e fornecidas informações importantes sobre o comportamento da rede, permitindo a detecção precoce de problemas, como vazamentos, redução da pressão ou falhas no sistema.

Existem várias tecnologias de comunicação sem fio que podem ser aplica-

A telemetria para monitorar a pressão em pontos críticos da rede de abastecimento de água tem se mostrado eficaz para melhorar a eficiência e a qualidade do serviço prestado. Para avaliar o desempenho e a viabilidade da tecnologia Lora, foram realizados testes em alguns pontos de Guarulhos, SP. Veja os resultados.

das. As mais comuns são as redes de celulares, como GPRS ou 3G, e umas das alternativas que tem se mostrado viável é a aplicação de redes LoRa.

LoRa é a sigla para Long Range, uma tecnologia de comunicação sem fio de longo alcance e baixa potência, indicada para a IoT - Internet das Coisas. Essa tecnologia foi desenvolvida para comunicações de baixa taxa de transferência de dados, baixo consumo de energia e longas distâncias. LoRaWAN (LoRa Wide Area Network) é o protocolo de rede utilizado pelo meio físico LoRa. Esse protocolo traz algumas vantagens estratégicas, como a capacidade de lidar com milhões de mensagens, de milhares de gateways; segurança ponta a ponta; atualização remota de firmware de dispositivos conectados à rede; e espectro livre de licença, sem necessidade de pagar pelo uso da rede.

O protocolo LoRaWAN oferece segurança ponta a ponta usando criptografia AES-128. Isso significa que os dados transmitidos entre os dispositivos conectados e a rede são cripto-

grafados para garantir que apenas as partes autorizadas possam acessá-los. Além disso, o protocolo LoRaWAN também inclui recursos de autenticação para garantir que apenas dispositivos autorizados possam se conectar à rede, garantindo uma rede segura para transferências de dados.

Considerando todas essas vantagens, foram instalados equipamentos para monitoramento de pressão em quatro pontos em Guarulhos, SP, a fim de avaliar a eficiência da tecnologia de comunicação e a integração com os sistemas de monitoramento existentes na Sabesp.

Objetivo

O objetivo principal do teste consistiu em avaliar o desempenho e viabilidade do equipamento de telemetria, baseado em LoRa, como solução de monitoramento de um sistema de abastecimento de água. Foram estabelecidos quatro parâmetros para nortearem a avaliação dos resultados.

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Linecker Kurebayashi Pimentel, Supervisor na Sabesp

O primeiro parâmetro é a precisão e integração dos dados, para avaliar se o equipamento é capaz de fornecer medições precisas e confiáveis, e se os dados obtidos são integráveis com os sistemas de monitoramento já consolidados da Sabesp

O segundo parâmetro é confiabilidade de transmissão, isto é, a capacidade do equipamento em transmitir os dados coletados de forma confiável e consistente.

O terceiro parâmetro é o tempo de resposta, composto pelo tempo necessário para a coleta transmissão e envio, bem como conectividade e cobertura.

O quarto e último parâmetro é a conectividade e cobertura da tecnologia LoRa, para certificar se os dispositivos de telemetria conseguem transmitir os dados em locais remotos e em áreas com obstáculos físicos.

Metodologia

Para os testes com os equipamentos foram escolhidos quatro pontos de monitoramento em Guarulhos, que dispunham de uma ligação à rede de energia elétrica do município, uma vez que os equipamentos testados não possuem alimentação via bateria interna. Esses pontos são denominados PCMR - Ponto Crítico com Medição Remota e já possuíam integração com os sistemas de monitoramento, utilizando outras tecnologias, constituindo-se pontos ideais para a comparação da eficiência com a tecnologia testada.

Para que fosse possível testar o hardware dos equipamentos de telemetria via LoRa, primeiramente era necessária a definição da arquitetura de rede, meios físicos e protocolos de cada comunicação desde o transmissor até a aplicação de monitoramento corporativo da Sabesp.

Com a arquitetura definida foram iniciados os testes de integração entre a aplicação dos equipamentos LoRa e o sistema Scada que a Sabesp utiliza como padrão corporativo para telemetria de equipamentos, e com esses testes foi detectada a necessidade de implementação de uma aplicação intermediária entre o gateway e o servidor Scada. Por conseguinte, a aplicação midware foi desenvolvida mantendo a política de segurança de dados, e a arquitetura foi alterada como mostra a figura 1.

Depois, foi preciso decidir o local de instalação do gateway e network service, que precisava atender a alguns requisitos. O local tem que possuir um ponto de rede da intranet de automação da Sabesp para que fosse possível a ligação via web HTTPS entre o network service e a aplicação midware

O local também precisa do menor número de interferências possíveis entre o gateway e os PCMRs. Os locais que atendiam a esses requisitos foram os reservatórios de água.

Para o teste então foi definido o reservatório de Gopoúva, em Guarulhos. Dentro da área desse reservatório há um prédio administrativo, o qual é abastecido por uma caixa de água em torre, que foi o local escolhido para instalação do gateway (figura 2). Depois foi definida uma distância máxima de alcance do sinal LoRa de 5 km. Foram levantados todos os PCMRs que estariam dentro desse alcance para definir quais seriam os pontos de instalação dos equipamentos.

Com as estações definidas, foram escolhidos quatro PCMRs: dois bem próximos à antena (PCMR Passagem da Paz e Joaquim Miranda, 971 metros e

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Fig. 1 – Arquitetura final LoRa Fig. 2 – Instalação do gateway LoRa

Conexão

1548 metros de distância do gateway, respectivamente); um PCMR mais distante, porém sem maiores interferências (PCMR Progresso, a 3208 metros de distância); e um quarto PCMR com uma longa distância e ainda com interferências (PCMR Olga Morais Liot).

O PCMR Olga Morais Liot, além de ser o ponto com maior distância, possui barreiras físicas no trecho.

Assim, com os pontos definidos, os equipamentos foram instalados em cada um dos quatro PCMRs (figura 3).

Análise e discussão dos resultados

O teste se estendeu por duas semanas e, após a conclusão, foi possível verificar que os equipamentos de telemetria baseados em LoRa demonstraram alta confiabilidade na transmissão dos dados coletados. Ao longo do teste, foi observada uma baixa taxa de perda de dados. Mesmo em situações mais críticas de comunicação com obstáculos, os dados de pressão foram coletados e transmitidos em tempo real e a visualização foi possível através do sistema Scada da Sabesp, como mostram as figuras 4 e 5.

Ao avaliar os custos iniciais, mensais e de manutenção envolvidos em

cada uma das tecnologias de telemetria e considerando a escalabilidade dos sistemas, pode-se dizer que a tecnologia LoRa requer um investimento inicial para aquisição e instalação dos dispositivos de comunicação LoRaWAN. Devido à sua recente consolidação e à limitada concorrência no mercado, os custos iniciais podem ser mais elevados quando comparados às tecnologias convencionais. Por outro lado, tecnologias como GPRS e 3G possuem custos de implementação baixos, tornando-as mais acessíveis para implantação inicial.

Após a implementação, a tecnologia LoRa destaca-se por apresentar baixos custos de manutenção e operação. Devido à sua capacidade de longo alcance e ao baixo consumo de energia dos dispositivos LoRa, a necessidade de manutenção frequente é significativamente reduzida. Em contraste, as tecnologias convencionais, como GPRS e 3G, apresentam um custo mensal cobrado pelas operadoras para utilização da rede, tornando os gastos de operação mais onerosos ao longo do tempo.

Outro aspecto é a escalabilidade dos sistemas de telemetria. Embora o teste inicial tenha sido realizado com um gateway LoRaWAN e quatro pontos de comunicação, o gateway tem a capacidade de comunicar-se com mais de 1000 pontos simultâneos, em função da otimização do protocolo LoRaWAN. Dessa forma, com

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Fig. 3 – Instalação do dispositivo LoRa

o custo de implementação de um único gateway LoRaWAN, é possível monitorar muitos pontos, tornando-o uma solução altamente escalável e financeiramente vantajosa à medida que o número de dispositivos monitorados cresce.

Conclusões

A rede LoRa apresentou-se como uma excelente alternativa de tecnologia de comunicação para equipamentos de telemetria, com base nos resultados e benefícios alcançados. Portanto, o uso de um equipamento de telemetria LoRa é uma alternativa

de comunicação vantajosa. A precisão dos dados, a confiabilidade da transmissão, o tempo de resposta rápido, a cobertura abrangente e a posição geográfica favorável dos reservatórios de água para instalação de gateways tornam essa solução uma ferramenta eficaz para melhorar a eficiência operacional, reduzir perdas e otimizar o uso dos recursos hídricos.

Porém, ela possui algumas limitações. Por mais que o equipamento tenha um baixo consumo elétrico, ainda necessita de uma ligação à rede de energia, o que limita muito a sua aplicação em comparação a outras tecnologias a bateria. Comparando também

o LoRa às tecnologias 3G e GPRS, que são mais comuns, a cobertura de sinal da rede LoRa é realizada através das instalações dos gateways que demandam uma manutenção que foge do know-how da Sabesp, gerando uma dependência de contratos com empresas terceiras. Logo, a implementação da tecnologia deve ser aprimorada para atender as diversas necessidades da operação de abastecimento de água.

Trabalho originalmente apresentado no 34º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 3 a 5 de outubro de 2023, em São Paulo.

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Fig. 4 – Tela Scada Sabesp com o PCMR Progresso Fig. 5 – Tela Scada da Sabesp com os PCMRs Passagem da Paz, Joaquim Miranda e Olga Morais Liot

Produtos

Desinfecção de água

A série de geradores de dióxido de cloro Lotus Maxi, da Emec Pumps, é voltada para grandes estações de tratamento de água. O dióxido de cloro produzido é definido para ser proporcional ao fluxo de água circulante ou com base em um ponto de ajuste, sendo dosado no fluxo de água. Trabalha em faixas de 80 a 1000 g/h e apresenta capacidade máxima de 24000 g/dia.

Site: www.emecpumps.com

Poços de inspeção e visita

Os poços de inspeção e de visita da BanPlastic são fabricados em polietileno, o que os torna impermeáveis e resistentes à corrosão. Disponíveis em diâmetros de 150 e 200 mm para profundidades de até 1,6 m (poços de inspeção) e diâmetros de 150 a 300 mm em alturas de 2 a 4 m para profundidades de até 4 m (poços de visita).

Site: www.banplastic.com.br

Painel elétrico

O SM6-36 é um painel elétrico inteligente que atua na distribuição e proteção em sistemas de média tensão. A tecnologia da solução ofe-

rece monitoramento contínuo e remoto via sensoriamento sem fio. Isso permite gerenciar potenciais falhas elétricas, evitando interrupções não programadas. Aplicável em tensões de isolação nominal de até 36 kV.

Fabricado pela Schneider Electric e comercializado pela Engerey Painéis Elétricos.

Site: https://www.engerey.com.br/

Prensa parafuso

tamento de efluentes com adição de coagulantes e polímero. A solução remove cargas orgânicas e inorgânicas em suspensão, com eficiência de remoção de até 98%. Disponível em capacidades de 5 a 500 m3/h.

Site: www.linsul.com.br

Tratamento de esgoto

cas podem ser aplicadas em mananciais, lagoas, estações de tratamento de água, tanques de aquacultura e até mesmo em rios, sempre presas ao leito e com boias sinalizadoras.

Site: https://o2eco.com.br/

Gestão

Fabricada pela italiana Teknofanghi e comercializada pela Forza Z, a prensa parafuso Scrupress reúne processos de desidratação de lodo, drenagem e adensamento em uma única unidade. O equipamento é composto por um tambor de tela perfurada, inclinado, de três estágios (drenagem, adensamento e desidratação), com um parafuso cônico especial rodando dentro e um cone de contrapressão pneumático instalado na extremidade.

Site: www.forzaz.com

Flotador por ar dissolvido

O flotador por ar dissolvido de alta eficiência (DAF) da Linsul Indústria e Soluções Ambientais pode ser aplicado no tra-

O Biotrato, da Ypuã,é um equipamento voltado para o tratamento de esgoto sanitário. Fabricada em polietileno, a solução integra funções de biodigestor para degradação e depuração de matéria orgânica e sumidouro para infiltração simultânea de efluente tratado no solo. Apresenta capacidade de tratamento de 2200 L que pode ser ampliada a depender do número de módulos instalados.

Site: www.ypua.eco.br

Redução de poluição

A O2eco Tecnologia Ambiental comercializa uma tecnologia para redução de poluição composta de hidrocarbonetos inertes em água que contém nanominerais essenciais para os seres vivos. Oferecidas em dois modelos, de 1 kg (cerca de 21 x 30 cm), com cobertura em áreas de 100 m2, e de 5 kg (53 × 75 cm) para 500 m2, as pla-

Desenvolvido para atender autarquias municipais e companhias de água e esgoto, o sistema comercial GestCom é formado por diversos módulos que podem ser instalados de forma conjunta ou individual e se integra a sistemas administrativos existentes, como contabilidade e tesouraria. Três módulos principais são sempre instalados juntos e cobrem grande parte das demandas comerciais básicas de uma empresa de saneamento: Contas e consumo, responsável pela apuração do consumo do usuário, faturamento das contas e baixa dos pagamentos; Requerimento, para abertura de requerimentos e pedidos de ligação com emissão de ordens de serviço on-line ou impressas e monitoramento da execução; e Atendimento ao cliente, que concentra em uma única tela todo e qualquer tipo de atendimento, agilizando o processo e diminuindo o tempo de espera. Site: www.sistemagestcom.com.br

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Publicações

Infraestrutura – A ABDIB – Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base disponibilizou a edição 2023 do Livro Azul da Infraestrutura. Na obra, o leitor encontrará oportunidades e perspectivas de investimentos para os próximos anos, com projetos nos âmbitos federal, estadual e municipal (capitais). São apresentadas iniciativas nos setores de saneamento e resíduos sólidos, além de energia, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, telecomunicações e mobilidade urbana. Segundo a entidade, as iniciativas retratadas são essenciais para a recuperação dos investimentos em infraestrutura no Brasil. Com 282 páginas, a análise pode ser aferida pelo link: https://tinyurl. com/4dcap9cw.

Legislação – A AESBE – Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento lançou mais um documento da série Universalizar. O Relatório de Avaliação e Análise Jurídica da Reforma Tributária Para o Setor de Saneamento faz parte do volume 1 do segmento Relatórios em Série. Elaborada por Artur Carrijo, a pesquisa oferece uma análise detalhada das im-

plicações da Emenda Constitucional nº 132, de dezembro de 2023, que propõe a unificação de tributos no Brasil, e seu impacto específico no setor de saneamento básico. O documento com 13 páginas pode ser acessado no site: https://tinyurl.com/4eyhnjnz.

prazo, respectivamente os períodos de 2015 a 2040, de 2041 a 2070 e de 2071 a 2100. Com 19 páginas, o estudo completo pode ser acessado pelo link: https://tinyurl.com/yc7ca9mp.

Licitação – Em Planejamento da Licitação de Obras Públicas de Edificação e Saneamento (editora Fórum, 348 páginas, https://tinyurl.com/5n7d6s5m), os autores Gustavo Ferreira Olkowski, Rommel Dias Marques

Ribas Brandão, Victor Hugo Moreira

Recursos hídricos – O levantamento Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil, produzido pela ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, apresenta os efeitos da mudança climática na disponibilidade de água no Brasil e pode ser utilizado como referência para o planejamento e a gestão dos setores de recursos hídricos e saneamento básico por parte de comitês de bacias, órgãos públicos que cuidam dessa temática, pesquisadores e usuários de água. A análise indica um cenário com tendência de redução na disponibilidade hídrica para quase todo o país, incluindo grandes centros urbanos e regiões importantes para produção agrícola, como a bacia do rio São Francisco, considerando cenários de curto, médio e logo

Índice de anunciantes

Ribeiro e Marcelo Ribeiro abordam todas as etapas do planejamento da licitação de obras públicas. A publicação está atualizada de acordo com a Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) e a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016), além de citar o entendimento atualizado do Tribunal de Contas da União. O conteúdo e os exemplos utilizados enfocam dois principais tipos de obras, que usualmente são as mais licitadas pela administração pública: edificações, a exemplo de sedes administrativas, unidades habitacionais, de educação e de saúde; e obras de saneamento, tais quais redes de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de pavimentação e drenagem urbana. Os diversos tópicos tratados são relevantes também para aqueles que atuam em outros contextos.

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4ª capa 4 e 5 47 25 45 13 23 60 60 21 27 24 7 49 57 29 15 51 37 11 33 41 2ª capa 43 20 10 3ª capa 61 16 e 17 55 28 14 54 AGRU Alphatek Analyser Aqua Plastic AZUD Biosis Carmel Tecnologia Chohan Clarifil Coester DOPP Etatron FAMAC Motobombas Fenasan FISPAL Tecnologia Fundição Álea GEMÜ H2O Ambiental Hidroreader Howden Imperveg Improv Equipamentos Liter Netzsch Potencial Zeta Romiotto Sancotec Secta System Tanks BR Tech Tank Tecitec Tecnosan Torri

Saneamento em Pauta

Possivelmente o maior mérito das discussões geradas pelo novo marco regulatório do saneamento tenha sido colocar a universalização do acesso aos serviços no centro do debate público. O saneamento cresceu no rol das questões que mobilizam a sociedade brasileira, o que se torna um importante vetor de impulsão na resolução de carências e injustiças que vêm de décadas. Isso será de particular importância para as áreas rurais e para os assentamentos informais nas grandes concentrações urbanas.

O saneamento rural finalmente começa a deixar de ser uma área em que sobressaem exceções, para começar a ter o tratamento sistemático que necessita. Finalmente as experiências de grande mérito, muitas vezes construídas pela dedicação de abnegados, começam a ser reproduzidas, o que permite vislumbrar um horizonte de atendimento generalizado para os agrupamentos não urbanos e ocupações rurais isoladas. É um processo ainda no início, mas as perspectivas são animadoras.

Já nas áreas urbanas, a população residente em núcleos de ocupação informal pode vir a ser o grande contingente a se beneficiar com a discussão e o estabelecimento de metas para atendimento por esgotamento sanitário. Até há pouco tempo havia um certo consenso técnico de que a maior parte das residências em favelas não podia ser atendida sem que houvesse a urbanização da área. A inexistência de um arruamento regular, com largura mínima que permita a instalação de coletores, era considerada um impeditivo insuperável na maior parte dos casos. Algumas residências

lindeiras a ruas regulares e outras em áreas menos densas, com ruas de alguma largura, eram atendidas; as demais aguardavam soluções que quase nunca vinham.

Efetivamente, a urbanização é a solução para as áreas ocupadas por favelas de grande densidade nas metrópoles brasileiras. Pela relocação temporária de uma parte minoritária das casas, torna-se possível abrirem-se espaços suficientes para implantar um arruamento que dê acesso a todas as moradias e permita instalar redes de esgotamento sanitário, regularizar as ligações de água, melhorar as instalações intradomiciliares, instalar equipamentos para escoamento das águas pluviais e dar acesso à coleta de resíduos sólidos. O grande obstáculo, no entanto, são os elevados custos, a serem arcados pelos orçamentos dos municípios, dos estados e da União, pressionados por nossa persistente crise fiscal.

Frente à dificuldade de generalizar a solução de urbanizar, a maioria dos moradores das favelas brasileiras permanece há anos em uma situação precária, temporária, sem prazo para se resolver. O Brasil, como país de renda média, não precisaria ter parte de sua população vivendo em favelas, em moradias inadequadas e sem a infraestrutura necessária, mas o que se vê, pela má distribuição dessa renda, é que a população em favelas não para de crescer.

Sendo essa a realidade com que será necessário conviver ainda por algum tempo, como falar em universalizar o atendimento por serviços de esgotamento sanitário? O caminho é colocar de modo adequado a obrigação da pres-

tação do serviço nos contratos dos prestadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Os contratos, regulados, são o instrumento mais robusto para levar à geração de soluções que atendam a essa população. Serão soluções heterodoxas, com alguma precariedade, e certamente provisórias, na expectativa da alternativa futura, mas o essencial, que é afastar o esgoto do contato com as pessoas e encaminhá-lo para tratamento, preservando a saúde pública e recuperando a qualidade dos corpos d’água, será assegurado.

Não se deve subestimar as dificuldades para essas soluções, como se viu recentemente nas sub-bacias contribuintes para o rio Pinheiros em São Paulo. É necessário passar as redes coletoras onde seja possível, por margens e calhas de córregos, no topo de galerias pluviais, em espaços exíguos, trechos aéreos. A operação e a manutenção não são menos difíceis, demandando a presença frequente de equipes em campo e a relação próxima com a população residente; trata-se de um padrão especial de operação, com custos a serem considerados.

Reconhecendo as dificuldades, o grau de precariedade e o caráter temporário das soluções, é importante saudar que o direito ao serviço de esgotamento sanitário para a população das grandes favelas brasileiras entrou na pauta do setor de saneamento.

Alceu Guérios Bittencourt é Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná, pósgraduado em Engenharia Hidráulica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com especialização em Administração Financeira pela FGV - Fundação Getúlio Vargas. Presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES nas gestões 2020-2022 e 2022-2024. É Diretor Superintendente da COBRAPE – Cia. Brasileira de Projetos e Empreendimentos.

Esta seção é dedicada a reflexões sobre o setor de saneamento no Brasil e seus desafios. Os artigos são elaborados pelo Corpo Diretivo da ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.

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