44
Hydro • Maio/Junho 2022
Abastecimento
Membranas de ultrafiltração para produção de água potável Claudia Patricia Pereira Simões e Claudia Morato Alvares, Analistas Operacionais da Caesb; Fabio Pereira de Carvalho, Lead Technical Specialist da DuPont; Cristina Celia Silveira Brandão, Professora Associada do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UNB
A
As membranas de ultrafiltração devem ser levadas em consideração nos projetos de estações de tratamento de água para abastecimento público. Essa alternativa tem se mostrado atraente tanto do ponto de vista econômico quanto em relação à qualidade da água produzida, como mostra o artigo a seguir, que analisa o estudo de caso real da ETA Lago Norte, inaugurada pela Caesb em outubro de 2017.
crise no abastecimento de água nas grandes cidades tem ganhado as manchetes dos principais meios de comunicação. Em 2014, o Estado de São Paulo vivenciou o racionamento, inclusive a capital paulista e região metropolitana. Dois anos depois, o Distrito Federal passou pela mesma experiência, com seus principais sistemas atingindo os piores níveis já registrados. O racionamento foi iniciado em janeiro de 2017 nos municípios abastecidos pelo reservatório do Descoberto e em março do mesmo ano atingiu o reservatório de Santa Maria. Para evitar o colapso, a Caesb Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal ampliou sua capacidade de produção. Entre os novos sistemas implantados, destaca-se o Sistema Produtor de Água do Lago Paranoá. Em apenas sete meses foi elaborado termo de referência, realizada a contratação de obras e iniciada a operação de uma nova ETA - Estação de Tratamento de Água, denominada ETA Lago Norte, com vazão de até 700 L/s. Equipada com mem-
branas de ultrafiltração, a unidade foi inaugurada em outubro de 2017. Os bons resultados com a ETA Lago Norte, seja em termos de qualidade da água produzida, ou em relação ao baixíssimo prazo de implementação, confirmaram as vantagens dos PSMs - processos de separação por membranas apresentadas na literatura ([1], [8], [5], entre outros), como: • Sistema mais compacto e modular, de rápida implantação e ampliação. • Baixa demanda de área construída. • Qualidade da água tratada, por meio da remoção de turbidez, bactérias e vírus, micro-organismos resistentes à desinfecção (Giardia, Cryptosporidium). • Redução da geração de lodo e custos de tratamento e disposição. • Facilidade de automação e consequente monitoramento dos parâmetros de qualidade e de processo. Assim, os PSMs têm se tornado uma opção tecnológica interessante para complementar ou substituir sistemas de tratamento de água existentes. Isso tem ocorrido, principalmente, pelas vantagens já mencionadas, e