FV - Março - 2022

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Geração distribuída

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FotoVolt - Março - 2022

Avaliação da evolução espacial da GD fotovoltaica no estado de São Paulo José Calixto Lopes, Diego José da Silva, Thales Sousa, Edmarcio Antonio Belati e Joel David Melo Trujillo, da Universidade Federal do ABC (UFABC)

Este artigo propõe uma metodologia para analisar o comportamento da expansão da geração distribuída fotovoltaica, empregando técnicas baseadas em análise espacial e informações georreferenciadas. Um dos objetivos é fornecer dados confiáveis, que possam ser utilizados por distribuidoras, planejadores e órgãos da iniciativa pública ou privada, a fim de embasar decisões relacionadas a novos empreendimentos e sistemas de geração.

O

s apelos ambientais e o progresso tecnológico têm motivado uma maior penetração das fontes renováveis de energia, sobretudo da fotovoltaica (FV). Dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) apontam que a potência da fonte fotovoltaica no mundo já é superior a 700 MW [1]. Nesse contexto, a geração distribuída (GD) — entendida como pontos de geração de energia elétrica que possuem instalações conectadas ao sistema de distribuição ou as instalações de consumidores residenciais, comerciais e industriais — vem obtendo relevância nos modernos conceitos de geração de energia da atualidade e do futuro [2]. Muitos países estão criando incentivos governamentais e legislações para fornecer subsídios aos consumidores e investidores do setor. No Brasil, esse tipo de geração está enquadrado na Resolução 482/2012, revisada pela Resolução 687/2015 [5]. Recentemente, em 6 de janeiro de 2022, foi instituído o marco legal brasileiro para a micro e minigeração de energia

Embora não disponha dos maiores níveis de irradiação solar do Brasil, o Estado de São Paulo encerrou 2021 com a segunda maior potência instalada em GD fotovoltaica, 1068,9 MW, ou 12,8% do total do País (na foto, sistema FV no Parque Villa Lobos, na capital – ADVTP/Shutterstock) sancionado por meio da Lei 14300/22. Como é sabido, as discussões que precederam a lei em questão foram intensas e marcadas por debates entre diversos stakeholders do setor, uma vez que alterações na legislação trazem grandes impactos no contexto socioeconômico. Por isso, este artigo visa implementar uma metodologia para a análise

da expansão e distribuição espacial da GD por meio da fonte FV, considerando a disponibilidade do recurso solar em níveis de irradiação anuais. A partir da aplicação do Sistema de Informações Geográficas (GIS, na sigla em inglês) [6], foi realizada a construção espacial da base de dados de localização dos pontos de GD, permitindo comparações através de mapas


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