FotoVolt Fevereiro 2024

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Os grandes temas do In tersolar S ummi t Brasil NE 202 4

A geração solar está bem desenvolvida no Nordeste brasileiro mas ainda tem imenso potencial de crescimento O hidrogênio verde continua somando projetos ambiciosos na região, enquanto o armazenamento de energia promete ser a melhor forma de aproveitar o excedente dos parques solares e eólicos nordestinos A reportagem ouviu especialistas nos principais temas do Intersolar Summit regional, a ser realizado em abril

Estruturas para mon tagem de sistemas fo tovol taicos em tel hados

Durabilidade, segurança, facilidade de montagem e robustez são algumas das características desejáveis para as estruturas que sustentam e f ixam os módulos fotovoltaicos nas coberturas de construções residenciais, empresariais e públicas. O guia lista fornecedores de sistemas para montagem sobre diversos tipos de telhado e sobre lajes, com as características dos produtos: material e número de módulos por estrutura

Os problemas da não utilização de st r ing boxes de corren te con tínua

Os inversores que incor poram varistor, ou mesmo DPS completo, em sua construção estão de fato protegidos contra efeitos de descargas atmosféricas e surtos? Neste artigo, o autor sustenta que apenas o uso de caixas de junção exter nas pode prover proteção adequada

G erenciamen to de recarga de veículos elé tricos

O fator de simultaneidade é um parâmetro importante no projeto das instalações de recarga, em especial para dimensionamento dos cabos de energia. A conexão em rede pela Ethernet é uma premissa para soluções econômicas e preparadas para o futuro

Microinversores para sistemas fo tovol taicos

Compactos, sofrendo menos efeitos de sombreamento e operando com tensão c c mais baixa, os microinversores são uma opção interessante para diversas situações O guia lista vários for necedores, que aqui descrevem as características de entrada/saída e dados gerais como ef iciência máxima, distorção harmônica e temperatura de operação

A pro teção de geradores fo tovol taicos em cober turas

A proteção contra descargas atmosféricas do lado de c c de geradores fotovoltaicos (GFV) merece atenção especial. A definição dos dispositivos de proteção depende da interação entre o GFV e o SPDA da edif icação Este artigo focaliza três cenários de aplicação típicos

S u m á r i o Carta ao leitor Notícias Nordeste Guia – 1 Proteção de instalações FV Eletromobilidade Guia – 2 Raios e sobretensões 4 8 22 30 32 38 44 46 56 60 62 65 65 Colunas 50 54 66
As opiniões dos ar tigos assinados não são necessariamente as adotadas por FotoVolt, podendo mesmo ser contrárias a estas Pesquisa Inovação Agenda Produtos Publicações Índice de anunciantes Veículos elétricos Projeto Instalação [nova!] Solar FV em foco C a p a Helio Bettega (foto Jenson/Shutterstock)

E n e rg i a s o l a r, H 2V, a r m a z e n a m e n t o e a s vo c a ç õ e s n o rd e st i n a s

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr , José Roberto Gonçalves e José Rubens A ves de Souza ( n memoriam )

REDAÇÃO

l e i t o r

t a a o

C a r

Mauro S érgio C restani, Edi tor

Ohidrogênio verde (H2V), assim chamado aquele produzido via eletrólise alimentada por eletricidade gerada com fontes limpas, notadamente a solar e a eólica, é um dos orgulhos do Brasil. Mas sem muita razão de ser, ao menos por enquanto. É fato que o Brasil tem irradiação solar e ventos que estão entre os melhores do mundo, e que o Nordeste brasileiro possui os melhores recursos solares e eólicos do País Daí estar anunciada para a região uma grande quantidade de projetos de H2V, como informa reportagem especial nesta edição sobre os temas a serem destrinchados no 4º Intersolar Summit Brasil Nordeste, que acontece em Fortaleza em 10 e 11 de abril próximos

Mesmo com matriz elétrica 90% renovável, em que bastaria “colocar um eletrolisador na tomada para produzir hidrogênio verde”, no dizer de uma das fontes da mencionada reportagem, o Brasil ainda não conseguiu traçar as linhas da sua política para o H2V Até o momento, com todo barulho que se fez e faz, apenas um empreendimento está de fato em construção, com capacidade ainda modesta de produção O projeto de lei que cria o marco legal para produção de hidrogênio e estabelece regime especial de incentivos para o “hidrogênio de baixo carbono”, que foi aprovado em novembro pela Câmara dos Deputados, segue sem relator indicado no Senado Federal

Um detalhe importante, a que pouco se atenta, é que a matriz majoritariamente renovável do Brasil pode não ser um diferencial eter no. Muitos países estão investindo em energias limpas e, a poder de capital e apuro técnico, em alguns anos devem aproximar suas matrizes elétricas do patamar de limpeza que hoje orgulhosamente exibimos Daí, sem um arcabouço regulatório bem def inido e sem políticas industriais claras para o hidrogênio e a amônia verdes, o que vamos contrapor como vantagem competitiva?

Mesmo com seus formidáveis recursos de irradiação, o Nordeste brasileiro só detém hoje cerca de 20% da potência instalada em geração solar distribuída no País, havendo aí um extenso campo a desenvolver. No que se refere às g randes usinas solares, a situação se inverte: a região exibe em tor no de 60% da capacidade instalada nacional. Mas um problema abordado na reportagem é o do constraining of f, quando as usinas têm sua geração restringida pelo ONS por causa de congestionamentos na transmissão, um problema que se acentuou depois do apagão de 15 de agosto do ano passado. Uma solução seriam sistemas de armazenamento de energia de g rande porte, que também podem auxiliar em outros ser viços às redes, com reser va de capacidade, por exemplo, mas que também carecem há tempos de regulamentação no País

Nova coluna em FotoVolt – Esta edição exibe orgulhosamente a primeira coluna “Projeto & Instalação”, assinada por Vinícius Ayrão Prof issional renomado no meio técnico da eletricidade e sobretudo da energia solar, Vinícius, que também assina a coluna

“EM Prof issionais” na revista Eletricidade Moderna, abordará aqui aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas, com a autoridade de quem já conta 10 anos de atuação na área Bem-vindo

Ed tor: Mauro Sérgio Crestan ( ornal sta responsáve – Reg MTb 19225)

Redatora: Juce e Menezes dos Reis

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ISSN 2447-1615

A maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade

E X P O C E N T E R N O RT E , SÃO PAU LO, S P —

I N T E R S O L A R S O U T H A M E R I C A

A maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

A Intersolar South America é a maior feira & congresso da América Latina para o setor solar, enfocando os ramos de fotovoltaicos, produção FV e tecnologias termossolares. Simultaneamente, no Congresso Intersolar South America, especialistas renomados esclarecem assuntos atuais do setor Com vistas a alavancar o alto potencial de energia solar da América Latina, a Intersolar South America congrega fabricantes, fornecedoras, distribuidoras,

prestadoras de serviços e parceiras da indústria solar no esforço de criar um meio-ambiente mais limpo A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios Com eventos distribuídos em quatro continentes, a Intersolar é mundialmente o principal ciclo de feiras e congressos para o setor solar.

E E S S O U T H A M E R I C A

O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina

A ees South America e o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfocando soluções de armazenamento de energia para apoiar e complementar sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, e integrando prossumidores e veículos elétricos A ees South America congrega investidores, concessionárias,

instaladoras, fabricantes e empreiteiras do mundo todo A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios Juntamente com a ees Europe em Munique e a ees India em Gandhinagar, o ciclo de feiras ees está representado em três continentes.

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E L E T R OT EC+E M-P O W E R S O U T H A M E R I C A

O evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia

A Eletrotec+EM-Power South America é o evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias de distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações A feira é voltada para

profissionais e empresas dos ramos de projeto, montagem e manutenção de infraestrutura elétrica atuando em geração distribuída a partir de fontes renováveis, redes de distribuição aérea e subterrânea, subestações transformadoras, iluminação pública, instalações industriais e prediais

P O W E R2D R I V E S O U T H A M E R I C A

A feira e congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletro-mobilidade na América Latina

Em 2024, a Power2Drive South America fará sua estreia como a feira & congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletromobilidade na América Latina, enfocando a relevância do carro elétrico na matriz energética e na sustentabilidade do transporte no futuro, e apresentando soluções inovadoras de carregamento, conceitos de bateria e modelos de negócios para uma eletromobilidade sustentável. A Power2Drive South America é o ponto de encontro ideal para

fabricantes, fornecedoras, instaladoras, distribuidoras, administradoras de frotas e de energia, fornecedoras e eletro-mobilidade e novas empresas A feira é uma oportunidade para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios Juntamente com a Power2Drive Europe em Munique e a Power2Drive India em Gandhinagar, o ciclo de feiras está representado em três continentes

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N o t í c i a s

ABGD quer impulsionar GD

na região Norte

Com o objetivo de acelerar a ampliação do uso de fontes renováveis na geração de energia na Amazônia Legal, a ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída apresentou, em um encontro realizado com a imprensa em 7 de fevereiro, em São Paulo, SP, um panorama atual e sugestões para o futuro da transição energética na região Um dos impulsionadores das mudanças é a realização da COP 30, em 2025, na cidade de Belém do Pará Atualmente, diversas comunidades na Amazônia Legal dependem de combustíveis fósseis, sendo o sistema isolado (Sisol) da região Norte um g rande consumidor de diesel Segundo Aurelio de Andrade Souza, conselheiro e diretor de projetos especiais da ABGD, a estimativa é de que em 2024 o Sisol consuma 1,6 bilhão de litros de diesel, com projeção de despesas de R$ 11,95 bilhões, provenientes da CCC – Conta de Consumo de Combustíveis “A COP é uma oportunidade de apresentarmos nosso portfólio de soluções e parcerias e de articulação política para alavancar negócios de forma sustentável”, disse

Durante o evento, foram citadas diversas ações realizadas pela entidade na região Norte, como a capacitação e treinamento de técnicos e consumidores de energia no âmbito do projeto “Road Show ABGD Huawei Solar”, a produção do “Guia de Mobilidade Elétrica Fluvial para Amazônia Legal” lançado em evento no ano passado, e participações em eventos técnicos e diversas ações de articulação com o poder público e privado, ONGs, etc para promoção de políticas públicas favoráveis para energia limpa e renovável

De acordo com a entidade, a cidade de Belém do Pará necessitará de g randes investimentos nos setores de infraestrutura para receber a COP30, incluindo logística terrestre e f luvial, mobilidade sustentável, construção, acesso à energia limpa e renovável,

gestão de resíduos, inclusão social, treinamento e formação de mão de obra, dentre outras ações. Para Souza, a realização dos projetos depende de articulação política “A ABGD quer montar uma agenda com o gover no do Estado para acelerar projetos sustentáveis, como instalação de SIGFIs [Sistema Individual de Geração de Energia Elétrica com Fonte Intermitente], hibridização de sistemas e construção de um barco escola, movido a energia solar, para treinamento e capacitação, entre outras iniciativas” Segundo o conselheiro da ABGD, os recursos devem ser concedidos pelo gover no federal, que projeta investir R$ 5 bilhões no estado que vai sediar a COP “Mas não basta orçamento, é preciso desenvolver, chegar com boas ideias e fazer essa articulação”, conclui

A associação acredita que o aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética dos sistemas isolados e remotos (of f-grid) é uma tendência, embora, de acordo com Carlos Evangelista, presidente da ABGD, a substituição de fontes fósseis pelas renováveis encontre muita resistência por parte dos produtores de diesel “Pode-se colocar um banco de bateria junto ao gerador a diesel, acoplá-lo com energia solar e reduzir até 40% o consumo do diesel Então, é uma forma de ampliar a geração distribuída renovável na Amazônia e reduzir as emissões”, disse Souza Ainda segundo o diretor da ABGD, a transição energética deve ser justa e inclusiva, incluindo as populações tradicionais da f loresta que

ocupam áreas estratégicas e ajudam na conser vação do bioma da Amazônia Atualmente, o estado do Pará conta com quase 73 mil sistemas de geração distribuída instalados, totalizando 826,25 MWP de capacidade instalada e investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões na última década Dados apontam que há cerca de 1 milhão de pessoas sem acesso à energia moder na, vivendo em comunidades isoladas e remotas na região Norte, atendidas com pequenos g rupos geradores movidos a diesel

Ledvance cria unidade de negócios de solar

ALedvance, gigante do setor de iluminação, anunciou recentemente sua entrada no setor de energias renováveis com a criação da Ledvance Renewables, dedicada à fabricação de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica e de soluções integ radas para aplicações residenciais, comerciais e industriais “Estamos com muita expectativa neste novo negócio, já que investimos em fontes renováveis no momento em que o Brasil se tor na referência no assunto Recentemente, a energia solar ultrapassou a eólica, f icando atrás apenas da hídrica em nosso País, e ainda tem um enorme potencial de crescimento”, afirmou em comunicado Everton Mello, CEO da Ledvance para a América Latina

A empresa cita estudo do think tank Ember Climate mostrando que, nos

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L edvance Renewables tem no por t fólio sistemas de geração F V e soluções integradas para aplicações residenciais, comerciais e indust r iais ABGD prevê montar agenda com o gover no do Estado do Pará para acelerar projetos sustentáveis visando a COP30,

últimos seis anos, a América Latina importou US$ 26 bilhões em módulos solares da China, sendo 58% disso, ou cerca de US$ 14 bilhões, destinados ao Brasil

O portfólio da Ledvance Renewables inclui módulos fotovoltaicos, microinversores, inversores string/on grid, inversores híbridos, baterias e acessórios Todos eles são fabricados pela chinesa MLS, proprietária global da Ledvance, nas plantas de Zhongshan, Ji’an, Xinyu, Foshan e Yiwu

Originada da divisão de iluminação geral da Osram, a Ledvance está presente em mais de 150 países. Seu portfólio de iluminação inclui luminárias LED, produtos de iluminação inteligente e uma ampla gama de lâmpadas

Enel inclui solar em chamada para eficiência energética

AEnel Brasil abriu chamada pública para receber projetos f inanciáveis por seu prog rama de ef iciência energética (PEE-Aneel), dentre os quais podem ser inscritos sistemas solares fotovoltaicos Aberta até o dia 3 de julho, a CPP 001/2023 vale para propostas de clientes das distribuidoras Enel de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará

Serão disponibilizados R$ 38 milhões para os projetos, sendo R$ 12 milhões para iniciativas de iluminação pública e R$ 26 milhões para outras tipologias. Além das usinas solares, são elegíveis projetos de troca de equipamentos por modelos mais ef icientes, moder nização de sistemas motrizes, instalação de aquecedores solares, moder nização de sistemas de iluminação e de refrigeração.

Com execução dos projetos selecionados prevista para ocorrer em 2025, estão aptos a participar da chamada clientes das classes de comércio e ser viços, industrial, residencial, rural, poder público, ser viço público e iluminação pública A seleção inclui fase de análise e classif icação, o que considera

envio de documentação obrigatória, qualidade das iniciativas, desenvolvimento da proposta e ações inovadoras. O processo segue metodologia da Aneel, por meio de comissão julgadora que analisará os projetos submetidos de acordo com os critérios estabelecidos em edital

Em São Paulo, o valor dos projetos propostos poderá ser de R$ 1 milhão a R$ 4 milhões Já no Rio de Janeiro, os projetos terão valores entre R$ 400 mil e R$ 800 mil e, na distribuidora cearense, os aportes podem variar entre R$ 250 mil e R$ 500 mil Ainda no primeiro semestre, a Enel vai realizar workshop para detalhar a chamada pública, quando os participantes poderão esclarecer dúvidas

O edital completo está disponível para consulta dos consumidores interessados no site https://enel chamadapublica com br/

Parceria quer ofertar BIPV no Brasil

AGuardian Glass, multinacional de origem norte-americana especializada na fabricação de produtos de vidros e espelhos, f irmou parceria com a brasileira Garantia Solar, que atua em sistemas de integ ração de energia solar na arquitetura, para trazer ao Brasil solução de integ ração fotovoltaica em edif icações (BIPV, sigla do inglês Building Integrated PhotoVoltaics).

A construção com BIPV substitui materiais de construção

convencionais por revestimentos ou coberturas com integ ração de células fotovoltaicas, criando uma dupla função para o sistema fotovoltaico. Assim, diferentes partes da envoltória do edifício passam a gerar energia, como fachadas, coberturas, clarabóias e brises

A nova oferta, toda nacionalizada, envolve desde a especif icação dos sistemas até a instalação f inal nos clientes Segundo comunicado das empresas, a solução disponível para todo o país envolve linha completa de BIPV, com vidros de controle solar e com opções de módulos coloridos, além de possibilidade de especif icações totalmente customizadas para os projetos, sejam em demandas de clientes comerciais e residenciais e retrof its

O BIPV integ ra os elementos de geração de energia solar ao próprio design arquitetônico, dispensando a adoção de módulos solares convencionais. “O sistema BIPV ganha cada vez mais relevância à medida que a conscientização da ef iciência energética aumenta Ele oferece uma abordagem inovadora para a geração de energia solar, combinando funcionalidade com design arquitetônico”, disse o gerente de desenvolvimento de produtos da Guardian Glass, Fábio Reis.

Também faz parte da parceria para oferta do BIPV a empresa suíça Solaxxes, que detém tecnologia que permite dar cor aos módulos fotovoltaicos com alto aproveitamento da luz solar. “Percebemos a necessidade de

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Dos R$ 3 8 mil hões disponibili zados nas t rês dist r ibuidoras do gr upo, par te será voltada a usinas solares Acordo de nacionali zação de solução envolve desde a especi cação do produto até a instalação dos sistemas de integração fo tovoltaica em edi cações

ter uma empresa que pudesse ir do projeto à instalação f inal de um sistema BIPV, reunindo prof issionais e empresas que colaboram com o segmento da construção civil”, disse o diretor de ESG da Garantia Solar, Eduardo Lopes

EUA financiam projetos solares voltados a emergências

Aagência norte-americana de gerenciamento de emergências, Fema (na sigla em inglês), passará a f inanciar projetos de energia renovável, incluindo solar fotovoltaica, bombas de calor, além de equipamentos ef icientes, para aumentar a resiliência dos Estados Unidos contra os efeitos da crise climática em prog ramas de recuperação de comunidades atingidas por desastres

Os recursos utilizados para os projetos net-zero virão do maior prog rama de subvenção e assistência pública da Fema, voltado por exemplo para reconstrução de escolas, hospitais, quartéis de bombeiros e para investimentos em infraestrutura comunitária após desastres climáticos

O desbloqueio dos fundos públicos de emergências para a questão climática, além de ajudar nas metas de net-zero do gover no federal para 2050, tem o simbolismo de considerar a transição energética ferramenta para as comunidades benef iciadas evitarem as consequências da mudança do clima Os projetos serão vinculados ao Prog rama de Concessão de Mitigação de Riscos (HMGP, em inglês) e ao prog rama de subvenção Construindo Infraestrutura e Comunidades Resilientes (BRIC, em inglês)

O prog rama BRIC disponibiliza subsídios suplementares para governos estaduais, tribais, territoriais e locais, além de organizações privadas sem f ins lucrativos, para que as comunidades respondam e se recuperem rapidamente de g randes desastres ou

emergências Já o HMGP for nece f inanciamento também para os mesmos entes para que eles possam desenvolver planos de mitigação de riscos e reconstruir de uma forma que reduza ou mitigue futuras perdas por desastres em suas comunidades Este f inanciamento de subvenção está disponível apenas após um desastre declarado presidencialmente

O anúncio da disponibilidade dos recursos, feito em 30 de janeiro, se alinha com a meta estabelecida pelo Fema neste ano de construir capacidade local para resistir aos perigos dos desastres climáticos A iniciativa se tor nou possível por conta das regulamentações da Lei de Redução da Inf lação (IRA), que contempla política de incentivos para energia limpa e ação climática

“Esse trabalho incluirá a incor poração de técnicas e tecnologias inteligentes de energia líquida zero como módulos solares e bombas de calor

na reconstrução de infraestruturas críticas, como hospitais e quartéis de bombeiros A agenda é a prova de que podemos atender às necessidades de segurança e estabilidade das comunidades locais”, disse o secretário de Segurança Inter na dos Estados Unidos, Alejandro N Mayorkas

“Depois de um desastre, as comunidades não querem apenas reconstruir Elas querem infraestrutura que dure e sir va melhor em um futuro que promete mais eventos climáticos extremos alimentados pela crise climática”, completou o conselheiro sênior do presidente dos EUA para inovação e implementação de energia limpa, John

Por meio da agência Fema, ideia é incluir a fonte e out ras soluções net-zero em reconst r ução de comunidades at ingidas por desast res

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Podesta, por ocasião do lançamento das novas linhas de f inanciamento

Desde 2019, os Estados Unidos experimentaram uma média de 20,4 desastres climáticos por ano, custando mais de US$ 1 bilhão cada Para se ter uma ideia da g ravidade, na década de 1980 a média anual foi de 3,3 desastres desse tipo Somente em 2023, houve um recorde de 28 eventos conf irmados de desastres climáticos

Grupo CCR amplia geração solar nas margens das rodovias

OGrupo CCR, da área de infraestrutura de mobilidade, ampliou em 36,4% a produção própria de energia solar em 2023 para o abastecimento de suas rodovias, na comparação com 2022, alcançando o volume de 3,61 mil MWh O aumento está em linha com a meta da companhia de ter 100% do consumo de energia elétrica dos seus ativos suprido por fontes renováveis até 2025

Atualmente, a CCR opera 11 usinas solares próximas de suas concessões rodoviárias no Rio de Janeiro e Santa Catarina, que somam 3,1 MWp de capacidade instalada Os projetos fornecem energia elétrica para iluminação das vias e operação das praças de pedágio, entre outros usos

A s 11 usinas solares da empresa geraram 3,610 mil MW h no ano passado Meta é ter 100 % do consumo elét r ico abastecido por renováveis até 202 5

Fontes limpas são empregadas também em outros modais operados pelo Grupo CCR Em mobilidade urbana, os trens e metrôs operados pela companhia já utilizam 95% de energia elétrica de fontes renováveis Em nota, a CCR cita estudo realizado pela consultoria

Aneel lança painel para acompanhamento da geração

Está disponível no Por tal de Relatórios Aber tos (Para) da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica a atualização do painel Ralie – Relatório de Acompanhamento da Expansão da Ofer ta de Geração de Energia Elétrica Com for mato mais intuitivo, segundo nota da agência, a fer ramenta amplia o acesso aos dados de fiscalização de novas usinas em implantação e facilita o acompanhamento da expansão da ofer ta de geração de acordo com o ano, região, tipo de fonte de energia, entre outros filtros O objetivo é aprimorar a interatividade e for necer mais infor mações sobre obras de geração

As infor mações do painel são atualizadas mensalmente com base nas inspeções in loco nas obras das centrais geradoras e nos dados disponibilizados no Rapeel - Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica, que conta com a contribuição das empresas fiscalizadas para uma análise minuciosa da equipe de monitoramento

WayCarbon, segundo o qual as linhas de trens, metrôs e VLT da companhia evitaram a emissão de mais de 1,5 milhão de toneladas de CO2 nos últimos 13 anos.

Para cumprir a meta, a empresa está executando investimentos para ampliar a capacidade instalada do seu parque de geração de energia solar próximo de suas rodovias, além de adquirir certif icados de energia renovável de seus for necedores no mercado livre de energia

Brasil bate recorde histórico de geração renovável em 2023

Ageração de energia renovável bateu recorde no Brasil em 2023, segundo levantamento da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica Foram 70 206 MW médios gerados a partir de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa O volume representa 93,1% de toda a eletricidade

O Ralie o ferece visuali zação detal hada por usina e per mite que o usuár io expor te dados disponíveis na plata for ma

O painel Ralie oferece uma visualização detalhada por usina, incluindo infor mações sobre o estágio das obras, coordenadas geográficas, dados de financiamento e recursos, além dos contratos celebrados pelas empresas fiscalizadas Além disso, per mite que o usuário expor te dados disponíveis na platafor ma e aplique diversos filtros para personalizar a busca Os dados são organizados em seções para facilitar a análise de acordo com os interesses do usuário As infor mações disponíveis em cada seção são:

Tendência de Expansão: projeção da potência instalada (MW) para o período de 2024 até 2032, com foco na viabilidade da implantação das usinas por região e na expectativa de operação comercial

Histórico e Tendência Mensal: capacidade instalada (MW) mensal e quantidade de usinas em operação no período, além de dados categorizados por região, tipo de geração, comercialização, cronograma, situação das obras e detalhes de cada empreendimento.

Histórico e Tendência por Origem: expansão da ofer ta de geração de energia de 1997 até o ano atual divididos por tipo de fonte de energia

Previsão de Operação Comercial: lista de unidades geradoras com a previsão de operação comercial de cada unidade monitorada Inclui campos de dados relacionados ao cronograma outorgado, estabelecido como obrigação, e do cronograma realizado, quando comprovado pela empresa e homologado pela fiscalização da Aneel

Detalhamento de Usinas: infor mações regulatórias detalhadas de cada usina, como dados cadastrais autodeclarados pela empresa fiscalizada, indicadores, cronograma e licenciamento ambiental

Para mais infor mações, acesse: https://por talrelatorios aneel gov br/Ralie

1 2 N o t í c i a s Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24

Representatividade

Segundo est udo da CCEE , foram 70 206 MW médios, o que representa 93,1% do to tal de elet r icidade produz ida

produzida no ano, o maior percentual já registrado

Com hidrologia favorável, as hidrelétricas geraram quase 50 mil MW médios, crescimento de 1,2% na comparação com 2022 Com 58% de participação da capacidade instalada da matriz elétrica nacional, as UHEs encerraram ainda o ano em níveis de reser vatório confortáveis para o enfrentamento do período seco de 2024 A situação para o ano f ica ainda mais segura por conta do crescente complemento das fontes solar e eólica

Segundo o mesmo estudo da CCEE, os parques eólicos e as usinas solares fotovoltaicas geraram mais de 13 mil MW médios em 2023, 23,8% a mais na comparação anual Além do cenário climatológico favorável, em específ ico para a fonte solar, a entrada de novas usinas no SIN inf luenciaram o bom resultado, com elevação da capacidade instalada das duas fontes para mais de 42,6 GW

O segmento de geração solar distribuída também coopera com a participação, já que a capacidade instalada de micro e miniusinas passou de 18,1 GW de dezembro de 2022 para 26,4 GW no início de fevereiro de 2024 Em geração, segundo a CCEE, o volume produzido por GD no ano passado foi de 4.140 MW médios, o que representa um crescimento de 63,9% na comparação com 2022.

Também conf irmam os bons prognósticos da geração solar dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que registraram em 30 de janei-

ro o primeiro recorde solar instantâneo no SIN de 2024. No dia, a geração alcançou 27.909 MW, às 11h40, o suf iciente para atender a 30,4% da demanda naquele minuto de todo o Brasil, aí incluídos os dados da geração distribuída O recorde anterior, também considerando a GD solar, fora atingido em 11 de novembro de 2023, com 27 435 MW

Na mesma semana, o subsistema Nordeste também registrou recorde de geração solar instantânea, com 9 231 MW aferidos às 11h18 de 31 de janeiro O volume correspondeu a 66,8% da demanda do submercado na ocasião A marca mais elevada até então era de 9 035 MW, registrada em 18 de janeiro de 2024

ONG implanta iluminação com materiais alternativos e solar

AONG Litro de Luz, que implementa em comunidades carentes iluminação solar por meio de soluções que mesclam módulos fotovoltaicos e baterias com materiais simples como garrafas PET e canos de PVC, instalou em dezembro projetos em comunidades na Bahia para a AES Brasil, onde a empresa opera desde o ano passado o complexo eólico Tucano, de 322 MW de capacidade instalada, a 250 km de Salvador

A ação foi implementada nas comunidades de Baixinha de Fora, Canto Rico Quererá e Oiteiro, onde foram benef iciadas, segundo comunicado da AES, 76 famílias, com 224 pessoas A montagem das soluções f icou a cargo dos próprios moradores, que foram treinados em of icinas realizadas por membros da ONG e colaboradores da AES Os sistemas de iluminação envolvem lampiões, postes e canos de PVC

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 1 4 N o t í c i a s
2013 81,8 % 77,5 % 77,8 % 84,5 % 82,9 % 86,2 % 86,3 % 87,3 % 80,4 % 92,0 % 93,1 % 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 Não renovável 18,2 % 22,5 % 22,2 % 15,5 % 17,1 % 13,8 % 13,7 % 12,7 % 12,6 % 8,0 % 6,9 % ,8
da geração de energia renovável na matriz brasileira (2013 – 2023)
Renovável
no
ano

com módulos fotovoltaicos individuais, além de baterias e luminárias LED

A ONG Litro de Luz Brasil faz parte do movimento global Liter of Light, nascido nas Filipinas em 2011. A inspiração para o projeto, que já atendeu mais de 1 milhão de pessoas no mundo, porém, foi uma solução criada no Brasil pelo mecânico Alfredo Moser, em 2001 Trata-se da chamada “Lâmpada de Moser”, que consiste em garrafa PET abastecida com água e alvejante Instalada no telhado das casas, a garrafa, por meio da refração provocada pela luz solar, consegue iluminação equivalente a uma lâmpada de 60 watts

A Li t ro de Luz , que já bene ciou mais de 1 mil hão de pessoas em comunidades carentes no mundo, concluiu projeto para a AES em área de complexo eólico

O trabalho da Liter of Light, presente com f iliais em 15 países, já recebeu premiações da ONU, o World Habitat Awards, e ainda o Zayed Energy Prize, considerado o Prêmio Nobel de energia sustentável. A ONG Litro de Luz Brasil teve início em 2014 e já benef iciou mais de 25 mil pessoas, contando com o apoio de 200 voluntários que montam as soluções em conjunto com os moradores de comunidades vulneráveis (ribeirinhas, quilombolas, urbanas, rurais e indígenas)

Mercado solar terá sobreoferta de módulos

Embora ainda tenha um futuro de crescimento global, a fonte solar tende a entrar nos próximos anos em período de estabilização, com desaceleração em mercados-chave e possível excesso de oferta de módulos e demais

1 5 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24

equipamentos solares

As conclusões fazem parte de breve análise publicada pela consultoria WoodMackenzie, onde são feitas três “previsões” para o setor solar em 2024.

Africa

Ásia-Pacífico

Europa

América Latina

Oriente Médio

América do Norte Rússia e região do Mar Cáspio

A primeira das previsões aponta que a fonte mudará seu status de indústria de alto crescimento, cuja média anual entre 2019 e 2023 foi de 28%, incluindo 56% no último ano, para o de indústria madura, com crescimento mais lento. A consultoria aposta em acréscimos médios estáveis entre 2024 e 2028, com alguns anos registrando até contrações Com cerca de 1,5 TWcc instalados globalmente até 2023, são esperados mais 3 TWcc na próxima década

P rognóst icos são da Wood Mackenz ie, que vê mercado ent rando em fase de amadurecimento em 2024, mas com sinais de excesso de o fer ta de equipamentos

nário, a Wood Mackenzie prevê crescimento médio anual de apenas 4% na Europa nos próximos cinco anos.

O recuo no ritmo de crescimento se dará principalmente por conta dos principais mercados, com destaque a região da Ásia-Pacíf ico. Essa inf luência vem principalmente pelo desempenho da líder China, cujas instalações anuais se multiplicaram quase seis vezes desde 2019, chegando na previsão da consultoria a quase 200 GWcc em 2023, mas que a partir de 2024 devem encolher ligeiramente Isso porque os investimentos em infraestrutura de rede do país asiático não estão acompanhando o crescimento dos projetos solares, o que aumenta a necessidade de mais armazenamento, e também em razão de recentes cortes de subsídios à geração distribuída

O desempenho do mercado solar europeu será o segundo a inf luenciar no previsto amadurecimento da indústria Apesar de os últimos dois anos terem sido de fortes crescimentos, com taxa anual de 38% em 2022 e de 26% em 2023, a crise energética, e o correspondente aumento nas tarifas do varejo, que caíram até 40% no ano passado, vão desacelerar o ritmo de projetos de geração solar distribuída em muitos mercados europeus Por conta do ce-

A segunda previsão da análise envolve o desempenho dos Estados Unidos, que deve em 2024 sentir integ ralmente as consequências dos incentivos às renováveis da Lei de Redução da Inf lação (IRA, na sigla em inglês) De acordo com a consultoria, embora tenha sido lançada em agosto de 2022, apenas neste ano, por conta da demora em regulações, será possível ver os efeitos dos créditos tributários oferecidos para estimular a cadeia produtiva local da fonte solar A previsão é que em 2024 os benefícios começarão a se materializar no país em mais instalações solares distribuídas e ainda a fabricação local de módulos solares deverá ser quase triplicada, com 40 GW de capacidade operacional até o f im do ano Além disso, até 2026 há rastreados pela consultoria 120 GW em novas fábricas de módulos nos Estados Unidos

Esse cenário positivo provocado pelo IRA, porém, apenas minimizará o padrão de desaceleração do crescimento anual da fonte Depois de ter registrado acréscimo médio de 27% entre 2019 e 2023 em nova capacidade de geração solar, a previsão é que o ritmo anual entre 2024 e 2028 caia para 6% “Embora existam vários desaf ios com os quais a indústria solar dos EUA está convivendo atualmente, o crescimento futuro da instalação seria muito menor se não fossem os inúmeros benefícios dentro do IRA”, af irma o texto da Wood Mackenzie.

Por f im, a terceira previsão tem a ver com o excesso de oferta, com prevista ociosidade global entre os fabricantes de módulos e equipamentos solares, o que de certa forma se relaciona com os novos investimentos que estão sendo incentivados na cadeia produtiva norte-americana Com a demanda de projetos solares em alta em vários países, houve incentivo para expansão na capacidade principalmente de módulos, e em especial na China, líder no for necimento, o que no cenário de longo prazo pode provocar desequilíbrio comercial para os fabricantes

Para atender os projetos, destaca a análise, a capacidade de fabricação de módulos triplicou na China nos últimos dois anos, superando 1 TW Já no momento, porém, nem todas essas fábricas estão operando em plena capacidade, com taxas de utilização bem abaixo dos 100% em muitos casos Globalmente, a consultoria estima que a ocupação das fábricas de módulos caíram de aproximadamente 70% em 2021 para menos de 40% em 2023

Com expectativas de instalações solares globais anuais em tor no de 350 GW para a próxima década, conclui o estudo, isso signif ica que apenas a China conseguiria atender a quase três vezes a demanda global Como resultado, o excesso de oferta chinês, que já levou os preços dos módulos a mínimas recordes em 2023, pode impactar no médio prazo até mesmo nações com barreiras comerciais mais rígidas, caso da Índia e dos Estados Unidos, com seu IRA em implantação inicial Isso pode inviabilizar novas fábricas de módulos pelo mundo e tor nar mais difícil a sobrevivência comercial das já existentes, ainda mais ao se considerar que a maioria dos fabricantes depende de polissilício, wafers e células produzidas na China

1 6 N o t í c i a s Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
Crescimento
Crescimento médio de 28% 29 29 49 45 56 88 112 110 123 157 174 230 358 353 371 336 341 352 360 371 351 351 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032
estável

1ª etapa de solar flutuante na Billings é concluída

Foi inaugurada em janeiro a primeira etapa de implantação da usina solar fotovoltaica f lutuante (UFF)

Araucária, na represa Billings, na capital de São Paulo Fruto de concorrência pública da estatal Emae - Empresa Metropolitana de Águas e Energia lançada no f im de 2020, a UFF tem 7 MWp de potência instalada, com 5 MW de potência de conexão em geração distribuída

No aguardo de licença pelo órgão ambiental paulista, a Cetesb, para entrar em operação, a usina com f lutuadores de polietileno de alta densidade tem 10,5 mil módulos solares sobre a lâmina d’água e envolveu investimento inicial de R$ 30 milhões Segundo comunicado do gover no paulista, a planta tem capacidade para produzir até 10 GWh por ano e será a maior do País do gênero

À espera de licença de operação, usina tem 7 MWp, mas contempla mais 7 5 MW que serão ent regues até 202 5

A usina foi implementada em dois meses sob a coordenação da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, do gover no estadual. A conclusão do restante do complexo solar f lutuante na represa está prevista para o f inal de 2025, com a entrega de outros 75 MW e investimento de R$ 450 milhões

Apesar da alta potência, quando concluída toda a sua implementação, o complexo será ainda enquadrado como geração distribuída Isso porque o marco regulatório de GD, a lei 14 300/2022, permitiu que usinas solares f lutantes fossem divididas e conectadas de forma

fragmentada, em unidades menores de até 5 MW (limite da GD), para manter os mesmos benefícios da modalidade.

China bate recorde de nova capacidade solar em 2023

Apenas em 2023, a China instalou mais capacidade de energia solar fotovoltaica do que o total já implementado em qualquer país do mundo Segundo levantamento do órgão estatal chinês Administração Nacional de Energia (NEA, na sigla em inglês), foram adicionados 216,9 GW no ano passado, batendo seu recorde anterior registrado em 2022, de 87,4 GW, ou seja, 116% a mais

Em comparação, nos Estados Unidos, o segundo maior mercado de energia solar do mundo, deve fechar o ano de 2023, segundo estimativas da BloombergNEF, com capacidade total instalada de 175,2 GW, com a ressalva ainda de que a NEA mede a capacidade em corrente alter nada, enquanto a BNEF em corrente contínua, o que aumenta a diferença entre os países Com o ag regado em 2023, o total instalado de energia solar na China chega a aproximadamente 606,9 GW.

O acréscimo de solar recorde na China foi o mais importante para fazer o mundo, segundo o relatório Renewables 2023 da Agência Inter nacional de Energia (IEA, em inglês), ter aumentado em 50% as adições anuais das fontes renováveis em 2023, que no total foram de 510 GW De acordo com a BNEF, a China foi responsável por 58% das instalações solares globais e 60% da eólica global no ano passado

Mesmo assim, e até mesmo para atender as cadeias produtivas de componentes solares e eólicos, a China continua a aumentar a sua capacidade de geração em termoelétricas a car vão, que fornecem cerca de 59% da eletricidade do país A capacidade de geração térmica aumentou em 57,93 GW em 2023, segundo a NEA, embora o governo chinês

esteja divulgando que o consumo de car vão diminuirá a partir de 2025

A previsão para 2024, porém, é de mais expansão em renováveis na China, mas a um ritmo bem menor Por conta de recentemente o gover no ter diminuído os subsídios para projetos de geração solar distribuída, e ainda em razão de algumas regiões sofrerem com def iciências na infraestrutura de rede de transmissão, o país deve aumentar em cerca de 7% as instalações solares e em 11% a capacidade eólica, segundo estimativa da BNEF

GreenYellow vai construir usinas para GD por assinatura

AGreenYellow assinou contrato com a Matrix Energia para construir três usinas solares fotovoltaicas de geração distribuída que juntas terão capacidade instalada de 16,28 MWp, com geração anual prevista de 34,9 GWh A ideia é utilizar a energia solar nos ser viços de assinatura por geração distribuída compartilhada realizados pela Matrix

As UFVs serão implantadas pela GreenYellow em áreas de concessão da distribuidora Equatorial, nos municí-

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País acrescentou no ano mais 2 16,9 GW, mais do que toda a capacidade instalada dos Estados Unidos, o segundo no rank ing global da fonte Serão t rês usinas com po tência to tal de 16, 2 8 MWp em G oiás, P iauí e no Ceará

pios de Porteirão, em Goiás, e Sigefredo Pacheco, no Piauí, e ainda em Morada Nova, no Ceará, em área de concessão da Enel Com essas disposições geog ráf icas, a Matrix poderá negociar as assinaturas com cerca de 2 900 consumidores de 645 municípios

Segundo o diretor comercial da GreenYellow, Marcelo Varlese, a empresa será responsável pelo investimento, implantação, operação e manutenção das usinas De acordo com ele, com esse projeto o portfólio da empresa de origem francesa ultrapassou os 100 MW de capacidade instalada

Já a Matrix, de acordo com o diretor comercial, Rafael Moreira, planeja operar mais de 500 MWca de geração descentralizada em 2024, o que segundo ele deve posicionar a empresa como um dos maiores players de GD compartilhada do país, com operação em pelo menos 21 concessionárias Em 2023, a linha de negócio contou mais de 1 300 clientes, dentre eles comércios e residências, com mais de 4 000 MWh de energia transacionada em clientes do g rupo B

Superplayer & Co oferta energia para provedores de internet

ASuper player & Co, empresa especializada em ser viços digitais para

provedores de inter net, fechou parceria com a Newave Energia, proprietária de usinas solares e comercializadora de energia, para oferecer mig ração de energia para o mercado livre (ACL) a seus clientes A ideia é aproveitar a carteira de clientes da Super player no País, que envolve 120 provedores, para os quais a empresa já emitiu mais de 1,5 milhão de licenças de seus produtos, entre eles TV por streaming, música e audiolivros infantis

A estratégia envolve dois tipos de oferta A primeira é para mig ração direta dos provedores, oportunidade que se tor nou ainda mais viável neste ano com a liberação, desde 1º de janeiro, de mig ração para o mercado livre de todos os consumidores do grupo A, mesmo os com demanda contratada menor que 500 kW

A segunda possibilidade de oferta mira os clientes cor porativos dos provedores que estejam no g rupo A

Em sociedade com a Newave, propr ietár ia de usinas solares e comerciali zadora, empresa de ser viços digi tais cr iou o fer tas de migração ao ACL

Dessa forma, a mig ração se torna mais um produto que os operadores podem ag regar ao for necimento básico de inter net Segundo comunicado da Super player, a oferta de energia renovável mais barata do ACL, em até 30%, atende demanda crescente do mercado de telecomunicações de ofertar mais opções de ser viços adicionais em suas bases de clientes cor porativos Essa demanda, em uma primeira fase, foi atendida nos consumidores pessoa física, com a distribuição de ser viços de streaming e aplicativos

“Os provedores de inter net locais já têm um relacionamento com g rande parte das pessoas físicas e jurídicas das suas cidades Por que não oferecer a elas também energia, que, assim como telecomunicações, trata-se de um ser viço de infraestrutura? Acreditamos que, em breve, os provedores de inter net serão os g randes for necedores de energia das suas regiões”, disse o CEO da Super player & Co, Gustavo Goldschmidt

Segundo ele, além da economia de até 30% no custo de energia, quando comparado aos preços das concessionárias, há ainda as vantagens de f lexibilizar o modelo de contratação quanto ao tempo e condições contratuais, a utilização de fonte de energia solar e a segurança energética proporcionada pela compra direta de um gerador de

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 2 0 N o t í c i a s

energia. Em uma segunda etapa, a ideia é também ofertar pacotes de energia para que os provedores estendam o ser viço aos seus clientes pessoas físicas.

Notas

Energização de usina - A GDSUN concluiu a energização da UFV Ituverava II, localizada no Estado de São Paulo. Com capacidade instalada de 1,376 MWp, a usina foi conectada à rede. Hoje, a companhia possui 22 usinas ativas na região, com capacidade instalada de cerca de 48 MWp e geração líquida anual estimada em 95.000 MWh. Com a nova energização, a GDSUN alcança a marca de 60 usinas no país Toda a estrutura é acompanhada pela companhia de forma remota, em tempo real, em seu centro de operações, que complementa o controle realizado virtualmente

Cer tif icação de módulo - A Nency Solar Technology, braço solar da Shanghai Electric, recebeu as certif icações IEC 61215:2021 e IEC 61730:2023 por seu módulo fotovoltaico de vidro duplo do tipo N, que foram concedidas pela autoridade global de testes, inspeção e certificação TÜV SÜD Lançado em 2023, o módulo conta com uma potência de até 630 W, uma taxa de ef iciência de 3% e alta bifacialidade, com coef iciente de baixa temperatura, baixa deg radação induzida por luz (LID, light-induced degradation) e baixa deg radação induzida por potencial (PID, potential-induced degradation)

Nova investidora - A Spectra Investments, gestora de investimentos do Brasil, tor nou-se sócia da UCB, for necedora de soluções de armazenamento de energia e fabricante de baterias estacionárias, portáteis e mobilidade elétrica Com a entrada da investidora, o controle da UCB passa a ser gerido

pela GEF Capital, gestora de private equity global especialista em investimentos de soluções climáticas

Resistência ao sombreamento parcialA fim de aprimorar seu módulo fotovoltaico resistente ao sombreamento, o AE Smart Hot-Spot Free, que possui diodos de desvio integ rados para cada célula solar individual, a AESolar está colaborando com o Fraunhofer Center for Silicon Photovoltaics (CSP), que realiza pesquisas aplicadas na área de cristalização, módulos solares e wafers solares, para desenvolver uma nova geração de módulos fotovoltaicos resistentes à sombra, utilizando células cortadas pela metade A colaboração está sendo conduzida no âmbito de um projeto de pesquisa SegmentPV e é financiada pelo Ministério Federal de Assuntos Econômicos e Ação Climática da Alemanha (Bundesministerium für Wirtschaft und Klimaschutz)

O projeto começou em maio de 2023 e envolve dois anos de trabalho de pesquisa

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N o r d e s t e

O s g ra n d e s t e m a s d o I n t e rs o l a r

S u m m i t B ra s i l

N E 2 0 2 4

Embora o Brasil inteiro tenha lugar de destaque quando se fala em energia renovável, com matriz limpa que hoje oscila na casa dos 90%, a região Nordeste do País pode ser considerada a “cereja do bolo” Com irradiação solar e ventos apontados como dos melhores do mundo, não é à toa que já há algum tempo os estados da região são o principal foco de investidores de parques solares e eólicos, na demanda mais imediata, e de empreendedores interessados, na perspectiva de médio e longo prazo, em criar hubs de hidrogênio verde ou em implantar sistemas de armazenamento de energia nas usinas renováveis

A geração solar está bem desenvolvida no Nordeste brasileiro mas ainda tem imenso po tencial de crescimento O hidrogênio verde cont inua somando projetos ambiciosos na região, enquanto o ar mazenamento de energia promete ser a mel hor for ma de aprovei tar o excedente dos parques solares e eólicos nordest inos Esta repor tagem ouviu especialistas nos pr incipais temas do Intersolar Summi t regional, a ser reali zado em abr il

Por mesmos motivos não é por acaso também que, nos dias 10 e 11 de abril, vai acontecer a Intersolar Summit Brasil Nordeste, em Fortaleza, no Ceará, onde além de uma exposição com importantes for necedores do setor solar fotovoltaico, ocorrerá um cong resso técnico de alto nível, que pretende debater essas várias oportu-

D i v u g a ç ã o / E n e G e e n P o w e r

Destaques do Nordeste: 59,5% da capacidade solar cent rali zada em operação no País (7, 2 GW de 12,1 GW), além de 3,6 GW em const r ução e 7 7,7 GW outorgados; e previsão de R$ 82 bil hões de invest imentos em hidrogênio verde até 2030, para expor tação, com os pr incipais hubs em por tos da região, e para atender o mercado inter no (nas fo tos, complexo solar São G onçalo, de 86 4 MW, da Enel Green Power no P iauí, e fábr ica da Unigel na B ahia, que até 202 7 deve ter capacidade de produz ir de 100 mil toneladas anuais de hidrogênio verde)

nidades que as tecnologias da transição energética já trazem e tendem a trazer ainda mais para os estados nordestinos

Serão temas centrais do cong resso, por exemplo, no primeiro dia, a geração solar distribuída e centralizada, cujos painéis visam mostrar que ambos os mercados, já bem desenvolvidos na região, ainda têm imenso potencial de crescimento pela frente Já no segundo dia será tema de outros debates o hidrogênio verde, objeto de vários projetos na região, com estados organizando hubs de exportação e expectativa de gerar um superávit

de investimentos para o País de cerca de R$ 82 bilhões até 2030. No mesmo dia 11 ainda haverá sessões sobre as perspectivas de expansão de uso dos sistemas de armazenamento de energia (chamados BESS, de batter y energy storage systems), cuja promessa é ser a melhor forma de aproveitar o excedente de parques solares e eólicos da região, cada vez mais afetados pelos constantes constrained-of f decretados pelo ONS

Solar em alta

Para começar pela prog ramação do primeiro dia do cong resso, em tor no

D v u g a ç ã o / U n g e l

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Marcelo Furtado, especial para FotoVolt

da fonte solar fotovoltaica, o potencial ainda em aberto para aproveitar as peculiaridades da região tanto em geração centralizada como na distribuída, aliada ao momento regulatório diferenciado, com maior abertura do mercado livre de energia a partir de 2024, já devem justif icar o interesse dos cong ressistas pelo tema.

Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, por exemplo, a região Nordeste tem ainda um potencial para investimentos em solar que ele considera pouco explorado e que pode ser aproveitado para ampliar a competitividade dos setores produtivos e gerar economia para consumidores, tanto em GC como em GD.

Para ele, além do recurso solar acima da média nacional, a alta disponibilidade de áreas com baixa produtividade ag rícola no interior dos estados favorece a construção de g randes usinas centralizadas “Essas áreas são ideais para o uso da energia solar fotovoltaica, porque as usinas não representam risco de conf lito com outras atividades produtivas e não atrapalham as comunidades”, diz

Não custa lembrar que a outra fonte renovável em ascensão na região, a eólica, tem causado muitos conf litos em cidades do interior do Nordeste, por conta por exemplo do barulho dos aerogeradores e pela forma dispersa como os sistemas são implementados, ocupando diferentes propriedades em arrendamento, o que tem potencial de ag ravamento no convívio entre as partes Já as usinas solares f icam mais concentradas, sem demandar muitas áreas de diferentes proprietários e sua ocupação física pode ser conjugada com a ag ricultura

Essas características têm feito o Nordeste, lembra Sauaia, liderar a operação solar centralizada no País, com 59,5% do total em operação Segundo dados da Aneel, referentes ao início de fevereiro, há 7,2 GW em operação nos nove estados nordestinos, com 291 UFVs, sendo a Bahia a líder, com 2 GW, seguida por Piauí (1,5 GW) e Per nambuco (1 GW) Em todo o Brasil, há 12,1 GW operando, sendo o Sudeste o segundo maior mercado, com 4,7 GW E as perspectivas são ainda mais animadoras, já que nesse mesmo período da f iscalização da agência, há 86 usinas em construção, com 3,6 GW no total Já os projetos outorgados, mas com início das obras ainda não realizado, o número é mais relevante: são 77,7 GW, de 1 812 usinas que esperam viabilidade para saírem do papel nos próximos anos

GD

Mas, além da geração centralizada, a distribuída também tem muito a crescer no Nordeste, na análise do presidente da Absolar Principalmente ao se levar em conta que, mesmo com os melhores recursos de irradiação, a região, com 5,2 GW instalados, está atrás do Sudeste (8,8 GW) e do Sul (6,4 GW) Isso signif ica que atualmente o Nordeste representa 19,6% do total instalado em geração distribuída no País, contra 33,3% do Sudeste e 24,2% do Sul Já todo o Brasil registra até o começo de fevereiro, segundo a Aneel, 26,4 GW em GD solar A diferença entre as regiões, porém, tem explicações, de acordo com Sauaia. Para começar, os estados do Sudeste e do Sul têm tarifas de energia mais altas, o que estimula a opção

pela geração distribuída, além de terem maior número de unidades consumidoras e um consumo maior, não só nos clientes residenciais, mas nos comerciais e industriais. Apesar disso, o dirigente aponta que no geral a expectativa é de diminuição nas diferenças regionais, a se guiar pelo desempenho de estados como Bahia e Ceará, que estão se destacando na geração solar própria em telhados e terrenos No caso baiano já há 1,1 GW instalado e no cearense 858 MW, seguido por Per nambuco, com 821 MW

“Há na região um imenso potencial nos telhados de casas, de pequenos negócios nas áreas urbanas e também em escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, além dos telhados dos produtores rurais”, diz Não por menos, ressalta Sauaia, dos 9,4 GW previstos pela Absolar para serem instalados em energia solar em 2024 no Brasil, cerca de 6 GW devem vir da geração distribuída. “E a maior parte disso será no Nordeste e no Sudeste e Sul do País”, assegura

No caso específ ico do Nordeste, o executivo aponta como fator importante para a conf iança na expansão da GD solar o aumento nas opções de linhas de crédito Além das ofertas de bancos privados, um importante instrumento tem sido a linha FNE Sol, do Banco do Nordeste (BNB), criada em 2015 para, em uma primeira fase, apoiar projetos de pessoas jurídicas e produtores rurais, e mais recentemente expandida para pessoas físicas

Outro horizonte a ser mais explorado no Nordeste, segundo o presidente da Absolar, é a geração distribuída compartilhada, que na região ainda não é tão difundida como em outros estados, caso de Minas Gerais e os do Centro-Oeste Embora ainda a geração local seja a predominante no País, o modelo tem muito potencial nos estados nordestinos por ser ideal para regiões mais carentes

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D v
a ç ã o / A b s o a r
Rodr igo Sauaia: Ampliação do mercado livre de energia é bené ca para a geração sola dist r ibuída
u g

“Na geração compartilhada, o consumidor pode fazer uso da energia solar mesmo que ele não tenha a área disponível de telhado, fazendo parte de um modelo de assinatura, ou ainda de autoconsumo remoto, no caso de empresas, usando créditos entre suas sedes”, explica Sauaia

Já no caso do consumidor residencial, que mora em um apartamento e que adote o modelo de assinatura solar com o apoio da geração compartilhada, as vantagens são muitas e, no caso do Nordeste, podem ser ainda maiores “O consumidor vai ter acesso a uma energia mais barata e sustentável, mas também vai ter a versatilidade de, caso ele mude de apartamento ou saia de imóvel alugado, levar a assinatura com ele”, complementa Para Sauaia, essas características democratizam a energia solar, o que no caso do Nordeste, com várias regiões menos favorecidas, pode ser ótima alter nativa, assim como a inclusão da energia solar no prog rama de habitação social Minha Casa Minha Vida, cuja regulamentação passa por consulta pública

Além disso, uma outra janela de oportunidade que deve ser aberta para investimentos em solar na região envolve a abertura do mercado livre de energia, que neste ano passou a tor nar aptos para mig ração todos os consumidores de média e alta tensão (g rupo A), um universo de cerca de 110 mil novos potenciais clientes.

Esse cenário, explica Sauaia, passou a permitir que empresas até então atuando exclusivamente na oferta de geração distribuída no mercado regulado comecem a desenvolver soluções voltadas para a autoprodução ou a produção independente de energia, modalidades muito empregadas no mercado livre “Essa abertura também é benéf ica para a geração distribuída porque abre oportunidades para que os empresários dessa área olhem para esse mercado como uma nova forma de ter clientes, em empresas com mais

necessidades de energia barata do ACL”, diz

Segundo ele, além de estimular novas usinas solares para atender o mercado livre, isso está fazendo empresas especializadas em geração distribuída buscarem parcerias com comercializadoras de energia, oferecendo soluções para clientes do mercado regulado e para aqueles que querem mig rar para o livre para aproveitar os menores preços médios de venda de energia do ambiente. “Essa parceria permite identif icar a melhor solução para o cliente”, complementa

Hidrogênio verde

Um tema que promete atrair bastante interesse no cong resso, no segundo dia da prog ramação, será o hidrogênio verde E isso apesar de essa indústria estar ainda muito incipiente globalmente Segundo estudo da consultoria Wood Mackenzie, divulgado em fevereiro deste ano, apenas 2% dos projetos existentes no mundo estão em operação ou construção, de uma anunciada capacidade total de 120,5 milhões de toneladas de hidrogênio de baixo carbono por ano

Mas a expectativa é g rande e se justif ica até mesmo por conta dos vários projetos anunciados no Brasil, ao todo 57 em estudo para implantação, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), sendo entre eles 33 com memorandos de entendimento (MOUs, na sigla em inglês) assinados com o complexo portuário do Pecém, no Ceará

Por enquanto, no Brasil, apenas o projeto da Unigel, na Bahia, está em construção, com a instalação prevista de três eletrolisadores da alemã ThyssenKrupp de 20 MW cada um Com investimento inicial de US$ 120 milhões para atingir capacidade de 10 mil t/ano de H2V e 60 mil t de amônia verde, até 2027, com total de US$ 1,5 bi-

lhão, a meta do projeto é chegar a 100 mil t/ano de H2V e 600 mil t/ano de amônia, insumo químico muito versátil para vários processos, entre eles fertilizantes nitrogenados, e que tor na ainda o hidrogênio melhor exportável pela via líquida

Entre os outros projetos, há alguns em estágios além dos memorandos de intenção, caso do anunciado pela Atlas Ag ro, em Uberaba, Minas Gerais, cuja meta é produzir 500 mil t/ ano de fertilizantes a partir de hidrogênio verde em 2027, com obras que devem ser iniciadas ainda em 2024

Outro exemplo é o projeto H2 Ceará, liderado pela australiana Fortescue Future Industries (FFI) e que já tem pré-contrato assinado com o Porto do Pecém para construir usina de produção de hidrogênio verde com capacidade de fabricar 15 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano

Também está mais próximo de sair do papel o projeto da alemã Green Energy Park e da espanhola Solatio, no Piauí, que já conta com garantia de aporte de 2 bilhões de euros da União Europeia, por meio de prog rama de investimentos europeus para garantir suprimento de energia para a Europa, o Global Gateway

O projeto no Piauí, já objeto de MOU com o gover no estadual, prevê unidade para produzir o equivalente a 10 GW de hidrogênio verde, que serão transportados para o porto de Krk, na Croácia O combustível deve ser exportado, como amônia verde, a partir do Porto de Luís Correia, em construção no Piauí. Para suportar a produção do H2V, a Solatio está investindo em usinas solares fotovoltaicas e eólicas no estado

Falta regulação e incentivos

Além da demanda f irme que ainda não se realizou no mundo, o que segundo o estudo da consultoria Wood Mackenzie se deve aos ambientes ma-

2 4 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 N o r d e s t e

croeconômico e político globais desfavoráveis e incertos, a concretização dos projetos no Brasil também resvalam na falta de regulação e na falta de incentivos claros para o nascimento dessa indústria

Esta é a visão, pelo menos, de Fer nanda Delgado, diretora executiva da ABIHV, associação que reúne empresas com projetos anunciados no Brasil, for necedores de sistemas e empreendedores de energia renovável Para ela, esse cenário demanda que o Cong resso Nacional aprove com urgência, ainda neste semestre, o PL 2308/23, já ratif icado pela Câmara dos Deputados, mas dependente de apreciação do Senado Federal, onde também há outro PL sobre o mesmo tema (5816/2013), que pode ser apensado ao primeiro.

A necessidade da aprovação no curto prazo, para Delgado, é importante para que o Brasil não perca a janela de oportunidade de se tor nar pioneiro nessa indústria, tendo em vista principalmente as vantagens competitivas nacionais que, segundo várias análises, fazem o seu custo de produção do H2V ser considerado o mais baixo do mundo

Com matriz elétrica renovável, hoje em cerca de 90%, explica a dirigente, o Brasil tem a vantagem de “colocar na tomada um eletrolisador e passar a produzir hidrogênio verde” Isso sobretudo por conta da conf iguração do Sistema Interligado Nacional (SIN), tipo de interligação de rede que não encontra muito paralelo em outros países

Mas na sua análise, e daí a necessidade de o Cong resso criar logo o ambiente jurídico favorável para os investimentos, essa vantagem comparativa pode não ser para sempre.

“Hoje todos os países estão investindo muito em renováveis,

solar e eólica. Daqui a uns três anos vários chegarão no nosso nível, de 90% ou mais de matriz limpa Então o que hoje é uma vantagem no futuro não será mais”, explica.

A aprovação por si só do projeto de lei, porém, não é suf iciente na opinião de Fer nanda Delgado Isso porque durante sua tramitação na Câmara dos Deputados foram retirados pelo relator, o deputado Bacelar (PV-BA), vários incentivos e subsídios que a ABIHV, assim como outras associações ligadas ao tema, a Absolar e a Abeeólica, consideram como importantes para o desenvolvimento inicial do mercado no Brasil

incentivos removidos do texto do PL, as associações se ressentem principalmente de descontos nos encargos na tarifa de energia renovável para uso nos eletrolisadores (a energia equivale a cerca de 70% da produção do H2V), isenção de Cof ins e PIS/Pasep, criação de leilões de energia para os projetos de hidrogênio, além de participações percentuais da parcela da União no recolhimento da produção de petróleo

Fer nanda Delgado: Com mat r i z 90 % renovável, Brasil tem vantagem de “colocar um elet rolisador na tomada e passar a produz ir hidrogênio verde”

“A indústria precisa de incentivos para criar condições estruturantes, ou seja, um empurrãozinho para sair do chão”, af irma Delgado Entre os

1º DIA | 10.04.2024

10h30 - 11h30 Abertura

Apenas f icou no PL 2308 o chamado Rehidro, o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, com desoneração de alguns impostos federais sobre os investimentos Esse apoio desonera despesas de capital e operacionais e se direcionam a empresas e a zonas de processamento de exportação, as ZPEs, ou seja, complexos portuários

Programação

• Cerimônia de aber tura com par ticipação de autoridades e boas-vindas dos organizadores do evento

11h30 - 12h30 Evolução da geração distribuída na região Nordeste

• V isão geral do mercado de geração distribuída, com foco na evolução do marco regulatório e desafios para a conexão à rede

14h00 - 15h30 Avanços da geração centralizada

• Experiências e desafios relacionados à implementação e operação de usinas fotovoltaicas, bem como à comercialização de energia elétrica

16h00 - 17h30 Perspectivas do sistema elétrico com elevada participação de energias renováveis

• Discussão dos desafios associados à operação de um sistema elétrico com elevada par ticipação de fontes renováveis não-despacháveis (solar FV e eólica). Análise do apagão do dia 15/08 e das consequências deste evento. Apresentação de novas opor tunidades de negócios para empresas do ramo FV em áreas tais como resposta de demanda, reser va de capacidade e prestação de ser viços ancilares

2 º DIA | 11.04.2024

10h30 - 12h00 Hidrogênio no NE: tecnologia, políticas públicas e cadeia de valor

• Apresentação dos mercados globais de hidrogênio renovável, bem como de opor tunidades no mercado nacional Foco na apresentação de estudos de casos e discussão de lições aprendidas e opor tunidades de negócios para empresas da região

14h00 - 15h30 Avanços no armazenamento de energia no Nordeste

• Panorama do mercado inter nacional e nacional de ar mazenamento de energia elétrica Foco em aplicações de ar mazenamento de grande por te, acopladas a usinas fotovoltaicas, bem como perspectivas do ar mazenamento no âmbito da geração distribuída Atualização sobre os últimos avanços tecnológicos de baterias

16h00 - 17h30 Mobilidade elétrica - perspectivas de mercado e oportunidades de negócios

• Apresentação dos avanços da mobilidade elétrica, iniciativas das montadoras, bem como de políticas públicas relacionadas à eletromobilidade Discussão de opor tunidades de negócios para empresas atuantes na área de energia solar FV

2 6 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 N o r d e s t e
D i v u l g a ç ã o / A B I H V

e industriais onde podem se instalar os hubs

Na demanda por incentivos, porém, a ABIHV tem o cuidado de pedir, em seus pleitos junto ao Cong resso, que esses benefícios não sejam repassados para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que assume e partilha na tarifa de energia os gastos com vários subsídios do setor A ideia da entidade é que os incentivos sejam arcados pelo Tesouro Nacional, por meio de alocação de subsídios hoje dados para a indústria de óleo e gás

Para Delgado, a expectativa é a de que o pacote de incentivos retirado pelo relator (a informação é a de que houve pressão do Ministério da Fazenda) seja revisto pelo Senado Além de ser uma necessidade para impulsionar o desenvolvimento da indústria, a diretora acredita que as medidas vão benef iciar no longo prazo a União. Isso porque é previsto um superávit de 82 bilhões de reais com os investimentos em hidrogênio verde até 2030, tanto no voltado para a exportação, que deve ter os estados do Nordeste como principais hubs em seus portos, como naquele que atenderá o mercado inter no de H2V, seja para produção de fertilizantes, aço verde ou dessulfurização em ref inarias de petróleo

Armazenamento

Um outro assunto na ordem do dia do sistema elétrico, não só do Brasil como do mundo, é o armazenamento de energia, que será tema de palestras no segundo dia do cong resso em Fortaleza Com a queda no preço das baterias e a ampliação do uso de fontes intermitentes na rede, a tecnologia tende a ser cada vez acionada para dar suporte à geração, transmissão e distribuição de energia (GTD).

Novo estudo da consultoria CELAClean Energy Latin America projeta

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 2 7

I n f o r m a ç õ e s d o e v e n t o

Além dos assuntos mencionados na repor tagem, o Intersolar

Summit Brasil Nordeste 2024 terá um impor tante painel sobre perspectivas de mercado e opor tunidades de negócios da mobilidade elétrica (veja programa na pág 26) A exposição de produtos e ser viços já tem mais de 60 empresas confir madas (veja lista abaixo)

Datas: 10 e 11 de abril de 2024

Local: Centro de Eventos do Ceará - Salão Taíba e MandaúPavilhão Oeste

Av Washington Soares, 999 - Por tão A, B e C, For taleza (CE), Brasil

Formato: Palestras de especialistas, debates entre executivos, pausas para networking, exposição Horários

Congresso: 10:30–17:30

Exposição: 10:00–19:00

Inscrições: https://www.intersolar-summit-brasil.com/

que esse mercado tem potencial para crescer 12,8% ao ano até 2040, com incremento de 7,2 GW no período para atender demandas de GTD no Brasil, movimentando mais de US$ 12,5 bilhões anuais. Para o estudo, por outro lado, caso sejam adotados incentivos e regulamentações adequadas no País, essa projeção pode ser ainda maior, chegando a 18,2 GW de capacidade de armazenamento no mesmo período

a

D i v u l g

O presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), Markus Vlasits, concorda com o potencial incrementado que o ambiente de incentivos diretos daria ao desenvolvimento do mercado, citado na pesquisa da CELA Para ele, o setor precisa basicamente de estímulos de criação de demanda.

O primeiro deles seria o tratamento tributário isonômico com as fontes renováveis incentivadas solar, eólica e PCHs que se benef iciam por exemplo de isenção de IPI para equipamentos (geradores solares, aerogeradores),

de ICMS e, por serem obras de infraestrutura do setor elétrico, pelo enquadramento no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi), que suspende a incidência de PIS e Cof ins sobre as receitas decorrentes das aquisições de ser viços e equipamentos da obra.

Segundo Vlasits, que é também diretor da NewCharge Energy e integ ra o comitê do Intersolar Summit, hoje o sistema de armazenamento de energia no Brasil tem carga tributária que oscila de 50%, quando nacionalizado, até 70%, quando totalmente importado “Isso claramente inviabiliza projetos de g rande porte Se tivéssemos tratamento tributário isonômico aos das renováveis, com certeza nossas ofertas seriam mais competitivas”, diz A outra medida que considera fundamental para estimular a demanda é incluir os sistemas de armazenamento nos leilões de reser va de ca-

pacidade, que contratam potência para acionamento emergencial do ONS

Com previsão de haver um leilão deste tipo até o fim de 2024, o pleito junto ao MME é não manter a mesma determinação válida no último certame, em 2021, de participação apenas de usinas térmicas na disputa, quando foram contratados 4,6 GW.

Uma exposição concorrida

Com previsão de atrair mais de 5000 visitantes, número alcançado pela edição de 2023, a feira do Intersolar Summit Nordeste tem sido muito disputada por grandes players nacionais e estrangeiros do setor solar, ar mazenamento de energia e áreas afins Aqui, a lista dos expositores confir mados até o fechamento desta edição (da Redação de FotoVolt )

Edição do ano passado do Intersolar Summi t NE recebeu 5000 visi tantes

N a c i o n a i s

Aldo solar

Amphenol

Arcelor mittal Tubarão

Aster ERP Solar

Baywa RE

BC Solar

Bold Energy

BYD do Brasil

Car mehil

CCM Solar do Brasil

Centr ysol

Connectoway

DSoli

Dynamo Estr uturas

Ebara

Eletron Seguro Solar

Elgin

FiberX Renováveis

Foco Energia

For tlev Solar

Fotus Distribuidora Solar

Genyx Solar Power

Golden Distribuidora

Gr upo Gimi

Intelbrás

Isoeste

JNG

Chint

Chint Anneng Digital Power

Gokin Solar

Ginlong Technologies

Hengdian Group Dmegc Magnetics

Livoltek

Meu Financiamento Solar

Modular Estr uturas

Montê Tecnologia para Energia

Nansen Solar

NTC Somar Estr uturas Fotovoltaicas

Pratyc

PV Operation

Renovigi Energia Solar

Romiotto

Santander Financiamentos

Ser rana Solar

SGV Solar

Sirius

Solar Group

SolarZ

Solfácil

Solplanet Brasil

Soollar Distribuidora

Sou Energy Solar

Sungrow do Brasil

Techlux Distribuidora

Tsun/T-Power

Tvin Solar

Vespr Solar

Vouren Locação de Equipamentos

WEG

Hoymilles Power Electronics

Luxen Solar Energy

PT (Xiamen)

Sunova Solar Technology

Xiamen Kehua Digital Energy Tech

2 8 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 N o r d e s t e
Par t icipantes devem superar 500 congressistas do ano passado
I n t e r a c i o n a i s
ç ã o
Markus V lasi ts: Ar mazenamento deve ter t ratamento t r ibutár io isonômico com as fontes renováveis incent ivadas e w C h a r g e
/ N

Segundo ele, com a mudança, os sistemas de armazenamento na verdade complementariam a reser va de capacidade das térmicas, em acionamentos emergenciais mais imediatos, de poucas horas, em demandas diárias “Não competimos diretamente com as térmicas, que continuariam necessárias em períodos longos de acionamento, como por exemplo ocorre em momentos de crise hídrica Agora em momentos diários para cobrir falta de potência em horário de ponta, por exemplo, faz todo o sentido usar as baterias”, diz

Países como o Reino Unido, Itália, Austrália e outros, de acordo com Vlasits, já incluem há muito tempo os sistemas de armazenamento e outras fontes além das térmicas em leilões de reser va “O Brasil é um dos únicos que ainda mantêm essa reser va de mercado para uma fonte muito cara como a térmica”, completa

Na sua avaliação, caso o MME entenda os argumentos que estão sendo apresentados para inclusão do armazenamento no leilão, que na sua opinião deve ser feito em lotes separados das térmicas, a expectativa seria muito boa para o mercado. “Se for contratado, por exemplo, apenas metade do último leilão, cerca de 2 GW, daria um g rande impulso para o desenvolvimento do setor”, af irma

Essa possibilidade de ser contratada como reser va de capacidade viabilizaria que usinas fotovoltaicas (ou eólicas), principalmente do Nordeste, comprassem sistemas de armazenamento de energia de g rande porte cujo serviço âncora seria a reser va para o ONS Mas, além disso, uma outra utilidade muito importante hoje em dia seria poder armazenar a energia que hoje está sendo “jogada fora” por muitas usinas em constrained-of f, operação que suspende injeção da energia na rede, pelo ONS, por conta de congestionamentos nas linhas de transmissão.

De acordo com o executivo, há casos de usinas que passaram a f icar até 30% do tempo sem poder gerar na rede por conta do fenômeno que se acentuou depois do apagão do dia 15 de agosto de 2023, que deixou o operador mais conser vador no gerenciamento do sistema “Começa logo pela manhã o aviso do constrained-of f e vai até mais ou menos 14h, quando tem a maior geração”, diz Com as baterias, explica, as usinas poderiam armazenar e injetar na rede a energia quando não há a restrição

Além da reser va de capacidade, o armazenamento do constrained of f e do excedente de energia convencional também permitiria a venda de energia no mercado de curto prazo, o que traria ainda mais rentabilidade para o empreendimento Aliados a um novo tratamento tributário favorável, esses estímulos, portanto, podem ser o caminho para o setor de armazenamento chegar aos projetados 18,2 GW do estudo da consultoria CELA

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 2 9 N o r d e s t e

Est r u t u ra s p a r a m o n ta g e m d e s i s t e m a s f o t o v o l ta i c o s e m t e l h a d o s

D urabilidade, segurança, facilidade de montagem e robustez são algumas das caracter íst icas desejáveis para as est r ut uras que sustentam e xam os módulos fo tovoltaicos nas cober t uras de const r uções residenciais, empresar iais e públicas Este guia lista for necedores de sistemas para montagem sobre diversos t ipos de tel hado e sobre lajes, com as caracter íst icas dos produtos: mater ial e número de módulos por est r ut ura Da Redação de FotoVolt

Empresa, telefone e e-mail

3441-2123 barbara bonetti@esaf-claris com br

Foco Energia (49) 3664-3739 contato@focoenergia ind br

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Para telhado Montagem em laje Material Q u a n t i d a d e d e p a i n é i s p o r e s t r u t u r a C e r â m i c o F i b r o c i m e n t o M e t á l i c o M e t á l i c o z p a d o O n d u a d o e m c o n c r e t o S h i n g l e A j u s t e d e i n c l i n a ç ã o I n c n a ç ã o f i x a A ç o A ç o i n o x A l u m í n i o F i b r a d e v i d r o ( P R F V ) Alumifix Solar (41) 99512-5324 marketing@alumifixsolar com br • • • • • • • • • • 1 a 2 Balfar Solar (44) 9854-0616 contato@balfarsolar com br • • • • • • • • • • 1 a 6 Boltinox (11) 2098-4788 contato@boltinox com br • • • • • • •
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Obs : Os dados constantes deste guia foram for necidos pelas próprias empresas que dele par ticipam, de um total de 79 empresas pesquisadas Fonte: Revista Fotovolt, fevereiro de 2024 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta Acesse www arandanet com br/revista/fv e confira Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias Basta preencher o for mulário em www arandanet com br/revista/fotovolt/guia/inserir/

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telefone

P r o t e ç ã o d e i n s t a l a ç õ e s F V

O s p r o b l e m a s

d

a n ã o u t i l i za çã o d e string boxes d e c o r r e n t e c o n t ín u a

Felipe de Lima Viotto, da Embrastec, fabricante de equipamentos de proteção

Os inversores que incor poram var istor, ou mesmo DPS completo, em sua const r ução estão de fato pro tegidos cont ra e fei tos de descargas at mos fér icas e sur tos? Neste ar t igo, o autor sustenta que apenas o uso de caixas de junção exter nas pode prover pro teção adequada

Aadesão dos consumidores aos sistemas de energia solar fotovoltaica (SFV) cresceu signif icativamente ao longo dos últimos anos e, consequentemente, os fabricantes dos componentes desses sistemas travaram saudáveis embates entre si a f im de trazer inovações ao mercado, aprimorando aspectos construtivos e funcionais de seus equipamentos O segmento de inversores solares foi um dos principais a buscar aprimoramento Porém, um dos argumentos utilizados como estratégia comercial para conquista de mercado envolve a incor poração da proteção contra surtos ao inversor como diferencial competitivo, o que, argumenta-se, elimina a necessidade da utilização de elementos exter nos de proteção (como as caixas de junção de corrente contínua, conhecidas como string boxes de c c f igura 1) Porém, ao apresentar proteções integ radas, os inversores solares apenas atendem minimamente a requisitos normativos básicos, como os existentes nas normas técnicas ABNT NBR 16690:2019 [1] e ABNT NBR5419:2015 [2], mas não ag regam segurança e conf iabilidade, de fato

As proteções utilizadas em sistemas fotovoltaicos

Certamente todos os prof issionais da área elétrica já ouviram que “ a melhor proteção é um dimensionamento feito da maneira correta”, o que é verdade Entretanto, além de um bom projeto é preciso haver também a responsabilidade com a instalação de componentes exter nos no SFV, os quais garantem a plena operação dos circuitos e a segurança funcional e das pessoas que possam ter contato direto com a instalação. Tais proteções são: • Caixa de junção (string box) c a , composta por: – disjuntor de cur va C, dimensionado de acordo com a corrente máxima de saída do inversor e a distância até o ponto de conexão do sistema; – dispositivos de proteção contra surtos (DPS) c.a., com parâmetros de proteção contra surtos e tensão nominal de operação dimensionados de acordo com as características da instalação, levando em consideração as prescrições

das normas ABNT NBR 5419:2015 [2],

ABNT NBR 5410:2004/2008 [3] e

ABNT NBR IEC 61643-11:2021 [4].

• Caixa de junção (string box) c c , composta por:

– chave seccionadora dimensionada de acordo com a corrente de operação dos arranjos de módulos a ela conectados;

3 2
Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
E m b r a s t e c
F ig 1 - Caixa de junção (st r ing box) c c

– DPS c.c. dimensionados em concordância com as normas ABNT NBR 5419:2015, ABNT NBR 5410:2004/2008, ABNT NBR IEC 61643-31:2022 [5] e ABNT NBR IEC 61643-32:2022 [6]

Neste ponto é importante frisar que a utilização de DPS c a na string box c.c. conf igura uma transg ressão normativa g rave, gerando riscos à instalação como um todo Em seu aspecto construtivo, o DPS c c possui sistema de extinção de correntes de fuga e arcos elétricos específ ico para as características da corrente contínua gerada por módulos fotovoltaicos, o que traz segurança ao sistema e ao operador, em caso de manutenção preventiva e/ ou corretiva Tal característica atende à norma ABNT NBR IEC 6143-31:2022, específ ica para construção de DPS para sistemas fotovoltaicos

Além dos itens descritos anteriormente, é importante assegurar que a instalação do SFV tenha sistema de aterramento adequado e equipotencialização dos seus elementos metálicos Isto porque, na ocorrência de um surto, este será conduzido para o sistema de aterramento que, se não for adequado, o surto poderá não seguir o caminho desejado e assim atingir, total ou parcialmente, o inversor, frustrando o objetivo da instalação do DPS, com possibilidade de extensão dos riscos gerados à segurança de pessoas

Para atender às normas ABNT NBR 16690:2019 e ABNT NBR 5410:2004, os inversores solares possuem incor porados ao menos um componente de proteção (varistor) para a proteção contra surtos É extremamente importante que o inversor tenha essa proteção, para que apresente a suportabilidade a impulso exigida pelas normas de produto Porém, essa exigência normativa tem sido tratada no Brasil como um diferencial competitivo, no aspecto construtivo dos inversores, levando o mercado de integ radores e instaladores de SFV a defender o

argumento de que não seria necessário a proteção instalada exter namente aos inversores, dado que esses já possuem de forma integ rada os DPS e chave seccionadora.

Varistores e diodos supressores são componentes principais dos DPS, mas apenas um desses elementos, isoladamente, soldado na placa de potência do inversor, não provê a mesma proteção que um DPS, pois não engloba um mecanismo de sinalização de vida útil e não se desconecta do circuito ao f inal dessa vida útil Por isso, o varistor soldado na placa é um cumprimento mínimo de aspectos normativos exigidos em nível nacional, não devendo ser tratado como um diferencial deste ou aquele inversor, apesar de sua g rande importância

Arranjo fotovoltaico

D sposit vo de proteção contra sobrecorrente do arranjo fotovo ta co (ver 5 3)

Dispos tivo secc onador da sér e fotovoltaica

Dispos tivo de proteção contra sobrecorrente do arran o fotovoltaico (ver 5 3)

Cabo da sér e fotovo taica Caixa de junção

Série fotovo ta ca Módulo fotovo ta co

Cabo do arranj o fotovolta co

Dispositivo nterruptor-seccionador do arran o fotovolta co

F ig 2 – Esquema de ar ranjo fo tovoltaico com múlt iplas sér ies (ABNT NBR 16690: 2019)

Além desta informação, temos também, na seção 6 3 5 2 1 - “Uso e localização dos DPS” da norma ABNT NBR 5410:2004, a seguinte informação:

Além do já apresentado, ressalte-se que quando o DPS (o dispositivo completo, não apenas o varistor) estiver incor porado ao inversor solar, sua aplicação (de acordo com a norma ABNT NBR 5419, capítulo 4) é enquadrada como a de um DPS de classe III, mesmo que tenha características de DPS classe I ou II.

É importante que se obser ve a seção 4 3 3 da NBR 16690, a qual determina os aspectos construtivos e de montagem dos circuitos fotovoltaicos com um ou mais arranjos de módulos (f igura 2)

De acordo com a f igura 2, extraída da norma ABNT NBR 16690:2019, temos que a caixa de junção composta de dispositivos de proteção contra sobrecorrente do arranjo fotovoltaico (geralmente fusíveis) estará disposta exter namente à UCP - unidade de condicionamento de potência, que é o inversor fotovoltaico

“4 Quando os DPS f izerem parte da instalação f ixa, mas não estiverem alojados em quadros de distribuição (por exemplo, incorporados a tomadas de corrente), sua presença deve ser indicada por meio de etiqueta, ou algum tipo de identif icador similar, na origem ou o mais próximo possível da origem do circuito no qual se encontra inserido ”

Logo, com a aplicação de DPS no circuito construtivo inter no do inversor, há a necessidade de demonstração clara e direta, na etiqueta ou o mais próximo possível do inversor, do emprego dos componentes dessa maneira. Porém, consultando as etiquetas dos inversores comumente instalados em nível nacional, não é possível identif icar tal informação requerida em norma

Oneração financeira do cliente pela ausência de proteções externas ao inversor

Até aqui, tratou-se neste artigo da não obser vância das prescrições das normas técnicas e de equívocos gera-

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U C P + –

dos pela não utilização das proteções exter nas aos inversores fotovoltaicos Agora trataremos dos prejuízos ao cliente f inal decorrentes da exclusão de tais proteções.

Termo de garantia dos inversores fotovoltaicos – Neste documento são descritos todos os fatores que asseguram ou vetam uma situação de enquadramento em garantia dos inversores Um dos itens que o compõem é o relativo a “exclusões de garantia”, que descreve situações em que a fabricante não será obrigada a arcar com a manutenção do equipamento sem gerar custos ao cliente Realizando um breve levantamento com as maiores marcas de inversores a nível nacional, este autor obser vou que todos os termos de garantia, sem exceção, excluem da garantia problemas provenientes de descargas atmosféricas, surtos de tensão ou demais fontes de problemas exter nos, de força maior Com isso, se a proteção interna do inversor atuar, o cliente final e/ou o integrador terá(ão) de custear todo o processo que envolve o conserto do item, que envolve:

• visita do integ rador ao local, para avaliação do problema e posterior retirada do equipamento;

• embalagem do item e frete de ida para o fabricante;

• manutenção do inversor em banca-

da (englobando peças e custo de mão de obra), feito no fabricante ou assistência autorizada;

• frete de retor no do inversor até o local de instalação; e

• nova visita do integ rador, para reinstalação e comissionamento do inversor Além dos fatores acima, temos o principal ônus que é o prejuízo f inanceiro resultante da perda de geração de energia no período de conserto, que varia de um a dois meses, em média, para todas as etapas descritas.

Simulação

Consideremos as informações abaixo para um exercício prático:

• inversor de 75 kWp, com custo médio de R$ 31 100,00;

• período de um mês completo (30 dias);

• número médio de HSP (horas de sol pleno) = 5;

• perda estimada de projeto = 23%; e

• custo médio do kWh = R$ 0,85.

Com esses dados, temos:

1) Geração não realizada:

75 000 Wp × 30 dias = 2 250 000 Wp

2 250 000 × 5 (HSP médio) = 11 250 000 Wh 11 250 000 – (23%) = 8 662 500 Wh/mês

2) Perda f inanceira em dois meses: (kWh/mês × R$/kWh) × 2

(8 662,5 × 0,85) × 2 = R$ 14 728,24

Verif ica-se, assim, que a oneração causada pela atuação das proteções inter nas do inversor pode chegar a 50% do valor do próprio inversor, considerando apenas o prejuízo f inanceiro por perda de geração ao longo de dois meses Se adicionarmos o custo de todas as etapas de acionamento de conserto anteriormente descritas, o prejuízo pode ultrapassar 60% do valor do inversor E além disso é preciso considerar que o cliente receberá um equipamento consertado em bancada, tor nando-se seminovo Ao f inal, temos como resultado as maiores de todas as perdas: frustração e insatisfação do cliente f inal.

Em contraste, temos que a instalação de string box c c exter na ao inversor representa um acréscimo de apenas 2% em relação ao custo total de aquisição do sistema

Considerando todo o exposto neste artigo, evidencia-se a obrigatoriedade normativa e a necessidade f inanceira do uso de proteções do inversor (com string boxes c c e c a externas) para assegurar o retor no do investimento do cliente f inal. E também, evidentemente, como salvaguarda para o integ rador, evitando a assunção de prejuízos f inanceiros com reparos do inversor do cliente, além do prejuízo

3 6 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 P r o t e ç ã o d e i n s t a l a ç õ e s F V

à imagem da empresa devido à insatisfação daquele cliente

C o n s i d e r a ç õ e s f i n a i s

A incor poração da proteção contra surtos aos inversores solares, através de um DPS ou apenas um varistor soldado em placa, alegadamente traz benefícios como dispensar o projetista do SFV da especif icação do DPS mais adequado para as características do sistema e reduzir custos com aquisição e instalação de caixas de junção Mas na verdade essa prática aumenta a vulnerabilidade do SFV às descargas atmosféricas porque normalmente a proteção incor porada ao inversor tem características genéricas, não levando em consideração vários aspectos importantes, como a densidade de descargas atmosféricas do local ou se o SPDA é isolado ou não isolado do SFV

Ao mesmo tempo, a proteção incorporada ao inversor dif iculta os trabalhos de manutenção, além de impedir alterações dos DPS, caso isso seja necessário por mudanças no layout do sistema As descargas atmosféricas são uma das maiores causas de falhas em SFV [7] e por isso a proteção contra os seus efeitos deve ser prioridade para os projetistas

R e f e r ê n c i a s

[1] Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT): NBR 16690: 2019 – Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos – Requisitos de projeto

[2] Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT): NBR 5419:2015 – Proteção contra descargas atmosféricas

[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT): ABNT NBR 5410:2004 Versão Corrigida:2008 – Instalações elétricas de baixa tensão

[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT): NBR IEC 61643-11: 2021 Errata 1:2022 – Dispositivos de proteção contra surtos de baixa

tensão – Parte 11: Dispositivos de proteção contra surtos conectados aos sistemas de baixa tensão –Requisitos e métodos de ensaio

[5] Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT): NBR IEC 61643-31: 2022 – Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão Parte 31: DPS para utilização específica em corrente contínua – Requisitos e métodos de ensaio para os dispositivos de proteção contra surtos para instalações fotovoltaicas

[6] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR IEC 61643-32:2022 – Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão – Parte 32: DPS conectado no lado corrente contínua das instalações fotovoltaicas – Princípios de seleção e aplicação.

[7] Piantini, A; Shigihara, M; Santos, S : An Investigation into the Effects of Lightning- induced Transients on the Degradation of PV Modules Performance Proceedings Cigre ICLPS-SIPDA 2023

3 7 P r o t e ç ã o d e i n s t
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ç õ e s F V Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
a
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E l e t r o m o b i l i d a d e

EG e r e n c i a m e n t o d e r e c a rg a d e ve íc u l o s

e l é t r i c o s

O fator de simultaneidade é um parâmet ro impor tante no projeto das instalações de recarga, em especial para dimensionamento dos cabos de energia A conexão em rede pela E ther net é uma premissa para soluções econômicas e preparadas para o f ut uro

mbora um fator de simultaneidade 1 seja exigido pela norma alemã [1] para estações de recarga, o fator “real”, por outro lado, é geralmente muito menor, em tor no de 0,3. Para não sobrecarregar a instalação é necessário, portanto, prever um sistema de gerenciamento de carga ou de controle de carga de acordo com o que determina a norma Para conf igurar um sistema de gerenciamento adequado, as estações de recarga individuais devem ser capazes de se comunicar entre si Para isso, elas geralmente são conectadas em rede

[N da R – No âmbito da ABNT aplica-se, entre outras, a norma NBR 17019:2022 – Instalações elétricas de baixa tensão – Requisitos para instalações em locais especiais – Alimentação de VEs (veículos elétricos), que trata da infraestrutura f ixa ]

Como se conectam sistemas de recarga em rede?

Um método popular de conectar sistemas de recarga em rede é mediante cabos de Et her net. Isto permite explorar as possibilidades de uma rede pré-existente A rede se realiza sempre

em forma de estrela, convergindo para um ponto Inicialmente, é irrelevante se é usado apenas um switch em vez de um roteador Para evitar que algumas portas sejam desligadas em períodos de baixo tráfego de dados, somente devem ser empregados os chamados switches “não gerenciados”

Para conexão em rede, devem ser atribuídos endereços de IP às estações de recarga individuais. Isto pode ser feito por um roteador via DHCP (Dynamic Host Conf iguration Protocol), que atribui um endereço IP dinâmico No entanto, é melhor def inir um endereço IP estático, a f im de garantir o acesso regulado às estações de recarga

Para o gerenciamento de carga puro, é indiferente usar um roteador ou não. Somente quando for necessário para f ins de faturamento, ou a coleta dos dados de recarga se tor nar importante para registrar os tempos

de recarga adequados, deve ser feita a conexão à Inter net via roteador, de modo a obter o registro de um ser vidor de tempo NTP, que realiza a sincronização de tempo em sistemas de tecnologia da informação

Em princípio, há dois sistemas distintos de gerenciamento de carga: estático e dinâmico. Ambos diferem quanto ao limite superior de carga

Gerenciamento de carga estático

Nesta modalidade, é pré-determinado o limite superior de carga dos satélites, e o master do sistema de gerenciamento distribui dinamicamente a potência disponível

Para realizar a distribuição evitando um colapso de energia, é efetuada a medição nas estações individuais, por fase e em tempo real (a cada segundo),

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Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
Eckhard Wiese, da Mennekes Elektrotechnik GmbH (Alemanha)
Dia útil Sábado Domingo
M e n n e k e s

sendo os dados enviados ao master

Gerenciamento de carga dinâmico

Neste caso, o limite superior de carga é dinâmico, ou seja, depende de outros fatores Este tipo de gerenciamento deve ser empregado quando a proteção contra colapso de energia para uma propriedade inteira é prioritária, ou quando possivelmente outras fontes de energia renovável são utilizadas Neste método, é instalado um medidor de energia adicional (em geral, um medidor Modbus), que mede a energia da propriedade inteira, ou mesmo uma parte dela que não pertence ao sistema de recarga (f igura 1).

F ig 1 – P r incípio de medição do gerenciamento de carga dinâmico: (1) Rede; (2) Fusível geral F1, ou limi tação de cor rente do sistema de recarga ou do quadro ter minal; (3) Medidor geral M1; (4) P ro teção cont ra sobrecor rente dos pontos de recarga LP1 etc ; (5) Fusível F2 ; (6) Medidor de energia M2 ; (7) Swi tch/Ro teador

isso é adotada esse tipo bastante incomum de distribuição das fases Para estações de recarga com duas tomadas, a inversão dos condutores de fase já é executada na fábrica (f igura 3).

Que vantagem oferecem, respectivamente, os sistemas de gerenciamento?

Ambos os sistemas acima descritos apresentam vantagens para o usuário. Em primeiro lugar, um sistema de gerenciamento de carga realiza sempre o aproveitamento ótimo da potência disponível. Por meio da medição em tempo real mas também pela inversão dos condutores de fase da instalação (f igura 2) é assegurado que para cada veículo em recarga seja disponibilizada a maior potência possível

Sobre a inversão dos condutores de fase, foi constatado empiricamente que, com a utilização individual de vagas de garagem, os veículos geralmente não estão estacionados lado a lado Por

Ademais, ambos os sistemas de gerenciamento são adequados para proteger a instalação inteira contra

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Master 1 2 3 1 2 3 6 7 4 5 M e n n e k e s F ig 2 – Por meio da inversão das fases é possível disponibili zar a maior po tência possível L 1 - L 2 - L 3 L 1 - L 2 - L 3 Estação de recarga 1 Estação de recarga 2 Estação de recarga 3 L P 1 L P 2 L P 3 L P 4 L P 5 L P 6 L 2 - L 3 - L 1 L 2 - L 3 - L 1 L 3 - L 1 - L 2 L 3 - L 1 - L 2 M e n n e k e s F ig 3
Estação de recarga com duas
ica L1 L2 L3 N PE L1 L2 L3 N PE L1 L2 L3 N PE R/S/T (L1/L2/L3) S/T/R (L2/L3/L1) L1 L2 L3 N PE M e n n e k e s
tomadas –condutores de fase inver t idos na fábr

um colapso de energia, que poderia ser provocado pelas estações de recarga Ao contrário de um desligamento completo de todas as cargas, pode-se reduzir a potência desses sistemas g radativamente (6 A por ponto de recarga) Em seguida, analogamente caso necessário ocorre o desligamento

No modo de gerenciamento de carga estático, é mais fácil determinar no projeto o número de pontos de recarga Como tanto a potência máxima quanto a potência mínima disponível simultaneamente são conhecidas, o cálculo é simples Para def inir o número máximo de pontos de recarga, pode-se converter a potência em amperes e então dividir por 6 A. Desta forma, pode ser determinado o número máximo de estações de recarga utilizáveis, assegurando sempre uma potência mínima disponível por estação

Com o gerenciamento dinâmico essa def inição não é tão simples, porque neste caso, conforme as circunstâncias, concorrem outros fatores decisivos Possivelmente, deve ser considerada a alimentação por energia solar ou outra fonte renovável que tenha um papel determinante no cálculo da energia disponível para as estações de recarga Todavia, o gerenciamento de carga dinâmico apresenta vantagens Por exemplo, o aproveitamento ótimo da energia total disponível Além disso, no modo dinâmico pode ser mais simples instalar pontos de recarga adicionais, aumentando concomitantemente a contribuição de energias renováveis

Exemplo de

uma garagem subterrânea

Neste caso prático, uma indústria possui um estacionamento com 25 vagas, utilizadas tanto por visitantes quanto pelos colaboradores (f igura 4). Atualmente, cinco vagas (P01 a P05) dispõem de estações de recarga previstas só para visitantes Nessa garagem subterrânea, a infraestrutura de recarga deve ser ampliada com cinco novos pontos de recarga (P012 a P016), destinados aos colaboradores.

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F ig 4 – P rojeto de ampliação, de cinco para dez pontos de recarga, numa garagem subter rânea P 19 B c cletas Estac onamento com 24 vagas P 01 P 02 P 03 P 04 P 05 P 06 P 07 P 08 P 09 P 10 P 11 P 12 P 13 P 14 P 15 P 16 P 17 P 18 P 20 P 21 P 22 P 23 P 22 L P 6 L P 7 L P 8 L P 9 L P10 L P 1 L P 2 L P 3 L P 4 L P 5 M e n n e k e s

O que deve ser considerado? Inicialmente, é muito importante saber qual a potência máxima disponível Em garagens subterrâneas aplica-se em geral o gerenciamento de carga estático, porque neste caso é usual haver uma potência garantida à disposição. Quando se obser va a distribuição dos condutores de fase, o projeto é feito partindo de um total de dez pontos de recarga com uma potência mínima de 6 A por fase Isto signif ica que é necessária uma potência de 10 × 6 A, ou cerca de 63 A por condutor de fase Caso esta potência total esteja disponível, nada impede a ampliação da instalação A alimentação pode ser executada, por exemplo, com um cabo plano de 16 mm2 protegido por fusíveis de 63 A. As estações de recarga devem possuir obrigatoriamente uma proteção diferencial-residual (DR) integ rada A derivação para as estações pode ser realizada sem fusíveis adicionais com cabos de 2,5 mm2. É ainda importante uma conexão radial (em formato de estrela) das estações de recarga com um cabo de rede Este método economiza recursos, principalmente tempo de instalação

C o n c l u s ã o

Sem um gerenciamento de carga funcional, não devem ser instalados novos sistemas de recarga de veículos elétricos A f im de assegurar que mesmo pequenas instalações possam ser integ radas ao sistema de gerenciamento de carga em caso de ampliação, é imprescindível prever, desde o início, a possibilidade de operação em rede e, dado o caso, também os cabos de rede para as estações de recarga Tal previsão está consignada na legislação alemã de infraestrutura de cabeamento e recarga integ rada às edif icações (GEIG, na sigla em alemão).

R e f e r ê n c i a

[1] DIN VDE 0100-722 VDE 0100-722:2019-06 - Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 7-722: Anforderungen für Betriebsstätten, Räume und Anlagen besonderer Art – Stromversorgung von Elektrofahrzeugen (IEC 60364-7-722:2018, modificada; Doc Harmonização 60364-7-722:2018)

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 12/2023 Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München www elektro net Publicado por FotoVolt sob licença dos editores Tradução e adaptação de Celso Mendes

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M i c r o i n v e rs o r e s p a r a s i s t e m a s f o t o v o l ta i c o s

Compactos, so f rendo menos e fei tos de sombreamento e operando com tensão c c mais baixa, os microinversores são uma opção interessante para diversas si t uações Este guia lista vár ios for necedores, que aqui descrevem as caracter íst icas de ent rada/saída e dados gerais como e ciência má xima, distorção har mônica e temperat ura de operação Da Redação

de FotoVolt

Obs : Os dados constantes deste guia foram for necidos pelas próprias empresas que dele par ticipam, de um total de 63 empresas pesquisadas

Fonte: Revista Fotovolt, fevereiro de 2024

Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta Acesse www arandanet com br/revista/fv e confira Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias Basta preencher o for mulário em www arandanet com br/revista/fotovolt/guia/inserir/

4 4 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 Empresa, Telefone e E-mail Fabricante/ País Entrada Saída Dados gerais F a i x a d e t e n s ã o S P M P ( V ) T e n s ã o m á x i m a ( V ) C o r r e n t e m á x i m a ( A ) M o n o f á s i c a T r f á s i c a P o t ê n c i a m á x i m a c a ( k W ) T e n s ã o n o m i n a l ( V ) C o r r e n t e m á x i m a ( A ) F r e q u ê n c i a n o m i n a ( H z ) E f c ê n c i a m á x i m a ( % ) D i s t o r ç ã o h a r m ô n i c a t o t a ( % ) T e m p e r a t u r a a m b i e n t e d e o p e r a ç ã o ( ° C ) C e r t i f i c a d o p e l o I N M E T R O APsystems (*) https://latam apsystems com/pt-br info brasil@apsystems com 28 a 110 26 a 120 20 1 050 a 3 600 127 a 380 4,8 a 7,8 60 96,5 <3 -40 a +65 • Beny (11) 91919-0007 andre mattioli@beny com China 16 a 60 60 20 • 0,6 a 2,4 196 a 265 2,73 a 12,8 50/60 97,5 < 4 -40 a +70 • GoodWe (54) 98416-9891 alexandre pereira@goodwe com 16 a 60 65 16 • 1,6 a 2,0 176 a 242 7,27 a 8,33 50/60 96,7 < 3 -40 a +60 • Growatt br growatt com br ser vice@growatt com 16 a 60 15 16 a 55 • 1,2 a 2,0 5,58 a 9,93 220 50/60 96,5 2,5 • Hoymiles http://www hoymiles com/ leo zhu@hoymiles com China 16 a 65 65 0 a 16 • 2 208 a 240 8,33 a 9,62 60 96,5 < 3 • SAJ (11) 99668-0421 ser vice br@saj-electric com 35 a 50 16 a 60 0 a 20 • 0 a 2,25 180 a 264 0 a 10,2 60 97 < 3 -40 a +60 (*) Respostas unificadas
G u i a -
2

a i o s e s o b r e t e n s õ e s

R

A p r o t e ç ã o d e g e ra d o r e s f o t o v o l t a i c o s e m c o b e rt u ra s

Contrariando um mito muito disseminado, o risco de descargas atmosféricas numa edif icação não aumenta pelo simples fato de haver um gerador fotovoltaico (GFV) instalado na cobertura. Um fator de risco determinante é a altura da edificação, e a contribuição do GFV para o aumento desta é insignif icante. Contudo, o impacto de um raio pode causar imensos danos numa instalação fotovoltaica

As elevadas correntes de uma descarga direta na edif icação podem não apenas destruir os módulos FV, mas em caso extremo provocar um incêndio, colocando em perigo vidas humanas Para descargas próximas à edif icação, as correntes do raio conduzidas pela rede de alimentação podem danif icar severamente ou destruir componentes elétricos Mesmo descargas a g randes distâncias, de até 2000 m, podem acoplar correntes no GFV capazes de danif icar componentes eletrônicos

A pro teção cont ra descargas at mos fér icas do lado de c .c . de geradores fo tovoltaicos (GF V) merece atenção especial. A de nição dos disposi t ivos de pro teção depende da interação ent re o GF V e o SPDA da edi cação Este ar t igo focali za t rês cenár ios de aplicação t ípicos

Sistemas de proteção contra raios cong ruentes com as normas técnicas, associados a dispositivos de proteção contra surtos (DPS) corretamente dimensionados e coordenados, pro-

tegem tanto contra descargas diretas quanto contra sobretensões Portanto, resguardam o patrimônio e a vida

Principais normas de proteção

Independentemente de haver ou não um GFV instalado na cobertura, a proteção contra raios e sobretensões deixou de ser, no caso particular da Alemanha, uma questão de “ se ” e tor nou-se uma questão de “ como ” , a partir de uma norma VDE publicada em 2016 [1] Ela prescreve a proteção

contra surtos do lado de corrente alter nada (c a ) para praticamente todos os tipos usuais de edif icações Uma outra norma VDE [2] refere-se à anterior e acrescenta um preceito: sempre que uma proteção contra surtos conforme [1] for aplicável, o lado de c c de um GFV deve ser correspondentemente protegido Ademais, uma análise de risco para descargas atmosféricas encontra-se nas normas da série DIN EN 62305 [3], enquanto a execução da proteção contra sobretensões em instalações de baixa tensão é também objeto das normas VDE [4] [Nota da Redação de FotoVolt (N da R ) – No âmbito da ABNT, as nomas pertinentes são a NBR 5410, correspondente às normas da série VDE 0100, e NBR 5419, equivalente à série DIN EN 62305 (VDE 0185) ]

As normas de proteção contra raios da série DIN EN 62305 [3], assim como as diretrizes da Associação das Seguradoras Alemãs VdS 2010 - Proteção contra raios e sobretensões orientada para os riscos [5], convergem num ponto central: para um GFV com potência

4 6
Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
Ralf Güthoff, da Raycap (Alemanha)
R a y c a p
Instaladas junto ao inversor, caixas de junção pro tegem o lado de c c do GF V cont ra sobretensões

acima de 10 kWp é suf iciente um sistema de proteção contra raios classe III E as normas VDE para instalações BT [1,2] prescrevem expressamente, para GFV novos instalados em cobertura e conectados à rede, uma proteção por DPS classe II do lado de corrente alter nada

Ainda conforme as normas de instalação [2] e [3], edif icações com GFV na cobertura devem ser protegidos contra sobretensões de ambos os lados c.a. e c.c..

A q u e s t ã o d a d i s t â n c i a d e s e p a r a ç ã o

A melhor proteção possível realiza-se quando a sobretensão pode ser interceptada diretamente na entrada da edif icação. Para a seleção correta dos DPS de c a e c c numa estrutura provida de GFV na cobertura, as normas distinguem basicamente três cenários em função da existência ou não de um sistema externo de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) (f igura 1)

A referida proteção exter na contra raios abrange os captores, as descidas e a infraestrutura de aterramento Havendo estes três elementos, seu dimensionamento considera a distância de separação s para a moldura dos módulos fotovoltaicos, distância esta que evita descargas entre o subsistema captor e o GFV Caso contrário, a corrente do

raio poderia se distribuir pelas molduras dos módulos, chegar aos eletrodutos (eletrocalhas) e acoplar nos cabos no interior da edif icação. Esta situação representa uma ameaça de danos para os equipamentos elétricos, em particular para o inversor Portanto:

x Para edif icações sem SPDA, a norma prescreve DPS classe II para ambos os lados c a e c c do sistema fotovoltaico. Tipicamente, a proteção do lado de c a é integ rada ao quadro geral de baixa tensão, sendo usual a aplicação de DPS classe I antes do medidor de energia

Dicas para proteção contra raios e surtos em GFV

• Baseie suas decisões sobre a proteção contra descargas atmosféricas e sur tos nas nor mas da série DIN EN 62305 (IEC 62305) [3] [N da R : Equivalentes, no Brasil, à ABNT NBR 5419 ]

• Verifique se a distância de separação entre o SPDA e a moldura dos módulos do GFV está atendida A concepção das medidas de proteção contra raios e surtos, interna à edificação, depende fundamentalmente deste dado

• Instale um DPS adicional em caso de cabos mais longos do que 10 m, para evitar, da melhor forma possível, danos ao dispositivo terminal por acoplamento de sobretensões.

• Na seleção dos DPS, observe a chancela do organismo certificador como indicador de qualidade e segurança. A seleção criteriosa do fabricante, que disponha de filial e suporte técnico local, é vantajosa também perante questões futuras de responsabilidade civil e cobertura das seguradoras

• Assegure-se de que os materiais empregados na instalação apresentem suficiente capacidade de condução de corrente para os raios DPS para descargas diretas (classe I) requerem cabos com seção mínima de 6 mm² para o condutor vivo e 16 mm² para o condutor de proteção (PE) Já os cabos para DPS classe II devem apresentar seções mínimas de 2,5 mm² para o condutor vivo e 6 mm² para o PE

x Para edif icações com SPDA, devem ser instalados do lado c.a. (na entrada da edif icação) DPS classe I e, do lado c c , DPS classe II – desde que a distância de separação s seja satisfeita Um SPDA é notadamente obrigatório em edificações públicas na Alemanha Esta exigência pode acarretar dif iculdades, porque a instalação de um GFV não pode prejudicar o desempenho de um SPDA pré-existente; logo, a instalação fotovoltaica deve se adaptar ao SPDA Tratando-se de edificações antigas e de arquitetura complexa, a tarefa de encontrar espaço suficiente para a localização de um GFV, obser vando a distância de separação, pode se tornar um desafio

x Caso a distância de separação entre o SPDA e as molduras do GFV não seja atendida, correntes parciais dos raios podem penetrar na instalação fotovoltaica. Por isso, neste caso particular, as molduras dos módulos do GFV são integ radas ao SPDA, o que exige atenção para a capacidade de condução de corrente (dos raios) dos elementos de conexão Devido a este risco aumentado, tanto o lado c a quanto o lado c c devem ser protegidos por DPS classe I. É de suma importância que as correntes de raios com a intensidade prevista sejam interceptadas na entrada da edif icação, razão pela qual deve ser reser vado espaço para acomodar esses DPS

F ig 1 – Na concepção do projeto de pro teção cont ra sobretensões (sur tos), cabe dist inguir ent re cenár ios com (à esquerda) ou sem (à direi ta) pro teção exter na cont ra raios

Em função da distância entre o GFV e o ponto de

4 8 Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 R a i o s e s o b re te n s õ e s
ZPR 0b
Cx junção Cx junção c a c a c.c. c c QGBT <S <S >10 m >10 m >10 m >10 m T1 T2 Z1 QGBT Z1 T1 T1 T2 T2 T2 T2
ZPR 1

conexão à rede na edif icação, resultam comumente longos trechos de cabo Considerando que com o aumento do comprimento do cabo, ou do laço formado pelo cabo, o risco de danos elétricos por acoplamento dos raios se eleva, deve ser assegurada uma proteção suf iciente Quando o comprimento do cabo de um DPS ultrapassa 10 m, a norma [4] prescreve um DPS adicional tão próximo quanto possível do lado c a ou c c do equipamento terminal a ser protegido, por exemplo, um inversor

R e f e r ê n c i a s

[1] DIN VDE 0100-443 VDE 0100-443:2016-10Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 4-44: Schutzmaßnahmen – Schutz bei Störspannungen und elektromagnetischen Störgrößen –Abschnitt 443: Schutz bei transienten Überspannungen infolge atmosphärischer Einf lüsse oder von Schaltvorgängen

[2] DIN VDE 0100-712 VDE 0100-712:2016-10Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 7-712: Anforderungen für Betriebsstätten, Räume und Anlagen besonderer Art – Photovoltaik-(PV)-Stromversorgungssysteme

[3] DIN EN 62305-2 VDE 0185-305-2 Beiblatt 3:2013-12 - Blitzschutz - Teil 2: Risiko-Management – Beiblatt 3: Zusätzliche Informationen zur Anwendung der DIN EN 62305-2 (VDE 0185-305-2)

[4] DIN VDE 0100-534 VDE 0100-534:2016-10Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 5-53: Auswahl und Errichtung elektrischer Betriebsmittel – Trennen, Schalten und Steuern – Abschnitt 534: Überspannungs-Schutzeinrichtungen (SPDs)

[5] VdS 2010:2021-02 (06) – Risikoorientierter Blitz- und Überspannungsschutz – VdS-Schadenverhütung GmbH

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 11/2023

Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München www.elektro.net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores Tradução e adaptação de Celso Mendes

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 4 9

e í c u l o s e l é t r i c o s

T a r i f a ç ã o d a s r e c a r g a s

“ Ao começar a pagar pela recarga, o usuário passou a ser mais exigen te e cobrar supor te técnico e manutenções nos equipamen tos.”

Modalidade recente no Brasil, a recarga tarifada teve g rande expansão em 2023 Antes, a maioria das eletrovias era oferecida de forma g ratuita Essa mudança signif icativa ocorreu devido à forma como essas redes de recarga foram estabelecidas e ao subsequente desenvolvimento do mercado As primeiras eletrovias do Brasil foram inauguradas no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, com implantações iniciadas antes mesmo da Chamada de Projetos Estratégicos nº 22 da AneelAgência Nacional de Energia Elétrica, sendo esses projetos executados pelas companhias de energia Copel, EDP e Celesc com a utilização de recursos oriundos do prog rama de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Aneel A regulamentação vigente à época permitia, nos projetos de P&D, o estudo da nova tecnologia sem a necessidade de uma viabilidade f inanceira imediata, podendo-se projetar modelos econômicos para os anos seguintes Assim, o escopo dos projetos citados incluiu o custeio dos carregadores e suas instalações, e posteriormente também da energia para a operação destes carregadores, com o objetivo de se obterem dados de utilização para estudos iniciais e elaboração de modelos de negócios Além das empresas de energia, nesta fase de implantação tomou

parte a montadora líder de mercado na época, a BMW, f inanciando parte dos custos, com o objetivo de gerar maior segurança e conforto para seus clientes com a instalação de diversos carregadores rápidos nas rodovias.

Com o mercado apontando para o crescimento dos veículos elétricos e os temas se intensif icando nos prog ramas de P&D, a Aneel publicou em 2018 a mencionada Chamada nº 22, com o objetivo de incentivar estudos e investimentos na área Foram selecionados nessa chamada 30 projetos, com R$ 463,8 milhões em investimentos, sendo alguns deles voltados à implantação de carregadores rápidos em rodovias Novamente foram dispendidos novos recursos para estudos, análises e obtenção de dados, desonerando o usuário f inal dos custos de recarga, até que dois fatores pesaram a favor

de uma mudança: os recursos de P&D estavam se esgotando e investidores e empresas de outros ramos começaram a se interessar em explorar os ser viços de recarga, sendo necessário, portanto, implantar modelos de cobranças.

I n í c i o d a s c o b r a n ç a s

Quando passa a ser cobrado, o serviço necessita de certos níveis de qualidade que antes não eram exigidos (“a cavalo dado não se olha os dentes”). Ao começar a pagar pela recarga, o usuário passou a ser mais exigente e cobrar suporte técnico e manutenções nos equipamentos, o que é desaf iador para muitas empresas Além da parte dos ser viços, as empresas fornecedoras de software aplicativo, as chamadas eMSP (eMobility Service Provider), necessitaram integ rar seus sistemas a

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 V
5 0
M o n k e y B u s n e s s / S h u t t e s o c k

operadoras f inanceiras, a f im de permitir que o pagamento pudesse ser realizado por meio digital, trazendo uma melhor experiência ao usuário Com os aplicativos preparados e os carregadores em pleno funcionamento, a cobrança pela recarga foi disseminada e já está em vigor em praticamente todas as redes de recargas Se por um lado a demora para início das cobranças deixou os usuários f inais “mal acostumados”, por outro lado foi bem recebida por aqueles que valorizam a qualidade do ser viço Isso proporcionou maior garantia aos usuários de que a recarga será realizada adequadamente, e que em caso de qualquer problema haverá suporte disponível.

A cobrança das recargas é permitida desde 2018 pela Resolução Normativa (RN) nº 819, agora RN nº 1.000, no artigo 554: “É permitida a recarga de veículos elétricos que não sejam do titular da unidade consumidora em que se encontra a estação de recarga, inclusive para f ins de

exploração comercial a preços livremente negociados.” [1]

Portanto, os preços podem ser estabelecidos pela empresa exploradora dos ser viços, porém há uma ressalva quanto a cobrança das recargas por parte das distribuidoras de energia, pois estas necessariamente devem contribuir para a modicidade tarifária (artigos 559 e 645 da RN 1.000), ou seja, as receitas obtidas por meio desta atividade devem ser contabilizadas para entrar no cálculo de ajuste das tarifas Isto tona o processo complexo e leva as empresas de energia a criarem suas empresas de ser viços para essa atuação

Ti p o s d e c o b r a n ç a

Há diversos modos de se fazer a cobrança das recargas, dado que a formação de preços é livre, e aqui vamos explorar alguns deles Em todos os modelos de cobrança é essencial o uso

de sistemas de monitoramento, pois assim se obtêm informações relevantes do processo da recarga para a correta precif icação do ser viço

Cobrança por minuto – Foi a mais utilizada no primeiro momento, pois ainda havia receio por parte das empresas em que o ser viço fosse caracterizado como venda de energia, já que existia margem jurídica para tal entendimento Esta modalidade consiste em precif icar o minuto da recarga, de modo que ao f inal o usuário irá pagar pela duração total do processo da recarga, não importando quanta energia foi entregue ao veículo Essa cobrança pode ser muito prejudicial ao usuário, pois conforme já vimos em artigos anteriores desta coluna, a potência da recarga se reduz ao f inal do processo. Isto é exemplif icado pela cur va real de recarga na f igura 1, que mostra que o usuário carregou somente 3,8 kWh em 39 minutos em um carregador de

5 1 V e í c u l o s e l é t r i c o s Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24

Gráfico de potência

20,00 kW

15,00 kW

10,00 kW

5,00 kW

0,00 kW

22:12 22:20 22:28

F ig 1 – C ur va real de recarga

50 kW. Neste caso o usuário não foi cobrado, mas se fosse aplicado um preço (possível) de R$ 1,00 por minuto, o usuário desinformado teria pagado R$ 39,00 por apenas 24 km de autonomia (considerando dados médios de autonomia)

Cobrança por ener gia – É a mais utilizada nos dias de hoje, e consiste em precif icar o kWh entregue ao veículo durante o processo da recarga. No mesmo caso da f igura 1, o usuário teria muito mais vantagem, já que consumiu somente 3,8 kWh Considerando um valor médio de R$ 2,00/kWh, a mesma recarga sairia por apenas R$ 7,60 A desvantagem nesse caso é do operador ou proprietário do carregador, já que o equipamento está for necendo uma potência muito baixa durante muitos minutos, operando com muita potência ociosa, quando poderia estar for necendo maiores quantidades de energia a outro usuário.

Cobrança combinada entre minutos e ener gia – É a mais interessante para minimizar os problemas mencionados, pois precifica a energia entregue a um preço justo e eleva o custo do usuário nos minutos utilizados no final da recarga, de modo que o custo do equipamento com ociosidade seja compensado O problema é que poucos sistemas digitais possuem versatilidade para este modelo.

Cobrança por início de car ga – É outra modalidade amplamente utilizada Nela, o usuário paga por iniciar o uso do ser viço, como um custo de disponibilidade, porém geralmente este valor é associado a um valor por kWh ou por minutos.

22:35 22:43

Cobrança por reser va do conector –Utiliza o recurso de reser va do protocolo OCPP (Open Charge Point Protocol), que permite a um usuário fazer um bloqueio temporário no conector que deseja utilizar, de modo que somente ele possa desbloqueá-lo por um período a ser definido pelo operador O problema deste modelo é que a funcionalidade de reser vas traz para a operação mais problemas do que solução, devido a possíveis conf litos por exemplo, um usuário pode estar em frente um carregador e não conseguir utilizá-lo porque o equipamento foi reser vado por uma pessoa que está a quilômetros de distância

Cobrança por ociosidade do conectorÉ uma modalidade que tem caráter de penalidade, já que geralmente aplica tarifas mais elevadas a f im de coibir a prática de usuários que, mesmo depois de terem suas recargas f inalizadas, mantêm o veículo ocupando a vaga, impedindo que outras pessoas que queiram utilizar o ser viço possam fazê-lo Esta modalidade tem sido muito solicitada pelos próprios usuários, já que a experiência de ver carregadores ocupados por veículos que não estão carregando é muito frustrante São muitas as possibilidades de cobrança e não há um modo certo de fazê-la, cabendo ao operador estruturar as tarifas de acordo com a operação dos equipamentos, podendo combiná-las, de modo a atrair clientes e proporcionar rentabilidade à operação.

C o n c l u s ã o

A cobrança pelo ser viço de recarga é essencial para a boa relação provedor/usuário, já que o bom custo-bene-

fício vai atrair diversos clientes, gerando naturalmente um crescimento saudável do setor Ainda hoje temos casos de redes de recarga que não realizam a cobrança, ou a fazem aplicando valores subsidiados, porém esses casos são exceções, já que há outros interesses aliados Há empresas de energia que ainda estudam um modo de viabilizar a cobrança apesar dos compromissos com a modicidade tarifária, o que na ponta do lápis torna impossível a sustentabilidade do negócio Por outro lado, há empresas que continuam subsidiando para atrair novos usuários, vender mais veículos e gerar maior segurança de recarga aos seus clientes.

O ser viço tarifado deve levar em conta o custeio dos parceiros e for necedores, a estruturação de um suporte técnico e a necessidade de trazer lucro aos investidores. A cobrança é essencial para a atual fase de crescimento do mercado, com a entrada de diversos novos players, sendo o modelo tarifário a ser utilizado o ponto chave para a viabilidade econômica do negócio

R e f e r ê n c i a s

[1] Agência Nacional De Energia Elétrica: Resolução Normativa Aneel Nº 1 000 Brasília: Aneel, 2021 Disponível em: https://www2 aneel gov br/cedoc/ren20211000 html

[2] EPBR: Mobilidade elétrica vai demandar novos modelos de negócios no Brasil. Disponível em: https://epbr.com.br/mobilidade-eletricavai-demandar-novos-modelos-de-negociosno-brasil/

* R afael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, af inidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos E-mail: veletricos@arandaeditora com br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 V e í c u l o s e l é t r i c o s 5 2

P r o j e t o I n s t a l a ç ã o

S i st e m a s f o t ovo l ta i c o s e a s i n sta l a ç õ e s e l ét r i c a s – u s o d e f u s ív e i s

“ E m arranjos fo

tovol taicos, não fazemos

pro teção con tra sobrecorren te e sim pro teção con tra sobrecorren te reversa”.

Estreio aqui como colunista da FotoVolt. Estarei com vocês, caros leitores, em edições alter nadas da revista ao longo do ano de 2024.

Começo buscando um alinhamento de expectativas. Os que me conhecem e acompanham em outras mídias sabem de meu apreço pela engenharia e a boa técnica Porém, o anseio principal daqueles que militam ou pretendem atuar no setor de energias renováveis, principalmente energia solar, volta-se a assuntos regulatórios, f inanceiros e tendências de mercado. Tal preocupação faz sentido, pois é necessário que o negócio exista para que a engenharia possa atuar, ou seja, antes do projeto, instalação e operação, é necessário um acordo entre as partes

As instalações elétricas fotovoltaicas no Brasil não são de boa qualidade nem seguras. Esse fato é ag ravado pela falta de consciência de boa parte dos responsáveis técnicos, de que há problemas de qualidade nas instalações fotovoltaicas. Sem saber que um problema existe, não há como buscar sua solução.

Posto isso, esta coluna vai tratar principalmente de aspectos de ordem técnica do projeto e a execução das instalações fotovoltaicas, diferente de minha coluna na revista EM - Eletricidade Moderna, onde a ótica está centrada nos negócios e não na engenharia

Esclarecido esse ponto, o desaf io passa a ser por onde iniciar

A proteção contra sobrecorrente em sistemas fotovoltaicos

Com frequência, prof issionais da área de eletricidade estão entrando no mercado de energia solar fotovoltaica ou são a ele expostos Um exemplo típico são os engenheiros que f iscalizam obras de instalações elétricas prediais. Outrora, o conhecimento em instalações elétricas de consumo era suf iciente para que sua função fosse desenvolvida satisfatoriamente

Mesmo instalações mais complexas, que envolvem g rupos geradores a combustão (uso em emergência ou no horário de ponta), possuem requisitos de proteção contra sobrecorrente bastante semelhantes. Uma falha comum é tentar empregar ao arranjo fotovoltaico os mesmos requisitos de instalações elétricas de baixa tensão em corrente alter nada

É preciso proteger todo condutor do arranjo contra sobrecorrente?

A resposta é não. Inicialmente, justif ico através da ABNT NBR 16690:2019 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - Arranjos Fotovoltaicos, e em seguida explico por quê.

A ABNT NBR 16690, em sua seção 5.3.9, determina:

Vinícius Ayrão*

“A proteção contra sobrecorrentes em séries fotovoltaicas deve ser usada se:

((SA – 1) × (ISC MOD)) > IMOD MÁX OCPR

“Onde:

SA: Quantidade de séries do arranjo em paralelo

ISC MOD: Corrente de curto-circuito em STC dos módulos fotovoltaicos

ISC MOD MÁX OCPR: Máxima corrente reversa que o módulo suporta”

Vamos usar como exemplo dois módulos bastantes comuns no mercado atualmente, um de 450 Wp e outro de 550 Wp, com as características dadas na tabela I.

Aplicando a fórmula dada pela

NBR 16690, para 1, 2, 3, 4 e 5 séries, temos os resultados da tabela II

Como vemos, para esses módulos, arranjos com até duas séries em paralelo não necessitam de proteção contra sobrecorrente Alguns anos atrás, a literatura disponível não mostrava o porquê, apenas af irmava que a partir da terceira série era obrigatória a proteção.

Alguns modelos de módulos fotovoltaicos aceitam corrente reversa até 30 A ou 35 A, o que permitiria o uso

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24
5 4
Tab I – Dados técnicos em STC* Parâmetros Módulo 450 W Módulo 550 W Tensão de circuito aber to (Voc) 48,7 V 49,62 V Cor rente de cur to circuito (Isc) 11,65 AS 14,03 A Tensão no ponto de máxima potência (Vmp) 40,5 V 40,9 V Cor rente no ponto de máxima potência (Imp) 11,12 A 13,45 A Cor rente máxima de inter r upção (Fus máximo) 20 A 25 A * Standard Test Conditions – Condições padrão de ensaio

Tab II – Cálculo da necessidade de proteção contra sobrecorrente Módulo 450 W

Strings em paralelo (SA – 1) × ISC MOD Fus máximo Precisa proteção?

1 0 20 NÃO

2 11,65 20 NÃO

3 23,3 20 SIM

4 34,95 20 SIM

5 46,6 20 SIM

Módulo 550 W

Strings em paralelo (SA – 1) × ISC MOD Fus máximo Precisa proteção?

1 0 25 NÃO

2 14,03 25 NÃO

3 28,06 25 SIM

4 42,09 25 SIM

5 56,12 25 SIM

de três ou quatro séries em paralelo sem obrigatoriedade da proteção. Porém, na maioria dos casos, a partir da terceira série é necessária a proteção contra sobrecorrentes E nesses casos em que precisamos de proteção, estamos protegendo contra sobrecorrente reversa

Por que nem sempre protegemos contra sobrecorrente?

Para podermos entender o motivo de não proteger contra sobrecorrente, precisamos compreender algumas características de um módulo fotovoltaico

A cur va I x V

Todo módulo FV possui uma cur va corrente x tensão (I x V) característica, para a qual há quatro g randezas importantes, aqui descritas na tabela I: Voc, Isc, Vmp, e Imp. A corrente de curto-circuito (Isc) de um módulo fotovoltaico não é normalmente muito superior (cerca de 8 a 10%) à sua corrente de máxima potência (Imp).

Utilizamos como base para a cur va I x V a cur va traçada para condições STC (1000 W/m2 de irradiância e 25 °C de temperatura de célula). Mas a cur va I x V se altera em função da irradiância e da temperatura da célula. E o que acontece então?

Os valores de corrente variam muito pouco quando ocorre variação de

temperatura, e em boa parte dos dimensionamentos elétricos se considera que a corrente não varia com a temperatura Mas a corrente varia quase proporcionalmente com a irradiância, ou seja, com uma irradiância de 800 W/m2, a corrente será cerca de 20% menor Com isso, havendo um curto-circuito, Isc será menor que Imp nas condições STC Mas se, ao invés de 800 W/m2 tivermos 1200 W/m2 de irradiância, a corrente será cerca de 20% superior, ou seja, Imp será maior que Isc nas condições STC

Em qualquer condição de irradiância, Isc será apenas um pouco superior a Imp, diferentemente do que ocorre nos circuitos em corrente alter nada, em que a corrente de curto-circuito é muito superior à corrente em regime normal

E qual será irradiância máxima que teremos em determinado local?

A resposta é: não sabemos. Quando fazemos o dimensionamento elétrico do lado em corrente contínua de um arranjo fotovoltaico, precisamos garantir que em caso de curto-circuito não haja sobreaquecimento de condutores e chaves. Por isso, todo o dimensionamento elétrico parte da Isc em condições STC multiplicada por um fator que garante que as variáveis que não conhecemos, como a irradiância máxima, estejam atendidas sobre os fatores e onde aplicar veremos em edições futuras

Dessa forma, não fazemos proteção contra sobrecor rente de cur to cir cuito no ar ranjo.

Mas, por que precisamos de proteção algumas vezes, conforme a equação mostrada anteriormente?

Vamos analisar o circuito de um arranjo com séries em paralelo Podemos representar cada módulo na série como uma fonte de tensão Séries em paralelo são projetadas de forma a garantir que todas as séries possuam a

mesma diferença de potencial (tensão) Na ocorrência de um curto-circuito, a tensão em uma das séries será inferior às tensões nas demais séries. Sabemos que quando temos fontes de tensão em paralelo com tensões diferentes, as de menor tensão comportam-se como carga e não como fonte. Nessa condição, haverá circulação de corrente em sentido contrário nesses módulos, ou seja, haverá circulação de corrente reversa, a qual vai causar aquecimento e, dependendo do valor dessa corrente, os módulos podem ser danif icados e/ ou incendiar-se

O quanto de corrente reversa o módulo pode suportar é determinado pelo fabricante do módulo e consta em sua folha de dados técnicos (datasheet) Por isso, quando há possibilidade de, em caso de curto-circuito, haver circulação de corrente reversa superior ao máximo que o módulo suporta, é necessário o uso de dispositivos de proteção de sobrecorrente

Em suma, não fazemos proteção contra sobrecorrente e sim proteção contra sobrecor rente re ver sa.

Resumo

• Nem sempre é necessár io o uso de dispositivos de proteção contra sobrecor rentes em um ar ranjo fotovoltaico.

• A proteção contra sobrecor rentes, quando necessár ia, é para sobrecorrente re ver sa

Até a próxima.

* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv projetoinstalacao@arandaeditora com br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”

5 5 P ro j e to I n s ta l a ç ã o Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24

Pe s q u i s a i n ov a ç ã o

Estudo de seis anos conclui: fazendas solares no espaço são possíveis

Éviável produzir painéis solares leves e de baixo custo para gerar energia no espaço, de acordo com uma nova pesquisa das Universidades de Surrey e Swansea, no Reino Unido O primeiro estudo do tipo já realizado acompanhou um satélite durante seis anos, obser vando como os painéis geravam energia e resistiam à radiação solar ao longo de 30 000 órbitas terrestres

As descobertas podem abrir caminho para fazendas solares comercialmente viáveis no espaço, segundo Craig Under wood, professor de engenharia de naves espaciais no Surrey Space Center da Universidade de Surrey “Estamos muito satisfeitos que uma missão projetada para durar um ano ainda esteja funcionando depois de seis Esses dados detalhados mostram que os painéis resistiram à radiação e que a sua estrutura de f ilme f ino não se deteriorou nas duras condições térmicas e de vácuo do espaço ”

A tecnologia, de células solares de massa ultrabaixa, pode tor nar possível implantar no espaço g randes usinas de energia solar de baixo custo, trazendo energia limpa à Terra “A pesquisa for neceu a primeira evidência de que a tecnologia funciona de forma conf iável em órbita”, disse o pesquisador.

As células solares de telureto de cádmio do satélite foram desenvolvidas no Centro de Pesquisa em Energia Solar da Universidade de Swansea Os módulos cobrem uma área maior, são mais leves e for necem muito mais energia do que a tecnologia anterior, além de serem relativamente baratos de fabricar Cientistas da Universidade de Surrey projetaram instrumentos que mediram seu desempenho em órbita. O próprio satélite, chamado de Alsat-1N, foi projetado e construído no Centro Espacial de Surrey em parceria com uma equipe de engenheiros esta-

giários da Agência Espacial Argelina (ASAL)

Embora a produção de energia das células tenha se tor nado menos ef iciente ao longo do tempo, os investigadores acreditam que as suas descobertas provam que os satélites de energia solar funcionam e podem ser comercialmente viáveis “O teste de voo bem-sucedido dessas células solares de f ilme f ino alavancou oportunidades de f inanciamento para desenvolver ainda mais esta tecnologia”, disse o pesquisador Dan Lamb, da Universidade de Swansea Segundo ele, os módulos solares de grande área para aplicações espaciais são um mercado em rápida expansão

O estudo foi publicado na revista Acta Astronautica: https://openresearch surrey ac uk/esploro/outputs/ conferencePaper/IAC-22-C338-Six-yearsof-spacef light-results/99816164102346

Fraunhofer ISE e Oxford PV desenvolvem módulo perovskita-silício com ef iciência de 25%

Oinstituto de pesquisa alemão Fraunhofer ISE, especializado em energia solar, anunciou no f inal de janeiro ter conseguido desenvolver e fabricar, em sistema industrial real, um módulo solar fotovoltaico com célula solar em tandem, com camadas de perovskita e silício, com ef iciência de conversão solar de 25%

A viabilidade do processo produtivo foi comprovada com células solares em tandem da empresa britânica Oxford PV, fundada por pesquisadores da Universidade de Oxford, que produz em pequenas séries as células de perovskita e silício no formato M6, com ef iciência de 26,8%, em sua fábrica em Brandemburgo, na Alemanha

A parceria entre as empresas gerou um módulo de 421 watts de potência, com área de 1,68 metro quadrado, que segundo comunicado do Instituto Fraunhofer ISE é o mais ef iciente do mundo em formato industrial, com os 25% obtido no módulo em vidro. “Isso o tor na mais ef iciente do que qualquer módulo fotovoltaico de silício já construído em formato industrial”, disse o chefe de energia fotovoltaica do Fraunhofer ISE, Stefan Glunz. “O fato de que a tecnologia compatível com a produção em massa foi usada para sua fabricação demonstra o enorme potencial da tecnologia em tandem para a indústria fotovoltaica.”

Para o processo de fabricação do primeiro módulo, os pesquisadores utilizaram equipamentos do centro de tecnologia de módulos Module-TEC, que faz parte do instituto alemão, os quais já são empregados para produção em escala industrial de módulos. Mas foi preciso adaptar os processos dos equipamentos para a tecnologia tandem Como a camada de perovskita das células é sensível à temperatura, houve necessidade de desenvolver processos de baixa temperatura para a interconexão e para o encapsulamento das células solares

“Estes desenvolvimentos são adequados para a produção industrial em larga escala e podem ser implementados nas linhas de produção fotovoltaicas atuais”, disse o líder do g rupo de tecnologia de interconexão do Fraunhofer ISE, Achim Kraft Além disso, explica o pesquisador, as células solares foram interligadas usando ligação

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 0 24 5 6
re U n v e s d a d e d e S u r e y
O satéli te foi produz ido no Sur rey Space Cent

condutora “Esse tipo de interconexão é usado em escala industrial no Module-TEC do Fraunhofer ISE No futuro, também testaremos outra alter nativa: soldar as células solares a baixas temperaturas”, completa Kraft

de perovskita Abrigada na IncampIncubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas, a empresa teve seu projeto apoiado pelo Pipe - Programa Pesquisa Iniciativa em Pequenas Empresas, da Fapesp

A base tecnológica do sistema é o método blade coating, por meio do qual uma lâmina é usada para depositar materiais solubilizados em solvente sobre uma superfície A lâmina se move sobre a solução, espalhando-a uniformemente e formando o f ilme f ino.

por spin coating em escala industrial”, diz a pesquisadora. Já o método blade coating do BCC-02 usa até 20 vezes menos material solúvel, que é aproveitado ao máximo na produção dos f ilmes f inos de dimensões até 7 × 7 centímetros, que apresentam “ excelente uniformidade e alto g rau de reprodutibilidade”, af irma ela.

Com po tencial para e ciências mais altas do que os módulos convencionais de silício, os novos modelos de células tandem devem começar a ser produz idos neste ano

Com potencial de alcançar ef iciências mais altas do que os módulos convencionais fotovoltaicos de silício, os novos modelos em célula tandem da iniciativa conjunta devem começar a ser produzidos neste ano “Este novo recorde mundial é um marco crucial para a Oxford PV, provando que nossas células solares em tandem podem oferecer desempenho recorde quando montadas em módulos solares”, disse o CEO da empresa, David Ward As equipes estão agora trabalhando para a certif icação do módulo fotovoltaico, o que demanda testes intensivos de estabilidade a longo prazo, já em andamento nas câmaras climáticas do TestLab no Fraunhofer ISE

Incubada da Unicamp cr ia equipamento para f ilmes f inos de perovskita

Astartup Autocoat, de Campinas, SP, desenvolveu um equipamento capaz de produzir f ilmes f inos em escala de laboratório, a partir de materiais solúveis, com potencial de uso em pesquisas para gerar películas utilizadas na fabricação de células solares

Batizado de BCC-02, o equipamento é capaz de produzir f ilmes com espessuras que podem variar de 10 nanômetros a dezenas de micrômetros, “ com qualidade semelhante aos obtidos por spin coating” , disse em comunicado da Fapesp a química

Para permitir a produção de filmes com propriedades adequadas para a fabricação de células solares de perovskita, parte dos recursos do projeto foi utilizada para equipar o dispositivo com uma faca de nitrogênio, empregada para secagem dos f ilmes f inos Como são f lexíveis e leves, as células podem ser usadas em objetos como cortinas, mochilas e tetos de veículos, ampliando as possibilidades de aplicação da energia fotovoltaica. “Nosso equipamento é o único no mercado com essa faca de nitrogênio”, af irma Hamanaka

Viviane Nogueira Hamanaka, sóciafundadora da startup. No spin coating, o material em solução é depositado no centro de uma superfície lisa que está girando em alta velocidade, de forma que a força centrífuga espalha a solução sobre a superfície, formando o filme fino Segundo Hamanaka, o problema com esse método é que muito material é perdido “Também é difícil conseguir reproduzir as características morfológicas dos f ilmes produzidos

Além de f ilmes fotovoltaicos f lexíveis, o equipamento pode ainda produzir biomateriais para curativos e regeneração tecidual, além de novas formas de administração de fármacos e cosméticos. Apresentado em um evento sobre pesquisa de materiais em 2022, o BCC-02 despertou um interesse que superou as expectativas porque é um equipamento de fácil ajuste e manuseio, com custo competitivo, podendo ser usado por cientistas de diferentes

Fo t o V o l t - F e v e r e i r o - 2 024 5 7 Pe s q u i s a i n ova ç ã o F r a u n h o f e I S E
Método aprovei ta ao má ximo o mater ial solúvel e produz lmes com excelente uni for midade e alto grau de reprodut ibilidade
A u o c o a t

áreas em laboratórios de diferentes tamanhos. Como resultado, desde então já foram vendidas dez unidades do BCC-02.

Por que bater ias pegam fogo e explodem?

As chances de uma bateria de veículo elétrico (VE) entrar em combustão e explodir são na verdade pequenas: alguns analistas dizem que veículos a gasolina têm quase 30 vezes mais probabilidade de pegar fogo do que veículos elétricos. Mas sempre há notícias de VEs que pegam fogo enquanto estacionados, e as causas ainda estão por ser totalmente desvendadas

Os pesquisadores sabem há muito tempo que altas correntes elétricas podem levar à avalanche térmica uma reação em cadeia que pode causar superaquecimento, incêndio e explosão da bateria Mas sem um método confiável para medir correntes dentro das baterias em repouso não f icava claro o porquê de algumas entrarem em avalanche térmica mesmo quando o VE está estacionado

Mas recentemente, usando uma técnica de imagem chamada operando X-ray microtomography, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab) e da Universidade da Califórnia, Berkeley (UC Berkeley), nos Estados Unidos, mostraram que a presença de altas correntes locais dentro de baterias em repouso após o carregamento rápido pode ser uma das causas por trás da avalanche térmica.

A equipe liderada por Nitash Balsara, cientista do Berkeley Lab e professor da UC Berkeley, foi a primeira a capturar imagens 3D em tempo real das mudanças no estado de carga ao nível das partículas no interior de uma bateria de íons de lítio depois de carregada E também a primeira a medir correntes iônicas no nível das partículas dentro do eletrodo da bateria

Nas baterias de íon de lítio, o componente anódico do eletrodo é feito principalmente de g raf ite Quando uma bateria saudável é carregada lentamente, os íons de lítio se entrelaçam entre as camadas de folhas de g raf ite do eletrodo. Em contraste, quando a bateria é carregada rapidamente, os íons de lítio tendem a se depositar na superfície das partículas de g raf ite na forma de lítio metálico.

O método usado pelo novo estudo revelou pistas importantes sobre o que acontece quando a bateria está em repouso após um carregamento rápido Experimentos mostraram que quando o g raf ite é “totalmente litiado” ou totalmente carregado, ele se expande em cerca de 10% no volume, e que a corrente na bateria ao nível de partículas poderia ser determinada rastreando-se a “litiação” local no eletrodo

Um voltímetro convencional mostraria que quando a bateria é desligada

e desconectada da estação de recarga e do motor elétrico, a corrente geral na bateria é zero Mas no estudo a equipe descobriu que depois de uma recarga de 10 minutos, as correntes locais de uma bateria em repouso (correntes inter nas no nível das partículas) eram sur preendentemente altas O instrumento de microtomog raf ia permitiu identif icar quais partículas eram os “outliers”, gerando densidades de corrente alarmantes de até 25 miliamperes por cm2 Em comparação, a densidade de corrente necessária para carregar a bateria em 10 minutos foi de 18 mA/cm2. Os pesquisadores também verif icaram que as correntes inter nas medidas diminuíram substancialmente em cerca de 20 minutos

A despeito das descobertas animadoras, porém, ainda é necessário muito trabalho antes que essa abordagem possa ser usada para desenvolver melhores protocolos de segurança

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N t a s h B a s a r a e A e c S H o / B e r k e e y L a b
E xper imentos de micro tomogra a 3D per mi t iram aos pesquisadores ident i car quais par t ículas geraram altas densidades de cor rente dent ro de uma bater ia em repouso após um car regamento rápido

A g e n d a

No Brasil

Eventos Absolar – Próximos encontros da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica em 2024: Absolar Meeting Centro-Oeste, em 14 de março em Brasília; H2V Absolar, em 18 de abril em São Paulo; e Mercado Livre Absolar, em 9 de maio em São Paulo. Acesse https:// www absolar org br/eventos

Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste será realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 10 e 11 de abril. Constituído de cong resso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos Informações: https://www intersolar -summit-brasil com/nordeste

Fór um Estadual de Energia Solar –Em 8 de maio acontece o 4º Fórum Estadual de Energia Solar na Universidade de Caxias do Sul (UCS), com prog ramação de 12 horas de palestras, debates e exposição Realização do APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha, Sebrae, Sicredi e UCS Informações em www.forumdeenergiasolar.com.br.

CBENS – A próxima edição do CBENSCongresso Brasileiro de Energia Solar, evento bienal da ABENS - Associação Brasileira de Energia Solar, será realizada de 27 a 31 de maio em Natal, RN, com organização do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). Informações em www.abens.org.br/evento. php?evento=3

Rio Energy SumMIT – O Energy SumMIT, realizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), acontecerá no Brasil pela primeira vez de 15 a 17 de junho, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro. O evento terá como palestrantes renomados professores do MIT e pretende reunir mais de 10 mil pessoas O foco das discussões são transição energética e sustentabilidade no mundo Mais informações: https://rd mittechreview com br/energySumMIT webinar.

Enase – O Enase – Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico acontecerá nos dias 19 e 20 de junho no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro, RJ Mais informações em www enase com br

The smar ter E – O The smarter E South America acontece de 27 a 29 de agosto de 2024 no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EMPower South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America - Feira de produtos e ser viços para eletromobilidade Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Cong ressos. Acesse: www.t hesmartere. com.br.

Intersolar Summit Sul – Em 29 e 30 de outubro acontece no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Aleg re, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, ag rivoltaicos, FV of f grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos Informações: https:// www intersolar-summit-brasil com/sul

Cursos

Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento prof issional Energia Solar FotovoltaicaTecnologias e Aplicações, do Senai SP, tem carga horária de 24 horas e as seguintes turmas prog ramadas: Capital - Pirituba, 16/3 a 6/4; e Osasco, 11/6 e 20/6 Inscrições em www sp senai br/curso/ energia-solar-fotovoltaica-tecnologiase-aplicacoes/89542.

Senai/SC - Instalação – O curso Instalação de Sistemas Fotovoltaicos conectados, da unidade Senai/SC em Mafra, tem carga de 30 horas e destina-se a interessados em uma nova ocupação, ag regando conhecimentos para a instalação de sistemas foto-

voltaicos. Aulas de 14/3 a 8/5, às quintasfeiras à noite. Acesse: https://cursos. sesisenai org br/detalhes/instalacao-desistemas-fotovoltaicos/36592/89131

Curso de extensão – A 12ª edição do Curso Solar Fotovoltaico (presencial e EAD), do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, tem inscrições abertas até 22 de março e será realizado de 5 a 7 de abril São dois módulos: 1) Introdução a Sistemas Fotovoltaicos - Dimensionamento e Instalação; e 2) Dimensionamento Avançado de Sistemas Fotovoltaicos Usando PVsyst. Website: www.sel.eesc. usp.br/cursosolar.

Cursos de solar – Até o final de março, o Canal Solar oferece os cursos: Projeto Avançado de Usinas GD até 3 MW (online ao vivo), de 23 a 29/3; e Engenharia Civil para sistemas de energia solar (online ao vivo), de 12 a 15/3. Acesse: https://cursos. canalsolar.com.br/agenda-de-cursoscanal-solar/

No exterior

Ar mazenamento nos EUA – O Energy Storage Summit USA acontece no DoubleTree by Hilton de Austin, Texas, em 19 e 20 de março, reunindo mais de 85 palestrantes e acima de 350 participantes, entre investidores, desenvolvedores, operadores de redes, prestadores de ser viços, consultorias, for necedores de tecnologia e outros. Realização da Solar Media Ltd. Mais informações em https://storageusa. solarenergyevents.com/.

SNEC 2024 – A 17ª Conferência e Exposição Internacional de Geração de Energia Fotovoltaica e Energia Inteligente será realizada em Xangai, China, de 13 a 15 de junho, com organização da Asian Photovoltaic Industr y Association e outras entidades chinesas e inter nacionais. Em 2023, a feira teve mais de 270 mil m2 de exposição com 3100 expositores de 95 países Acesse: https://pv snec org cn/

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Pro d u to s

Gerador híbrido

A EcoFlow lançou um gerador de bateria e sistema de backup residencial inteligente híbrido chamado Delta Pro Ultra. O equipamento foi projetado tanto para quedas de força prolongadas quanto para uso diário, tem capacidade de 6 kWh, saída de 7200 W e entrada solar de 5,6 kW, podendo alimentar uma casa inteira Segundo a empresa, o design permite rápida expansão de armazenamento e saída por ser possível empilhar vários equipamentos

A empresa também fornece o Smart Home Panel 2, que permite integração do Delta Pro Ultra com qualquer casa para uma transição rápida da rede para o backup com troca automática O aparelho também otimiza o uso de energia, reduzindo custos e estendendo o backup por meio de análises inteligentes e utilização solar, afirma a companhia Quando combinado com o novo Smart Home Panel 2, o sistema pode ser ampliado para uma saída de 21,6 kW. De acordo com a empresa, o Delta Pro Ultra se integra tanto a sistemas solares de telhado quanto a painéis solares f lexíveis, com entrada de 5,6 kW até 16,8 kW. O inversor possui a tecnologia patenteada X-Cooling, que, de acordo com a Ecof low, aumenta a eficiência em 50%, reduz o ruído e estende a vida útil dos componentes. A bateria tem vida útil de mais de 10 anos, com 3500 ciclos de descarga antes de atingir 80% da capacidade original, aponta a empresa.

https://us.ecof low.com/

Câmeras a energia solar

podendo evitar 56,7 kg de emissões de CO2 anualmente Conta com visores de LED com tecnologia Chip-on-Board (COB) que também reduzem o consumo de energia em até 50% em comparação com os visores de LED tradicionais, afirma a companhia

www.hikvision.com/pt-br/

Módulos solares

A Astronergy anunciou recentemente a adição de novas linhas de produtos para 66 células retangulares da série Astro N7 TOPCon, fabricadas com base na tecnologia de célula TOPCon 3.0, desenvolvida pela Astronergy, e na tecnologia de processamento de células SMBB, que pode proporcionar eficiência média superior a 25,7%, afirma a empresa. Os produtos contam com wafers de silício retangulares tipo N de 210 mm, que, de acordo com a companhia, aumentam a área em mais de 15,6%, em comparação aos wafers M10 convencionais no mercado, possibilitando melhoria da eficiência das células e módulos e a redução do custo por watt Prevê-se que a nova linha tenha potência de mais de 615 W e eficiência de conversão superior a 22,8%, além de custos de BOS mais baixos em comparação com os módulos wafer quadrados de 182 mm. Outras características: vidro de alta transmitância, coeficiente de temperatura de -0,29%/℃, desempenho de baixa irradiação, 30 anos de produção estável com 0,4% de degradação a cada ano (do 2º ao 30º ano)

www.astroner gy.com

de veículos conectados ou em seus requisitos de carregamento Outras características destacadas pela companhia são a qualidade e densidade de potência da unidade, f lexibilidade e interoperabilidade com ampla gama de OEMs O equipamento conta ainda com sistema de suporte: ferramentas e ser viços digitais disponíveis para gerenciamento e instalação remotos, combinados com várias camadas de ser viços e suporte De acordo com a ABB, as soluções de gerenciamento de energia permitem desempenho de carregamento e consumo de energia ideais, ajudando as frotas de ônibus e caminhões a operar com mais eficiência.

https://emobility abb com

Rastreamento solar

Soluções de carregamento

A Hikvision fornece câmeras de segurança movidas a energia solar, que eliminam a necessidade de uma fonte de alimentação externa De acordo com a empresa, o equipamento utiliza 80 kWh a menos por ano,

A nova solução de carregamento de frota HVC360, da ABB E-mobility, permite a conexão de até quatro estações de recarga Possui, segundo a empresa, capacidade de carregamento dinâmico, alocando diferentes níveis de energia para cada estação, com base no número

A Nextracker fornece softwares de rastreamento solar, desenvolvidos com base em machine learning, que permitem o posicionamento individual das fileiras de módulos fotovoltaicos de acordo com fatores como sombreamento, clima e condições geográficas da planta, para otimizar o aproveitamento do período solar O TrueCapture, software inteligente de otimização e controle de rendimento para rastreadores solares, aproveita a arquitetura exclusiva de fileiras independentes, aumentando a produção de energia típica das centrais fotovoltaicas em até 4% ao ano em comparação ao rastreador padrão, afirma a empresa Já o NX Horizon XTR-1 5, de acordo com a Nextracker, reduz ou elimina trabalhos de terraplenagem em terrenos montanhosos e pode economizar muitas toneladas de aço, acelerar cronogramas de construção, minimizar o impacto ambiental e reduzir o risco do projeto

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2) Prestador(a) de serviços

Integrador(a) Instalador(a) Projetista(a) Consultor(ia) Manutenção Consultor(a) Escritório de arquitetura Outros (especificar)

3) Usuário(a) final

Concessionária de energia elétrica ou cooperativa de eletrificação Indústrias em geral Comércio e serviços Órgãos governamentais e instituições Telecomunicações Outros (especificar)

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A t e n d i m e n t o a o l e i t o r

Energia solar e desenvolvimento socioeconômicoA Nextracker lançou recentemente uma websérie que tem o objetivo de comparti-

lhar histórias de moradores impactados com a instalação dos parques solares de geração centralizada nas cidades de Pirapora, Várzea da Palma e Janaúba, no Norte de Minas. Batizada de Do Ouro ao Sol, o projeto busca mostrar outros benefícios da implantação das usinas fotovoltaicas, além da sustentabilidade, como o desenvolvimento socioeconômico da região; implementação de prog ramas de capacitação para absorção de mão de obra local nas usinas; desenvolvimento das comunidades do entor no, com a criação de projetos de

apoio social e educacional; prog ramas para a formação e inclusão de mulheres em postos na construção e operação das usinas, entre outras iniciativas. As histórias relatadas pelos moradores da região foram ouvidas pela jor nalista Priscila Brandão, que durante

10 dias percorreu 2 mil quilômetros nos parques solares A websérie está disponível no site https://nextracker com/ do-ouro-ao-sol/ e no canal do YouTube da Nextracker https://www youtube com/ playlist?list=PLf8xhLTkS8Hr9 FTeIlfbkKbna7MBM9Ad.

GD e eletromobilidade f luvial – A publicação Guia para ampliar a mobilidade elétrica f luvial na Amazônia Legal, desenvolvida pela ABGDAssociação Brasileira de Geração Distribuída com apoio do WWF-Brasil, visa fornecer informações sobre mobili-

P u b l i c a ç õ e s

dade elétrica, com foco nos barcos elétricos, e responder a questões fundamentais sobre eletromobilidade nos rios da Amazônia Legal brasileira Um dos objetivos é apoiar o desenvolvimento sustentável e a descarbonização dos meios de transporte regional, a redução de custos operacionais e o desenvolvimento tecnológico. A obra apresenta casos e estudos práticos destacando benefícios da geração distribuída (GD) a populações que vivem em comunidades isoladas e remotas. Também demonstra o potencial que a GD com fontes renováveis pode gerar para o desenvolvimento sustentável da região, a exemplo dos programas de eletrificação rural com energia solar fotovoltaica em curso na Amazônia Legal. Segundo a ABGD, os capítulos foram organizados para fornecer um

contexto histórico das hidrovias na Amazônia e do uso de barcos elétricos no passado até o presente. Também são abordadas questões tecnológicas, características técnicas e principais aplicações dos barcos elétricos A obra aborda também as políticas públicas existentes e as possibilidades de melhoria nesse segmento Os aspectos de design, mercado e componentes avaliados são voltados para a região Norte, que constitui o recorte territorial da publica-

ção Por fim, são apresentadas propostas e possíveis projetos demonstrativos e/ou industriais para ampliação da mobilidade elétrica f luvial na Amazônia Legal. O guia pode ser baixado no link https://materiais abgd com.br/e-book-guia-paraampliar-a-mobilidade-eletricaf luvial-na-amazonia-legal

Í n d i c e d e a n u n c i a n t e s

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C r e s c i m e n t o d o s e t o r s o l a r e d e s a f i o s d a p r o f i s s i o n a l i z a ç ã o

“ A pro ssionalização não é uma opção: é necessária, principalmen te para os instaladores e in tegradores, que a tuam em um mercado pulverizado e de menor barreira de en trada” S o l a r F V e m f o c o

Ageração própria solar fotovoltaica acaba de ultrapassar a marca de 26 GW de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, com mais de 3,3 milhões de unidades consumidoras atendidas e a geração de mais de 780,1 mil empregos verdes acumulados desde 2012 Ao longo dos anos, com o apoio constante da Absolar, inúmeros desa os foram vencidos pelo setor. Muitos pequenos e médios empreendedores entraram no setor de maneira informal e foram evoluindo, se capacitando e pro ssionalizando cada vez mais.

Agora, com maior robustez do setor, o desa o para se rmar no mercado e continuar crescendo é cada vez maior A pro ssionalização de quem deseja evoluir não é mais uma opção: ela é necessária, principalmente para os instaladores e integradores, que atuam em um mercado mais pulverizado e de menor barreira de entrada, ou seja, onde a competição é cada vez mais ferrenha.

Ainda há certa informalidade em parte das empresas e pouca estruturação na prestação de ser viços que geram faturamento recorrente. Há cinco tipos de ser viços que precisam de evolução destes empreendedores:

1. Acompanhamento dos créditos e da compensação de energia elétrica nas contas dos clientes com sistemas de geração própria solar já instalados e em operação;

2. Tratativas com as concessionárias de energia elétrica, para a resolução de

problemas ocorridos após a conexão do sistema fotovoltaico às redes de distribuição;

3. Limpeza periódica dos módulos fotovoltaicos;

4. Intermediação das garantias dos fabricantes; e

5. Monitoramento e substituição de equipamentos avariados ou com defeito

Todos estes ser viços podem ser oferecidos aos clientes como um pacote, no ato da venda, de forma pro ssional e bem apresentada Também existem várias formas de dar o primeiro passo para implantar um bom ser viço de pós-venda, que dê mais segurança para investidores e consumidores

Hoje já é possível, por exemplo, oferecer soluções inovadoras como equipamentos reser va, cashback, plano de extensão de garantias, recompensas pela indicação de novos clientes e outras.

A seguir, estão listadas dicas para os integradores que desejam dar os primeiros passos nessa direção:

• Fidelização de clientes: Um forte programa de pós-vendas contribui para adelização. Clientes satisfeitos têm maior probabilidade de continuar comprando de uma empresa ao longo do tempo, o que leva a uma receita recorrente

• Renovações de contratos e assinaturas: Em muitos modelos de negócios baseados em assinaturas ou contratos recorrentes, o pós-vendas desempenha um papel importante na renovação. Um bom suporte pós-venda pode convencer os clientes a renovar seus contratos ou assinaturas

• Upselling e cross-selling: O pósvendas é uma oportunidade para fazer upselling (vender um produto ou ser viço de maior valor) e cross-selling (vender produtos ou ser viços adicionais). Isso pode aumentar o valor médio do pedido e, consequentemente, o faturamento recorrente

• Redução da chur n rate: Uma estratégia e caz de pós-vendas pode ajudar a reduzir a chamada “churn rate” (taxa de cancelamento de clientes) Ao resolver rapidamente os problemas, oferecer suporte de qualidade e manter um relacionamento próximo, é mais provável que os clientes permaneçam éis à empresa

• Feedback para melhor ia contínua:

O pós-vendas também fornece uma oportunidade para coletar as impressões dos clientes sobre a empresa, seus produtos e ser viços Esse feedback pode ser usado para melhorar produtos, ser viços e processos, o que, por sua vez, pode aumentar a satisfação do cliente e a probabilidade de retenção

• Referências e recomendações: Clientes satisfeitos são mais propensos a recomendar uma empresa a outros Um bom prog rama de pós-vendas pode estimular essas referências e recomendações, o que pode levar a novos clientes e aumentar o faturamento recorrente

Em resumo, o integrador solar precisa, cada vez mais, se pro ssionalizar e se comportar como empresa especializada do setor fotovoltaico Os diferenciais competitivos, a presença no meio digital e a satisfação do cliente serão cada vez mais importantes E você, já está preparado para estas oportunidades?

* Luzer Oliveira é Coordenador Estadual da Absolar em Pernambuco e Head de Energia Solar na Connectoway Solar; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar

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Luzer Oliveira, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk *

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