FotoVolt Agosto 2025

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TRACKERSFOTOVOLTAICOS

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Carta ao leitor Notícias

Desempenho

Intersolar 2025 e suas inovações em solar, armazenamento e eletromobilidade

A principal feira e congresso da América Latina voltada à energia solar fotovoltaica, parte da plataforma The smarter E South America, será palco para as mais recentes novidades em geração solar, armazenamento de energia, eletromobilidade e infraestrutura elétrica. A reportagem adianta informações sobre o evento e os lançamentos da feira.

Mantendo a e ciência de sistemas fotovoltaicos

Defeitos não detectados e danos infligidos ao longo do tempo reduzem o desempenho dos sistemas. Inspeções e ensaios regulares, reparos e um conceito de manutenção sustentável permitem incrementar significativamente a eficiência na geração de energia fotovoltaica.

Construção

O comissionamento de sistemas fotovoltaicos

O processo de comissionamento é fundamental para validação do projeto, da execução e dos equipamentos do sistema, assegurando atendimento aos requisitos técnicos e operacionais estabelecidos. Deve, portanto, obedecer a uma série de procedimentos e normas.

Tecnologia

Desa os e oportunidades para proteção contra surtos de sistemas fotovoltaicos

O artigo analisa a vulnerabilidade das instalações solares fotovoltaicas às descargas atmosféricas e destaca o avanço das tecnologias de dispositivos de proteção contra surtos no aumento da segurança e confiabilidade.

Gestãodademanda Inspeções

Gerenciamento de energia para recarga de veículos elétricos

Estações de recarga implicam desafios técnicos para condomínios residenciais e comerciais, ou para o setor hoteleiro. Além dos rígidos regulamentos de segurança contra incêndio, a entrada de energia elétrica existente em geral não comporta picos de demanda para recarga de múltiplos veículos.

O artigo aborda uma solução.

Diagnóstico avançado de usinas de geração centralizada

Usinas de grande porte necessitam de supervisões periódicas para detectar defeitos nos milhares de módulos. O artigo descreve os principais ensaios a serem aplicados e destaca a importância do emprego de laboratório móvel para realizá-los in situ

In uência da manutenção na e ciência da geração em usinas FV

Apresenta-se no artigo uma análise do desempenho de usinas considerando o impacto da falta de manutenção na eficiência operacional, utilizando um modelo de machine learning desenvolvido e testado a partir de dados operacionais históricos da planta.

Produtos Agenda Publicações Índicede anunciantes

Veículoselétricos

Projeto & Instalação

Fios & fatos

Solar FV em foco

Capa Helio Bettega Foto: Attasit Saentep/Shutterstock

1 0 a n o s ev o lu i n do c om o s et o r s o la r
f o t ov o l t ai c o b ra s i l e i r o

Carta ao leitor N

Mauro

esta edição em que se completam 10 anos de FotoVolt não há reportagens alusivas. Em vez de uma retrospectiva laudatória sobre a contribuição da revista para a evolução do setor solar fotovoltaico (e das áreas correlatas de veículos elétricos e armazenamento de energia), preferimos manter a normalidade, isto é, rechear a edição com reportagens e artigos técnicos úteis para o leitor. Alusões à data e às contribuições ficaram restritas a este espaço, o editorial.

Em 2015, havia carência de uma revista como FotoVolt. O Brasil estava engatando sua primaria marcha forte nessa área, com investimentos sendo desenhados e um universo de profissionais carente de informação. Daí que os redatores e editores da revista Eletricidade Moderna (EM), que então já contava mais de 40 anos, decidiram lançar uma spin-off para esta área. A revista de estreia, então tratada ainda como “edição especial” de EM, dizia na reportagem de capa que o Brasil vivia uma efervescência que antecedia a explosão da energia solar que viria.

O parque gerador solar contava então com 11 MW em usinas centralizadas e na GD tínhamos apenas 6,9 MW instalados da fonte em 679 conexões. Otimista, o diretor-executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, previa na citada reportagem que ao final de 2024 haveria no País incríveis 700 mil unidades consumidoras com GD solar, com 2,6 GW instalados. A realidade “frustrou” um pouco tal expectativa: no final de 2024 havia mais de 3 milhões de sistemas conectados com 36,5 GW de potência.

Em agosto de 2015 ainda estavam para nascer os documentos legais que “azeitariam” o desenvolvimento da fonte no País, como a resolução normativa 687 da Aneel ou a Lei 14.300/2022, o marco legal da GD de cujos efeitos (e também defeitos) a revista viria a tratar amplamente.

Quanto à GC, os números então esperados eram de um crescimento de 1,5 a 2 GW por ano, e chegamos aqui com 18 GW dentro do previsto mas poderíamos ter feito mais, muito mais. A previsão que de fato frustrou-se foi a da implantação, nos anos seguintes, de uma sólida base de produção de equipamentos fotovoltaicos no País, em que pesem os esforços das indústrias hoje aqui instaladas.

Voltando aos primórdios, nas edições subsequentes já reportávamos novidades como a primeira usina híbrida solar-eólica do País e a primeira usina FV em telhado de datacenter da América Latina, trazíamos o guia de integradores e empresas de projeto, consultoria e execução de instalações (o primeiro de muitos guias de grande utilidade) e análises do comportamento de sistemas BIPV, quando no Brasil eles ainda eram raríssimos (se é que existentes).

E assim viemos, reportando avanços e retrocessos, otimismos e desassossegos, até a presente edição de 10 anos. Chegamos até aqui porque estabelecemos desde cedo uma forte aliança com o leitor, com base na qualidade e correção da informação nos noticiários, reportagens, artigos técnicos, guias, colunas e tudo mais.

E assim seguiremos pelos próximos (muitos) anos, sempre ao seu lado, caro leitor. Muito obrigado.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )

REDAÇÃO

Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225)

Redatora: Jucele Menezes dos Reis

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ISSN 2447-1615

Inmetro inaugura laboratório de ensaios de módulos

OInmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia inaugurou recentemente o Laboratório de Ensaios de Módulos Fotovoltaicos no seu campus de Xerém (Duque de Caxias, RJ). A iniciativa conta com a parceria do Inel - Instituto Nacional de Energia Limpa e visa fortalecer a infraestrutura nacional de ensaios de produtos que compõem os sistemas de geração de energia solar fotovoltaica. “O novo laboratório contribui para ampliar a confiança do consumidor e do setor produtivo em relação à qualidade dos módulos fotovoltaicos que chegam ao mercado. É uma entrega estratégica, com reflexos positivos para a economia, o meio ambiente e a segurança energética do País”, destacou o presidente do Inmetro, Márcio André Brito, segundo comunicado da assessoria de imprensa do Inmetro.

Estrutura amplia a capacidade nacional de testes e certi cações de módulos

Inel poderá ser ampliada futuramente para incluir outros ensaios.

Ainda segundo informações enviadas à FotoVolt, a quantidade anual de módulos ensaiados será definida com base na demanda observada nos primeiros meses de operação, considerando o volume das ações de fiscalização e as denúncias recebidas pela Ouvidoria do Inmetro.

nhado aos princípios de concorrência leal e integridade do setor elétrico. “Qualidade, segurança e inovação não são apenas metas, mas compromissos que estamos assumindo com o futuro do Brasil e com a competitividade da nossa indústria”, afirmou Heber Galarce, presidente do Inel.

Nasa testa módulos de película fina no espaço

AO laboratório é coordenado pelo Núcleo de Segurança de Produtos, vinculado à Divisão de Fiscalização da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro. Composta por 13 pessoas, a Divisão coordena a fiscalização realizada pelos 24 Órgãos Delegados e duas Superintendências (Goiás e Rio Grande do Sul). Além do Núcleo, o Inmetro conta com parcerias para realização de ensaios, como o INT, UFPE, UFF, Labelo/PUC-RS, entre outros, por meio de acordos de cooperação técnica, que, segundo a assessoria de comunicação do Inmetro, ampliam sua capacidade de fiscalização.

A estrutura conta com um simulador solar (flash test), utilizado para ensaios de desempenho em módulos fotovoltaicos. O equipamento principal e os periféricos foram doados pelo Inel. Inicialmente, o laboratório está capacitado para realizar inspeção visual, medição de potência máxima e outras características elétricas dos módulos. Segundo a assessoria, a parceria com o

Para o instituto, o laboratório vem reforçar a confiança na conformidade técnica dos produtos comercializados, estimulando novos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, instalação de laboratórios privados e centros de testes, fomentando o desenvolvimento da indústria nacional. “Essa estrutura reforça a soberania tecnológica do Brasil no setor de energias renováveis e coloca o Inmetro em posição de destaque para apoiar a indústria nacional, tanto na inovação quanto no controle da concorrência desleal”, afirmou João Nery, diretor de Avaliação da Conformidade do Inmetro.

Durante o evento de inauguração, o Inmetro e o Inel celebraram acordo de cooperação que prevê a capacitação técnica, suporte à operação e manutenção inicial do sistema.

Segundo o comunicado, a entrada recorrente de módulos fotovoltaicos com potência inferior à declarada representa um risco à estabilidade e à credibilidade do setor, prejudicando empresas idôneas e distorcendo os preços do mercado. O novo laboratório é visto então como um instrumento de defesa comercial e técnica, ali-

Ascent Solar Technologies, dos Estados Unidos, firmou acordo de colaboração com a agência espacial norte-americana, a Nasa, para desenvolver tecnologias fotovoltaicas de película fina capazes de receber energia irradiada em ambientes espaciais. A parceria será conduzida com o Centro de Voos Espaciais Marshall e contará com apoio técnico do Centro de Pesquisa Glenn, ambos da agência.

O projeto, que integra o programa Collaborative Agreement Notice (CAN), visa amadurecer comercialmente módulos solares leves e flexíveis à base de CIGS (sigla para cobre-índio-gálio-selênio). A proposta é ampliar a capacidade desses módulos de converter feixes de luz de alta densidade em energia utilizável, superando em até dez vezes a captação solar convencional.

Os testes buscam reduzir massa e volume dos sistemas de energia das espaçonaves, abrindo espaço para cargas úteis mais relevantes em missões como a Artemis e os serviços comerciais de carga lunar (CLPS). Segundo comuni-

visa

leve e

Parceria
validar tecnologia
exível em sistemas de geração de energia irradiada

cado da Ascent, isso pode representar economias significativas em missões de pouso, cujo custo logístico por quilograma entregue à superfície lunar é estimado em valores de até sete dígitos.

A tecnologia da Ascent já havia demonstrado resultados positivos em testes de bancada realizados em 2024. Com duração prevista de 12 meses, a nova fase pretende elevar o desempenho e a durabilidade dos módulos em condições espaciais adversas.

O acordo também contribui para enfrentar desafios técnicos da exploração de regiões permanentemente sombreadas na Lua, onde se acredita haver altas concentrações de água. A capacidade de operar durante a noite lunar e acessar remotamente áreas científicas sensíveis é vista como diferencial estratégico.

“Esta colaboração reforça nossa convicção de que a película fina terá papel essencial em ambientes espaciais extremos”, afirmou o CEO da Ascent, Paul Warley. Segundo ele, o trabalho com a Nasa deve acelerar o lançamento de produtos mais eficientes e acessíveis para futuras missões.

A parceria faz parte dos esforços da agência para otimizar custos e ampliar resultados por meio da integração com o setor privado. Com 55 países signatários dos Acordos de Artemis, a redução de recursos necessários para infraestrutura lunar é considerada chave para viabilizar colaborações internacionais.

Eletrobrás estuda influência do solo em solares

U ma pesquisa desenvolvida pela Eletrobras nas instalações da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho (RO), avaliou a influência de diferentes tipos de solo na geração de energia solar com módulos bifaciais, que utilizam também a radiação refletida no solo. Por sete meses, seis tipos de solos (ráfia, polietileno, grama verde sintética, grama branca sintética,

bidim e pedregoso) foram estudados simultaneamente em uma área de 14 mil m2, onde foram instalados 1.440 módulos solares com capacidade total de 735 kWp.

A usina tem cerca de 10% do tamanho de uma usina fotovoltaica média para a geração comercial. Em termos de projeto de pesquisa, foi o primeiro em grande escala para avaliar o papel do solo na produtividade dos módulos bifaciais. Estudos já disponíveis no mercado indicam que esses equipamentos podem gerar até 30% mais energia do que os módulos tradicionais, monofaciais. A proposta foi ampliar o conhecimento.

“O maior diferencial e ineditismo dessa pesquisa é que a capacidade de avaliação não foi comprometida pelas questões ambientais. Todos os tipos de solos foram avaliados simultaneamente, com as mesmas interferências externas, como chuva, incidência solar e temperatura. Nesse espaço controlado, foi possível ter dados mais precisos e confiáveis”, explica André Schiante, gerente de Engenharia e Planejamento na Hidrelétrica Santo Antônio.

O estudo foi realizado em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e a empresa Volt Max Engenharia, e demonstrou que, ao comparar o custo de instalação e manutenção com o retorno em produtividade na geração, a diferença entre os seis tipos de solo é pequena. Porém, a curto prazo, o solo que apresenta mais benefício é o pedregoso, que é o solo natural do ambiente. Apesar de

o polietileno ter demonstrado maior eficiência na geração entre os solos avaliados, seu custo de implantação é três vezes maior, ou seja, 300% mais caro que o pedregoso, por exemplo. Porém, segundo Schiante, a decisão de qual solo usar deve levar em consideração as estratégias do investidor, comparando as características do ambiente onde a planta será instalada, as especificidades do projeto e seus objetivos de curto e longo prazo. “Os números também permitem planejar o aumento da produção em usinas já existentes”, complementa André Gimenes, coordenador do Grupo de Energia do Departamento de Energia e Automação Elétricas da USP.

Outro fator relevante sobre os resultados da pesquisa é que o solo pedregoso, que apresentou um dos melhores resultados de geração e menor custo para implementação, já é um solo com baixa aptidão para o plantio. “A energia solar é um modelo de fonte limpa e renovável, mas para fins comerciais é necessário destinar áreas extensas. E o estudo demonstrou que escolher áreas rochosas, além de otimizar custos de produção, também pode reduzir o impacto ambiental e tornar o projeto mais sustentável”, explicou Schiante.

A pesquisa integrou o Programa de Eficiência Energética (PEE) da AneelAgência Nacional de Energia Elétrica. O relatório final ficará disponível para o setor elétrico no site da agência.

Enertrack anuncia entrada no mercado latino-americano

APesquisa avaliou e ciência da geração de energia com módulos bifaciais e concluiu que solo pedregoso natural tem melhor custo-benefício

chinesa Enertrack Technology, fabricante de sistemas de tracking para energia solar, anunciou sua chegada ao mercado latino-americano, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, Argentina, Peru e Equador, onde passa a oferecer soluções para projetos de energia solar.

Segundo comunicado da empresa, seus principais produtos são trackers

Empresa tem

inteligentes, desenvolvidos para terrenos difíceis da China e região, como montanhas e desertos, portanto especialmente projetados para terrenos complexos. Entre as inovações, destaca-se um “algoritmo inteligente nativo e disruptivo”, além de sistemas de inclinação fixa, montagem flexível e montagem em telhado. A sede da empresa e seu centro de pesquisa e desenvolvimento estão localizados em Hefei, China, e a capacidade de produção anual é de até 16 GW em trackers

A Enertrack conta com escritórios próprios em São Paulo, Brasil, e Santiago, Chile, com equipe técnica e comercial, além de rede de suporte local, para apoiar o crescimento de projetos de energia renovável na região. A empresa segue investindo em parcerias estratégicas, buscando ampliar sua presença na América Latina, diz o comunicado.

Programa

federal mira irrigação com energia solar

Ogoverno federal lançou recentemente o Pronisaf - Programa Nacional de Irrigação Sustentável para

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a Agricultura Familiar, cujo foco é promover soluções de sistemas de irrigação à base de geração de energia solar fotovoltaica. A iniciativa faz parte do Plano Safra 2024/2025 e, segundo comunicado, visa impulsionar a produtividade no meio rural com menor impacto ambiental e maior autonomia energética.

O programa prevê a aplicação de tecnologias como irrigação por

Projetos solares lideram financiamentos do Banco do Agricultor PR

Os projetos de energia solar são os principais beneficiados pelos financiamentos do Banco do Agricultor Paranaense, programa do governo do Paraná em parceria com o BRDE - Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e a agência Fomento Paraná. Desde 2021, o programa já aprovou R$ 305 milhões em crédito, com foco no desenvolvimento do agronegócio e incentivo à adoção de fontes renováveis.

Segundo dados do BRDE, foram financiados 2.171 projetos com recursos do programa. Desse total, grande parte envolve a instalação de sistemas solares para reduzir custos com energia no meio rural. A subvenção econômica, viabilizada com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), soma R$ 80 milhões.

A energia solar se destaca entre os projetos incentivados. Sistemas de até R$ 500 mil contam com juro zero, enquanto projetos maiores têm taxas entre 2% e 5,5% ao ano. Além da solar, iniciativas com biogás e irrigação também contam com condições diferenciadas de financiamento.

Os incentivos podem ser acessados por produtores de médio e grande porte que investem em áreas prioritárias, como fontes renováveis, turismo rural e biomassa.

A suinocultura e avicultura são contempladas quando incluem tecnologias limpas, como módulos solares em instalações produtivas.

Programa já destinou R$ 305 mi via BRDE, com juro zero para sistemas fotovoltaicos de até R$ 500 mil

A agricultura familiar tem linhas específicas com juro zero, como o Pronaf Mulher, agroindústria, turismo rural, armazenamento de água e cultivo de produtos como café, orgânicos e mel. Já a pecuária de leite e corte conta com taxas reduzidas, entre 1% e 4%, conforme o tipo de projeto. Para garantir a eficácia dos investimentos, o programa exige assistência técnica na elaboração e execução dos projetos. A intenção é assegurar que o crédito se traduza em aumento de produtividade e sustentabilidade nas propriedades atendidas.

Os interessados devem buscar cooperativas de crédito conveniadas ao BRDE. Projetos acima de R$ 800 mil podem ser apresentados diretamente pelo internet banking do banco. A relação das instituições conveniadas está disponível no site www.brde.com.br.

capacidade de produção anual de até
GW em trackers inteligentes desenvolvidos para terrenos desa adores

gotejamento e microaspersão associadas à geração fotovoltaica. A proposta é atender agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais em regiões com escassez hídrica e infraestrutura elétrica limitada. A combinação de uso racional da água com energia solar permite operar os sistemas mesmo em áreas sem acesso à rede elétrica.

Entre os mecanismos de apoio, o programa inclui uma linha de crédito específica com juros entre 2,5% e 3% ao ano, prazo de até dez anos para pagamento e até três anos de carência. A medida está integrada às ações do Pronaf, que nesta edição do Plano Safra destina R$ 14,8 bilhões à agricultura familiar, com R$ 726 milhões voltados às regiões Norte e Nordeste.

A portaria Interministerial que institui o programa foi assinada no Palácio do Planalto pelo secretário de Energia Elétrica do MME - Ministério de Minas e Energia, Gentil Nogueira, representando a pasta. A iniciativa envolve também os ministérios do Desenvolvimento Agrário, Integração e Desenvolvimento Regional, e Desenvolvimento e Assistência Social.

MP exige energia renovável em ZPEs

OCongresso Nacional começou a analisar a Medida Provisória 1.307/2025, que torna obrigatório o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis por empresas instaladas em Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). A exigência vale apenas para companhias que iniciarem suas operações após a publicação da MP, ocorrida em 21 de julho.

As ZPEs são áreas com regime tributário especial voltadas à exportação de bens e serviços. Atualmente, o Brasil conta com 17 zonas desse tipo, distribuídas em 16 estados, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A contribuição do MME se apoia em programas estruturantes como o Luz para Todos, o Paten e a Política Nacional de Transição Energética Justa e Inclusiva. A expertise da pasta em soluções energéticas renováveis para o meio rural foi aplicada ao desenho do Pronisaf, que prioriza sistemas descentralizados e sustentáveis.

O programa também contempla ações de capacitação técnica, apoio à adoção de práticas agroecológicas e manejo eficiente dos recursos hídricos. A implantação será feita por meio de convênios com estados, municípios e entidades de assistência técnica rural.

De acordo com a medida provisória, a obrigatoriedade não se aplica à energia gerada para consumo próprio dentro da ZPE. A intenção é direcionar a demanda externa das novas empresas para fontes como solar, eólica e biomassa, alinhando o incentivo fiscal à agenda de descarbonização do governo.

Além disso, a MP estende os benefícios das ZPEs a prestadores de serviços que atuem diretamente na industrialização de mercadorias destinadas à expor-

tação. Para isso, é necessário que essas empresas tenham contrato formal com uma operadora autorizada da zona.

Em caso de rompimento do vínculo entre a prestadora de serviço e a empresa instalada na ZPE, ambas as partes deverão comunicar o fato ao Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) no prazo de até 30 dias.

A MP 1.307/2025 tem validade inicial até 18 de setembro, podendo ser prorrogada por mais 60 dias. Para se tornar lei em definitivo, precisa ser aprovada pela comissão mista do Congresso e votada posteriormente nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Medidas provisórias entram em vigor imediatamente após a publicação, mas perdem a validade se não forem apreciadas em até 120 dias. Até lá, a exigência já pode ser aplicada a novos projetos nas ZPEs, salvo se o Congresso alterar ou rejeitar o texto.

Sistema detecta perdas por sujeira em módulos

OCentro de Competência Embrapii em Smart Grid e Eletromobilidade do Lactec, de Curitiba, PR, desenvolveu um sistema que identifica em tempo real perdas de eficiência em sistemas fotovoltaicos causadas por sujeira. Batizada de Solo, a solução usa algoritmos de aprendizado de máquina

Medida quer alinhar benefícios scais à descarbonização industrial

machine learning) e não depende de dados climáticos externos para funcionar. Segundo o Lactec, o Solo analisa o desempenho dos inversores, tanto em usinas com inversores string quanto em sistemas com microinversores, comuns no segmento residencial. Com isso, é possível diferenciar perdas por sujeira de outras variáveis, como temperatura ou irradiação.

Estudos da Agência Internacional de Energia apontam que a sujeira é o segundo fator que mais impacta a geração solar, com perdas de 3% a 5% ao ano. O acúmulo de partículas também eleva a temperatura dos módulos, reduzindo sua vida útil e aumentando os custos de manutenção.

A tecnologia foi projetada para operar em diferentes perfis de geração, desde sistemas residenciais até grandes usinas. Ela envia alertas automáticos quando a limpeza é necessária, evitando tanto intervenções desnecessárias quanto perdas prolongadas por acúmulo de sujeira.

A validação foi feita em estação experimental do Lactec, com simulação de diferentes níveis de sujidade. Os dados coletados foram usados para treinar os algoritmos de machine learning, que identificam padrões de desempenho ligados à presença de sujeira nos módulos.

A solução é compatível com instalações já existentes e funciona localmente, sem necessidade de grandes alterações na infraestrutura. A proposta é aumentar a geração e reduzir o custo operacional, mantendo os sistemas próximos ao seu rendimento ideal.

Módulos solares elevam rendimento agrícola

E studo conduzido pela Iowa State University, nos Estados Unidos, sugere que determinadas hortaliças cultivadas sob módulos solares podem apresentar desempenho igual

ou superior ao de áreas expostas diretamente ao sol. As conclusões são baseadas em dados do primeiro ano de uma pesquisa de quatro anos sobre a tecnologia agrivoltaica, que combina geração de energia solar e produção agrícola no mesmo espaço.

Segundo reportagem publicada pelo portal de notícias norte-americano Axios, os experimentos foram realizados em uma área de aproximadamente 10 acres, na Alliant Energy Solar Farm, localizada próximo à cidade de Ames, no estado de Iowa. Entre as culturas analisadas estão abobrinha, pimentão e brócolis.

De acordo com os pesquisadores, as abobrinhas e os pimentões cultivados sob os módulos solares tiveram rendimento superior aos das áreas sem cobertura. Já os brócolis apresentaram crescimento ligeiramente menor. A hipótese é que o sombreamento parcial dos módulos reduz o estresse térmico e hídrico, favorecendo algumas espécies.

A pesquisa ainda não obteve dados conclusivos para frutas como morango e uva, que possuem ciclos produtivos mais longos e não costumam gerar colheitas completas no primeiro ano. Para 2025, está prevista a inclusão de tomates no estudo, além do reforço em ações de manejo de pragas e estímulo à polinização, com apoio de colmeias instaladas no local.

O projeto também analisa aspectos operacionais do cultivo sob estruturas fotovoltaicas, como a viabilidade do

Conduzida pela universidade do Iowa, nos EUA, pesquisa identi cou produtividade superior às áreas não cobertas pelos módulos

uso de equipamentos, sistemas de irrigação e práticas agrícolas comuns. Segundo a Axios, os pesquisadores afirmam que a produção comercial de hortaliças em fazendas solares é tecnicamente possível, com potencial de replicação em larga escala.

SolaX Power lança inversor formador de microrrede

ASolaX Power anunciou a introdução no mercado brasileiro da “função de microrrede”, um sistema independente que pode operar desconectado da rede elétrica, com o uso da energia solar e baterias para alimentar a residência. Com essa função, o inversor híbrido e o inversor string trabalham juntos e, no caso de falta de energia da rede, o inversor híbrido cria uma microrrede, o que equivale a uma rede elétrica local, para alimentar os circuitos essenciais da residência. A tecnologia aumenta a eficiência do sistema híbrido, pois permite o uso de 100% da produção do painel solar mesmo na ausência da rede elétrica.

O inversor híbrido atua como o ‘‘cérebro” do sistema, ou seja, o responsável por controlar as baterias e parte da energia solar. No caso de falta de energia da rede, esse inversor cria então a microrrede. Já o inversor string seria o “ajudante”, que opera normalmente quando a rede está presente. Quando em operação como microrrede, o inversor híbrido gera tensão para o inversor string e este efetua a leitura como se a rede estivesse operando normalmente, injetando energia solar na microrrede e aumentando a capacidade do sistema. “[A tecnologia] ‘engana’ o inversor string fazendo com que o equipamento acredite que a rede voltou (com tensão e frequência controladas)”, explica o engenheiro Marcelo Niendicker, da SolaX Power. “Os dois equipamentos trabalham juntos, usando energia solar + bateria para alimentar a residência. É importante ressaltar

Solução garante alimentação de cargas mesmo com queda do fornecimento da concessionária

que o inversor híbrido coordena tudo para evitar sobrecargas”, completa. Ele destaca ainda que, se a pessoa já possui um inversor string instalado, pode integrá-lo ao inversor híbrido sem substituí-lo. “Além disso, a microrrede elimina a necessidade de um gerador de emergência a diesel, que é caro, poluente e com elevado custo de operação”. A função também prioriza o que será alimentado com a energia local, como os circuitos de geladeira, iluminação, internet, portão eletrônico, segurança e outros.

Solar assume liderança na União Europeia

Pela primeira vez, a energia solar foi a principal fonte de eletricidade da União Europeia. Em junho de 2025, a geração fotovoltaica respondeu por 22,1% da matriz elétrica do bloco, somando 45,4 TWh. O desempenho superou o da energia nuclear (21,8%) e o da eólica (15,8%), de acordo com análise do think tank Ember.

Segundo a análise, a liderança da solar se deve tanto ao avanço nas instalações de usinas nos últimos anos quanto às condições climáticas favoráveis, com forte incidência solar durante ondas de calor no continente. Ao menos 13 países europeus registraram recordes mensais de geração fotovoltaica em junho.

A energia eólica também teve desempenho expres-

sivo. Em maio e junho, a fonte teve os maiores volumes já registrados para esses meses, com 33,7 TWh e 32,4 TWh, respectivamente. O crescimento foi impulsionado por melhores condições de vento e entrada em operação de novos projetos offshore desde meados de 2024.

Em contrapartida, o uso do carvão caiu a um patamar inédito. A fonte gerou apenas 6,1% da eletricidade da UE em junho (12,6 TWh), frente a 8,8% no mesmo mês de 2024. Alemanha e Polônia, que juntas representaram 79% da geração a carvão no bloco, também registraram seus menores níveis históricos, com 12,4% e 42,9% de participação, respectivamente.

Outros países com queda recorde no uso de carvão incluem Espanha (0,6%), Dinamarca (3,3%), Bulgária (16,7%) e Tchéquia (17,9%). A Espanha, em especial, se aproxima da eliminação total do uso da fonte na geração elétrica.

Apesar da baixa em junho, o uso total de combustíveis fósseis cresceu 13% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, puxado pelo aumento de 19% na geração a gás. A redução na geração hídrica e eólica no início do ano, aliada à elevação da demanda, explicam esse movimento.

A demanda total por eletricidade na UE manteve tendência de alta. No primeiro semestre de 2025, o consumo chegou a 1.313 TWh, alta de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024.

Geradores fotovoltaicos produziram 22,1% da eletricidade da UE em junho de 2025, superando as outras fontes

Alemanha atinge 50% da meta solar para 2030

A Alemanha alcançou metade da meta legal de expansão fotovoltaica prevista para 2030, com cerca de 107,5 GW de capacidade instalada. O marco inclui sistemas instalados em telhados, fachadas, varandas e áreas abertas, que já respondem por aproximadamente 15% da demanda de eletricidade do país.

Apesar do avanço, a Associação Alemã da Indústria Solar (BSW-Solar) alertou para a recente desaceleração na instalação de novos sistemas e advertiu que o ritmo atual pode comprometer o cumprimento da meta de 215 GW até o fim da década. A entidade pede estabilidade nas condições de investimento e remoção de barreiras regulatórias.

Segundo análise da BSW-Solar, o crescimento da demanda por eletricidade exige uma aceleração da “solarização” em todos os segmentos. A entidade defende medidas para garantir o avanço da geração solar e de sistemas de armazenamento, ressaltando a importância desses recursos para segurança energética, redução de custos e mitigação das mudanças climáticas.

Atualmente, mais de cinco milhões de sistemas solares estão instalados na Alemanha. Para viabilizar a segunda metade da meta, a BSW-Solar propõe ações como a liberação de auxílios estatais da União Europeia ao chamado “pacote solar”, além da digitalização e agilização das conexões à rede.

Outro ponto considerado crítico é a ampliação da capacidade de armazenamento. A Alemanha opera hoje cerca de dois milhões de sistemas de bateria, com capacidade total de 20 GWh. No entanto, estimativas apontam a necessidade de 100 a 150 GWh até 2030 para garantir flexibilidade e estabilidade ao sistema.

A associação solicita a implementação de medidas previstas no acordo de coalizão, como o tratamento privilegiado a sistemas de armazenamento pela legislação de construções. A BSW-Solar defende que o avanço das baterias seja tratado como componente estratégico da política energética.

Para o setor, acelerar a energia solar e o armazenamento é essencial não apenas para cumprir metas climáticas, mas também para manter a competitividade da economia alemã e reduzir a exposição a choques de preços em combustíveis fósseis.

Cinco dos seis primeiros meses do ano tiveram consumo superior ao dos respectivos meses do ano anterior.

O estudo comparativo da Ember pode ser obtido em https://emberenergy.org/latest-insights/solar-iseus-biggest-power-source-for-the-firsttime-ever/.

Huawei aposta em BESS para expansão

AHuawei lançou oficialmente no Brasil o sistema LUNA2000 215-2S10, solução inteligente de armazenamento de energia em bateria (BESS) voltada para projetos de grande escala em comércio e

indústria. Com 215 kWh de capacidade, o novo sistema amplia a atuação da empresa no segmento de armazenamento, complementando a linha LUNA2000 já consolidada no mercado residencial.

A nova solução foi projetada para oferecer alta eficiência, vida útil prolongada e estabilidade energética por meio de tecnologia de resfriamento híbrido e otimização por pack. Segundo a empresa, já foram instalados mais de 200 MWh de BESS no Brasil. O plano agora é expandir a presença em diferentes aplicações com foco na estabilidade da rede elétrica e integração de fontes renováveis.

A divisão Digital Power da Huawei registrou crescimento de 200% em receita nos últimos cinco anos no Brasil. Globalmente,

Associação do setor alerta, porém, para desaceleração da expansão fotovoltaica
Empresa lança sistema de armazenamento e mira grandes projetos em C&I

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a empresa já instalou mais de 330 GW de inversores solares, sendo mais de 14 GW no Brasil. Um dos principais projetos no País é o Complexo Solar Arinos (MG), com 1,2 GW, atendido com soluções completas da companhia.

Em pesquisa e desenvolvimento, a companhia investiu US$ 24 bilhões em 2024. O faturamento global superou US$ 118 bilhões no mesmo ano. No Brasil há 27 anos, a Huawei atua em diversas frentes, com presença industrial e centros de distribuição em estados como São Paulo e Amazonas.

GDSUN amplia capacidade operacional

AGDSUN concluiu a energização da usina fotovoltaica Panorama, com capacidade instalada de 3,4 MWp, localizada no Estado de São Paulo, expandindo sua capacidade operacional para 194 MWp. O portfólio da empresa conta agora com 75 usinas solares em 12 estados brasileiros.

Segundo Simone Suarez, CEO da GDSUN, com essa nova entrega, a empresa consolida sua trajetória de crescimento no mercado de distribuição de energia solar. “Atuamos em todo o processo de desenvolvimento, construção, operação e manutenção de plantas de energia solar, atendendo empresas por meio de contratos de longo prazo, que garantem previsibilidade de custos, redução de riscos e suporte técnico especializado”, destaca.

A GDSUN é uma subsidiária integral do Franklin Servtec Energia FIP,

fundo de investimentos privados dedicado ao setor de geração de energia no Brasil, que teve início em 2017. O fundo é cogerido pela Franklin Templeton Alternatives (anteriormente Darby), que tem experiência em gestão de recursos de terceiros e gestão de negócios, e pela Servtec Energia, com experiência em gestão de projetos e conhecimento técnico na área.

Pesquisa testa material para aumentar potência de células

Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah (KAUST), na Arábia Saudita, desenvolveram um novo material de resfriamento passivo capaz de aumentar em até 12,9% a produção de energia de células solares e ampliar sua vida útil operacional em mais de 200%. O composto, feito de poliacrilato de sódio e LiCl, é aplicado na parte traseira dos módulos fotovoltaicos e funciona por meio de resfriamento evaporativo.

A tecnologia foi testada por 20 dias em condições reais no deserto da Arábia Saudita e em regiões frias dos Estados Unidos, incluindo ambientes com chuva. Em temperaturas de até 38 °C, o sistema reduziu a temperatura máxima dos módulos em 14,1 °C, com média de resfriamento de 9,4 °C durante o ciclo diário. O ganho médio de potência foi de 10,2%, alcançando até 175 W/m2 de resfriamento evaporativo.

A estrutura sólida do material permite sua fixação direta aos módulos sem a necessidade de adesivos adicionais. Segundo os pesquisadores, o

composto é de baixo custo, tem reduzida manutenção e é adequado para ambientes variados, ampliando sua aplicabilidade em larga escala.

Além da geração solar, os pesquisadores destacam o potencial do material para outras aplicações térmicas, como emissores de luz e estufas agrícolas. Estudos preliminares já demonstram resultados promissores nessas áreas.

A inovação deve ser alternativa viável aos sistemas ativos de resfriamento, como ventiladores e bombas, que demandam eletricidade adicional e apresentam limitações em ambientes remotos. O projeto atende ainda as metas do programa Visão 2030 do governo saudita, que prevê maior participação de fontes renováveis na matriz elétrica nacional. Em especial, o resfriamento passivo pode ajudar a superar um dos principais desafios operacionais da energia solar em regiões de alta irradiância.

A pesquisa foi publicada na revista “Materials Science and Engineering”.

Estudo detecta aumento da reciclagem de módulos

Omercado global de reciclagem de módulos solares deverá movimentar US$ 548 milhões até 2030, segundo o relatório “Solar Panel Recycling Market 2025–2030”, divulgado pela consultoria The Research Insights. A expectativa é de crescimento médio anual de 7,4%, impulsionado pelo aumento do volume de equipamentos desativados e pela valorização de materiais como silício, prata, alumínio e vidro.

O levantamento indica que o setor, avaliado em cerca de US$ 384 milhões em 2025, tende a se consolidar diante da maior adoção de políticas de responsabilidade estendida do produtor (EPR), já presentes em países como Alemanha, Estados Unidos, Japão e Índia. Essas regulações exigem que

Composto reduz temperatura e amplia vida útil dos painéis solares em 200%
UFV Panorama , no interior de São Paulo, é a 75ª unidade da empresa

Solar para todos

Na Solplanet, somos movidos por uma simples ideia: levar energia solar para todos. Por isso, buscamos oferecer a melhor experiência do mercado para instaladores, integradores, distribuidores e usuários finais.

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Estudo da The Research Insights prevê alta de 7,4% ao ano até 2030

fabricantes e importadores assumam o descarte adequado dos módulos ao fim de sua vida útil.

A ampliação da capacidade instalada de energia solar em escala global e o envelhecimento dos sistemas instalados nos anos 2000 estão entre os fatores que explicam o aumento da demanda por serviços de reciclagem. Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), até 2050 o volume de resíduos fotovoltaicos poderá ultrapassar 78 milhões de toneladas no mundo.

Além da recuperação de matériasprimas, o estudo aponta avanços

Nos EUA, um roteiro inédito para alcançar a economia circular

AAssociação das Indústrias de Energia Solar (SEIA, na sigla em inglês) dos EUA publicou um roteiro para uma abordagem de economia circular em toda a indústria de energia solar e de armazenamento de energia no país. Como a energia solar e o armazenamento são responsáveis pela maior parte da nova energia na rede elétrica americana, o plano apresenta uma visão estratégica para preparar essa indústria para o desafio de gerenciar de forma responsável o crescente volume de equipamentos que chegam ao fim de sua vida útil.

Intitulado “Uma Visão para a Implementação da Economia Circular na Indústria Solar e de Armazenamento”, o roteiro detalha como a indústria reduzirá o desperdício, fortalecerá as cadeias de suprimentos e estenderá a vida útil dos produtos de energia limpa — isso enquanto impulsiona a criação de empregos e o crescimento econômico.

Plano detalha caminhos para reduzir desperdício, estender vida útil e reciclar materiais na indústria solar e de armazenamento

A economia circular é um modelo de produção que dissocia o crescimento econômico do consumo de recursos. A adoção da economia circular posiciona a indústria de energia solar e de armazenamento para um crescimento sustentável de longo prazo, reduzindo a dependência de novas matérias-primas, mitigando os riscos impostos pela economia linear e cortando custos por meio da eficiência de recursos. “Ao estender a vida útil dos produtos e recuperar materiais valiosos, a indústria pode crescer de forma mais acessível, fortalecer as economias locais e aprimorar a segurança energética dos EUA”, diz a associação em nota à imprensa.

“À medida que a indústria continua a se expandir, é importante implementarmos estratégias que estendam a vida útil de nossos produtos e, ao mesmo tempo, reduzam o desperdício para gerar oportunidades econômicas e um meio ambiente mais saudável”, disse Abigail Ross Hopper, presidente e CEO da SEIA.

O roteiro fornece um plano de ação concreto para desenvolver normas nacionais, criar demanda por materiais recuperados e reciclados e reduzir o desperdício em aterros sanitários. Inclui um plano de ação para o setor de energia solar e de armazenamento — em parceria com terceiros e os governos federal, estaduais e locais — para: desenvolver normas nacionais para reciclagem, descomissionamento e reutilização de equipamentos de energia solar e armazenamento; fornecer suporte e assistência técnica aos fabricantes para gerar demanda por matérias-primas recuperadas; apoiar trabalhos de pesquisa e desenvolvimento existentes e novos para encontrar soluções para as barreiras à implementação da economia circular; desenvolver linguagem de contrato para atender aos requisitos de garantia financeira para o descomissionamento de projetos; desenvolver as melhores práticas para a destinação zero de resíduos para aterros sanitários; desenvolver diretrizes de localização e manuseio para instalações de reciclagem de energia fotovoltaica; elaborar uma estrutura para uma rede nacional de pontos de coleta de equipamentos de energia solar e armazenamento que aumentem a eficiência logística; entre outras ações.

O roteiro também inclui cronograma para a execução do plano de ação, com os principais padrões previstos para serem implementados até 2026. A SEIA afirma que trabalhará em estreita colaboração com empresas do setor de energia solar e armazenamento, agências governamentais, a indústria de resíduos sólidos, a academia, organizações não governamentais e todos os participantes da cadeia de valor para concretizar essa visão.

O Roteiro da Economia Circular completo pode ser baixado via www.seia.org/circulareconomy.

tecnológicos que tornam o reaproveitamento mais viável, como novos processos térmicos e mecânicos que preservam a integridade dos materiais. A expectativa é de que a valorização dos componentes reciclados contribua para reduzir o custo total de produção de novos módulos.

Um outro relatório, da Grand View Research, reforça a tendência e indica que a Europa concentra atualmente cerca de 40% do mercado, graças à legislação ambiental mais consolidada e ao elevado volume de sistemas instalados. A Ásia-Pacífico, por sua vez, apresenta o crescimento mais acelerado, com destaque para China, Japão e Índia.

Nos Estados Unidos, segundo dados de 2024, mais de 90% dos painéis retirados ainda são destinados a aterros, o que demonstra o potencial de expansão do setor de reciclagem. A ausência de padronização regulatória e a estrutura logística ainda limitada são desafios apontados por especialistas para a consolidação do mercado.

MTR Solar aumenta produção em 15%

Ogrupo MTR Solar anunciou que sua nova fábrica em Juiz de Fora, MG, já está em operação com capacidade ampliada. Inaugurada em dezembro de 2024, a unidade de 38 mil m2 vem fortalecendo a produção nacional de estruturas e componentes para usinas solares de solo, incluindo rastreadores, estruturas fixas, skids e eletrocentros.

Entre dezembro de 2024 e junho de 2025, a empresa registrou crescimento superior a 15% na produção em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo avaliação da MTR Solar, o avanço ocorre apesar dos desafios enfrentados pelo setor solar brasileiro em 2025, como aumento de custos, incertezas regulatórias e restrições de financiamento.

A unidade concentra esforços no atendimento a projetos de retrofit de usinas solares mais antigas, segmento considerado estratégico pela empresa. Somente no primeiro semestre de 2025, a MTR Solar participou da modernização de aproximadamente 50 MW de usinas.

como é o caso da região amazônica. A solução, que já está em fase de testes, é fruto de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PDI) da Norte Energia, concessionária da usina, desenvolvido em parceria com a Fundação Certi, USSV Tecnologia Autônoma e o Instituto Certi Amazônia, e regulado pela AneelAgência Nacional de Energia Elétrica.

Segundo o CEO Thiago Rios, a nova planta permite maior agilidade e eficiência no fornecimento de equipamentos, com a produção de peças compatíveis com projetos antigos e soluções sob medida para modernização de ativos.

Com mais de 4 GWp em equipamentos e estruturas comercializados, a empresa atende atualmente mais de 1.200 usinas no País. Seu portfólio inclui também soluções com inteligência artificial voltadas à operação e monitoramento das usinas solares. Até o fim de 2025, a meta da MTR Solar é alcançar 2 GW adicionais em comercializações, com foco em setores como agronegócio, indústria e saúde.

Barco com solar e IA monitora água do Xingu

Um barco autônomo movido a energia solar vai monitorar, em tempo real, a qualidade da água do rio Xingu na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. O projeto visa inovar a forma como são realizadas as coletas e análises de dados ambientais em locais de difícil acesso,

Equipada com uma sonda multiparamétrica, a embarcação navega em modo autônomo por um trajeto pré-definido pelos operadores, monitorando a qualidade da água em diversos pontos estratégicos do rio. Os dados coletados são transmitidos em tempo real via satélite para que um software com inteligência artificial faça a análise da qualidade da água.

Uma das principais vantagens do barco é evitar o deslocamento de equipes em grandes áreas, como é o caso dos reservatórios das hidrelétricas. “O uso da embarcação autônoma permite que áreas de difícil acesso possam ser monitoradas com frequência, independentemente da condição climática, preservando os técnicos de exposição a riscos e reduzindo custos operacionais”, destaca Lorenzo Cardoso de Souza, CEO da USSV Tecnologia Autônoma, empresa responsável pelo desenvolvimento do barco.

O protótipo foi equipado com três baterias de lítio que são carregadas por 12 placas solares, de 100 W cada.

Unidade inaugurada em dezembro alavanca crescimento da produção mesmo com cenário adverso
Financiado pela Norte Energia, projeto vai automatizar a coleta de dados ambientais no entorno da hidrelétrica de Belo Monte

A energia armazenada nas baterias garante autonomia de 20 horas de navegação, podendo alcançar área de monitoramento de 500 km2. A Norte Energia investiu quase R$ 4 milhões na inovação que poderá, futuramente, ser replicada em outras hidrelétricas instaladas em grandes rios da Amazônia.

O projeto contará ainda com módulos em nuvem para o armazenamento e processamento dos dados coletados. Com o uso de inteligência artificial, indicadores-chave sobre a qualidade da água poderão ser previstos apenas com os dados adquiridos pela embarcação, sem a necessidade de análises laboratoriais adicionais. “Com uma sonda capaz de analisar múltiplos parâmetros, o sistema monitora variáveis importantes como temperatura, turbidez, pH e oxigênio dissolvido, proporcionando informações mais precisas, seguras e em tempo real sobre a qualidade da água”, explica Marcelo Pedroso Curtarelli, coordenador de projetos do Centro de Economia Verde da Certi, desenvolvedor do sistema de processamento dos dados.

A embarcação está atualmente em fase de testes e entrará em operação assistida no reservatório intermediário de Belo Monte neste segundo semestre de 2025.

Notas

Microusina no AME Carapicuíba - A Enel Distribuição

São Paulo inaugurou uma microusina solar no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Carapicuíba, na Grande São Paulo. O projeto de eficiência energética recebeu investimento de aproximadamente R$ 450 mil e deve gerar economia anual de R$ 65 mil à unidade de saúde. A iniciativa compreendeu a instalação de um sistema fotovoltaico de 69 kWp e a substituição de 227 lâmpadas convencionais por modelos LED. A economia estimada é de 139 MWh por ano.

Nova usina solar em Montes Claros - A Cemig e o Governo de Minas Gerais inauguraram a Usina Fotovoltaica Advogado Eduardo Soares, em Montes Claros, no Norte do estado. Com 85 MW de potência instalada (100,6 MWp), o empreendimento é o maior projeto de geração solar centralizada da companhia e tem capacidade para atender até 75% do consumo anual das unidades residenciais do município. O investimento foi de R$ 460 milhões. A usina ocupa 250 hectares e conta com 153.600 módulos solares instalados sobre 2.560 trackers. Além do parque fotovoltaico, o projeto envolveu a construção de duas subestações. Uma delas, elevadora de 90 MVA, ajusta a tensão da energia gerada; a outra, de 138 kV, integra a usina ao sistema elétrico, garantindo a conexão à rede de transmissão.

Solar no Terminal de Belém - A Transpetro, operadora de terminais subsidiária da Petrobras, inaugurou sua segunda usina solar, desta vez instalada no Terminal de Belém, no Pará, com capacidade de 300 kWp e que demandou investimento de R$ 3,2 milhões. A planta vai abastecer toda a demanda de energia elétrica da instalação e reduzir a emissão de 30 toneladas por ano de gases causadores do efeito estufa e gerar uma economia de R$ 400 mil anuais na conta de energia elétrica da unidade. Seus 300 kW de potência estão distribuídos em 480 módulos fotovoltaicos, instalados em área de 3.000 m2, nos telhados da unidade e em solo.

Trackers para usina no Piauí - A TrinaTracker Brasil firmou contrato com a CGN Brasil para o fornecimento de 1.083 rastreadores solares ao complexo Lagoa do Barro, no Piauí. O projeto, com capacidade instalada de 56,11 MWp, contará com mais de 90 mil módulos fotovoltaicos equipados com tecnologia de rastreamento inteligente. Os equipamentos fornecidos são do modelo Vanguard 1P, que incorpora o algoritmo SuperTrack Smart Tracking. A solução utiliza modelagem 3D do terreno e análise em tempo real da irradiação solar para ajustar dinamicamente o ângulo dos módulos. A usina será operada pela CGN Brasil.

Parceria em usina - As empresas Ludfor e Gebras formalizaram a criação de uma sociedade para a implantação de uma usina solar fotovoltaica no município de Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul. O empreendimento contará com 3,15 MWp de potência instalada e será conectado à rede da Equatorial CEEE. A expectativa é que a planta gere mais de 4,3 milhões de kWh por ano. A operação está prevista para iniciar em 2026. A planta de Pelotas deve operar sob o modelo de compensação de créditos de energia para unidades consumidoras conectadas à mesma distribuidora, em linha com a estratégia da Ludfor de ampliar sua presença no segmento de geração para atendimento remoto.

Usina Itaguaí II - A Karpowership inaugurou a usina solar fotovoltaica Itaguaí II, com capacidade instalada de 2,06 MWp, no município de Itaguaí, RJ. O projeto recebeu mais de R$ 10 milhões em investimentos e emprega módulos bifaciais e inversores da Canadian Solar, o que, segundo a empresa, permite ganho de eficiência de até 20% em comparação aos sistemas convencionais. Com a energia gerada conectada à rede de média tensão da Light, a produção mensal gira em torno de 270 mil kWh. A planta foi desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Seenemar). A Karpowership já estuda ampliar a capacidade da planta com mais 20 mil kWh/mês.

Exposição apresentará inovações em energia solar, armazenamento e mobilidade elétrica

AIntersolar South America 2025, principal feira e congresso da América Latina voltada à energia solar fotovoltaica, acontecerá de 26 a 28 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. O evento, organizado pela Solar Promotion International GmbH e a Freiburg Management and Marketing International GmbH, ambas da Alemanha, em parceria com a Aranda Eventos & Congressos Ltda., do mesmo grupo que publica FotoVolt, deverá reunir cerca de 700 expositores e mais de 58 mil visitantes. Parte da plataforma The smarter E South America, será palco para as mais recentes inovações em geração solar, armazenamento de energia, eletromobilidade e infraestrutura elétrica, com a participação de fabricantes, distribuidores, integradores e profissionais de toda a cadeia produtiva do setor. Além do congresso técnico com

Fixação de módulos

A ARaymond Energies apresentará na Intersolar suas soluções para fixação de módulos fotovoltaicos, além de clipes para roteamento e organização de cabos. O destaque da empresa fica por conta dos clipes

debates sobre regulação, novos modelos de negócio, tecnologias emergentes e desafios da geração distribuída e centralizada, a feira apresentará uma ampla gama de produtos, equipamentos e soluções, incluindo módulos fotovoltaicos, inversores híbridos, baterias, sistemas de monitoramento, estruturas metálicas, rastreadores solares, softwares especializados, carregadores para veículos elétricos, entre outros destaques.

Em meio a um cenário de reconfiguração do mercado solar brasileiro, a edição 2025 da Intersolar será estratégica para apresentar soluções que apontam os novos rumos da transição energética no Brasil e na América Latina.

Nas páginas a seguir, FotoVolt apresenta uma seleção exclusiva dos lançamentos, tecnologias e destaques que estarão presentes no evento. As informações foram fornecidas pelas próprias empresas expositoras.

de fixação rápida que, segundo o fabricante, possibilitam uma instalação mais ágil, sem necessidade de ferramentas especiais e com treinamento mínimo. O design de instalação por

baixo do painel visa diminuir o risco de avarias que poderiam ser causadas pelo torque nos parafusos, aumentando assim a vida útil do sistema. www.araymond-energies.com

Estruturas fixas

A Euro Tubos destacará na feira suas estruturas fixas para projetos fotovoltaicos, compostas por aço estrutural

USI Civil 300 com galvanização a fogo, conforme NBR 6323. As soluções suportam faixas de inclinação entre 8° e 20°, com ajustes por furação. Os vãos entre pilares variam conforme o modelo, com arranjos de até 100 metros. Os perfis utilizados incluem pilares,

tesouras, terças e contraventamentos com seções otimizadas para resistência mecânica. Segundo a empresa, o sistema admite declividade máxima de 6% no sentido Norte-Sul e 10% no Leste-Oeste, e todos os componentes são projetados com tolerância dimensional de até 10 %, já considerada no cálculo estrutural. O uso de contraventamento é indicado pela Euro Tubos a cada 20 metros. O clamp é fornecido em alumínio 6063 T6 com passivação conforme o painel.

www.eurotubos.com.br

Mesa modulada

A Soloz Industrial vai expor na Intersolar sua mesa dupla Pro Modulada, projetada para instalação de sistemas fotovoltaicos. O produto é customizado de acordo com o layout do projeto, conciliando terças de 3 e 4 metros, e possui ângulo de inclinação ajus-

tável. A mesa é fabricada 100% em aço carbono estrutural ZAR 345 com galvanização a fogo HDG Z27, o que, segundo a Soloz, garante robustez e resistência ao produto.

https://soloz.com.br

Consultoria em projetos

A Sunlucionar destacará na feira seus serviços de consultoria para empresas e integradores em todas as etapas dos projetos fotovoltaicos, incluindo análise de viabilidade técnica, dimensionamento de sistemas e interface com concessionárias. O escopo de trabalho da empresa também inclui a elaboração e submissão de toda a documentação para licenciamento e visa estabelecer conformidade normativa. Segundo a Sunlucionar, o suporte técnico contínuo cobre correções em planta, ajustes elétricos e alinhamento com normas da Aneel e MME.

https://sunlucionar.com.br

Conversão de energia

A Hopewind mostrará na Intersolar o PCS String de 250 kW com tecnologia grid-forming. O equipamento conta com proteção IP66 e opcional anticorrosivo C4–C5, projetado para ambien-

tes severos. Segundo a empresa, a solução oferece alta densidade de potência em formato compacto, otimizando a ocupação de espaço. Suporta operação sob instabilidades da rede, contribuindo para a estabilidade do sistema elétrico. Integra-se a sistemas de armazenamento em larga escala e aplicações industriais. Já é utilizado em projetos grid-forming com tecnologia validada para aplicações em energia solar, eólica e armazenamento. O produto é parte da estação turnkey escalável de 1 MW a 7,5 MW.

https://en.hopewind.com

Controladores

A Ecco Soluções levará ao evento a linha de controladores ECpv, uma solução plug-and-play para microgrids, BESS (armazenamento de energia) e

controle de fluxo. Segundo a empresa, o aparelho visa simplificar a integração e gestão de fontes renováveis, automatizando o balanceamento energético e permitindo definir limites precisos para injeção de energia na rede — essencial em locais com restrições regulatórias ou baixa viabilidade econômica na exportação. É compatível com inversores solares, BESS, geradores e medidores (via RS-485/TCP/IP).

www.eccosolucoes.com.br

Robôs de limpeza

O Grupo Vicper mostrará na exposição a linha de robôs de limpeza de painéis solares da SmartRoboticBR, composta pelos modelos S1, S1 Plus e S1 Lite. Segundo a empresa, o equipamento conta com escovas de alto desempenho, e realizam limpeza sem danificar os painéis, operando em inclinações de até 20°. O modelo S1 Plus destaca-se por sua autonomia de até 6 horas e capacidade para limpar até 900 painéis por carga, enquanto o S1 atende até 336 painéis por carga. Já o S1 Lite opera continuamente via alimentação por cabo. Segundo a empresa, todos os modelos são resistentes à água, utilizam materiais de alta durabilidade (alumínio, inox e náilon importado) e possuem controle remoto intuitivo.

www.instagram.com/smartroboticbr

Fixadores, kits para instalação

A MTC Tools apresentará no evento a linha Plus Solar, que oferece fixado-

res com grande resistência à corrosão em ambientes externos. A empresa também fornece kits personalizados, agrupando C-Parts e acessórios necessários para a instalação, otimizando, de acordo com a empresa, a logística para o trabalho em campo. A MTC oferece ainda um sistema de gestão e abastecimento inteligente de C-Parts, impulsionado por tecnologia própria, que tem como objetivo assegurar o reabastecimento sob demanda, criar dashboards em tempo real, com rastreabilidade em todo o processo.

www.mtctools.com.br

Estruturas

A Metal Light irá à feira para mostrar sua linha Premium de estruturas. Segundo a empresa, são produtos robustos e adaptativos, preparados para ventos de até 50 m/s graças à escolha dos materiais integrados, como o aço civil 300, e a conformação especial,

como as estacas de oito dobras. Suportam rugosidades de solo de até 400 mm (+200 mm ou -200 mm) e inclinações de até 10%, sendo possível estudar reforços para alcançar 15%. A estrutura é galvanizada a fogo, com tratamento médio de 70 µm por face e possui 30 anos de garantia.

www.metallightsolar.com

centros urbanos e regiões de alta carga, essas baterias podem ser utilizadas em residências, empresas e varejistas, e possibilitam o uso da energia armazenada durante à noite ou em apagões. Outro produto que será apresentado é o modelo de contratação BOT (Build, Operate and Transfer) que, segundo a empresa, oferece energia solar, armazenamento e eficiência energética sem investimento inicial, com pagamento em parcelas acessíveis.

www.enerzee.com.br

Armazenamento de energia

A Livoltek estará presente na feira com novidades em sua linha produzida no Brasil. Serão apresentados seus inversores fotovoltaicos monofásicos e trifásicos até 50 kW, além da linha de carregadores veiculares, com início da produção prevista para até o fim do ano. Entre os destaques está o lançamento do ESS BHF-X261, um gabinete externo que integra baterias de lítio, PCS modular, EMS, sistema de distribuição, climatização inteligente e proteção contra incêndios. Com design escalável, grau de proteção IP55 e controle local inteligente, é feito para aplicações

Baterias

As baterias BESS, desenvolvidas pela WEG, serão destaque da Enerzee na Intersolar deste ano. Voltadas para

como integração FV + armazenamento e estratégias de shaving e filling. A nova linha ESS inclui soluções para micro e minigeração, chegando a usinas centralizadas com potência de até 2MW www.livoltek.com.br

Distribuição

A Soollar Distribuidora, que hoje conta com 16 centros de distribuição espalhados pelo Brasil, apresentará no evento novas linhas de financiamento, novas estruturas em aço inox e equipamentos híbridos. A empresa mostrará também seus painéis solares de até 700 W, com tecnologias como HJT, N-Type e bifacial, inversores, acessórios, etc.

www.soollar.com.br

Microrrede

A SolaX Power apresentará na Intersolar o seu novo sistema de microrrede. Trata-se de um sistema independente que pode operar desconectado da rede elétrica, com o uso da energia solar e baterias, aumentando a capacidade de geração de energia de um sistema híbrido de armazenamento. Segundo o fabricante, nesse sistema os inversores híbrido e string trabalham juntos: o inversor híbrido fica responsável por controlar as baterias e parte da energia solar e, no caso de falta de energia da rede, ele cria uma microrrede, o que equivale a uma rede elétrica local, para alimentar os circuitos essenciais da residência. Já o inversor string atua como ajudante no processo: na microrrede, o inversor híbrido gera tensão para o inversor string, que efetua a leitura como se a rede estivesse operando normalmente. Dessa forma, segundo a empresa, o inversor string também injeta energia solar na microrrede, aumentando a capacidade do sistema. www.br.solaxpower.com

Microinversor

A OIW mostrará na exposição o microinversor HYX-M2000-SW, da empresa parceira HYXiPower. Com po-

ENERGIZEOFUTUROEVEMSER FELIZCOMAFOXESS!

tência nominal de 2000 W, o aparelho é compacto e de instalação plug-andplay O HYX-M2000-SW opera com eficiência de pico de 96,70% e possui eficiência nominal MPPT de 99,80%. Tem escalabilidade flexível e conta com suporte Sub-1G e Wi-Fi, além de iMesh para estabilidade. Segundo a empresa, este microinversor é o único do mercado em sua categoria que oferece 25 anos de garantia. www.oiwsolar.com.br

Módulo solar

O módulo Helius Ares é o novo lançamento que a Helius Sunlink PV apresentará na Intersolar deste ano. O aparelho é equipado com células N-Type Back Contact, que atingem até 24,1% de eficiência — uma inovação que, segundo a empresa, elimina os contatos frontais, aumentando a captação de luz e reduzindo perdas ópticas. O coeficiente térmico é de -0,26%/°C, o que mantém o painel com alto desempenho mesmo sob calor e sombreamento, de acordo com a companhia. O módulo foi apresentado pela primeira vez em Dubai, este ano, e chega ao Brasil em versões mono e bifacial.

www.he-solar.com

Geração de energia

A Serrana Solar apresentará na feira uma solução para geração de energia que une os inversores Chint Power, empresa com certificação Tier 1 Bloomberg, e os painéis solares de alta eficiência da EGing PV. A empresa

www.serranasolar.com.br

Aplicativo para integradores

A Adias Sol.Ar. vai à Intersolar com seu novo aplicativo Clube Adias, que pretende funcionar como uma plataforma digital para os integradores do setor fotovoltaico. Segundo a empresa, o app permite que o usuário consulte seus pedidos, verifique o histórico de compras, acompanhe o status de expedição e tenha acesso ao estoque de produtos, de forma integrada com o atendimento da empresa. www.adias.com.br

Estruturas para usinas FV

O destaque da MTR Solar para a feira é sua nova fábrica, que ocupa mais de 38.000 metros quadrados em Juiz de Fora, MG. Focada na fabricação de estruturas para usinas solares, a nova unidade trouxe um aumento de 15% na capacidade de produção da empresa. A divisão de estruturas do grupo é responsável por confeccionar rastreadores solares (trackers), estruturas fixas,

skids e eletrocentros, utilizados em usinas de solo de diversas escalas. Um dos itens mais importantes da produção da marca, os trackers contam com galvanização a fogo, além de componentes patenteados, como o mancal de giro que prolonga a vida útil do equipamento.

www.mtrsolar.com.br

Abraçadeiras de náilon

A Frontec mostrará no evento as abraçadeiras de náilon 6.6 com proteção

Segundo o fabricante, o produto, desenvolvido para resistir à exposição direta ao sol e às variações climáticas, conta com um aditivo anti-UV incorporado à matéria-prima, que evita o ressecamento e a perda de resistência mesmo após anos sob radiação solar. www.frontec.com.br

Construção de usinas

Especializada em construção de usinas fotovoltaicas, a SIMM estará na Intersolar para mostrar todo seu portfólio de serviços nesse setor, com projetos em vários países da América Latina. A empresa ressalta que não se limita apenas ao BOS, mas se envolve desde a elaboração do projeto, incluindo toda a infraestrutura de conexão (subestações, bays de conexão, linhas de transmissão), a construção da planta propriamente dita, os serviços de comissionamento, até a operação assistida. A empresa também fornece serviços de operação promete condições especiais de negociação (cashback, descontos progressivos e outras vantagens) e frete grátis para todo o Brasil.

e manutenção (O&M) especializada, com inspeções via drones e um Centro de Operações Remoto (COS), que realiza monitoramento contínuo. www.simmsolucoes.com.br

Fixação para painéis

O Solar Group levará à Intersolar sua nova linha de fixação lateral para painéis solares.

Segundo a empresa, esses produtos vêm com a missão de deixar a instalação mais rápida e intuitiva, com menos peças para a montagem. O seu gancho cerâmico lateral é fabricado em aço inox 304, e as junções L, para união entre perfis com cabeça de martelo M8, pesam apenas 115 gramas. Os perfis laterais também são leves e compatíveis com os grampos Smart, nos tamanhos 2,40 m e 4,80 m.

www.solargroup.com.br

Tracker

A espanhola Axial apresentará no evento o Slopesync, um novo tracker destinado especialmente para terrenos irregulares. Segundo a empresa, o equipamento elimina a necessidade de alinhamento de pilares e permite desvios de até 30°, além de 15% na variação da altura uma versatilidade que promete reduzir os custos com obras civis e impactos ambientais. O novo tracker foi mostrado ao público pela primeira vez na Intersolar Europe, realizada em Munique, na Alemanha, no final de junho.

www.axialstructural.com

Soluções low carbon

A Nexans trará na Intersolar sua nova Oferta Sustentável e Solar, que se baseia em dois pilares: serviços de reciclagem e soluções low carbon. O primeiro inclui a reutilização de bobinas (Rebobinando), a reciclagem de cobre (Cableloop) e o uso de plásticos reciclados. O segundo pilar foca em produtos com menor pegada de carbono e no uso do selo PEP Ecopassport, que permite avaliar o impacto ambiental dos produtos, considerando o consumo de energia, água e matérias-primas. Segundo a empresa, essa proposta oferece aos clientes uma alternativa concreta para a redução de CO2, com certificação ambiental e garantia de qualidade.

www.nexans.com.br

Traçador IV600

O traçador de curva IV600 será destaque da Amperi Renováveis na exposição. Projetado para medições precisas em sistemas fotovoltaicos, o instrumento utiliza o método de quatro fios, que elimina os efeitos da resistência dos cabos durante as medições. Segundo a empresa, o produto é indicado para análise de desempenho de módulos e strings fotovoltaicas, com medição simultânea de irradiação frontal e traseira e utilização de três células de referência. www.amperi.com.br

Revestimento metálico

A ArcelorMittal apresentará na feira o Magnelis, um revestimento metálico

desenvolvido para oferecer proteção contra a corrosão em aplicações no setor fotovoltaico. Composto por uma liga única de zinco, alumínio e magnésio, o Magnelis forma uma camada protetora aderente e estável, que garante em média até três vezes mais durabilidade que o galvanizado comum, afirma a empresa. Conta com propriedade de autocicatrização, que permite regeneração em áreas cortadas ou perfuradas, assegurando proteção contínua mesmo após o processamento. Segundo a empresa, o produto tem excelente desempenho em ambientes agressivos, como regiões litorâneas, além de reduzir custos com manutenção.

https://brasil.arcelormittal.com

Skids solares

A Blutrafos levará à Intersolar sua linha de skids solares, que podem ser usados tanto em pequenas instalações como em grandes usinas. Segundo a empresa, os skids são compactos e modulares, e integram diversos equipamentos essenciais para o funcionamento de uma usina fotovoltaica, como inversores, transformadores e painéis de controle, tudo montado sobre uma estrutura única e transportável. A Blutrafos destaca ainda que o conceito de prémontagem garante padronização, confiabilidade e agilidade na entrega. www.blutrafos.com.br

Geração compartilhada

A GDash estará no evento mostrando sua plataforma de gerenciamento de geração compartilhada e energia por assinatura. A plataforma integra gestão de clientes e usinas de investimento, com dashboards opera-

cionais, auditoria de faturas e envio automático de relatórios via e-mail e WhatsApp. Possui CRM com funil de vendas, gestão de ordens de serviço, automação de tarefas e algoritmos de IA para previsão de consumo e alocação dos créditos da energia injetada. A GDash também conecta serviços financeiros para emissão de boletos, Pix e débito automático.

https://gdash.io

Geração distribuída

A Gerar mostrará em seu estande suas principais soluções para geração distribuída, como a tecnologia de monitoramento que permite o controle remoto das usinas 24h por dia. Segundo a empresa, suas principais frentes de atuação são a gestão de ativos, engenharia do proprietário, due diligence e comissionamento de usinas. Atual-

mente a Gerar atua em 16 Estados brasileiros, com mais de 140 usinas solares e uma potência instalada que ultrapassa 300 MWp. E conta com um

centro de operações no Rio de Janeiro, que opera com sistema Scada próprio. https://gerarservicos.com.br Lavagem de módulos FV

A GLD apresentará na feira o PV Washer, um aspersor de fluido (água e ar) para lavagem de módulos solares, com capacidade entre 14 mil e 28 mil m/dia, e eficácia entre 97% e 99%.

aplicação em usinas solares. O modelo a seco é fabricado com ventilação forçada, sistema de monitoramento de temperatura remoto e resina epóxi. Já o modelo a óleo, segundo a empresa, tem como pontos altos a robustez, acabamento e detalhes construtivos personalizáveis.

www.kraper.com

Transformador de distribuição

O fabricando afirma que o aparelho preserva a camada encapsulante (EVA) que protege o vidro do modulo e, por não haver contato, pode ser aplicado sem a necessidade de desligamento do sistema de geração. Permite aplicação para usinas com estrutura fixa, tracker com duplo eixo e tracker com biela. O consumo de água é de 0,8 a 1,2 L/módulo.

www.gldenergia.com.br

Transformador MT

A Kraper vai mostrar no evento sua linha de transformadores a seco e a óleo de média tensão para aplicações

solares e industriais, além de transformadores trifásicos de baixa tensão e monofásicos de comando voltados para o agronegócio, máquinas, indústrias e residências. O maior destaque do estande será o transformador de média tensão de 1000 kVA, classe 15 kV, com fator K4, desenvolvido para

A Trael, em parceria com a MR do Brasil, levará ao seu estande um simulacro didático do transformador de distribuição autorregulável com comutador sob carga a vácuo uma solução que, segundo a empresa, é inédita no mercado nacional. O equipamento

tem como principais objetivos aumentar o hosting capacity dos transformadores, melhorar a qualidade e a confiabilidade da rede de distribuição e eliminar reclamações por violação de tensão. É intercambiável com transformadores convencionais e permite substituições em campo.

www.trael.com.br

Fixador para telhado

A WNunes apresentará na Intersolar o fixador para telha zipada com ancoragem em peça única. Segundo a empresa, a solução dispensa a necessidade de furação

da telha, uma característica que otimiza o tempo de montagem e reduz o risco de infiltrações.

https://wnunes.com.br

Estudos e análises

A UL Solutions estará no evento mostrando sua expertise em avaliação inicial até o acompanhamento de ativos em operação para empresas do setor de energias renováveis. A empresa realiza due diligence técnica para processos de M&A e financiamento, avaliando riscos e a viabilidade técnica e econômica dos empreendimentos. Para projetos em operação,

oferece análises de performance e identificação de desvios operacionais. Já em projetos em desenvolvimento, a empresa conduz estudos de produção de energia com simulações avançadas. A companhia oferece ainda softwares como o Homer Front, ferra-

menta voltada para a modelagem e análise de viabilidade de projetos com baterias e recursos híbridos.

https://latam.ul.com

Trackers

O fabricante de trackers Valmont levará ao evento duas novidades: o Convert TRJ e o Convert Versa. O Convert TRJ

opera com um tracker por string, reduzindo custos civis de corte e reaterro. Já o Convert versa é mais flexível, permitindo de um a três strings por tracker, otimizando o custo por MW instalado. Segundo a empresa, os trackers da marca contam com atuador linear AC, que, diferente do motor DC, são desenvolvidos para oferecer tolerância a diferentes tipos de projeto, sendo compatíveis com todos os modelos de módulos e strings, além de se adap-

tarem facilmente às irregularidades do terreno.

www.valmontsolar.com

Transformador a seco

O destaque da ITB Equipamentos Elétricos para a Intersolar é a expansão da sua linha de produção, com a incorporação do transformador a seco encapsulado em resina epóxi, aplicado em sistemas fotovoltaicos. O produto é indicado para ambientes onde o uso de óleo é restrito, como hospitais, shopping centers, aeroportos e alguns centros comerciais. Segundo a empresa, a tecnologia de encapsulamento a vácuo utilizada no produto, com resina epóxi, proporciona alta resistência à umidade, mínima necessidade de manutenção e segurança contra vazamentos e riscos de incêndio. O equipamento está disponível em potências de 225 kVA a 2.500 kVA e tensões primárias de até 36 kV. www.itb.ind.br

Hastes

A Ludufix destacará na feira suas hastes solares projetadas para ancoragem em estruturas de madeira e metal, voltadas a sistemas fotovoltaicos. Disponíveis em diversos modelos, as hastes possuem variações dimensionais, permitindo adequação a diferentes tipos de instalação. Estão disponíveis hastes com comprimentos totais de 200, 250 e 300 mm. Os produtos são fornecidos com roscas métrica e soberba de diversos comprimentos, de acordo com o modelo.

www.ludufix.com.br

Infraestrutura elétrica

O Grupo Gimi vai participar da Intersolar South America mostrando um portfólio voltado a sistemas de geração e distribuição de energia. A empresa vai destacar diversas soluções, como painéis de baixa e média tensão, barramentos blindados, skids solares, eletrocentros customizados e serviços especializados de manutenção e engenharia elétrica. Segundo a Gimi, o objetivo é oferecer ao mercado fotovoltaico e industrial soluções para infraestrutura elétrica, com destaque para equipamentos compactos, modulares e de rápida instalação.

www.grupogimi.com.br

Inversor híbrido

A Fox ESS vai apresentar seu inversor híbrido bifásico da série US, indicado para aplicações residenciais e comerciais. O modelo permite a operação simultânea de cargas em 127V e 220 V,

e possui conexão CA (fase + fase + neutro + terra). Conta com funcionalidades como peak shaving e time of use (hora ponta/fora ponta). Em caso de queda da rede elétrica, a comutação para as baterias ocorre em até 20 milissegundos. Cada inversor pode operar com até quatro baterias de alta tensão em paralelo, aumentando a capacidade do sistema, de acordo com a empresa. A eficiência de conversão pode chegar a 97,8%, sobredimensionamento de 100% e monitoramento remoto via site, Wi-Fi ou aplicativo FoxCloud 2.0

https://br.fox-ess.com

Mantendo a eficiência de sistemas fotovoltaicos

Defeitos não detectados e danos in igidos ao longo do tempo reduzem o desempenho de SFV. Inspeções e ensaios regulares, reparos e um conceito de manutenção sustentável permitem incrementar signi cativamente a e ciência na geração de energia fotovoltaica.

É possível melhorar muito a eficiência de sistemas fotovoltaicos (SFVs) em operação. Conforme estimativas da Associação Alemã das Seguradoras (GDV, na sigla em alemão) com base em dados de 2020, cerca de um em cada cinco SFV na Alemanha apresenta defeitos e danos. Isso é problemático não apenas porque as falhas nos sistemas representam riscos à segurança, mas também porque sistemas defeituosos sem que os instaladores, operadores e proprietários estejam cientes disso estão longe de atingir o desempenho que seria possível.

Mesmo danos ou falhas de pequena monta reduzem a geração de energia, às vezes de modo significativo: um defeito nas células dos módulos fotovoltaicos aumenta a resistência ôhmica e produz calor, o que, além do maior risco de incêndio, tem impacto negativo no rendimento. Uma única célula defeituosa pode reduzir a eficiência de toda a série fotovoltaica de 4% a 6% se não houver diodos de desvio ou na ocorrência de algum defeito. Como em geral os SFVs mais

antigos não dispõem destes diodos, ou os defeitos não são reconhecidos, a perda de rendimento acumulada provavelmente resulta, sem ser notada, em muitos milhares de megawatts-hora.

Todavia, se esses danos forem identificados por meio de métodos de ensaio avançados e corrigidos por pessoal técnico experiente, o rendimento do SFV pode ser aumentado significativamente. Isto beneficia os proprietários e operadores, e se aplica mesmo a sistemas de menor porte, por exemplo, quando o término da garantia do fabricante ou do instalador do sistema é iminente. Em caso de danos, relatórios elaborados por especialistas reconhecidos sustentam o ônus da prova perante os instaladores ou as seguradoras. Além disso, é mais um

passo em direção à maior parcela de energias renováveis na matriz elétrica.

[N. do T. – No âmbito da ABNT, recomenda-se consulta à norma NBR 16274:2014 - Sistemas fotovoltaicos conectados à rede - Requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho]

Possíveis defeitos durante o ciclo de vida

A causa dos danos em SFVs são diversas. Podem ter origem tanto na produção, transporte ou instalação, quanto durante a operação. Alguns danos são óbvios, tais como a sujidade dos módulos fotovoltaicos ou as sombras projetadas por árvores, plantas ou edificações. Falhas de fabricação, projeto e instalação também são frequentes e podem causar perdas de eficiência desde o início da operação. Além de diodos de desvio defeituosos e células danificadas, são dignas de menção as estruturas de montagem impróprias, fixação dos módulos e distâncias de instalação inadequadas, bem como a distribuição incorreta de séries fotovoltaicas.

As fases críticas são, em particular, o transporte e a instalação dos módulos fotovoltaicos. Apesar de todo o cuidado, podem ocorrer danos mí-

Stefan Veit, da TÜV SÜD Industrie Service GmbH (Alemanha)
Fig. 1 – Uma primeira inspeção visual já revela fatores de redução de e ciência, como sombreamento e sujidade. Técnicos experientes podem também observar danos super ciais nas células
TÜV SÜD

nimos, levando à perda de eficiência. Por outro lado, durante a operação, os módulos podem ser danificados pelo envelhecimento, por influências ambientais ou pelo clima. Caso, por exemplo, a estrutura e a fixação dos módulos apresentem defeito, variações de temperatura podem gerar tensões mecânicas com consequentes fissuras ou fraturas.

Seja qual for a origem, mesmo células individuais defeituosas num único módulo fotovoltaico podem prejudicar o desempenho de uma série inteira ou seja, afetar todos os módulos conectados em série. Portanto, é preciso verificar a funcionalidade do SFV regularmente não apenas no processo de aceitação, mas como parte das inspeções periódicas, necessárias de qualquer forma.

Diversos tipos de inspeção

Empresas especializadas oferecem uma gama de opções para as inspeções. A TÜV SÜD, por exemplo, realiza desde inspeções visuais e medições de curvas I-V, comparações de rendimento com simulações baseadas em dados meteorológicos e em imagens capturadas por drones e câmeras de imagem térmica, além de medições de eletro-

luminescência (figura 2). Como parte da inspeção de segurança obrigatória, realiza-se inicialmente uma inspeção visual para verificar a presença de sujidade, sombreamento ou dano superficial. Desta forma, é possível identificar as causas básicas das restrições de eficiência. Ao mesmo tempo, o desempenho do SFV e as características de tensão-corrente dos módulos são medidos e comparados com o desempenho especificado pelo fabricante, mediante um software de simulação.

Inspeção com câmeras de imagem térmica

Outra opção é inspecionar mediante câmera de imagem térmica, com a qual as imagens são capturadas manualmente ou por meio de drone. A tecnologia de drones, em especial, oferece muitas vantagens. Ao contrário do que acontecia no passado, não são necessários andaimes ou plataformas de elevação para que o técnico acesse o gerador fotovoltaico em telhados ou estruturas de difícil acesso. A análise das imagens possibilita identificar pontos de aquecimento na superfície dos módulos, os chamados pontos quentes (figura 3). Isso permite aos especialistas reconhecerem danos importantes em específico, como módulos completamente inativos, células defeituosas ou séries interrompidas.

Um método para detectar danos exatamente e o mais cedo possível, é a

termografia reversa - também designada termografia de fluxo reverso. Ela é particularmente adequada para módulos de película fina e funciona com câmeras de imagem térmica. Neste método, os módulos fotovoltaicos são operados no modo reverso por um curto tempo: em vez de gerar tensão, é aplicada uma tensão. A radiação infravermelha captada pelas câmeras de imagem térmica torna-se visível ao olho humano. A análise das imagens fornece indicações precisas de pequenos danos às células. A vantagem é que este método de ensaio pode ser aplicado à noite, independentemente da radiação solar, de possíveis reflexos ou do status de energia do SFV (figura 4).

Medição de eletroluminescência

Finalmente, o método de ensaio mais exato é a medição de eletroluminescência, que pode igualmente ser realizada à noite e, portanto, praticamente sem interromper a operação do SFV (figura 5). O princípio é análogo ao da termografia reversa: este método também se baseia na energização dos módulos. A radiação resultante na faixa próxima do infravermelho é visualizada por câmeras especiais de alta resolução, com comprimento de onda de 1150 nm. Deste modo, é possível reconhecer danos de diversas naturezas, como em diodos de desvio e células pontuais, bem como microfissuras e fraturas em células. Os especialistas podem ainda detectar um declínio

no
Fig. 2 – Inspeção da montagem e conexões dos inversores
Fig. 3 – Pontos quentes: forte liberação de calor mostra células defeituosas nas imagens termográ cas
Fig. 4 – As células mais claras indicam defeitos pontuais; neste caso, atribuídos a esforços mecânicos
TÜV SÜD
TÜV SÜD

Ensaio durante a operação regular. Medições elétricas com câmeras dispostas numa estrutura, mantendo uma distância uniforme dos módulos. As medições também podem ser efetuadas por drones

desempenho devido à LeTID (sigla de Light and Elevated Temperature Induced Degradation). A medição de eletroluminescência também é útil em caso de documentação do SFV incompleta ou inexistente, pois tal método permite rastrear precisamente como as séries de módulos funcionam. Após a identificação e a localização dos danos em um SFV, em geral é relativamente fácil eliminar as causas. Muitas vezes uma limpeza é suficiente, ou as plantas precisam ser cortadas ou removidas. Em outros casos, módulos defeituosos ou conexões danificadas devem ser substituídos.

Conclusão

A fim de assegurar que um SFV forneça o máximo de energia possível, os instaladores devem verificar a sua eficiência. Especialistas como a TÜV SÜD oferecem uma ampla gama de serviços, desde inspeções visuais preliminares até medições minuciosas usando câmeras de imagem térmica. Geralmente, estes serviços podem ser associados às indispensáveis inspeções de rotina. Assim, é possível combinar segurança na operação elétrica e prevenção de incêndios com parâmetros de rendimento do SFV.

Artigo publicado originalmente na revista alemã de –das Elektrohandwerk, edição SoHe/Fotovoltaica 2024. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

Fig. 5 –

O comissionamento de sistemas fotovoltaicos

O processo de comissionamento é fundamental para validação do projeto, da execução e dos equipamentos do sistemas fotovoltaico, assegurando que o sistema atenda aos requisitos técnicos e operacionais previamente estabelecidos. O comissionamento bem realizado deve obedecer a uma série de procedimentos e normas, como explicitado pelo artigo.

Ocomissionamento compreende a verificação detalhada do projeto executivo, da instalação dos equipamentos e da execução das obras, garantindo sua conformidade com as normas técnicas nacionais e internacionais aplicáveis, as boas práticas de engenharia elétrica e fotovoltaica e as especificações contratuais e requisitos do proprietário ou investidor.

Deve ser conduzido de maneira padronizada, imparcial e independente, assegurando que o sistema seja entregue em condições plenas de segurança, funcionalidade e conformidade técnica.

Caracterização

No contexto de geração solar fotovoltaica, o comissionamento consiste em uma avaliação técnica sistemática dos diversos elementos que compõem o sistema. Seu objetivo principal é detectar falhas, não-conformidades e potenciais riscos operacionais, que possam comprometer a geração energética esperada ou a segurança da instalação, de seus operadores e usuários.

A realização do comissionamento garante que o sistema esteja apto a operar de acordo com os parâmetros de desempenho definidos em projeto, promovendo sua confiabilidade, eficiência e longevidade.

Benefícios técnicos

A execução adequada do comissionamento proporciona ganhos substanciais em diferentes frentes:

• Otimização do retorno financeiro: Mitiga falhas e paradas não planejadas, aumentando a disponibilidade operacional do sistema e assegurando a produtividade energética;

• Aprimoramento da segurança elétrica: Reduz a probabilidade de incidentes como choques elétricos, curtos-circuitos, falhas em equipamentos e incêndios;

• Elevação da qualidade construtiva: Favorece a padronização da execução por meio de critérios técnicos consistentes, promovendo a excelência na entrega;

• Redução de custos com retrabalhos: Permite a detecção antecipada de erros e desvios, minimizando correções tardias e seus custos associados;

• Melhoria na rastreabilidade documental: Garante que toda a documentação técnica esteja completa e em conformidade com os requisitos normativos, facilitando as atividades de O&M (operação e manutenção); e

• Formalização da transferência de responsabilidade: Define de forma clara e documentada a transição da responsabilidade técnica para o operador ou proprietário do sistema.

Valdemar Norberto Sens Neto, da Araxá Serviços
Ztudio/Shutterstock

Normas técnicas de referência

O comissionamento de sistemas fotovoltaicos deve observar um conjunto de normas técnicas reconhecidas. Entre as principais estão:

• ABNT NBR16274:2014: Sistemas fotovoltaicos conectados à rede – Requisitos mínimos para documentação, ensaios de comissionamento, inspeção e avaliação de desempenho;

• IEC 61724:2021, sobre desempenho de sistemas fotovoltaicos;

• IEC 62446-1:2016: Sistemas fotovoltaicos (FV) – Requisitos para ensaios, documentação e manutenção – Parte 1: Sistemas conectados à rede - Documentação, ensaios de comissionamento e inspeção;

• IEC 60364-6:2016 / IEC 60364-7712:2017, respectivamente, de verificação de instalações elétricas BT e de requisitos específicos para SFVs;

• IEC 62548-1:2023, de requisitos de projeto para arranjos fotovoltaicos;

• IEC 61010:2010, de requisitos de segurança de equipamentos de medição e controle;

• ABNT NBR 5410:2004/2008: Instalações elétricas de baixa tensão;

• ABNT NBR 14039:2021: Instalações elétricas de média tensão, de 1,0 kV a 36,2 kV;

• ABNT NBR 5419/2015: Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas;

• ABNT NBR 16149:2013: Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de distribuição;

• ABNT NBR 15749/2009: Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento;

• ABNT NBR 16690:2019: Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto;

• Norma Regulamentadora Nº 10 (NR-10): Segurança em instalações e serviços em eletricidade;

• NBR ABNT 5426:2022 (confirma-

ção): Planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos; e

• IEC TS 62446-3:2017: Sistemas fotovoltaicos (FV) -– Requisitos para ensaios, documentação e manutenção – Parte 3: Módulos Fotovoltaicos e Plantas – Termografia Infravermelha Externa.

Imparcialidade e autonomia da equipe de comissionamento

Para assegurar isenção e integridade técnica, recomenda-se que o comissionamento seja conduzido por equipe especializada e independente, desvinculada das etapas de projeto e execução. Essa equipe atua, assim, como entidade avaliadora neutra, sem conflito de interesses.

Embora algumas empresas optem por realizar o comissionamento com a própria equipe de execução, a melhor prática, sobretudo em projetos públicos ou privados de qualquer porte, é a contratação de terceiros qualificados, assegurando maior credibilidade ao processo de validação.

Etapas do comissionamento

Inspeção visual

Esta é a fase inicial que antecede os ensaios técnicos, dedicada à verificação visual sistemática da conformidade construtiva e da integridade física do sistema. Deve abranger:

• Componentes do circuito em corrente contínua (c.c.);

• Componentes do circuito em corrente alternada (c.a.);

• Dispositivos de proteção contra surtos e choques elétricos;

• Identificação, sinalização e etiquetagem dos componentes; e

• Estruturas de fixação e condições da instalação mecânica.

A inspeção deve estar alinhada com as diretrizes da ABNT NBR 16274.

Ensaios técnicos

Os ensaios técnicos visam identificar falhas ocultas em equipamentos ou na montagem dos componentes. Estão classificados em ensaios de categoria 1 e ensaios de categoria 2.

Os de categoria 1 são:

• Verificação de continuidade elétrica do aterramento;

• Teste de polaridade e inspeção de caixas de junção;

• Medição de corrente e tensão em condições de curto-circuito e operação;

• Ensaios funcionais dos sistemas; e

• Medição da resistência de isolamento nos circuitos de c.c. e c.a..

E os ensaios de categoria 2 são:

• Levantamento da curva característica IV das séries fotovoltaicas (figura 1);

• Inspeção termográfica com câmera infravermelha (figura 2).

Além destes, há ensaios adicionais conforme a aplicabilidade:

• Ensaios de tensão ao solo e

• sistemas com aterramento resistivo;

• Teste de diodos de bloqueio;

• Medição de isolamento sob umidade; e

• Avaliação de sombreamento nos módulos.

Avaliação de desempenho

A verificação do desempenho energético é realizada por meio da análise do índice de performance (PR – Performance Ratio), conforme definido na norma IEC 61724. Esse indicador expressa a razão entre a geração efetiva de energia e a geração teórica estimada, considerando fatores como irradiação solar e temperatura ambiente.

A ABNT NBR 16274 recomenda que a avaliação de desempenho seja realizada com base em dados coletados ao longo de pelo menos 12 meses, para se obterem resultados consistentes e representativos.

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Elétrica

Automação

Gerenciamento

Adequação às NRs

Energias Renováveis

Estruturas Metálicas

FEITOS PARA PROTEGER VIDAS

(Amps)

I-V Cur ves

Multi-Dataset Analysis: System-INV 1.8-SB.1.8

,00

400,0500,0800,01000,01200,01400,01600,0

ST-ST-1.8.1 7-11-2023 09-37 AM (GMT-3)

ST-ST-1.8.4 7-11-2023 09-38 AM (GMT-3)

ST-ST-1.8.7 7-11-2023 09-39 AM (GMT-3)

1 – Curva IV

Relatório e documentação final

(Volts)

ST-ST-1.8.2 7-11-2023 09-38 AM (GMT-3)

ST-ST-1.8.5 7-11-2023 09-39 AM (GMT-3)

ST-ST-1.8.8 7-11-2023 09-40 AM (GMT-3)

Ao término do comissionamento, deve-se elaborar um relatório técnico completo contendo:

ST-ST-1.8.3 7-11-2023 09-38 AM (GMT-3)

ST-ST-1.8.6 7-11-2023 09-39 AM (GMT-3)

• Checklists de verificação dos procedimentos executados;

• Registros de medições e ensaios realizados, com indicação de equipamentos utilizados;

• Classificação e descrição das nãoconformidades encontradas;

• Recomendações de ações corretivas;

• Certificados de conformidade e evidências fotográficas;

• Garantia de que os instrumentos empregados estão devidamente calibrados; e

• Registro formal da transferência de responsabilidade para o proprietário ou operador.

É recomendável que todos os testes sejam acompanhados por profissionais certificados e independentes, reforçando a imparcialidade e o rigor técnico do processo.

Considerações finais

O comissionamento é uma etapa indispensável para garantir a qualidade técnica, a confiabilidade operacional e a segurança de sistemas fotovoltaicos. Sua correta aplicação, desde o

Fig.

projeto até a entrega, é decisiva para assegurar a viabilidade técnica e econômica da planta solar.

A ausência ou execução inadequada do comissionamento pode acarretar sérias consequências, tais como exposição a riscos elétricos e operacionais e redução da eficiência e da vida

útil do sistema. Além disso, sujeita o fornecedor a penalizações legais por não conformidade com normas vigentes, e o proprietário a dificuldades no acionamento de garantias e na homologação junto à concessionária, falta de rastreabilidade técnica e aumento de custos de manutenção, e a riscos

Sistemas fotovol taicos

de acidentes e falhas críticas não detectadas. Portanto, a execução criteriosa e documentada dos testes de comissionamento das categorias 1 e 2, são fundamentais para garantir o desempenho energético, a segurança e a durabilidade dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede.

Fig. 2 – Termogra a aérea em módulos fotovoltaicos

Desafios e oportunidades para proteção contra surtos de sistemas fotovoltaicos

A transição energética traz desa os técnicos e econômicos para as fontes renováveis. Com a expansão da energia solar, cresce também a preocupação com a proteção dos sistemas fotovoltaicos contra surtos elétricos.

Este artigo analisa a vulnerabilidade dessas instalações às descargas atmosféricas e destaca o avanço das tecnologias de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) no aumento da segurança e con abilidade.

Transições energéticas são movimentos progressivos de transformações na composição das fontes primárias de energia dominantes, que são substituídas por outras capazes de gerar trabalho de forma mais eficiente [1]. A atual transição representa um desafio, moldando a economia e a segurança energética. Nesse contexto, são necessárias inovações tecnológicas, intrínsecas ou acessórias, para a geração ou funções auxiliares, como automação e proteção. Este artigo aborda aspectos técnicos e econômicos do desenvolvimento de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) específicos para a proteção de Sistemas de Geração Solar Fotovoltaica (SFVs), como exemplo dos efeitos da transição energética na indústria eletroeletrônica.

diretas e indiretas, e chaveamentos. Por isso, devem ser protegidas pelas Medidas de Proteção contra Surtos (MPS), indicadas na norma técnica ABNT NBR 5419-4:2015 - Versão corrigida 2018 [2].

Proteção contra surtos

Instalações elétricas de energia e sinal são vulneráveis às sobretensões transitórias e correntes de surto, provocadas por descargas atmosféricas,

Entre as MPSs, encontra-se a instalação dos Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS), destinados a limitar a magnitude das sobretensões transitórias e desviar as correntes de surto. A especificação desses dispositivos já é praticada pelos projetistas brasileiros há mais de 20 anos, devido à publicação da norma técnica ABNT NBR 5410:2004 - Versão corrigida 2008 [3], a qual, pela primeira vez, tratou adequadamente desse assunto.

Vulnerabilidade dos SFVs aos surtos de tensão ou corrente

A vulnerabilidade aos surtos de tensão ou corrente dos componentes de uma instalação elétrica se agrava em SFVs devido à sua exposição às descargas atmosféricas diretas e indiretas [4]. Enquanto quadros, cabos e equipamentos em uma edificação se beneficiam das blindagens espaciais nela existentes, SFVs são desprovidos dessas blindagens e por isso mais dependentes da eficácia dos DPSs.

Tecnicamente a vulnerabilidade de uma instalação e seus componentes está relacionada à sua exposição às descargas atmosféricas diretas e aos pulsos eletromagnéticos devido às descargas atmosféricas indiretas (LEMPLightning Electromagnetic Pulse) [2], podendo ser quantificada pelo valor da sua Tensão Suportável de Impulso (UW - Impulse Withstand Voltage), que deve ser maior do que o Nível de Tensão de Proteção (UP) do DPS que irá protegê-la.

A relevância dessa vulnerabilidade pode ser comprovada por estatísticas de seguradoras alemãs, as quais indi-

Sergio Roberto Santos, da Lambda Consultoria e Embrastec; Cleiton Busse, da Embrastec; e Hélio Sueta e Miltom Shigihara, do IEE-USP

Parabéns à RoMiotto pelos seus 20 anos de sucesso!

Há duas décadas, iniciamos nossa jornada com o compromisso de inovar no mercado de instrumentos de medição ambiental.

Hoje, celebramos não apenas 20 anos de história, mas também a consolidação de uma parceria sólida e duradoura com cada um de vocês.

Agradecemos imensamente a todos os nossos colaboradores, que com seu talento e dedicação, impulsionam nossa missão diária. Aos nossos clientes, nossa profunda gratidão pela confiança em nossas soluções e por nos permitirem fazer parte de suas conquistas. E aos nossos fornecedores, obrigado por serem parceiros essenciais em nossa trajetória de crescimento.

Saiba Mais!

cam que 26% das falhas em SFVs são causadas por descargas atmosféricas [5], o que é majorado quando são consideradas as perdas causadas pela interrupção na geração de energia. Por esse motivo, a proteção contra surtos deve ser uma prioridade e considerada na fase inicial do projeto de um SFV, a fim de reduzir seu custo e aumentar sua eficiência.

Dispositivos de Proteção contra Surtos para SFVs

Embora muitos profissionais se refiram aos DPSs para proteção do lado de Corrente Contínua (CC) como DPS CC, tal denominação é equivocada, pois DPSs tipo I e II, normalmente instalados, são fornecidos para a proteção de instalações alimentadas tanto em corrente contínua quanto em corrente alternada; na sua folha de dados, é informado o valor da Tensão Máxima de Operação Contínua (Uc) para CA e CC. A necessidade de DPSs com características especiais para o lado CC de SFVs (figura 1) está relacionada ao seu comportamento ao final da vida útil, e não às condições em que o dispositivo está em repouso ou atuando.

Ao contrário da alimentação CC proveniente de retificadores, baterias ou outras fontes não intermitentes, o valor da corrente de curtocircuito (Isc) de um arranjo fotovoltaico varia em função da irradiância solar. Essa característica torna crítico o dimensionamento de um Dispositivo de Proteção contra Sobrecorrentes (DPSC) (fusível ou disjuntor), haja vista que, ao final da vida útil do DPS, um DPSC dimensionado com base

no valor da corrente de curto-circuito máxima do arranjo fotovoltaico pode não desconectar o DPS em condições de baixa irradiância.

Por esse motivo, a norma técnica ABNT NBR 16690:2019 [6] determina que um DPS FV possua uma autoproteção ao final da sua vida útil, que garanta sua desconexão em qualquer condição de operação do arranjo fotovoltaico. Essa determinação é o que diferencia DPSs convencionais, que servem tanto para circuitos CA e CC, de DPSs específicos para proteção do lado CC dos SFVs.

Como módulos e inversores solares trabalham com tensões nominais mais elevadas, possuindo Uw maiores, são necessários DPSs com valores mais elevados de Uc e Up. Também para a segurança dos DPSs FV, existem modelos que utilizam uma configuração em “Y”, com polos positivos e negativos em série, com um polo comum ligado à Barra de Equipotencialização Principal (BEP) (figura 2).

truturas que necessitam ser protegidas contra descargas atmosféricas e utilizam DPSs convencionais nas linhas de CA e de sinais. No entanto, elas não são suficientes. Os aspectos específicos dos SFVs que não são tratados nos citados documentos, fazem parte de normas específicas: de instalação, como a ABNT NBR 16690:2021, ou de produto, como as de DPSs para SFVs ABNT NBR 61643-31:2022 [9] e ABNT NBR 61643-32:2022 [10].

Normas técnicas

Uma norma técnica visa estabelecer padrões mínimos de segurança e desempenho para que novas tecnologias possam ser utilizadas pela sociedade [7]. No caso da proteção contra surtos de SFVs, no Brasil devem ser aplicadas inicialmente as normas de instalação ABNT NBR 5410:2004 - Versão corrigida 2008 e ABNT NBR 54194:2015 - Versão corrigida 2018, e a norma de produto ABNT NBR 61643-11:2021 - Versão Corrigida:2022 [8]. Embora não abordem as especificidades dos SFVs, essas normas devem ser utilizadas pois SFVs são instalações elétricas em baixa tensão, possuem es-

A cronologia das normas técnicas de um tema ajuda a contar a sua história, evolução e também a perda de relevância, o que geralmente acontece quando suas normas são canceladas. Como os SFVs são uma tecnologia relativamente recente, ainda em desenvolvimento, está sendo elaborada no Brasil uma norma técnica sobre a proteção contra descargas atmosféricas para SFVs, baseada no relatório técnico da International Electrotechnical Commission (IEC) TR 63227:2020 [11].

Mercado, demanda e oferta de DPSs FV

Os centros de pesquisa são fundamentais para o desenvolvimento de novas fontes de energia. Eles desenvolvem novas tecnologias, formam mão de obra qualificada e contribuem na elaboração de normas técnicas. Além disso, colaboram em projetos de pesquisa, montam laboratórios e apoiam fabricantes e prestadores de serviço no desenvolvimento e ensaio de produtos (figura 3). Através desse trabalho, são estabelecidos padrões de desempenho e segurança, além de boas práticas, para novas tecnologias, até que o mercado se desenvolva e atinja um determinado grau de maturidade, com

Fig. 1 - DPS fotovoltaico
Fig. 2 - DPS fotovoltaico
Embrastec
Citel

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Condutores 2,5mm2 a 6mm2

Diâmetro externo condutor 4,7 a 7mm

Faixa de Temperatura Ambiente-40°C a +85°C

Temperatura Máxima Limite 120°C

Grau de Proteção (IP) IP68

Classe de Proteção/Segurança II

Classe de Sobretensão III

Tipo de Conexão Crimpagem

Material de contato Cobre Estanhado

Material de isolamento PA

Tensão nominal (Vdc) 1500V

Corrente Nominal 2,5/4/6mm2 25A/35A/45A

Classe de chamas (flamabilidade)UL94: V-0

O conector KSE K4 é usado para conexão serial segura e simples de módulos solares fotovoltaicos, em uma única solução atende condutores de 2,5 a 6mm2. Por possuir moderna tecnologia de produção, sistema de conexão multicontato, componentes e matéria-prima de alta qualidade, oferta alta estabilidade e segurança nas conexões para todo o sistema.

aspectos positivos e negativos.

No caso da proteção contra surtos, em função da necessidade de proteger módulos fotovoltaicos, diodos de by-pass e inversores solares, surgiram diferentes modelos de DPSs FV, cada um com sua própria tecnologia de desconexão. Inicialmente esta demanda foi suprida por fabricantes europeus, principalmente empresas alemães que se beneficiaram do projeto de transição energética conhecido como Energiewende que embora seja um projeto ambiental, também possui objetivos econômicos, através da reestruturação do mercado de energia, apoio a tecnologias verdes e criação de empregos no setor de energias renováveis.

pecializados em DPSs e empresas que fornecem diversos componentes, como inversores, painéis fotovoltaicos, caixas de junção, conectores e cabos, e DPSs fabricados por terceiros. A compreensão dos aspectos envolvendo a segurança dos SFVs levou ao desenvolvimento das caixas de junções, conhecidas como String Box, que são amplamente utilizadas nos arranjos fotovoltaicos (figura 4). Devido a estratégias comerciais, alguns fabricantes de inversores solares passaram a incorporar DPSs na entrada dos seus produtos. Tempos depois, esses dispositivos de proteção contra surtos foram substituídos por varistores de óxido de zinco, sob a justificativa de

que eles estariam protegidos independentemente da existência de caixas de junção com DPSs. No entanto, essa prática aumenta a vulnerabilidade dos SFVs às descargas atmosféricas, pois DPSs ou apenas varistores incorporados aos inversores são genéricos, e não consideram questões importantes, como a densidade de descargas atmosféricas para a terra (NG) no local da instalação, ou se existe um SPDA, isolado ou não, protegendo os painéis [12]. Além de questionável, essa prática demonstra como as leis de mercado interferem em questões técnicas.

Normalmente, a demanda por DPSs é atendida por dois tipos de fabricantes: os que trabalham apenas com esses dispositivos para redes de energia (basicamente DPSs classe II), e os que fornecem para diversas aplicações, complementando sua linha de disjuntores e outros materiais elétricos. Essa divisão também ocorre no mercado fotovoltaico, envolvendo fabricantes es-

A relação entre a proteção contra surtos e a geração de energia através de fontes renováveis é complexa. Isso porque DPSs têm a função de proteger sistemas que, por sua vez, visam reduzir o aquecimento global, justamente o fenômeno que contribui para o aumento do número de descargas atmosféricas para a terra. Por esse motivo, novas tecnologias continuarão a se desenvolver, exigindo novos DPSs.

Conclusão

Para que novas formas de produção de energia sejam viabilizadas, são necessários desenvolvimentos tecnológicos. Os fabricantes de dispositivos

Fig. 3 - Projeto de P&D do IEE-USP
Fig. 4 - Caixa de junção
Embrastec

de proteção contra surtos têm acumulado muita experiência ao enfrentarem o desafio de proteger estações de telefonia celular, sistemas de saneamento, redes de dados, luminárias LED e, mais recentemente, a geração eólica e solar fotovoltaica.

Esse desafio não se limita a aspectos tecnológicos, mas abrange também questões econômicas, como a concorrência predatória e a desinformação dos consumidores. Para enfrentá-los, os fabricantes de DPSs e de outros equipamentos recorrem à normatização, palestras, treinamentos, artigos técnicos e reuniões técnicas com a equipe de engenharia de seus clientes.

Baseado na experiência acumulada, do ponto de vista técnico, os fabricantes de proteção contra surtos estão bem preparados para proteger as novas tecnologias de geração de energia, vislumbrando nesse mercado um propício campo de atuação.

Referências

[1] O’Connor, Peter A. Energy Transitions. The Pardee Papers, nº12, novembro de 2010. Boston University.

[2] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 5419:2015 Versão corrigida 2018 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.

[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 5410:2004 Versão corrigida 2008 Instalações elétricas de baixa tensão.

[4] Santos, Sergio Roberto. A proteção contra descargas atmosféricas de usinas fotovoltaicas. Revista Fotovolt. Nº50, Agosto de 2022. Pág.42.

[5] R. Kohlenberg, Entwicklung bei schadensfällen aus sicht der versicherung. Manheimer Versicherung AG. Freiburg. January 2013.

[6] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 16690:2019 Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos Requisitos de projeto.

[7] Santos, Sergio Roberto. As normas técnicas e a segurança das instalações elétricas. Universidade Abracopel. 13/02/2025. Disponível em: https://abracopel.org/download/as-normastecnicas-e-a-seguranca-das-instalacoeseletricas/

[8] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 61643-11:2021 Versão Corrigida:2022 Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão - Parte 11: Dispositivos de proteção contra surtos conectados aos sistemas de baixa tensão - Requisitos e métodos de ensaio.

[9] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 61643-31:2022 ABNT NBR IEC 61643-31:2022 Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão Parte 31: DPS para utilização específica em corrente contínua — Requisitos e métodos de ensaio para os dispositivos de proteção contra surtos para instalações fotovoltaicas.

[10] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR IEC 61643-32:2022 Dispositivos de proteção contra surtos de baixa tensão Parte 32: DPS conectado no lado corrente contínua das instalações fotovoltaicas - Princípios de seleção e aplicação.

[11] International Electrotechnical Commission (IEC). IEC TR 63227:2020 Lightning and surge voltage protection for photovoltaic (PV) power supply systems.

[12] Viotto, Felipe de Lima. Os problemas da não utilização de string boxes de corrente contínua. Revista Fotovolt. Nº65, Fevereiro de 2024. Pág.32.

Gerenciamento de energia para recarga de veículos elétricos

Acapacidade de conexão à rede de uma edificação é usualmente calculada com base no consumo médio de energia e na carga esperada. Entretanto, os veículos elétricos (VEs) representam uma carga adicional e potencialmente significativa, capaz de sobrecarregar a rede, em particular quando diversos veículos são carregados simultaneamente. De fato, a maioria das entradas de energia elétrica existentes não foi projetada para tal condição.

Estações de recarga para VE implicam desa os técnicos para condomínios residenciais e comerciais, ou para o setor hoteleiro. Além de rígidos regulamentos das autoridades relativos à segurança contra incêndio, a entrada de energia elétrica existente em geral não comporta picos de demanda para recarga de múltiplos veículos. Este artigo aborda uma solução de gerenciamento de carga.

Consequências

A sobrecarga na entrada de energia por VEs pode causar flutuações de tensão, sobrecargas térmicas, distorção harmônica e desequilíbrios de carga, que prejudicam a estabilidade da rede e podem resultar em interrupções de energia.

[N. do T.: Quanto à infraestrutura para recarga de veículos elétricos, aplica-se a ABNT NBR 17019:2022 - Instalações elétricas de baixa tensãoRequisitos para instalações em locais especiais - Alimentação de veículos elétricos. Esta norma especifica os requisitos para a instalação elétrica fixa destinada a fornecer energia elétrica aos veículos elétricos e/ou a receber energia elétrica a partir dos veículos elétricos]

dos picos de carga

Picos de carga se caracterizam por uma elevação transitória da demanda de energia. No caso dos VEs, tais picos podem ocorrer especialmente em horários de alta demanda, como pela manhã e à noite, e representam um desafio para os operadores de edifícios condominiais. Em resumo, cabe mencionar os seguintes problemas técnicos:

• Sobrecarga da rede elétrica: se a demanda exceder a capacidade do padrão de entrada, pode ocorrer o colapso da rede. • Aumento dos custos operacionais: os operadores do sistema de distribuição precisam fazer investimentos adicionais de infraestrutura para lidar com os picos de demanda.

• Prejuízo para a estabilidade da rede: períodos de alta demanda podem causar flutuações de tensão e oscilações de frequência que comprometem a estabilidade do sistema.

O aumento da corrente de carga acarreta um aumento das perdas por efeito Joule nos cabos, com impacto negativo na eficiência energética e redução da vida útil dos componentes elétricos. Ademais, o aspecto financeiro desempenha um papel importante: edifícios comerciais têm geralmente um contrato de fornecimento de energia elétrica que contempla a demanda máxima. Picos de carga muito altos oneram o contrato. Este é mais um motivo pelo qual é vantajoso limitar a demanda.

Gerenciamento de carga evita picos de demanda

Para enfrentar esses desafios técnicos e evitar o reforço dispendioso da rede, é aconselhável integrar um sistema de gerenciamento de carga (SGC), que contribui significativamente para aumentar a eficiência da infraestrutura de recarga. Tal sistema permite a melhor distribuição possível da capacidade da rede disponível para as estações de recarga, evitando sobrecargas e instabilidades na rede (figura 1). Algumas características técnicas do SGC:

Fig. 1 – Sistemas de gerenciamento de carga podem evitar a necessidade de reforço da rede
Weidmüller

• Controle da potência de recarga: ao controlar dinamicamente a potência de recarga de cada estação em tempo real, o SGC pode manter a carga total dentro da capacidade da rede. Isto geralmente é obtido por meio da comunicação entre as estações de recarga e de um sistema de controle central, que ajusta a potência de recarga de acordo com as condições atuais da rede.

• Priorização dos processos de recarga: o SGC pode priorizar processos de recarga específicos com base em diversos critérios, como a agenda do motorista ou as condições da rede, o que possibilita a utilização eficiente dos recursos limitados de energia e uma distribuição estrategicamente controlada da capacidade de recarga.

• Balanceamento e alterações de recarga: ao equilibrar as cargas entre diferentes estações de recarga de modo seletivo e alterar o tempo dos processos de recarga, o SGC contribui para reduzir os picos de carga e melhorar a estabilidade da rede.

Edifícios comerciais e condomínios residenciais

Entre as soluções de gerenciamento de carga disponíveis, a figura 2 ilustra o sistema Smartcharge, composto de hardware e software. Ele gerencia até 50 estações de recarga da família AC Smart e considera automaticamente todas as demais cargas que compartilham o mesmo sistema elétrico.

Ferramentas de monitoramento e visualização permitem que tanto os instaladores quanto os operadores configurem e controlem a infraestrutura de recarga. Uma interface na Internet faculta o controle remoto por meio de conexão em nuvem.

Controle flexível das estações de recarga

Em um sistema como o Smartcharge, as estações de recarga podem ser controladas seletivamente. Por exemplo, em empresas ou no setor hoteleiro é possível diferenciar entre estacionamentos para hóspedes e para funcionários, atribuindo etiquetas RFID individuais ou endereços MAC a estações de recarga específicas. A uma mesma estação de recarga podem ser atribuídas prioridades diversas. As configurações do usuário sempre prevalecem sobre as da estação de recarga, ou seja, vagas de estacionamento para visitantes podem receber especificamente mais energia ao ser distribuída a corrente de carga. O ID do veículo determina sua prioridade, independentemente do ponto de recarga no qual ele deva ser carregado. O controle remoto dos pontos de recarga por meio de dashboard permite ainda a liberação centralizada dos processos de recarga; por exemplo, para hóspedes, a liberação se realiza na recepção do hotel (figura 3).

Localidades distintas podem ser gerenciadas a partir de um sistema central, o que é útil para organizações que possuem propriedades em diversos locais. Os usuários podem exportar os dados de recarga de todas as localidades, por exemplo, para fins de faturamento.

O SGC pode ser associado a fontes de energia renovável, como a solar fotovoltaica. Um aplicativo orienta a configuração (figura 4). Estratégias de recarga utilizando preferencialmente energia fotovoltaica contribuem para reduzir os custos por kWh.

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 12/2024. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro. net. Publicado por FotoVolt sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

Fig. 3 – Liberação de recarga para VE de hóspedes realiza-se na recepção
Fig. 4 – Um aplicativo do SGC dispensa conhecimentos de programação
Fig. 2 – Componentes de hardware e software do sistema de gerenciamento de carga Smartcharge para conexão em nuvem
Weidmüller
Weidmüller
Weidmüller

7 500 toneladas empeças processadas , ilhões depeças produzidaspara segmentosolar Inovamoscompropósito, produ co alidade, cresce cno ogia

NDiagnóstico avançado de usinas de geração centralizada

O Brasil possui perto de 18 GW instalados de usinas de grande porte, as quais necessitam de supervisões periódicas para detectar defeitos nos milhares de módulos, de modo a que as instalações mantenham o desempenho e a rentabilidade esperados. Aqui se descrevem os principais ensaios a serem aplicados e se destaca a importância do emprego de laboratório móvel para realizá-los in situ

os últimos anos, o Brasil experimentou um crescimento exponencial na geração solar fotovoltaica, com mais de 55 GW de capacidade instalada ao final do primeiro trimestre de 2025, dos quais 17,6 GW correspondem a instalações de geração centralizada, segundo informações compartilhadas pela Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Diante dessa expansão de novos projetos e do amadurecimento dos parques já em operação, torna-se fundamental realizar ensaios técnicos especializados nos módulos solares para verificar seu desempenho real, detectar defeitos e prevenir falhas prematuras. O objetivo é otimizar a produção e apoiar a tomada de decisões estratégicas para assegurar a rentabilidade do ativo durante a operação e manutenção e em caso de possíveis repotenciações.

Determinadas empresas hoje apostam na realização de testes especializados nos módulos solares diretamente na planta. A implantação de laboratórios móveis representa um avanço significativo que permite

minimizar o tempo de desconexão dos módulos e os riscos associados ao transporte de equipamentos para laboratórios externos. Esta solução permite uma avaliação técnica exaustiva que apoia tanto a tomada de decisões corretivas quanto o planejamento de manutenção preventiva, assegurando assim a sustentabilidade e rentabilidade dos ativos solares a longo prazo.

Este artigo apresenta os problemas passíveis de ocorrência em módulos fotovoltaicos e os testes necessários para detectá-los, com base no diagnóstico avançado de quatro plantas fotovoltaicas operadas pela Proton Energy no Nordeste do País, que somam uma

capacidade conjunta de 113 MW. O laboratório móvel empregado, disponível no Brasil desde o final de 2024, chamado de Photovoltaic Mobile Laboratory (PVML), faz parte de uma rede global com unidades operacionais no Chile, México, Europa e Austrália. Está credenciado sob a norma ISO/IEC 17025 Testing and calibration laboratories pela ENAC (entidade signatária do acordo internacional ILAC-MRA), o que garante a rastreabilidade, independência e qualidade dos resultados obtidos.

Testes realizados

Medição de potência máxima sob condições padrão (STC), o flash test

Permite determinar a potência de saída do módulo em condições normalizadas: irradiância de 1000 W/m2, temperatura de célula de 25 °C e espectro solar AM 1.5G. O PVML está equipado com um simulador solar de classe A+A+A+, que supera os

Rubén Márquez, da Enertis Applus+
Enertis
Applus+

requisitos definidos na norma IEC 60904-9:2020 Photovoltaic devices - Part 9: Classification of solar simulator characteristics em termos de uniformidade, correspondência espectral e estabilidade, o que garante alta precisão ao comparar os resultados com as especificações do fabricante e avaliar a degradação ou perdas de desempenho.

No caso de módulos bifaciais, também é possível calcular os coeficientes bifaciais e a potência sob irradiância nominal bifacial (BNPI) e de estresse (BSI), conforme as diretrizes da norma IEC TS 60904-1-2:2024 Photovoltaic devices - Part 1-2: Measurement of currentvoltage characteristics of bifacial photovoltaic (PV) devices

Ensaio de eletroluminescência (EL)

Permite visualizar defeitos internos não perceptíveis a olho nu, tais como microfissuras, células quebradas ou inativas, curtos-circuitos internos e falhas nos contatos dos dedos ou barramentos. Mediante aplicação de uma polarização externa, os módulos emitem fótons em uma faixa não visível do espectro eletromagnético, que é captada por uma câmera especial de alta resolução. Trata-se de uma ferramenta-chave para detectar danos incipientes que podem comprometer o desempenho e a vida útil do módulo.

Termografia infravermelha

A inspeção mediante termografia infravermelha é realizada tipicamente com os módulos em operação, embora também possa ser executada em condições de laboratório aplicando polarização direta. A técnica é efetiva para detectar pontos quentes, problemas de soldagem, falhas em caixas de conexão ou microfissuras térmicas. Embora não seja realizada diretamente dentro do PVML, é considerada ferramenta complementar essencial dentro de um diagnóstico integral, já que fornece informações valiosas sobre possíveis anomalias térmicas.

Medição de isolamento elétrico

Para cumprir os requisitos de segurança e assegurar o correto funcionamento do módulo, é imprescindível que os elementos condutores estejam devidamente isolados da estrutura do módulo. O ensaio de alta tensão conforme a norma IEC 61215:2021 Terrestrial photovoltaic (PV) modules - Design qualification and type approval aplica uma tensão de corrente contínua para verificar que não se produzam rupturas dielétricas no encapsulado.

Os testes descritos permitem obter um diagnóstico detalhado do estado dos módulos solares com rapidez, confiabilidade e mínimo impacto operacional. Portanto, o enfoque integral do laboratório móvel proporciona vantagem estratégica para os proprietários e operadores de plantas solares, ao facilitar decisões baseadas em dados precisos e atualizados.

Detectando defeitos críticos no clima tropical brasileiro

No caso específico do Brasil, seu clima tropical extremo, as longas distâncias de transporte e as exigências regulatórias locais tornam imprescindível implementar controles rigorosos de qualidade e estar preparados para gerenciar reclamações de garantia. Além disso, os testes interanuais ganham cada vez mais relevância para confirmar a estabilidade do desempenho dos módulos ao longo do tempo e antecipar problemas ocultos.

Segundo nossa experiência, os defeitos mais frequentemente observados nas plantas solares localizadas no Brasil são os relacionados a seguir.

Baixo desempenho (underperformance) dos módulos

Situação na qual a potência medida de um módulo está abaixo do limite aceitável em função do que é garantido pelo fabricante. Esse limite não se baseia unicamente no valor nominal indicado na etiqueta do módulo, mas na curva de degradação esperada ao longo do tempo. Cada fabricante estabelece uma garantia de potência que define a potência de saída do módulo após certos anos de operação. Quando as medições, seja no momento do recebimento ou em campanhas interanuais, mostram valores abaixo dessa curva, considera-se um caso de underperformance

A figura 1, que mostra uma eletroluminescência de um módulo com uma substring desconectada, evidencia como este defeito de fabricação pode chegar a reduzir em até 33% a potência do módulo. Estas descobertas permitem atribuir problemas de fabricação seriais a lotes completos, proporcionando fundamentos técnicos irrefutáveis para reclamações de garantia.

As principais causas de underperformance dos módulos estão relacionadas a danos ocorridos durante o transporte, defeitos de fabricação ou gerados por uma incorreta manipulação ou instalação inadequada.

Pontos quentes

Os hot spots são zonas localizadas dentro dos módulos fotovoltaicos que

Fig.1 – Imagem de eletroluminescência de um módulo com uma substring desconectada (zona cercada em vermelho)

alcançam temperaturas anormalmente elevadas. Essas anomalias térmicas costumam ser provocadas por microfissuras internas nas células, falhas nas soldas, defeitos nos diodos localizados nas junction boxes, sombreamentos parciais ou desajustes elétricos entre células, o que gera pontos de alta resistência onde a energia se dissipa em forma de calor. A presença dessas zonas quentes pode ocasionar uma diminuição significativa do desempenho elétrico do módulo, acelerar a degradação de materiais como encapsulantes e backsheet, comprometer sua integridade mecânica e, em casos severos, representar um risco potencial de incêndio.

Para sua detecção, utilizam-se técnicas como termografia infravermelha, eletroluminescência, e testes de determinação máxima de potência, que permitem localizar danos ou irregularidades térmicas e elétricas. A prevenção e mitigação incluem um manejo adequado dos módulos para evitar microfissuras, um projeto de sistema que minimize sombras, a utilização de diodos de bypass e a realização de inspeções periódicas para garantir a segurança e o desempenho ótimo das instalações solares.

As figuras 2 e 3 apresentam exemplos de hot spots que alcançaram temperaturas elevadas, de 106 °C em uma célula e 132 °C na junction box de um módulo fotovoltaico. Esses fenômenos podem ser provocados por falhas internas nas células, nos ribbons ou nos diodos da junction box, gerando zonas de alta resistência onde a energia se

dissipa em forma de calor. Como consequência, produz-se uma redução no desempenho elétrico tanto do módulo quanto da string à qual está associado, além de acelerar-se a degradação dos materiais e aumentar significativamente o risco de incêndio.

Por outro lado, na figura 4 mostra-se a imagem de um módulo fotovoltaico que sofreu um incêndio provocado pelo excesso de calor gerado em um hot spot. Este tipo de falha térmica extrema ocorre quando zonas localizadas dentro do módulo alcançam temperaturas muito elevadas, o que não só reduz drasticamente o desempenho elétrico como também pode ocasionar danos irreversíveis nos materiais e estruturas do módulo, derivando em riscos graves para a segurança de toda a instalação.

Rupturas internas de célula

Taisrupturas, também conhecidas como microfissuras ou fraturas internas, são rachaduras que se produzem dentro do material semicondutor das células fotovoltaicas, geralmente como consequência de tensões mecânicas durante a fabricação, transporte e instalação, ou por esforços térmicos

em operação. Essas fraturas interrompem a continuidade elétrica do material, provocando perda de área ativa na célula, geração de hot spots e diminuição do desempenho elétrico do módulo, além de acelerar sua degradação e aumentar o risco de falhas a longo prazo.

Na figura 5, de uma eletroluminescência de um módulo, evidencia-se como essas rupturas internas, imperceptíveis visualmente e causadas por uma má manipulação durante a construção, fraturaram conexões internas, chegando a reduzir em até 15% a potência nominal do módulo.

Fig. 2 – Hot spot de 106 °C em célula
Fig. 4 – Incêndio de módulo fotovoltaico causado por hot spot com alta temperatura
Fig. 5 – Imagem de eletroluminescência de um módulo fotovoltaico com rupturas internas
Fig. 3 – Hot spot de 131 °C em junction box

CABO ATOXSIL SOLAR

1,8 kV C.C

SE É SIL, PODE CONFIAR.

PID e LeTID

Potential Induced Degradation (PID) e Light and Elevated Temperature Induced Degradation (LeTID) são fenômenos de degradação elétrica que provocam uma redução progressiva e acelerada do desempenho dos módulos devido a correntes de fuga induzidas por condições elétricas e ambientais. O impacto dessas doenças tecnológicas é especialmente intenso em ambientes quentes e úmidos, como o Brasil. Além disso, as tecnologias mais recentes, como Top-CON, podem ser mais suscetíveis se não se garantir um controle de qualidade rigoroso desde a origem.

Como comentado, o clima tropical extremo do Brasil, com alta umidade e temperaturas elevadas, desafia severamente os materiais isolantes dos módulos. Nas figuras 6 e 7 ilustra-se como a degradação acelerada de encapsulantes permite a entrada de umidade, gerando perigosas corrosões em busbars, delaminações e pontos quentes. Essas falhas não só comprometem a produção energética como também representam um alto risco para a segurança do pessoal de operação e manutenção, devido a possíveis descargas elétricas ou incêndios.

Neste caso, os defeitos se devem a alta umidade, temperaturas elevadas, defeitos em dopantes ou qualidade do silício e condições de operação adversas.

Estratégias

preventivas

para maximizar a rentabilidade dos projetos solares

Existe uma série de medidas que os proprietários, EPCistas e responsáveis pela operação e manutenção em plantas fotovoltaicas podem tomar para prevenir problemas, garantir a qualidade dos módulos e facilitar reclamações ante possíveis defeitos.

Por um lado, é recomendável integrar inspeções de eletroluminescência (EL) e testes de inspeção visual nos módulos após sua chegada ao projeto

(post-shipment inspection), para poder detectar de forma precoce problemas relacionados com o envio e defeitos de fabricação. Além disso, é boa prática exigir amostragens representativas conforme normas internacionais, garantindo a qualidade e rastreabilidade dos lotes recebidos.

Por outro lado, a fase de pós-instalação é quando os módulos fotovoltaicos sofrem mais danos devido à manipulação, transporte e montagem. Por isso, recomenda-se realizar testes de eletroluminescência antes da en-

Fig. 6 – Módulos solares nos quais a umidade causou corrosões internas
Fig. 7 – Imagem de eletroluminescência dos módulos com PID

trada em operação, com os módulos já instalados, para detectar microfissuras, células inativas ou defeitos em soldas. Deve-se inspecionar uma amostragem representativa de módulos, documentar as descobertas para acompanhamento e definir critérios claros para tomar ações corretivas, minimizando assim perdas de desempenho e custos futuros. Além disso, recomenda-se realizar periodicamente esses testes como parte da fase de operação e manutenção, já que isso é fundamental para detectar de maneira precoce falhas não visíveis a olho nu, monitorar o estado dos módulos ao longo do tempo, identificar defeitos e planejar intervenções oportunas, contribuindo para prolongar a vida útil da planta e otimizar sua produção energética.

Da mesma forma, é recomendável realizar campanhas interanuais de medição de potência sob condições

padrão (STC), comparando os resultados dos flash tests realizados em fábrica como os dos interanuais, para detectar de forma precoce possíveis degradações aceleradas, como PID e LeTID. Nesse sentido, é importante integrar os resultados dos flash tests nos sistemas de rastreabilidade do projeto.

Por último, é fundamental estabelecer protocolos claros para reclamações de garantia, incluindo limites técnicos aceitáveis (Pmax, Isc, Voc) e procedimentos de verificação com terceiros, se necessário.

Essas práticas permitem não só identificar causas e atribuir responsabilidades em caso de defeitos, como também manter um acompanhamento contínuo sobre o “estado de saúde” dos módulos. Isto é crucial em regiões como o Brasil, onde condições extremas podem acelerar a degradação dos painéis solares e colocar

em risco tanto a produção energética quanto a segurança das instalações. A implementação destas recomendações protege o investimento, assegura a rentabilidade das plantas solares e facilita a gestão de garantias perante os fabricantes. Os testes interanuais, em particular, se consolidam como uma ferramenta chave para validar o comportamento real dos módulos e antecipar problemas antes que impactem gravemente a produção.

AInfluência da manutenção na eficiência da geração em usinas FV

Eduardo Martins da Silva e Vitor Hugo Ferreira, do Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica e de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense

Este artigo apresenta uma análise do desempenho de usinas solares considerando o impacto da falta de manutenção na e ciência operacional, utilizando um modelo de machine learning desenvolvido e testado a partir de dados operacionais históricos da planta. Por meio da coleta e preparação dos dados para avaliação do modelo, foi possível comparar os desempenhos real e esperado da usina.

transição para fontes de energia renováveis, como a solar, é essencial para a sustentabilidade energética global. Nesse contexto, a e ciência na geração de energia solar torna-se crucial, e a manutenção e caz desempenha um papel central. Este artigo visa analisar a otimização da e ciência na geração de energia solar, focando na manutenção como fator substancial que impacta o desempenho operacional das usinas solares. Ao explorar a intrínseca relação entre práticas de manutenção e e ciência, o trabalho busca contribuir com insights para melhorar a con abilidade e a produtividade de usinas solares.

Este estudo realiza uma análise detalhada do desempenho de uma usina solar, com ênfase nas consequências da falta de manutenção. O trabalho visa implementar um modelo de machine learning, capaz de prever o impacto da manutenção na produção de energia solar. Além de previsão, busca antecipar e mitigar os efeitos prejudiciais da manutenção inadequada na geração fotovoltaica. O objetivo geral é fornecer uma estrutura robusta para

avaliar e mitigar os efeitos da falta de manutenção na e ciência operacional das usinas solares.

A motivação deste estudo está ancorada na urgência de proporcionar avanços práticos no setor de energia solar. A implementação de um modelo de machine learning não se limita à previsão. O objetivo é oferecer uma estrutura prática para avaliação contínua e melhoria da e ciência operacional de usinas de energia solar. Com base nas nuances da relação entre manutenção e desempenho, este trabalho visa fornecer ferramentas necessárias para maximizar o potencial da energia solar, promovendo práticas sustentáveis e e cazes no setor.

Normas para preparação de manuscritos

A abordagem metodológica utilizada aqui para avaliar a e ciência operacional de usinas solares incorpora técnicas avançadas de machine learning, alinhadas à normas IEEE. Esse processo visa fornecer um entendimento aprofundado da relação entre a falta de manutenção e o desempenho operacional de usinas de energia solar, utilizando algoritmos inteligentes para prever e mitigar impactos adversos.

De nição do problema

Inicialmente, buscou-se uma compreensão profunda da complexa dinâmica entre a falta de manutenção e a e ciência operacional das usinas solares. Identi car essa relação crítica foi fundamental para impulsionar a abordagem de aprendizado de máquina.

Coleta de dados

Para alimentar o modelo de machine learning com informações relevantes,

foi realizado um extenso processo de coleta de dados operacionais históricos, os quais cobrem parâmetros cruciais, incluindo produção de energia, condições climáticas e registros detalhados das atividades de manutenção.

Preparação dos dados

Uma etapa crítica envolveu a organização meticulosa dos dados. Foram realizados a identi cação e o tratamento de anomalias, lacunas e possíveis erros para garantir a consistência e a qualidade dos dados. Essa preparação minuciosa é essencial para o sucesso do modelo de aprendizado de máquina.

Desenvolvimento de modelo de machine learning

Foi implementado um modelo robusto de machine learning, projetado especi camente para antecipar e prever o impacto da falta de manutenção na produção de energia solar. Foram utilizados algoritmos especializados em lidar com séries temporais, uma escolha crucial dada a dinâmica variável dos dados operacionais.

Treinamento e teste de modelos

Os dados foram divididos criteriosamente em conjuntos de treinamento e testes. Essa etapa permitiu avaliar a capacidade preditiva do modelo em diferentes cenários operacionais. Ajustes iterativos de parâmetros foram implementados para otimizar o desempenho do modelo.

Avaliação do modelo

Foi realizada uma análise comparativa entre as previsões geradas pelo modelo e os dados reais de desempenho da planta. Métricas estatísticas foram aplicadas para validar a e cácia do modelo em identi car e diferenciar o impacto da falta de manutenção.

Conclusões

Após uma análise aprofundada dos resultados, foi destacada a viabilidade do modelo na avaliação da e ciência operacional da usina solar. Além disso, foram apresentadas sugestões estratégicas para a implementação de práticas proativas de manutenção, visando a otimização contínua da produção de energia. Este estudo busca não apenas compreender a dinâmica operacional, mas também oferecer soluções práticas para melhorar a gestão da manutenção, promovendo e ciência e sustentabilidade na produção de energia solar.

Ao incorporar o machine learning nesse processo, a abordagem metodológica busca aumentar a acurácia e a capacidade preditiva da avaliação, proporcionando uma contribuição signi cativa para o avanço da e ciência e con abilidade das usinas solares.

Resultados

Os dados utilizados incluem informações sobre a irradiância solar esperada e medida, juntamente com dados sobre a energia gerada pelos inversores. Inicialmente, foi implementado um modelo de regressão linear usando a biblioteca scikit-learn em Python. Este modelo foi treinado com dados de irradiância solar esperada e medida, possibilitando prever a produção de energia. Em seguida,

foi simulada a geração de energia considerando apenas dados meteorológicos, excluindo os impactos da falta de Operação e Manutenção (O&M) nos inversores.

Modelo original vs. simulação O&M

A gura 1 ilustra a comparação visual entre os resultados esperados, medidos e simulados do modelo original. No grá co superior, observa-se a comparação entre os valores esperados e medidos, enquanto no grá co inferior, são comparados os valores esperados com os simulados.

O modelo original apresentou desempenho satisfatório na previsão da geração de energia, com resultados próximos aos valores medidos. No entanto, a simulação sem considerar O&M resultou em divergência em relação aos valores reais, ressaltando a importância da inclusão desse fator nos modelos de previsão.

Avaliação dos modelos

Comparação

A avaliação de modelos de previsão de energia solar começa com a importação das bibliotecas essenciais para manipulação, modelagem e visualização de dados. Foram utilizados pandas para a manipulação de dados no formato DataFrame, scikit-learn para a criação e treinamento de modelos de regressão linear e árvore de decisão, e matplotlib para a geração de grá cos. Os dados de irradiância solar são apresentados em um DataFrame denominado df_irradiacao, contendo informações mensais sobre a irradiância esperada e medida em MWh. Da mesma forma, os dados de energia gerados pelos inversores são armazenados no DataFrame df_energia_inversores

Como prática padrão, foi realizada uma etapa de pré-processamento e limpeza dos dados para garantir a consistência dos conjuntos de dados. Optou-se por remover quaisquer entradas nulas.

Posteriormente, os dados de irradiação foram divididos em feições (X) e variável alvo (y) para o modelo original de Regressão Linear. Também foi feita uma divisão adicional dos dados em conjuntos de treinamento e teste para avaliar o desempenho do modelo. O treinamento do modelo original é realizado pelo método de Regressão Linear scikit-learn

Em paralelo, foi criado um conjunto de dados (X_meteo) para representar os dados meteorológicos necessários para fazer previsões. Foi utilizado o modelo de Regressão Linear treinado para fazer previsões de produção de energia, e os resultados foram adicionados ao DataFrame original como a coluna ‘Total_Simulado_MWh_Original’.

Em seguida, o processo foi repetido, usando o modelo de Árvore de Decisão. O modelo foi treinado, e foram feitas previsões usando os dados meteorológicos e adicionados os resultados ao DataFrame original como ‘Total_Simulado_MWh_Arvore’.

Para ns de comparação, também foi criado e treinado um novo modelo de Regressão Linear, chamado model_novo. As previsões desse modelo foram adicionadas ao DataFrame como ‘Total_Simulado_MWh_Novo’.

A comparação visual dos resultados é realizada por meio de um gráco comparativo que destaca a produção medida vs. produção simulada pelos diferentes modelos.

Além disso, foram realizados testes estatísticos, incluindo o teste de Kolmogorov-Smirnov, teste t de Student e o teste de Mann-Whitney, para avaliar a similaridade estatística entre os resultados medidos e simulados pelos modelos.

Os resultados dos testes estatísticos foram armazenados em um DataFrame, chamado df_testes, e um grá co comparativo foi gerado para visualizar as diferenças estatísticas entre os métodos.

Finalmente, foi criado um novo DataFrame, chamado df_simulacoes, para armazenar os resultados simulados pelos diferentes modelos. Esse DataFrame foi usado para criar um grá co de barras empilhadas, oferecendo uma visão comparativa mais detalhada das produções medidas e simuladas ao longo dos meses.

Em conjunto, esse processo de avaliação, que combina análise quantitativa e testes estatísticos, fornece uma compreensão abrangente do desempenho dos modelos de previsão de energia solar, e é crucial para orientar decisões no contexto de sistemas de energia renovável.

Os dois métodos de treinamento empregados, Regressão Linear e Árvore de Decisão, desempenham papéis distintos na modelagem da previsão de energia solar e oferecem abordagens complementares para lidar com padrões complexos nos dados.

Regressão Linear

A Regressão Linear é um modelo clássico que assume uma relação linear entre as variáveis de entrada (irradiância solar esperada) e a variável de saída (energia medida). Ao treinar o modelo original de Regressão Linear, o algoritmo busca encontrar os coe cientes ótimos, que minimizam a soma dos quadrados dos resíduos entre as previsões e as observações reais durante o treinamento.

Resultados esperados

Interpretabilidade: A Regressão Linear é conhecida por sua interpretabilidade, pois os coe cientes associados a cada variável de entrada podem ser interpretados diretamente.

Adequação a relações lineares simples: Considerada e caz quando a relação entre variáveis é aproximadamente linear.

Sensibilidade a outliers: Pode ser sensível a outliers, impactando a precisão das previsões.

Árvore de decisão

A Árvore de Decisão é um modelo não linear que divide o conjunto de dados em subconjuntos menores, com base em características especí cas, criando uma estrutura semelhante a uma árvore. Cada nó representa uma decisão baseada em uma condição especí ca.

Resultados esperados

Capacidade de lidar com não-linearidades: A árvore decisória é robusta na captura de padrões não lineares e interações complexas entre variáveis.

Menor sensibilidade a outliers: tende a ser menos sensível a outliers, pois as decisões são tomadas com base em divisões em subconjuntos.

Menos restrições na forma do relacionamento: pode se adaptar a relacionamentos mais complexos entre variáveis.

Medido Simulado (regressão linear) Simulado (árvore de decisão)
Fig. 2 – Comparação entre o desempenho medido

Comparação visual e resultados estatísticos

Ao comparar visualmente os resultados, observa-se que as previsões simuladas pelos modelos se alinham com a produção medida ao longo dos meses. Espera-se que a Regressão Linear forneça previsões mais alinhadas com padrões lineares no conjunto de dados, enquanto a Árvore de Decisão capture nuances não lineares.

cada modelo no contexto especí co da previsão de energia solar.

Testes estatísticos, como o de Kolmogorov-Smirnov, o t de Student e o de Mann-Whitney, são essenciais para avaliar se as diferenças entre as produções medidas e simuladas são estatisticamente signi cativas. No contexto da Regressão Linear e da Árvore de Decisão, espera-se que esses testes forneçam informações sobre a capacidade de ambos os modelos de reproduzir elmente os padrões presentes nos dados de irradiância solar. Em resumo, a escolha entre Regressão Linear e Árvore de Decisão implica considerar as características intrínsecas dos dados solares, como linearidade e não-linearidade, a presença de outliers e a interpretabilidade desejada. A análise detalhada desses aspectos permite uma compreensão mais profunda do desempenho e das limitações de

As métricas mostram consistência entre os dois modelos, indicando que a simulação sem O&M e com O&M não proporciona uma melhora signicativa no desempenho do modelo.

Próximos passos

Os próximos passos incluem explorar modelos mais avançados, levando em conta características especí cas dos inversores e dados de O&M. A pesquisa contínua nessa área é essencial para o desenvolvimento de ferramentas e cazes que auxiliem na gestão e otimização da geração de energia em usinas fotovoltaicas. No campo avançado da previsão de energia solar em usinas fotovoltaicas, a abordagem de modelagem desempenha um papel crucial na otimização

4 – Comparação entre desempenho medido e simulado pelo modelo de gradiente de potencialização

Medido Simulado (regressão linear) Simulado (árvore de decisão)
(gradient boosting)
Fig.
Medido
Simulado (regressão linear) Simulado (árvore de decisão)
Fig. 3 – Comparação entre modelos medidos e simulados por Regressão Linear e Árvore de Decisão

Tab. I – Comparação entre o medido e o simulado pelos diferentes modelos

MêsMedido Simulado (linear) Simulado (árvore) Simulado (novo linear) Simulado (avançado) Varação semanal (%)

Janeiro 882,72950,638936,36950,638934,159nan

Fevereiro 759,23789,224759,23789,224759,947 -13,9897

Março 727,94975,201727,94975,201730,338 - 4,12128

Abril 936,36954,147936,36954,147934,15928,6315

Maio 1120,811029,591120,811029,591124,0319,6986

Junho 1153,961015,551153,961015,551151,982,95768

Julho 1315,281119,071315,281119,071312,5113,9797

Agosto 1323,951265,571323,951265,571324,150,659175

Setembro 1169,221144,511169,221144,511171,01 -11,687

Outubro 993,251045,381120,811045,381124,03 -15,0502

Novembro 800,851009,41800,851009,41800,639 -19,3708

Dezembro 830,02948,884936,36948,884934,1593,64238

Ano 12013,612018,912013,612018,912012,41347,39

da e ciência e no gerenciamento e caz da geração de energia. Após a implementação inicial de modelos lineares e de árvore de decisão, é imperativo explorar estratégias mais avançadas para aumentar a precisão e robustez dos modelos.

Uma próxima fase envolve a engenharia de recursos, considerando variáveis especí cas do inversor, como e ciência, idade e capacidade nominal. Além disso, a inclusão de variáveis ambientais, como temperatura, radiação solar e velocidade do vento, pode oferecer um quadro mais completo do ambiente de geração de energia solar.

Além dos modelos lineares e de árvore de decisão, a exploração de algoritmos mais avançados, como Máquinas de Vetores de Suporte, Florestas Aleatórias e Redes Neurais, é essencial. Validação cruzada, otimização de hiperparâmetros e análise de resíduos também são etapas críticas para garantir a robustez e precisão dos modelos.

A integração de dados de Operação e Manutenção (O&M) fornece informações valiosas sobre a saúde dos inversores, possíveis falhas e eventos que podem afetar a produção de energia. Essa inclusão de dados operacionais contribui para um modelo mais holístico e preciso.

Referências

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[15]Zhang, X., Wang, S., & Liu, W. (2016). Solar power forecasting: A review of machine learning methods. Renewable and Sustainable Energy Reviews, 64, 790-800.

[16]A Comparison of Machine Learning Methods for Solar Power Forecasting, de Zhang, X., Wang, S., e Liu, W. (2016)

[17]A Hybrid Approach for Solar Power Forecasting Using Multiple Machine Learning Methods, de Li, J., Wang, H., e Zhang, Y. (2017)

[18]A Deep Learning Approach for Solar Power Forecasting, de Liu, W., Wang, S., e Zhang, X. (2018)

A regulamentação brasileira sobre infraestrutura de recarga de veículos elétricos em edificações

O assunto está em análise pela Liga Nacional de Bombeiros (LigaBom), o que poderá resultar em abordagem mais técnica e alinhada com os diversos contextos estaduais”

Apublicação da chamada pública pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo sobre “Ocupações com estações de recarga para veículos elétricos”, em abril de 2024, por meio da Portaria nº CCB-001/800/2024, gerou dúvidas e confusão no setor sobre as instalações de infraestrutura de recarga de veículos elétricos em subsolos de edifícios. Essa publicação inicial propunha restrições severas, inviabilizando tecnicamente a instalação de carregadores de veículos elétricos em subsolos. Embora fosse apenas uma chamada pública, sem força normativa definitiva, o impacto dessa proposta preliminar foi significativo, gerando interpretações divergentes e incertezas generalizadas sobre o que estaria ou não permitido. Tal cenário revelou a fragilidade regulatória atual, marcada por uma combinação de normas técnicas, portarias, recomendações, revogações e diretrizes preliminares, muitas vezes mal compreendidas ou mal comunicadas, resultando em um ambiente confuso tanto para profissionais quanto para consumidores finais. De certo modo, também evidenciou a necessidade de discutir os riscos e a segurança relacionados não apenas aos veículos elétricos, mas à edificação como um todo, especialmente quando há elevada concentração de veículos (elétricos ou à combustão) em subsolos sem exigências claras quanto à adoção de dispositivos de segurança adequa-

dos. Muitas vezes, comunicados sem força legal têm sido interpretados equivocadamente como proibições formais, enquanto normas já revogadas continuam sendo erroneamente aplicadas. Aqui se apresenta um panorama técnico das regulamentações atualmente vigentes e em discussão, explicando com clareza o que está em vigor e o que se pode esperar para o futuro próximo.

Normas técnicas vigentes

Atualmente, a principal referência normativa para infraestrutura de recarga é a ABNT NBR 17019:2022 – Instalações Elétricas de Sistemas de Recarga de Veículos Elétricos (SAVE), publicada em julho de 2022. A norma tem como foco principal a segurança do usuário e da instalação elétrica durante o uso dos equipamentos de recarga. Para isso, estabelece requisitos como a obrigatoriedade de circuito exclusivo, uso de dispositivos DR tipo A (seguido de detector de fuga de corrente contínua) ou B.

É importante destacar que a NBR 17019 não aborda aspectos de segurança contra incêndio, pois este tema não faz parte de seu escopo. A norma aplica o mesmo grau de exigência para todos os modos de recarga — incluindo modo 2 (tomada com proteção), modo 3 (wallbox CA) e modo 4 (carga rápida CC).

Além da NBR 17019, outras normas complementares devem ser observadas, como a NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão) e a NBR IEC 61851 (sistemas de carregamento condutivo).

Em junho de 2025, o Crea de Sergipe (Crea-SE) publicou uma nota técnica desencorajando a instalação de carregadores de veículos elétricos em áreas de subsolo, citando preocupações com segurança estrutural e riscos de incêndio. No entanto, é essencial destacar que tal nota:

• tem caráter opinativo ou orientativo, e não normativo;

• não reflete uma deliberação do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia); e

• não possui força de lei ou poder regulatório formal.

Ainda assim, tal posição influenciou a percepção de risco por parte de construtoras e condomínios. É fundamental que engenheiros eletricistas atuem de forma técnica e baseada em norma, considerando a segurança da instalação, mas também evitando interpretações exageradas ou restritivas sem base legal.

Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBSP) ainda não publicou uma portaria ou norma com força legal

Imagem de IA

definitiva. É importante destacar que o CBSP é frequentemente utilizado como referência nacional, e suas normativas costumam ser replicadas por outros estados. No caso da consulta pública sobre estações de recarga, a proposta inicial gerou uma reação exagerada no mercado, como se os veículos elétricos representassem um risco iminente de incêndio ou explosão, o que contribuiu para distorções na percepção pública e técnica do tema. Após estudos e contribuições de entidades como ABVE e Abravei, e de montadoras como GWM e BYD, novas perspectivas foram incorporadas ao debate, de modo a tornar as futuras exigências mais aderentes à realidade das instalações. É importante destacar que o tema atualmente não está sendo analisado apenas pelo CBSP, mas também pela Liga Nacional de Bombeiros (LigaBom), o que poderá resultar em uma abordagem mais técnica e alinhada com os diversos contextos estaduais. Espera-se que a versão final, prevista para 2025, inclua medidas mais técnicas e viáveis, como:

• obrigatoriedade de sprinklers em todos os subsolos, não apenas aqueles com SAVE;

• instalação de sensores de gases; e

• sistemas de exaustão.

Contudo, essas exigências deverão valer para todos os veículos estacionados no subsolo, e não apenas os elétricos, abrindo margem para ampla discussão jurídica e técnica, especialmente considerando que os veículos a combustão apresentam riscos significativos às edificações, com maior frequência de incêndios, calor de queima tão intenso quanto o dos veículos elétricos e o agravante de o combustível líquido facilitar a propagação das chamas.

Impacto da regulação dos estados

Apesar de não existir hierarquia regulatória entre os Corpos de Bombeiros estaduais, São Paulo tradicionalmente exerce influência técnica sobre outros estados brasileiros. É provável que, após

a publicação oficial da diretriz paulista, outros estados utilizem o texto como referência. Ainda assim:

• Não há obrigatoriedade de adoção automática;

• O Estado do Amazonas, por exemplo, publicou uma norma técnica bastante restritiva, exigindo parede corta-fogo e distanciamento mínimo entre veículos elétricos, inclusive em áreas externas; e

• O estado de Goiás chegou a publicar uma norma técnica restritiva, sem uma consulta pública prévia, contendo exigências polêmicas e tecnicamente questionáveis. A norma previa, por exemplo, a obrigatoriedade de parede corta-fogo e distância mínima entre veículos elétricos, mesmo em áreas externas, com foco exclusivo em wallboxes e sem tratar dos dispositivos em modo 2, apesar de ambos apresentarem o mesmo grau de segurança conforme a NBR 17019. Após quatro meses de vigência e diversas contestações do setor técnico, a norma foi oficialmente revogada. Atualmente, Goiás segue sem nenhuma norma vigente sobre o tema, aguardando os encaminhamentos da LigaBom. Estimativas apontam que pelo menos sete estados devem divergir do posicionamento inicialmente adotado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, buscando equilíbrio entre segurança e viabilidade de instalação. A expectativa é que essas decisões considerem também o posicionamento técnico que vier a ser consolidado pela Liga Nacional de Bombeiros (LigaBom), cuja atuação recente tem influenciado debates nacionais sobre padronização normativa para SAVE em todo o território brasileiro.

Conclusão

O setor da eletromobilidade está avançando mais rápido do que a regulamentação. Apesar das incertezas, atualmente não há proibição legal para a instalação de carregadores em subsolos. É fundamental, no entanto, que o projeto seja conduzido por profissional habilitado e capacitado, seguindo a NBR 17019

e demais requisitos legais aplicáveis. Ainda que não exista uma norma específica de segurança contra incêndio voltada à recarga em subsolo, a legalidade da instalação permanece válida.

Diante da expectativa de publicação iminente de normas específicas, é recomendável que contratos condominiais prevejam possíveis adequações futuras, caso surjam novas exigências. Os moradores devem ser previamente informados de que suas instalações poderão demandar modificações, pois o que hoje é tecnicamente aceito pode ser revisto à luz de futuras regulamentações. Transparência e planejamento são essenciais para garantir segurança, conformidade e continuidade da operação.

Atenção contínua às normas é essencial para assegurar instalações seguras e conformes às exigências legais futuras. O posicionamento final da LigaBom, em articulação com os Corpos de Bombeiros estaduais, será determinante para orientar os próximos passos do setor e poderá trazer maior uniformidade e previsibilidade às exigências relacionadas à recarga de veículos elétricos em edificações.

Referências

[1] Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo: Portaria nº CCB-001/800/2024. “Ocupações com estações de recarga para veículos elétricos”. Disponível em: https://www. imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/ edicao/20240405EXEC1SUP.pdf

[2] Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE): Nota Técnica sobre carregadores em subsolos. Disponível em: https://www.crea-se.org.br/wp-content/ uploads/2025/06/NOTA_TECNICA_ CARRO_ELETRICO_-_ESTRUTURA_01_ assinado_assinado.pdf

[3] Corpo de Bombeiros do Estado do Amazonas: Norma técnica sobre recarga de veículos elétricos. Disponível em: https://sisgat.cbm. am.gov.br/legislacaos/download/182

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.

Usinas MMGD de investimento –É bom negócio? ( parte 4 )

“ A análise nanceira responde, com clareza, à pergunta de se vale a pena investir na usina solar, dadas as condições atuais e futuras ”

Nas edições anteriores, vimos como levantar os principais dados para uma análise econômico-financeira de uma usina. Agora iremos fazer dois cenários:

• Cenário A: usina de 75 kW, de autoprodução remota, com o investimento sendo realizado pelo beneficiário da energia; e

• Cenário B: usina de 75 kW, de autoprodução remota, com o investimento sendo realizado por um investidor que deseja alugar a usina.

Resumo dos valores:

• Custo de construção (sem o terreno): 100 kWp x R$ 3,00/wp = R$ 300.000,00;

• Geração média de energia no primeiro ano: 120 kWh/kWp x 100 kWp = 12 000,00 kWh/mês → 144 000 kWh/ano;

• Tarifa com impostos Light no grupo B: R$ 1146,70/MWh → R$ 11 670/kWh;

• Não compensação do fio B em 2026: R$ 126,23/MWh;

• Não compensação do fio B em 2027: R$ 157,79/MWh;

• Não compensação do fio B em 2028: R$ 189,34/MWh;

• Não compensação do fio B em 2029: R$ 189,34/MWh;

• Não compensação do fio B após 2030*: R$ 189,34/MWh.

* Ainda não está definido como será o regime de compensação após período de transição. Para efeitos dessa coluna, pressupomos que não mudará.

Itens importantes

Para que possamos fazer os cálculos, precisamos estimar certas condições/valores. Esses valores irão influenciar e muito os resultados.

Decréscimo na geração de energia –Os módulos fotovoltaicos ao longo do tempo terão uma curva de decaimento na produção de energia, em função de sua degradação natural. A princípio, todos os módulos têm garantia de gerar pelo menos 80% da energia após 25 anos. Muitos fabricantes vão ter degradações menores do que essa, mas para critério de análise devemos usar o princípio do conservadorismo.

Dessa forma, podemos considerar que os módulos terão uma redução de geração de energia de 0,8% ao ano.

Inflação energética – Sabemos que a tarifa de energia aumentará nos próximos anos. Mas quanto? Quanto maior for o aumento da energia, maior será a economia do cliente e com isso maior o retorno financeiro. Mas não podemos ter certeza de quanto será esse valor.

Alguns profissionais buscam informações especializadas de consultorias, mas elas são caras para o pequeno integrador. Uma outra opção seria olhar os dados históricos desses aumentos. Consultando várias fontes e utilizando cálculos compostos, os aumentos médios para o consumidor residencial foram entre 7 e 8% a.a. Em alguns períodos como 2015-2021 esse aumento foi de 16,3% a.a. (dados da Abraceel).

Ou seja, determinar esse número futuro é algo complexo.

Para nosso estudo, entendo que considerar uma inflação energética de 7,5% a.a. é razoável.

Custo do imóvel – Um item importante é o custo de locação e taxas do imóvel. Mesmo que o imóvel seja próprio, deveria ser considerado um valor de aluguel na análise. Uma usina de 100 kWp precisará de cerca de 1000/1200 m2 e o terreno escolhido não pode ter um valor imobiliário alto.

Em terrenos que têm valor para outras atividades produtivas, estas costumam pagar mais pela locação, inviabilizando o uso para usinas solares.

Iremos considerar um valor de locação + taxas de R$ 800,00/mês.

Custos de Opex – A fim e facilitar nossos cálculos, vou determinar o valor anual de Opex de cerca de 3% do valor de Capex. Para usinas de minigeração esses valores estão muito altos, mas para as de microgeração estão aceitáveis em um primeiro momento.

Mas não esqueça de calcular os seus números.

Vamos à análise financeira

O que é uma análise financeira de investimentos em um projeto? Quando falamos nisso, não estamos apenas olhando números. Estamos avaliando a viabilidade econômica de uma decisão que vai impactar um negócio por décadas. A análise financeira é o processo que responde, com clareza técnica, à seguinte pergunta: vale a pena investir nisso (em nosso caso, uma usina solar), dadas as condições atuais e futuras?

Atentem que qualquer investidor tem uma série de opções de investimentos e é necessário que tenha uma forma quantitativa de fazer uma escolha (comparação) racional. Com isso, cada individuo ou empresa, em função de sua realidade, disponibilidade de recursos e visão de futuro, toma suas decisões.

Mas quais são os princípios básicos da análise financeira?

Para tomar uma decisão segura, usamos alguns pilares clássicos da engenharia econômica. Esses pilares são simples mas poderosos, e evitam que o projeto “pareça bom” apenas no papel:

1. Valor do dinheiro no tempo – Um real hoje vale mais do que um real no futuro. Isso ocorre por causa da inflação, do custo de oportunidade e dos riscos

Se um real hoje vale mais que um real amanhã, como eu posso somar esses valores?

Na verdade, não posso. Apenas podemos somar valores se eles estiverem no mesmo tempo. Dessa forma, precisamos transformar valores futuros em valores atuais. A essa transformação, chamamos de trazer o dinheiro a valor presente.

E quanto vale então o investimento?

2. Fluxo de caixa – É o coração da análise. No fluxo de caixa nós projetamos todas as receitas e despesas ao longo do período previsto do projeto/empreendimento (investimento inicial, manutenção, seguros, reposições, impostos, etc.). A diferença entre entradas e saídas define o desempenho financeiro do projeto ao longo do tempo. Essa diferença mês a mês é o fluxo de caixa Se trouxermos todos os valores a valor presente e somarmos, teremos o fluxo de caixa descontado.

3. Horizonte de análise – Quanto maior o prazo de análise, maior o retorno financeiro. Se o investimento é do próprio usuário da energia, utilizar 25 anos como prazo do projeto é bastante razoável. Para usinas de locação, particularmente prefiro iniciar as análises para os horizontes de 10, 15,

20 e 25 anos, em função dos riscos regulatórios envolvidos. Mas isso é uma opinião pessoal.

4. Custo de capital – É o “preço do dinheiro”, a taxa mínima de retorno que um investimento precisa gerar para valer a pena para o investidor.

Todo capital tem um custo. Mesmo que o dinheiro saia do seu bolso ou do da empresa, ele poderia estar rendendo em outra aplicação. Esse “rendimento alternativo perdido” é o que chamamos de custo de oportunidade — e é a base do custo de capital. Uma observação importante é que o valer a pena difere de pessoa para pessoa. Se o projeto/investimento render menos do que o custo de capital, ele destrói valor em vez de criar.

5. Indicadores econômicos – Os principais indicadores que usamos (ou que o investidor utiliza) para tomada de decisão são:

• VPL (valor presente líquido): esse número expressa o quanto o projeto gera de valor hoje, descontando o custo do capital. Ou seja, VPL negativo significa que, da ótica do investidor, ele destrói valor e não cria.

• TIR (taxa interna de retorno): mostra o rendimento percentual do investimento. Nesse caso, buscamos calcular o valor % que faz com que o VPL seja zero, ou seja, o investimento não cria nem destrói valor ao longo do tempo. É bastante utilizado como análise inicial ou quando não sabemos qual o custo de capital dos possíveis investidores.

• Payback (tempo de retorno): em quanto tempo o projeto “se paga”. O payback pode ser simples ou composto. O payback simples não considera a perda de valor do dinheiro no tempo, e está tecnicamente errado. Serve para análises de prazo curto (menor do que um ano) ou para análises muito prévias. Para investimentos em energia, utilizamos também o LCOE.

• LCOE (levelized cost of energy): custo médio por kWh gerado ao longo da vida útil da usina. Ele responde a uma pergunta direta: “Quanto custa, em

média, gerar cada kWh de energia, considerando todos os custos do projeto?”. É como se você pegasse todos os gastos (investimento, operação, manutenção, seguros, reposições, etc.) e os dividisse pela energia total gerada durante a vida útil do sistema mas levando em conta o valor do dinheiro no tempo. O LCOE é importante porque permite comparar de forma justa diferentes fontes de energia: solar, eólica, térmica, hidrelétrica... No caso da energia solar, o LCOE ajuda a responder: Quanto custa gerar 1 kWh com essa usina? Essa geração é mais barata do que comprar da distribuidora? Esse investimento cria valor ou só parece bom no papel? É importante salientar que o LCOE não mostra o fluxo de caixa, então não substitui o VPL ou a TIR.

6. Cenários e riscos – Projetos reais enfrentam incertezas: variações na tarifa, mudanças regulatórias, falhas técnicas, inflação. Por isso, é necessário simular cenários (otimista, realista e pessimista), fazer análises de sensibilidade e entender qual é o risco de retorno abaixo do esperado. Isso é importante porque estamos falando de capital investido, tempo de retorno e reputação técnica. Uma boa análise financeira protege o cliente de decisões ruins e posiciona você como um profissional confiável e estratégico. Não se trata apenas de fazer conta — trata-se de traduzir o comportamento de um sistema técnico em um resultado econômico claro.

Por hoje é só. Até a próxima edição.

* Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”.

Produtos

Microinversor

A Sungrow do Brasil desenvolveu o microinversor S2000S-SA, especialmente para o mercado brasileiro. O equipamento conta com quatro MPPTs independentes, permitindo que cada módulo opere de forma individual.

Segundo a empresa, isso reduz perdas em instalações com sombreamento parcial, sujeira localizada ou diferentes inclinações. Além disso, o microinversor foi desenvolvido para ambientes de alta temperatura e possui um dissipador em liga de alumínio com área de troca térmica duas vezes maior que a média do mercado, mantendo a potência nominal mesmo a 45 °C, afirma a Sungrow. O sistema trabalha com tensões abaixo de 60 V, não sustenta arcos elétricos em série e cumpre requisitos de desligamento rápido (RSD). Possui grau de proteção IP67 e anticorrosão C5, podendo ser instalado em ambientes de alta salinidade, além de tecnologia WiFi e uma antena blindada, o que, de acordo com a companhia, oferece alcance estendido do ponto de acesso e estabilidade de sinal até 2,5 vezes maior que soluções similares. https://br.sungrowpower.com

Módulo fotovoltaico

zipadas e termoacústicas. Entre outras características, a companhia destaca: instalação em menos de 3 minutos por módulo; acabamento sem estruturas aparentes; resistência a ventos fortes, granizo e calor extremo; e compatibilidade com projetos com critérios ESG. https://br.goodwe.com

Microinversor

A Goodwe fornece o Galaxy 335 W, da linha BIPV GoodWe, indicado para projetos industriais e comerciais. O módulo solar conta com 5,6 kg/m2, eliminando, de acordo com a empresa, a necessidade de reforço estrutural. Pode ser instalado sem perfuração, oferecendo, segundo a Goodwe, estanqueidade da cobertura, podendo ser aplicado em telhas metálicas,

A Fotus oferece no mercado nacional o microinversor Deye SUN-M225G4EU-Q0-I, que conta com quatro MPPTs independentes e suporte a módulos de até 790 W. O equipamento possui corrente de entrada de 18 A por MPPT, potência de saída de 2250 W e garantia de 15 anos. Conta com monitoramento via Wi-Fi integrado e proteção IP67 (resistente à água e poeira). Opera de -40°C a +65°C com resfriamento natural. De acordo com a empresa, a instalação é fácil e segura. https://fotus.com.br

Armazenamento de energia

O sistema de armazenamento de energia Luna2000 215-2S10, lançado pela Huawei, é voltado para projetos de grande escala em Comércio & Indústria (C&I). A linha conta com modelos de 215 kWh e possui tecnologia de resfriamento híbrido. Tem taxa máxima de ciclos de 0,5 CP, eficiência máxima de ciclo de 91,3% e profundidade de carga e descarga de 0% a 100%. Pesa aproximadamente 2,8 toneladas. A faixa de temperatura de operação vai de -30 °C a 55 °C (com redução de potência acima de 50 °C) e a de armazenamento situa-se entre -35 °C e 60 °C. Conta com exaustão de gás direcional,

respirador de explosão superior e aerossol. A fonte de alimentação auxiliar é de 176 a 264 Vca, monofásica, até 5 kW. Possui porta de comunicação Ethernet/ fibra ótica e protocolo de comunicação Modbus TCP. O grau de proteção é IP55 e a classificação de proteção eletromagnética (CEM) é Classe B. Possui modo de proteção contra falhas de rede, detecção de corrente residual e de resistência de isolamento, proteção contra sobrecorrentes CA e proteção de ligação do cabo AC. https://solar.huawei.com/pt

Controladores

A MTR Solar fornece a linha de controladores ePowerControl, desenvolvida em parceria com a Elum, para usinas solares, microgrids, sistemas híbridos e consumidores do Mercado Livre de Energia (ACL). Os controladores têm a função de gerenciar automaticamente a injeção de energia na rede, garantindo que a exportação ocorra somente nos momentos e volumes autorizados, conforme contratos firmados. Os modelos ePowerControl ES e ES+ são indicados para ambientes industriais de médio porte, com capacidade até 600 kW. A versão ES+ oferece controle inteligente e integração robusta, indicada para usinas híbridas de pequeno porte. As séries SD e SD+ são voltadas à integração entre solar e geradores diesel, com capacidade até 1000 kW, ideais para usinas remotas ou com restrições de injeção. Já as séries ZE 500, 1000, 3000 são compostas por controladores de exportação zero. Por sua vez, os modelos HFS-L, HFS-M, HFS-S são híbridos de alta escala para usinas com múltiplos geradores, com opções modulares, e indicados para operações off-grid ou comunidadesisoladas. Por fim, os controladores Mestre MC-L e Intermediário MC-M, aplicados em usinas completas e microgrids, oferecem suporte a protocolos industriais e desempenho contínuo em operações dinâmicas. www.mtrsolar.com.br

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O integrador solar e o Mercado Livre de Energia no Brasil

“ Mais do que um vendedor de sistemas, o integrador passa a ser um agente de energia, que orienta, representa e viabiliza a participação ativa do consumidor na transição energética”

Ocenário energético brasileiro está em profunda transformação. Com a abertura do Mercado Livre de Energia (ACL) prevista para todos os consumidores a partir de dezembro de 2026, abre-se uma janela de oportunidades para a descentralização e descarbonização da matriz elétrica. Nesse contexto, o integrador solar, tradicionalmente focado em sistemas fotovoltaicos conectados à rede, assume um novo protagonismo. Mais do que instalar painéis, passa a ser vetor da transição energética, conectando o consumidor final às oportunidades do ambiente livre.

O integrador solar, com sua estrutura comercial já consolidada em diversos mercados regionais, pode oferecer ao cliente final uma solução completa: desde o dimensionamento do sistema fotovoltaico até o apoio à migração para o ACL, passando pela análise de viabilidade de autoprodução, gestão da energia e interface com comercializadoras. Seu diferencial competitivo está na proximidade com o consumidor, na capilaridade de atuação e na capacidade de integrar soluções técnicas, regulatórias e financeiras em uma única proposta.

Essa confluência entre energia solar e mercado livre abre novas frentes estratégicas:

• Ampliação do portfólio de serviços: o integrador pode prestar consultoria para migração ao ACL, instalação de baterias, gestão de contratos e monitoramento de performance energética;

• Viabilização de autoprodução: com projetos acima de 500 kW, é possível

estruturar plantas solares para consumo remoto ou consórcio, respeitando as regras da Resolução Normativa Aneel nº 1.038/2022;

• Apoio na comercialização de excedentes: especialmente para clientes com geração superior ao seu consumo mensal;

• Parcerias estruturadas com comercializadoras: atuando como canal de originação, representante em modelos white label (terceirização com marca do integrador) ou agregador de cargas;

• Captação de projetos de maior porte: para atendimento a consumidores livres de médio porte, especialmente nos setores industrial, agropecuário e comercial. No entanto, esse salto de complexidade traz desafios. A migração para o ACL exige conhecimento detalhado das regras da CCEE, contratos de uso do sistema de distribuição (CUSD), garantias financeiras e gestão de exposição ao PLD. O integrador que desejar operar nesse novo ambiente precisará investir em qualificação técnica, apoio jurídico-regulatório e sistemas de automação. Parcerias com comercializadoras e consultorias regulatórias podem ser caminhos eficazes para acelerar essa curva de aprendizagem. Dados da CCEE indicam que mais de 76 mil unidades consumidoras já migraram para o Mercado Livre de Energia até 2025, superando as projeções anteriores para toda a década. Esse movimento tem sido impulsionado por pequenas e médias empresas, que passaram a ver no Ambiente Livre uma alternativa mais econômica e flexível. Estudos de entidades como CNI, Abraceel e a própria

CCEE apontam que os consumidores que migraram vêm obtendo economias médias entre 15% e 20%, podendo ultrapassar 30% em casos específicos, dependendo do perfil de consumo, da estratégia contratual e da região atendida. Em paralelo, o Brasil ultrapassou 53 GW de capacidade solar instalada, o que representa cerca de 22% da matriz elétrica, tornando a fonte uma das protagonistas da geração de energia elétrica nacional. Aproveitar essa convergência exige uma atuação articulada, que compreenda as nuances do Ambiente Regulado e as oportunidades do Ambiente Livre.

É nesse ponto que a função do integrador ganha ainda mais relevância. Ele pode se tornar o elo entre o consumidor e a complexidade do setor elétrico, traduzindo em soluções acessíveis aquilo que, muitas vezes, parece técnico ou distante. Mais do que um vendedor de sistemas, o integrador passa a ser um agente de energia, que orienta, representa e viabiliza a participação ativa do consumidor na transição energética.

O caminho, no entanto, exige cuidado. A regulação do Mercado Livre ainda está em construção para o novo perfil de consumidores. Consultas públicas recentes do Ministério de Minas e Energia e da Aneel sinalizam mudanças nos critérios de acesso a descontos em tarifas de fio, mecanismos de modulação da demanda e novos padrões de medição. Manter-se atualizado e participar ativamente desses debates será determinante para o posicionamento competitivo dos integradores.

* Marcelo Gregol e João Bortotti são sócios na Dínamo Energia; Carlos Dornellas é diretor da Alma Solar Energia.
Marcelo Gregol, João Bortotti e Carlos Dornellas*

No Brasil

The smarter E – O The smarter E South America2025 acontecerá de 26 a 28 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South AmericaFeira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere.com.br.

FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instalações elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https:// www.fiee.com.br.

Energias renováveis – Entre os dias 23 e 25 de setembro, Belém, PA, sediará a Semana Internacional das Energias Renováveis, Sustentabilidade e Meio Ambiente. O encontro visa debater o futuro energético, climático e ambiental da Amazônia, reunindo especialistas, empresas, autoridades e representantes da sociedade civil. Contará com painéis técnicos, fóruns temáticos, networking, exposições e debates voltados à transição energética e ao desenvolvimento sustentável da região Norte. A abertura, no dia 23 de setembro, será marcada pela realização do 3º Fórum Carbono Neutro. Nos dias 24 e 25, acontecerá o 29° Fórum GD Norte, que abordará temas como energia solar,

armazenamento, financiamento, baterias, políticas públicas e inovação tecnológica. O evento é promovido pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, com apoio da Fecomércio-PA e instituições públicas e privadas. Inscrições: www.forumcarbo noneutro.com.br; www.forumamazonia. com.br e www.forumgdnorte.com.br.

Líderes ambientais – A 16ª edição do Lase – Líderes Ambientais no Setor de Energia acontecerá em São Paulo, no WTC Events Center, nos dias 29 e 30 de setembro e 01 de outubro. O evento espera reunir líderes e investidores do setor energético para apresentar os aspectos sociais e ambientais de seus projetos a acionistas, governos e demais partes interessadas. O evento visa promover debates estratégicos sobre a pauta ambiental, envolvendo a liderança das empresas e toda a cadeia de fornecedores de produtos e serviços de sustentabilidade e ambiental. Inscrições: https://viex-americas.com/ eventos/lase/lase-2025/#inscrevase

Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando, entre outros temas, solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www.intersolar-summit-brasil. com/sul.

SWC – De 4 a 7 de novembro, a ISESInternational Solar Energy Society vai realizar o SWC 2025 - Solar World Congress, em Fortaleza, CE. O congresso será organizado em conjunto com a Abens - Associação Brasileira de Energia Solar, seção da ISES no Brasil. O programa abordará tecnologias e aplicações inovadoras de células fotovoltaicas; integração de rede; modelagem de sistemas, inteligência artificial, digitalização; teste, certificação e monitoramento; economia circular e reciclagem; eventos climáticos extremos e efeitos das mudanças climáticas; etc. Informações em https://www.

abens.org.br/news-abens/ises-solarworld-congress-2025/5.

Mobilidade elétrica – O Simecs - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região vai realizar a Electric Move Brasil - Feira de Veículos, Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis de 6 a 8 de novembro, em Caxias do Sul, RS. O evento deverá reunir soluções em transição e eficiência energética, novas tecnologias e mobilidade elétrica alinhadas ao propósito da descarbonização. A feira, que pretende atrair empresas dedicadas à eletrificação no Brasil, vai incluir conteúdos sobre o tema e espaços de negócios, entre outras atividades. Informações: https://simecs.com.br.

Cursos

Gestão em energias renováveis – A AHK Rio oferece o curso de Gestão em Energias Renováveis (GENRE), que tem o objetivo de formar profissionais com visão ampla em geração de energias renováveis no Brasil, com ênfase nas tecnologias solar, eólica, biomassa e outras. O conteúdo é desenvolvido a partir da expertise alemã e adaptado à realidade brasileira por especialistas da Coppe/UFRJ. Composto de módulos gerenciais e técnicos, o curso é oferecido em formato online e combina conteúdos assíncrono (12 blocos de aulas + 12 quizzes de fixação; 24h de aulas com especialistas e exercícios práticos); e síncrono (2 horas de encontro ao vivo após cada bloco da disciplina; aulas quinzenais, workshops e palestras). Os blocos abordam temas como: Fundamentos da energia; Mercado de energia elétrica; Gestão de projetos e rentabilidade; Gestão energética e ISO 50.001; Mudança de clima e comércio de emissões; Programa de Eficiência Energética da Aneel (PEE); Energia solar; Energia eólica; Biomassa e biogás; Outras energias renováveis; Geração distribuída e smart grid; e Microrredes elétricas.

Mais informações: https://brasilien. rio.ahk.de/pt/cursos/genre?utm_ campaign=genre_0205&utm_medium= email&utm_source=RD+Station.

Armazenamento de energia – A multinacional SolaX Power vai promover ao longo de 2025 roadshows por diversas regiões brasileiras. O intuito é oferecer aos integradores solares conhecimento acerca do mercado e das principais inovações tecnológicas de sistemas híbridos de energia solar. As próximas edições do evento serão realizadas nas seguintes datas e locais: Teresina (15/9); Belém (17/9); Manaus (19/9); Cuiabá (20/10); Campo Grande (22/10); São José do Rio Preto (24/10); Vitória (10/11); Rio de Janeiro (12/11); São Paulo (14/11); e Fortaleza (10/12). Informações: https://kb.solaxpower.com.

Comissionamento – O treinamento MiniGD - Comissionamento e O&M (1 a 5 MW), oferecido pela Sungrow, destaca a importância da operação e manutenção (O&M) eficiente das usinas fotovoltaicas para maximizar o desempenho e a durabilidade dos sistemas de energia solar. Conta com módulos teóricos e práticos e aborda assuntos desde a instalação e comissionamento da usina, destacando as práticas e testes necessários além de documentações e questões normativas, até as atividades de O&M, passando por monitoramento, integrações do sistema Sungrow com medidores de energia e estações solarimétricas, e ainda manutenção preventiva e solução de problemas. Os cursos podem ser realizados tanto nas instalações do cliente quanto no Service Center da empresa, localizado em Osasco, SP. Informações pelo telefone: (11) 98821-9545.

Fundamentos de energia FV – O Canal Solar oferece o curso EAD Fundamentos de energia fotovoltaica, que aborda noções básicas sobre funcionamento dos painéis solares; conversão de luz solar em eletricidade; benefícios da energia solar e sua atuação na

redução da conta de luz; dicas sobre identificação do potencial solar da região; dimensionamento de sistemas; tendências do mercado; e oportunidades de carreira na indústria fotovoltaica. O treinamento é ministrado por Bruno Kikumoto, engenheiro eletricista pela Udesc - Universidade Estadual de Santa Catarina, com mestrado em Engenharia Elétrica pela Unicamp - Universidade Estadual de Campinas. A carga horária é de cerca de 17h. Mais informações em https://cursos.canalsolar.com.br.

Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento profissional Energia Solar FotovoltaicaTecnologias e Aplicações, do Senai SP, com carga horária de 24 horas, visa desenvolver competências para a avaliação da viabilidade técnica e financeira da implementação de sistemas de energia solar fotovoltaicos, diagnosticando fatores de consumo de energia, identificando tecnologias e equipamentos, e propondo soluções de acordo com normas e determinações dos órgãos regulamentadores. Inscrições em www.sp.senai.br/curso/ energia-solar-fotovoltaica-tecnologias-eaplicacoes/89542

Gratuitos - tecnologias, instalação –

A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, oferece uma série de treinamentos gratuitos online sobre energia solar, com temas como aplicação técnica e comercial para sistemas FV, tecnologias e boas práticas de instalação. Os próximos treinamentos previstos são: Aterramento em sistemas fotovoltaicos (9/9); Linha de produtos Elgin (7/10); Inversores fotovoltaicos (11/11); e Simulação de sombreamento utilizando PVsyst e Sketchup (9/12). Visite https://loja.elgin.com. br/energia-solar/cursos-e-treinamentos-de-energia-solar

No exterior

Transição energética – Com expectativa de atrair mais de 12 mil visitantes e 350 expositores, a Enlit Asia vai aconte-

cer de 9 a 11 de setembro, em Bangkok, Tailândia, reunindo representantes de toda a cadeia elétrica da região. O evento é referência no setor de energia do Sudeste Asiático e se destaca por integrar temas como geração, transmissão, distribuição, redes inteligentes e engajamento do consumidor. A programação contempla soluções que vão da energia convencional às fontes renováveis e emergentes, incluindo solar, armazenamento, hidrogênio, nuclear e tecnologias de captura e armazenamento de carbono. Mais informações em www.enlit-asia.com.

Semana da Energia – A Olade - Organização Latino-americana de Energia, em parceria com o Ministério de Energia do Chile, a Universidade Santo Tomás, a Cidere Coquimbo e a ISA Energía, vai realizar o evento acadêmico Conectando mentes, energizando o futuro, que ocorre em 26 de setembro, em La Serena, Chile, durante a X Semana de la Energía. Voltado à comunidade acadêmica, profissionais e estudantes da América Latina e do Caribe, o encontro busca fomentar a colaboração entre governos, empresas e universidades em temas estratégicos como energias renováveis, transições energéticas, gênero e adaptação climática. Mais informações: enerlac.olade.org.

Sustainable Solar Europe – Abordando a sustentabilidade no setor de energia solar fotovoltaica, a Sustainable Solar Europe 2025 vai acontecer em 3 de dezembro, em Bruxelas. Considerado ponto de encontro de líderes do setor solar e formuladores de políticas da União Europeia, o evento vai discutir o rumo das políticas de sustentabilidade sob a nova agenda do EU Clean Industrial Deal. Entre os temas a serem discutidos estão: evolução das regras de relatórios ESG; regras de Ecodesign para energia solar fotovoltaica; estratégias de aquisição corporativa; panorama regulatório atual sobre licenciamento, proteção da natureza e engajamento comunitário em projetos solares, entre outros. Informações: www.sustainablesolar-europe.com.

Montagem de sistemas FV em terrenos difíceis

O e-paperSolar Investor’s Guide: Mounting on Difficult Ground, publicado pelo portal PV Europe, apresenta soluções específicas para implantação de sistemas fotovoltaicos em locais com restrições topográficas, geotécnicas ou ambientais. Entre os destaques, estão tecnologias voltadas à geração flutuante, que aproveita corpos d’água naturais ou artificiais, e à fotovoltaica agrivoltaica, que integra produção de energia e uso agrícola do solo. O material analisa ainda estruturas adaptadas para solos moles, rochosos ou inclinados, abordando exigências como resistência dinâmica (vento, ondas), proteção anticorrosiva e estabilidade de longo prazo. A publicação aborda: utilização de locais difíceis para fotovoltaicos; energia limpa a partir da água; tecnologia de montagem para agricultores; parques solares:

instalação segura em solo macio; e novos produtos para o mercado de projetos, entre outros assuntos. Para fazer o download do e-paper, os interessados devem acessar o site https://www.pveurope.eu/sig-2025-4mounting e seguir os passos indicados (preenchimento do formulário e validação de e-mail). Dúvidas podem ser sanadas por meio do e-mail mayer@ pveurope.eu.

Concorrência acirrada e queda nos preços O preço médio da energia solar residencial no Brasil caiu 3% no segundo trimestre de 2025, segundo levantamento do Radar, indicador trimestral desenvolvido pela Solfácil, criado para acompanhar a variação de preços no setor. No período, o preço médio nacional por Watt-pico (R$/Wp), unidade que indica o custo da potência instalada, ficou em R$ 2,51. A redução foi observada em quase todas as faixas de potência analisadas. Mesmo com o aumento no preço dos equipamentos,

consequência da nova taxa de exportação sobre painéis solares na China, o custo final da energia solar para o consumidor brasileiro ficou mais baixo, aponta a pesquisa. O principal fator para essa queda foi a redução, por parte dos integradores, das margens de lucro a fim de manter a competitividade. O estudo aponta que, embora o cenário atual seja positivo para consumidores que desejam gerar sua própria energia, ele impõe pressão adicional sobre a rentabilidade das empresas instaladoras. A análise da Solfácil teve como base os pedidos de financiamento para sistemas residenciais realizados entre os meses de abril e junho de 2025. Outro fator que contribuiu para a redução dos preços foi a queda no valor do polissilício, principal matériaprima utilizada na fabricação dos módulos fotovoltaicos, o que ajudou a equilibrar o impacto dos aumentos e a diminuir o valor total dos sistemas. Em relação às regiões do País, o Centro-Oeste manteve-se como a mais barata para geração distribuída, com preço médio de R$ 2,40/Wp. O Nordeste apareceu em seguida,

com média de R$ 2,45/Wp, destacando-se pelo elevado potencial de geração solar. Na região Sul, o valor médio ficou em R$ 2,50/Wp, enquanto o Sudeste registrou alta de 1% no trimestre e fechou com R$ 2,52/Wp. Já o Norte permanece como a região com maior custo, alcançando R$ 2,68/Wp, influenciado principalmente pelos preços praticados no estado do Pará. Segundo o estudo, os preços atuais estão abaixo dos níveis registrados há um ano e o mercado brasileiro continua sendo um dos mais acessíveis do mundo em termos de retorno sobre o investimento, com payback inferior a três anos. O relatório também identificou os estados com menor preço médio para sistemas residenciais. Acre (R$ 2,24/Wp), Alagoas (R$ 2,27/Wp), Amazonas (R$ 2,31/Wp), Goiás (R$ 2,34/Wp), Roraima (R$ 2,36/Wp), Piauí (R$ 2,36/Wp), Pará (R$ 2,37/ Wp), Ceará (R$ 2,40/Wp), Maranhão (R$ 2,42/Wp) e Distrito Federal (R$ 2,43/Wp) aparecem como os dez locais mais vantajosos economicamente para quem deseja investir em energia solar residencial. https://solfacil.com.br

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Geração solar compartilhada: ampliando negócios para integradores

“ A GDC amplia a base de clientes, reduz barreiras de entrada e fortalece o papel do integrador como especialista em energia renovável acessível, legalmente respaldada e digital”

Dentro do pujante mercado de geração própria de energia solar no Brasil, com crescimento exponencial na última década e desa os mais recentes a serem enfrentados, a geração distribuída compartilhada (GDC) tem ganhado cada vez mais protagonismo como opção viável, escalável e digital. Atualmente, segundo dados da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a tecnologia fotovoltaica na geração distribuída como um todo está presente em 5566 municípios e em todos os estados brasileiros, ou seja, mais de 99% das cidades brasileiras já contam com ao menos um sistema solar instalado em telhado, fachada ou pequeno terreno. Vale destacar que mais da metade dos integradores já demonstra interesse em ingressar nesse modelo de GDC, embora muitos já atuem, conforme pesquisa da consultoria Greener. Isso diz muito: há mercado e há demanda. É justamente aí que reside uma grande oportunidade. Atualmente, a modalidade, com seus 2,1 gigawatts (GW) de potência instalada responde por cerca de 5% de toda a geração distribuída solar, que hoje está em 41 GW.

A GDC é um modalidade que resolve alguns obstáculos importantes para quem quer adotar a energia solar

e economizar na conta de luz, como para consumidores que residem em imóveis alugados, que não possuem telhado disponível ou que não pretendem investir em um sistema próprio, por exemplo. Também possui papel relevante na democratização do acesso à geração distribuída renovável, especialmente para consumidores de mais baixa renda, com di culdade de acesso a crédito (baixas garantias nanceiras), além de possuir versatilidade para quem se muda de imóvel, seja ele próprio ou alugado.

A modalidade possui adesão digital, sem visita técnica e sem custo inicial. Essa facilidade não é boa apenas para o cliente e pode impactar positivamente o integrador. A mesma pesquisa da Greener mostra que a taxa média de conversão de vendas chegou a 14,9% no primeiro semestre de 2024 e soluções como a GDC são uma das responsáveis por esse avanço.

Outro ponto importante é a previsibilidade. O integrador pode gerar receita recorrente ao indicar ou gerenciar carteiras de clientes na modalidade. Assim, a operação passa a ser nacional, remota e mais leve. O integrador se posiciona como consultor de energia, elevando sua autoridade e reputação. Esse é um ativo que está se tornando

tão importante quanto a própria margem de lucro.

Com a expectativa de milhares de novas empresas entrando no setor nos próximos anos, diferenciar-se será cada vez mais necessário. A GDC pode ser mais simples do que parece e contribuir neste processo.

A modalidade amplia a base de clientes, reduz barreiras de entrada e fortalece o papel do integrador como um especialista em energia renovável acessível, legalmente respaldada e digital. Isso, em um mercado que cresce rápido e cobra con ança, é estratégico. Quem atua com GDC tem a oportunidade de acelerar sua escalada por meio desta estratégia de posicionamento e de negócios.

Portanto, a GDC con gura-se como um caminho promissor. É simples, rentável, digital e alinhada aos novos per s de consumo e às exigências crescentes de consumidores e do setor. Esta pode ser uma porta de entrada não apenas para crescer, mas liderar uma próxima fase da energia solar no Brasil.

* Magno Palumbo é Gerente da Órigo Canal de Parcerias, Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho da Absolar.

Magno Palumbo, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk*

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