Comunidades de energia
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FotoVolt - Agosto - 2023
Demanda de ponta de consumidores BT versus injeção de energia FV na rede Robbert Claeys , Hakim Azaioud e Jan Desmet, do EELab/Lemcko, Universidade de Ghent - Kortrijk, Bélgica
As comunidades de energia renovável permitirão que os consumidores de baixa tensão participem ativamente do mercado de energia,e vários países estão introduzindo tarifas de uso da rede baseadas em capacidade para consumidores residenciais.O artigo explora a variação dinâmica das demandas agregadas de pico diárias dessas comunidades nos índices de autoconsumo e autossuficiência fotovoltaica.
Artysteyr/Shutterstock
N
a última década, o surgimento de recursos de energia distribuídos (REDs) de pequena escala, como instalações fotovoltaicas (FV) e turbinas eólicas, levou gradualmente os sistemas elétricos a uma operação mais descentralizada, afastando-se do modelo tradicional de geração de energia centralizada de alta potência. Esses recursos distribuídos são considerados tecnologias de baixo carbono e, portanto, desempenham papel importante no “European Green Deal”, o roteiro da União Europeia para um mix de energia neutro em carbono. O papel dos REDs locais foi ainda reafirmado pela formalização das Comunidades de Energia Renovável (CERs) na diretiva europeia 2018/2001, sobre a promoção do uso de energia de fontes renováveis [1]. CERs podem possibilitar a usuários finais individuais participarem ativamente do mercado de energia por meio da troca de energia renovável produzida localmente. Embora as discussões sobre a implementação legal e financeira dessas CERs ainda estejam em andamento em muitos estados membros, o advento das comunidades de energia reacendeu o interesse nas pesquisas sobre as
vantagens da agregação de consumidores de baixa tensão e unidades de produção de pequena escala na rede de distribuição.
Pesquisa relacionada A abordagem tradicional sobre o impacto da agregação concentra-se no pico anual de demanda para dimensionar os ativos de rede capazes de suportar esses picos. A natureza não simultânea das demandas de pico individuais leva a uma demanda de pico agregada menor, o que significa que os ativos
de rede podem ser dimensionados de acordo com a quantidade esperada de consumidores conectados. Várias propriedades foram então introduzidas para estudar e quantificar a simultaneidade das demandas de pico nas redes de distribuição, como a demanda máxima pós-diversidade (DMPD) [2], o fator de coincidência (FC) [3] ou o fator de diversidade (FD) [4]. Embora essas características sejam informativas para fins de planejamento da rede e dimensionamento de ativos, elas têm aplicação limitada para a operação de uma comunidade de