EM Novembro | Dezembro 2023

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Congresso

Sendi debate o papel da distribuição na transição energética

O segmento de distribuição de energia se reuniu em evento realizado no Espírito Santo, sob coordenação da Abradee e tendo a EDP como anfitriã, para discutir os desafios, oportunidades e os novos modelos de negócios impulsionados pelas mudanças em curso no setor elétrico, como a evolução da geração distribuída, abertura do mercado livre, empoderamento do consumidor, novas tecnologias, etc. Veja aqui alguns dos assuntos debatidos.

Redação de EM

C

om mais de 89 milhões de unidades consumidoras atendidas e investimentos superiores a R$ 31 bilhões em 2022, a distribuição, serviço público com maior abrangência no Brasil, passa por um período de transformações intensas, impulsionadas principalmente pelo crescimento exponencial da geração distribuída e pela progressiva abertura do mercado livre. Essas mudanças, entre outras, estão redefinindo o papel das distribuidoras e sua interação com o planejamento do sistema, bem como operação e manutenção da rede. Tais questões foram debatidas durante a 24a edição do Sendi - Se-

minário Nacional de Distribuição de Energia, realizado em Vitória, ES, em novembro. Considerado o maior evento de distribuição da América Latina, o Sendi reuniu 3,5 mil participantes e contou com a apresentação de mais de 220 trabalhos técnicos e exposição com 150 empresas, além de 39 palestras com especialistas renomados.

em transações físicas e virtuais. Ele destaca que a alta penetração desses recursos exige uma mudança de paradigma, onde as distribuidoras não apenas garantam a disponibilidade da rede, mas também desempenhem uma função de operador do sistema de distribuição. Falco ressalta a importância de discutir modelos e a nova governança da interação das distribuidoras com o ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico, especialmente em um contexto de uso da flexibilidade proveniente dos recursos energéticos distribuídos.

De acordo com Roberto Falco, diretor associado da Accenture e um dos painelistas do Sendi, os recursos energéticos distribuídos estão criando um ecossistema complexo, com novos processos, novos agentes e maior complexidade Vítor Machado

Diante do aumento exponencial da geração distribuída – sobretudo da fonte solar, que de 2017 a 2023 registrou crescimento médio de 114% ao ano –, a questão da interação com a rede tornou-se prioritária no setor elétrico. Luiz Henrique, vice-presidente de distribuição da CPFL Energia, enfatiza a importância de todos os consumidores contribuírem para a infraestrutura de distribuição e transmissão de energia, pois acredita que a geração distribuída é vantajosa devido à existência da rede elétrica, que atua como uma “bateria nacional”, otimizando a geração e enfrentando a intermitência das renováveis. De acordo com Tatiane Pestana, gerente executiva do ONS, a “corrida do ouro” da geração distribuída, impulsionada pela publicação da Lei 14300, provocou uma série de impactos na distribuição de energia, tanto do ponto de vista ta-


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