EQUIPAMENTOS
Limite de queda de tensão na partida de motores BT: análise dos requisitos normativos Edson Bittar Henriques, da EBH Engenharia Elétrica
a
o contrário da ABNT, algumas normas estrangeiras e internacionais não prescrevem limites aplicáveis à condição de partida de motores de baixa tensão. Existem guias técnicos (por exemplo, o IEEE Std 399-1997 [1], ver tabela I) que indicam alguns valores limite de perturbações, aceitáveis para certas linhas de equipamentos de utilização, que servem de refe-
rência e orientação para análises, embora não sejam prescrições normalizadas. De fato, nem as normas americanas, nem a IEC, prescrevem limites para a queda de tensão na partida de motores – exceto para motores de bombas de incêndio. No Brasil têm sido constatados problemas nos critérios e considerações de projetos industriais sobre este tema, considerado polêmico.
A queda de tensão numa rede elétrica durante a partida de motores é matéria bastante conhecida e tratada com frequência na literatura técnica. No entanto, sob o aspecto da normalização não há uma diretriz uniforme, o que dá margem a interpretações nem sempre corretas ou adequadas. Este artigo analisa e compara as normas pertinentes da ABNT, IEC e IEEE, e apresenta sugestões para uma possível revisão da NBR 5410.
Em geral, alguns seguem as normas ABNT, outros seguem as orientações do IEEE, e outros, ainda, adotam critérios de projeto específicos para determinada aplicação – mas nem sempre os requisitos se encaixam. Na sequência é apresentada uma análise e um parecer resumido sobre este assunto, com comentários visando contribuir com melhorias para as respectivas prescrições da norma ABNT NBR 5410 [2]. Prescrições normalizadas
1. Para o(s) motor(es) que parte(m) 1.1 A NBR 5410 (seção 6.2.7.1) prescreve que a queda de tensão permitida na partida de um equipamento deve atender sua respectiva norma. 1.2 Considerando-se a norma de motores da ABNT (NBR 17094-1 Máquinas elétricas girantes [3]), pode-se observar que pelo menos 10% de queda de tensão na partida nos terminais do motor é aceitável. Mas não há, a rigor, um limite normalizado de queda de tensão máxima durante a partida; o senso comum é que, mesmo com a queda de tensão, ainda reste torque suficiente para o motor acelerar a carga num tempo adequa34
EM MARÇO/ABRIL, 2021