EM - Julho | Agosto - 2021

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MODERNIZAÇÃO

Retrofit do sistema de aterramento de um complexo eólico Paulo Edmundo da Fonseca Freire, da Paiol Engenharia; Camila Schweig, da Geoanalisys; Jorge Luis Porsani, da USP; Berthold Kriegshäuser e Patricia de Lugão, da Strataimage; e Neimar Rodrigo Alves da Silva e Jonas Zanelatto Minatto, da Energimp

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ste artigo aborda o retrofit do sistema de aterramento do complexo eólico Bom Jardim da Serra. Trata-se de um trabalho multidisciplinar que aplica conhecimentos de engenharia elétrica e de geofísica. O projeto de aterramento típico é baseado em modelos geoelétricos rasos, de dupla camada, desenvolvidos a partir de sondagens Wenner, com abertu-

ras de eletrodos limitadas a cerca de 100 m e sem a correção dos desvios galvânicos que afetam este tipo de sondagem geofísica. Neste projeto, foi construído um modelo geoelétrico 1D profundo, com base nos dados adquiridos por uma campanha geofísica que incluiu 22 conjuntos de sondagens rasas Wenner e profundas AMT (audiomagnetotelúricas). A campanha de Cortesia do fotógrado Ricardo Botelho

Vista parcial do Complexo Eólico Bom Jardim da Serra

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EM JULHO/AGOSTO, 2021

Este artigo relata os estudos realizados para avaliar o desempenho do sistema de aterramento do Complexo Eólico Bom Jardim da Serra. A avaliação compreendeu uma campanha de sondagens geofísicas e de medições de impedâncias de aterramento de bases de torres. Foi construído um modelo de solo médio, considerado representativo de toda a área, que foi utilizado para simulações do desempenho do aterramento das torres de aerogeradores. campo também mediu a impedância de aterramento de 22 torres, com um terrômetro de alta frequência (25 kHz). O modelo geoelétrico 1D médio dos quatro parques do complexo eólico, construído a partir do processamento dos dados geofísicos medidos, é compatível com a estrutura geológica esperada da borda dos cânions, constituído por um espesso pacote vulcânico sobreposto a uma camada de sedimentos pré-vulcânicos e de baixa resistividade. Apesar deste embasamento basáltico que domina toda a área, as resistividades calculadas são mais baixas do que as esperadas, indicando fraturas e saturação com água de basaltos. As simulações do sistema de aterramento do parque eólico utilizando os modelos geoelétricos 1D proporcionaram boa reprodução da impedância média medida nos aterramentos das torres. Descrição do complexo eólico O Complexo Eólico Bom Jardim da Serra ocupa uma área de cerca de 28 km², compreendendo quatro parques que totalizam 62 aerogeradores. Cada unidade geradora tem potência de 1,5 MW e possui três pás de 30 metros, suportadas por torres de 60 a 100 metros e espaçamento médio de 380 m.


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