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Entrevista

À CONVERSA COM LUÍS CAETANO – PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO SORGILA

Kéramica – Sendo a Sorgila uma empresa familiar, poderia contar-nos um pouco a história da empresa e como iniciou o relacionamento com o sector cerâmico?

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A Sorgila foi constituída sob a forma jurídica de sociedade por quotas a 26 de Fevereiro de 1969, com sede no concelho e distrito de Leiria, e teve num dos seus fundadores o meu pai Luís Padeiro Caetano, todo o empenho, dedicação e sabedoria, valores que transmitiu a mim e ao meu irmão, e que continuam a ser as principais regras basilares que a empresa mantém atualmente. Com o seu falecimento em 1989 e já sob a nossa orientação, a Sorgila passou a sociedade anónima em 1994.

Luís Caetano O relacionamento da Sorgila com o setor cerâmico é fruto do Know How dos seus fundadores, naquele tempo mais focado para fornecimento de argilas para faianças, refratários, pavimentos e revestimentos a uma escala de produção que nada tem a ver com os dias de hoje. Numa perspetiva de maior exigência do mercado cerâmico e do seu crescimento a médio/longo prazo tendo em vista o desenvolvimento de novos produtos, avançámos com a contratação de técnicos ligados ao setor de forma a garantir maior rigor nos métodos de extração e composição de produtos.

Kéramica – Como está a ser vivido, na Sorgila, este período de pandemia que atravessamos? Quais as principais dificuldades sentidas e medidas tomadas? As medidas de apoio do governo têm sido adequadas?

Perante esta situação que atravessamos atualmente, nunca antes vivida em termos económicos e sociais, a Sorgila teve neste exercício duas realidades distintas: no sector cerâmico registámos uma ligeira retração da nossa atividade, consequência da pandemia que vivemos, e nos agregados para a construção civil tivemos um crescimento motivado pela escassez destes produtos no mercado. As dificuldades que sentimos no exercício da nossa atividade não estão diretamente relacionadas com a pandemia que vivemos, mas sim com os processos morosos do sector público em dar resposta àquilo que são as nossas dinâmicas no que diz respeito à nossa atividade operacional. Relativamente aos métodos utilizados para colmatar as dificuldades vividas, entendemos que as moratórias e apoios financeiros e outros como lay-off, a quem teve de recorrer (felizmente não foi o nosso caso), foram adequados.

PRODUÇÃO Kéramica – Até 1994 a Sorgila estava dirigida fundamentalmente para a extracção e comercialização de matérias-primas argilosas. Depois dessa data instalou uma Central de Tratamento, Beneficiação e Loteamento de Argilas (UTLAR). Esta alteração na produção foi um apelo do mercado ou um desejo de expansão da empresa?

Sem dúvida. A atividade da Sorgila até finais de 1994 funcionava, fundamentalmente, como empresa de extração e comercialização de matérias-primas argilosas sem que as mesmas sofressem grandes alterações depois de extraídas. Contudo, atentos às exigências cada vez maiores dos mercados em produtos com maior homogeneidade e qualidade, instalámos na zona da Redinha/Pombal, uma Unidade de Beneficiação e Loteamento de Argilas, abrindo a possibilidade à inclusão de novas matérias-primas, dando assim uma melhor resposta ao mercado que em vez de matéria-prima isolada passámos a comercializar produtos. Como exemplo concreto, fomos a primeira empresa a criar uma pasta preparada para telhas e tijolo de face à vista brancos.

Kéramica – Como caracteriza a produção da Sorgila? Que segmentos de produtos abrangem? Quantos trabalhadores existem na empresa?

A Sorgila, entre 1999 e 2018, instalou e adquiriu cinco centros de produção de areias, britas e caulinos. Desta forma assistiu-se a um alargamento do mercado da empresa a outros segmentos industriais para além da cerâmica, tais como a construção civil e obras públicas e indústria vidreira, assumindo deste modo um papel de liderança no fornecimento de agregados no Centro Norte do país aos principais grupos cimenteiros e firmas de construção, contribuindo positivamente para uma melhor gestão dos recursos minerais ainda existentes e cada vez mais escassos. Atualmente o Universo Sorgila conta com cerca de 150 trabalhadores, repartidos na sua maioria pela área de distribuição dos seus produtos e os restantes pelas diversas unidades de produção. A aposta nestes novos centros de produção surgiu duma estratégia de diversificação da nossa atividade a outros setores interligados, reforçando sinergias existentes tendo em vista a incorporação de novos produtos argilosos para obtenção de pastas cerâmicas, mais vocacionadas para a produção de telhas e tijolos de face à vista com pasta branca, posicionando a Sorgila num patamar de liderança deste segmento de mercado da Cerâmica Estrutural.

Kéramica – A inovação e o ambiente, a flexibilização do mercado, a aposta na reciclagem, a qualificação de quem trabalha na indústria, a indústria 4.0 … como encara estes desafios crescentes no contexto da empresa que atualmente gere?

Nas nossas 5 unidades de produção de areias, as lamas (materiais argilosos essencialmente cauliníticos) são totalmente recuperadas. As lamas são filtro-prensadas e incorporadas em pastas cerâmicas dando origem a uma maior e melhor gestão dos recursos, dando garantias ao setor cerâmico de maior estabilidade no tempo. Todas as águas oriundas deste processo de lavagem são reutilizadas, sem qualquer desperdício, havendo uma preocupação ambiental constante, tendo sempre em mente a importância deste bem comum. A Sorgila não descura também as questões ambientais relacionadas com a recuperação das áreas intervencionadas na extração das massas e depósitos minerais. Assim, para além dos trabalhos que desenvolvemos continuamente com o nosso departamento de Geologia e Ambiente, a Sorgila tem feito parcerias com Laboratórios e Gabinetes externos de forma a realizar diversos estudos tendo em conta o minimizar eventuais impactos ambientais. Temos em desenvolvimento outros projetos, em nosso entender de considerável inovação de forma a tratar produtos considerados resíduos e que através da

sua valorização devidamente testada e comprovada em laboratórios credenciados, nos levariam àquilo que seria o perfeito conceito de Economia Circular. Esta situação, apesar de apregoada, esbarra na legislação atual.

SECTOR Kéramica – As matérias-primas portuguesas sempre tiveram um reconhecimento internacional pela qualidade que lhes é reconhecida. Ainda continua a ser assim? Sente que as matérias-primas portuguesas são uma mais-valia para o sector cerâmico português? Existe muita concorrência de outros mercados no fornecimento de matérias-primas?

Da nossa experiência e do que nos é dado a conhecer pelos nossos clientes, nacionais e internacionais, as matérias-primas portuguesas, especialmente os derivados cauliníticos, encaixam na perfeição com as apresentadas no mercado internacional, trazendo uma mais-valia aos produtos finais. No meu entender a grande mais-valia da indústria cerâmica em Portugal deve-se ao facto de termos matérias-primas nacionais de qualidade, e para já também em quantidade, e próximas dos nossos clientes, comparativamente com outros países, nomeadamente Itália e Espanha. Estes recursos são cada vez mais escassos, e na minha opinião, o estado português devia dar mais atenção à proteção dos mesmos, criando áreas de reserva de forma a tornar a indústria cerâmica competitiva por muitos anos, sem que tenhamos de recorrer à importação.

Kéramica – Recentemente, Bruxelas avançou com a constituição de uma Aliança Europeia de Matérias-Primas que visa diminuir a dependência da China para o fornecimento. Qual a relevância desta iniciativa

Todos nós sabemos que a China foi durante décadas um monstro hibernado que possuía todas as matérias-primas e que na sua revolução industrial veio à Europa adquirir o Know how e todos os equipamentos produzindo pavimentos e revestimentos de dimensões absurdas. Nós, europeus, fornecemos todos os equipamentos de bom grado, até sermos invadidos pelos seus produtos de qualidade mediana a baixos preços provocando danos colaterais à Indústria Europeia. Concordo totalmente com esta iniciativa que só peca por tardia, pois na minha opinião a Europa continua a ser um cérebro com grandes potencialidades mas sem uma estratégia convincente.

Kéramica – O novo plano de acção para as matérias-primas essenciais, apresentado por Bruxelas em Setembro, é benéfico para a indústria extractiva em Portugal?

Para o nosso setor não tem grande impacto, uma vez que o plano de ação pretende analisar os desafios presentes e futuros da indústria extrativa e propõe medidas que visam reduzir a dependência da Europa em relação a países terceiros, de matérias-primas consideradas essenciais. O plano apresenta uma lista de 30 matérias-primas essenciais para o desenvolvimento de “economia verde” que a Europa pretende adotar e na qual não se incluem as matérias-primas que exploramos e beneficiamos. Em todo o caso, consideramos pertinente uma estratégia Nacional por parte do Estado Português, que

valorize e considere as nossas matérias-primas como sendo de elevada importância para o nosso mercado interno e a nossa contribuição favorável para a balança comercial.

Kéramica – Denota o uso de novas tecnologias de extracção e transformação, da substituição e da reciclagem no sector extrativo português?

Na nossa atividade a adoção de novas tecnologias passa, entre outras, pelo uso de equipamentos mais “amigos” do ambiente como é o caso dos equipamentos que operam nas nossas pedreiras. Sabemos que ainda não estamos a 100%, mas estamos consciencializados para o caminho que temos de percorrer. Em relação à transformação, substituição e da reciclagem, todos nós almejamos a propalada economia circular, mas também todos nós temos de ter a consciência dos custos que a mesma ainda acarreta. Existe ainda um trabalho árduo pela frente, mas acreditamos que envolvendo o Estado Português, as empresas ligadas ao sector extrativo, as empresas cerâmicas e o próprio consumidor final, podemos criar as sinergias necessárias para alcançarmos o objetivo de termos uma verdadeira economia circular. Da nossa parte vamos fazendo o nosso trabalho, procurando encontrar mercado para tudo o que exploramos, nomeadamente com o desenvolvimento de novos produtos para diferentes aplicações.

Kéramica – O Estado, a Administração Pública e Local têm sido ágeis nos processos da concessão à exploração de novas explorações?

Infelizmente não. Continuamos a debatermo-nos por uma maior celeridade nos processos de atribuição de novas licenças e continuamos sem ver a luz ao fundo do túnel. Atualmente a legislação que regula, tanto a atividade das massas minerais como a dos depósitos minerais, encontra-se em fase de alteração. Pelo que foi tornado público, as alterações que se avizinham não trazem mecanismos legais que agilizem estes processos de obtenção de novas concessões. A importância da indústria extrativa vai muito além daquilo que é a impressão de que só servimos para escavar o subsolo, desconhecendo-se a verdadeira aplicabilidade dos recursos geológicos, pois na base dos bens mais elementares que utilizamos no dia-a-dia estão produtos oriundos do subsolo, tais como copos de vidro, loiças sanitárias, pavimentos e revestimentos cerâmicos, porcelanas, telhas, tijolos térmicos e face à vista, corantes, tintas, medicamentos, componentes de higiene e beleza, entre outros, bem como o facto de que estes são a base constituinte daquilo que utilizamos em produtos que fazem parte das tarefas mais básicas do dia-a-dia. Salientamos que cada português consome em média 10 toneladas de matérias-primas minerais por ano. Não obstante o supracitado há que considerar que esta atividade representa cerca de 60% da indústria transformadora repartido pelas indústrias da cerâmica, do vidro, e da cimenteira, e por sua vez abastece toda a indústria da construção civil e das obras públicas (estradas, pontes, barragens). Falamos, pois, do aproveitamento de recursos endógenos cuja exploração tem uma mais-valia económica relevante para o país. O Estado Português nesta revisão legislativa não envolveu os empresários ligados aos diferentes sectores de atividade extrativa, o que seria de extrema importância para que os mesmos procurassem enquadrar o legislador para a especificidade de cada atividade. Em nossa

opinião não se deveria “colocar no mesmo saco” toda a atividade extrativa que se desenvolve no nosso país, pois era fundamental pelo menos separar as massas/depósitos minerais de fraca e alta coesão, ajustando a lei para cada uma destas atividades.

Kéramica – Têm notado algum decréscimo de vendas no mercado nacional em virtude da diminuição na produção cerâmica fruto desta época de pandemia? O sector da construção diminuiu nas suas encomendas?

Não fugindo à regra do que a cerâmica sentiu, a Sorgila também sentiu uma diminuição nas vendas para este sector, pelas razões que já mencionámos. Relativamente ao mercado de agregados para a construção civil, a Sorgila teve um crescimento considerável nesta atividade resultante em nosso entender da maior fidelização que criámos junto dos nossos clientes, aliada à forte capacidade operacional (produção e logística) que possuímos atualmente.

INVESTIMENTO e FUTURO Kéramica – Prevê investimentos no futuro no sector? E na sua empresa?

Os investimentos prioritários neste setor terão de passar por mecanismos na prospeção e pesquisa de recursos existentes, elaborando trabalhos de investigação, em que o próprio Estado se baseia para poder criar zonas cativas à exploração de matérias-primas estratégicas, de forma a garantir o futuro deste setor. Recentemente, através da APICER foi criado o núcleo autónomo para a indústria extrativa, importante passo dadas as dificuldades previstas nas futuras legalizações pela indefinição das leis que irá ter um papel importante de apoio às empresas na sua defesa, pelo que será importante a formação de técnicos especializados para o efeito com os custos inerentes aos associados para quando for necessário. Os investimentos da nossa empresa vão concentrar-se na investigação e desenvolvimento de novos produtos, na implementação de processos de melhoria de qualidade, estando sempre atentos a novos equipamentos que nos permitam a redução de impactos ambientais.

Kéramica – Como encara o futuro da indústria extractiva nacional?

Encaramos com preocupação mas focados na procura de soluções. A forma como a indústria extrativa é encarada nos dias de hoje não abona grande futuro à mesma. O Estado Português tem uma importância vital neste processo, devendo ser o principal impulsionador da manutenção de uma indústria extrativa portuguesa competitiva. O mesmo que pretende uma nação respeitadora do meio ambiente e tecnologicamente evoluída, deve ter também como missão e, acima de tudo obrigação, da proteção de um bem público, como são os nossos recursos geológicos. Esta proteção, conforme já referido anteriormente, deverá passar pela criação de instrumentos legais que permitam o aproveitamento dos nossos recursos no futuro de uma forma consciente, tendo sempre em atenção a proteção do meio ambiente e considerando todas as questões sociais e económicas que esta atividade provoca. A consciencialização da opinião pública “verde” da importância da atividade extrativa é outra vertente determinante, e para isso temos contribuido, atuando com maior afinco na proteção do meio ambiente e envolvendo as populações locais, criando laços de confiança entre explorador e população.

Kéramica – Em jeito de despedida, refira um desafio ultrapassado na Sorgila e que o tenha deixado orgulhoso.

Um dos maiores desafios que a Sorgila ultrapassou nos 50 anos de existência foi a crise de 2008/2011 que nos atingiu de uma forma violenta, não só pela redução da nossa atividade e sem alternativas, como também pelo bloqueio dos organismos públicos e entidades financeiras à nossa atividade que era alavancada pela construção civil, mergulhando num futuro incerto. Contrariando toda esta conjuntura conseguimos, através duma estratégia de resiliência, incluindo os nossos parceiros (clientes e fornecedores), que acreditando em nós ajudaram-nos a ultrapassar todas estas dificuldades, fazendo com que atingíssemos uma posição de liderança, dando-nos a estabilidade e sustentabilidade necessária que hoje nos permite olhar para o futuro com otimismo e confiança. Para terminar quero salientar que conseguimos em 2020 uma situação estatutária que me coloca a mim e ao meu irmão, Jorge Caetano, como únicos sócios da Sorgila, posição que orgulhosamente dedicamos à memória do nosso pai, o maior herói das nossas vidas.

NOVIDADES DAS EMPRESAS CERÂMICAS PORTUGUESAS

por Albertina Sequeira, Diretora-Geral da Apicer

SAINT-GOBAIN WEBER ASSINALA 30 ANOS DE ACTIVIDADE EM PORTUGAL

Em 2020 a Saint Gobain weber assinala 30 anos de presença no mercado português. Um percurso pautado pelo que o grupo considera “um crescimento sólido e robusto, focado na inovação, que tem vindo a ser consolidado desde a década de 90. Na altura, apenas com 13 colaboradores, erguemos uma organização de referência no sector da construção nacional. Hoje empregamos 150 funcionários e temos uma capacidade de produção instalada superior a 100.000 toneladas anuais”, descreve o grupo. Um crescimento para o qual foram decisivas as diferentes aquisições, de onde se destacam a FIXICOL em Portugal, a aquisição do fundo de comércio da Stickfit e também do Grupo Maxit. Em todos os casos com a preocupação de automatizar a produção e apostar na evolução tecnológica. Os anos 2000 foram pautados pela construção do Centro do Carregado, que está atualmente a ser ampliado para o acolhimento das novas marcas. Um investimento que estará concluído no primeiro trimestre de 2021.

Saint-Gobain 1 Já em 2020, a empresa investiu 1,2 M de euros numa nova linha de produção em Aveiro, de forma a ampliar a oferta e aumentar a produtividade. Ainda durante este ano, é de salientar o desenvolvimento na actividade dos pavimentos com uma nova oferta e conceito de comunicação, bem como a sinergia das marcas Weber, Placo e ISOVER. Outra aposta estratégica é na inovação. Em Aveiro está sediado o Centro de Competências de Argamassas, com foco na Investigação e Desenvolvimento. É a partir de Aveiro que se desenvolvem muitos produtos do universo Saint-Gobain. O Centro de Competências é reconhecido pelo Ministério Francês de Investigação e Desenvolvimento como Centro I&D de referência. Reiterando o seu compromisso com o meio ambiente, a Saint-Gobain Portugal S.A. tem em curso um roadmap de sustentabilidade, com um plano de acção estruturado para 2025, que tem como desígnio tornar a empresa numa entidade com carbono zero em 2050. Este projeto prevê a atuação em várias frentes, nomeadamente através das matérias-primas, produtos e embalagens. Ao nível de EHS (Environment, healthandsafety), a empresa mantém o foco em desenvolver locais de trabalho seguros, respeitando o ambiente e as suas pessoas.

SAINT-GOBAIN INVESTE 1,2 M€ EM NOVA LINHA DE PRODUÇÃO EM AVEIRO

A multinacional francesa Saint-Gobain acaba de concluir o investimento de 1.2 milhão de euros numa nova linha de pastas de produção para a Saint-Gobain Weber, na cidade de Aveiro. O investimento permitirá ampliar a capacidade de produção dos produtos de revestimento de fachadas, assim como dará a possibilidade de produzir novos produtos nas gamas de colagem e pavimentos.

O investimento da Saint-Gobain pretende “dar resposta ao crescimento de vendas experimentado no mercado português”, assim como “reforçar a posição de liderança que a empresa tem na experiência e satisfação do cliente, nas necessidades do mercado, na produtividade e na sustentabilidade, eficiência energética e conforto integral dos edifícios”, explica o Grupo em comunicado. Adicionalmente, o investimento levará a um upgrade da automação dos processos, permitindo um incremento da produtividade. Assim, aumentará substancialmente o volume da torre existente, o que terá impacto na área de produção disponível para a linha.

VIÚVA LAMEGO COLEÇÃO EXCLUSIVA - VIÚVA LAMEGO/ /MANUEL AIRES MATEUS

A Viúva Lamego apresenta a sua mais recente coleção, desenvolvida pelo arquiteto Manuel Aires Mateus, associando-se a um dos mais reputados nomes da arquitetura contemporânea. Manuel Aires Mateus refere: "esta coleção simboliza a relação que tenho com a Viúva Lamego desde há muitos anos. Através da experiência e conhecimento da Viúva Lamego é possível construir este azulejo, trabalhando neste projeto a textura, o brilho, a artesania, assim como aspetos técnicos de resistência, garantia dimensional e estabilidade." Para o desenvolvimento desta coleção, Manuel Aires Mateus procurou a inspiração nas tradições portuguesas. "Associa-se o azulejo, enquanto material tradicional português, a uma memória de um desenho diferente" explica o arquiteto. "Um desenho que encontramos na estereotomia de lajedos de pedras em edifícios clássicos, como as nossas igrejas, onde as pedras são dispostas em linhas contínuas, com diversos comprimentos."

Viúva Lamego / Manuel Aires Mateus

Viúva Lamego / Manuel Aires Mateus

Viúva Lamego / Manuel Aires Mateus

O material escolhido pelo arquitecto foi o grés, pelas suas características técnicas de resistência a temperaturas extremas, como o gelo. Adequado para espaços interiores e exteriores.

Viúva Lamego / Manuel Aires Mateus

VIÚVA LAMEGO UMA COLEÇÃO RELEVANTE

Desafiado a desenvolver uma coleção para a Viúva Lamego, Add Fuel criou 4 peças, cada uma formada por 4 azulejos, no azul tradicional da azulejaria portuguesa em que o desenho, criado pelo artista e pintado à mão pelos artesãos, sobressai através do relevo. A colaboração entre o artista e a Viúva Lamego evidencia, ao mesmo tempo, a modernidade e a herança, salienta a história e a inovação, destaca a técnica e o engenho, e faz sobressair a importância de valorizar diferentes artes para criar algo que procura ser, acima de tudo, relevante. A coleção permite ainda criar um painel personalizado e único, com o tamanho e a combinação de peças pretendidas. Relevante, é uma coleção limitada e está disponível até Setembro de 2021. Contar a história da Viúva Lamego é contar a história da arte do azulejo português. Nascida em 1849 a oficina de olaria no Intendente de António Costa Lamego, veio a converter-se em fábrica, tornando-se num dos edifícios mais icónicos da cidade, de onde saíam azulejos para todo o mundo. Da colaboração habitual dos seus artesãos com artistas plásticos nasceram algumas das mais relevantes obras de arte pública do século XX. Experiente, conhecedora e secular, a ViúvaLamego é também sempre inovadora, artística e relevante. Contar a história de Add Fuel é uma viagem pelo mundo da arte urbana que se cruza com o azulejo. Nascido em 1980, passou dos desenhos no papel para as paredes da rua até abrir o seu atelier em Cascais, tornando-se um dos artistas mais interessantes da sua geração, e a expor em galerias um pouco por todo o globo. Da sua reinvenção do azulejo decorativo nasceram obras que cruzam a linguagem do grafitti e da ilustração e criam novas forma de arte. A sua obra pode apresentar-se em formas, cores e lugares diversos e ser sempre emocional, poética e relevante.