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Editorial

Fico hesitante entre a abordagem ao ano de 2020 que agora termina, ou ao ano de 2021 que vai começar, até porque há conteúdo para comentar sobre os dois. O primeiro por más razões como bem se compreende, apesar do esforço de 2020 para acabar bem e tentar redimir-se da mancha que deixa para a História, já que o aparecimento da vacina contra a pandemia, e o recente acordo sobre o BREXIT, constituem boas tentativas de chegar a um final de ano feliz, depois de dez meses de angústias sociais e económicas que o mundo não esquecerá. Eu por mim não lhe perdoo nem lhe atenuo a pena, numa atitude em que penso estar de acordo com 99,9% da população mundial que vive ansiosa pelas 24h00 do dia 31 de dezembro de 2020, para que dele fique apenas a sua má memória. Quanto ao BREXIT, do mal o menos, mas trata-se de uma mexida que nos deixa suspensos; Quanto à vacina, trata-se de um riquíssimo testemunho dos avanços da ciência, mas a cruzada continua, sem fim à vista! Pelo meio, e para me referir sobretudo “aos da casa” sem esquecer nenhuns outros, fica a resistência dos empresários e dos trabalhadores que mantêm acesa a chama olímpica do futuro em que não deixaram de acreditar. Para 2021, registamos a curiosa coincidência do começo de um novo ano com o tema desta KERAMICA dedicado às matérias-primas, pois é nestas que começa quase tudo o que há a fazer nas indústrias de cerâmica e cristalaria. Inovar no seu uso e na eficiência do seu consumo; pedir mais à tecnologia para melhorar nos processos; trazer à gestão novos compromissos com o ambiente e garantir melhor futuro para todos dentro e fora das empresas, são propostas que exigem audácia e inconformismo, a renovar no dia-a-dia sem desânimo, com a certeza de nunca chegar ao fim. Para além deste quase tudo que há a fazer, fica ainda o quase tudo em que há que pensar, começando ao invés por aquilo a que chamamos resíduos ou subprodutos e a sua reutilização, continuando pela energia e pela sua descarbonização, prosseguindo na melhoria de desempenho dos produtos com novas funcionalidades, e no enriquecimento dos recursos humanos com novas competências, até chegarmos ao ponto de onde anteriormente partimos, que tem a ver com a exploração e uso das matérias-primas. No fundo, trata-se de trazer para o interior das empresas a circularidade entre o fazer e o pensar. Creio bem que com estes ingredientes, se concretizarão melhor os votos que vos deixo de um Feliz Ano de 2021, com Saúde e Alegria. Estas são as nossas metas a procurar no imediato.

Dr. José Luís Sequeira (Presidente da Direção da APICER)

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