Para que vivemos Durante uns dias de férias na minha terra natal, em Metán, no norte de Argentina, tive um encontro com jovens finalistas do 12º ano. São jovens que se preparam para partir para outras cidades, onde iniciarão os estudos universitários texto LUÍS MAURÍCIO foto ANA PAULA
pesar de grandes sonhos em relação ao futuro profissional, são naturais as inquietações dos jovens, meus conterrâneos, envolvidas em dúvidas e incertezas: “Qual o destino do homem?”. A maior parte das perguntas andaram à volta deste tema, que continua a provocar grande interesse, sobretudo entre quem procura a Verdade. Muitos jovens – e não só – pensam que a mesma se constrói sobre as bases da casualidade. Se assim fosse, não valeria a pena sonhar, construir, lutar por uma causa, amar para sempre. Imaginar a vida guiada ou determinada pela fatalidade, seria viver constantemente a questionar-se sobre “o que é que eu espero da vida?”. Para quem acredita em Deus a pergunta segue um caminho oposto e uma cor diferente: “O que é que a vida espera de mim?”. Por outras palavras, FÁTIMA MISSIONÁRIA
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JANEIRO 2012
qual é o sentido da minha existência neste mundo? Qual é a minha missão que tenho de cumprir? É impossível sulcar os caminhos da vida sem responder a estas perguntas básicas. A nossa vida não pode ficar à mercê
da sorte. Nascemos para algo e esse algo tem um nome e um significado.
Vazio existencial
A partir da minha experiência pessoal, adverti os jovens que a procura de res-
Chave para descobrir o A responsabilidade de “saber escolher” é o grande desafio para quem quer descobrir o sentido da sua vida. Homens e mulheres grandes da história provam com a sua vida que nenhuma circunstância, por mais grave que seja, poderá anular totalmente a “oportunidade” de escolher. Há sempre um mínimo de margem de liber-
dade, onde podemos pegar em mãos e controlar as rédeas da nossa vida. Após a dura experiência de prisioneiro num campo de concentração nazi, o grande psicólogo Victor Frankl testemunhou que, com o mínimo de margem de liberdade, o homem pode conservar um vestígio de liberdade espiritual e de independência mental. Essa liberdade