Gestão Hospitalar - Nº3_março_2005

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Pedro Nunes à GH

.

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''Os mé ICOS sao os Pedro Nunes, o recém-eleito Bastonário da Ordem dos Médicos, 1

ec1sores a sau e''

Gestão Hospitalar - O que espera a

pareceres que a OM vai emitir e a sua dispo-

Ordem dos Médicos do futuro Governo?

nibilidade para colaborar. A OM é uma ins-

Pedro Nunes - Que governe bem! Que ouça

tituição do Estado, não é um clube de oposi-

os médicos e não os considere o inimigo nem

cionistas dos governos.

explica à G H as suas

uma estrutura corporativa que só defende os

expectativas face ao novo

seus interesses. Que perceba que são os médi-

G.H. - Os hospitais SA são um modelo a

Governo, como encara

cos o centro do sistema de Saúde, são os deci-

seguir?

a gestão hospitalar, faz

sores em última análise, tudo gira - a nível

P.N. - Se continuar a política boa tudo bem!

macro ou m icro - em volta das decisões que os

Não vejo razão nenhuma para se destruir a

a defesa dos cuidados

médicos tom am . Seria útil que o próximo

cultura empresarial que se criou, não vejo

de ambulatório e aponta

ministro ouvisse a Ordem dos Médicos (OM)

razão nenhuma para se destruir a procura de

os caminhos da Ordem

como representante dos médicos, no sentido de

indicadores, de maio r eficiência, o registo

para o futuro.

saber a sua opinião sobre a m elhor forma de

mais rigoroso de todos os serviços prestados

gerir a saúde. Se se estabelecer essa base de

pelos hospitais, o maior empenho de todas

confiança teremos todo o gosto em colaborar

as chefias no registo e rigor na gestão sem

com o próximo ministro ...

desperdiçar recursos ... É uma cultura que se

Curriculum Vitae Pedro Henriques Nunes Idade - 50 anos >

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa

tinha perdido. G.H. - Como é que a Ordem pode actuar face a uma maioria absoluta?

• P.N. - A OM não é inimiga de ninguém.

"À OM agrada-lhe

Face a maioria absoluta actua como face a

uma maioria absoluta"

uma maioria relativa.

Responsável pela Cadeira de Deontologia Médica da FCML

G.H. - - Não sente as mãos atadas?

G.H. - Concorda com essa evolução?

>

Especialista de Oftalmologia pela OM

P.N . - N ão! Exactamente o cont rário. A

P.N. - Ainda não percebi. A diferença estará

>

Fundador, presidente do Congresso, Membro do Conselho Nacional e do Secretariado do Sindicato Independente dos Médicos

OM não é um jogador do espaço político-

na privatização com maior ou menor facili-

partidário. À OM agrada-lhe que exista uma

dade. Como médico tem de me ser indife-

maioria absoluta, na medida em que assegu-

rente quem é o dono do edifício. O que me

Coordenador do Departamento Internacional da OM

ra estabilidade governativa para o País. Esta-

preocupa - e isso sim é central - quais são as

bilidade que dure para além do ciclo políti-

consequências desse modelo na acessibilida-

Membro da União Europeia de Médicos Especialistas, da Federação Europeia dos Médicos Assalariados, Conferência Europeia das Ordens dos Médicos, Comité Permanente dos Médicos Europeus e do seu Comité de Ética, Deontologia e Códigos Profissionais

co . É preciso p erceber que foi a OM a

de dos cidadãos à saúde. À OM compete o

primeira a falar na necessidade de um Pacto

encargo de melhorar as condições da Saúde,

para a Saúde para assegurar a estabilidade.

melhorando as condições do exercício profis-

Primeiro Vice-presidente do Comité Permanente dos Médicos Europeus

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Bastonário da OM

Esse mito que se criou de que a OM é um

P.N. - Só temo a ignorância. Se o ministro

junto de médicos que se reúnem na OM e

rão o País, e esse Governo e ministro serão

sional dos médicos. Se pelo facto do hospital

antagonista permanente de todos os gover-

estiver surdo às recomendações da OM vai

têm a capacidade de mobilizar para junto do

penalizados nas eleições seguintes.

ser SA ou empresa pública isso fizer com que

nos hoje em dia só pode ser por má-fé.

fazer asneiras. N ão é contratar dois ou três

ministro o saber de todas as áreas da Medici-

O que a OM recomenda é estabilidade na

os médicos não tenham um estímulo para

assessores para estarem no Ministério a dizer

na. Se o Ministério for surdo prescinde dessa

saúde, linhas condutoras que sejam perceptí-

progredirem na sua carreira, para progredi-

G.H. - Não teme que uma maiori a abso-

de sua lavra que permite ao ministro ter

informação e as acções que vai tomar serão

veis, não destruir tudo o que já existe, mas

rem intelectual e tecnicamente, obviamente

luta se torne surda?

conhecimentos de Saúde. Existe é um con-

erradas, que vão sofrer contestação, penaliza-

corrigir algumas coisas, ter em atenção os

que a OM estará contra.


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