Pedro Nunes à GH
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''Os mé ICOS sao os Pedro Nunes, o recém-eleito Bastonário da Ordem dos Médicos, 1
ec1sores a sau e''
Gestão Hospitalar - O que espera a
pareceres que a OM vai emitir e a sua dispo-
Ordem dos Médicos do futuro Governo?
nibilidade para colaborar. A OM é uma ins-
Pedro Nunes - Que governe bem! Que ouça
tituição do Estado, não é um clube de oposi-
os médicos e não os considere o inimigo nem
cionistas dos governos.
explica à G H as suas
uma estrutura corporativa que só defende os
expectativas face ao novo
seus interesses. Que perceba que são os médi-
G.H. - Os hospitais SA são um modelo a
Governo, como encara
cos o centro do sistema de Saúde, são os deci-
seguir?
a gestão hospitalar, faz
sores em última análise, tudo gira - a nível
P.N. - Se continuar a política boa tudo bem!
macro ou m icro - em volta das decisões que os
Não vejo razão nenhuma para se destruir a
a defesa dos cuidados
médicos tom am . Seria útil que o próximo
cultura empresarial que se criou, não vejo
de ambulatório e aponta
ministro ouvisse a Ordem dos Médicos (OM)
razão nenhuma para se destruir a procura de
os caminhos da Ordem
como representante dos médicos, no sentido de
indicadores, de maio r eficiência, o registo
para o futuro.
saber a sua opinião sobre a m elhor forma de
mais rigoroso de todos os serviços prestados
gerir a saúde. Se se estabelecer essa base de
pelos hospitais, o maior empenho de todas
confiança teremos todo o gosto em colaborar
as chefias no registo e rigor na gestão sem
com o próximo ministro ...
desperdiçar recursos ... É uma cultura que se
Curriculum Vitae Pedro Henriques Nunes Idade - 50 anos >
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa
tinha perdido. G.H. - Como é que a Ordem pode actuar face a uma maioria absoluta?
• P.N. - A OM não é inimiga de ninguém.
"À OM agrada-lhe
Face a maioria absoluta actua como face a
uma maioria absoluta"
uma maioria relativa.
Responsável pela Cadeira de Deontologia Médica da FCML
G.H. - - Não sente as mãos atadas?
G.H. - Concorda com essa evolução?
>
Especialista de Oftalmologia pela OM
P.N . - N ão! Exactamente o cont rário. A
P.N. - Ainda não percebi. A diferença estará
>
Fundador, presidente do Congresso, Membro do Conselho Nacional e do Secretariado do Sindicato Independente dos Médicos
OM não é um jogador do espaço político-
na privatização com maior ou menor facili-
partidário. À OM agrada-lhe que exista uma
dade. Como médico tem de me ser indife-
maioria absoluta, na medida em que assegu-
rente quem é o dono do edifício. O que me
Coordenador do Departamento Internacional da OM
ra estabilidade governativa para o País. Esta-
preocupa - e isso sim é central - quais são as
bilidade que dure para além do ciclo políti-
consequências desse modelo na acessibilida-
Membro da União Europeia de Médicos Especialistas, da Federação Europeia dos Médicos Assalariados, Conferência Europeia das Ordens dos Médicos, Comité Permanente dos Médicos Europeus e do seu Comité de Ética, Deontologia e Códigos Profissionais
co . É preciso p erceber que foi a OM a
de dos cidadãos à saúde. À OM compete o
primeira a falar na necessidade de um Pacto
encargo de melhorar as condições da Saúde,
para a Saúde para assegurar a estabilidade.
melhorando as condições do exercício profis-
Primeiro Vice-presidente do Comité Permanente dos Médicos Europeus
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Bastonário da OM
Esse mito que se criou de que a OM é um
P.N. - Só temo a ignorância. Se o ministro
junto de médicos que se reúnem na OM e
rão o País, e esse Governo e ministro serão
sional dos médicos. Se pelo facto do hospital
antagonista permanente de todos os gover-
estiver surdo às recomendações da OM vai
têm a capacidade de mobilizar para junto do
penalizados nas eleições seguintes.
ser SA ou empresa pública isso fizer com que
nos hoje em dia só pode ser por má-fé.
fazer asneiras. N ão é contratar dois ou três
ministro o saber de todas as áreas da Medici-
O que a OM recomenda é estabilidade na
os médicos não tenham um estímulo para
assessores para estarem no Ministério a dizer
na. Se o Ministério for surdo prescinde dessa
saúde, linhas condutoras que sejam perceptí-
progredirem na sua carreira, para progredi-
G.H. - Não teme que uma maiori a abso-
de sua lavra que permite ao ministro ter
informação e as acções que vai tomar serão
veis, não destruir tudo o que já existe, mas
rem intelectual e tecnicamente, obviamente
luta se torne surda?
conhecimentos de Saúde. Existe é um con-
erradas, que vão sofrer contestação, penaliza-
corrigir algumas coisas, ter em atenção os
que a OM estará contra.