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Encruzilhada
from Revista ANTRAL 204
by Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros
José Monteiro
Não é pequeno o desafio com que o mundo em termos globais está confrontado.
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Urge tomar medidas drásticas e atempadas, para diminuir o aumento da temperatura média e as consequências adversas que este aumento tem nos fenómenos climatéricos, que nos começam a atingir já com alguma intensidade e regularidade.
A diminuição da pegada do carbono e do buraco do ozono na atmosfera, é neste momento umas das lutas prioritárias da nossa geração.
Temos de entregar um mundo melhor, mais limpo e menos poluído aos nossos filhos e netos. Essa é a nossa obrigação.
Sabemos e todos nós temos plena consciência que o consumo dos combustíveis fosseis utilizados pelos veículos automóveis, quer sejam ligeiros ou pesados, é um, senão o maior responsável, pela degradação das condições ambientais a nível mundial.
Por isso mesmo, todos temos que unir esforços para ganharmos este desafio que se coloca à Humanidade.
Longe vai o ano de 1936 em que a Mercedes-Benz lançou o primeiro automóvel de série a diesel (modelo 260 D), combustível esse, que foi sendo paulatinamente adotado pelo nosso setor cá em Portugal, nomeadamente a partir do início da década de sessenta do século passado.
Hoje, o desafio de mudança é bem mais complexo, tanto mais que sabemos que as reservas das matérias primas fósseis não são infinitas.
Neste contexto, e até porque o brutal agravamento do preço do gasóleo com que temos sido confrontados nos últimos tempos, obriga-nos a que, aquando da substituição das nossas viaturas táxis, tenhamos que optar forçosamente por alternativas energéticas mais baratas, menos poluentes, e que nos ofereçam simultaneamente condições logísticas para podermos operar sem constrangimentos.
Posto isto, vai ser na altura da substituição das nossas viaturas táxi, o que para muitos está eminente, pois como sabem a Portaria 294/2018 de 31 de outubro, não permite que a partir de 31 de dezembro de 2023 operem veículos com mais de 10 anos a contar da data da primeira matrícula, que vamos ficar perante a tal encruzilhada à qual eu dei o título a esta minha nota de abertura.
E agora, qual a minha opção?
Compro um táxi Híbrido Plug-in, Elétrico ou a Hidrogénio?
Independente da escolha, uma coisa é certa, esta terá de ser sempre uma decisão lúcida e esclarecida, pois surge num momento particularmente difícil da nossa atividade económica, em consequência da pandemia, e quando a quase totalidade das marcas automóveis estão a fazer grandes desenvolvimentos tecnológicos, o que não raras vezes só contribuí para vacilarmos nas decisões.
Por um lado, temos a tenologia Plug-in que é uma combinação de um motor de combustão interna com um motor elétrico, e por isso mesmo, dependente, se bem que em menor escala, dos combustíveis fósseis.
Outra alternativa são os veículos elétricos, estes, com problemas no tempo despendido nos seus carregamentos e na logística da instalação dos postos de abastecimento, já para não falar do atual preço da eletricidade.
Por último, a tecnologia mais recente, denominada Fuel Cell Vehicules, que tem o hidrogénio como combustível, e que está agora a aparecer no mercado pela mão do gigante japonês Toyota.
É assim, neste contexto de dúvidas e incertezas, quer quanto à crise sanitária que nos atinge com a consequente diminuição dos nossos proveitos, quer quanto às novas tecnologias emergentes com as baterias de carregamentos rápidos e o aparecimento do hidrogénio como alternativa, que seria de bom tom, os nossos governantes darem uma moratória para o cumprimento do estipulado na Portaria acima referida, que e permitisse uma maior longevidade aos táxis, que poderia eventualmente, e a meu ver, ser de 16 anos a exemplo das viaturas ligeiras utilizadas no transporte coletivo de crianças.
E porque quando esta revista vos chegar às mãos, já estaremos a viver mais uma quadra natalícia, quero desejar a todos, sem exceção um Feliz Natal e um Excelente Ano Novo.
Saudações Associativas