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Francisco Balestrin Presidente da FESAÚDE�SP e do SindHosp
Vivemos a era da informação e das transformações digitais. A saúde, que é um setor inovador por essência e responsável pela aplicação de boa parte das descobertas científicas, está, mais uma vez, se adaptando à velocidade das mudanças. Os diagnósticos, tratamentos, procedimentos, a reabilitação, a gestão das organizações, os relacionamentos comerciais, a relação médico-paciente e até a forma de promover e prevenir saúde estão sendo impactados pelas novas tecnologias. A aplicação da inteligência artificial – inclusive na anestesiologia – é o exemplo mais recente desses avanços na prática médica. Afinal, “o novo sempre vem”, como antecipou o verso imortalizado por Elis Regina na canção Como Nossos Pais, de Belchior.
As pessoas nunca tiveram tanta informação e facilidade para obtê-las como atualmente, com o mundo altamente conectado e interligado. Para citar um exemplo, cerca de 1 bilhão de consultas sobre temas relacionados à saúde são feitas no Google diariamente. Se, por um lado, o acesso à informação é algo positivo, é cada vez mais preocupante a avalanche de fake news, ou notícias falsas, propagadas, principalmente, via redes sociais. Uma pesquisa do Massachusetts Institute of Technology constatou que conteúdos mentirosos têm 70% mais chance de serem compartilhados do que os verdadeiros. Isso mostra a importância das fontes confiáveis de informação.
Além da imprensa, algumas empresas e entidades da sociedade civil organizada têm conseguido desempenhar esse papel, gerando dados que garantem conteúdos robustos e criteriosos. É o caso do Observatório Anestesia de Valor. Com mais de 972 mil registros anestésicos documentados, esta terceira edição traça um raio-X do que ocorre nesse momento crucial da jornada do paciente e se apresenta como importante ferramenta de gestão para hospitais, clínicas e consultórios.
Em minha trajetória profissional e como dirigente de algumas organizações do setor da saúde, sempre busquei desenvolver projetos que capturassem ou produzissem dados e informações que contribuíssem para a melhoria contínua da qualidade assistencial, priorizando o paciente, e que pudessem levar a um melhor entendimento desse complexo segmento, que é a saúde. Foi, portanto, com imenso prazer que aceitei o desafio de
escrever este Prefácio, relatando um pouquinho do meu conhecimento e experiência na liderança de algumas entidades, principalmente no desenvolvimento de projetos de geração de dados e informações.
Benchmarking é um processo de avaliação, através da mensuração e acompanhamento de alguns indicadores, que permite aos gestores compararem os resultados da organização com os de outras empresas da mesma atividade econômica. Portanto é, sem sombra de dúvidas, uma ferramenta de gestão fundamental para quem quer se sobressair no mercado em que atua. Ao permitir comparar performances empresariais, como este Observatório permite, os gestores podem elaborar planejamentos estratégicos embasados em dados e tomar melhores decisões.
Em 2002, quando participava do corpo diretivo da Associação Nacional de Hospitais Privados �Anahp), inexistia no mercado iniciativas de benchmarking. Com o objetivo de preencher esta lacuna e produzir dados para contribuir com a gestão dos estabelecimentos em um ambiente altamente competitivo, nasceu o Sistema de Indicadores Hospitalares Anahp �SINHA�. Posteriormente, para que todo o mercado conhecesse e tivesse acesso aos indicadores produzidos pelo SINHA, foi lançado o Observatório Anahp, uma publicação anual hoje consolidada e que serve de referência para diversos estudos e análises mercadológicas.
A experiência adquirida na implementação desses projetos foi fundamental para minha passagem pela Federação Internacional de Hospitais �IHF�, período em que mantive contato com a realidade do setor hospitalar de diversos países. Atualmente, como presidente dos Conselhos de Administração da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo �FESAÚDE�SP� e do Sindicato de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo �SindHosp), outros dois importantes projetos foram desenvolvidos e lançados: o Boletim Infográficos Saúde �BIS� Hospitais e o Boletim Infográficos Saúde �BIS� SADT � Serviços de Apoio Diagnóstico e Terapêutico.
Os Boletins são ferramentas de Business Intelligence �BI� que permitem o cruzamento de uma série de dados públicos, que podem ser obtidos em sua totalidade, em nível nacional, ou por regiões, estados, municípios e até por empresas. Eles fornecem dados sobre infraestrutura, empregos, produção de serviços e indicadores do Sistema Único de Saúde �SUS� e do mercado de saúde suplementar. Foram utilizadas cerca de 20 fontes de dados públicos, que exigiram a avaliação e compilação de aproximadamente 4 bilhões de registros. São, portanto, ferramentas robustas que possibilitam uma ampla visão da saúde pública e do setor suplementar.
Certamente, a Anestech se vestiu desse mesmo desejo por conhecimento para desenvolver um sistema inédito de gestão de informações sobre anestesias, o AxReg. Esta publicação é fruto dessa iniciativa. Uma breve análise do seu conteúdo mostra que, dos mais de 972 mil registros anestésicos, 76% tiveram as cirurgias como procedimento principal e 78% foram administrados em ambiente hospitalar. Outro dado interessante: 60% dos pacientes apresentaram doença sistêmica (média de 1,2 patologia por indivíduo) e, no ranking das dez principais comorbidades, duas estão relacionadas à saúde mental: ansiedade generalizada �4ª colocação) e transtorno depressivo �6º lugar).
Outros dados trazidos pela publicação impressionam. Entre cirurgias e exames, foram registrados mais de 1,6 milhão de procedimentos em 2024, um aumento de 28% em relação ao ano anterior. O percentual de anestesias ministradas em ambulatórios saltou de 15,7% em 2022 para 21,4%, em 2024. O tempo total de anestesia foi de 1,5 milhão de horas e clínicas, consultórios e ambulatórios registraram mais de 350 mil consultas pré-anestésicas, montante 58,7% maior do que o índice registrado em 2023.
O Observatório Anestesia de Valor atesta, com indicadores, a evolução deste importante segmento da medicina. Se recordarmos que o primeiro registro do termo anestesia foi feito por um soldado do exército romano no século I d.C., que ensinava a usar o ópio e o vinho, passando pelo surgimento do clorofórmio e dos primeiros inaladores (século XIX�; pela primeira anestesia geral realizada no Brasil, por Haddock Lobo, com a utilização do éter, em 1847; até as descobertas e avanços marcados pelo século XX, como os inaladores complexos, os equipamentos de gases, os vaporizadores, a integração da ventilação mecânica, entre outros, vemos que o século XXI reserva ainda mais benefícios e avanços para profissionais de saúde e pacientes, com o advento da inteligência artificial.
O Observatório Anestesia de Valor oferece diversas oportunidades de aprendizado, seja na avaliação da volumetria de serviços, nas performances deles ou na comparação de resultados. Que isso possa ser revertido para a melhoria contínua dos procedimentos anestésicos e da qualidade assistencial. Como ensinou o filósofo Aristóteles três séculos a.C, “só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em melhorar. A busca da excelência não deve ser um objetivo, e sim um hábito”.
Parabéns a todos os envolvidos neste projeto!
Francisco Balestrin
Prefácio/Introdução colaborativo com convidados
Carta ao leitor
Números de 2024 e Timeline
População Anestésica
Característica dos Pacientes
Classificação de Estado Físico �ASA�
Tipo de Atendimento
Pré-anestésico
Cenário de Distribuição de Comorbidades
Ranking das Principais Comorbidades
Preparação do Procedimento Anestésico
Anestesia para Exames Diagnósticos
Anestesia para Transoperatório
Pós-anestésico
Case de Sucesso
Showroom Benchmarking
Análise Financeira (calculadora de ROI�
Análise operacional / financeira � Colab com a Planisa
Seção PLANISA � Líder em Gestão de Resultados
Visão
A anestesia é uma das maiores conquistas da medicina moderna, essencial para o alívio da dor e o avanço das especialidades cirúrgicas. Com a evolução da medicina, o anestesiologista tornou-se um pilar central para a qualidade e segurança nas instituições de saúde, impactando positivamente os desfechos clínicos.
O momento anestésico é considerado o mais crítico na jornada do paciente cirúrgico, além de ser uma etapa que gera um volume expressivo de dados. Diante desse cenário de extrema relevância, é imprescindível adotar uma gestão baseada em dados estruturados e precisos, alinhada a uma cultura data-driven que permita decisões mais assertivas e seguras, atualmente exponencializado pelo apoio da Inteligência Artificial.
Pensando nisso, a Anestech desenvolveu o AxReg, o maior e mais avançado Anesthesia Information Management System �AIMS� da América Latina. Por meio dessa plataforma, com o intuito de colaborar com o ecossistema de atenção à saúde cirúrgica, criamos o Observatório Anestesia de Valor, pioneiro na anestesiologia brasileira, que reúne e analisa dados anonimizados de centenas de instituições e milhares de procedimentos.
Apresentamos com orgulho a terceira edição do Observatório, focada na evolução temporal dos indicadores nos últimos três anos. O material oferece dados da vida real, precisos e em larga escala, organizados e acessíveis e atuais. Essa é a visão da Anestech: transformar dados em insights valiosos para gestores, empreendedores, profissionais e o mercado da saúde.
O Observatório Anestesia de Valor é um marco para o benchmarking em anestesiologia e saúde cirúrgica populacional, promovendo a possibilidade de uma gestão baseada em evidências e práticas mais seguras. Explore os dados à vontade: no universo da informação, não há dose tóxica.
Dr. Diogenes Silva


Dr. Giorgio Pretto Ph.D. Anestesiologista CMIO da Anestech /giorgioprettophd

PO Analytics da Anestech /victorhfmorales
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Em 2024 estivemos em
228 hospitais
O ano de 2024 foi um marco na história da Anestech. Firmamos nosso posicionamento como AIMS #1 da América Latina e expandimos nossos horizontes. Promovemos a transformação digital da anestesiologia e geramos gestão dos dados, fomentando a cultura de decisão data-driven por meio de nossa plataforma de BI AxReg Analytics.
32 consultórios 716 setores*
*Centros cirúrgicos e obstétricos, ambulatórios, hemodinâmica, imagens, clínicas, consultórios e salas de recuperação pós-anestésicas.
Em 2024 estivemos com 4855 anestesiologistas
60 grupos de anestesiologistas
540 residentes de anestesiologia 174 clínicas
Anestesias
Projeção 2025
Como resultado, tivemos 972.815 registros anestésicos documentados, um aumento de 33,2% em comparação com 2023. O tempo total de anestesia subiu de 1.129.200 horas para quase 1,5 milhões de horas em dados anestésico-cirúrgicos cheios de informação para transformar a saúde.
Pré-anestésicos
Projeção 2025
Clínicas, consultórios e ambulatórios registraram 352.497 consultas pré-anestésicas, montante 58,7% maior que o ano anterior. Com isso, o engajamento do AxReg no pré-anestésico subiu de 30,4% para 36,2%.
Pós-anestésicos
Projeção 2025
Por fim, foram documentados 130.321 registros pós-anestésicos, aumento de 31% em relação a 2023. O engajamento do Axreg na recuperação pós-anestésica �RPA� manteve-se estável �13,4%� e totalizou 105.543 horas no ano.
O AxReg esteve presente não apenas em centros cirúrgicos, mas em setores e salas dedicadas à realização de exames diagnósticos e intervencionistas. Foram registrados 1.601.277 procedimentos em 2024, entre cirurgias e exames, um aumento de 28,2% em comparação ao ano anterior.
Anestesias para cirurgias
Projeção 2025
Do total de anestesias, 76,3% foram dedicadas à realização de procedimentos cirúrgicos – anestesias cujo procedimento principal é cirúrgico �742 mil anestesias). Em média, foram realizados 1,69 � 1,39 procedimentos por anestesia, totalizando �1,25 milhões de procedimentos cirúrgicos.
Anestesias para exames
Projeção 2025
Complementarmente, aproximadamente 231 mil anestesias �23,7%� foram realizadas para auxiliar a execução de exames diagnósticos ou intervencionistas. A taxa foi de 1,45 � 0,77 procedimentos por anestesia ��335 mil procedimentos). Nota-se um crescimento gradual e contínuo na proporção de anestesias para exames. Em 2022, a taxa foi de 15%, 19,4% em 2023 e 23,7% em 2024.
2.511.320 registros anestésicos
827.838 pré-anestésicos
290.981 pós-anestésicos *
* contém todos os registros realizados desde 2020
Projeção para 2025
Anestesias
Cirurgias (registros)
Exames (registros) Procedimentos
Pré-anestésicos
Pós-anestésicos 1.059.671 registros 75,4% �799.310� 24,6% �260.361� 1.736.350 486.372 182.173 Nosso Banco de Dados ao final de 2024
4.139.856 procedimentos (cirurgias e exames)
População
Idade média
% Feminino (idade)
% Masculino (idade)
% Pacientes 75�
% Pacientes 80�
% Pacientes 90�
797.560 pacientes
45,7 � 22,4 anos 58,8% �45,3 � 21,1� 41,2% �46,4 � 24,2� 10,0% 5,23% 0,76%
A população anestésica de 2024 foi composta por 797.560 pacientes, sendo 58,8% do sexo feminino. Em média, cada paciente realizou 1,22 anestesias, e a média de idade da população foi de 45,7 � 22,4 anos (mulheres 45,3 � 21,1 anos, e homens 46,4 � 24,2 anos).
A população de 0 a 14 anos foi majoritariamente masculina �57,7%�. Por outro lado, as demais faixas tiveram predomínio do sexo feminino com destaque para pacientes adultos entre 20 e 39 anos �72% de mulheres), estatística que vai ao encontro com o procedimento cirúrgico mais registrado no ano que se repete: Cesariana. Destaque também para a senioridade 90�, com 63,7% dos pacientes do sexo feminino. Ainda sobre pacientes idosos, exatos 10% da população foi de pacientes com 75� anos. Em 2023, a porcentagem foi de 10,1%, e em 2022, de 9,65%.

A Classificação da American Society of Anesthesiology �ASA� é usada desde 1941 para avaliar e informar as comorbidades pré-anestésicas dos pacientes. O sistema de classificação isolado não prevê riscos perioperatórios, mas quando usado com outros fatores, pode ser útil na predição de riscos associados.
Os dados de 2024 mostram predomínio de pacientes com doença sistêmica controlada �ASA II�, seguido por pacientes saudáveis �ASA I� que juntos correspondem a 85,2% da população. Pacientes mais graves consomem mais recursos e apresentam desfechos piores, por isto, a identificação e atuação pré-operatória nestes pacientes podem gerar economia, melhorar desfechos e identificar focos para as instituições.
Eletiva
Hospitalar
Eletiva
Ambulatorial
Urgência
Hospitalar
Urgência
Ambulatorial
A maioria das anestesias foi realizada em ambiente hospitalar �78,1%�. Contudo, pequenos procedimentos cirúrgicos podem ser realizados em regime ambulatorial, reduzindo gastos com internação sem comprometer o desfecho dos pacientes. Com isso, nota-se um aumento gradual no número de anestesias ambulatoriais: de 15,7% �2022� e 19,55 �2023� para 21,4% em 2024.
Verifica-se, ainda, redução nos atendimentos de urgência �14,4%�, aumento nos casos de emergência �3,55%� e manutenção dos atendimentos eletivos.

Uma plataforma AIMS completa que conecta o cuidado com a eficiência do ciclo de receita
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Anestech Academy
Educação Continuada
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Inalatórios
BI Acreditação
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Ficha Anestésica Digital SADT Calculadora
Assinatura
Calculadora de Anestesia Segurança e Produtividade
Anesthesia Information Management System
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GestãoeCiclo de Receita
BI
Dash Multiempresa
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Inteligência de Mercado
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de Sistemas
Gestão de Dados
Assinatura
Goldwing Axel InterOps





Respiratória •14,2% •10,4% 12,1% Cardiovascular
Urológica
4,81% •3,61% 4,14%
Hematológica
Musculoesquelética
A taxa de comorbidades foi de 1,20 patologias por paciente, 7% menor que o reportado no ano anterior �1,29 por paciente). Considerando-se apenas pacientes com ao menos uma comorbidade, a taxa sobe para 1,70 patologias por paciente �1,74 em 2023�. De modo geral, todas as comorbidades apresentaram redução ou manutenção de incidência no último ano, com exceção de disfunções endócrinas, que têm crescido consecutivamente �23,9% dos pacientes, aumento relativo de 8,14% em comparação com 2023�.
Vale destacar que, ainda com o aumento do índice reportado, alterações endócrinas são muitas vezes subvalorizadas ou subdiagnosticadas, em especial, a Diabetes Mellitus �International Diabetes Federation � IDF�. Como consequência, o descontrole fisiológico pode prejudicar o resultado anestésico-cirúrgico, e esse é um assunto que tem recebido atenção crescente na anestesiologia.
Doenças cardiovasculares continuam liderando o cenário de afecções, presentes em 35,5% dos pacientes. Nesses pacientes, destacam-se as comorbidades: Hipertensão Arterial Sistêmica �81,6%�, Arritmia �10,6%�, Doença Arterial Coronariana �9,83%�, Insuficiência Cardíaca �4,07%� e Valvulopatia �2,36%�.
11,7%
11,3% em 2023 10,7% em 2022
Em 2024, 11,7% dos pacientes apresentaram Diabetes Mellitus �DM�; destes, 93,8% foram DM II, 4,10% DMI e 2,09% diabetes gestacional �DMG�. Nota-se um aumento gradual da proporção de DMG, mais que o dobro reportado em 2023.
O controle glicêmico mal sucedido pode resultar em múltiplas complicações e piores desfechos, além de ser um indicador importante para processos de acreditação.
# Comorbidade
Ansiedade Generalizada
Dislipidemia
Transtorno Depressivo
Doença Arterial Coronariana
O ranking de comorbidades de 2024 teve algumas alterações. Transtorno Depressivo e Asma subiram uma posição cada, e Arritmia e Doença Arterial Coronariana desceram três posições. Destaque para Dislipidemia e Obesidade, ausentes do ranking de 2023 e 2022, agora ocupam a 5ª e a 10ª posição, respectivamente. Gastrite �2,31%� e DRGE �2,24%� deixaram o top 10 em 2024.
Previsão de Intubação Difícil
6,64%
7,25% em 2023 11,3% em 2022
A Previsão de Intubação Difícil e a identificação da Via Aérea Difícil �VAD� são algumas das principais etapas do pré-anestésico. Devido à subjetividade na definição de VAD, a incidência varia amplamente na literatura, podendo ultrapassar 20%. Após a identificação, o profissional anestesiologista e a instituição devem estar alertas e preparados para este evento.
Esse gerenciamento de risco e de materiais é responsabilidade direta do anestesiologista e corresponde a maior causa de judicialização sobre maus desfechos de origem exclusivamente anestésica.
A Solicitação de Hemoderivados é um complexo processo multidisciplinar e que precisa ser muito bem executado. É fundamental acompanhar as reais necessidades da instituição e se as reservas estão sendo utilizadas com frequência. As demandas de reserva sem utilização geram custos, riscos e consomem tempo das equipes e podem gerar desperdício. As estatísticas de consumo neste mesmo período confirmam que são utilizados muito menos hemoderivados do que foi solicitado, o que mostra uma oportunidade de melhorar processos para ganhar eficiência e impacto no ciclo de receita hospitalar.
Solicitação de Hemoderivados
5,02%
6,10% em 2023
4,90% em 2022
7,93%
9,20% em 2023
8,30% em 2022
A Indicação de UTI é baseada no porte cirúrgico e na gravidade do paciente, e, de maneira ideal, deve ser feita no pré-operatório. O processo operacional de reserva e transferência para UTI é crítico e merece grande atenção devido à quantidade limitada de leitos e a necessidade de otimização deste valioso recurso. É possível que esteja ocorrendo uma indicação exagerada de reserva de UTI, com grande impacto nos custos assistenciais.
A avaliação pré-anestésica tem por objetivo a otimização da saúde do paciente e o planejamento do procedimento anestésico-cirúrgico. A taxa de Suspensão de Anestesia em 2024 foi muito baixa �0,22%� e está relacionada com a descompensação clínica do paciente, buscando ajustes que levem o paciente para a cirurgia no melhor estado possível.
0,22%


Dipirona
Metoclopramida
Penicilinas
Sulfonamidas
Amoxicilina
Ácido Acetilsalicílico
Tramadol
Iodo
Diclofenaco sódico
Bromoprida
Dipirona
Metoclopramida
Penicilinas
Sulfonamidas
Amoxicilina
Iodo
Ácido Acetilsalicílico �AAS�
Tramadol
Diclofenaco sódico
Ibuprofeno
Dipirona
Penicilinas
Metoclopramida
Iodo
Sulfonamidas
Ácido Acetilsalicílico �AAS�
Amoxicilina
Bromoprida
Ibuprofeno
O ranking de alergias reportadas de 2024 ficou próximo ao ranking de 2023. Ácido Acetilsalicílico �AAS� e Tramadol subiram uma posição cada, e Iodo caiu duas posições. Bromoprida, ausente do ranking de 2023, voltou em 2024 ocupando a 10ª posição.



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Foram registradas 742 mil anestesias para a realização de aproximadamente 1,25 milhões de procedimentos cirúrgicos, média de 1,69 � 1,39 procedimentos por anestesia. O tempo anestésico médio foi de 01h40 � 01h30, enquanto o tempo cirúrgico médio foi de 01h14 � 01h16. Em todas as análises do item “Anestesias para Cirurgia” foram excluídas as anestesias para exames diagnósticos.
O principal destaque é a baixa proporção de cirurgias de grande porte, indicando que o mercado segue na tendência de procedimentos de pequena e média complexidade. Cirurgias de maior porte demandam uma parcela significativa da infraestrutura, insumos e tempo de internação, sendo, aparentemente, mais frequentes no Sistema Único de Saúde �SUS� do que no setor privado.
1ª Anestesia do Dia
A pontualidade é um indicador que reflete a eficiência dos processos e a capacidade de prever e preparar os recursos necessários para a realização de procedimentos. Iniciativas de melhoria devem focar nas causas dos atrasos, pois impactam fortemente a experiência e a satisfação de pacientes e profissionais.
A Taxa de Pontualidade da Primeira Anestesia do Dia é um dos indicadores mais citados na literatura, pois a primeira cirurgia é menos suscetível a fatores externos e imprevistos. Esses atrasos geram efeitos em cadeia, resultando em horas extras não planejadas. Dados mostram que, após o primeiro atraso, 50% dos segundos procedimentos do dia também são afetados.
# Anestesias para Cirurgia Quant. % Tempo Anestésico Tempo Cirúrgico
Cesariana
Colecistectomia com ou sem colangiografia por videolaparoscopia
Facectomia com lente intraocular com ou sem facoemulsificação
Ureterorrenolitotripsia rígida ou flexível a laser unilateral
Varizes tratamento cirúrgico de um ou dois membros
Extensos ferimentos cicatrizes ou tumores excisão e retalhos cutâneos da região
Gastroplastia para obesidade mórbida por videolaparoscopia
Cateterismo cardíaco com cineangiocoronariografia e ventriculografia
Postectomia
Retirada endoscópica de duplo J
Denervação percutânea de faceta articular (por segmento) / infiltração foraminal
Apendicectomia por videolaparoscopia
Septoplastia (qualquer técnica sem vídeo)
Adenoamigdalectomia
Vasectomia (cirurgia esterilizadora masculina)
Laparotomia exploradora para biópsia /drenagem de abscesso / liberação de bridas em vigência de oclusão
Herniorrafia inguinal unilateral (sem vídeo)
Adenoidectomia por videoendoscopia
Herniorrafia inguinal unilateral por videolaparoscopia

Técnica Anestésica refere-se aos métodos utilizados para aplicação da anestesia, segmentando-se em geral, regional, sedativa e local. O objetivo da anestesia é eliminar a dor, bloquear movimentos e manter as funções vitais estáveis durante os procedimentos, utilizando medicamentos específicos e monitoramento constante.
Geral Sedação Regional Local
Geral Venosa Total �AVT�
Geral Venosa Inalatória Balanceada �AGVI�
Geral Inalatória �AGI�
Raquidiana
Peridural
Bloqueios Periféricos
Sedação
Anestesia Local

De acordo com os dados de 2024, foram aplicadas 1,13 técnicas anestésicas por procedimento cirúrgico. As anestesias gerais foram as técnicas mais utilizadas, com destaque para a técnica Geral Venosa Inalatória Balanceada �AGVI�, presente em 31,2% das anestesias. Dentre as anestesias regionais, a Raquianestesia foi a mais utilizada, apesar do crescimento dos Bloqueios Periféricos, provavelmente devido à popularização do uso do ultrassom no point-of-care.
A participação do anestesiologista no acompanhamento de procedimentos cirúrgicos com sedação tem crescido anualmente e pode ser percebido pela importância da sedação no cenário geral deste Observatório. Destacamos que na análise deste gráfico não estão incluídas anestesias para exames diagnósticos.
Geral Geral � Regional Regional
Geral (pura)
Bloq. Neuroeixo (pura)
Bloq. Periférico (pura)
Bloq. Neuroeixo � Bloq. Periférico
Geral � Bloq. Neuroeixo
Geral � Bloq. Periférico
Geral � Bloq. Neuroeixo � Bloq. Periférico
Os dados de 2024 mostram que houve predomínio �89,2%� de anestesias com aplicação de técnica pura (classes não combinadas), sendo as técnicas da classe geral as mais utilizadas �53,5%�, seguidas por bloqueio de neuroeixo (raquidiana e/ou peridural � 30,5%�. A combinação de técnicas anestésicas ocorreu em 10,8% das anestesias para cirurgia, com destaque para a combinação geral + bloqueio de neuroeixo �5,17%�, sendo que nos procedimentos torácicos e abdominais temos grande parte destas combinações.
Ao considerar as anestesias que aplicaram técnica regional (pura ou combinada), soma-se 46,5% do total de anestesias para cirurgia. Desse montante, 70,4% foram raquidiana, 7,4% peridural e 22,2% bloqueio periférico.
Os bloqueios regionais são usados muitas vezes como analgesia complementar pós-operatória combinada com outras técnicas anestésicas, tanto gerais como bloqueios de neuroeixo.
Bloqueio por Região
Cabeça e Pescoço
Membros
Superiores
Membros Inferiores Intravenoso
Bloqueio Único e Combinado
Bloq. Periférico Único Bloq. Periférico Combinado
As técnicas de bloqueio mais utilizadas em 2024 foram na região dos membros superiores �37,3%�, com destaque para as técnicas de Bloqueio do Plexo Braquial que correspondem a 33,8% de todos os bloqueios periféricos. Em seguida, aparecem os bloqueios de membros inferiores �27,9%�, seguido pela região da cabeça e pescoço �16,7%�, sendo os Bloqueios Oftálmicos a posição #2 em termos de região corporal.
Os bloqueios periféricos únicos �69,1%� são anestesias onde foi aplicada apenas uma técnica de bloqueio periférico (seja regional pura ou combinada [geral + regional]); já os bloqueios periféricos combinados �30,9%� referem-se a anestesias que aplicaram mais de um bloqueio periférico, ou anestesias que aplicaram um bloqueio periférico combinado a bloqueios de neuroeixo (raquidiana e/ou peridural). Este dado revela que aproximadamente 1 a cada 3 anestesias com bloqueio periférico utilizou mais de uma técnica de bloqueio.
# Ranking dos Bloqueios Periféricos Região
Bloqueio peribulbar
Bloqueio do plexo braquial (via interescalênica)
Bloqueio do canal adutor
Bloqueio do plexo braquial (via axilar)
Bloqueio do plexo braquial (via supraclavicular)
Regional Intravenosa
Bloqueio do nervo femoral
Bloqueio do nervo safeno
Bloqueio do plano transverso abdominal
Bloqueio do nervo ciático
%
Olhos
Plexo Braquial
Joelho
Plexo Braquial
Plexo Braquial
Intravenoso
Coxa Perna e Pé
Abdômen Perna e Pé
Foram analisadas as proporções de anestésicos inalatórios usados na técnica geral
Venosa Inalatória Balanceada, principal técnica anestésica dos últimos 3 anos. 94,6% Sevoflurano 98,8% em 2023
Anestesia Geral Venosa
Inalatório Balanceada �AGVI� 5,34%
em
O Sevoflurano foi utilizado em 94,6% das AGVIs, seguido pelo Isoflurano com 0,61% e o Desflurano com 0,11%. Como nos anos anteriores, não houve registro de Halotano nem de Enflurano em 2024.
O N2O teve uma redução de 2 pontos percentuais de 2023 para 2024 ��24,2%�. Apesar da tendência de redução no uso, o N2O foi usado em 6,35% das AGVIs. Uma questão relevante sobre o N2O é o impacto ambiental, sendo o agente anestésico mais poluente.
Anestesia Geral
Venosa Total �AGVT�
0,63% N2O
em 2023
em 2022
em 2022
Sevoflurano
4,79% em 2023 4,65% em 2022
Um levantamento que vem chamando a atenção nas anestesias gerais Venosas Totais nos últimos anos é sobre o uso do gases inalatórios. Em 2024, o Sevoflurano foi usado em 5,34% dos casos, o N2O em 0,63% e o Isoflurano em 0,01%. O uso desta associação tem aumentado nos anos analisados.
Os motivos dessa associação são pontos de atenção para a gestão e assistência.
Anestesias com Incidentes
0,68%
0,81% em 2023
0,60% em 2022
Incidentes com Dano ao Paciente
7,49%
5,93% em 2023
O acompanhamento de incidentes, eventos adversos e dos danos decorrentes deles é parte de todos os manuais de qualidade e segurança. Existem várias iniciativas em todo o mundo para melhorar a transparência e a notificação de eventos, visando medidas preventivas e corretivas. Neste ponto, temos um possível viés de subnotificação, o que pode explicar os valores baixos: foram reportados 7.516 incidentes �0,77%� em 6.587 anestesias �0,68%�. A cultura do país, de cada instituição e o receio de judicialização podem ter contribuído para o baixo número de notificações.
Em 2023, 7,49% dos incidentes tiveram relato de dano ao paciente, mais da metade resultando em Lesões �53,1%�, seguido por Sofrimentos �24,7%� e Incapacidade �22,2%�.
Segunda a literatura internacional, os incidentes são ocorrências que aconteceram aos pacientes durante o transoperatório, sendo que quando
eles atingem o paciente, são chamados de eventos adversos. Os eventos adversos devem ser categorizados pela gravidade do resultado gerado, sendo classificados em sofrimento, lesão ou incapacidade.
Reações alérgicas e/ou anafilaxia
Parada Cardiorrespiratória �PCR�
Hipotensão Arterial
Cardioversão
Hipoxemia
Alteração Dinâmica do ECG (disritmias)
A dificuldade de intubação segue como o principal acidente e a maior causa de judicialização na anestesiologia. Apesar dos avanços no diagnóstico e manejo da via aérea difícil, fica claro que essa complicação merece atenção e monitoramento contínuos.
As complicações cardiovasculares e respiratórios são responsáveis por 8 dos 10 incidentes mais relatados, mostrando claramente a importância do domínio destes sistemas como base da atividade da anestesiologia e a necessidade de treinamentos teóricos e práticos para prevenção, diagnóstico e tratamento destes eventos.
Taxa de Anestesias Canceladas
6,64%
Os cancelamentos são pontos críticos na eficiência operacional de qualquer instituição. Um número elevado mostra falhas em processos que deveriam ser realizados antes dos pacientes chegarem ao centro cirúrgico. É impossível zerar este indicador, porém deve-se buscar maturidade e alinhamento dos processos institucionais objetivando baixo índice.
6,85% em 2023
2,60% em 2022
A principal origem dos cancelamentos em 2024 foi a Equipe, com destaque para o motivo “Procedimento suspenso pelo cirurgião” �39%�. A Instituição foi a segunda principal origem dos cancelamentos, com destaques para “Duplicidade de aviso” �11,7%� e “Erro de informações de cadastro” �10,2%�.
A gestão da agenda cirúrgica e da operação do centro cirúrgico são fundamentais para a eficiência e a lucratividade da atividade hospitalar. Neste ponto os cancelamentos geram grandes prejuízos para a instituição pois aumentarão o tempo de ociosidade e com isso o custo fixo da sala parada refletirá em perdas financeiras. A identificação das causas e a atuação em ciclos de melhoria para reduzir os cancelamentos são parte fundamental da gestão do centro cirúrgico. Pontualidade, cancelamentos e ociosidade estão entre os principais indicadores acompanhados por uma gestão profissional do centro cirúrgico.
Procedimento suspenso pelo cirurgião �Equipe)
Duplicidade de aviso �Instituição)
Erro de informações de cadastro �Instituição)
Mudança no plano terapêutico �Equipe)
A pedido do paciente ou familiares �Paciente)
Paciente não compareceu �Paciente)
Paciente não internou �Paciente)
Cirurgia transferida para outro dia �Equipe)
Não autorização pelo convênio �Instituição)
Paciente sem condições clínicas �Paciente)
Taxa de Anestesias com Antibioticoprofilaxia
62,3%
62,9% em 2023
63,8% em 2022
Preconização Correta
Antibioticoprofilaxia
91,3%
91,1% em 2023
91,1% em 2022
Antibioticoprofilaxia é uma meta internacional de segurança e deve ser realizada antes da incisão cirúrgica.
Em 2024, 62,3% das anestesias para cirurgia fizeram o registro de antibioticoprofilaxia, taxa que vem decaindo nos últimos anos: 63,8% em 2022 e 62,9% em 2023.
Das anestesias que realizaram a profilaxia, 91,3% aplicaram a primeira dose no período correto – em até 60 minutos antes da incisão cirúrgica (intervalo preconizado). Percebe-se que ainda há espaço para melhoria, visando 100% de preconização correta.
Além da dose inicial, também é necessário administrar doses de reposição a cada intervalo de tempo de acordo com o antibiótico utilizado para profilaxia. Nesse sentido, os dados mostraram que a taxa de assertividade do tempo de repique foi de 23,5%.
Ao analisar individualmente o top 3 antibióticos mais usados:
• a Cefazolina apresentou 93,4% de uso inicial correto �400.443 aplicações) e 25,9% de reposição correta �21.482 aplicações), considerando 4 horas de intervalo;
• a Ceftriaxona apresentou 87,0% de uso inicial correto �26.771 aplicações) e 15,5% de reposição correta �916 aplicações), considerando 8 horas de intervalo;
• a Cefalotina apresentou 94,3% de uso inicial correto �15.395 aplicações) e 9,67% de reposição correta �1003 aplicações), considerando 4 horas de intervalo.
Controle Glicêmico em Pacientes DM
9,74%
4,37% em 2023
Controle Glicêmico
Bem Sucedido em Pacientes DM
51,0%
46,7% em 2023
Os anestesiologistas são responsáveis por garantir a normalidade dos níveis de glicose no sangue em pacientes enquadrados no protocolo de Controle Glicêmico ao longo de todo o procedimento cirúrgico. Níveis glicêmicos considerados adequados para a análise foram os valores entre 70 e 180 ml/dL.
Em 2024, 1,34% das anestesias para cirurgia tiveram registro de exames de glicemia para manutenção do controle glicêmico. Considerando apenas pacientes com Diabetes Mellitus �DM�, principal população a quem se destina o protocolo, 9,74% das anestesias tiveram registro de exames de glicemia no transoperatório. Embora a taxa tenha mais que dobrado de 2023 para 2024, ela ainda está significativamente abaixo do ideal: 100% de registro.
O protocolo de controle glicêmico da Anestech, desenvolvido por meio da revisão de literaturas nacionais e internacionais, considera bem sucedidos os controles cujo:
• o 1º exame de glicemia foi feito em até 1 hora após o início da anestesia; e
• o nível glicêmico foi mantido entre 70 e 180 ml/dL ao longo de todo o procedimento.
Nesse sentido, os dados de 2024 mostraram que 73,1% realizaram o 1º exame em até 1 hora de anestesia, e 70,0% conseguiram manter o nível glicêmico dentro da normalidade. A combinação das duas premissas resultou em 51% dos controles glicêmicos bem sucedidos em pacientes com DM.
Além da proporção de documentação baixa �9,74%�, apenas metade delas obtiveram sucesso no protocolo, revelando um ponto crítico que merece atenção. A negligência do controle glicêmico, ou sua má condução, pode resultar em múltiplas complicações e piores desfechos anestésico-cirúrgicos, além de ser um indicador importante para processos de acreditação. Esse é um assunto que tem recebido atenção crescente na anestesiologia.
Taxa de Anestesias com Uso de Hemoderivados
1,22%
1,32% em 2023
1,33% em 2022
Transfusão Maciça de Hemoderivados
4,12%
3,98% em 2023
3,97% em 2022
Os anestesiologistas são responsáveis pela gestão da administração dos Hemoderivados no centro cirúrgico, sendo a anestesiologia a especialidade que mais realiza transfusões no point-of-care.
Os dados de 2024 mostram que em 1,22% das anestesias para cirurgia �9.199 anestesias) foi usado algum tipo de hemoderivado, sendo a transfusão de concentrados de hemácias �CH� o mais comum �84,7%�, e que em 23,6% dessas transfusões foi utilizado mais de 600 ml de CH.
A Transfusão Maciça, caracterizada pelo uso de CH, plasma fresco congelado e plaquetas, ocorreu em 0,05% das anestesias, ou seja, 4,12% dos casos em que os hemoderivados foram utilizados.
Os hemoderivados devem ser bem indicados para que os benefícios superem os riscos implícitos da transfusão. Com base no indicador Solicitação de Hemoderivados da avaliação pré-anestésica, a reserva de hemoderivados foi indicada em 5,02% dos casos em 2024, mostrando uma considerável diferença entre a quantidade reservada e a consumida �24,3% do reservado foi consumido). Este é um ponto de atenção com potencial redução de desperdício com reservas desnecessárias de hemoderivados.
Em colaboração com este observatório, a Planisa levantou o custo de hemoderivados por cirurgia em 8 unidades hospitalares em 2024. O custo mediano e os intervalos interquartis foram averiguados em R$ 434,10 �R$ 302,70 � R$ 621,40� por uso. Relacionando esses valores às 9.199 anestesias que registraram uso de hemoderivados no AxReg da Anestech, pode-se estimar que o custo total dos hemoderivados para os clientes de Anestech em 2024 foi de R$ 3.993.285,90 �R$ 2.784.537,30 � R$ 5.716.258,60�.

Taxa de Utilização de UTI
10,2%
10,4% em 2023
9,99% em 2022
O indicador Utilização de UTI apresenta a proporção de pacientes de 2024 transferidos para UTI, incluindo os casos de UTI prevista e UTI não-prevista.
A proporção de transferências para UTI �10,2%� ficou acima da previsão realizada na etapa pré-anestésica �7,93% � indicador Solicitação Prévia de UTI), sendo a transferência indicada aos pacientes com intercorrência cirúrgica, casos de emergência e aos pacientes que vieram da própria UTI.
Do total de anestesias para cirurgia, 9,33% dos pacientes foram encaminhados diretamente à UTI após o procedimento, enquanto 1,01% dos que inicialmente foram para a sala de recuperação pós-anestésica �SRPA� precisaram ser transferidos posteriormente à UTI.
A UTI é um recurso de alto custo que deve ser gerenciado com cautela para atingir a melhor relação entre custo e benefício terapêutico. Em colaboração com este observatório, a Planisa levantou o custo da diária de UTIs adultas em 127 unidades hospitalares em 2024. O custo mediano, incluindo custos fixos e variáveis, e os intervalos interquartis foram averiguados em R$ 2.540,50 �R$ 2.103,30 � R$ 3.355,00� por dia. Relacionando os valores da Planisa aos 79.944 encaminhamentos para UTI registrados no AxReg da Anestech, e �1� considerando apenas uma diária de UTI por paciente e �2� considerando todos os pacientes na categoria de UTI adulta, pode-se estimar que o custo total das UTIs para os clientes de Anestech em 2024 foi de R$ 203.097.732,00 �R$ 168.146.215,20 � R$ 268.212.120,00�.
Complementarmente, a Planisa levantou o custo da diária de UTIs pediátricas em 50 unidades hospitalares e a diária de UTIs neonatais em 56 hospitais. O custo mediado da UTI pediátrica foi de R$ 3.382,70 �R$ 2.867,20 � R$ 4.110,10� por dia de internação, e o custo mediado da UTI neonatal foi de R$ 2.721,70 �R$ 2.115,60 � R$ 3.286,50�.
Foram registradas 231 mil anestesias para a realização de exames diagnósticos ou exames intervencionistas, com uma média de 1,45 � 0,77 procedimentos por anestesia, totalizando aproximadamente 335 mil procedimentos: exames de imagem, biópsia, retirada de corpos estranhos, curetagem, retirada de diu, entre outros.
O tempo anestésico médio foi de 00h30 � 00h28 �30 minutos)
Colonoscopia e/ou Retossigmoidoscopia
Histeroscopia
Ressonância Magnética
Broncoscopia ou Broncofibroscopia
Tomografia Computadorizada
Ultrassonografia
Ecoendoscopia
Ecocardiografia
Cistoscopia
Angiorradiologia
Outros (exames não especificados)
A anestesiologia tem participado cada vez mais nos exames diagnósticos como forma de melhorar a qualidade e a segurança dos procedimentos, bem como promover conforto, analgesia e redução da ansiedade dos pacientes.
Outro fator que contribui para este aumento é que os manuais de acreditação hospitalar solicitam a presença do anestesiologista para vários exames que envolvem sedação. Percebemos um aumento importante desta área de atuação, que já corresponde a mais de 20% do total da atividade anestésica (em número de procedimentos). Devido a rapidez destas anestesias, não devemos considerar que estes exames consomem 20% do tempo de atividade dos anestesiologistas.

Com 87 anos de existência, o SindHosp representa hospitais, clínicas, laboratórios e demais estabelecimentos privados do setor de saúde no Estado de São Paulo. São mais de 51 mil representados, formando o maior sindicato patronal de saúde da América Latina. Fazemos a interlocução e defendemos o setor empresarial privado da saúde junto a órgãos sindicais e governamentais e à sociedade como um todo. Além de sua excelência como sindicato patronal, o SindHosp contribui para o desenvolvimento de um Brasil mais justo, íntegro e humano. Na prática, nosso segmento não cumpre somente um papel econômico, mas também um papel social. Nosso principal foco é a vida, buscando os melhores resultados sem renunciar à preservação da saúde dos paulistas.
Segundo o Boletim Infográficos em Saúde �BIS� do SindHosp, em 2023, foram realizados 2.774.727.227 exames para apoio diagnóstico e terapêutico, um mercado de mais de 46 bilhões de reais por ano. A saúde suplementar, apesar de ter uma cobertura populacional de 25,7%, é responsável por 43,06% desses exames.
A maioria dos exames são do tipo laboratoriais, seguidos por diagnóstico por imagem e de anatomia patológica que, juntos, totalizam 90,9% dos estabelecimentos de Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico �SADT�. Neste cenário, o diagnóstico por imagem foi responsável por 284.688.045 exames em 2023, nos setores público e privado.
Exames por imagem são de particular interesse na anestesiologia devido ao aumento da necessidade de indução anestésica como auxílio à realização dos exames, gerando maior qualidade às imagens e segurança na execução. Conforme dados deste observatório, a proporção de anestesias como apoio a exames diagnósticos e/ou intervencionistas está crescendo anualmente: 15% em 2022, 19,4% em 2023 e 23,7% em 2024.


Porque anestesia de valor também é anestesia com propósito

21,6
Toneladas de CO2 compensadas
1.087.609
Prontuários anestésicos neutralizados
Por Manoela Remzetti
Analista de Marketing na Anestech

Na Anestech, acreditamos que segurança anestésica e sustentabilidade não apenas podem, mas precisam caminhar juntas. Nossa missão sempre foi clara: garantir procedimentos anestésicos mais seguros para anestesiologistas e pacientes. Mas, nos últimos anos, ampliamos esse compromisso, e hoje buscamos também proteger o meio ambiente e gerar impacto positivo para a sociedade.
Foi com esse propósito que passamos a incorporar as práticas ESG (Environmental, Social and Governance) ao nosso dia a dia. Mais do que uma tendência, ESG é uma forma de entender o papel da nossa empresa em um ecossistema maior, no qual a saúde, a tecnologia, a ética e o planeta estão conectados. Assumimos, com seriedade, o desafio de criar soluções que não só otimizam a rotina assistencial, mas também respeitam os recursos naturais e promovem uma gestão mais consciente.
Esse movimento passa por escolhas muito concretas. Um dos pilares da nossa atuação é a digitalização responsável, e ela começa com a nossa plataforma de digitalização da anestesiologia. Ao substituir o papel por um prontuário eletrônico completo e integrado,
não estamos apenas modernizando processos, mas contribuindo diretamente para a redução do consumo de recursos físicos. Cada prontuário digitalizado é uma folha que deixamos de imprimir, uma árvore que deixamos em pé.
Mas sabemos que isso, por si só, não é suficiente. Por isso, fomos além. Em 2024, assumimos o compromisso de neutralizar 100% das nossas emissões de gases de efeito estufa, conquistando o selo de empresa Carbon Free. Para garantir transparência e responsabilidade, elaboramos nosso primeiro Inventário de Emissões de GEE, um diagnóstico técnico que mensura e classifica nossas emissões diretas e indiretas.
No último ano, compensamos 21,6 toneladas de CO₂ equivalente, resultado da neutralização da pegada de carbono das emissões provenientes da nossa operação enquanto empresa e também das fichas anestésicas digitais emitidas por nossos clientes. Isso mesmo, todos os prontuários anestésicos emitidos por nossos clientes têm a pegada de carbono compensada. Este número foi de 1.087.609 em 2024 e a neutralização foi feita por meio de créditos de carbono vinculados à proteção de áreas nativas, refletindo uma operação mais consciente. Um avanço que prova que é possível crescer com eficiência e responsabilidade ambiental.
Também acreditamos que mudanças reais acontecem quando toda a equipe está engajada. Por isso, promovemos ações de educação ambiental e incentivamos hábitos mais sustentáveis na rotina de trabalho. Da separação correta de resíduos à escolha por reuniões remotas sempre que possível. Sabemos que cada detalhe conta.
O alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU é parte essencial da nossa estratégia. Atuamos diretamente nos ODS 3 �Saúde e Bem-estar), 11 �Cidades e Comunidades Sustentáveis), 12 �Consumo e Produção Responsáveis), 13 �Ação contra a Mudança Global do Clima) e 15 �Vida Terrestre). Esses objetivos servem como norte para decisões diárias, seja no desenvolvimento de um novo recurso, na escolha de um parceiro ou na forma como nos relacionamos com clientes e usuários.
Fazer parte do movimento por uma anestesia verde é, para nós, um caminho natural. Quando falamos em tecnologia, falamos em eficiência. Quando falamos em saúde, falamos em responsabilidade. E quando juntamos os dois, temos a oportunidade de construir uma anestesiologia mais consciente, tanto do ponto de vista assistencial quanto ambiental.
Ainda há muito a ser feito. Sabemos disso. Mas acreditamos que pequenas mudanças, feitas com consistência e propósito, geram transformações significativas.
Porque anestesia de valor também é anestesia com propósito.


O AxReg foi utilizado 130.321 vezes para documentar a recuperação pós-anestésica �RPA� em 2024. Ao todo, foram registradas 231.971 visitas aos pacientes nas salas de recuperação, aumento de 34,8% em comparação com 2023 �172.081 visitas). A média de visitas por paciente subiu de 1,73 � 0,76 para 1,79 � 0,87 �3,46% mais visitas por paciente), e o tempo médio de RPA permaneceu em 01h23 � 01h52.
Até 1 hora
1 a 2 horas
2 a 4 horas
4� horas
O tempo de permanência na sala de recuperação pós-anestésica é reflexo de uma série de fatores e está diretamente relacionado à qualidade anestésica-cirúrgica, por isso, representa um panorama geral sobre o estado de saúde do paciente, além de ser indicativo quanto à eficiência de processos e protocolos da instituição. Devido às modernas técnicas e fármacos, devem ser raros os casos de permanência acima de 4 horas.
Os dados de 2024 mostram manutenção nos tempos de permanência nas salas de RPA, com diminuição de 1,4% na proporção de permanências até 1 hora e aumento de 1% nas permanências de 2 a 4 horas.
Entrada em RPA com Aldrete-Kroulik < 8pts
5,87%
5,88% em 2023

A escala de Aldrete e Kroulik (escala de 0 a 10 � AK� é uma métrica utilizada para avaliar a recuperação pós- anestésica dos pacientes. De modo geral, os pacientes deveriam sair da sala cirúrgica com AK � 8, porém, os dados de 2024 mostram que 5,87% dos pacientes entraram na sala de RPA com AK � 8. Os números de 2023 apresentaram proporção semelhante, revelando um ponto de melhoria importante nos protocolos. Os pacientes apresentaram AK média de 9,13 � 0,94 na entrada e AK de 9,93 � 0,32 na saída.
1 visita
2 visitas
3 visitas
4� visitas
Para o OAV 2024, foi analisada a proporção de visitas por paciente em RPA, que revelou que mais de 90% dos pacientes necessitam de apenas um ou duas visitas. Esses dados reforçam a característica de atendimento a pacientes saudáveis para procedimentos de pequeno e médio porte. Várias visitas podem ser necessárias devido a complicações, gravidade do paciente ou dificuldade operacional para transferência de setor.
Eliminar a dor e reduzir o desconforto são pilares da anestesiologia e um dos principais itens da experiência do paciente. O indicador de dor �Escala Visual Analógica de 0 a 10 � EVA� está relacionado ao cuidado anestésico, à adesão aos protocolos de analgesia, à individualização de casos complexos e à disponibilidade de materiais e medicamentos.
Pacientes com Dor na Entrada
Pacientes com Dor na Saída
4,55% 5,30% em 2023
Pacientes com Dor
6,64% 5,73% em 2023
2,22% 3,35% em 2023
Dor Forte (EVA ≥ 7 pts)
26,7% 29,8% em 2023
Do total de pacientes, 4,55% relataram dor na chegada à SRPA, com EVA média de 5,48 � 2,07; e apenas 2,22% relataram dor na saída, com EVA de 2,95 � 1,67. Os dados mostram que os pacientes relataram dor inicial na faixa considerada média �4 � EVA � 7�, entretanto, o resgate de analgesia foi considerado adequado, com os pacientes deixaram a SRPA com EVA � 3 (dor controlada).
Ao todo, 5,34% dos pacientes relataram pelo menos um episódio de dor em alguma visita da RPA. Desses, 26,7% disseram sentir dor forte �EVA � 7�. Apesar da baixa incidência de dor forte, esse é um ponto de melhoria.

A história do Servan Anestesiologia é marcada por pioneirismo, dedicação e excelência. Tudo começou na década de 1970, uma época de grandes avanços na anestesiologia, quando novos medicamentos transformaram a prática médica.
Em Campo Grande, um grupo de médicos visionários percebeu a necessidade de se unir para atender à crescente demanda por serviços especializados e melhorar as condições de trabalho.
Após 52 anos, o Grupo Servan iniciou sua jornada na anestesia digital. Com a intenção inicial de substituir a ficha anestésica em papel por um prontuário digital, a institução firmou parceria com a Anestech para acelerar sua jornada de digitalização. Nos três primeiros meses de adoção da tecnologia, 8.078 procedimentos anestésicos foram realizados e registrados na plataforma AxReg. Posteriormente, a média passou a ser de 18.000 procedimentos mensais.
"Estamos em constante busca por inovação tecnológica e aprimoramento de nossas práticas. Foi exatamente essa busca incessante por atualização que nos levou a procurar um sistema mais completo.”, pontuou Dr. Alex Spengler, anestesiologista e diretor presidente do Grupo Servan.
O principal benefício que o AxReg trouxe para a instituição, segundo Dra. Adriana Marques, anestesiologista e diretora administrativa da instituição, foi a capacidade de gerir o negócio baseando-se em dados confiáveis. “Saímos de uma era em que utilizávamos papel e caneta para entrar totalmente na era digital. Hoje, temos dados e informações ao nosso alcance a todo o momento. Por exemplo, posso verificar quais cirurgias foram realizadas no último mês, identificar complicações e analisar os medicamentos que mais utilizamos.”, pontuou.
115 anestesistas
65 parceiros

Os fármacos representam uma parcela significativa dos custos anestésicos, tornando essencial o controle rigoroso de seu uso, desperdícios e descartes. Uma gestão eficiente do estoque medicamentoso – especialmente dos itens de alto custo e demanda �Curva A� – pode gerar reduções expressivas no fluxo de caixa e maior estabilidade financeira.
O AxReg Analytics oferece ferramentas precisas para:
� Monitorar o consumo e descarte de medicamentos por procedimento
� Identificar combinações farmacológicas com melhor custo-efetividade
� Analisar padrões de utilização por apresentação (frascos e ampolas � F/A�
As análises abaixo demonstram variações significativas nos descartes entre diferentes apresentações de medicamentos, destacando oportunidades concretas para redução de desperdícios, otimização de protocolos e ganhos financeiros diretos.
Fentanil:
� F/A 2 ml - descarte de 32,6%
� F/A 10 ml - descarte de 72,8%
Cetamina:
� F/A 2 ml - descarte de 77,4%
� F/A 10 ml - descarte de 94,6%
Propofol:
� F/A 20 ml - descarte de 33,1%
� F/A 50 ml - descarte de 47,5%
Midazolam:
� F/A 5 mg - descarte de 38,3%
� F/A 15 mg - descarte de 70,8%
Lidocaína SVC�
� F/A 5 ml - descarte de 31,4%
� F/A 20 ml - descarte de 75,7%
� Dexmedetomidina:
� F/A de 2 ml - descarte de 72,1%
Esta abordagem data-driven transforma a gestão de insumos farmacológicos de um custo fixo inevitável em uma oportunidade estratégica de melhoria contínua e sustentabilidade financeira.
O ultrassom revolucionou a anestesia regional, proporcionando maior precisão nos bloqueios nervosos e ampliando as opções de analgesia pós-operatória, com dados que comprovam seu uso crescente em associação com outras técnicas anestésicas – alinhado às recomendações atuais que preconizam a analgesia regional sempre que possível para melhor controle da dor, redução do uso de opioides e suas complicações, além de promover recuperação mais rápida e alta hospitalar precoce, consolidando-se como um avanço significativo no cuidado perioperatório. Em comparação com 2023, identificamos um aumento de 3,5% no uso de mais de um bloqueio periférico no mesmo procedimento nos dados de 2024.
Dentre os bloqueios periféricos, os mais usados são o bloqueio de plexo braquial, bloqueios oftálmicos, bloqueio do canal do adutor e do nervo femoral.
O uso de hemoderivados deve ser criteriosamente indicado, reservado para situações em que os benefícios superam claramente os riscos inerentes à transfusão. Nos últimos anos, a literatura médica tem demonstrado crescente ênfase em estratégias de conservação sanguínea e redução do uso desses produtos. Os dados revelam que as transfusões são relativamente incomuns na prática clínica, com as transfusões maciças sendo particularmente raras e restritas a casos de sangramento intenso e rápido.
Dados Epidemiológicos 2024�
• 12.616 unidades utilizadas em 9.199 anestesias para cirurgia �1,22% do total)
• Perfil de utilização:
◦ Concentrado de Hemácias �CH�� 84,7% dos casos
◦ Transfusões CH � 600ml: 23,6% dos casos que receberam CH
◦ Transfusão Maciça �CH � plasma + plaquetas): 0,05% das anestesias �4,12% dos casos com hemoderivados)
Esse panorama reflete os avanços no controle pré-operatório, o desenvolvimento de substitutos sintéticos e o uso de monitorização viscoelástica da coagulação, que tiveram impacto significativo na redução do uso de hemoderivados. Segundo dados da Planisa, o custo mediano de uma unidade de hemácias é de R$ 434,10, reforçando a importância do uso racional desses recursos.
A hiperglicemia perioperatória, reconhecidamente deletéria, eleva significativamente o risco e a gravidade de complicações, especialmente infecciosas, exigindo controle rigoroso conforme protocolos internacionais de boas práticas e manuais de acreditação hospitalar – que recomendam monitorização horária em cirurgias de grande complexidade e para pacientes portadores de Diabetes Mellitus, além do tratamento imediato em caso de detecção de distúrbios glicêmicos (hipo ou hiperglicemia).
Os dados de 2024, entretanto, revelam alarmante baixa adesão:
Apenas 1,34% �9.940� das anestesias para cirurgia registaram a glicemia transoperatória, contrastando com os 11,7% de pacientes diabéticos identificados na avaliação pré-anestésica deste observatório, evidenciando uma lacuna crítica entre a prática recomendada e a realidade clínica.
Essa deficiência, agravada pela possível subnotificação de controles realizados, correlaciona-se diretamente com o aumento de infecções pós-operatórias, desfechos clínicos adversos e elevação de custos hospitalares, sinalizando urgência na otimização de processos e padronização de registros.
A infecção em cirurgias limpas permanece como uma complicação grave, impactando pacientes e sistemas de saúde. Apesar do conhecimento consolidado e dos protocolos estabelecidos (como o checklist de cirurgia segura da OMS�, os dados revelam lacunas preocupantes na adesão às práticas recomendadas:
� 91,3% de acerto na administração da dose inicial de antibiótico profilático
� Apenas 23,5% de acerto na repetição da dose em cirurgias prolongadas
É preciso uma profunda reflexão sobre a capacidade limitada dos protocolos, educação continuada e gerenciamento de indicadores gerarem resultados excepcionais. São necessárias múltiplas abordagens para sair do platô de resultados, entre elas feedback contínuos, contextualizados e automatizados, tecnologia para gerar alertas ativos, análises de todas as anestesias, gamificação, divulgação transparente dos resultados, liderança engajada e ativa, conduzindo a cultura de qualidade e segurança. O pagamento por performance é uma alternativa, mas não deve ser a única abordagem, pois sozinha, também não é suficiente.
A anestesiologia moderna alcançou níveis excepcionais de segurança, com índices extremamente baixos de óbitos e complicações graves. Esse avanço resulta da combinação de soluções de monitorização precisas, fármacos com perfis de segurança aprimorados, técnicas menos invasivas e a contínua produção de evidências científicas.
Em pacientes jovens e saudáveis �ASA I�II�, os óbitos perioperatórios são eventos raríssimos. Os riscos aumentam proporcionalmente à complexidade do procedimento e às comorbidades pré-existentes do paciente, criando combinações que elevam exponencialmente o risco anestésico-cirúrgico. Neste contexto, a otimização pré-operatória e as indicações cirúrgicas precisas tornam-se fundamentais, consolidando o anestesiologista como o especialista-chave do perioperatório e principal garantia de qualidade e segurança.
Dados de óbitos 2024�
� Sala cirúrgica: 407 casos �0,052%�
� Recuperação: 3 casos �0,040%�
� ASA I�II entre óbitos: 5,35% (vs. 94,65% em pacientes ASA III, IV e V�
Estes resultados reforçam a eficácia dos protocolos atuais, destacando a área da anestesiologia como especialidade essencial para a segurança perioperatória. Os dados apontam para oportunidades de melhoria contínua, especialmente no manejo de pacientes de maior risco �ASA �III�.
A investigação de alergia ao látex no pré-operatório é essencial para o planejamento cirúrgico, pois demanda preparo específico da sala e possível reorganização da agenda. Os pacientes alérgicos devem ser programados como primeiros do turno cirúrgico, minimizando a exposição a resíduos de látex. Essa estratégia exige:
� Identificação precisa pelo anestesiologista durante a avaliação pré-anestésica
� Comunicação eficiente com a equipe de agendamento cirúrgico
� Adesão estrita ao protocolo para evitar atrasos ou cancelamentos
Dados Relevantes de 2024
� Apenas 66,03% dos pacientes alérgicos foram operados no início dos turnos �7h e 13h), evidenciando uma necessidade de melhoria nos fluxos
� Incidência de alergia: 0,85% dos casos (pequena, mas clinicamente relevante)
� Perfil epidemiológico:
◦ 64,2% dos casos em mulheres
◦ Taxa de solicitação de UTI 2x maior versus população geral
◦ Incidência de eventos adversos 210% superior à população em geral
O relaxamento muscular é um dos pilares da anestesia, para facilitar a intubação orotraqueal e o procedimento cirúrgico. Apesar dos benefícios, o relaxamento tem seus riscos, sendo o principal a curarização residual, uma das mais frequentes complicações na SRPA �Sala de Recuperação Pós-Anestésica) . A monitorização da junção neuromuscular e a reversão do relaxante são as formas de reduzir as complicações.
Apesar da popularização da monitorização, apenas 14,5% das anestesias que usaram relaxantes tiveram monitorização da junção neuromuscular e 33,7% das anestesias não houve registro nem da monitorização nem da reversão.
Os dados mostram o baixo uso da monitorização e da reversão, apesar das recomendações da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
� Rocurônio:
Monitorização: 17,6%
Reversão: 67,3%
Sem reversão nem monitorização: 29,7%
� Atracúrio:
Monitorização: 2,09%
Reversão: 48,2%
Sem reversão nem monitorização: 50,0%
� Cisatracúrio:
Monitorização: 17,6%
Reversão: 67,3%
Sem reversão nem monitorização: 29,7%
O relaxante mais usado é o rocurônio �79,2%�, seguido pelo atracúrio �11,5%� e o cisatracúrio �9,5%�. O pancurônio foi usado em 0,29% das anestesias e o vecurônio em 0,003% das anestesias.
O sugamadex foi o reversor mais utilizado com 41,9% do total de anestesias, mas somente em 25,3% das vezes foi realizada a reversão em conjunto com a monitorização, mostrando uma necessidade de ajuste de conduta das equipes. A neostigmina foi usada em conjunto com a monitorização em apenas 6,5% das vezes em que ela foi usada para reversão do bloqueio neuromuscular.
Outro dado importante é o sugamadex foi usado em 35 anestesias �0,020%� para reversão de atracúrio e/ou cisatracúrio, uso totalmente sem ação farmacológica. Lembramos que no Observatório Anestesia de Valor 2023 foram registrados 0,23% de casos de uso de sugamadex para reversão de atracúrio e/ou cisatracúrio. Esses dados mostram uma necessidade de educação continuada, um risco iminente ao desfecho esperado para o paciente além de um custo adicional de desperdício evidente.
A variabilidade na assistência médica permanece como um dos principais desafios contemporâneos, com impactos diretos nos desfechos clínicos, na eficiência operacional e na sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde. Essa variação tem origens multifatoriais, desde questões culturais até lacunas na administração.
Os dados do Observatório revelam essa realidade de forma concreta: dentre as 72.150 anestesias para Cesarianas em 2024, observou-se uma significativa variação nas doses de Morfina administradas nas raquianestesias. Enquanto a dose mediana de morfina ficou em 80 μg (variando entre 50�130 μg em 91,6% dos casos), identificaram-se 1.576 procedimentos �2,18%� com doses superiores a 200 μg – uma variação que pode refletir variabilidades injustificadas na prática clínica.
Este exemplo ilustra como a transformação digital e soluções tecnológicas – como sistemas de análise automatizada, feedback em tempo real e monitoramento contínuo de indicadores – são essenciais para converter princípios teóricos em práticas padronizadas. No caso específico da analgesia em cesarianas, tais ferramentas podem ajudar a identificar as causas dessa variabilidade (clínicas, institucionais ou comportamentais) e estabelecer protocolos mais precisos, garantindo tanto a segurança materna quanto a eficiência no uso de recursos.
A integração entre dados robustos, tecnologia avançada e gestão ativa mostra-se, portanto, não apenas desejável, mas imperativa para instituições que buscam excelência na prestação de cuidados em saúde - especialmente em procedimentos de alta frequência como a cesariana, onde pequenas variações podem ter amplo impacto populacional.
A Anestesia Venosa Total �AVT� representa um avanço significativo na prática anestésica, impulsionado pelo desenvolvimento de sistemas de Infusão Alvo-Controlada �TCI � Target Controlled Infusion). Essa tecnologia permite definir com precisão a concentração desejada do fármaco no plasma ou no sítio efetor, enquanto a bomba de infusão ajusta automaticamente as taxas de administração ao longo do procedimento.
A fundamentação farmacológica demonstra a superioridade dos modelos TCI em relação às infusões manualmente controladas �MCI � Manually Controlled Infusion), que, por sua vez, são superiores à administração por bolus intermitentes. Portanto, sempre que disponível, o uso de modelos TCI é recomendado como padrão ouro.
A implementação da AVT requer bombas de infusão especializadas, equipadas com algoritmos farmacocinéticos avaliados – recurso que, graças aos avanços tecnológicos, está cada vez mais acessível em instituições de saúde.
� TCI foi empregado em 77,2% das AVTs (excluindo exames diagnósticos e/ou intervencionistas)
� Remifentanil:
55,8% com TCI
44,2% com MCI
� Propofol:
92,76% com TCI
7,24% com MCI
Estes números refletem a crescente adoção dessa tecnologia, que combina precisão farmacológica com segurança operacional, estabelecendo um novo paradigma na administração de anestésicos intravenosos.
