Por iniciativa do Ministério Público Federal, (MPF), a Fundação Getúlio Vargas e o Fundo Brasil de Direitos Humanos vão estar atuando em Baixo Guandu nos próximos 60 dias, fazendo um levantamento socioeconômico dos danos causados pela desastre da Samarco, ocorrido em 2015. Na semana passada, três procuradores do MPF fizeram uma reunião em Baixo Guandu, no auditório do CRAS, explicando à população a motivação desta nova investida em busca de um diagnóstico mais apurado dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que despejou milhões de toneladas de lama tóxica nas águas do rio Doce. O mesmo trabalho o Ministério Público Federal vai fazer em todas as cidades mineiras e capixabas afetadas diretamente pelo desastre da Samarco. Para isso, foram contratados técnicos da Fundação Getúlio Vargas e do Fundo Brasil, em busca de O prefeito Neto Barros esteve na reunião com o MPF e cobrou ações de reparação dos danos da tragédia da Samarco total independência no levantamento socioeconômico. A reunião realizada em Baixo Guandu teve a presença de mais de 200 pessoas, um número bastante significativo e que representa a preocupação da cidade com a reparação dos danos causados ao município. O município foi duramente afetado na atividade pesqueira, especialmente em Mascarenhas, além de danos na agricultura praticada às margens do rio Doce. Além disso, a cidade teve que mudar a captação da água que posteriormente é tratada para distribuição à população. Hoje o rio Guandu fornece a água bruta para tratamento, enquanto há mais de 60 anos a captação era feita no rio Doce. O prefeito Neto Barros esteve presente na reunião promovida pelo MPF e mais uma vez cobrou a reparação dos danos causados ao Guandu pela tragédia da Samarco. Neto Barros acabou se tornando conhecido nacionalmente em 2015, quando denunciou de imediato a dimensão da Novembro de 2015 vai ficar marcado na história de está muito longe do fim. Três anos se passaram e permanetragédia da lama no rio Doce, enquanto dezenas de cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, cem algumas promessas da Fundação Renova. existia uma preocupação até de esconder quando o rompimento de uma barragem em Mariana, No caso de Baixo Guandu, liberar recursos em torno as consequências do rompimento da bar(MG), de responsabilidade da Samarco, despejou milhões de R$ 11 milhões para ações ligadas à água , entre eles o traragem de Mariana. de toneladas de lama tóxica em rios e córregos daquele tamento de esgotos da cidade. Em questão de poucos dias a tragédia região, atingindo depois o rio Doce até chegar ao Oceano. Tudo muito lento, moroso, dependendo de projetos e da Samarco passou a ser considerada o O que foi feito efetivamente para reparar este dano uma série de outras exigências. maior desastre ambiental da história do incalculável aos municípios? A decisão do MPF de fazer uma medição dos danos país. Tinha razão o prefeito de Baixo GuanNa verdade, muito pouco. Milhares de “cartões da socioeconômicos na região é mais uma esperança de que a du, que continua cobrando das autoridaSamarco” pagam aos supostos atingidos um valor em torSamarco e suas controladoras (Vale e BHP), assumam de des posições mais firmes e celeridade no no de R$ 1.300,00 mensais, algumas indenizações chegavez a responsabilidade de reparar os danos que causaram a processo de reparação dos danos causados ram a ser pagas, mas a reparação social e econômica ainda tanta gente. a dezenas de cidades, além da perda de 19 vidas humanas.
Três anos depois, pouco foi feito pelas cidades atingidas pelo maior desastre ambiental do País