O futurismo de Natal d’aqui há cincoenta annos de Manoel Dantas
ANDERSON GOMES Formado em Educação Artística com habilitação em Desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em 2003. Atualmente, trabalha na Secretaria de Educação a Distância (SEDIS-UFRN) como programador visual, ilustrando e diagramando materiais didáticos e livros técnico-científicos da referida instituição. Participou dos seguintes projetos: Hivinho: uma história de vida, com Kaline Sampaio e Francisco Micussi; HIV-AIDS – Histórias contadas na Atenção Básica, junto ao AVASUS; além de outras revistas em quadrinhos, cartilhas e campanhas institucionais. Lançou, pelo Caravela Selo Cultural, o quadrinho Potiguaçu (2017), Nação Zambêracatu (2019) e o livro infantil Uma menina chamada Perereca (2020). Título
Mais uma vez, Manoel Dantas é revisitado. A conferência de 21 de março de 1909 ainda ecoa pelas paredes e alicerces do Palácio Potengy. O discurso do ilustre Dantas sempre deixará o leitor natalense mergulhado em uma felicidade, mesmo que ácida: felicidade pela literatura ficcional e ácida por ter a certeza de que aqueles ditos cinquenta anos nunca hão de vir. Mas a literatura é livre – mesmo que não saibamos até quando – e vem cumprindo o seu verdadeiro papel de conquistar e de ser também um elemento de construção social. Manoel Dantas resiste e inspira. Resiste nas ideias de transformar a Natal e inspira na criação de outras realidades. Aqui temos uma adaptação de Anderson Gomes que nos traz um Dantas em cor e imagem e muito além de 1959. A HQ baseado na publicação Natal d’aqui há cincoenta annos (Imprensa Official, 1909) caminhou de uma Natal de 1909 até a Natal de 2021, e deste a cinquenta anos ou mais.
Natal daqui a 50 anos
Roteiro e Arte Anderson Gomes do Nascimento ISBN 978-65-88076-12-5 Editora
Caravela Selo Cultural
Detalhes bem sugestivos foram trazidos por Gomes e que o leitor vai percebendo ao longo de cada quadro, cada página: detalhe da ponte que ligava os dois prédios de lados opostos para o transporte de fardos de algodão na Rua Chile, ponte que já não mais existe na decrépita e esquecida rua; detalhe de uma Ribeira cortada em xadrez que hoje é apenas fachadas de prédios esquecidos e que sucumbe a cada inverno; detalhe da estátua que representa a concepção indianista de Thalma no pátio do teatro Alberto Maranhão, fechado; detalhe do efusivo comércio do Grande Ponto que hoje simboliza o colapso financeiro da cidade; detalhe da planejada estrutura urbana da via Costeira que não faz questão de esconder em sua beirada o lixo de um prédio inacabado e carcomido pelo tempo e pela maresia; detalhe de uma cidade imensa surgida no outro lado do rio, apontada por Dantas, mas chantada no esquecimento e no descaso do poder público; detalhe de um grande rio que deu nome à capitania e ao estado, mas ao qual a cidade lhe dá as costas.
Coordenação editorial José Correia Torres Neto Revisão de texto e tipográfica
Cristinara Ferreira dos Santos
Normalização bibliográfica Verônica Pinheiro da Silva Capa, Projeto gráfico e Anderson Gomes do Editoração eletrônica Nascimento Formato Número de páginas
21 cm x 30 cm 28
Tipologia Blackok STD, Lula Borges, Open Sans Bold, Open Sans Semibold e Time New Roman Papel do miolo Couche mate (fosco) 90 g/m2 Papel de capa Cartão duo design 250 g/m2 Loca e data
Natal, RN - 2020/2021
A cidade gigante deixou de acontecer nos primeiros cinquenta anos depois da conferência, e nem foi cogitada aos exatos cem anos. E como será em 2059, aos cento e cinquenta, após o silêncio de 21 de março de 1909?
AGN ilustrações
Não me impressiona se Gomes estivesse sentado lá na última fileira... José Correia Torres Neto