


A Gestão Ambiental pelo Judiciário em História em Quadrinhos (HQ)
Quando o art. 225 da Constituição da República garante que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, vem sempre o questionamento: como posso fazer a minha parte nessa defesa?
Em resposta a essa complexa pergunta, o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte apresenta a História em Quadrinhos (HQ) 3 Cidades no Geoparque Seridó: Cerro Corá, Currais Novos e Lagoa Nova, que apresenta informações importantes dessas três cidades, integrantes da Comarca de Currais Novos RN, que fazem parte do Geoparque Seridó, território chancelado pela UNESCO em 13 de abril de 2022 e formado pelos municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas.
Assim, de maneira criativa, inteligente e interativa, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte materializa a Resolução nº 400, de 16 de junho de 2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre a política de sustentabilidade no âmbito do Poder Judiciário, isso através do financiamento da publicação com recursos oriundos da Resolução nº 154, de 13 de julho de 2012, também do CNJ, em clara demonstração de que o Judiciário pode ser um importante vetor de sustentabilidade ambiental “com base em ações ambientalmente corretas, economicamente viáveis e socialmente justas e inclusivas, culturalmente diversas e pautadas na integridade, em busca de um desenvolvimento nacional sustentável” (art. 2º, Res. nº 400/2021).
Nesse sentido, o Poder Judiciário convida a população do mundo para conhecer, primeiro através da HQ 3 Cidades no Geoparque Seridó: Cerro Corá, Currais Novos e Lagoa Nova, monumentos naturais, turísticos e culturais, tais como Morro do Cruzeiro, Pico do Totoró, Lagoa do Santo, Mina Brejuí e Cânions dos Apertados, em Currais Novos, bem como o Mirante de Santa Rita e o Tanque dos Poscianos, em Lagoa Nova, e, finalmente, o Cruzeiro de Cerro Corá, o Vale Vulcânico, a Serra Verde e a Nascente do Rio Potengi, em Cerro Corá.
Após a visita cultural proporcionada pelas mãos do grande artista Anderson Gomes do Nascimento e coordenação editorial de José Correia Torres Neto, o Judiciário potiguar convida o mundo a conhecer, de perto, o Seridó Geoparque Mundial da UNESCO, com a certeza de que irá se encantar com tanta beleza, cultura e um meio ambiente natural verdadeiramente preservado e pronto para lhe abraçar.
Marcus Vinícius Pereira Júnior Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Professor do Mestrado Profissional da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM)

O território do Geoparque Seridó situa-se no extremo Nordeste do Brasil, região centro-sul do estado do Rio Grande do Norte, no semiárido potiguar, envolvendo totalmente os territórios dos municípios de Cerro Corá, Lagoa Nova, Currais Novos, Acari, Carnaúba dos Dantas e Parelhas. Esses municípios fazem parte da mesorregião Central Potiguar e englobam partes das microrregiões Serra de Santana e Seridó Oriental.
O geoparque compreende uma área de 2.800 km², distante 180 km da capital potiguar, Natal.
O Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó –CPIGS é responsável pela gestão do espaço. Ele foi criado em 14 de agosto de 2020, como instância de governança para gerir o Geoparque Seridó junto aos seus municípios integrantes (Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas), visto que eles já atuam de maneira conjunta no desenvolvimento do território com base na conservação, educação e turismo.
O Consórcio necessita se constituir enquanto personalidade jurídica própria para viabilizar seu modo operacional, garantindo maior segurança aos entes federativos e eficiência nas ações na região.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco reconheceu, no dia 13 de abril de 2023, o Geoparque Seridó como um território de relevância geológica internacional, passando a fazer parte oficialmente do Programa Internacional de Geociências e Geoparques da UNESCO.
O resultado positivo coloca o Geoparque Seridó na seleta lista de Geoparques Mundiais da Unesco, que conta atualmente com 213 geoparques em 48 países de todo o mundo, além de incluí-lo na Rede de Geoparques Mundiais. Dessa forma, esse reconhecimento da UNESCO atesta que essa parte do Rio Grande do Norte tem um patrimônio geológico de relevância internacional, aliado a particularidades do restante do patrimônio natural e do patrimônio cultural, tornando-se, assim, um lugar único no mundo. Essa visibilidade internacional favorece a região para um maior desenvolvimento territorial por meio de práticas turísticas sustentáveis, aliadas a melhorias na educação e na conservação desses patrimônios únicos.
Dessa forma, a publicação desta revista é de extrema importância para a divulgação e o fortalecimento do sentimento de pertencimento do nosso povo, do nosso território.
Janaína Luciana de Medeiros Turismóloga e diretora executiva do Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó
O Seridó Geoparque Mundial da UNESCO, ou simplesmente Geoparque Seridó, território chancelado pela UNESCO em 13 de abril de 2022, compreende uma área geográfica única e unificada, com locais e paisagens de importância geológica internacional, que são gerenciados com uma gestão holística voltada à proteção, educação e desenvolvimento sustentável. Ele é formado pelos municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas, possuindo 2.800 km2 com cerca de 120.000 habitantes.
Esse território vem passando, nos últimos anos, por uma transformação que envolve a tríade conservação, educação e turismo, permitindo o desenvolvimento territorial com benefícios diretos à população local. Isso permite colaborar para a proteção, valorização e popularização dos patrimônios natural e cultural, em uma perspectiva de divulgação do conhecimento científico, fomentando a educação, o turismo e o desenvolvimento do território do Geoparque Seridó.
Hoje, ter em mãos uma publicação da qualidade desta História em Quadrinhos é ver a popularização desse conhecimento materializada. Aqui você irá passear por uma região encantadora, contemplando, nesse primeiro momento, três municípios do Geoparque Seridó, são eles Currais Novos, Lagoa Nova e Cerro Corá.
Verá importantes monumentos naturais e culturais da borda sul da Serra de Santana, com destaque para Morro do Cruzeiro, Pico do Totoró, Lagoa do Santo, Mina Brejuí e Cânions dos Apertados, todos em Currais Novos. Subindo a Serra de Santana, irá conhecer o Mirante de Santa Rita e o Tanque dos Poscianos, ambos em Lagoa Nova. E terminará a viagem passando pelo Cruzeiro de Cerro Corá, Vale Vulcânico, Serra Verde e Nascente do Rio Potengi, todos em Cerro Corá.
Aproveite essa viagem e descubra as maravilhas que a porção centro-norte do Geoparque Seridó tem a oferecer!
Marcos Antonio Leite do Nascimento
Coordenador Científico do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO

Bom dia, meu povo!

Alguém já visitou uma dessas cidades ou mesmo o Seridó?
Tudo bem com vocês? Eu me chamo Ana e serei a sua guia nesta viagem a três belas cidades do nosso Seridó potiguar: Cerro Corá, Currais Novos e Lagoa Nova.
Acho que nenhum de nós viemos ao interior.
Ótimo! Já vou poder usar o roteiro que decorei ontem à noite para vocês!
Brincadeira, gente! Bom... como parece que vocês não conhecem o Seridó, então vamos a uma pequena contextualização para a gente não se perder.
O Seridó é uma região que fica entre os estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Acari
Bodó
Caicó
Carnaúba dos Da ntas
Cerro Corá
Cruzeta
Currais Novos
Equador
Florânia
Ipueira
Jardim de Pira nhas
Jardim do Seridó
Jucurutu
Lagoa Nova
Ouro Bra nco
Parelhas
Sa nta na do Matos
Sa nta na do Seridó
São Fernando
São João do Sabugi
São José do Seridó
São Vicente
Serra Negra do Norte
Tenente Laurentino Cruz
Timbaúba dos Batistas
Junco do Seridó
Salgadinho
Sa nta Luzia
São José do Sabugi
São Mamede
Várzea
Baraúna
Cubati
Frei Martinho
Juazeirinho
Nova Palmeira
Pedra Lavrada
Picuí
Seridó Tenório
40 municípios fazem parte da região do Seridó. 25 do lado potiguar e 15 do paraibano.
Caramba! É tanta cidade assim e a gente só vai conhecer três delas!
É verdade, mas vamos deixar para conhecer as demais em outra oportunidade.
NEGOAs possíveis origens do verbete Seridó vêm dos tapuias, transcrito como “ceri-toh” e quer dizer “pouca folhagem e pouca sombra”, em referência às características da região. Porém, como os colonizadores eram cristãos-novos, descendentes de judeus, os termos “sarid” e “serid” seriam oriundos do hebraico, que significariam “sobrevivente” ou “o que escapou”. Ou ainda “she’erit” no sentido de “refúgio Dele” ou “refúgio de Deus”.

O Seridó está localizado na Mesorregião Central Potiguar, no Sertão. Ele tem como clima o semiárido e a caatinga como sua vegetação predominante.
A gente não devia ter saído do ar-condicionado do ônibus.
Não tem como contestar esse camarada.
Mas, antes das cabeças de gado chegarem ao Seridó, viviam aqui diversos povos nativos. Os cariris, em específico, habitavam a região de Currais Novos.

Vamos começar a nossa jornada! Primeiro, conhecendo como cada um desses municípios surgiu. E olha, eles têm muitas coisas em comum.
Foi Afonso de Albuquerque Maranhão, no ano de 1687, quem derrotou Janduí Canindé e apaziguou os indígenas da região. Esse evento ficou conhecido como a Guerra dos Bárbaros.
Quando falamos da região do Seridó, devemos entender que a colonização, como também a interiorização do Rio Grande do Norte, deu-se pela expansão da atividade pecuária.
Após a pacificação, os soldados e capitães que lutaram contra os cariris tornaram-se os primeiros lavradores e criadores de gado da região.

O Coronel Cipriano Lopes Galvão, que era pernambucano, em 1755, obteve a data do rio Totoró...
E daí surgiram as grandes fazendas.
... E mandou construir entre os rios Maxinaré e Totoró, légua e meia de distância da sua casa-grande, currais novos para o seu gado.
O primeiro dos seis filhos do Coronel, o Capitão-mor Cipriano Lopes Galvão, construiu, a pedido do seu pai, a capela em homenagem à Sant’Ana.
E o povoado foi crescendo...
... e, em 1890, emancipou-se do município de Acari e tornou-se oficialmente cidade em 1920.
...tornou-se vila...Houve mais duas emancipações a partir de Currais Novos: Lagoa Nova e Cerro Corá. Mais um elemento que as unem: as emancipações políticas.
E o gado foi o ponto de partida para o surgimento de Cerro Corá. A primeira dona de terra em Cerro Corá foi Adriana de Holanda Vasconcelos, que ganhou, em 1764, duas datas de terras.

Em 1886, o Major Lula Gomes, proprietário da localidade, passou a chamar as terras de Barro Vermelho.
Diziam que os vaqueiros que passavam por lá ficavam com as roupas tingidas da cor de barro.
Ela doou parte da terra a Nossa Senhora de Sant’Ana, surgindo assim o nome Serra de Santana.
E a cidade foi se desenvolvendo com o tempo e com a ajuda de várias pessoas.
De Barro Vermelho, a cidade passou a ser chamada de Caraúbas, devido à existência da planta pelas redondezas.
Mas logo mudou de nome em 1922. Eu, João Alfredo Galvão, intendente de Currais Novos, mudo oficialmente o nome de Caraúbas para Cerro Corá.
Oxi! Tô todo sujo! E tenho dito!Seu Joca queria mesmo era que o município tivesse o nome diferente do município que fica no Oeste do estado.

Em 1953, passou à categoria de município pelo projeto de lei do deputado estadual Cortez Pereira sancionado pelo então governador Sílvio Pizza Pedrosa, oficializando, assim, a emancipação.
Joca Pires, como era mais conhecido o intendente João Alfredo Galvão, quis homenagear a última batalha da Guerra do Paraguai, que foi travada no dia 1º de março de 1870, nas imediações de Cerro Corá, 454 km a nordeste de Assunção, capital do Paraguai.
Foi nessa batalha que Solano Lopes, presidente do Paraguai, foi morto pelo Exército Imperial Brasileiro.
Já o surgimento do município de Lagoa Nova passa novamente pela viúva Adriana de Holanda Vasconcelos.

O gado se distanciava do rio Totoró à procura de pasto, subindo a Serra Azul, atual Serra de Sant’Ana.
Naquela época, houve uma grande seca que assolou a Serra de Sant’Ana.
Ao seguir as veredas deixadas pelo gado... ... os escravizados chegaram à beira da lagoa, na qual já havia lá outros gados pastando.
Quem campeava o gado eram os escravizados de Dona Adriana.
Ao saber da “lagoa nova”, Dona Adriana mandou construir um curral perto para o gado.

Logo depois, requisitou a sesmaria da Lagoa Nova em 1793.
As histórias das três emancipações estão ligadas pelos produtos relativos à terra.
E não podemos esquecer da forte religiosidade nos três municípios.

A igreja católica foi muito importante no surgimento dessas cidades.
Igreja Matriz de Sant’Ana - Currais Novos.
Isso ocorreu desde o começo do povoamento, quando foram concedidas datas de terras aos santos e, consequentemente, às igrejas de cada município.
os eventos religiosos, sociais e cívicos giraram ao seu redor, consolidando a identidade dos cidadãos de cada uma das cidades.
Igreja Matriz de São João BatistaCerro corá. Igreja Matriz São Francisco de AssisLagoa Nova.Depois de todo esse contexto histórico das cidades que visitaremos, vamos nos encaminhar aos seus geossítios.

Mas, a propósito, vocês sabem o que é um geossítio?
Sem problema, minha gente! Depois do nosso passeio, vocês vão sair daqui sabendo até mais do que eu!
Bom… Aqui está! Geossítio é um local de interesse geológico com um ou mais elementos da geodiversidade e que apresenta valores científico, educativo e/ou turístico.
E um conjunto de geossítios pode vir a formar um geoparque.
Sei lá. Eu já estou aqui para saber o que é isso!
Não faço a mínima ideia!
Vixe! Saímos da aula de História para entrar numa de Geografia!Atualmente, existem 213 geoparques com o selo de aprovação da Unesco espalhados em 48 países.
No Brasil, temos seis desses geoparques mundiais da Unesco.
o Geoparque Seridó é composto por seis municípios: Acari; Carnaúba dos dantas; cerro corá; currais novos; lagoa nova e parelhas


Quarta Colônia (RS)


Geoparque Araripe (CE)


Geoparque Seridó (RN)
Geoparque Caminhos dos Cânios do Sul (SC e RS)
Geoparque Uberaba z(MG) Geoparque Geoparque Caçapava (RS)ele pode ser visto de vários pontos de Currais Novos.
Todo mundo tenta encontrar vestígio de cimento entre as rochas, mas acaba descobrindo mesmo que é uma formação rochosa única de 515 milhões de anos esculpida no decorrer dos anos pelos efeitos erosivos do vento e das chuvas.
E vamos começar a conhecê-los em Currais Novos! Bem na sua área urbana...
… No Geossítio Morro do Cruzeiro, ou Pedra do Navio para os mais antigos.

A cruz que está lá em cima foi talhada pelo Mestre Oliveira em 1900. Ela ficava em frente à igreja matriz de Currais Novos e foi colocada lá em cima em 1930.
O Morro do Cruzeiro tem um significado religioso muito importante para a comunidade local. Vamos andar mais um pouquinho para o outro geossítio.
Qual é o significado de Totoró?
Puxa! Não sabia que para chegar aqui tinha que andar tanto em estrada de barro!

De acordo com Cascudo, significa “lugar onde se encontra água”.
Mas vai valer muito a pena. Aqui, vocês vão saber como eram as antigas fazendas que deram origem a Currais Novos.
O Geossítio
Pico do Totoró tem 645 metros de altitude. Nós podemos encontrar por aqui rochas com quase 600 milhões de anos! E esse é o açude público Totoró, que foi construído em 1932. Ele tem capacidade de armazenamento de mais de 3 milhões de m3 de água.
E falando em água, isso nos leva para outro lugar aqui pertinho.
Na grande seca de 1877, quando os fazendeiros escavavam uma cacimba para obtenção de água para o gado, encontraram uma imagem de São Sebastião. Então deram o nome deste lugar de Lagoa do Santo. e tornou-se o Geossítio Lagoa do Santo.

A profundidade máxima da lagoa é de 3 metros em época de cheia e, nos seus sedimentos, foram encontrados fósseis de carapaça de tatu gigante, tigre-dentes-de-sabre, preguiça gigante…
Tigre dentes-de-sabre!
Isso mesmo! Do período Pleistoceno, entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás!
Aqui, temos a Pedra do Sino, a qual emite o som de sino ao batermos nela.

Reza a lenda que o antigo dono destas terras havia sonhado que existia uma botija dentro dela e resolveu parti-la. Acredito que trabalhou à toa, pois não encontrou nada!
E na Pedra do Letreiro, nós encontramos algumas pinturas rupestres.
Ela é considerada a maior mina de scheelita da América do Sul e começou suas atividades em 1943, quando descobriram o minério por aqui. Em 1954, foi fundada a Empresa de Mineração Tomaz Salustino.
Vamos entrando! Todo mundo colocando o capacete! Cuidado onde pisam!

Para que serve a scheelita?
Estamos aqui no Geossítio Mina Brejuí. Ela está no entorno da cidade de Currais Novos, a cerca de 8 km do centro.
A scheelita é formada por tungstênio, que é usado em canetas esferográficas,
ligas metálicas como aditivo para o aço e nas antigas lâmpadas incandescentes; e por cálcio, que serve na fabricação de cal para argamassa, cimento e para a agricultura.
OPa!Segure firme! isso!

O apogeu da mina foi na Segunda Guerra fornecendo minério aos Aliados para a produção do aço.
Vamos lá, gente! Tomem cuidado!
O progresso que a mina trouxe à cidade foi enorme! Um dos seus símbolos maiores foi a construção, em 1954, do Tungstênio Hotel.
Nos anos de 1980, houve um declínio da produção devido ao baixo valor de mercado do minério. A mina retornou às suas atividades em 1990, mostrando o grande potencial econômico da atividade mineradora do nosso Seridó.
É isso que temos aqui no Geossítio Cânions dos Apertados, que estão localizados na zona rural de Currais Novos, na Fazenda Aba da Serra.
Para vocês, o que seria um cânion?
Bom, basicamente um cânion é uma extensão de paredes rochosas formadas através do processo erosivo da água e dos ventos durante milhões de anos.

Foi o rio Picuí que cortou e mudou a Serra da Timbaúba. Ela é formada de rocha quartzítica, uma rocha metamórfica composta principalmente de quartzo, que dá uma textura granular e forma esses desenhos nas rochas.

A coloração dessa rocha é clara deixando os Cânions dos Apertados mais vistosos aos olhos.
Agora, pessoal, vamos para os geossítios de Lagoa Nova?Estamos no Geossítio Mirante de Santa Rita, a uma altura de 750 metros.

Daqui podemos ter uma visão geral da cidade de Currais Novos, que fica a cerca de 20 km, vemos uma parte da Serra da Umburana, bem ao fundo, e o Pico do Totoró ao nosso lado direito.
Nós tivemos que andar uns 3,5 km desde o centro da cidade de Lagoa Nova, mas vai valer muito a pena só para ver tudo isso.
Puxa! Como a vista daqui é linda!

Calma que ainda tem muita coisa para se ver!
Aqui, estamos nesse cenário de beleza cênica! O Geossítio Tanque dos Poscianos! Ele fica no sítio Buraco de Lagoa, na zona rural de Lagoa Nova.
Essa formação de arenitos e granitos, que é cercada de plantas bem típicas da nossa caatinga, fica na borda da Serra de Santana.
É uma vista mais bonita do que a outra mesmo!
Verdade.
Mais outra panorâmica linda temos aqui em Cerro Corá. O Geossítio Cruzeiro de cerro corá fica 570 metros acima do nível do mar. E tudo bem pertinho da área urbana desse município.

Daqui a gente vê toda a cidade de Cerro Corá, a Serra de Santana, o Pico do Cabugi e o Açude Eloy de Souza.
O açude foi construído em 1937 pelo Senador Eloy de Souza e fica no centro da cidade.
O terreno aqui é um pouco irregular, por isso cuidado onde pisam.
Estamos caminhando no leito de um rio e estamos cercados dessas disjunções colunares basálticas no Geossítio Vale Vulcânico

Essas formações são bem parecidas com as que são encontradas no Pico do Cabugi.
Que tal irmos para dentro de uma caverna, pessoal?
Isto não é lindo?
Vocês conseguem imaginar que 4.000 anos atrás, os homens habitaram aqui dentro desta e de outras cavernas, deixando estes registros?
E bem aqui, nas casas de pedras, ficaram conhecidas essas formações.

Sem falar neste tanque que a água da chuva enche. Foram encontrados fósseis no fundo dele.
E não é só isso que encontramos aqui no Geossítio da Serra Verde.
Nós temos grandes conjuntos de afloramentos rochosos com suas formas bem peculiares, como a Pedra do Tubarão, a Pedra do Nariz, a Pedra da Baleia, a Pedra do Caju e a Pedra Cabeça de Cachorro ou de Dinossauro.

E nós vamos terminar o nosso passeio pelos geossítios pelo lugar que para mim é o mais importante: o Geossítio nascente do rio Potengi

Nós estamos na encosta da Serra de Santana, e o rio Potengi sai do Seridó até chegar a Natal, onde deságua no Oceano Atlântico, percorrendo uma distância de 170 km.
Este geossíto é o meu preferido porque foi o rio Potengi que praticamente deu o nome ao nosso estado.

Quando os portugueses chegaram à sua foz, ficaram impressionados com a sua extensão e o batizaram de rio Grande, tornado depois o nome da capitania e do nosso estado.
Vimos, na nossa jornada, o quão rico e belo é o nosso Seridó.
Uma beleza que para muitos passa despercebida e até negligenciada.

Quando a Unesco deu o certificado de patrimônio para esse território, ela nos incumbiu da responsabilidade de cuidar e conservar esta rica região, não só para nós, como também para o mundo.
Todos ganhamos com a valorização do nosso geoparque: o comércio local, as escolas, a pesquisa científica e principalmente o turismo aqui no interior.
É comum ver os descasos das autoridades em lutar para regularizar e viabilizar a preservação dos nossos bens naturais. Não podemos também esquecer da irresponsabilidade da população, que cobra dos governantes, mas é quem primeiro vandaliza o nosso patrimônio.
A interiorização do nosso turismo é algo que deve ser mais explorado de forma sustentável e valorizada. O turismo potiguar não se resume somente às praias, mas também às regiões Oeste, Central e Agreste Potiguar. Eu convido todos a visitar o nosso interior potiguar. Se é Currais Novos, Cerro Corá ou Lagoa Nova não importa! Conheçam todo o Rio Grande Norte!
Nós adoramos!
Muito obrigado por tudo!

Já vamos nos preparar para a próxima. Aproveitar o embalo para conhecer as outras cidades.
É isso aí!
Espero que todos tenham gostado do que viram e conheceram. Foi meio corrido, mas agradeço de coração a todos vocês!
Que bom!
E, quando vierem, estaremos aqui prontos para recebê-los de braços abertos com muito carinho e disposição.