Revista johnwayne

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A artigo

Diligências fez de mim um astro e serei grato a Ford para sempre. Mas não penso que ele tivesse realmente algum respeito por mim como ator até que fiz Rio Vermelho (1949, dirigido por Howard Hawks)”, disse em entrevista. Se ambos ainda tinham qualquer dúvida sobre a habilidade de Wayne em atuar, Rastros de Ódio (1956) acabaria de vez com o menor resquício e possibilidade de tal suspeita persistir. O soldado confederado Ethan Edwards (Wayne) retorna para casa e descobre que a família de seu irmão havia sido morta num ataque indígena e que a sua sobrinha Debbie (Natalie Wood) tinha sido seqüestrada pelos vilões. Imediatamente, resolve ir atrás dos responsáveis pela carnificina, resgatar Debbie e se vingar dos peles-vermelhas. Rastros de Ódio é considerado um dos faroestes mais perfeitos da história do cinema. O próprio Wayne considerava este o melhor filme de sua carreira e o durão Ethan o melhor personagem que já tinha tido o prazer de encarnar.

não sabia como expressar seu interesse romântico por Dallas, Ford o mandou franzir a testa e levantar a sobrancelha. Mais tarde teria dito que Wayne passou os últimos quarenta anos da carreira usando o artifício! Apesar da aparente falta de confiança do diretor, Ford voltou a trabalhar com o “Duke” em grandes faroestes, como Sangue de Herói (1948), Legião Invencível (1948) e Rio Grande (1950). Antes disso, tinha escalado o ator no excepcional A Longa Viagem de Volta (1940). O próprio Wayne parecia intimidado e incerto de seu talento diante do diretor. “No Tempo das

Em 1962, a dupla Wayne-Ford voltou a se reunir para criar um dos melhores filmes dessa prolífica parceria. O Homem Que Matou o Facínora traz Liberty Valence (brilhantemente interpretado por Lee Marvin), um dos vilões mais detestáveis do cinema.

Valence é tão odioso quanto é temido numa cidadezinha. Com o péssimo hábito de surrar inocentes com um chicote com cabo de prata, roubar velhinhas e espinafrar os mais fracos, leva uma vida fácil até a chegada de Ransom Stoddard (James Stewart) à cidade. John Wayne vive Tom Doniphon um homem pacato, cuja principal preocupação, aparentemente, é terminar de construir sua casa. O encontro com John Ford deu um novo significado à carreira de John Wayne. Os filmes que os dois fizeram juntos têm complexidade, estão muito além do corre-corre e disputa entre mocinhos e bandidos. Os personagens vividos pelo ator nos filmes de seu grande mestre tinham nuances psicológicas que exigiam um nível superior de interpretação. É por isso que, por mais óbvio que possa parecer, a carreira de John Wayne é dividida em antes e depois de John Ford. SHOWTIME WESTERN

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