Marco conceitual para a compreensão do comportamento de risco

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Marco conceitual para a compreensão do comportamento de risco para o apoio às decisões reprodutivas de casais sorodiscordantes Tamaryn L. Crankshawa, Lynn T. Matthewsb, Janet Giddyc, Angela Kaidad, Norma C. Waree, Jennifer A. Smitf, David R. Bangsbergg a

Gestora de Programa PTV, Hospital Mccord, Durban, África do Sul. Contato: tlcrankshaw@gmail.com Residente Médica(??), Divisão de Doenças Infecciosas e Centro de Saúde Global, Hospital Geral de Massachussetts, Boston, MA, EUA e Instrutora, Faculdade de Medicina de Harvard, Boston, MA, EUA c Clínica(?) de PVT, Hospital McCord, Durban, África do Sul d Professora Adjunta, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Simon Fraser, Vancouver, BC, Canadá e Professora Associada, Departamento de Saúde Global e Medicina Social, Faculdade de Medicina de Harvard, Boston, MA, EUA f Chefe-adjunta, Saúde Materna, Adolescente e Infantil, e Professora Associada, Faculdade de Medicina Clínica, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Witwatersrand, Johannesburg, África do Sul g Professora-adjunta de Medicina, Hospital Geral de Massachusetts, Centro de Saúde Global e Faculdade de Medicina de Harvard, Boston, MA, EUA, Mbarara Universidade de Ciência e Tecnologia, Mbarara, Uganda b

Resumo: Serviços integrados de saúde reprodutiva para pessoas vivendo com o HIV devem incluir ações voltadas para a realização de suas intenções reprodutivas. Para casais sorodiscordantes que queiram ter filhos, a tentativa de concepção pode oferecer um risco substancial de transmissão do HIV para o parceiro não-infectado. Estratégias comportamentais e farmacológicas podem reduzir esse risco. Para o desenvolvimento de programas fármaco-comportamentais eficazes, é importante entender e tratar dos contextos relacionados ao processo de tomada de decisões reprodutivas e ao risco de transmissão do HIV e aos comportamentos de risco associados à concepção. Apresentamos aqui num quadro conceitual para descrever as dinâmicas envolvidas nos comportamentos de risco para o HIV no contexto sul-africano. Adaptamos o Modelo de Comportamento Preventivo baseado em Informação-Motivação-Habilidades para tratar das determinantes estruturais, conjugais e individuais do comportamento mais seguro para a concepção. A intenção foi identificar os fatores que influenciam o comportamento de risco de infecção pelo HIV entre casais sorodiscordantes durante a concepção, de modo a orientar a formulação e a implementação de serviços integrados e eficazes de HIV, saúde reprodutiva e planejamento familiar, que dêem apoio às decisões reprodutivas dos usuários e usuárias. Palavras-chave: quadro conceitual, HIV, casais sorodiscordantes, gravidez, concepção segura Muitas pessoas que vivem com HIV optam por ter filhos1-8 e precisam de serviços de concepção seguros para realizar seus objetivos, com o mínimo de risco de transmissão do HIV para o parceiro e criança. Embora o direito da escolha reprodutiva de pessoas com HIV seja garantido pela lei sulafricana, a maioria dos programas de prevenção e tratamento do país (e no mundo) coloca o foco na abstinência sexual, no uso de preservativos e na prevenção da gravidez como estratégias para minimizar a transmissão do HIV9. Essas abordagens trazem para os casais sorodiscordantes que desejam conceber o dilema de colocar o parceiro não-infectado em risco de adquirir o HIV ou deixar de lado o desejo de ter filhos3,4,6,10-13. Para casais sorodiscordantes que desejam e conseguem

engravidar, o risco de adquirir e transmitir o HIV pode aumentar durante a gravidez14-16. Além disso, uma mulher em fase aguda da infecção tem maior probabilidade de transmitir o vírus à criança.17 As dificuldades de informar e de facilitar o acesso a estratégias disponíveis de redução do risco pode estar contribuindo para a ocorrência de novas infecção de HIV entre casais sorodiscordantes e suas crianças18-20. É cada vez maior a demanda pelos serviços integrados de saúde reprodutiva para pessoas que vivem com o HIV21,22. Diretrizes recentes apresentadas pela Sociedade Médica Sul-Africana de HIV recomendam que os serviços devam apoiar pessoas com HIV que optem por conceber23. Algumas estratégias comportamentais e farmacológicas

http://www.grupocurumim.org.br/site/revista/qsr7.pdf

Doi (artigo original): 10.1016/S0968-8080(12)39639-0

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