MUDANÇA CLIMÁTICA
PALAVRAS-CHAVE
AQUECIMENTO GLOBAL - CLIMA - MUDANÇA CLIMÁTICA
GASES DE EFEITO ESTUFA - TEMPERATURA - TEMPO
PALAVRAS-CHAVE
AQUECIMENTO GLOBAL - CLIMA - MUDANÇA CLIMÁTICA
GASES DE EFEITO ESTUFA - TEMPERATURA - TEMPO
é a medida de calor ou frio num lugar.
Nos últimos 20 anos, o número de chuvas intensas e volumosas, acima de 100 mm/dia, superou o acumulado nas seis décadas anteriores. Além do incremento da precipitação e o aumento dos dias secos consecutivos, as chuvas intensas estão concentradas em menos dias, entremeados por períodos mais longos sem chuvas.
é a forma como a atmosfera se comporta. Consiste nas mudanças de curto prazo de minutos a semanas na atmosfera.
DISTRIBUTIVA
DISTRIBUTIVA
DISTRIBUTIVA
DISTRIBUTIVA
Quais são as diferenças entre tempo, temperatura e clima? O clima está mudando? Como podemos saber?
Você senta alguma mudança?
Você imagina algum problema relacionado a essas mudanças?
Pensamos no tempo em termos de temperatura, umidade, precipitação, sol, vento, neblina, geada, tempestades de granizo, e pressão atmosférica.
Entre 1933 e 2017, temperaturas médias, mínimas e máximas e precipitação média anual aumentaram -A temperatura média aumentou 2,3 °C
-A temperatura média máxima 2,1 °C
-A temperatura média mínima 2,4 °C
-A precipitação aumentou 511,8 mm no total anual
é a média do tempo para uma região e um período de tempo específicos (30 anos ou até mais).
Temperaturas médias anuais entre 1933 e 2014.
A mudança climática se refere a alterações de longo prazo nos padrões climáticos.
Desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal motor da mudança climática, devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. A emissão de gases poluentes (gases de efeito estufa) se acumulam na atmosfera e provocam maior retenção de calor da Terra.
O aumento da temperatura média terrestre, causado pelo acúmulo de gases poluentes na atmosfera.
Como acontece o aquecimento global? O aumento na concentração dos gases de efeito estufa provoca alteração nas trocas de calor, ficando a maior parte retida na atmosfera. Em consequência, ocorre o aumento da temperatura, o que causa o aquecimento global.
Projeções de mudanças climáticas na cidade de São Paulo apontam aumento das temperaturas médias e da quantidade de chuvas.
No horizonte até 2030-2040, poderá haver aumento da temperatura média, aumento do número de noites quentes, diminuição do número de noites frias e aumento de eventos de ondas de calor.
Além disso, os dados sugerem um aumento na temperatura média entre 2 °C a 3 °C até o final do século.
TEMPERATURAS MÉDIAS ONDAS DE CALOR DIAS SECOS CONSECUTIVOS
NOITES
Tendências climáticas até 2100 para o Município de São Paulo.
Há uma previsão de que as áreas suscetíveis a enchentes e inundações cresçam em 254,45 km² até 2030 na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com aumento de 48,67 km² das áreas suscetíveis a risco de deslizamento.
Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050, at: https://www.prefeitura.sp.gov. br/cidade/secretarias/
Plano de Ação Climática do Estado de São Paulo -NET ZERO 2050-, at: https://smastr16.blob.core. windows.net/home/2021/10/cop26portugues.pdf
Fonte: Unidade Didática – Mudança Do Clima. Life Adaptate. https://lifeadaptate.eu/wp-content/uploads/ LifeAdaptate_DidacticUnit_PT.pdf
PALAVRAS-CHAVE
IMPACTO CLIMÁTICO - ILHA DE CALOR - DESASTRES NATURAISCONSEQUÊNCIAS FÍSICAS - SAÚDE HUMANA
Efeitos sobre os sistemas naturais e humanos dos eventos climáticos extremos e das mudanças climáticas. Afetam a vida, meios de vida, saúde, ecossistemas, economia, sociedade, cultura, serviços e infraestrutura.
Os impactos resultan da interação entre os eventos climáticos perigosos ou ameaças, que ocorrem dentro de um período de tempo específico, e a vulnerabilidade de uma sociedade ou um sistema exposto a certo perigo.
A mudança climática afeta os determinantes sociais e ambientais da saúde - ar limpo, água potável segura, alimentos suficientes e abrigo seguro.
Entre 2030 e 2050, a mudança climática cause aproximadamente 250.000 mortes adicionais por ano, devido à desnutrição, malária, diarréia e estresse pelo calor.
VOCÊ
Os períodos de calor extremo não chegavam a 15 dias por ano durante as décadas de 1960 e 1970, aumentanto para cerca de 40 dias em 2010, e 50 dias em 2014.
As ONDAS DE CALOR são um fenômeno climático que implica uma sequência de ao menos três dias consecutivos com temperaturas máximas ou mínimas mais altas do que as esperadas para a mesma região e para a mesma época do ano.
QUESTÕES
Quais são os impactos climáticos com os quais você está mais preocupado?
Sua saúde é afetada por eventos climáticos extremos?
A sua casa está vulnerável a inundações ou ondas de calor?
As áreas com infraestrutura de saúde fracaprincipalmente nos países em desenvolvimento - serão as menos capazes de enfrentar sem assistência para se preparar e responder.
Os impactos são desproporcionalmente sentidos pelos mais vulneráveis e desfavorecidos, incluindo mulheres, crianças, minorias étnicas, comunidades pobres, migrantes ou pessoas deslocadas, populações mais velhas e aqueles com condições de saúde subjacentes.
Fonte: Climate change and health, World Health Organization, at: https://www.who.int/es/news-room/factsheets/detail/climate-change-and-health
refere-se às temperaturas mais altas em áreas urbanas devido aos padrões de urbanização caracterizados por:
• Alta concentração de materiais que absorvem calor durante o dia
• Falta de áreas verdes que reduz a quantidade de vapor d’água na atmosfera
• Impermeabilização do solo que impede a absorção da água pela terra
• Alta concentração de edifícios que interferem na circulação dos ventos
• Poluição do ar devido a atividades industriais e transporte
• Queimadas nas florestas
As mudanças climáticas afetam os determinantes sociais e ambientais da saúde e causam mortes adicionais por ano, devido à desnutrição, malária, diarréia e estresse térmico. Áreas com infraestruturas sanitárias frágeis são mais vulneráveis.
(2030-50)
95,000 DESNUTRIÇÃO
60,000 MALÁRIA
48,000 DOENÇAS DIGESTIVAS
38,000 ANCIÃOS EXPOSTOS AO CALOR
EXTINÇÃO DE ESPÉCIES E PERDA DA BIODIVERSIDADE MUDANÇA NA COMPOSIÇÃO DA FAUNA E DA FLORA EM TODO O PLANETA
PERDA DA CAPACIDADE DE TRABALHO DEVIDO AO CALOR
DISTRIBUTIVA
TRAUMATISMOS, CARDIOVASCULARES, DESIDRATAÇÃO, DIARREIA, ASMA,
As mudanças climáticas podem afetar a nossa capacidade de produzir alimentos suficientes, garantir abrigo seguro, ar puro, e água potável, bem como oportunidades de emprego e renda estável.
AUMENTO DE CASOS DE DESASTRES NATURAIS COMO INUNDAÇÕES, TEMPESTADES,...
DESLOCAMENTO DEVIDO A CATÁSTROFES (BRASIL, 2008-21)
PROPAGAÇÃO DE DOENÇAS DEVIDO AO AUMENTO DA TEMPERATURA E TRANSMITIDAS PELA ÁGUA E PELOS INSETOS.
SUBMERSÃO DE CIDADES LITORÂNEAS
DEVIDO A SUBIDA DO NÍVEL DO MAR
DESERTIFICAÇÃO SECAS SEVERAS INUNDAÇÕES
DESLIZAMENTOS
QUEDA NA PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA
AUMENTO DOS PREÇOS DOS ALIMENTOS BÁSICOS DE CONSUMO HABITUAL
AUMENTO DA POBREZA POR FENOMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS
MAIS CONFLITOS BÉLICOS
PARA TER ACESSO A RECURSOS LIMITADOS
DESLOCAMENTO DE POPULAÇÕES / REFUGIADOS CLIMÁTICOS
IDM Base de Dados Global de Deslocaçoes Internas, at: https://www.internal-displacement.org/database/displacement-data
AGRAVAMENTO DO ACESSO A ÁGUA POTÁVEL EM DETERMINADAS AREAS
Nações Unidas Brasil, at: https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-sao-mudancas-climaticas
PALAVRAS-CHAVE
It is important to identify and prioritize available adaptation options based on time, cost, bene ts, and barriers to implementation.
ADAPTAÇÃO - MITIGAÇÃO - PLANO DE AÇÃO CLIMÁTICAPREPARAÇÃO E RESPOSTA
Location of infrastructure in safer safer zones
Renewal of the landscape (natural renewal and reforestation)
Provision of exible and varied crops in case of disaster
Research and adaptation to potential disasters disasters, studies, eTc
Adaptação à mudança climática é o processo de ajuste de sistemas naturais e humanos ao comportamento do clima no presente e no futuro. Em sistemas humanos, a adaptação procura reduzir danos potenciais e explorar oportunidades benéficas advindas da mudança do clima. Em sistemas naturais, a intervenção humana busca apoiar o ajuste destes sistemas ao clima atual e futuro e seus efeitos
Mitigation is about trying to slow down and reduce the potential consequences of climate change through actions designed to reduce the emission of greenhouse gases into the atmosphere.
Actions and Planning to mitigate climate change:
Reduce greenhouse gas emissions associated with urban form: promote connected, accessible, and dense urban form that reduces car travel, promotes walking, and e cient use of public infrastructure
Prevention measures (evacuation evacuation plans, contingency contingency plans, etc)
Prevention measures (evacuation evacuation plans, contingency contingency plans, etc)
Mitigação à mudança climática consiste em tentar desacelerar e reduzir as potenciais consequências das mudanças climáticas através de ações destinadas a reduzir a emissão de gases de efeito de estufa na atmosfera.
FORMA URBANA CONECTADA
PLANOS DE CONTINGENCIA USO EFICIENTE DA INFRAESTRUTURA PÚBLICA
AUMENTAR SOMBRA
Promoting a network of green spaces that can provide environmental and climate services
Improving energy e ciency and greater use of renewable energy.
Actions aimed at adaptation and preparing cities in advance so that the impact is not so severe:
Promoting carbon sinks
Promote vegetation in urban areas.
Increase shade in the urban and peri-urban environment. Adapt buildings using sunscreens that can be of plant origin (facades and green roofs).
DE ESPAÇOS VERDES
FACHADAS E TELHADOS VERDES
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Increase the number of drainage areas to compensate for soil sealing produced by sidewalk.
Separate rainwater collection to avoid runo and promote its use.
Quais são as diferenças entre adaptação e mitigação ?
Reforest forests, which act as carbon sinks and reduce the e ect of urban hotspots.
O problema parece tão grande... Como posso contribuir para a ação climática?
Protect infrastructure through nature-based solutions.
Strengthen emergency response.
Você está preparado para situações de eventos extremos?
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SEPARAR A CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA PARA EVITAR O ESCOAMENTO E PROMOVER O SEU USO
AUMENTAR O NÚMERO DE ÁREAS DE DRENAGEM
SUMIDOUROS DE CARBONO
REFLORESTAR
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E MAIOR USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
Mitigation of Climate Change
Mitigation is about trying to slow down and reduce the potential consequences of climate change through actions designed to reduce the emission of greenhouse gases into the atmosphere.
Transporte é o setor responsável pela maior parcela das emissões totais, com valores que pouco se modificaram ao longo dos anos. Considerando as competências e capacidade de influência da cidade, esse é um setor com várias oportunidades de intervenção, mas que requer o envolvimento de diferentes órgãos municipais, que lidam com as áreas de transporte público, transporte individual, planejamento urbano, habitação, desenvolvimento econômico e trabalho.
Actions and Planning to mitigate climate change:
Reduce greenhouse gas emissions associated with urban form: promote connected, accessible, and dense urban form that reduces car travel, promotes walking, and e cient use of public infrastructure
O Plano de Acção Climática Municipal (PlanClima SP) foi desenvolvido como uma resposta às mudanças climáticas e orienta a ação governamental para incluir a questão climática nos processos de tomada de decisão e elabora a forma como a população se pode preparar para enfrentar os impactos gerados.
Promoting a network of green spaces that can provide environmental and climate services
Improving energy e ciency and greater use of renewable energy.
Promoting carbon sinks
O princípio é garantir a iniciativa de mitigação dos gases com efeito de estufa e a adaptação aos impactos das alterações climáticas, para que estes possam ser aplicados imediatamente na gestão da cidade, incluindo todos os sectores da administração municipal.
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Implementar critérios e indicadores de eficiência energética na aquisição de bens, contratação de serviços, ou obras da administração pública municipal.
Melhorar monitoramento dos instrumentos de planejamento urbano para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação aos impactos das alterações climáticas, bem como a adopção de fontes de energia renováveis e a construção sustentável.
Criar o Plano de Contingência da Seca, adotando as medidas para o seu funcionamento.
Expandir as medidas de adaptação e reforçar a capacidade de preparação e resposta dos serviços de saúde em situações de eventos extremos, com ênfase na população vulnerável que vive em zonas periféricas.
Fonte: PlanClima SP https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/meio_ambiente/arquivos/ PlanClimaSP_BaixaResolucao.pdf
REDUZIR A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS
REDUZIR AS EMISSÕES DE GEE DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS.
CRIAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS
USO DENSO DA TERRA, MAIS EMPREGO.
INCENTIVAR LOCAIS PÚBLICOS QUE SE TORNARÃO ZONAS ESPECIAIS DE PROTECÇÃO AMBIENTAL (ZEPAM)
CRIAR TAXA AMBIENTAL PARA INCENTIVAR SERVIÇOS PRESTADOS POR ÁREAS PROTEGIDAS.
CURTO CARRO MÉDIO (GASOLINA)
MÉDIO (DIESEL)
MÉDIO
MÉDIA
CARRO A GASOLINA (DOIS PASSAGEIROS)
VEÍCULO MÉDIO ELÉCTRICO
FERROVIA NACIONAL BALSA
Balanços Energéticos Mundiais da AIE: Visão Geral https://www.iea.org/reports/world-energy-balances-overview/world
Scherer, Laura & Pfister, Stephan. (2016). Hydropower’s Biogenic Carbon Footprint. PLoS ONE. 11. e0161947. 10.1371/journal.pone.0161947.
Comparação da Pegada de Carbono das Opções de Transporte. https://www.visualcapitalist.com/ comparing-the-carbon-footprint-of-transportation-options/
JUSTIÇA CLIMÁTICA - VULNERABILIDADE - RISCO ABURGUESAMENTO VERDE - PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO PALAVRAS-CHAVE
A justiça climática oferece a visão da crise climática através de uma lente de direitos humanos, devido aos impactos da mudança climática serem injustamente suportados por diferentes comunidades.
ALOCAÇÃO DE ENCARGOS E BENEFÍCIOS ENTRE INDIVÍDUOS, NAÇÕES E GERAÇÕES.
QUEM DECIDE E PARTICIPA DA TOMADA DE DECISÕES.
IMPLICA RESPEITO BÁSICO E COMPROMISSO COM E JUSTA CONSIDERAÇÃO DE DIVERSAS CULTURAS E PERSPECTIVAS.
“Quando eu comecei no ativismo climático eu fui muito questionada. O pessoal ficava: “Amanda, você vai falar de clima? A galera preta tá morrendo, olha a polícia matando a gente, olha o encarceramento, e você vai falar de clima? Pauta de gente branca, rica, privilegiada. Vai virar vegana também, né? Vai virar faria limer?”. O desafio é comunicar que a pauta climática também é uma pauta racial, que o discurso climático foi embranquecido, mas que é necessário escurecê-lo e fazer com que a justiça climática, à partir da nossa narrativa, da vivência das pessoas que estão nos territórios, povos indígenas, quilombolas, pretos, periféricos, favelados, sejam evidenciados.”-- AMANDA DA CRUZ COSTA, Instituto Perifa Sustentável, São Paulo
Entrevista para a Revista Vogue, matéria por Gabriela Bardusco. Conheça a ‘Perifa Sustentável’, um dos coletivos que representam vozes negras na COP26. Disponível também no Geledés website. fhttps://www.geledes. org.br/conheca-a-perifa-sustentavel-um-dos-coletivos-que-representamvozes-negras-na-cop26/
“Os impactos das mudanças climáticas têm gênero,cor e lugar” -- PerifaConnection.
Na cidade de São Paulo, quais os lugares, grupos raciais e identidades de gênero que mais sofrem o racismo climático?
Quem define as áreas de risco? Os membros da comunidade podem contribuir com seus conhecimentos no processo?
envolve o tratamento justo e o envolvimento significativo de todas as pessoas independentemente de raça, cor, origem nacional, sexo, gênero, ou renda com respeito ao desenvolvimento, implementação e aplicação de leis, e políticas ambientais. O envolvimento significativo implica:
1. As pessoas participan das decisões sobre atividades que possam afetar seu meio ambiente e/ou saúde;
2. Suas preocupações serão consideradas no processo decisório;
3. Os tomadores de decisão procuram e facilitam o envolvimento daqueles potencialmente afetados.
O ativismo ambiental tem uma longa tradição nas comunidades negras, com mulheres negras em papéis de liderança.
Fonte: https://report.ipcc.ch/ar6wg2/pdf/IPCC_AR6_WGII_SummaryForPolicymakers.pdf
The Intersectionality of Environmental Justice and Women of Color, at: https://medium.com/nationalcenter-for-institutional-diversity/the-intersectionality-of-environmental-justice-and-women-of-colore17d1a2b34d6
“Agente sofre na pele, a gente sofre no corpo, a gente sofre na alma, a gente sofre na alimentação, é um combo de situações. Se existisse uma política pública voltada para esses assuntos... Nós precisamos da natureza em si. Mãe de santo, por exemplo, sem natureza, sem terra não existe. Se não houvesse tantas ambições, nosso ecossistema, nosso clima, nossa terra estariam numa situação que poderíamos conviver. O impacto ambiental é a mão amaldiçoada da ambição. Enquanto isso, nós, povo preto, povo indígena, povo mais pobre, somos as pessoas que tentam ajudar, tentam plantar, tentam arar... Nossa preocupação, desde quando estamos construindo nosso axé, é para segurar a natureza e nos assegurarmos também, para termos uma respiração melhor, temos uma saúde melhor.
“ -- MÃE CELINA DE XANGÔ
Citada em Conrado, Edlene; Nazar, Leonides; Capelobo, Walla. O que o antirracismo pode ensinar ao campo das mudanças climáticas? Perifa Connection, DESAFIO Lab. Disponivel: https:// d19c5c63-c2eb-45f6-b05f-0ff23e92b482.usrfiles.com/ugd/d19c5c_ bbf78cbae70b43f98aa0df5ee94c94be.pdf
No contexto da mudança climática, o risco pode surgir das interações dinâmicas entre os perigos relacionados ao clima, a exposição e a vulnerabilidade dos sistemas humanos e ecológicos afetados.
485 ÁREAS DE RISCO PARA DESLIZAMENTO DE ENCOSTAS E SOLAPAMENTO DE MARGENS DE RIOS.
462 COM RISCO GEOLÓGICO EM COMUNIDADES VULNERÁVEIS.
Precisamos diversas formas de conhecimento-científico, local, indígena- na compreensão e avaliação dos processos e ações de adaptação climática para reduzir os riscos da mudança climática.
No Brasil, a dinâmica urbana de ocupação do espaço é segregada e mediada pelo capital imobiliário. Com isso, a exposição a situações de risco também foi distribuída de maneira desigual entre os diversos grupos sociais.
As populações moradoras de favelas e ocupaçcões são as mais atingidas pelos desastres, uma vez que esse espaços desvalorizados pelo mercado imobiliário, como encostas íngremes e áreas alagáveis, estão mais atingidos pelos extremos climáticos.
Além disso, o poder público não investe na urbanizaçcão de favelas para amenizar o risco. Portanto, os desastres, principalmente em termos de deslizamentos de terras e de inundações de áreas urbanas específicas, são socialmente construídos e não apenas naturais é mediado pela cultura e pelo processo social.
Fonte:
SP Disponibiliza dados sobre Áreas de risco na web , at: https://www.desenvolvimentoeconomico. sp.gov.br/sp-disponibiliza-dados-sobre-areas-de-risco-na-web/ e https://agenciabrasil.ebc.com.br/ geral/noticia/2021-01/municipio-de-sao-paulo-tem-485-areas-de-risco-para-deslizamentos Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050
VULNERABILIDADE CLIMÁTICA
Propensão ou predisposição de uma comunidade ou pessoa a ser afetada negativamente.
usa indicadores sociais e econômicos de desenvolvimento humano da população. O índice é composto por uma junção entre a sensibilidade ou suscetibilidade e a capacidade de adaptação, e a exposição.
A justiça climática explica que os países, territórios urbanos e rurais, populações e comunidades que menos contribuem para a mudança climática são as que mais sofrem com suas consequências. O racismo climático expõe dados científicos de que as pessoas negras, pardas, indígenas, e quilombolas estão mais afetadas pelos impactos do aquecimento global, mas não tem representatividade na formulação de políticas locais, nacionais e internacionais de ação climática.
Vários fatores influenciam a vulnerabilidade de uma população, como governança, nível de pobreza e desigualdade social, nível educacional, desenvolvimento urbano e regional, e resiliência.
A vulnerabilidade varia dentro e entre os bairros, cidades, regiões e países, também mudando com o tempo.
A vulnerabilidade das populações mais pobres frente às mudanças climáticas cria um ciclo perverso de intensificação da pobreza e de acirramento das desigualdades e exclusão social.
Consideração dos riscos climáticos e vulnerabilidade:
1. Identificar potenciais riscos climáticos e vulnerabilidade de forma inclusiva e participativa.
2. Desenvolver mapas de riscos climáticos acessível ao público.
3. Identificar pessoas, bens materiais e econnomias expostos aos riscos da mudança climática.
4. Avaliar o impacto ambiental dos planos urbanos e da infraestrutura.
consiste no tratamento desigual promovido por instituições governamentais e privadas dominadas por brancos que perpetuam e promovem políticas públicas de exclusão efetiva dos demais grupos raciais. No Brasil, os povos negros e indígenas vem sofrendo séculos de discriminação racial.
É a distribuição injusta dos recursos e riscos sócio-econômicos e ambientais entre diferentes grupos étnico-raciais numa cidade, e entre regiões e países.
Costa, Amanda e Diosmar Santana Filho. Racismo Climático Podcast, 41 minutos.. Episódio 5: Racismo Climático. Crise climática e democracia. temporada 2. Podcast disponível: https://laut.org. br/revoar/racismo-climatico/ LAUT, Centro de Analise da Liberdade e Autoritarismo. Coutinho Louback, Andréia. O paradoxo da justiça climática no Brasil: o que é e para quem? Feminismos transnacionais. Le Monde Diplomatique Brasil. Publicado em 31 de julho de 2020. Disponivel: https://diplomatique.org.br/o-paradoxo-da-justica-climatica-no-brasil-o-que-e-e-para-quem/ Conrado, Edlene; Nazar, Leonides; Capelobo, Walla. O que o antirracismo pode ensinar ao campo das mudanças climáticas? Perifa Connection, DESAFIO Lab. Disponivel: https://d19c5c63-c2eb45f6-b05f-0ff23e92b482.usrfiles.com/ugd/d19c5c_bbf78cbae70b43f98aa0df5ee94c94be.pdf
Coutinho Louback, Andréia. Como o racismo se revela na crise climática e afeta a infância? Publicado em: 20 de setembro de 2021. Disponivel em: https://lunetas.com.br/racismo-ambiental-e-climatico/
PALAVRAS-CHAVE
GÊNERO - DESIGUALDADE - INTERSETIONALIDADE -
LGBTQIA+ - MULHERES
“As mulheres se mobilizam facilmente para atuar como protagonistas das questões ambientais, instigando colaborações radicais”--ChristianaFigueres
Os papéis de gênero, são os mesmos em todas as partes do mundo, a qualquer momento na história?
Como as vulnerabilidades urbanas e a mudança climática são vividas diferentemente com base no gênero?
São as ações climáticas melhoradas quando incluimos as mulheres e LGBTQIA+ como participantes, líderes e protagonistas?
GÊNERO e um conceito formulado nos anos 1970 para distinguir a dimensão biológica (sexo) da dimensão social na construção da identidade. Está ligado às definições e conceitos culturais, sociais e históricos. O género, enquanto construção social, é aprendido e perpetuado através da estrutura familiar, educação, religião, e contexto social.
LGBTQIA+ é o movimento político e social que luta por mais igualdade e respeito à diversidade e busca mais representatividade e direitos para esta população.
Lésbicas: mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero.
Gays: homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero.
Bissexuais: pessoas que sentem atração sexual/afetiva pelos gêneros masculino e feminino.
Transexuais/Transgêneros: pessoas que transitam entre os gêneros. Se refere a identidades de gênero.
Queer: pessoas que transitam entre as noções de gênero, que não se encaixam na heterocisnormatividade.
Intersexo: pessoas cujo desenvolvimento corporal sexual não se enquadra na binariedade (feminino ou masculino).
Assexuais: pessoas que não sentem atração afetiva ou sexual independe do gênero da outra pessoa.
+ Abrangência: indicativo de que o movimento abrange as diversas possibilidades de orientação sexual e identidade de gênero.
Fonte: REIS, T., org. Manual de Comunicação LGBTI+. 2ª edição. Curitiba: Aliança Nacional LGBTI / GayLatino, 2018. Accessible at: https://www.grupodignidade.org.br/wp-content/uploads/2018/05/ manual-comunicacao-LGBTI.pdf
é uma vantagem social, política e económica que favorece os homens em detrimento das mulheres e das pessoas LGBTQIA+.
é o estudo da sobreposição ou intersecção de identidades sociais e sistemas de opressão, dominação ou discriminação em nossa sociedade. Levando-se em conta o conceito de intersecção, mulheres indígenas, mulheres quilombolas, mulheres negras, mulheres da periferia, agricultoras, mães solteiras e chefes de família são impactadas de formas distintas. Nossas diferentes posicionalidades-- raça, classe, idade, habilidade, etc.--, pode nos conferir poder e privilégio ou desigualdade e discriminação.
O processo de exclusão e desigualdades no Brasil afeta sobretudo as mulheres negras que vivem nas periferias e favelas do país e sofrem com o racismo e sexismo. Em São Paulo, as mulheres negras ganham em média R$ 11,25 por hora trabalhada; os homens brancos recebem R$ 22,99.
e afetados pelos acontecimentos relacionados com o clima porque estão sujeitas a formas inerentes de discriminação e marginalização na sociedade. A vulnerabilidade das mulheres e LGBTQIA+ às mudanças climáticas provém de uma série de fatores - sociais, econômicos e culturais.
Fontes: Putting gender equality at the heart of climate action, at: https://www.c40.org/news/genderequality-climate-action-women4climate/?gclid=Cj0KCQjw-pCVBhCFARIsAGMxhAflmnkRWXJPbMcC HuIsaCQdxNPmv-UIdpSkLk2Zk_2X-LBTchQXNi8aAibbEALw_wcB
Mais de 1,2 milhão de mulheres negras perderam o emprego na pandemia. Por Flavio Ilha / Publicado em 8 de março de 2022. Extra Classe: Disponível: https://www.extraclasse.org.br/ movimento/2022/03/mais-de-12-milhao-de-mulheres-negras-perderam-o-emprego-na-pandemia/ https://climainfo.org.br/2021/03/08/clima-genero-e-a-interseccionalidade/ https://www.oxfam.org.br/juventude-raca-e-genero/raca-e-genero/
AS MULHERES SOFREM UM AUMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DURANTE DESASTRES E AMBIENTES EM MUDANÇA
AS MULHERES REPRESENTAM 80% DAS PESSOAS DESLOCADAS
PELAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
NORMAS DE GÉNERO
HOMENS/MULHERES PODEM TRABALHAR EM INDÚSTRIAS IMPACTADAS
AS MULHERES SOFREM MAIS LESÕES EM CATÁSTROFES NATURAIS
GARANTEM A SEGURANÇA HIDRICA
GARANTEM A SEGURANÇA ALIMENTAR
DEFENDEM SEUS TERRITORIOS
RESTAURAM FLORESTAS
PROTEGEM A BIODIVERSIDADE
INOVAM E EMPREENDEM
DIVERSIFICAM A RENDA
AS MULHERES TÊM MENOS ACESSO À TERRA, AO CRÉDITO, AOS INSUMOS AGRÍCOLAS, ÀS ESTRUTURAS DE TOMADA DE DECISÃO, À TECNOLOGIA, À FORMAÇÃO E AOS SERVIÇOS DE EXTENSÃO QUE MELHORARIAM A SUA CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS.
PRESERVAM CONHECIMENTOS TRADICIONAIS
REPRESENTAÇÃO EM POSIÇÕES DE PODER E LIDERANÇA
REPENSAR A RESPOSTA A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DE CUIDADO E RELACIONAMENTO
Fonte: Plano de Ação Climática do Município de São Paulo 2020-2050
TRABALHO NÃO REMUNERADO
Recomendações para melhorar a capacidade adaptativa: Abordar os impactos específicos de gênero das mudanças climáticas em áreas relacionadas com água, segurança alimentar, agricultura, energia, saúde, gestão de catástrofes, e conflitos.
Visar desigualdades no acesso a recursos, incluindo serviços de crédito, extensão e formação, e informação e tecnologia.
Reflectir as perspectivas, prioridades e necessidades das mulheres e LGBTQIA+ nas políticas, estratégias, e financiamento relacionados com o desenvolvimento sustentável e intervenções em matéria de mudanças climáticas.
Incluir as mulheres e LGBTQIA+ na tomada de decisões a nível nacional e local relativamente à atribuição de recursos para iniciativas sobre mudançcas climáticas: obras públicas, política ambiental, direito à terra e à moradia digna, políticas urbanas e públicas, etc.
Assegurar investimentos comprometidos com a igualdade de gênero, em programas de adaptação, mitigação, transferência de tecnologia e desenvolvimento de capacidades.
Ter em conta as circunstâncias específicas das mulheres mulheres e LGBTQIA+ ao introduzir tecnologias relacionadas com a adaptação às mudanças climáticas e remover as barreiras econômicas, sociais e culturais que poderiam restringir a utilização das mulheres.
Women...In The Shadow of Climate Change, at: https://www.un.org/en/chronicle/article/ womenin-shadow-climate-change#:~:text=Women%20are%20increasingly%20being%20 seen,dependent%20on%20threatened%20natural%20resources.
FAVELA - OCUPAÇÃO DE TERRA - AGLOMERADOS SUBNORMAISASSENTAMENTOS INFORMAIS - SEGURANÇA DA POSSE.
Por que existem favelas e ocupações?
Como a ONU (Organização das Nações Unidas define favelas e assentamentos informais?
Por que o IBGE, órgão responsável pelo censo demográfico no Brasil, chama favelas, ocupações, e outros assentamentos de aglomerados subnormais?
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) define favelas e comunidades urbanas como áreas com predominância de domicílios com graus diferenciados de insegurança jurídica da posse e, pelo menos, um dos demais critérios:
- Ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos por parte das instituições competentes;
- Predomínio de edificações, arruamento e infraestrutura usualmente autoproduzidos e/ou com parâmetros urbanísticos e construtivos distintos dos definidos pelos órgãos públicos;
- Localização em áreas com restrição à ocupação definidas pela legislação ambiental ou urbanística, tais como faixas de domínio de rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de energia e áreas protegidas, entre outras; ou em sítios urbanos caracterizados como áreas de risco ambiental.
A Prefeitura de São Paulo distingue as favelas dos:
• Núcleos urbanizados que são favelas dotadas de 100% de infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, drenagem e coleta de lixo. Porém, ainda não regularizadas legalmente.
• Loteamentos irregulares que se surgem a partir da iniciativa de um agente promotor e/ou comercializador, sem a prévia aprovação pelos órgãos públicos ou implantados em desacordo com a legislação ou com o projeto aprovado.
Número total de favelas e comunidades
FAVELAS E OCUPAÇÕES LUGARES DE RESISTÊNCIA
As favelas são também bairros vibrantes com empreendedorismo econômico e alta produção cultural. Favelas e ocupações são exemplos de organização comunitária e solidariedade.
Várias inovações socioambientais e propostas de políticas públicas, nascem nas favelas e ocupações de São Paulo e todo Brasil.
Fontes:
IBGE. 2024. Favelas e Comunidades Urbanas. Notas metodológicas n. 01 Sobre a mudança de Aglomerados Subnormais para Favelas e Comunidades Urbana. Disponível https://www.ibge.gov.br/geociencias/ organizacao-do-territorio/tipologias-do-territorio/15788-favelas-ecomunidades-urbanas.html#:~:text=Favelas%20e%20Comunidades%20 Urbanas%20s%C3%A3o,da%20insufici%C3%AAncia%20e%20 inadequa%C3%A7%C3%A3o%20das
IBGE 2020. Aglomerados subnormais 2019: classificação preliminar e informações de saúde para o enfrentamento à COVID-19: notas técnicas e apresentação. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view= detalhes&id=2101717
Fonte: Prefeitura de São Paulo, Habitação http://www.habitasampa.inf.br/habitacao/
Williamson, T. Uma Urbanista Responde: O Que é uma Favela? COMCAT, Comunidades Catalisadoras. Disponível: https://comcat.org/urbanista/ Pimentel Walker, A. P., Arquero de Alarcón, M., Santo Amore, C., Lopes dos Reis, N., Rajkumar Nair, N., Yelk, J., & Liu, Y. (2021). Young Land Occupations and the Failure of Housing Policy in Brazil. Housing Policy Debate, 1-22.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece critérios internacionais para definir favelas, em inglês slums, o que possibilita comparar as condições de moradia de vários países. São cinco critérios:
1. Acesso inadequado ao abastecimento de água melhorado,
2. Acesso inadequado ao saneamento básico,
3. Alta densidade populacional
4. Moradia de construções precárias
5. Falta de segurança de posse.
De acordo com a ONU, os assentamentos informais são geralmente vistos como sinônimos de favelas, com um foco especial na condição jurídica da terra, infraestrutura e serviços básicos. Eles são definidos por três elementos:
As favelas e ocupações existem devido à falta de alternativas de moradia para a classe trabalhadora e salários baixos combinados com o custo elevado da casa própria e dos aluguéis, especialmente nas áreas centrais. A falta de política habitacional para população de baixa renda contribui para novas ocupações de terra e o adensamento de núcleos urbanizados.
O mercado imobiliário com fins lucrativos prefere produzir moradia para as elites brancas que se auto segregam em condomínios fechados e áreas centrais com infraestrutura completa.
Os moradores não têm segurança da posse.
Os bairros geralmente carecem de serviços básicos formais e infraestrutura municipal.
A moradia pode não estar conforme as regras de planejamento urbano e construção civil, muitas vezes por estar situada em áreas geográfica e ambientalmente perigosas.
Líderes comunitários, movimentos sociais e acadêmicos usan el termo para identificar assentamentos recentes que sofrem alto risco de remoção e não recebem apoio governamental para urbanização.
Uma ocupação de terra nasce quando as pessoas não conseguem mais pagar aluguel e ocupam uma área, geralmente na periferia. Na cidade de São Paulo, grande parte dos terrenos vazios estão em área de preservação ambiental ou área de risco. As ocupações de terra que não são removidas, crescem e se transformam em favelas consolidadas.
A segurança da posse é o direito humano de todos os indivíduos e grupos à proteção efetiva contra despejos e remoções forçadas. Sem segurança da posse, não há direito à moradia adequada.
A urbanização das ocupações e favelas, com a chegada das redes de esgoto e drenagem, pavimentação, água e eletricidade, pode acontecer através de programas governamentais ou de maneira incremental, através da organização comunitária e da luta. A urbanização que é liderada pelas associações de moradores conta com apoio dos movimentos sociais de moradia, assessorias técnicas, e redes de solidariedade.
A regularização fundiária é um direito que efetiva a segurança da posse e facilita a urbanização. Ela adequa os assentamentos às normas urbanísticas e jurídicas. O poder público não deve negar aos moradores de favelas e ocupações o saneamento básico por falta de regularização. Pelo contrário, deve promover a regularização para garantir mais direitos.
União Nacional por Moradia Popular (2020). Cartilha de Regularização Fundiária. Campanha Nacional Despejo Zero. Em defesa da vida no campo e na cidade.
2 Encontro de Favelas e Ocupações. Materiais de Formação e contatos de movimentos sociais e assessorias.
Fonte:
Organização das Nações Unidas, indicadores e definições dos objetivos de desenvolvimento sustentável, atualizada até 20 de dezembro de 2021, em inglês. https:// unstats.un.org/sdgs/metadata/ files/Metadata-11-01-01.pdf
Fontes: Climate change and health, World Health Organization, at: https://www.who.int/es/news-room/factsheets/detail/climate-change-and-health
PALAVRAS-CHAVE
REMOÇÕES - ENTULHO - IMPACTO AMBIENTAL
O direito à moradia é um Direito Humano previsto em constituição!
No entanto, conflitos relacionados à posse e uso da terra podem levar famílias que ocupam terrenos de forma irregular a serem removidas. Existem algumas situações relacionadas à remoção:
Quando a comunidade é informada de que é possível que haja pedido de reintegração de posse na justiça ou remoção administrativa. Neste caso, não há demolição das casas, mas um processo legal ou ilegal pode estar em andamento para que as famílias desocupem o terreno.
Em casos de grandes ocupações - particularmente quando próximas de áreas verdes e córregos - é possível que haja a remoção de parte das casas e que outras continuem. No entanto, isso não significa que não haja ameaça contínua de remoção para as casas restantes.
Como reconhecer uma ameaça de remoção?
Como se organizar em caso de uma remoção?
Quais os impactos da remoção no meio ambiente?
O que deve acontecer com o material das casas demolidas?
Porque a remoção pode agravar os impactos de mudança climática?
É o caso em que toda a ocupação é despejada de suas casas e então há ação de demolição de todas as casas, bem como desconexão de toda a infraestrutura - elétrica, de água, esgoto, etc…
Em ocupações na Metrópole de São Paulo, ao menos 146 contam com a presença de Movimentos de Moradia!
Fonte: Observatório de Remoções http://www.labcidade.fau.usp.br/mapa-denuncias/
Para lutar contra a remoção, é fundamental se organizar coletivamente. Lembre-se, estão previstos na Constituição:
o que significa que terrenos públicos ou privados não devem ficar vazios ou sem função social.
Mesmo nos casos em que a remoção não pode ser evitada, os moradores têm direitos. Durante o deslocamento das pessoas, não devem ocorrer abusos de poder ou violência. Ninguém tem o direito de destruir seus pertences.
Por este motivo, é necessário apoio de advogados populares; se organizar em associações de moradores, movimentos sociais; e buscar assessorias técnicas gratuitas e defensoria pública para conhecer e exercer seus direitos!
Defensoria
Pública
Das 7h às 19h 0800 773 4340
Entrar em contato com advogados populares Registrar o caso no Observatório de Remoções
Portal de Denúncias da Secretaria de Justiça do Estado Buscar orientação no CRAS mais próximo
Dentre os muitos problemas causados pelas remoções, é importante que o entulho gerado seja removido do terreno pelo promotor da remoção e seja corretamente separado conforme o tipo de material para correto descarte em aterros. Não é responsabilidade de quem está sendo removido!
A não retirada do entulho no local é um CRIME e deve ser denunciado!
Além dos canais na página anterior, cidadãos podem denunciar para a Prefeitura de São Paulo ligando para 156
A presença do entulho pode atrair: animais peçonhentos como aranhas e escorpiões
bem como se tornar refúgio de pragas urbanas como ratos, mosquitos e baratas
Tipos de materiais e seus impactos ambientais se não descartados corretamente (CONAMA):
Classe (CONAMA)
Classe A
Tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto
Descarte Correto Perigo!
Reutilizáveis, recicláveis ou ou encaminhados a aterro de resíduos. Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, áreas de “bota fora”, encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.
Espaço para proliferação de pragas
A remoção de moradias de terrenos ocupados gera forte impacto ambiental.
Desperdício dos materiais utilizados não havendo o desmonte adequado das casas. O entulho atrasa a recuperação ambiental.
Combustível e emissões do CO2 no transporte ao aterro
Decomposição dos materiais no aterro
Essa situação tem grave impacto ambiental negativo para toda a vizinhança!
• Contaminação do terreno
• Contaminação de córregos
• Contaminação de áreas públicas e ruas com as chuvas mais intensas e frequentes devido às mudanças climáticas
• Criação de focos de pragas e doenças
• Espaços perigosos para a segurança da vizinhança
Classe B
Plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso
Reciclável em ponto de coleta Entupimento de esgoto, ruas, calçadas e córregos. Contaminação de rios e áreas verdes.
Classe C
Isopor, espumas expansivas, fitas de amarração de blocos de concreto, telas de proteção, cimento
Classe D
Tintas, solventes, óleos, telhas de amianto
Armazenados, transportados e destinados para o local correto Entupimento de esgoto, ruas, calçadas e córregos.
Contaminação de rios e áreas verdes.
Armazenados, transportados e destinados para o local correto Prejudica a saúde daqueles que entrarem em contato!
Contaminação de rios e áreas verdes.
Fonte:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98303
http://blog.netresiduos.com.br/como-sao-classificados-os-residuos-solidos
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/residuos_solidos_saude_comunidade_interrelacao_ saude.pdf
Remoção sem garantia de moradia e solução da crise habitacional da classe trabalhadora gera novas ocupações e desmatamento. O desmatamento agrava a presença de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global.
560 casas por exemplo:
28.000 m2 de entulho
Mulheres são as mais impactadas uma vez que costumam ser elas as responsáveis por cuidar da casa e filhos e passar mais tempo na reconstrução.
Tempo de vida desperdiçado é um dos aspectos mais perversos da remoção, uma vez que as famílias têm que começar novamente do zero, com pouca assistência social e praticamente sem apoio habitacional.
PALAVRAS-CHAVE
SANEAMENTO BÁSICO - ESCASSEZ DE ÁGUA - GESTÃO DA ÁGUA
Em 2010, as Nações Unidas (ONU) declararam o acesso à água potável e ao saneamento como um direito humano: “O direito humano à água prevê que todos tenham água suficiente, segura, aceitável, fisicamente acessível e a preços razoáveis para usos pessoais e domésticos.”
Em 2020, uma pesquisa-ação sobre acesso à água em áreas informais durante COVID-19 indicou que 71.2% dos entrevistados tiveram acesso intermitente à água na cidade de São Paulo. Um contraste com o dado de que 99,3% da população é atendida com abastecimento de água.(SNIS, 2018).
Isso mostra que o problema de acesso à água vai além de uma ampla cobertura de rede de abastecimento, mas se relaciona também com a qualidade do serviço e a capacidade para efetuar o pagamento.
Como exigir seu acesso à água e saneamento básico?
Quais são os impactos socioambientais da falta de acesso pleno à água potável?
Quais são os impactos socioambientais de falta de acesso à drenagem e ao esgoto?
Qual a importância ambiental do saneamento básico para todos?
“A compra de água, o investimento em redes de abastecimento ou os valores de tarifas podem comprometer a renda das famílias; e ainda pode gerar problemas de saúde e conflitos dentro da comunidade.” (Projeto Água e Moradia, 2021)
Segundo a ONU, o custo da água não deve exceder 3% da renda familiar.
Fontes:
O Direito Humano à Água e Saneamento (ONU): https://www.un.org/waterforlifedecade/pdf/human_ right_to_water_and_sanitation_media_brief_por.pdf
Água e Moradia: https://aguaemoradia.pesquisa.ufabc.edu.br/pesquisa/ Instituto Água e Saneamento: https://www.aguaesaneamento.org.br/municipios-e-saneamento/sp/ sao-paulo
https://www.un.org/waterforlifedecade/human_right_to_water.shtml
http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual-agua-e-esgotos/diagnostico-dos-servicos-de-agua-eesgotos-2018
https://agenciavirtual.sabesp.com.br/web/guest/tarifas
A ONU considera que os governos têm obrigação de assegurar o acesso à água.
O abastecimento de água limpa pode ser exigido e deve ser concedido a todos. Isso inclui moradores de favelas, como foi definido em 2020 pela Justiça do Estado de São Paulo.
Cidadãos do Estado de São Paulo com menor poder aquisitivo tem direito a se inscrever para a Tarifa Social da cobrança de água na Sabesp se cumprirem estes requisitos entre outros:
Tiverem renda familiar de até 3 salários mínimos
Morarem em habitação com até 60 m2
Precisa de mais orientações? Este pode ser um começo:
Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social de São Paulo Buscar orientação no CRAS mais próximo
Portal de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social de São Paulo
Fontes: https://www.conjur.com.br/dl/agua-imovel-irregular.pdf
Direitos Humanos à Água e ao Saneamento: https://www.unwater.org/water-facts/human-rightswater-and-sanitation#:~:text=Access%20to%20water%20and%20sanitation,everyone%27s%20 health%2C%20dignity%20and%20prosperity & https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/ noticia/2020-04/justica-determina-que-sabesp-forneca-agua-para-todas-favelas-de-sp Tarifa Social: https://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=183
As ligações d’água improvisadas podem expor os moradores às contaminações e doenças! É importante prezar pelo abastecimento regular de água para garantir a saúde de todos.
Quando os governos não asseguram o fornecimento de água potável e segura, os sistemas com má manutenção ou improvisados podem gerar:
Fossas improvisadas são comuns onde não há conexão com o sistema de saneamento básico da cidade.
Quando o esgoto entra em contato direto com o solo, existe grande risco de:
Contaminação do solo com produtos químicos e orgânicos
Proliferação de bactérias
Proliferação de pragas urbanas
Contaminação de poços artesianos
Contaminação de árvores e hortas próximos!
É fundamental lutar pelo acesso à água e saneamento básico!
Apenas com saneamento e água é possível garantir a qualidade de vida digna e direitos dos moradores, bem como zelar pelo mínimo impacto ambiental no ecossistema da região.
Áreas com esgoto a céu aberto apresentam um risco para toda a vizinhança, particularmente com a ocorrência de chuvas mais intensas e inundações, causadas pelas mudanças climáticas.
Mesmo após a regularização do acesso à água e saneamento, antigas fossas sépticas não tratadas apresentan uma ameaça para a futura ocupação do terreno.
Problemas com a pressão nos canos
Vazamentos
Má manutenção dos reservatórios
Urina e fezes de animais domésticos
Bactérias e vermes fonte de água potável
Produtos químicos, como materiais de limpeza e de construção
Crianças e idosos estão mais vulneráveis à contaminação.
O que significa um custoso e desafiador processo de descontaminação do solo além de uma ameaça ao sistema de abastecimento de água da região.
PALAVRAS-CHAVE
DRENAGEM - ALAGAMENTO - SOMBREAMENTO
ARBORIZAÇÃO - CALÇAMENTO
A convivência harmoniosa com a água é um desafio para nossas cidades. Políticas urbanas ativas antecipam as mudanças climáticas e estão determinadas a melhorar a qualidade de vida de os habitantes.
Nas comunidades informais, a falta de infraestrutura adequada de gerenciamento de águas pluviais coloca desafios importantes:
a água da chuva e a água cinza nas casas são expostas em canais de drenagem abertos.
a diferença topográfica contribui para a retenção e estagnação dessas águas sujas.
Isso atrai insetos, aumenta os transmissores de doenças e produz odores devido à falta de circulação de oxigênio e água.
Quais são os impactos da arborização nas cidades? Como a drenagem e a pavimentação das ruas atenuam os impactos das mudanças climáticas?
Cada região da cidade possui seu próprio microclima, que varia de acordo com a presença de ruas pavimentadas, córregos, arborização, casas e prédios. Em grandes cidades a temperatura e umidade dos bairros varia bastante.
Com as graves mudanças climáticas, a tendência é de climas cada vez mais extremos e que ameaçam a saúde nas cidades. Assim, a arborização ameniza esses climas extremos e garante a qualidade de vida na cidade.
Enriquecem a biodiversidade e equilibram o ecossistema urbano.
criam sombras que refrescam durante os dias quentes
protegem dos ventos e das águas durante as tempestades
Reduzem a poluição do ar
SÉRIE 2: CONHECIMENTOS TÉCNICOS
Algumas medidas são simples e diminuem muito a contaminação das água, como:
Minimizar os óleos e produtos químicos que são jogados na pia e use recipientes descartáveis para evitar contaminação.
Construir canais de drenagem a distâncias adequadas dos edifícios para evitar danos causados por tempestades
Plantar árvores ajuda a gestão da água da chuva, combate os efeitos das Ilhas de Calor e promove o conforto térmico nas ruas e calçadas da cidade.
As árvores são infraestrutura verde e complementa, mas não substitui, drenagem. Em áreas de alta densidade habitacional, como favelas e ocupações de terras, é importante proteger áreas florestais estabelecidas e incentivar o plantio de novas áreas com o objetivo de criar bairros saudáveis.
São canteiros com vegetação construídos em locais em que a água costuma acumular, como cruzamentos e curvas acentuadas. Eles absorvem as águas da chuva e evitam enchentes, além de contribuir com o sombreamento das ruas e como refúgio para animais e insetos.
A pavimentação é um dos principais fatores na criação de ilhas de calor e na promoção de climas extremos nas cidades.
O uso de materiais impermeáveis - como asfalto e concreto - faz com que a água de chuvas escoe rápido e não seja absorvida, acumulando e causando enchentes. Os materiais mais porosos - como pisos drenantes, concregrama, e concreto permeável - absorvem a água das chuvas e diminuem a sua velocidade.
A combinação das estratégias de arborização e de pavimentação compõe os elementos básicos para ruas seguras e resistentes.
Combinando esses elementos, é importante ter atenção para:
Encontro de ruas Becos e Vielas
Curvas fortes
Ruas muito longas
Jardins de Chuva e Pisos Drenantes podem fazer toda diferença nesses lugares!
Estas estratégias simples e de bom custo benefício podem garantir a resiliência contra mudanças climáticas e qualidade de vida para os moradores do bairro.
Usar estrategicamente materiais porosos, como:
para pavimentação e arborização são pontos fundamentais para a consolidação sustentável. pisos drenantes, como concreto poroso, piso intertravado, brita pisos com vegetação, como concregrama e pisos espaçados
Becos e Vielas Ruas
Manual de Arborização Urbana da Prefeitura de São Paulo
Manual de Pavimentação Urbana da Prefeitura de São Paulo