A transformação de vidas no Centro de Reabilitação
Profissional de Gaia - p8
Entrevista
António Dias, mais conhecido por Toninho Barbeiro, conta já 94 anos de idade e continua a trabalhar todos os dias na Barbearia Central, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia. Começou aos 14 anos e ainda corta cabelos por paixão.
Comunidade
Os tempos mudaram. A tecnologia trouxe mudanças significativas no mercado de trabalho.
Pensando nisso, fomos conhecer, na nossa vila de Arcozelo, os homens e mulheres dedicados a atividades tradicionais.
A capela da Santa Maria Adelaide, situada no coração de Arcozelo, continua a ser local de culto para multidões, que procuram a mediação para obterem graças e pagar as promessas da sua devoção.
Imagem
Editorial
“Na vida tem cada um a sua fábrica, estes ficam aqui a levantar paredes, nós vamos a tecer vimes, arames e ferros, e também a recolher vontades, para que com tudo, juntos nos levantemos, que os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer, isso mesmo fizemos com o cérebro, se a ele fizemos, a elas faremos, adeus minha mãe, adeus meu pai!”
in “Memorial do Convento”
Ao lermos este excerto do livro Memorial do Convento, de José Saramago, consciencializamo-nos da energia e simbologia que nos transmite e, essencialmente, pelo convite aberto à realização de sonhos pessoais e coletivos, desde que, por vontade, se ouse fazer crescer as asas que podem fazer voar cada um de nós. E é nesse desiderato que a escola cumpre o seu papel - o de desenvolver as capacidades, os sonhos almejados pelos alunos. Não é tarefa fácil, sobretudo porque ela hoje já não detém o monopólio do saber. Hoje, é sabido, ela tem de ser vista como uma organização, tem de ser um sistema aberto, pensante e flexível. Sistema aberto sobre si mesmo, e aberto à comunidade onde se insere. O aluno também já não é mais o recetáculo a deixar-se rechear de conteúdos. O seu papel impõe-lhe exigências acrescidas. Ele tem de aprender a gerir e a relacionar informações para as transformar no seu conhecimento e no seu saber. Numa “Sociedade que aprende e se desenvolve”, ser aluno é ser aprendente, em constante interação com as oportunidades que o mundo lhe oferece. Mais do que isso:
é aprender a ser aprendente ao longo da vida. Só assim, interiorizando esta máxima poderemos aspirar ao sonho de Ícaro, e tal como Gago Coutinho e Sacadura Cabral nos ensinaram, conquistar a nossa liberdade. E é aqui, passados já nove anos desde a primeira edição do projeto “Melhor Escola”, que os alunos cheios de fé no futuro e embrenhados na mais densa esperança, contribuem para um conhecimento mais profícuo do universo onde nos movemos, partilhando projetos, volições, que redundará, cremos, numa comunidade escolar mais culta, mais desperta para o turbilhão de acontecimentos que tantas vezes lhe passa ao lado, anónimo aos seus ouvidos desatentos. Importa, pois, que este embrião continue a germinar e se afirme mais tarde a seiva da planta. Obrigado, uma vez mais, a todos os que estiveram embrenhados nesta nossa demanda, pois só assim se pode amplificar e fortalecer as vozes no nosso universo educativo. Não esqueçamos as palavras do poeta Afonso Lopes Vieira “Num sonho, numa seara, num verso, todos nós ampliamos o Universo”... E crescem-nos as Asas!!!!!
Pedro Campos
Ficha Técnica
Coordenação
Ana Paula Tavares, Cármen Martins, Manuela Teixeira, Pedro Campos
Colaboradores - alunos
Ana Beatriz Rocha, Ariana Pires, Benedita Martins, Bruna Cunha, Carolina Alves, Eduardo Gomes, Francisca Ferreira, Hugo Costa, Leonor Esteves, Luana Ferreira, Luiza Silva, Maria Carolina Fonseca, Pedro Soares, Rafaela Gomes, Rafaela Pereira, Raul Sousa, Rita Sousa, Tomás Leça, Turma 11º A, Turma 10º G
Colaboradores - professores
Ana Paula Macedo, Gabriela Peres, Isabel Bettencourt, Joana Freitas, Mário Rui Neves
Colaborador - psicólogo
Manuel Pereira
Hoje digo eu!
Caros leitores:
Será que ainda se lembram de uma série televisiva intitulada “Os malucos do riso”, em que um dos sketches se focava num homem que era retirado do mar e, após ser informado do estado crítico e risível em que estava Portugal, implorava que o deixassem voltar para a ilha onde, apesar da solidão, pelo menos havia coerência. Eu sou professora há quatro décadas e também gostaria de ir para a ilha. Eu explico: escolhi esta nobre profissão por vocação, não porque não tinha outras opções. Queria partilhar o meu conhecimento, as minhas competências sociais. Sim, porque trabalhar com adolescentes ajuda-nos a manter um espírito mais jovem, a encarar a vida com mais energia e a aprender a ser mais tolerante. Infelizmente, hoje pouco ensino e aprendo muito menos.
A escola, como organismo vivo que é, tem sido alvo de sucessivas alterações pouco profundas e nem sempre significativas. Hoje, anseio pela reforma, apesar de me considerar ainda muito capaz de abraçar esta tão nobre profissão. Só os distraídos e maldizentes escarnecem dos professores, porque, afinal, são uma classe que aufere bons salários e
“serviço da preguiça mental e do facilitismo exacerbado. Decidi recentemente nunca mais mandar fazer composições em casa. Salvo raras exceções e, há-as, vejo-me obrigada a ler os textos deliciosos, com vocabulário rico e construções frásicas soberbas, construídas pela magnífica, pela fabulosa IA. Mesmo reconhecendo as suas potencialidades, também sou testemunha de que, quando mal usada, pode emagrecer o raciocínio, o espírito crítico dos discentes e até amordaçar o pensamento e a ação.
Há outra razão para ir para a ilha: os encarregados de educação que se sobrepõem ou tentam sobrepor-se aos professores. Parece ter virado moda. Eles criticam, comparam o incomparável, ofendem com tanta ligeireza que chega a ser assustador; reforçam em casa comportamentos inapropriados e pouco dignificantes, que se repercutem na escola. O respeito pelos docentes, cuja missão é ajudar a fazer destes rapazes e raparigas homens e mulheres de valor, está cada vez mais frágil. Aliás, o respeito por si próprios e pelos outros corre o risco de se tornar uma miragem. Que pessimista e desencantada me sinto hoje,
Que pessimista e desencantada me sinto hoje, amanhã e depois. Foi a paixão pela escola que sempre me moveu. Porém, essa chama vai-se lenta e inexoravelmente esvaindo.”
que tem meses de férias. Ah! vida boa a destes profissionais! Voltando ao assunto da reforma, é assustador e nada saudável o que vos vou confessar, mas sempre que faço anos, fico feliz, porque estou mais velha e, assim, mais perto do tão ansiado descanso. Também quero ir para a ilha! Preciso de tempo para devorar livros, passear, tempo de qualidade para conviver com família e amigos, porque a amizade necessita de proximidade para se desenvolver e consolidar.
Sinto que a escola me mantém sua prisioneira, que me suga toda a energia (talvez porque sempre a vivi com demasiada intensidade).
amanhã e depois. Foi a paixão pela escola que sempre me moveu. Porém, essa chama vai-se lenta e inexoravelmente esvaindo. Tenho de ir para a ilha, para ser mais precisa, para o Japão, porque descobri que aí e cito um antigo provérbio: “No Japão, o único profissional que não precisa de se curvar perante o imperador é o professor porque, numa terra onde não há professores, não pode haver imperadores.”
Sinto que estou a ser injusta com os alunos incríveis com quem partilho conhecimento e ajudo a encontrar o seu caminho, com os incríveis encarregados de educação dignos desse nome e com os colegas incríveis com quem navego num mar, ora calmo ora revolto. Todos eles merecem o meu empenho e carinho. Agora que reflito, talvez fique mais um pouco por aqui. Quem sabe, o respeito pelos outros vire lei. Quem sabe?!
Sinto-me atolada em burocracia desnecessária que me retira tempo para preparar aulas mais dinâmicas, mais apelativas e mais inclusivas. Frequentemente me pergunto para quê tanto trabalho e sacrifício. Os alunos só se entusiasmam com TikToks, Tiktuks, videojogos, Google Tradutor e o poderoso ChatGPT, a inteligência artificial ao M. N. - uma professora
Estórias e “tesouradas”
Não é o Barbeiro de Sevilha, mas é o “Toninho Barbeiro”, de Arcozelo!
Não goza da fama do “Barbeiro de Sevilha”, mas é, sem dúvida alguma, o barbeiro mais carismático de Arcozelo. Começou há 80 anos. É o quarto barbeiro da família. Ficou com o negócio do avô no ano de 1980. Cortou o primeiro cabelo aos 14 anos, em 1944. Todos conhecem a sua boa disposição, aliada a uma fina ironia com que convive diariamente. Homem simples. Com ele as conversas são como as cerejas… atrás de uma vem sempre outra. Quisemos, pois, conhecê-lo e lá fomos nós ao seu salão, a Barbearia Central, situada na Rua do Corvo, em Arcozelo. Com um sorriso aberto, convidou-nos a entrar. Desde logo lançámos a primeira questão.
Há quanto tempo exerce esta profissão?
Comecei aos 14 anos. Lembro-me que ninguém queria ir para barbeiro, porque era uma profissão pouco valorizada, diria até, desprezada. Senti desde muito cedo que tinha vocação. Sempre acompanhei o trabalho do meu pai na barbearia. Pedi à minha mãe para dizer ao meu pai que eu era capaz de cortar cabelos. Já estou aqui há 30 anos. Também, fui serralheiro até aos 23 anos e gostei muito. O Corvo foi em tempos um centro importante especializado em ferro forjado. Fizemos autênticas preciosidades como o Palácio de Cristal, o Hotel Ritz e o Banco de Angola. A
fábrica onde trabalhava chegou a ter duas mil e tal pessoas. Naquele tempo era tudo muito difícil. Andávamos descalços, eramos uns coitadinhos.
O senhor António é muito conhecido em Arcozelo, não é assim?
Sim, toda a comunidade me conhece e não só em Arcozelo. Até já fui entrevistado pela SIC. Quem é que não sabe quem é o Toninho Barbeiro (risos!!!). Olhe, menina, aquela dedicatória de uma amigo meu (apontando para uma fotografia) “Toninho alegre e maroto. Artista inteligente e sempre leal. Joia
azul, sempre sonhando com uma estrela sem igual”. A alcunha, Toninho, foi o pessoal que me deu há já muitos anos.
Ainda se lembra do primeiro cliente?
Sim, penso eu que foi no ano de 1944. O meu pai e o meu tio estavam aqui. O meu pai deu-me uma navalha e eu comecei a cortar o cabelo com mão trémula, mas correu tudo bem. Naquela altura era tudo à mão, não havia cá máquinas elétricas. Eu cortava o cabelo à escovinha. Trabalhava na serralharia, arriava às cinco horas e vinha para cá. Ia buscar um maço de tabaco para um cliente e varria
a loja. Trabalhava aqui até à meia-noite. E, olhe que naquele tempo não havia cadeiras de barbeiro. Era muito diferente do que é hoje. A gente fazia barba com navalha afiada, usava espuma feita na hora e o atendimento era quase um ritual. As barbearias eram pontos de encontro, onde os homens vinham não só cortar o cabelo, mas também conversar e saber das novidades da vila.
Sendo barbeiro, cortava o cabelo exclusivamente a homens?
Não. Às segundas-feiras cortava o cabelo somente às senhoras, que hoje têm 70 anos
Eduardo Gomes e Luiza Silva, 12º C
ou coisa por aí. Houve um tempo em que, nas freguesias, as barbearias não estavam abertas nem diariamente nem permanentemente. Era só à noite. Isto à noite era o fim do mundo. Às vezes estávamos aqui até há meia-noite e pico.
Já cortou o cabelo a alguém famoso?
Sim, já cortei o cabelo ao Madjer, ao João Pinto, jogadores do FCP, mas para mim todos os que entram aqui são tratados da mesma maneira. E olhe, (apontando) aquela foto, eu e o Pinto da Costa, e eu a receber a medalha das mãos dele. Mas eu ainda sou do tempo do Américo de Sá. Olhe, minha joia, (mostrando fotografias) eu à beira destas bonecas, no Casino da Póvoa. Olhe o Vítor Baía, o Domingos, o Paulinho Santos, o Reinaldo Teles e até o Badaró. Já viu? Eu no meio deste ambiente? Que prazer, menina! Todos famosos. Mas os clientes mais especiais são os que voltam sempre.
irem para o shopping e andarem sempre com o telemóvel na mão e a fazer compras sem sentido. E depois há os jovens cheios de tatuagens e que ocupam os seus tempos livres em discotecas e bares e a beber muito e, menina, muitas vezes sem educação. Ao que nós chegamos! Antigamente, nós participavamos nas escapeladas, fazíamos fisgas para caçar pardais, jogávamos ao arco, andávamos à pincha, íamos aos ninhos. Tudo isto era cultura.
E a sua família, apoia-o?
Sim. Tenho duas filhas e elas telefonam-me todos os dias à noite. Sou viúvo há 19 anos, mas olhe que após a minha viuvice, eu era bombardeado, não é preciso dizer mais nada.
A trabalhar ao longo destes anos, tem certamente criado muitas amizades, não é assim?
Olhe, menina, para mim os clientes são todos iguais, são uma família. Os clientes já não são
“As barbearias eram pontos de encontro, onde os homens vinham não só cortar o cabelo, mas também conversar e saber das novidades da vila.”
Como é que define os seus clientes?
Olhe, os meus clientes são fiéis de longa data. Nã se esqueça que este é também um local onde se conversa sobre muitos assuntos, mas sobretudo sobre o futebol e principalmente sobre o FCP. Vejam que não tenho nenhuma foto exposta da equipa, nem das outras, para não criar confusões. Oh, ponha lá que sou sócio do FCP há mais de seis décadas. Aliás, a primeira vez que andei de avião foi com o FCP numa ida a Portimão. Gosto que haja conversas, mas não quero cá exaltações. Mas aqui também se fala de política e coisas do dia a dia. Gosto muito do contacto com as pessoas.
Estamos a ver que enquanto falamos corta o cabelo a um jovem. Afinal também tem clientes jovens?
Sim, também tenho alguns clientes jovens, embora a maioria seja mais entradota.
O mundo mudou, Sr. António. Concorda? Sim. Eu não quero dar lições de vida, mas tenho a escola da vida. Mas hoje, que Deus me livre, o mundo mudou muito. Olhe, joia, o que me impressiona é as pessoas
É o quarto barbeiro da família. Sente que alguém vai dar continuidade à sua atividade?
Pus dois homens a cabeleireiro. Um foi para os farveis, mas deu em vagabundo. Eu nunca me esqueço quando o moço começou aqui a fazer barbas e tudo. Depois ia ali para o café e dourava-me um pedaço e, depois, começou a fumar e tal. E o outro, que era primo meu, também não continuou.Oh, menina, sei que o futuro é indefinido, mas não podemos perder a coragem nem desanimar. Vou continuar a fazer o meu trabalho com muito gosto e muita paixão. O futuro a Deus pertence. Mas agora, faço tudo com mais calma, o ritmo é outro. Por isso, há também tempo, no final da tarde, para um lanchinho. Os clientes, esses, têm de esperar, mas acho que já não dispensam o corte de cabelo “à moda” do
“clientes, mas amigos. Em muitos sítios onde vou sou reconhecido, e isso é muito bom.
Quer-nos contar algum episódio marcante que lhe tenha acontecido ao longo destes anos?
Olhe, nos anos sessenta a polícia do antigo regime bateu-me à porta. Foi uma humilhação. O maior desgosto da minha vida. O meu pai foi chamado à guarda porque aqui falava-se de política. Eram outros tempos.
Que mudanças sentiu na sua profissão ao longo dos tempos?
Muita coisa! Antigamente, os barbeiros e as barbearias não tinham muitas condições. Hoje, tudo é mais moderno, mas o charme da navalha ainda é aquilo que nos distingue. Olhe, eu mal sei ler e escrever, mas sempre dei o meu melhor nesta profissão. Naquela altura o difícil era barbear com navalha. Se não tivesse mão firme, podia cortar o cliente. E também não tinha máquina elétrica; era só a tesoura. E naquela época as pessoas iam sempre ao mesmo barbeiro e confiavam no meu trabalho. Agora vê-se abrir muitas barbearias. Isto agora é porta sim e porta não!
Toninho, e eles já sabem que se jogar o FCP, a barbearia fecha mais cedo.
Como é que vê a juventude nos dias de hoje? O que eu lamento é que estes jovens andam hoje a estudar e os pais gastam muito dinheiro e depois vão para o desemprego. Eu queria que me dissesse onde é que estão os estudos e afinal para que servem, se todos os dias vemos notícias de jovens com 16, 17 anos já com facas e até pistolas, cometendo vários crimes. Algum dia do mundo, no nosso tempo, isto acontecia?
Que conselho daria aos barbeiros mais jovens? Nunca parem de aprender! A profissão mudou muito. Tenham paciência, e acima de tudo, respeitem os clientes porque isso nunca sai de moda.
Os clientes (...) já não dispensam o corte de cabelo “à moda” do Toninho”
ERASMUS+VET
Unidos
na Diversidade: Uma Experiência Erasmus
A ESAOF tem primado por ser uma escola que aposta forte na dinamização de projetos interculturais como Erasmus e Job Shadowing. Com estes projetos, tornamo-nos uma escola em movimento, onde os nossos discentes aprofundam os conhecimentos, estimulam a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico, preparando-os para um mundo cada vez mais global.
A nossa escola acolheu duas professoras do Departamento de Saúde do Instituto de Educación Secundaria Los Cerros, de Úbeda (Jaén). As professoras foram acompanhadas numa visita guiada pela escola e no desenvolvimento das atividades letivas diárias dos formadores do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde (TAS). Estes momentos foram cruciais para partilhar experiências e abordagens educacionais das duas instituições de ensino profissional, permitindo o conhecimento dos diferentes sistemas educativos. As atividades programadas incluíram uma visita acompanhada ao Centro de Reabilitação do Norte (CRN) Dr. Ferreira Alves. Foi uma experiência enriquecedora e única.
Duas alunas do Centro de Enseñanza I.E.S. Allariz de Espanha encontram-se na ESAOF integradas em duas turmas dos Cursos Científico-Humanísticos, no âmbito de um programa Erasmus+ da escola espanhola. Para além de promover a aprendizagem de uma língua estrangeira e permitir a aquisição de competências académicas nas matérias cruzadas das vária disciplinas, esta mobilidade transnacional tem permitido explorar a cultura, as tradições e descobrir a gastronomia de Portugal.
“Para min esta experiencia foi increíble. Vivir un Erasmus debería ser algo obligatorio. Este permíteche relacionarte con xente nova, aprender culturas e aprender a vivir de forma máis independente para adaptarte a novas situacións.”
Amaia Cid González
Cinco formandos do 12º ano do Curso Profissional de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (GPSI) estão a realizar o estágio em Rovigo, Itália, no âmbito do projeto Estágio Internacional Erasmus+Vet. Os estágios internacionais decorrem em parceria com a escola IIS Olivetti e com a empresa Sace Srl, em Ivrea. Foi com orgulho e satisfação que a ESAOF promoveu este programa de estágios e proporcionou aos alunos experiências transformadoras e grandes aprendizagens, tanto ao nível pessoal como profissional.
A diretora do GPSI fez Job Shadowing na escola IIS Olivetti – Ivrea, em conjunto com 2 docentes do Liceum Jana Kasprowicza, Polónia.
O programa incluiu observação de aulas e reuniões proporcionando uma troca de conhecimentos, bem como firmar parcerias entre as escolas envolvidas.
ESAOF Solidária
“Num gesto de empatia e compromisso com o bem-estar social, os alunos do Clube Ubuntu da ESAOF organizaram uma ação solidária para apoiar pessoas em situação de sem-abrigo.”
No âmbito do projeto "Esaof Solidária", os alunos do clube Ubuntu envolveram-se na dinamização de um sorteio de uma manta artesanal criada por uma professora da escola. Esta ação solidária teve como objetivo arrecadar fundos para comprar alimentos para os alunos mais carenciados. A adesão da comunidade escolar foi muito significativa, o que permitiu reunir recursos para fazer cabazes de alimentos que farão a diferença na vida de alunos e famílias.
O Clube Ubuntu da nossa escola mantém-se comprometido com a solidariedade e a inclusão. Num gesto de empatia e compromisso com o bem-estar social, os alunos organizaram uma ação solidária para apoiar pessoas em situação de sem-abrigo. A iniciativa teve como objetivo levar conforto, dignidade e esperança àqueles que mais necessitam. Munidos de alimentos, roupas e palavras de apoio, os alunos visitaram diferentes locais da cidade do Porto onde se encontram pessoas em situação de vulnerabilidade. Além das doações materiais, ofereceram um momento de escuta e diálogo, fortalecendo o sentimento de humanidade e respeito mútuo.
Ana Paula Macedo e Gabriela Peres
Manuel Pereira
Luis Hernandez, Isabela Santos e Samuel Anjos a caminho de Ivrea
Gabriel Lima e Rui Campelo a caminho de Rovigo
Alunas do Centro de Enseñanza I.E.S. Allariz
Professoras do Departamento de Saúde do Instituto de Educación Secundaria Los Cerros, de Úbeda
Astronauta na ESAOF
ESAOF no Ranking
Instituição reconhecida como uma das escolas mais equitativas do país
Ana Pires, a primeira mulher portuguesa a concluir o curso de cientista-astronauta do programa POSSUM (Ciência Suborbital Polar na Alta Mesosfera), veio no passado dia 24 de janeiro, à nossa escola, realizar uma palestra intitulada “Do fundo do Mar ao Espaço, desafiar os limites da Ciência e da Tecnologia”.
A cientista-astronauta partilhou o seu percurso pessoal e profissional, incentivando os alunos a perseguirem os seus sonhos, independentemente dos desafios. Mostrou os equipamentos que utiliza, incluindo luvas e um fato inteligente. Explicou ainda detalhes curiosos sobre a vida no espaço, como a alimentação, a higiene e a forma como os astronautas utilizam a casa de banho em ambiente de microgravidade.
Um dos momentos mais marcantes foi a partilha, em primeira mão, de informações sobre o documentário do Projeto Camões, que liderou enquanto investigadora de georecursos marinhos no Laboratório de Robótica Industrial e Automação do INESC TEC, no Porto.
Outro momento especial foi a presença do robô NAO, que acompanhou Ana Pires e fez uma demonstração de movimentos de Tai Chi, surpreendendo os alunos que tiveram ainda a oportunidade de colocar questões muito diversificadas à nossa convidada.
Uma vez mais a ESAOF proporciona ambientes de aprendizagem mais estimulantes e enriquecedores.
A Escola Secundária Arquitecto Oliveira Ferreira (ESAOF) foi distinguida a nível nacional, pela Direção-Geral da Educação, pelo seu compromisso com a equidade na educação, conquistando o 2.º lugar no ranking das escolas. Esta distinção destaca o trabalho da escola na criação de oportunidades iguais para todos os alunos, garantindo um ensino justo, acessível e de qualidade.
A ESAOF tem vindo a evoluir continuamente, adotando novas metodologias e projetos inovadores que permitem uma aprendizagem mais inclusiva e adaptada às necessidades de cada aluno.
Esta distinção reforça o compromisso da ESAOF em continuar a garantir um ensino de qualidade, onde todos os alunos têm as mesmas oportunidades para aprender e crescer.
A Believe Dance School é uma escola de dança situada na ESAOF, em Arcozelo, fundada pela professora Chris Faria (antiga aluna da nossa escola). A escola conta com alunos dos 3 anos à idade adulta, todos apaixonados pela dança e comprometidos semanalmente com a realização de espetáculos.
O nome da escola surgiu do propósito de que acreditar é sempre o primeiro passo e que nada acontece se não acreditarmos.
A Believe começou com um estúdio; contudo, em 2019, com o aumento de alunos foi feita uma proposta ao anterior diretor da ESAOF, no sentido de ser criado um espaço em que fosse possível exponenciar esta arte.
De ano para ano, a Escola Secundária Arquitecto Oliveira Ferreira tem vindo a organizar um sarau anual onde participa a comunidade escolar e local. A Believe Dance School não é exceção, e, considera que este evento é uma forma de divulgar o seu trabalho, bem como mostrar a evolução da escola e dos seus dançarinos.
A ação desta escola não se circunscreve à dança; tem também um papel importante na angariação de fundos para o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO), onde a mãe da Chris foi tratada a um cancro da mama. Em face deste acontecimento, a Believe foi desafiada a organizar três galas solidárias no Auditório de Olival. O valor angariado – 6.050,00€ - foi doado na íntegra ao IPO. Esta escola tornou-se assim a primeira e única escola de dança em Portugal a alcançar este feito e esta quantia, sensibilizando a população para uma doença que cada vez mais nos afeta.
Face ao sucesso desta comunidade artística, a escola já teve participações em programas televisivos e em eventos organizados pela Câmara Municipal de Gaia.
A Believe Dance School seguirá inovando, realizando novos espetáculos e desenvolvendo projetos, pois é muito mais do que uma escola de dança.
Isabel Bettencourt
Joana Freitas
Benedita Martins e Carolina Alves, 11º A
a
Voltar Sonhar
Reabilitação e Esperança: A Transformação de Vidas no CRPG
“A vós Homens solidários que nos mostram os milagres das vossas ações e a persistência da vossa vontade.”
Zygmunt Bauman
O afirmar da nossa memória é tornar viva as imagens que a definem. Acreditar na importância dos valores da reconstrução de projetos de vida pessoal e profissional, na reconstrução de identidades, na inclusão ativa é um dos objetivos prioritários do CRPG (Centro de Reabilitação Profissional de Gaia), situado no coração da Vila de Arcozelo.
Ao som das badaladas do sino da igreja de Arcozelo, a equipa de jovens jornalistas vai conhecer “in loco” o CRPG e inteirar-se da realidade de todos aqueles que sofreram na vida algum infortúnio, que resignados face ao abandono a que foram votados, e que face ao vazio de respostas, perderam a esperança e encontraram neste centro a resposta para minimizar as suas limitações e, sobretudo, ajudá-los na reconstrução de projetos de vida pessoal e profissional.
A equipa foi recebida no edifício central, onde se destaca o novo logótipo, de tons verdes, simbolizando a esperança, dando-se destaque à letra “R”, pois soubemos mais tarde, que pouca gente a associa à palavra profissional, como se fosse uma realidade longínqua. Fomos recebidos pelo Hugo Gonçalo, assessor da direção, que nos conduziu a uma sala onde conversamos com a Benedita Rocha, psicóloga clínica, que faz parte do programa “recuperação após doença oncológica”. Começa por nos confessar que o objetivo do CRPG é ajudar as pessoas a potenciar o bem estar dos outros, incidindo o foco naqueles que
apresentam grande debilidade física, mental ou social. “Adoro o que faço. É por vocação. Nós aqui somos facilitadores, ajudamos a criar um novo rumo para a vida. Muitas pessoas no seu dia a dia arrastam-se, quase no modo sobrevivência”, sublinhou. Benedita realça que os clientes passam por uma fase de avaliação, onde após uma entrevista é definido o seu projeto, salientando ainda a existência de vários programas de formação e ação. Relata-nos o exemplo de um doente mental que ”Deixou de acreditar nele próprio, e depois da nossa intervenção, foi integrado no mercado de trabalho, tirou a carta e comprou o seu carro”, referiu emocionada, acrescentando ”Temos também pessoas
“Quis transmitir às pessoas que ter cancro não é o fim da vida.”
que por diversas razões desistem, porque as famílias não são facilitadoras da mudança e acabam por não aderir aos programas. É um facto que ainda existe um estigma enorme em relação às doenças mentais, em virtude de ideias pré-concebidas, mas as empresas têm tido uma preocupação inclusiva”. No decorrer da conversa diz: “Somos um pequeno grão de areia no deserto, mas que pode fazer a diferença. Não gosto de desistir das pessoas. Acredito no seu potencial“, concluiu. Ao seu lado estava Cátia Sousa, 40 anos de idade, operária fabril, doente oncológica, diagnosticada posteriormente com esclerose múltipla. Cátia fez quimioterapia e foi encaminhada pelo seu médico para o CRPG, onde
lhe foi apresentado um programa para voltar à vida ativa. Inicialmente achava que não precisava, sentia-se bem, “Mas decidi entrar num grupo, onde ouvimos os colegas e partilhamos as nossas histórias de vida”, contou. Nós, enquanto ouvíamos a Cátia, notamos a sua força, a energia positiva com que relatava cada momento. ”Quis transmitir às pessoas que ter cancro não é o fim da vida.”, notou. Salientou ainda a empatia e a disponibilidade dos profissionais do centro. “Têm-me dito que sou um exemplo de vida e sou feliz por isso”, acrescentou. Na conversa franca e sempre com um sorriso, Cátia lamenta que algumas pessoas na sua situação fiquem em casa e façam segredo de seu estado. “Eu partilhei todos os momentos nas redes sociais, onde digo como estava, como me sentia. Espero tê-los motivado, e se dei esperança a outras pessoas, já valeu a pena passar por isso”, sublinhou.
Quando questionada sobre o trabalho realizado no centro, refere que ”Tivemos sessões diferentes, na área psicossocial, na meditação, onde tomávamos consciência do que sentíamos e trabalhávamos a parte emocional, bem como a cognitiva - atenção e concentração - e o mais importante a atividade física adaptada às nossas necessidades”. Realça ainda ”A ajuda na inclusão/empregabilidade no regresso ao trabalho”. Agora pensa mudar de profissão, pois na empresa Cotesi o trabalho era pesado. Com o vigor e alegria dos relatos, termina dizendo, “Deus gosta de mim”. Constatamos que hoje, o CRPG é uma realidade com elevado impacto e que distribui
Números
Instalações
3
O CRPG acrescentou, ao edifício sede, duas delegações, uma em Coimbra e outra em Lisboa.
Serviços prestados
60.000
O CRPG já ultrapassou os 60 mil serviços prestados à comunidade, em particular no norte e centro do país.
Apoios a cidadãos
29.669
Até ao final de 2023, o CRPG tinha apoiado quase 30 mil cidadãos, através dos seus serviços.
Objetivos
168
Para 20225, o CRPG tem como objetivo apoiar a reintegração profissional de 168 pessoas, sendo 113 em Gaia e 55 entre Coimbra e Lisboa.
Taxa de integração
60%
A reintegração profissional, em 2023, foi de 57%. Atualmente está perto dos 60%.
Centro de Reabilitação Profissional de Gaia
Ana Beatriz Rocha, Leonor Esteves e Pedro Soares, 11º B
valor a todos os cidadãos. Assim, despedimo-nos da Cátia e tendo ficado com a sensação de uma aula inesquecível.Entretanto o Fábio Pires, 26 anos, natural de Vilar do Paraíso, disse logo, ”Tratem-me por tu”, disfarçando alguma ansiedade. Diabético desde os seis anos, portador da síndrome de Wolfren, e com dificuldades nos sentidos (visão e audição). “Há a possibilidade de ficar invisual. Também tenho um furo urológico, e já fui operado. Nunca fui normal, mas não devido a essas questões”, rematou em tom de brincadeira, e nesse momento sentimos que era um jovem de bem com a vida e sempre a sorrir. “Em 2022 fui ao médico do centro de emprego. O doutor Carlos direcionou-me para o CRPG. No primeiro dia estava só eu e a doutora Patrícia. Só tremia. A doutora ria-se. Eu não sabia para o que vinha. Tinha receio e sentia-me desconfortável a falar de mim”, notou. Com um à vontade, destaca as pessoas que o ajudaram também antes de entrar no centro, como a professora Alice, docente de Português na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves. “Tirei 14 no exame”, disse orgulhoso. Agora, no centro, relata que frequentou sessões de autoconhecimento com a Dra. Patrícia. “Em 2020 desisti da fa-
“centro de emprego e orientamos e ajudamos os clientes na construção do seu futuro. Damos-lhes as competências para a área que eles pretendem seguir”, realça. Fez também o processo de apoio à colocação do Fábio que considera um jovem ”Super dinâmico e proativo. É um lutador e conseguiu a oportunidade graças à sua força de vontade”, referiu. Ao Fábio, já no final da nossa conversa, perguntamos qual o seu sonho, tendo ele num ápice dito, “O meu sonho é ser comediante”. Despediu-se, questionando-nos qual a data da publicação desta nossa conversa. Ficou a promessa de lhe levarmos em mão o
A pessoa que tem uma doença, acredito que tem competências para entrar no mercado de trabalho. O apoio é para que ela tenha mais voz”
culdade. Divertia-me mais do que estudava e inscrevi-me num curso de consulta comercial. Mandava muitos currículos para as empresas, mas ninguém me chamava”, diz, cerrando as mãos. “Depois trabalhei numa firma de estores e a empresa deu-me perspetivas de crescimento. Agora trabalho numa empresa de call center com o apoio do CRPG. Por vezes sinto algum desânimo, mas as pessoas do centro dão-me todo o apoio”, contou. O assessor Hugo Gonçalo, a seu lado, atesta que o programa do centro não termina com a colocação do cliente. “O gestor do caso desenvolve com o cliente o programa de acompanhamento pós-colocação.”
Quando questionado sobre o que mudou em si, Fábio respondeu: ”Sinto mais confiança e mais motivação. Antes pensava que não servia para nada e que ninguém gostava de mim. No centro trabalhamos essa motivação para enfrentarmos o dia a dia. Sinto que não sou menos do que ninguém”, concluiu. Ao seu lado está a técnica de orientação, qualificação e emprego, Margarida Rodrigues, trabalha no centro desde 2018, tendo feito aqui o seu estágio curricular. Refere que esta área sempre a cativou, ”Acredito que a pessoa que tem uma doença, tem competências para entrar no mercado de trabalho. O apoio é para que ela tenha mais voz, de forma a conseguir esse objetivo. Recebemos aqui as pessoas pelo pedido de intervenção do
com todos os clientes para promover a recuperação funcional dos movimentos, o aumento da autonomia e da qualidade de vida. “Os clientes precisam da nossa ajuda, para lhes dar um significado novo ao que lhes aconteceu, doença ou acidente de trabalho. Temos de levá-los a aceitar o que aconteceu e à aceitação das suas condições. Há mais vida para além do acidente; há a escolha de um projeto de vida. É também preciso mudar mentalidades, combater crenças, por exemplo, que já não podem trabalhar”, refere. “O CRPG é, hoje, uma realidade com
jornal e voltar a revê-lo. No momento seguinte, estávamos perante a diretora do centro, Mónica Salazar, que nos deu as boas vindas. Ficamos com a sensação de uma pessoa de grande simpatia e amabilidade. Explicou-nos a missão do centro a que preside. “Há uma forte orientação das pessoas que servimos. Isso implica a reiterada motivação de os manter comprometidos, de os cativar. Os nossos profissionais sentem que trabalham com um propósito, trabalham por causas. Percebem o impacto do trabalho na vida dos outros”, explicou. O CRPG é constituído por uma equipa multidisciplinar de médicos, fisioterapeutas, terapeutas e pessoal auxiliar. Eles trabalham diariamente e de forma individualizada
com duas novas delegações, em Coimbra e Lisboa, Mónica Salazar reconhece que “Agora os desafios são enormes e que o grau de satisfação não surge da perceção emocional, mas de dados”, e reforça, “Não conseguimos abranger todos, e o serviço de alojamento para pessoas de longe deve ser melhorado. Aprendi que a capacidade humana de mudança é inesgotável. As pessoas superam quaisquer expectativas que possam ter, porque têm essa capacidade de se renovar, de se superar. Vale a pena apostar sempre nos mais esquecidos e voltar
“vale a pena apostar sempre nos mais esquecidos e voltar a sonhar”
a sonhar”, sublinhou. Instada a reportar as dificuldades do centro que dirige refere, “Não trabalhamos com recursos ilimitados, mas com esses recursos tentamos fazer mais e melhor“ e adita, ”É importante fazer uma gestão rigorosa no sentido de abranger mais pessoas. Mais do que dificuldades, é um desafio. Ainda há o estigma das pessoas se reverem no conceito clássico de deficiência, que ainda é pejorativo. É preciso retirar essa carga negativa de deficiência. Aqui, usamos outra expressão: pessoas com diversidade funcional”, rematou.
Vimos, pois, o CPRG como um exemplo de como a união entre profissionais especializados e uma abordagem humanizada pode transformar vidas. Para os clientes, não é apenas uma questão de recuperação física, mas de reintegração e reinvenção. Com tratamentos personalizados e apoio contínuo, o centro prova que é possível recomeçar, não importa o ponto de partida.
O CRPG é um exemplo de como a união entre profissionais especializados e uma abordagem humanizada pode transformar vidas.
elevado impacto. Distribui valor a todos os cidadãos e estabelece um diálogo profícuo com as empresas”. Acrescenta, ”Faltam também políticas públicas mais adaptadas à realidade das pessoas que têm de se adaptar à funcionalidade na idade adulta, combatendo assim o chamado “Fatalismo resignado”. Nós respondemos com ações de qualificação profissional, com o objetivo de tornar as pessoas mais relevantes para si próprias e potenciar o grau de empregabilidade, de ser útil e de exercer a sua cidadania com plenos direitos”, assevera. Apesar do reconhecimento, pelas estruturas de saúde e serviços de emprego, que levou à expansão
Ficou-nos desta experiência a memória de uma frase de Alexandre O’Neill que aprendemos nas aulas de Português: “Quando eu nasci, as frases que hão de salvar a humanidade já estão todas criadas, falta salvar a Humanidade”. E, é pois com homens e mulheres do calibre CRPG, que a Humanidade já está a ser salva. Saímos do edifício com a sensação de que acreditar nas pessoas, no seu potencial, nos seus direitos é um desiderato alcançável pela força de todos os que estão embrenhados em mudar o mundo. E, sim, constatamos que é possível VOLTAR A SONHAR!!!
Margarida Rodrigues
Cátia Sousa
Benedita Rocha
Fábio Pires
Mónica Salazar com Ana , Leonor e Pedro
Gentes da nossa terra
O abismo que separa o dia de hoje do dia de amanhã, é cada vez mais profundo e simultaneamente mais inesperado. A aceleração histórica em que se vive é enorme, e o homem vive numa constante insegurança, sem possibilidade de prever, pois que não se prevê o imprevisível. Se é certo que o imprevisto dá um certo colorido à vida, também não é menos verdade que o mesmo, em certas circunstâncias, pode provocar a destruição dos planos de vida de cada um, e do plano de vida de uma comunidade. Valores, objetivos, padrões de vida, profissões, o “modus vivendi”, enfim, tudo pode ser posto em causa face às alterações aceleradas que se apresentam e a que o homem vai encontrando dificuldade de reação. Dito isto, e tendo por base o desaparecimento de várias profissões, quisemos sair da escola e ir à procura daqueles que ainda abraçam uma atividade que o tempo tende a fazer desaparecer. Sim, os tempos mudaram. A tecnologia trouxe mudanças significativas no mercado de trabalho, levando à extinção ou raridade de várias áreas de serviços. Pensando nisso, fomos conhecer na nossa vila os homens e mulheres dedicados a atividades tradicionais.
Fernando Luís Borges Monteiro, 59 anos, há 16 anos que exerce a profissão de coveiro, mas gosta de ser chamado de “Técnico de Profundidade”, revelando sentido de humor. Cuida do seu cemitério com orgulho e respeito. Quando abre uma cova e tem de calcar os mortos, pede-lhes desculpa, mas o trabalho tem de ser feito. “As pessoas pensam que este trabalho é só abrir e fechar covas, mas estão enganadas. Também envolve trabalho administrativo, nomeadamente comunicar com os familiares para explicar regras e procedimentos, etc.”
Trata a morte por tu dia sim dia sim, mostra um sorriso matreiro e diz, “O ceifeiro quando vem por aí abaixo já se vem a rir. É mais um cliente que vai usufruir do seu eterno descanso. A vida é mesmo assim. Não há onde se esconder. Sepultar crianças deixa-me sempre sensibilizado.” Entristece-o a falta de civismo e de respeito cada vez mais frequentes. Já viu familiares andar “à porrada” antes de o caixão descer à terra, tudo por causa de dinheiro, mas também já foi testemunha de episódios enternecedores. Contou-me que antes de ser técnico de profundidade, depois de rapar valetas como funcionário da Junta de Freguesia, fazia jardinagem em casas de arcozelenses. A jardinagem sempre foi uma paixão. Agora planta flores no seu cemitério. Hoje em dia, face aos avanços dos tempos, a possibilidade das pessoas optarem pela cremação não o assusta. “Ainda temos muita gente amarrada aqui em Arcozelo. Talvez daqui a alguns anos, quando já não houver pessoas que são contratadas para enfeitar as campas, e são muitas, então aí, a cremação seja a solução.” Ao longo da nossa conversa ficou bem claro para o Luís que esta profissão é tão digna como qualquer outra. O seu desaparecimento não o assusta. Terá sempre terra para trabalhar e jardins para cuidar.
As varinas da Aguda, as vozes do mar!
Maria José Alcobia, nascida e criada na Aguda, lembra-se com vividez do tempo em que as varinas mantinham viva a cultura piscatória deste lugar. Vestiam saia comprida, avental, algibeira, lenço na cabeça e socos ladeirinhos nos pés. As mulheres deslocavam-se de comboio para outras freguesias, carregando à cabeça grandes canastras repletas de peixe acabado de chegar nos barcos. Calcorreavam as ruas fazendo ecoar os seus pregões “É carapau e sardinha do nosso mari”, “Ó santinha, hoje não me compra nada?”.
No inverno os barcos não iam ao mar, por isso não havia peixe. Como tal, a sardinha e o carapau eram salgados em caixas de madeira. Este processo, rudimentar mas eficaz, era conhecido por peixe na moura. Outros tempos! Na época do fatoco (faneca miudinha com 3 cm de comprimento), a varina levava numa bilha de barro as crias da faneca. A bilha também servia para levar água do mar para “chapinar” o peixe, mantendo-o sempre vivinho. Na época do caranguejo, muitos lavradores compravam-no para estrumar as terras. O melhor adubo do mundo, diziam.
Percebemos que esta profissão já pertence ao passado. A chegada das carrinhas, mais rápidas e eficazes, contribuiu para o desaparecimento das varinas da Aguda, que continuam a ser um dos símbolos deste pequeno, mas tão pitoresco lugar.
Para Joaquim Faustino, pescador reformado, a arte da pesca também está em vias de extinção. Chegaram a existir 80 barcos de pesca. Com o passar do tempo, a frota reduziu para 30. Hoje, restam apenas três embarcações, cada vez com menos pescadores.
A arte de trabalhar a madeira
Augusto Dias dos Santos, marceneiro, agora reformado, começou a trabalhar com o pai aos 12 anos, em 1967. Foi graças ao seu pai, que era o patrão, que se iniciou nesta atividade, pois era o pai que desde muito cedo o levava para a oficina para ele começar a aprender sobre a arte. Apaixonou-se pela mesma e, com apenas 18 anos, comprou a sua primeira plaina, feita de ferro.
Tal como o Augusto, muitos outros abandonaram a marcenaria, porque as madeiras que hoje são utilizadas para construir peças, a que Augusto chama de “farinha de pau”, foram perdendo a sua qualidade, chegando mesmo a danificar as ferramentas utilizadas. Além disso, o aparecimento dos chineses e IKEAS em Portugal, juntamente com o desenvolvimento de maquinaria capaz de produzir muitas mais peças, em menos tempo, com um menor custo, foi também um dos principais motivos do decréscimo desta arte.
Augusto relembra com carinho e saudade os tempos em que a madeira utilizada era maciça; dos tempos em que havia feiras com peças tradicionais; dos tempos em que trabalhava até às três da manhã, a cuidar dos detalhes, como as medidas exatas, alinhamento e acabamentos refinados, garantindo a durabilidade e a estética das peças produzidas; dos tempos em que enviou peças para Espanha e América; dos tempos em que fazia o que realmente adorava. Augusto tem armários repletos de peças que nunca viram a luz do dia. Para ele, a marcenaria tem os dias contados. “E foi-se assim”, disse com alguma tristeza. Augusto não duvida que a verdadeira marcenaria é agora uma recordação de uma arte que outrora dominou este país, tal como tantas outras.
Coveiro
Rita Sousa e Raul Sousa, 11º A
Francisca Ferreira, Luana Ferreira e Rafaela Gomes, 11º A
Manuela Teixeira
“Técnico de Profundidade”
Varina
Marceneiro
Inteligência Artificial
Tecnologia deveras transformadora
“As histórias uniram-nos. Os livros difundiram as nossas ideias – e mitologias. A Internet prometeu-nos um conhecimento infinito. O algoritmo descobriu os nossos segredos – e, depois, virou-nos uns contra os outros. O que fará a inteligência artificial?”
Yuval Noah Harari in “Nexus”
Quatro alunos escreveram sobre uma nova realidade que abrange diferentes áreas do nosso quotidiano.
Enquanto Ana, Leonor e Pedro se centraram no universo da educação, Hugo optou por escrever sobre a área empresarial.
A IA (Inteligência Artificial) deixou de ser uma promessa feita pelos filmes de ficção científica para passar a ser uma realidade. Nas escolas, o ChatGPT ganhou protagonismo, tornando-se um dos modelos de linguagem preferidos por docentes, discentes e administrativos.
O termo 'Inteligência Artificial' remonta a 1943, quando Warren McCulloch e Walter Pitts apresentaram o seu modelo de neurónios artificiais, que consistia na ativação de pequenas luzes quando estas recebiam energia suficiente, demonstrando assim que a junção dessas luzes permitiria a uma máquina 'pensar', operação semelhante à do cérebro humano.
Uma das vantagens é, entre muitas outras, a super rápida recolha de dados, extensa compilação de informação e otimização do tempo, por exemplo, na realização de um trabalho escolar conseguimos obter as informações necessárias recorrendo a uma só fonte. A sua fiabilidade é assunto para outra reflexão. Estudos científicos, realizados em duas universidades na Suíça e no Vietname, apontam para melhorias significativas no
sucesso académico.
A UniDistance Suisse forneceu a estudantes de psicologia uma aplicação de tutor IA que gerava perguntas de conhecimento geral a partir do material do curso. Os resultados mostraram que os alunos que interagiram ativamente com o tutor alcançaram notas significativamente melhores do que os alunos a frequentar um curso paralelo que não padecia deste software.
Outro estudo piloto, na British University Vietnam, implementou a “Escala de Avaliação de Inteligência Artificial” (AIAS) para integrar ferramentas de IA nas avaliações educacionais, tendo-se observado uma redução significativa nos casos de má conduta académica, um aumento de 5,9% no desempenho dos estudantes e um incremento de 33,3% nas taxas de aprovação das disciplinas. Mas há sempre o outro lado da moeda, ou seja, a dificuldade no desenvolvimento de competências sociais, um dos principais fatores de risco associados a esta nova realidade, nomeadamente a falta de perceção do contacto face-a-face, de como ter uma conversa, de como interagir com outras pessoas, fora da esfera digital.
Para compreender melhor esta revolução tecnológica, e entender este novo mundo, conversei com João Jorge, o responsável do ICT Partners da Altice que me ajudou a perceber esta novo modelo de linguagem.
Assim, a Inteligência Artificial está presente há algum tempo nas nossas vidas, apesar de um dos seus objetivos iniciais ser “não ser notada”, como explicou João Jorge. A ideia era integrá-la de forma a facilitar tarefas diárias, sem que nos déssemos conta. Ferramentas como assistentes virtuais que organizam as nossas agendas, melhoram fotografias, completam frases automaticamente e geram redes sociais que libertam tempo e aumentam a produtividade. Um exemplo marcante é o SNS 24, no qual a Altice trabalhou, onde serviços automatizados já resolvem questões básicas sem intervenção humana.
Contudo, João Jorge realçou que a segurança e a ética são pilares fundamentais no uso da IA. Desde a proteção de dados até à garantia de que as
ferramentas são usadas de forma benéfica, há uma responsabilidade acrescida para empresas e governos.
Contrariando a ideia de que a IA elimina postos de trabalho, João Jorge defendeu que, na realidade, ela gera mais empregos do que destrói. Com o avanço da tecnologia, surgem novas profissões como analistas de dados ou especialistas em aprendizado de máquinas, sublinhando a importância da requalificação profissional e do foco na criação de valor, tanto nas empresas como na vida pessoal, para garantir que a transição tecnológica beneficia a sociedade como um todo.
Resumindo, é inegável que a IA está a transformar o mundo à nossa volta, desde as pequenas interações do dia a dia até às grandes inovações nos setores empresarial, académico e das telecomunicações. No entanto, esta mudança deve vir acompanhada de uma reflexão ética e de um compromisso com a segurança. A chave para o seu sucesso está em aprender a utilizar estas ferramentas para criar valor e melhorar a nossa qualidade de vida.
Hugo Costa, 11º A
Imagem gerada por IA
Ana Beatriz Rocha, Leonor Esteves e Pedro Soares, 11º B
Conhece a história de santa Maria Adelaide? Que impacto teve em si?
Acredita nos seus milagres?
Este turismo religioso é importante para Arcozelo?
Bárbara Carolina
Diego
Rafael
16 e 17 anos
Estudantes
“Pensamos que a Santa Maria Adelaide era simples e ajudava os pobres e doentes, não pedindo nada em troca. Mesmo sem ser oficialmente canonizada pela Igreja, é considerada santa pelo povo, que acredita na sua intervenção milagrosa.
Acreditamos nos milagres que ela fez, porque também temos de acreditar na igreja. Não éramos vivos naquela época, mas é uma questão de ter fé e acreditar no que não vemos.
Pensamos que este tipo de turismo é importante não só para o próprio país, mas sobretudo para a nossa freguesia, mas também pela própria parte religiosa em si, ou seja, pelas próprias evidências sobre a existência ou não de Deus.”
Considerada pela devoção popular como santa, mas ainda não canonizada pela Igreja Católica, sem no entanto que a piedade devocional dos fiéis seja abalada, a capela da Santa Maria Adelaide, situada no coração de Arcozelo, Vila Nova de Gaia, continua a ser local de culto para multidões, que procuram a mediação para obterem graças e pagar as promessas da sua devoção. Na verdade, à Santa, o povo chama-lhe carinhosamente de “Santinha”, tal é o carinho e o apreço das gentes de Arcozelo. No dealbar do séc.XXI, o local onde está o corpo que “a terra se recusou a comer”, na expressão popular comumente usada, continua a receber visitas de pessoas oriundas de toda a parte do mundo.
Quisemos, pois, indagar junto dos nossos questões sobre a crença, o conhecimento e a opinião das pessoas sobre a sua “santidade” e colocamos três questões.
Teresa Ramos 67 anos
Catequista
Fátima Maia 61 anos Assistente operacional
Rita Deville 50 anos Economista
“Sim, já ouvi falar da Santa, sobretudo pela capela. É impossível que alguém de Arcozelo e arredores não conheça minimamente a sua história.
A crença em milagres atribuídos à santa é algo muito pessoal e depende da fé e da perspetiva de cada um. Para quem tem uma visão religiosa, os milagres podem ser sinais da intervenção divina e da santidade daquela pessoa. Já ouvi falar de alguns milagres, mas a minha posição, apesar de não conhecer muito bem a história, é a de que acredito nos milagre da Santa Maria Adelaide.
Indiscutivelmente, este turismo religioso atrai muitas pessoas à nossa terra e isso contribuiu para divulgar o nome de Arcozelo e dinamizar a economia local.”
“Sei que Maria Adelaide veio viver para Arcozelo, terra perto do mar, por questões de saúde e que só fazia o bem. Foi enterrada no cemitério da freguesia e, quando, passados alguns anos, foi necessário exumar o seu corpo; este estava intacto e cheirava a flores. A igreja não a reconhece como santa, mas sim como serva de Deus, mas isso não tem importância. Aliás se consultarmos o calendário com a comemoração dos santos da igreja, não há qualquer referência ao dia de Maria Adelaide. Porém, eu acredito nos seus milagres. Muita gente da terra e de outros lugares rezavam junto da sua campa, pedindo-lhe ajuda e os milagres aconteciam. No seu museu estão expostos os mais variados objetos, ofertas dos devotos por graças obtidas. Há um objeto que se destaca – o “Livro de Registo de Milagres”.
Claro que ajuda o comércio local. Ainda hoje vêm muitos autocarros com pessoas que vêm pedir ajuda e trazer ofertas que prometeram. Alguns até vêm de outros países. Além disso, no museu estão expostos vestidos de noiva. Ainda hoje as noivas com menos posses alugam os vestidos que foram oferecidos.”
“Conheço bem a história. Maria Adelaide era uma jovem freira que sofria de bronquite e aconselharam-na a curá-la com o iodo da praia da Aguda. Viveu numa casa de lavoura, onde lhe cederam um quarto e uma cozinha. Maria Adelaide fazia doces e, quando os estava a fazer, dizia-se que na beira do telhado da casa, um bando de pardais e passarinhos chegavam lá para comer as migalhinhas. Quando faleceu e não havia onde ser sepultada, pois esta não tinha familiares, foi sepultada no jazigo de uma pessoa da casa de lavoura, porque estava vazio. Entretanto, passados anos, faleceu alguém que teve que ser sepultado nessa campa. Quando foram levantar os restos mortais, estes estavam intactos. Levantou-se assim um alarido muito grande e as pessoas acreditaram que poderia ser uma Santa. Independentemente do que a igreja pensa, eu considero ser santa uma pessoa que na vida fez bem. As pessoas estão descrentes e não estou a falar apenas da geração de hoje. Havia milhares de pessoas que acreditavam nos milagres. Lembro-me de grandes peregrinações e grandes romarias. As pessoas aproveitavam as romarias do Senhor da Pedra, romarias da Senhora da Saúde dos Carvalhos, e as de Espinho, para vir visitar Arcozelo. E Arcozelo ainda continua a ser um ponto de encontro de romeiros. A minha descrença está, não nas pessoas que doaram, mas em como foi distribuído e gerido todo esse património. Muita gente enriqueceu à custa dele, à custa de uma crença religiosa.”
Imagem gerada por IA
Museu e capela da santa Maria Adelaide
O desporto da moda
Mens sana...
A influência do exercício físico na saúde dos idosos de Arcozelo
“A atividade física na vida dos seniores proporciona-lhes benefícios, tanto para a saúde fisica, como mental e promove o envelhecimento ativo e saudável.”
A popularidade deste desporto tem crescido em Portugal. Em 2008, houve uma explosão de campos, com maior expressividade em Lisboa. Para os praticantes, este desporto entusiasma, porque a “bola nunca para”. O padel é muito mais fácil de iniciar e de aprender do que o ténis: é pegar na raquete e jogar! Por outro lado, como em qualquer desporto, é necessário muito treino para se jogar bem e dominar. Felizmente, pessoas com algumas limitações físicas não estão totalmente proibidas ou excluídas de experimentar ou de praticar este desporto, sendo, no entanto, aconselhável e recomendável que comecem devagar e com alguns exercícios adaptados às limitações de cada um, de modo a fortalecer as áreas afetadas e estarem mais aptas para jogar.
O padel é frequentemente comparado com o ténis; contudo, os praticantes de ambas as modalidades evitam fazer comparações. São dois desportos com características muito próprias como, por exemplo, o padel só pode (em teoria) ser praticado em duplas; a raquete é menor e feita de material sólido, ao contrário da do ténis que é constituída por várias cordas; o padel é considerado mais estratégico e rápido, mas menos desgastante (quando não elevado a nível de competição); no padel as paredes laterais do campo servem como apoio, podendo ser usadas para ganhar tempo e reajustar o ângulo com que a raquete vai
incidir na bola.
Embora o material necessário seja relativamente caro, não é um desporto tão elitista como o golf, o cricket, a esgrima, entre outros.
O padel não se esgota na prática de exercício físico. Ele ajuda a trabalhar e reforçar a tomada de decisão, a concentração, a resolução de problemas, visto tratar-se de um desporto que exige tática, estratégia e foco e ajuda a esquecer os “compromissos digitais”, por vezes considerados o flagelo deste século.
Graças às novas instalações no espaço da ESAOF, e do protocolo assinado entre a escola e a empresa responsável, o Desporto Escolar tem mais uma valência. Embora a adesão inicial tenha sido um pouco envergonhada, neste momento já conta com 20 participantes. Os primeiros entusiastas já participaram num torneio, tendo a experiência sido bastante positiva. Mas há mais! Está programado o primeiro torneio para abril, que reunirá participantes de escolas vizinhas. Força, ESAOF!
Por último, mas não menos importante, o pavilhão, em fase de conclusão, tem como público alvo toda a comunidade de Arcozelo, trazendo um novo incentivo à prática da atividade física e à tão desejada interação humana.
Iniciada em Setembro de 2009, a ginástica sénior conta atualmente com 70 seniores de idades compreendidas entre os 65 e os 89 anos. Esta iniciativa foi criada com o intuito de promover o bem-estar físico e mental e a socialização da população sénior da freguesia.
As aulas decorrem às terças e sextas-feiras, das 9h às 12h, no Pavilhão Municipal do Sporting Clube de Arcozelo. No entanto, conta também com atividades ao ar livre, nomeadamente caminhadas, aulas na praia, momentos de convívio, como almoços, visitas guiadas e até a participação em espetáculos como o Sarau Desportivo na ESAOF, iniciativas que devem ser acarinhadas e aplaudidas.
Para Gabriel Rocha, professor da ginástica sénior, a maior acessibilidade à informação, a crescente sensibilização para a importância da atividade física na saúde e na qualidade de vida contribuem para uma maior adesão a esta iniciativa. Gabriel não tem dúvidas quanto aos benefícios da prática de atividade física na vida dos seniores, vital na promoção de um envelhecimento ativo e saudável.
A prática de ginástica permite a prevenção de doenças crónicas como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares, ao mesmo tempo que mantém a mobilidade e reduz o risco de quedas. Ajuda igualmente a reduzir sintomas de depressão e ansiedade, melhorando a qualidade do sono. A autoestima aumenta e o envelhecimento passa a ser encarado de uma forma mais positiva e natural. Em todas as aulas e atividades em grupo é trabalhada a socialização. O seu impacto no combate ao isolamento social, um problema que afeta cada vez mais idosos, é por demais evidente. A promoção do convívio e o fortalecimento de laços de amizade são palavras de ordem.
Em Arcozelo, vila constituída por uma população maioritariamente idosa, estas atividades são uma mais-valia para o futuro da comunidade. A continuidade e o apoio das autoridades locais a este tipo de projetos são essenciais para garantir que as iniciativas de ginástica sénior se mantenham e se expandam, uma vez que não só beneficiam os idosos diretamente, como também enriquecem a comunidade como um todo.
Tomás Leça, 11º A
Estreia da equipa da ESAOF em torneio de padel
Maria Carolina Fonseca e Rafaela Pereira, 11º A
Grupo de Ginástica Sénior da Junta de Freguesia de Arcozelo
Foto original autografada por Gago Coutinho. Partida da Torre de Belém. Fotografo: Arnaldo Garcez (fotógrafo oficial da 1ª Guerra Mundial)
“Manhã de 30 de março de 1922, que não mais poderemos repetir."
Gago Coutinho
A 30 de março de 1922, teve início a histórica travessia aérea do Atlântico Sul, protagonizada pelo Almirante Gago Coutinho e pelo Comandante Sacadura Cabral. A bordo do hidroavião “Lusitânia”, os dois pioneiros partiram de Lisboa com destino ao Rio de Janeiro. Foi considerado um marco na aviação mundial e no espírito de aventura e inovação.
Horóscopo criativo
O teu Horóscopo para 2025... e não reclames!!!
dos alunos
21/03 a 20/04
Os suspiros amorosos dos nativos e nativas de Carneiro são tão intensos que se ouvem na praia da Sereia, na primavera, no verão, no outono e até no inverno. Atenção, nem só de suspiros vive o homem, por isso há que trabalhar para ganhar alguns cobres. Nesta altura vai estar nas bancas e nas tuas mãos o suplemento de “O Gaiense”. É o único momento do ano em que se compra um jornal… para a posteridade! Aproveita!!!
21/04 a 20/05
A rotação de Orion vai influenciar o ascendente dos nativos de Touro, o que significa que curtidas experiências, como longos passeios nas belas praias de Miramar, Aguda e Granja, com um mojito na mão (uma especialidade do Chez Maurice) vão levar-te ao paraíso. Contudo, não descures o trabalhinho. Afinal és forte como um touro!!
21/05 a 20/06
O tempo passa a correr, mas tem alguma calma contigo. O verão quente e solarengo, ainda demora. Queres é mostrar o bronze e as roupinhas atrevidas, não é!? No amor, o teu magnetismo está forte, mas não te desvies do foco principal que é trabalhar algumas horas por dia para pagar as despesas ou então põe o gémeo a trabalhar. É uma solução.
21/06 a 22/07
Grandes novidades. Aproveita este ano para tomares uma decisão: ou começas a caminhar para a frente com determinação ou continuas a andar de lado e os resultados não serão tão bons. Talvez a cartomante te possa orientar. Faz uma promessa a ti mesmo… e apanha o próximo comboio em Miramar até destino incerto para novas perspetivas de vida. Vai à luta…santos da terra não fazem milagres.
23/07 a 22/08
És o rei da savana, um líder nato. És a estrela principal… pelo menos na tua cabeça. No trabalho, a tua criatividade e imaginação fora do vulgar fazem-te brilhar, claro, mas isso não significa que alguém se vá importar. No amor, és um gatinho, mas nem toda a gente quer assinar um contrato vitalício contigo.
23/08 a 22/09
És virgem, és. Engana-me que eu gosto. Este ano aprende a respirar fundo antes de agir. Cuidado, não vá o diabo tecê-las e acabas a rezar à santinha Adelaide. Acreditem que a vida são dois dias e vocês ainda não viveram um. Arranjem um companheiro(a) e divirtam-se, mas sempre com cuidados redobrados…
23/09 a 22/10
Tens um ano para repensares os teus objetivos e esperar… esperar e esperar que eles se concretizem. O Universo vai compensar-te com alguma frustração e uma pitada de desespero. Quem te avisa teu amigo é. Mas nem tudo é mau. Vais ter sorte ao jogo, se desembolsares uns cobres e apostares.
23/10 a 21/11
A tua intensidade está no modo “agente secreto”. Tenta não interrogar alguém só porque respirou de forma suspeita, mas não entres em modo “FBI” por um like antigo. No trabalho, foco máximo, mas lembra-te: fulminar colegas com o olhar não faz as tarefas andarem mais rápido.
22/11 a 21/12
Todos sabem que és metade homem, metade cavalo e que dás bons conselhos mas também bons coices. És como um GPS com defeito. Adoras viajar, mas nem sempre sabes para onde vais. Relacionamentos? Só se houver espaço para fugir. Manual de instruções? Não tens. Vê se ganhas algum juízo porque o mundo não está para brincadeiras. Olha o Trump e o Elon!!!
22/12 a 19/01
Boa sorte a deixares alguém entrar nessa tua vida tão planeada. É mais fácil sair-te o Euromilhões do que conheceres alguém espontaneamente. Não te esqueças de descansar que o teu corpo agradece e deixa de chamar “descanso estratégico” às 5 ou 6 horas que passas a dormir. Este ano estás com sorte, porque só vais trabalhar alguns dias.
20/01 a 18/02
A tua mente brilhante viaja tanto que corre o risco de não se lembrar de voltar. No amor, alguém te quer perto, pena que já estás longe. No trabalho, as tuas ideias são geniais, tão geniais que só um génio como tu as entende. Tenta explicá-las ao teu peixe de estimação. Talvez tenhas sorte!
19/02 a 20/03
Se és peixe sabes nadar, iô! Este ano vais encontrar a tua sereia encantada. Põe-te fino se não queres a sereia perder. Também está na hora de investires em Bitcoins. Vai por mim que também sou peixe, mas nado em dinheiro.