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Figura 05: População urbana absoluta e relativa no mundo:1950-2050

fazer necessária a avaliação das estruturas habitacionais atuais afim de torná-las mais confortáveis para o indivíduo em idade avançada, e também criar condições mais favoráveis dentro da cidade contemporânea para que os fatores externos sejam capazes de auxiliar na busca pelo envelhecimento ativo e saudável.

2.2 Espaço urbano contemporâneo frente ao envelhecimento populacional

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Nota-se que o ambiente urbano carece de espaços qualificados tendo em vista o contingente populacional presente na cidade contemporânea. Um dos pontos mais alarmantes dentro desse quesito é como se desenvolve a relação dos espaços urbanizados com a proporção de habitantes, dando ênfase na qualidade que este deve proporcionar ao público idoso que se encontra cada vez mais crescente (VÉRAS, 2016).

De acordo com o IBGE (2010), a estimativa de pessoas residentes nas cidades brasileiras correspondia a 84% em 2010, e no ano de 2015 esse número chegou a 86%, destacando que hodiernamente 84% do público com mais de 60 anos vive nas áreas urbanas. A figura 05 demonstra a porcentagem da população urbana no mundo entre 1950 e 2050.

Figura 05: População urbana absoluta e relativa no mundo:1950-2050

Fonte: World Urbanization Prospects Gehl (2010) afirma que as cidades convidativas devem ser o ponto de partida principal do planejamento urbano, desenvolvendo qualidade essenciais para o convívio da população com a mesma, de forma que seja utilizada por diferentes grupos de pessoas em situações diversas.

Quando os urbanistas ambicionam mais do que simplesmente garantir que as pessoas caminham e pedalem nas cidades, o foco se amplia de simplesmente proporcionar espaço suficiente para circulação, para o desafio, muito mais importante, de possibilitar que as pessoas tenham contato direto com a sociedade em torno delas. Por sua vez, isso significa que o espaço deve ser vivo, utilizado por muitos e diferentes grupos de pessoas (GHEL, 2010, p. 63).

A qualidade urbana de um ambiente é avaliada pela forma com que a população de uma área é capaz de usá-la. Áreas de uso público inseridas no tecido urbano, como praças parques e áreas verdes, são fundamentais para garantir o equilíbrio com a natureza, propiciando espaços de refúgio para os habitantes, ‘’são importantes para o lazer, ventilação, equilíbrio ambiental, e suporte para animais e para a flora urbana’’ (PIZZOL, 2005, P. 145). Buscar aspectos que promovam a vivência na cidade é essencial para a sociedade do século XXI, bem como incentivar a caminhabilidade e a gestão de espaços de permanência que possibilitem que os indivíduos usufruam dos espaços urbanos. Gehl (2010, p .68) enfatiza que ‘’a cidade viva realmente precisa é uma combinação de espaços públicos bons e convidativos e certa massa crítica de pessoas que queira utilizá-los’’, dessa forma, como afirma o autor, criar cidades que sejam capazes de acomodar a todos, significa criar meios de permanência para todas as idades.

Constatando que o mundo está envelhecendo aceleradamente e destacando dados do IBGE sobre o envelhecimento populacional brasileiro, que expõe que até o ano de 2030 o Brasil terá mais idosos que crianças, é fundamental a atenção para políticas públicas que incluam esse grupo de forma ativa e participativa na cidade. Nesse âmbito, a OMS (2008) desenvolveu um guia intitulado ‘’Cidade amiga do idoso’’ no qual realizou uma pesquisa com pessoas de 65 anos ou mais em 33 países diferentes e declarou que as áreas urbanizadas devem abranger as necessidades de grupos em idades avançadas, viabilizando sua proteção e inclusão dentro desses espaços. O Guia enfatiza que “uma cidade amiga do idoso estimula o envelhecimento ativo ao otimizar oportunidades para saúde, participação e segurança, para aumentar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem’’ (OMS, 2008, p. 7). Esse manual traz, conforme exemplificado na figura 06, as áreas prioritárias que devem ser consideradas para uma cidade se tornarem ‘’amiga do idoso’’.

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