Anac boletim 69

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$7 ,9 ,'$'( 6 FALLAS EM VALÊNCIA Um grupo de cerca de 25 Sócios, Familiares e Amigos foi visitar, pela primeira vez, as reconhecidas “Fallas” de Valência. Foram uns dias muito diferentes do habitual, onde os estoiros de bombas fizeram parte da “normalidade”. Mas tudo isso foi recompensado pela beleza das “Fallas” e também das “falleras”. A cidade em si engalanou-se para receber os nossos viajantes e eles deliciaram-se com a magnificência da Catedral, da Cidade das Artes e também com o Oceanogràfic. Apesar de alguns percalços aborrecidos no início mas que servirão para recordar no futuro, a viagem decorreu em ambiente festivo, de sã camaradagem e de encantamento. O

MARINHA GRANDE E NAZARÉ No passado dia 13 de Abril, um grupo de sócios e seus familiares, rumou à Marinha Grande e à Nazaré. Na primeira paragem visitámos o Museu do Vidro, instalado num lindíssimo Palácio de inspiração Neoclássica e construído na segunda metade do século XVIII, pertença da família Stephens. Foram admiradas peças muito valiosas e únicas, saídas das mãos dos nossos inspirados vidreiros. Depois de um ótimo almoço que serviu também para se por a conversa em dia entre os participantes, rumámos à lindíssima Nazaré. Aí assistimos a uma encenação e explicação da lenda do milagre da Nossa Senhora da Nazaré. Reza a lenda que D. Fuas Roupinho, Alcaide-Mor do Castelo de Porto de Mós costumava caçar por aqueles sítios, tendo sido atraído para um precipício por um veado. No momento da aflição, invocou a virgem e aconteceu o “Milagre”. D. Fuas Roupinho salvou-se e o veado caiu no precipício. Foi-nos ainda explicado o significado de cada uma das sete saias das nazarenas. Foi mais um dia de diversão e saber. O C.C.

O SERMÃO DE PAIAÇÚ No dia 18 de Abril, seguindo o programa de visitas da ANAC, um grupo de cinquenta e três sócios familiares e amigos, reuniram-se na Igreja de São Roque em Lisboa, para desta vez assistir à encenação de um conjunto de vários textos de famosos “Sermões” que o Padre António Vieira pregou ao longo da sua vida, reunidos num texto a que foi dado o nome PAIAÇÚ ou Pai Grande. Esta colagem foi realizada tendo em vista mostrar os diferentes aspetos das caraterísticas interculturais do seu discurso e as referências diversas às contradições que se verificavam entre as orientações dos evangelhos e o comportamento dos poderosos sobre as populações que dominavam. Este trabalho de pesquisa foi realizado por Miguel Abreu e a dramaturgia apoiada por João Grosso que também o interpretou, apoiado vocalmente por Sílvia Filipe.

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António Vieira nasceu em Lisboa a seis de Fevereiro de 1608, na freguesia da Sé, sendo filho de Cristóvão Ravasco, escrivão da corte que foi colocado para exercer funções na Relação do Brasil. A formação do jovem António, decorreu no colégio jesuíta da Baía, no período histórico em que a nação portuguesa esteve sob o domínio castelhano dos reis Filipes, tendo vivido intensamente a restauração da independência de Portugal, quando esta ocorreu em 1640. Viaja para Lisboa em 1641, integrado numa comitiva que veio manifestar o apoio do Brasil à independência do país e a D. João IV. Cá permaneceu até 1646, período durante o qual desempenhou missões diplomáticas ao serviço do Rei e da Companhia de Jesus. No seu regresso ao Brasil teve um papel ativo no estado do Maranhão, na defesa dos direitos dos índios face à sua manifesta exploração pelos colonos. Esta sua atitude, apesar da sua proximidade à corte, não impediu que fosse preso pelo Tribunal do Santo Ofício e encerrado três anos em Coimbra. Sendo amnistiado, parte para Roma onde obtém grande sucesso como pregador, regressa a Portugal em 1675, onde não encontra junto da corte apoio para as suas causas e desiludido pelas perseguições aos cristãos novos, regressa à Baía em 1681 onde se dedica ao trabalho de organizar e editar os cerca de 200 sermões e outros documentos escritos. Morreu com 89 anos, tendo sido sepultado na Igreja da Companhia de Jesus em São Salvador da Baía. O

VISITA AO SARDOAL No dia 04 de maio os “nossos” foram de visita até uma das vilas (injustamente) pouco conhecidas do nosso país - o Sardoal. Depois de uma viagem tranquila, fomos recebidos na vila do extremo do distrito de Santarém por dois técnicos da Câmara Municipal (o João e o José - permitam que os tratemos apenas pelos nomes próprios...) que nos deram uma lição de história, de vivência e da cultura das gentes do interior. No Centro Cultural fomos recebidos por um “Gil Vicente” muito bem disposto e tivemos o privilégio de sermos acolhidos também pelo Presidente da Câmara. As (muitas) igrejas e capelas da vila refletem bem o sentido religioso das gentes do interior. Por outro lado, são um repositório da arte e da cultura dos séculos passados. Fomos surpreendidos pela presença de peças singulares que a maioria de nós desconhecia e também pela muito pouco conhecida ligação da vila às longínquas terras e gentes do Japão e das Índias. Na Cooperativa Artelinho, para além dos deliciosos doces, tivemos uma verdadeira lição sobre a cultura, o tratamento e as peças finais do linho.


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