da
ANA
Ano IV - Nº 66 - Janeiro de 2018
Conectados em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes LGBTI
Transexualidade Lion Marcos Ferreira e Silva Assistente Social Especialista em Ensino Interdisciplinar sobre Infância e Direitos Humanos/UFG Mestrando em Educação/UFG Fundador e Co-coordenador do Coletivo ®existência
A luta por direito ao próprio gênero Discorrer sobre as questões de gênero é muito mais que apenas citar a existência da diversidade, é também uma forma de propor o respeito mútuo, promovendo a diminuição do preconceito e discriminação, assim como, a promoção da visibilidade e o reconhecimento dos Direitos Humanos, de forma que a população de Travestis e Transexuais tenham condições de exercer sua cidadania plena no âmbito das relações sociais. A maioria dos conceitos sobre Gênero é construída segundo crenças, valores religiosos e senso comum, numa sociedade machista, patriarcal, sexista, misógina e heterocisnormativa, ou seja, exatamente onde se dão as relações de poder de um gênero sobre outro, de uma raça sobre a outra, de uma orientação sexual sobre outra. Em minhas considerações sobre a temática, tenho abordado bastante sobre as identidades de gênero e orientações sexuais que são de alguma forma silenciada e exponho relevantes pontos sobre a forma que somos inferiorizados dentro de padrões de condutas específicos cobrados pela sociedade em que vivemos, pois esses padrões variam dependendo do contexto sociocultural. O machismo está presente no retrocesso e na personificação das mais diversas formas e níveis de violências, que podem ser verbais, físicas, psicológicas e
ANA
da
contra todos os segmentos, sejam, mulheres, população LGBT, crianças e negros. O machismo é extremamente violento e também atinge as masculinidades que são silenciadas por outras masculinidades. Falar de gênero não se resume em apenas definir masculino e feminino, vai muito além do que está posto em nossa sociedade. Para falar de gênero é necessário fazer um passeio na estrutura sociocultural as quais as concepções de gênero foram alicerçadas. Nossa sociedade tem o costume de avaliar ou identificar as pessoas conforme a genitália de seu nascimento, assim sendo, se o corpo de um homem Trans é lido a partir de sua genitália, automaticamente supõe-se que esse corpo pode ser violado de todas as formas (violência fruto do machismo). E por que esse corpo é lido como um corpo que pode ser violado, mesmo sendo este totalmente masculinizado (conforme a compreensão geral de masculinidade)? Se uma mulher Trans é identificada como tal, assim como, as travestis, sofrem violência severa como formas de punição, são espancadas e assassinadas. Mas, muitas ainda não se submeteram a procedimentos cirúrgicos, tem pênis, por que então, neste caso, são corpos lidos para serem hostilizados por parte da sociedade? Seria essa violência contra os corpos Trans voltadas para a questão do sexo, gênero, ou para os dois?
São questões que nos incomodam, mas de uma coisa não temos dúvidas, há nesses crimes em sua grande maioria uma denotação transfóbica. Algumas pessoas transexuais por diversos motivos, inclusive com receio de sofrerem transfobia, tentam adaptar-se aos padrões pré-estabelecidos, pois, a própria sociedade nos empurra para essa forma de ajuste. Deste modo assumem os mesmos padrões da heterocisnormatividade, inclusive nas relações afetivas, ou seja, muitas mulheres Trans desejam assumir o papel de uma boa esposa, dona de casa, tudo com um certo tom de delicadeza, os quais se “esperam” de uma mulher. Já os homens Trans, são projetados para assumirem uma “postura de macho”, provedor, tem que ser forte e conquistador. É importante ressaltar ainda que, há situações contraditórias a essa colocação, pois, em alguns casos, se espera também de um homem Trans que o mesmo seja compreensivo com as mulheres, já que em
EXPEDIENTE COORDENAÇÃO Lídia Rodrigues SECRETÁRIA EXECUTIVA Suely Bezerra ASSESSORES DE CONTEÚDO Paula Tárcia
Rodrigo Corrêa Rosana França DIAGRAMAÇÃO Tatiana Araújo
Conectados em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes LGBTI
1