Boletim ana edição 24 modelo de desenvolvimento e violência sexual

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Ano II - Nº 24 - Abril de 2014

Boletim 24 x 0

Violência

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Modelo de desenvolvimento e Por Cristiane Faustino Construções de vias, usinas hidroelétricas e estádios, expansão de trilhos e ferrovias, exploração de petróleos e de minérios. Esse é o cenário em que o Brasil se encontra desde meados de 2010. A busca desenfreada pelo desenvolvimento sem planejamento e cuidado com os impactos sócio ambientais, vem gerando cada vez mais desigualdades. E onde há desigualdade há sempre terreno fértil às violações. O desenvolvimentismo vem há tempos, desrespeitando direitos humanos básicos, ao mesmo tempo vem reforçando o modelo patriarcal (a tomada de decisão e a centralidade do poder pelos homens) e as desigualdades entre homens e mulheres. Por um lado, empresas exploram a força de trabalho deles e pelo outro, eles exploram à sexualidade delas. Por que as mulheres e meninas são grupos vulnerabilizados nos impactos sociais e ambientais do desenvolvimento brasileiro, mas especificamente no que se refere às violências sexuais no interior ou na “aba” dos projetos desenvolvimentistas? Teria o trabalho sexual o mesmo valor que os empregos gerados

VIOLÊNCIA SEXUAL para homens? A cultura do estupro segue a modernização do Brasil? Quem perde com isso? Tantas as perguntas de raízes tão profundas, que não conseguiríamos nesse espaço responder todas elas. Contudo, é esse infeliz cenário que crianças, adolescentes e mulheres adultas vivenciam próximo aos canteiros de obras no Brasil. Nesse contexto, é preciso traçar estratégias que permitam a compreensão e os enfrentamentos das desigualdades que perpassam as questões apontadas. O mais importante talvez seja romper com esse modelo econômico de desenvolvimento adotado, que não leva em conta as preocupações cidadãs. É n e c e s s á r i o q u e s e c o b re intervenções responsáveis para mudança urgente desta realidade, seja pelas empresas ou pelo poder publico, de forma a não culpabilizar as vítimas e garantir um modelo de desenvolvimento que respeite os direitos humanos. Veja o texto na integra: http://anamovimento.blogspot.c om.br/2014/04/desenvolviment o-e-exploracao-sexual-de.html

dentro De 01 a 03 de maio de 2014, acontecerá em Belo Horizonte o Encontro dos atingidos pela Copa. O COPAC – Comitê Popular dos Atingidos pela Copa 2014 BH é organizado por pessoas de diversos setores da sociedade que buscam discutir, entender e pensar ações coletivas no contexto das violações de direitos em ocasião da Copa de 2014. Outros comitês populares foram organizados de outras cidades sede reforçando o caráter nacional da ação.

Giro

DE NOTÍCIAS Aconteceu em Brasília nos dias 25 e 26 de abril com cerca de 100 participantes de diversas instituições, a III Oficina Nacional promovida pela articulação “Entre em Campo – Redes pelos Direitos da Criança e do Adolescente”. A III Oficina teve como objetivo a avaliação da Copa das Confederações, análise da conjuntura após as jornadas de junho e a definição de ações estratégicas para a Copa do Mundo. Veja a síntese destes momentos com as fotos no link: http://zip.net/bqnfDV

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