Dia do Professor.
O que esses profissionais tem de diferentes? Por Rosana França Educadora Social/Assistente Social Equipe Campanha ANA Sabemos que tudo na vida é um aprendizado. Aprendemos em casa, com a nossa família, na rua com os nossos amigos e desconhecidos, nos meios de comunicação, de produção e difusão de conteúdos: TV, rádio, internet, jornais, revistas, boletins, cartas, artigos, vídeos e etc. Todas essas fontes são fontes de conhecimento que nos geram aprendizados diretos e indiretos. Porém, precisamos diferenciar as for mas de aprendizado. Tem conhecimentos que são chamados conhecimentos populares, aqueles que não aprendemos nas escolas, aprendemos com as pessoas, com a vida, com o tempo, com as experiências. Esses conhecimentos não muitos validos e importantes. Contudo, temos também o conhecimento formal, aquele que aprendemos na escola, e que por sua vez, é a base para formação de várias outras formas de conhecimento. Esse conhecimento é sistemático, progressivo e para que seja repassado exige o protagonismo de um sujeito muito importante: os/as professores/as. Sem esses
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profissionais não conseguiremos, sistematicamente, repassar as novas gerações os conhecimentos acumulados e desenvolvidos pela humanidade. Temos em nossa sociedade vários tipos de profissões, mas todas as pessoas de diferentes profissões tem em comum a passagem pela escola e a relação com um professor, e é sobr e esse pr ofissional que queremos falar com vocês. No Brasil a responsabilidade da educação é dividida por governo federal, estadual e municipal, e cada um tem sua responsabilidade na execução da política de educação. O Governo Federal é responsável pelo ensino superior, o governo estadual é responsável pelo ensino médio e os prefeitos pela educação básica. Os professores e o ensino são direcionados pelos representantes em cada uma das suas respectivas esferas. Estes profissionais deviam ser tratados como os servidores mais importantes do nosso país, pois é a partir deles que todos os outros são formados, iniciando pela alfabetização até a formação de nível superior. Mas, não é isso que vemos no dia a dia. Os professores que trabalham sobretudo nas redes municipais e estaduais, recebem salários baixos, são obrigados a aprovar alunos mesmo sem ter alcançado o nível desejado de conhecimento para sua série, trabalham em condições insalubres ensinando turmas com mais de 30 pessoas, sofrendo ameaças, entre outras coisas. Pesquisas apontam o aumento de pr ofessor es que apr esentam problemas de saúde (câncer na garganta – por forçar demais a fala, síndrome do pânico – por ter que viver com situações de violências
Ano II - Nº 31 - Outubro de 2014
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agressões constantes nas escolas, alergia - antes ao pó do giz, hoje a da tinta do pincel atômico...) em decorrência das péssimas condições de trabalho e em consequência também de remuneração. A s t e n t a t iva s d e l u t a s d o s professores em defesa da categoria, nos últimos anos foi criminalizada pelos governos nos estados e municípios. Em alguns atos de greves, professores foram agredidos violentamente por policiais como se tivessem cometendo crimes, quando na verdade estavam apenas garantindo um direito constitucional a manifestar-se em defesa da valorização da categoria. Precisamos estar juntos com estes profissionais para garantir uma educação de qualidade, com profissionais capacitados e bem remunerados, concursados, com uma educação inclusiva, que respeite os direitos humanos de todos inclusive de crianças e adolescentes. Educação de qualidade é um direito e todos/as podemos ajudar exigindo dos poderes públicos a melhoria das condições de ensino e o reconhecimento e valorização dos professores e professoras.
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