CURIOSIDADES DA BIODIVERSIDADE
INOCÊNCIO GORAYEB
Réplicas especiais de muiraquitãs na cidade Eles estão povoando os pescoços de mulheres e homens nas cidades amazônicas: da exclusividade das icamiabas, os muiraquitãs se tornaram um conhecido item de presente. As pequenas peças, originalmente nas cores verde e rosa, eram um amuleto que as mulheres de determinadas nações indígenas presenteavam os homens de outras tribos no intuito de obterem boa sorte nas jornadas diárias pela f loresta. Essa é apenas uma versão da narrativa, dentre as várias, segundo a qual as icamiabas mergulhavam no fundo do rio, obtinham um material que, depois de moldado e
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JANEIRO DE 2016
seco, virava o muiraquitã. Fora da história tradicional, a feitura desse amuleto hoje é bem diversa. Há peças de barro cozido e até plástico, mas também algumas mais sofisticadas, utilizando madrepérola e ouro, além das artesanais de madeira. Boas réplicas de muiraquitã eram produzidas por Waldemar França, ex-servidor do Museu Paraense Emílio Goeldi, onde atuou pelo Departamento de Zoologia. Waldemar era habilidoso com próteses. Foi assim que ele criou um molde, baseado numa peça original. Utilizando acrílico, ele dava as cores originais, polindo
e, então, passando o fio do cordão. Outros muiraquitãs originais podem ser vistos no Museu do Forte do Presépio e, mais ao lado, no Museu de Arte Sacra, na igreja de Santo Alexandre. No Polo Joalheiro São José Liberto e nas feiras artesanais na praça da República, montadas aos domingos, podem ser compradas réplicas desses amuletos. Em 2008 o geólogo Marcondes Lima da Costa e colaboradores escreveram um artigo sobre os muiraquitãs que pode ser apresentado juntamente com as réplicas, publicado na coleção Amazônia, encartado à época no jornal O Liberal.