Pecuária em Alta - Edição 25 - Fevereiro/Março de 2020

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CORTE

OLHANDO E ANALISANDO OS TOUROS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES DESDE O PONTO DE VISTA REPRODUTIVO

por Luis Alfredo Garcia Deragon, gerente da Central Alta

Muitos clientes e técnicos que entendem de seleção e melhoramento animal fazem questionamentos e emitem opiniões como, “que testículos bonitos, grandes, a bolsa escrotal tem torsão, os testículos estão muito pendulosos” etc. Devido ao exposto, escrevemos as linhas a seguir. A principal função dos testículos é a produção de sêmen e hormônios que dão sustentação à produção, à libido e às características sexuais secundárias, influenciada pela testosterona, produzida pelas células de Leydig, que se encontram no espaço intersticial, ou seja, entre os túbulos seminíferos do testículo,

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responsáveis pela produção do sêmen. Sabe-se que 84% a 87% do volume testicular são túbulos seminíferos onde é produzido o sêmen. O volume testicular tem uma relação direta com a quantidade e qualidade que, potencialmente, pode ser produzida de sêmen pelos testículos. Importância do Perímetro Escrotal no melhoramento genético O perímetro escrotal (PE) apresenta herdabilidade considerada média a alta, com média de 0,50 e está, favoravelmente, associado à idade e à puberdade (inclusive das meias-irmãs dos

machos) e à quantidade e qualidade de sêmen produzido. O perímetro escrotal está favorável e, geneticamente, associado à idade ao primeiro serviço, à data do primeiro e segundo parto, ou seja, à fertilidade e ao intervalo de partos. O perímetro escrotal é importante característica para a seleção indireta da fertilidade, observação documentada, desde 1979, por Brinks e colaboradores. A ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) iniciou a mensuração do perímetro escrotal em 1988 e, no ano de 1995, de forma pioneira, lançou a DEP (Diferença Esperada da Progênie) para perímetro escrotal aos 365 dias e aos 450 dias, dessa forma, dando importantíssimo suporte à seleção para precocidade sexual da raça Nelore. A relação ao formato testicular e à produção de sêmen foi estudada, pela primeira vez, em 1996, por Bailey, registrando uma maior produção de sêmen em touros da raça Holandesa que apresentavam uma forma alongada e elíptica ou arredondada quando comparada com os testículos esféricos ou arredondados. Ao contrário das raças zebuínas, nas raças europeias, não observamos muitas diferenças de forma.


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