Roteiro para a Gestão dos fluxos Gerados na Atividade Agropecuária

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Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro Roteiro para

a Gestão dos Fluxos Gerados na Atividade Agropecuária onal de Investigação Agrária e Veterinária

Regina Menino Maria Amélia Castelo Brancorealizada no âmbito do Projeto GoEfluentes - Efluentes de Publicação

pecuária: abordagem estratégica à valorização agronómica/energética rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte gerados na atividade agropecuária (PDR2020-1.0.1-FEADERdos fluxos Rita do Amaral Fragoso 031831). (https://projects.iniav.pt/goefluentes), financiado pelo Programa Inês Silva de Desenvolvimento Rural 2020, Medida 1. Promoção para a Inovação, udia Marques-dos-Santos Cordovil AçãoCirino 1.1. Inovação por Grupos Operacionais. Gabriela Zanetti

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Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

FICHA TÉCNICA

Título: Roteiro para a Gestão dos Fluxos Gerados na Atividade Agropecuária TTerra Coordenação: Olga Conde Moreira Maria Antónia Figueiredo Edição: Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P. (INIAV, I. P.) Maria João Figueiredo Grafismo e paginação: Iryna Rehan e Paulo de Jesus Carvalho (INIAV, I. P.) Impressão: Relgráfica Artes Gráficas, Lda. Universidade de Évora Depósito legal: 498846/22 Vasco Fitas da Cruz ISBN: 978-972-579-060-1 Carlos Cupeto Diogo Coelho Fonte Boa, abril de 2022 José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores Editores

Olga Moreira Olga Olga Moreira Moreira Vasco Cruz Vasco Vasco Cruz Cruz Henrique Trindade Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores Autores

Ingredient Odyssey/Entogreen Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen RuiRui Nunes RuiNunes Nunes Carolina Ligeiro Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Nacional Agrária e eVeterinária Instituto Instituto Nacional Nacional dede Investigação deInvestigação Investigação Agrária Agrária e Veterinária Veterinária Regina Menino Regina Regina Menino Menino Maria Amélia Castelo Branco Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Superior – –Universidade Instituto Instituto Superior Superior dede Agronomia deAgronomia Agronomia – Universidade Universidade dede Lisboa deLisboa Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Fragoso Rita Rita dodo Amaral doAmaral Amaral Fragoso Fragoso Inês Silva Inês Inês Silva Silva Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Zanetti Cirino Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal &&Soares (SIRO) Leal Leal & Soares Soares (SIRO) (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria João Figueiredo Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade Universidade dede Évora deÉvora Évora Vasco Fitas Vasco Vasco Fitas Fitas dada Cruz daCruz Cruz Carlos Cupeto Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Coelho Diogo Diogo Coelho Coelho José Carlos Rico José José Carlos Carlos Rico Rico Universidade e eAlto Douro, CITAB Universidade Universidade dede Trás-os-Montes deTrás-os-Montes Trás-os-Montes e Alto Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Trindade Henrique Henrique Trindade Trindade ii ii ii ii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Nota Introdutória

Olga Moreira Vasco A Cruz grande dimensão dos custos económicos e ambientais decorrente da Henrique Trindade

intensificação dos sistemas agrícolas, pecuários e agroindustriais, torna imperiosa a procura de soluções que valorizem os seus efluentes e Autores coprodutos, visando tanto a redução da sua toxicidade como o ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes desenvolvimento sustentável de novos processos e de novos produtos. Carolina No Ligeiro âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, Medida 1. Promoção a Inovação, Ação 1.1. Inovação por Grupos Operacionais, foi onal de Investigação Agráriapara e Veterinária financiado o GoEfluentes - Efluentes de pecuária: abordagem estratégica Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco agronómica/energética dos fluxos gerados na atividade à valorização agropecuária apoio que confirma a rior de Agronomia – Universidade(PDR2020-1.0.1-FEADER-031831), de Lisboa importância Elizabeth D’Almeida Duarte com que se revestem as preocupações ambientais do sector Rita do Amaral Fragoso (https://projects.iniav.pt/goefluentes). Inês Silva Esta iniciativa visou uma abordagem de valorização de um recurso, focada udia Marques-dos-Santos Cordovil nos Cirino diferentes interesses que convergem na produção e gestão adequada e Gabriela Zanetti integrada dos fluxos gerados nos sistemas agropecuários, assegurando o Leal & Soares (SIRO) desenvolvimento sustentável, a nível regional ou nacional. Em todos os Maria Cecília Amaral Nestler passos relacionados com a gestão destes fluxos (produção, recolha, Hartmut Nestler armazenamento, valorização e reutilização nas condições locais) o objetivo TTerra foi, para além de apenas evitar a sua eliminação, também reduzir a Maria Antóniaexploração Figueiredo de recursos naturais, pela reciclagem, numa abordagem de Maria João Figueiredo resíduo Zero, de Economia Circular e de encerramento de Ciclos de UniversidadeNutrientes, de Évora para que definitivamente, os efluentes sejam percecionados e Vasco Fitasincluídos da Cruz em estratégias de desenvolvimento sustentável enquanto uma Carlos Cupeto mais-valia inquestionável e inadiável, ou seja, um recurso a valorizar. Diogo Coelho A Rico parceria, tornada possível pelo GoEfluentes, envolveu entidades do José Carlos Sistema Científico e Tecnológico Nacional (INIAV, ISA, UTAD, UE), Associações de CITAB Produtores (IACA, FPAS, APCRF), tecido Empresarial e de Trás-os-Montes e Alto Douro, (Alirações, Campoaves, Leal & Soares, Ingredient Odyssey, Valorgado, Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

TTerra). O carácter multifacetado da parceria garantiu que, nos respetivos Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira cooperativamente respostas domínios de atividade, fosse possível construir Vasco Vasco Cruz às diferentes ações do projeto em trêsCruz áreas-chave: a caracterização do Henrique Henrique Trindade Trindade sector, a mitigação das emissões de gases de efeito estufa e a valorização dos efluentes. Numa estratégia deAutores atuação transversal a todo o sistema Autores produtivo, atendendoIngredient àsIngredient diferentes especificidades, procurou tipificar as Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes principais variáveis dos fluxos gerados nestes sistemas agropecuários e Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro testou estratégias operacionais, eficazes e eficientes, para a sua respetiva valorização e gestão sustentáveis. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Os resultados do Projeto estão em consonância com as metas que se Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco pretendem alcançar no Plano de Ação para a Economia Circular da EU, dando ferramentas aos utilizadores finais que lhesdepermitam Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa agilizar a Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte numa perspetiva de implementação de medidas de D’Almeida requalificação Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso aumentar a sustentabilidade da fileira agropecuária. A especificidade do Inês Inês SilvaSilva sector agropecuário e a sua variabilidade no território nacional foram Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil estudadas, permitindo Gabriela aosGabriela decisores políticos Zanetti Zanetti Cirino Cirino tomadas de decisão suportadas pelo conhecimento científico, como tal estimulando e LealaLeal &aumentarem Soares & Soares (SIRO) (SIRO) dinamizando os produtores a sua eficiência/eficácia e a Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler competitividade económica Hartmut a nível da exportação. Hartmut Nestler Nestler Ao longo do projeto as ações de disseminação e divulgação das diferentes TTerra atividades da iniciativa foram oTTerra foco prioritário junto da comunidade de Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo centrou-se em torno atores nestes sistemas de produção. A sensibilização Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo do carácter inovador e da flexibilização das medidas a adotar pela comunidade. A comunicação relevou-se para uma mudança, Universidade Universidade de imprescindível Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz daaCruz urgente e inadiável, de paradigma onde circularidade de matérias ao Carlos Carlos Cupeto Cupeto longo da produção poderá incluir-se num novo modelo de negócio. Diogo Diogo Coelho Coelho A presente edição do Roteiro para a Gestão dos Fluxos Gerados na JoséJosé Carlos Carlos Rico Rico Atividade Agropecuária constitui o culminar comunicativo do GoEfluentes, tornando-oUniversidade acessível ade todo o sector. Ae Alto publicação emerge como Universidade Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB decorrência natural de Henrique um Henrique projeto investido na transferência de Trindade Trindade ii iv ii iv


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

conhecimento, considerando a extrema importância de fazer chegar os Editores

Olga Moreira resultados aos diferentes atores envolvidos na potenciação desta cadeia de Vasco valor. Cruz Este Roteiro aborda, sem intenções de exaustividade, as principais Henrique Trindade

áreas de interesse no domínio dos efluentes e dos coprodutos dos sistemas intensivos de produção animal. Espelha uma preocupação, sempre que tal Autores se revelou pertinente, em apresentar os resultados obtidos na forma de ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes casos de estudo, acompanhados pelos desenvolvimentos metodológicos Carolina Ligeiro estabelecidos, as boas práticas demonstradas e os indicadores encontrados. onal de Investigação Agrária e Veterinária O projeto GoEfluentes projeta-se reflexivamente no futuro. QuestionandoRegina Menino Maria Amélia Castelo Branco nos atualmente sobre qual o passo seguinte e as perspetivas futuras salientam-se uma reflexão sobre o projeto, a parceria e os resultados rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte obtidos, reconhecendo-se a necessidade de testagem em escala, para além Rita do Amaral Fragoso do espetro do laboratório, de alguns dos novos processos desenvolvidos e Inês Silva respetivos produtos. Esta testagem permitirá cumprir os objetivos udia Marques-dos-Santos Cordovil delineados, Gabriela Zanetti Cirino que o projeto partilha evidentemente, do Plano de Ação para a Economia Circular da União Europeia e do Pacto Ecológico Europeu com a Leal & Soares (SIRO) do Prado ao Prato, os quais elegem como prioridade uma iniciativa Maria Cecília Amaral Nestler Produção Animal Sustentável e Competitiva. Hartmut Nestler O desafio da transferência de tecnologia é identificado e estimulado TTerra inclusive a nível nacional pela Agenda de Inovação Terra Futura, em Eixos Maria AntóniaEstratégicos Figueiredo definidos, com diferentes iniciativas emblemáticas, onde se Maria João Figueiredo destacam a Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas e a Agricultura UniversidadeCircular, de Évoraesta centralizada no Pólo de Inovação da Fonte Boa - INIAV. Nestas Vasco Fitasiniciativas da Cruz os objetivos operacionais permitem identificar e promover Carlos Cupeto soluções integradas e o desenvolvimento sustentável de novos processos e Diogo Coelho respetivos produtos onde se enquadra a valorização dos fluxos gerados na José Carlos Rico atividade agropecuária. Consideram também a transferência do conhecimento para a escala real prevendo numa primeira fase a instalação e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB de Unidades piloto, com envolvência dos produtores de forma a analisarem Henrique Trindade ii

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as mais valias inerentes, nomeadamente: Editores Editores o uso eficiente da água; a OlgaOlga Moreira Moreira integração de energias renováveis; a valorização dos efluentes e a redução Vasco Vasco Cruz Cruz da emissão dos gases de efeito de estufa. Henrique Henrique Trindade Trindade Neste contexto, uma transferência para a escala real poderá ser adequadamente operacionalizada através Autores Autoresde ‘Living Labs’, como agentes de inovação relevantes Ingredient emIngredient Economia Circular, transformação digital e Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes autossuficiência, com iniciativas dinâmicas e abordagens multidisciplinares Carolina Ligeiro Ligeiro e co criativas, aliando ciênciaCarolina e sustentabilidade dos sistemas de produção. Pretende-se, especificamente, ume ‘Living Lab’, associado a Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação deimplementar Investigação Agrária Agrária Veterinária e Veterinária Piloto de Desenvolvimento Experimental e Demonstração sobre ‘Efluentes Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco e coprodutos da atividade agropecuária’ numa diversidade de parcerias. Este será Instituto umInstituto bomSuperior incentivo para dar continuidade aos objetivos Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa do Grupo Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Operacional GoEfluentes, onde modelos de negócio devem ser Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso desenvolvidos com a participação de Associações de Produtores, Inês Inês SilvaSilva Instituições Financeiras, Sistema Científico e Tecnológico Nacional, entre Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil outras. Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Coordenadora do Projeto GoEfluentes (PDR2020-1.0.1-FEADER-031831) Hartmut Hartmut Nestler Nestler Estação Zootécnica Nacional – INIAV Santarém Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P. TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Olga Conde Moreira

Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii vi ii vi


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Índice

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade Sumário Executivo ....................................................................................... xi

Lista de abreviaturas e símbolos .............................................................. xviii Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Lista de Quadros .......................................................................................... xx Rui Nunes Carolina Lista Ligeirode Figuras ......................................................................................... xxiii

1.

EFLUENTES DA ATIVIDADE PECUÁRIA.................................................. 1

onal de Investigação Agrária e Veterinária 1.1. Introdução .................................................................................... 2 Regina Menino Maria Amélia Castelo 1.2.Branco Efluentes pecuários: conceitos e classificação ............................. 4

Instituto N

Composição .................................................................................. 5 rior de Agronomia –1.3. Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte 1.4. Fatores de variação da composição dos efluentes pecuários .... 12 Rita do Amaral Fragoso Outros resíduos da atividade pecuária ....................................... 15 Inês Silva1.5. udia Marques-dos-Santos Cordovil 1.6. Referências ................................................................................. 18 Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

2.

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PRODUÇÃO DE EFLUENTES PECUÁRIOS EM PORTUGAL ................... 22

Leal & Soares (SIRO) 2.1. Introdução .................................................................................. 23 Maria Cecília Amaral Nestler 2.2. Metodologia ............................................................................... 24 Hartmut Nestler

2.3.

Apresentação de resultados ....................................................... 26

TTerra 2.3.1. Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Por região administrativa e por município ......................... 26

2.3.2.

Por espécie pecuária e sistema de maneio ........................ 41

2.3.3. Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz 2.3.4. Carlos Cupeto Diogo Coelho 2.3.5. José Carlos Rico

Mapeamento da produção de efluentes em Portugal ....... 52 Avanço de alguns dados quantitativos ............................... 56 Referências ......................................................................... 59

2.4. SIG – Georreferenciação: efluentes pecuários e o geoportal do GoEfluentes – Terras e Efluentes ........................................................... 60

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB 3. LEGISLAÇÃO SOBRE EFLUENTES PECUÁRIOS ..................................... 63 Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

3.1.

Legislação Portuguesa ................................................................ 64 Editores Editores

3.1.1.

OlgaOlga Moreira Regime do exercício da Moreira atividade pecuária ........................ 64

3.1.2.

Gestão dos efluentes dasTrindade atividades pecuárias .................. 64 Henrique Henrique Trindade

Vasco Vasco CruzCruz

3.2.

Legislação europeia .................................................................... 71

3.3.

Limites máximos de emissões .................................................... 71 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen

Autores Autores

3.3.1.

Rui Nunes Rui Nunes Água .................................................................................... 71

3.3.2.

Solo ..................................................................................... 75

Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária 3.3.3.Instituto Atmosfera ........................................................................... 76

4.

Regina Regina Menino Menino

IMPACTES DOS EFLUENTES PECUÁRIOS ............................................ 79 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

4.1. 4.2. 4.3. 4.4. 4.5.

5.

Enquadramento .......................................................................... 80

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Nos ecossistemas e saúde pública .............................................. 81 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso No ciclo do azoto ........................................................................ 84 Inês Inês SilvaSilva No ciclo do fósforo ...................................................................... 85 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

No ciclo do carbono .................................................................... 86

4.6.

Na cadeia alimentar 86 Leal.................................................................... Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)

4.7.

Vetores de contaminação ........................................................... 87

4.8.

Referências ................................................................................. 88

Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Separação mecânica ................................................................... 92 Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

GESTÃO E VALORIZAÇÃO DE EFLUENTES PECUÁRIOS ....................... 91 5.1.

5.1.1.

Resumo ............................................................................... 92

5.1.2.

Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Introdução .......................................................................... 93

Universidade Universidade de Évora de Évora

5.1.4.

Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho José Carlos Carlos RicoRico EquipamentosJosé ..................................................................... 97

5.1.5.

Considerações finais ......................................................... 111

5.1.3.

Separação mecânica em explorações pecuárias ................ 95

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB 5.1.6. Referências ....................................................................... 112 Henrique Henrique Trindade Trindade ii viiiii viii


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Editores5.2.

Valorização de efluentes por compostagem ............................ 114

Olga Moreira 5.2.1. Vasco Cruz 5.2.2. Henrique Trindade

O processo de compostagem ........................................... 114

Autores 5.2.3.

Referências ....................................................................... 124

Caso de estudo - Compostagem de fração sólida de chorumes de bovino ........................................................................ 117

ngredient Odyssey/Entogreen Digestão anaeróbia (digestão e codigestão) ............................ 125 Rui Nunes5.3. Carolina Ligeiro5.3.1. A tecnologia de digestão anaeróbia (DA) ......................... 127

5.3.2. e Veterinária Práticas de maneio com impacto na produção energética por onal de Investigação Agrária DA ………………………………………………………………………………………127 Regina Menino Maria Amélia Castelo5.3.3. Branco Caso de Estudo: Avaliação do potencial da aplicação da DA a

Instituto N

uma exploração suinícola - Abordagem desenvolvida ao longo do rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Projeto GoEfluentes ......................................................................... 129 Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso 5.3.4. Exemplos internacionais da aplicação da DA a efluentes Inês Silva pecuários .......................................................................................... 139 udia Marques-dos-Santos Cordovil 5.3.5. Referências ....................................................................... 142 Gabriela Zanetti Cirino 5.4.

Instituto Su

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Uso de aditivos ......................................................................... 145

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral 5.4.1. Nestler Hartmut Nestler

Acidificação de chorumes ................................................. 145

5.4.2.

Inibidores da nitrificação .................................................. 147

5.4.3. TTerra Maria Antónia Figueiredo 5.4.4. Maria João Figueiredo

Biochar .............................................................................. 148

5.4.5.

Aditivos biológicos ............................................................ 151 Referências ....................................................................... 152

Universidade de Évora 5.5. Bioremediação por larvas de insetos........................................ 156 Vasco Fitas da Cruz Insetos como animal de produção ................................... 156 Carlos Cupeto5.5.1. Diogo Coelho 5.5.2. Insetos como instrumentos de biorremediação............... 157 José Carlos Rico

5.5.3. Caso de estudo: uso de larvas de BSF na biorremediação de efluentes de galinha, porco e vaca .................................................. 161 e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade 5.5.4.

Universid

Referências ....................................................................... 166 ii

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5.6.

Valorização agrícola de efluentes Editores Editorespecuários ............................ 167

OlgaOlga Moreira Moreira Enquadramento ............................................................................... 167 Vasco Vasco CruzCruz

5.6.1. Caso de estudo: valorização agronómica de efuentes e coHenrique Henrique Trindade Trindade produtos 170

Autores Autores Ensaios de campo ............................................................................ 170 5.6.2.

6.

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen

Referências ....................................................................... 179 Rui Nunes Rui Nunes

Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS ...................................................... 181 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

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Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

SUMÁRIO EXECUTIVO Editores

Olga Moreira Vasco A Cruzideia do GoEfluentes terá começado no já longínquo 2014, numa Henrique Trindade circunstância improvável, como muitas vezes acontece, entre poucos, ainda na António Augusto de Aguiar que nessa altura acolhia a FPAS. Autores A parceria, tornada possível pelo GoEfluentes, envolveu entidades do Sistema ngredient Odyssey/Entogreen Científico e Tecnológico Nacional (INIAV, ISA, UTAD, UE), Associações de Rui Nunes Produtores (IACA, FPAS, APCRF), tecido Empresarial (Alirações, Campoaves, Carolina Leal Ligeiro & Soares, Ingredient Odyssey, Valorgado, TTerra).

onal de Investigação Agráriaobjetivo e Veterinária O primeiro deste Sumário Executivo é tornar incontornável a integral Regina Menino leitura do Roteiro. Maria Amélia Castelo Brancoprima objeto deste estudo, as instalações pecuárias, como A matéria

Instituto N

infraestruturas se produzem efluentes pecuários, estão sujeitas a um rior de Agronomia – Universidadeonde de Lisboa enorme acervo de legislação, nem sempre clara; basta-nos saber: segundo a Elizabeth D’Almeida Duarte Direção-geral de agricultura e desenvolvimento rural DGADR, são consideradas Rita do Amaral Fragoso atividades pecuárias, todas as instalações de reprodução, produção, detenção, Inês Silva comercialização, udia Marques-dos-Santos Cordovil exposição e outras relativas a animais das espécies pecuárias; assim estão neste conceito não só as explorações pecuárias, mas também os Gabriela Zanetti Cirino centros de agrupamento de animais (instalações de mercados, leilões de animais; Leal & Soares (SIRO) exposição; centros de produção de sémen; etc.) ou os entrepostos de Maria Cecília Amaral Nestler animais (instalações de comerciantes de animais; etc.). Sendo “animais de Hartmut Nestler espécie pecuária”, qualquer animal bovino, suíno, ovino, caprino, equídeo, ave, leporídeos (coelhos e lebres) ou outra espécie que seja criada com o fim de TTerra reprodução ou produção de carne, e de outros produtos como o leite, os ovos, Maria AntóniaaFigueiredo lã, a seda, o pêlo, a pele ou ainda que contribua para o repovoamento Maria João Figueiredo cinegético. São considerados também os animais da produção pecuária destinada a criar animais de companhia, de trabalho ou destinados a atividades Universidadeculturais de Évora ou desportivas. Por último, a causa deste trabalho de investigação Vasco Fitas da Cruz aplicada, os efluentes pecuários: são resíduos resultantes das atividades Carlos Cupeto pecuárias e, em casos de manuseamento inadequado, representam riscos para Diogo Coelho a saúde pública e animal, devendo seguir procedimentos de controlo nos José Carlos Rico núcleos de produção de forma a permitir a correta destinação final para esses efluentes. Neste contexto, a Portaria n.°79/2022 de 03 de fevereiro foi criada e de Trás-os-Montes Douro,deCITAB com eo Alto objetivo estabelecer as normas regulamentares a que obedece a Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

gestão dos efluentes das atividades pecuárias e as normas técnicas a observar Editores Editores no âmbito do licenciamento das atividades OlgaOlga Moreira Moreirade valorização agrícola ou de transformação dos efluentes pecuários, tendo Vasco Vasco Cruz Cruzem vista promover as condições adequadas de produção, recolha, armazenamento, transporte, valorização, Henrique Henrique Trindade Trindade transformação, tratamento e destino final.

Autores Autores

O Capítulo 1 trata, no geral, dos efluentes da atividade pecuária. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Os efluentes pecuários são uma mistura Rui Nunes Rui Nunes várias fases, líquido, pastoso, semissólido e sólido. Quimicamente os efluentes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro pecuários contêm diversos nutrientes que passam pelo tracto intestinal do animal, e que têm potencial Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária para seremInstituto recuperados nomeadamente nos solos agrícolas. Para além dos Regina Regina Menino nutrientes é interessante o teor de águaMenino neles contido, e o teor de matéria Maria Maria Amélia Amélia Castelo Branco Brancoda fertilidade dos solos. orgânica pode ser um fator importante naCastelo recuperação Contudo, apresentam carga poluente potencial, principalmente centrada na Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa elevada concentração de azoto sob a forma de nitrato e nos teores variáveis de Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte metais pesados, conforme a espécie animal e o tipo de maneio. Para além disso, Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso estes resíduos podem conter os mais variados tipos de microrganismos Inês Inês SilvaSilva patogénicos como bactérias, vírus e protozoários (Pinto, 2014). Relevante é o Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil facto de o aumento da população levar à necessidade de utilizar novos métodos Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino e produtos químicos na criação intensiva de animais para a alimentação humana com o intuito de maximizar a eficiência alimentar e reduzir o tempo de Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) criação. De entre esses produtos destaca-se o uso de medicamentos Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler veterinários (terapêuticos e Hartmut profiláticos) e de substâncias promotoras do Hartmut Nestler Nestler crescimento (Sales et al., 2015). A metabolização no tracto digestivo animal destas substâncias é muito vaiável, mesmo TTerra TTerra quando a molécula é em grande Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo parte metabolizada, alguns dos produtos de degradação excretados podem Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo 2003), com todas as permanecer bioativos noMaria efluente (Thiele-Bruhn, consequências par De acordo com Pinto (2014), a constituição dos efluentes Universidade Universidade de Évora dede Évora pecuários é variável conforme a proporção fezes e urina. Para além das Vasco Fitas daestrume Cruz da Cruzproduzido irá depender da características dos dejetos,Vasco o tipo deFitas Carlos Carlos Cupeto Cupeto qualidade e quantidade de palha ou outros materiais utilizados nas camas dos Diogo Diogo Coelho Coelho animais, da proporção de fezes e urina misturados com os materiais utilizados José Carlos Carlos RicoRicoa fermentação e do grau de nas camas, da temperatura José atingida durante degradação final da mistura de dejetos e camas. Estes fatores influenciam a composiçãoUniversidade do estrume de Trás-os-Montes forma a obter um efluente com conteúdo palhoso Universidade de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB maior ou menor e mais ouHenrique menos ricos em nutrientes. Já a quantidade e Henrique Trindade Trindade ii xiiii xii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

características de chorume produzido depende do grau de diluição com as Editores águas de lavagem e outras que podem ser utilizadas nos estábulos, com a urina Olga Moreira com quantidades maiores ou menores de fezes em suspensão, restos de Vasco e Cruz rações, palhas, fenos ou outros materiais fornecidos para alimentação e/ou Henrique Trindade suplementação, com os consequentes impactos no meio que daqui decorrem. Esta carga no meio faz-se sentir no solo, água e ar. Autores Considerando a vigente emergência climática, o total de emissões de gases com ngredient Odyssey/Entogreen efeito de estufa GEE (CO₂, NH₃ N₂O, entre outros) atribuídas à atividade Rui Nunes Carolina pecuária Ligeiro é considerável e, por isso, não deve ser, em caso algum, ignorada.

O Capítulo o levantamento e caracterização geográfica da produção de onal de Investigação Agrária2efaz Veterinária Regina Menino efluentes pecuários no nosso país. Maria Amélia Castelo SendoBranco o setor pecuário cada vez mais acusado de causar graves desequilíbrios ambientais, revela-se assim de vital interesse o conhecimento, atualizado, das rior de Agronomia – Universidade de Lisboa quantidades de efluentes pecuários produzidos no nosso país bem como da sua Elizabeth D’Almeida Duarte composição, tendo em vista não só os impactes que estes efluentes podem Rita do Amaral Fragoso causar, mas também, numa perspetiva de Economia Circular e da sua Inês Silva valorização. O Roteiro detalha cada uma das Regiões até ao nível do Concelho. udia Marques-dos-Santos Cordovil Faz uma Gabriela Zanetti Cirinocaracterização por espécie e sistema de maneio. A apresentação da representação em mapa à escala do Concelho possibilita uma rápida e objetiva leitura geográfica do volume total de efluentes produzidos em cada concelho Leal & Soares (SIRO) (m³), volume Maria Cecília Amaral Nestler produzido em cada concelho por cabeça normal (m³/CN) e volume de efluentes produzido em cada concelho por superfície agrícola utilizada Hartmut Nestler normal (m³/SAU). Foi realizada uma amostragem de chorume e estrume, cujas amostras foram TTerra analisadas em laboratórios creditados para o efeito, com vista Maria Antóniaposteriormente Figueiredo Maria João Figueiredo à determinação da sua composição físico-química. Daqui se conclui que é necessário um esforço no sentido de atualização dos dados disponíveis tendo Universidadeem de conta Évora a realidade dos sistemas produção animal praticados no nosso país. Vasco FitasAda Cruz quantidade e volume de informação, bem como a constante necessidade de Carlos Cupeto atualização, levou ao desenvolvimento de um Sistema de Informação Diogo Coelho Geográfico da Terras e Efluentes (sigTE) com o objetivo da integração das José Carlos Rico componentes Internet e Geoportal, possibilitando que os intervenientes (produtores pecuários e agricultores), utilizem a informação geoespacial disponibilizada, que pelos meios tradicionais não seria possível. A informação e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB assim disponibilizada assenta em três grandes variáveis: Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

- Ordenamento e condicionantes doEditores território; Editores - Características dos parcelários, designadamente limites de propriedade, OlgaOlga Moreira Moreira áreas úteis e ocupações culturais, e;Vasco Vasco CruzCruz - Distâncias entre fontes produtoras de nutrientes Henrique Henrique Trindade Trindade e parcelários recetores de nutrientes. Em matéria de valorização agrícola de efluentes pecuários, existem inúmeras Autores Autores condicionantes ao nívelIngredient doIngredient ordenamento do território o que se reflete no sigTE Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen como uma ferramenta de grandeRui relevância e utilidade prática. Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro O Capítulo 3 debruça-se sobre a muita Legislação que enquadra e regula os Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária efluentes pecuários. Regina Regina Menino Esta é uma vasta matéria às vezes só Menino acessível à interpretação de juristas. Este Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Roteiro bem reflete a importância, complexidade do tema, e, bem assim, o esforço feito para sintetizar a mais relevante da legislação aplicável. Aborda-se Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa em pontos específicos a legislação portuguesa e as normas europeias Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte considerando os limites máximos de emissão nos recetores água, solo e Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso atmosfera. Em síntese, remetemos o leitor deste SE diretamente para os Inês Inês SilvaSilva Quadros constantesCláudia deste Capítulo. Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino O Capítulo 4 trata dos impactes dos efluentes pecuários. Como sabemos, a composição pecuários é muito variável e Leal Leal &dos Soares &efluentes Soares (SIRO) (SIRO) depende de diversos fatores: espécie, idade, sexo e fase de ciclo produtivo do Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler animal, alimentação e excreção de nutrientes, Hartmut Hartmut Nestler Nestler consumo de água, modo de limpeza e águas de lavagem, quantidade de palhas e/ou de outros materiais usados nas camas, entre outros.TTerra OsTTerra principais componentes dos efluentes pecuários que afetam osMaria solos e as massas de água compreendem: matéria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo orgânica, nutrientes, em Maria especial azoto e fósforo, metais pesados, em particular o cobre e o zinco, microrganismos patogénicos, e substâncias Universidade Universidade de Évora dede Évora farmacológicas e seus metabolitos. A análise impactes é feita considerando: Vasco Vasco Fitas da Cruz daciclo Cruzdo fósforo; ciclo do carbono; ecossistemas e saúde pública; ciclo do Fitas azoto; Carlos Cupeto Cupeto cadeia alimentar, e vetores de Carlos contaminação. Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico de efluentes pecuários. Os O Capítulo 5 descreve a gestão e valorização efluentes pecuários possuem um elevado potencial de valorização, porém, a sua utilização sem quaisquer de tratamentos possui um forte impacto Universidade Universidade de Trás-os-Montes detipo Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB ambiental ao nível das emissões atmosféricas e da contaminação dos solos e Henrique Henrique Trindade Trindade

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Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

da água. Neste sentido, de modo a extrair todo o seu potencial, os efluentes Editores devem ser sujeitos a tratamentos. Os diferentes métodos desenvolvidos para a Olga Moreira de sólidos podem ser divididos nas seguintes categorias (Bernal et Vasco separação Cruz al., 2015; Hjorth et al., 2010): sedimentação; triagem ou peneiramento, Henrique Trindade filtração pressurizada; centrifugação e, combinação de todos eles com adição química. Autores A valorização e gestão de efluentes é um dos mais relevantes tópicos do ngredient Odyssey/Entogreen GoEfluentes; é a estratégia operativa que possibilita passar de um problema Rui Nunes uma mais-valia, de um resíduo para um produto. Carolina para Ligeiro A compostagem é uma prática ancestral que continua a ter grande importância onal de Investigação Agrária e Veterinária na valorização de “resíduos” pecuários. O presente relatório dá nota de um Regina Menino caso de estudo de compostagem de fração sólida de chorumes de bovino com Maria Amélia Castelo Branco o objetivo de verificar se diferentes tipos de maneio na produção de bovinos influenciam o processo de compostagem e a qualidade do fertilizante obtido. rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Neste sentido foram usados dois lotes de estrume considerados com Elizabeth D’Almeida Duarte caraterísticas diferentes. No final obtiveram-se dois fertilizantes estáveis, Rita do Amaral Fragoso maturados, higienizados, com resultados muito semelhantes em vários Inês Silva parâmetros. Os testes realizados em vasos no INIAV mostraram que o udia Marques-dos-Santos Cordovil fertilizante orgânico obtido a partir de estrume de bovino, proporcionou maior Gabriela Zanetti Cirino rendimento à cultura de azevém, quando comparado com os tratamentos com fertilizantes minerais, comprovando-se seu valor agronómico, contribuindo Leal & Soares (SIRO) para uma agricultura mais sustentável, ecológica e favorecendo a economia Maria Cecília Amaral Nestler circular. Hartmut Nestler

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A digestão anaeróbia (digestão e codigestão) é um processo biológico que TTerra Maria Antóniaocorre Figueiredo naturalmente na ausência de oxigénio molecular (O2), em que Maria João Figueiredo substratos orgânicos complexos são degradados em metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), e outros componentes minoritários, tais como sulfureto de Universidadehidrogénio de Évora (H2S), monóxido de carbono (CO), e amoníaco (NH3), entre outros Vasco Fitasgases da Cruz vestigiais. O caso de estudo implementado ao longo de 36 meses, na Carlos Cupeto empresa Valorgado, possibilitou demonstrar que a tecnologia de DA pode Diogo Coelho contribuir para a circularidade do bioresíduo gerado em explorações suinícolas, José Carlos Rico promovendo o conceito de bioresíduos-zero e, simultaneamente, reduzindo os potenciais impactes ambientais associados à atividade. Verificou-se que o chorume da fase de engorda/acabamento apresenta um conteúdo e de Trás-os-Montes e Altoproveniente Douro, CITAB de sólidos voláteis superior ao chorume do ciclo fechado. Por este facto, foi Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

possível obter uma produção diária de metano 13% superior, bem como uma Editores Editores maior produção específica deOlga metano (cerca de duas vezes superior), em Olga Moreira Moreira relação ao cenário de referênciaVasco (chorume de ciclo fechado). Estamos perante Vasco CruzCruz uma tecnologia madura, testada e consolidada, já implementada em diversos Henrique Henrique Trindade Trindade países, que pode estar no centro de uma nova visão estratégica para a gestão dos efluentes pecuários. De referir, ainda, que a DA permite adicionalmente Autores Autores reduzir a emissão de Ingredient GEEIngredient comOdyssey/Entogreen origem no efluente durante o período de Odyssey/Entogreen armazenamento, vantagem queRui representa Nunes Rui Nunesum contributo extra importante para a neutralidade carbónica doCarolina setor da produção animal. Neste sentido Carolina Ligeiro Ligeiro apresenta-se, sumariamente, a situação nalguns países. Instituto Nacional Nacional de Investigação dede Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterináriaum grande Os insetos,Instituto como instrumentos biorremediação constituem Regina Regina Menino Menino campo de investigação. O presente relatório dedica uma parte a este campo de Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco investigação e apresenta osMaria resultados de um caso de estudo, concluindo que a “…gordura das larvas é algo altamente promissor para diversos fins, como por Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa exemplo a produção de biodiesel.” E, “… possui alta qualidade e poder Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte calorífico, tendo pouca viscosidade e alta estabilidade oxidativa.” Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Por último, este Capítulo 5, dá nota doSilva caso de estudo: valorização agronómica Inês Inês Silva de efluentes e coprodutos realizados na Quinta da Fonte Boa (INIAV-Santarém), Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil com vista ao estudo do efeito de dois produtos de compostagem tradicional. Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino O Capítulo 6, o último,Leal fazLeal uma abordagem & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) sumária dos impactos socioeconómicos da valorização e Cecília utilização dos Nestler EP. O foco é a circularidade do Maria Maria Cecília Amaral Amaral Nestler ciclo produtivo em que a economia circular Hartmut Hartmut Nestler Nestlerassenta, onde, a valorização agrícola dos EP é, pois, uma mais-valia. Estamos perante a inversão de paradigmas e tabus que possibilitaTTerra transformar TTerra um “resíduo” num produto com valor económico, agrícola,Maria energético eFigueiredo ambiental. Maria Antónia Antónia Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Ideias finais Universidade de Évora de Évora A grande dimensão dos Universidade custos económicos e ambientais decorrente da Vasco FitasFitas dapecuários Cruz da Cruz e agroindustriais é uma intensificação dos sistemasVasco agrícolas, Carlos Cupeto Cupeto realidade e torna imperiosa aCarlos procura de soluções que valorizem os seus Diogo Diogo Coelho efluentes e coprodutos, visando tanto aCoelho redução da sua toxicidade como o José José Carlos Carlos Rico Rico desenvolvimento sustentável de novos processos e de novos produtos. O GoEfluentes assumiu uma abordagem de valorização de um recurso, focada nos diferentes interesses que convergem nae produção eCITAB gestão Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB adequada e integrada dos fluxos gerados nos sistemas agropecuários, assegurando o Henrique Henrique Trindade Trindade ii xviii xvi


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

desenvolvimento sustentável, a nível regional ou nacional. Estamos perante Editores uma equação incontornável de abordagem de resíduo Zero, de Economia Olga Moreira e de encerramento de Ciclos de Nutrientes, para que definitivamente, Vasco Circular Cruz os efluentes sejam percecionados e incluídos em estratégias de Henrique Trindade desenvolvimento sustentável enquanto uma mais-valia inquestionável e inadiável, ou seja, um recurso a valorizar. Autores Os resultados do Projeto estão em consonância com as metas que se ngredient Odyssey/Entogreen pretendem alcançar no Plano de Ação para a Economia Circular da UE, dando Rui Nunes aos utilizadores finais que lhes permitam agilizar a implementação Carolina ferramentas Ligeiro de medidas de requalificação numa perspetiva de aumentar a sustentabilidade onal de Investigação Agrária e VeterináriaAcresce a muito recente tomada de consciência que da fileira agropecuária. Regina Menino Portugal deve atingir rapidamente a suficiência alimentar. A especificidade do Maria Amélia Castelo sectorBranco agropecuário e a sua variabilidade no território nacional foram estudadas, permitindo aos decisores políticos tomadas de decisão suportadas rior de Agronomia – Universidade de Lisboa pelo conhecimento científico, como tal estimulando e dinamizando os Elizabeth D’Almeida Duarte produtores a aumentarem a sua eficiência/eficácia e a competitividade Rita do Amaral Fragoso económica a nível da exportação. Neste contexto, a transferência para os Inês Silva diferentes atores da economia do sector, adequadamente operacionalizada udia Marques-dos-Santos Cordovil através de Gabriela Zanetti Cirino ‘Living Labs’, como agentes de inovação relevantes em Economia Circular, transformação digital e autossuficiência, com iniciativas dinâmicas e abordagens multidisciplinares e cocriativas, aliando ciência e sustentabilidade Leal & Soares (SIRO) dos sistemas Maria Cecília Amaral Nestler de produção. Pretende-se, especificamente, implementar um ‘Living Lab’, associado a Piloto de Desenvolvimento Experimental e Hartmut Nestler Demonstração sobre ‘Efluentes e coprodutos da atividade agropecuária’ numa diversidade de parcerias. Este será um bom incentivo para dar continuidade TTerra Maria Antóniaaos Figueiredo objetivos do Grupo Operacional GoEfluentes, onde modelos de negócio Maria João Figueiredo devem ser desenvolvidos com a participação de Associações de Produtores, Instituições Financeiras, Sistema Científico e Tecnológico Nacional, entre Universidadeoutras. de Évora A disponibilização de um Sistema de Informação Geográfico da Terras Vasco Fitaseda Cruz Efluentes (sigTE) traduz-se num facilitador, repositório e demonstrador de Carlos Cupeto resultados de grande valia e oportunidade. Diogo Coelho Na verdade, é agora, com a implementação do Roteiro, que o GoEfluentes José Carlos Rico verdadeiramente começa.

Carlos Alberto Cupeto e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Escola de Ciências e Tecnologia – Universidade de Évora Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz AB – Alcalinidade em bicarbonatos Henrique Henrique Trindade Trindade AI – Alcalinidade intermédia

APCRF – Associação Portuguesa de Criadores da Raça Frísia Autores Autores B – Boro Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Bio-CH4 – Biometano Rui Nunes Rui Nunes BSF – Black Soldier Fly, ou em português masca soldado negro são os nomes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro pelo qual é conhecida a espécie Hermetia Illucens. C – Chorume de bovino sujeito a compostagem tradicional Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Ca – Cálcio Regina Regina Menino Menino CEA – Ciclo de engorda/acabamento Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco CF – Ciclo fechado Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa CHP – Co-geração Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Co-DA – Codigestão anaeróbia Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Cu – Cobre Inês Inês SilvaSilva D – Chorume de bovino submetido a compostagem por digestão anaeróbica Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil DA – Digestão anaeróbia Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino E – Taxa de transpiração ENEAPAI – Estratégia Nacional os Efluentes Agropecuários e Leal Leal & Soares &para Soares (SIRO) (SIRO) Agroindustriais Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler elétrica EP – Produção específica de energia EP – Efluente de pecuária TTerra ETAR – Estação de tratamento deTTerra águas residuais Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo FB e F – Chorume de bovino submetido a compostagem por biodigestão Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo pelas larvas da mosca soldado negro Fe – Ferro Universidade Universidade de Évora de Évora FPAS – Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz Frass – “Excrementos de insetos” em Português, é uma mistura de Carlos Carlos Cupeto Cupeto excrementos de insetos de criação, substrato alimentar, partes de insetos Diogo Diogo Coelho Coelho de criação, ovos mortos eJoséum teor de José Carlos Carlos Rico Ricoinsetos de criação mortos, regulamentado pelo regulamento europeu 2021/1925 da Comissão Europeia publicado a 5 de novembro de 2021. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB GEE – Gases com efeito de Henrique estufa Henrique Trindade Trindade ii xviii ii xviii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

GS – Condutância estomática Editores

IACA – Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Olga Moreira Vasco Animais Cruz Henrique Trindade INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, IP ISA – Instituto Superior de Agronomia

Autores K – Potássio

ngredient Odyssey/Entogreen Mg – Magnésio Rui Nunes Mn – Manganês Carolina MSN Ligeiro– Mosca Soldado Negro

N – Nitrogénio (ou azoto)

onal de Investigação Agrária e Veterinária Na – Sódio Regina Menino NUT –Branco Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos Maria Amélia Castelo

Instituto N

OLR – Taxa de carga orgânica

rior de Agronomia Universidade de Lisboa P –– Fósforo Elizabeth D’Almeida Duarte Pn – Taxa fotossintética líquida Rita do Amaral Fragoso PNEC 2030 – Plano Nacional Energia e Clima 2030 Inês Silva Razão C/N – Razão carbono/azoto udia Marques-dos-Santos Cordovil SELR – Specific energy loading rate Gabriela Zanetti Cirino

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SGP – Produção específica de biogás SMP – Produção específica de biometano Leal & Soares (SIRO) SV – Sólidos Maria Cecília Amaral Nestler voláteis TRH – Tempo de retenção hidráulico Hartmut Nestler UE – Universidade de Évora TTerra UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Maria AntóniaWUE Figueiredo – Eficiência do uso de água Maria João Figueiredo Zn – Zinco Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

LISTA DE QUADROS

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz Quadro 1 – Composição média de chorumes e estrumes (Anexo VII do Henrique Henrique Trindade Trindade Código de Boas Práticas Agrícolas, 2018) ..................................................... 7

Quadro 2 – Quantidades médias de alguns nutrientes excretados Autores Autores anualmente, por unidade animal das principais espécies pecuárias e por Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen cabeça normal (Anexo VI do Despacho n.º 1230/2018) .............................. 8 Rui Nunes Ruidos Nunes Quadro 3 – Taxa de metabolismo principais grupos farmacológico Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro utilizados na atividade pecuária (Fonte: Boxall et al., 2004) ...................... 10 Quadro 4 –Instituto Perdas de Nacional azotodepor volatilização de NH 3 em diferentes estudos Instituto Nacional Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária (Fonte: Palhares, 2019)............................................................................... 14 Regina Regina Menino Menino Quadro 5 – Produção de efluentes pecuários por região administrativa .. 26 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Quadro 6 – Entre Douro e Minho ............................................................... 33 Instituto Superior Superior de........................................................................ Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Quadro 7Instituto – Trás-os-Montes 35 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Quadro 8 – Beira Litoral.............................................................................. 36 Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Quadro 9 – Beira InteriorRita ............................................................................ 37 Inês Inês SilvaSilva Quadro 10 – Ribatejo e Oeste .................................................................... 38 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Quadro 11 – Alentejo ................................................................................. 39 Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Quadro 12 – Algarve ................................................................................... 40 Quadro 13 – Produção de efluente espécie animal ............................. 42 Leal Leal & Soares &por Soares (SIRO) (SIRO) Quadro 14 – Produção Maria de efluente das Amaral aves em geral............................... 43 Maria Cecília Cecília Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler de carne.......................... 44 Quadro 15 – Produção de efluente dos frangos Quadro 16 – Produção de efluente das galinhas poedeiras e reprodutoras TTerra TTerra .................................................................................................................... 45 Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Quadro 17 – Produção de efluente dosFigueiredo perús e patos ............................... 46 Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Quadro 18 – Produção deMaria efluente dos bovinos em geral ......................... 47 Quadro 19 – Produção de efluente dos bovinos de leite ........................... 48 Universidade Universidade de Évora de Évora Quadro 20 – Produção de efluente deFitas outros bovinos .............................. 49 Vasco Vasco Fitas da Cruz da Cruz Quadro 21 – Produção de efluente de suínos ............................................ 50 Carlos Carlos Cupeto Cupeto Quadro 22 – Produção de efluente de caprinos e ovinos ......................... 51 Diogo Diogo Coelho Coelho Quadro 23 – Produção de efluente deCarlos equídeos JoséJosé Carlos RicoRico ....................................... 51 Quadro 24 – Resultados de análises em amostras de estrume ................. 57 Quadro 25 –Universidade Composição analisada de amostras deDouro, chorume .................. 58 Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

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Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 26 – Principais requisitos e orientações na gestão dos efluentes Editores

pecuários .................................................................................................... 69 Olga Moreira Vasco Quadro Cruz 27 – Normas Gerais de Descarga – Valores limite de emissão na Henrique Trindade descarga de águas residuais (Anexo XVIII do Dl 236/98) ........................... 73

Quadro 28 – Valores máximos admissíveis para os teores «totais» (*) de

Autores metais pesados nos fertilizantes orgânicos (em matéria seca), quantidades

ngredient Odyssey/Entogreen máximas que se podem incorporar anualmente nos solos e valores máximos Rui Nunes admissíveis de concentração de microrganismos patogénicos nos Carolina fertilizantes Ligeiro (em matéria fresca). ............................................................... 75

Quadro 29 – Valores máximos admissíveis dos teores «totais» (*) de metais

onal de Investigação Agrária e Veterinária pesados nos solos (em matéria seca) em que se pretenda aplicar o Regina Menino fertilizante Maria Amélia Castelo Brancoorgânico.................................................................................... 76

Instituto N

rior de Agronomia Universidadesuinícolas de Lisboa com recurso a processos de floculação (Adaptado de–explorações Elizabeth D’Almeida Duarte de: Pereira, 2005) ....................................................................................... 94 Rita do Amaral Fragoso Quadro 31 – Teor em matéria seca, eficiência de remoção e redução do Inês Silva volume em processos de separação mecânica de efluentes pecuários udia Marques-dos-Santos Cordovil (adaptado de Pereira, 2005) ....................................................................... 96 Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

Quadro 30 – Percentagem de sólidos e nutrientes separados em efluentes

Quadro 32 – Principais características das explorações onde se procedeu à recolha Leal & Soares (SIRO)da fração sólida de chorume para a compostagem .................... 118 Quadro 33 – Principais características físico-químicas do substrato inicial e Maria Cecília Amaral Nestler do composto final das explorações A e B ................................................. 121 Hartmut Nestler Quadro 34 – Principais características físico-químicas da biomassa TTerra adicionada e do serrim aplicado nas camas dos animais ......................... 122 Maria AntóniaQuadro Figueiredo 35 – Explorações ou fornecedores com aplicação da tecnologia de Maria João Figueiredo DA ao setor de produção animal intensiva .............................................. 142 Quadro 36 – Efeito sobre diferentes emissões gasosas pela adição de Universidade de Évora biochar a efluentes animais (adaptado de (Kalus et al., 2019) ................ 150 Vasco Fitas da Cruz Quadro 37 – Caracterização físico-química dos efluentes utilizados como Carlos Cupeto substrato para o crescimento de larvas de BSF ........................................ 161 Diogo Coelho Quadro 38 – Formulação das dietas experimentais com diferentes efluentes José Carlos Rico agropecuários, utilizadas para o crescimento de larvas de BSF ............... 162 Quadro 39 – Gorduras obtidas com o tratamento de diferentes efluentes e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB agropecuários utilizados como substrato alimentar para larvas de BSF .. 165 Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 40 – Caracterização física e química de dois lotes de estrume de Editores Editores bovino, tratados por compostagem tradicional, OlgaOlga Moreira Moreira designados por A e B ... 171 Vasco Vasco CruzCruz Quadro 41 – Caraterização física e química de chorumes de bovino tratados Henrique Henrique Trindade Trindade por compostagem tradicional, por digestão anaeróbia e por biodigestão por larvas da Mosca Soldado Negro (MSN) .................................................... 174

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii xxii ii xxii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

LISTA DE FIGURAS Editores

Olga Moreira Vasco Figura Cruz 1. Características de diferentes tipos de dejetos para algumas Henrique Trindade espécies (EMBRAPA, 2018) ........................................................................... 5

Figura 2. Principais vias de exposição ambiental aos fármacos de uso

Autores veterinário (Regitano e Leal, 2010) ............................................................ 11

ngredient Odyssey/Entogreen Figura 3. Exemplo de compostagem (EMBRAPA, 2021) ............................. 16 Rui Nunes Figura 4. Vias de entrada de resíduos de medicamentos veterinários no Carolina Ligeiro

ambiente (Boxall, 2004).............................................................................. 17 Figura 5. Produção de efluentes (%) em Portugal Continental .................. 27 onal de Investigação Agrária e Veterinária Figura 6. Produção de chorume (%) em Portugal Continental ................... 28 Regina Menino FiguraBranco 7. Produção de estrume (%) em Portugal Continental .................... 28 Maria Amélia Castelo Figura 8. Indicadores efluentes/cabeça normal e efluentes/superfície rior de Agronomia – Universidade de Lisboa agrícola ....................................................................................................... 29 Elizabeth D’Almeida Duarte Figura 9. Indicadores estrume/cabeça normal e estrume/superfície agrícola Rita do Amaral Fragoso .................................................................................................................... 30 Inês Silva Figura 10. Indicadores chorume/cabeça normal e chorume/superfície udia Marques-dos-Santos Cordovil agrícola Gabriela Zanetti Cirino....................................................................................................... 30 Figura 11. Indicadores em relação a cabeça normal .................................. 31 Figura 12. Indicadores em relação a superfície agrícola utilizada .............. 32 Leal & Soares (SIRO) FiguraNestler 13. Volume total de efluente pecuário produzido em cada município Maria Cecília Amaral Hartmut Nestler de Portugal ................................................................................................. 53 Figura 14. Volume de efluente pecuário produzido por cabeça normal em TTerra Portugal ...................................................................................................... 54 Maria AntóniaFigura Figueiredo 15. Volume de efluente pecuário produzido por superfície agrícola Maria João Figueiredo utilizada em Portugal .................................................................................. 55 Figura 16. Plataforma Terras e Efluentes ................................................... 62 Universidade de Évora Vasco FitasFigura da Cruz17. Cadeia alimentar e o ciclo de nutrientes ................................... 87 Figura Carlos Cupeto 18. Grades de detenção de detritos ................................................ 98 Figura 19. Tanque de sedimentação subterrâneo (Adaptado de: USDA, Diogo Coelho 2011) José Carlos Rico........................................................................................................... 99 Figura 20. Tanque de sedimentação cónico ............................................. 100 Figura 21. Separador de tela estática inclinada........................................ 102 e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Figura 22. Princípio de funcionamento de separador de tela inclinada... 102 Henrique Trindade ii

xxiii xxiii

Instituto N

Instituto Su

C

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Figura 23. Separador de tela vibratória .................................................... 103 Editores Editores Figura 24. Princípio de funcionamento de separador de tela vibratória . 104 OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz Figura 25. Separador de tela rotativa (Adaptado deBernal et al., 2015) . 104 Henrique Henrique Trindade Trindade Figura 26. Princípio de funcionamento de separador de tela rotativa (Adaptado de: https://hidrometalica.com/tamiz-rotativo/) .................... 105 Autores Figura 27. Separador de prensas deAutores rolos e princípio de funcionamento 106 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Figura 28. Separador de prensas de rolos combinado com separador de tela Rui Nunes Rui Nunes rotativa ..................................................................................................... 107 Carolina Carolina Ligeiro Figura 29. Separador de prensas de Ligeiro correia e princípio de funcionamento .................................................................................................................. 108 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Figura 30. Separador de prensas de parafuso (Fonte: Brendal et al., 2015) Regina Regina Menino Menino .................................................................................................................. 109 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Figura 31. Princípio de funcionamento do separador de prensas com Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa parafuso .................................................................................................... 109 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figura 32. Separador centrífugo horizontal e princípio de funcionamento Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso .................................................................................................................. 110 Inês Inês SilvaSilva Figura 33. Principais operações do processo de compostagem ............... 120 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Figura 34. Valores de temperatura registados nas pilhas de compostagem Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino das misturas com FSC provenientes das explorações A e B ..................... 122 Figura 35. Possíveis rotas de associadas à produção animal Lealcontaminação Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) .................................................................................................................. 126 Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Figura 36. Etapas do processo biológico de DA (Li, Chen and Wu, 2019) 127 Hartmut Hartmut Nestler Nestler Figura 37. Imagem satélite da exploração da Herdade do Pessegueiro: 1 – TTerra TTerra Quarentena, 2 – Gestação, 3 – Maternidades, 4 – Engordas, 5 – ETAR, 6 – Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Lagoa. Fonte: ValorgadoMaria ........................................................................... 130 Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Figura 38. Fases de Produção em Ciclo-Fechado ..................................... 131 Figura 39. Diagrama da unidade piloto. ................................................... 132 Universidade Universidade de Évora de Évora Figura 40. Fotografia da unidade piloto de digestão anaeróbia .............. 133 Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Figura 41. Comparação da produção específica de energia elétrica (EP) Carlos Carlos Cupeto Cupeto correspondente aos ensaios com chorume de ciclo fechado (CF) e da fase Diogo Diogo Coelho Coelho de engorda/acabamento (CEA) realizados à escala laboratorial.............. 135 JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Figura 42. Comparação do potencial bioenergético para o cenário com chorume de ciclo fechado (CF) e da fase de engorda/acabamento (CEA) à Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB escala real. ................................................................................................ 136 Henrique Henrique Trindade Trindade ii xxiv ii xxiv


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Figura 43. A visão estratégica para o futuro............................................. 138 Editores

Figura 44. Unidade de controlo da adição de ácido sulfúrico e monitorização Olga Moreira Vasco de CruzpH de chorume na fase de armazenamento exterior ou interior de Henrique Trindade instalações pecuárias ................................................................................ 146 Figura 45. Cisterna com dispositivo de acidificação de chorume no

Autores momento de aplicação ao solo. A adição do ácido ocorre dispositivo que

ngredient Odyssey/Entogreen está montado no topo da cisterna (câmara de acidificação). O ácido é Rui Nunes transportado num tanque protegido que está montado na frente do trator Carolina (fotografia Ligeiro encastrada no canto inferior direito) ..................................... 147

Figura 46. Perda acumulada de NH3 após aplicação ao solo de efluentes

onal de Investigação Agrária e Veterinária bovinos tratados por diferentes métodos; descrição dos tratamentos: WS – Regina Menino Chorume bruto; LF – Fração líquida; LFA – Fração líquida acidificada; LFBMaria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade Lisboa líquida aditivada com uma formulação líquida de enzimas, e; LFJ -deFração Elizabeth D’Almeida Duarte microrganismos (adaptado de Owuso-Twum et al., 2017). ..................... 152 Rita do Amaral Fragoso Figura 47. Representação gráfica da produção de larvas de BSF (kg) Inês Silva alimentadas com diferentes efluentes agropecuários. Asteriscos acima das udia Marques-dos-Santos Cordovil barras indicam diferenças significativas do tratamento com seu respetivo Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

Fração líquida aditivada com uma formulação líquida de microrganismos e

C

controlo, de acordo com o teste t de Student ......................................... 164 Figura 48. Ilustração do aspeto do azevém, em cada tratamento (T0, TM, Leal & Soares (SIRO) TFB, TD, respetivamente, nas diferentes doses), antes do corte ............. 175 Maria Cecília Amaral Nestler Figura 49. Ilustração do aspeto do azevém, em cada tratamento, antes do Hartmut Nestler corte, a título de exemplo ........................................................................ 178 TTerra Figura 50. Representação da circularidade do setor agropecuário associado Maria AntóniaàFigueiredo valorização agrícola dos EP. ................................................................... 183 Maria João Figueiredo

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

xxv xxv


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii

ii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

1. EFLUENTES DA ATIVIDADE PECUÁRIA

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil e Gabriela Zanetti Cirino ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

1 1


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

1.1. Introdução

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz cria o Regime de Exercício Em Portugal, o Decreto-Lei n.°214/2008 Henrique Henrique Trindade Trindade

Atividade Pecuária (REAP), sendo este aplicável a todas as espécies pecuárias, e tem sua versão atual no Decreto-Lei n.°81/2013 de 14 de junho Autores Autores que regula o Novo Regime deOdyssey/Entogreen Exercício Atividade Pecuária (NREAP). O Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen referido diploma na sua alíneaRui a) do Nunes RuiArtigo Nunes 2° define atividades pecuárias Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro como “todas as atividades de reprodução, produção, detenção, comercialização, exposição e outras relativas a animais das espécies Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária pecuárias.”. Regina Regina Menino Menino Segundo a Direção-geral de agricultura eBranco desenvolvimento rural DGADR, Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco são consideradas atividades pecuárias, todas as instalações de reprodução, Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa produção, detenção, Elizabeth comercialização, exposição Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte e outras relativas a Rita Rita do Amaral doassim Amaral Fragoso Fragoso animais das espécies pecuárias; estão neste conceito não só as Inês Inês Silva Silva explorações pecuárias, mas também os centros de agrupamento de animais Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil (instalações de mercados, leilões de animais; exposição; centros de Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino produção de sémen; etc.) ou os entrepostos de animais (instalações de Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) comerciantes de animais; etc.). Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler São igualmente consideradas atividadesNestler pecuárias, devidamente Hartmut Hartmut Nestler Nestler autorizadas no diploma que regula o Regime do Exercício da Atividade Pecuária REAP em Portugal: TTerra TTerra Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Unidades de Gestão Maria deMaria Efluentes Pecuários, complementares a Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo explorações pecuárias ou autónomas, tais como as unidades de produção de biogás ou compostagem de estrumes ou de camas de animais. Universidade Universidade de Évora de Évora Explorações agrícolas valorizadoras de Vasco Vasco FitasFitas daefluentes Cruz da Cruz pecuários, que apesar de Carlos Cupeto Cupeto mais de 200m3/ton. de não deterem animais, masCarlos que valorizem Diogo Diogo Coelho Coelho efluentes/estrumes pecuários por ano ou que utilizem subprodutos de JoséJosé Carlos Carlos RicoRico origem animal transformados SPOAT) como fertilizantes ou corretores orgânicos do solo. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 2 ii 2


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Consideram-se “animais de espécie pecuária”, qualquer animal bovino, Editores

Olga Moreira suíno, ovino, caprino, equídeo, ave, leporídeos (coelhos e lebres) ou outra Vasco espécie Cruz que seja criada com o fim de reprodução ou produção de carne, e Henrique Trindade

de outros produtos como o leite, os ovos, a lã, a seda, o pêlo, a pele ou ainda que contribua para o repovoamento cinegético. São considerados também Autores os animais da produção pecuária destinada a criar animais de companhia, ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes de trabalho ou destinados a atividades culturais ou desportivas; Carolina Ligeiro Ruminantes: bovinos em produção de leite, de carne ou de animais de lide; búfalos; ovinos e caprinos; Equídeos: cavalos, asininos (burro) e muares; onal de Investigação Agrária e Veterinária Suínos: suínos e javalis e seus cruzamentos; Aves: produção de Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco ovos ou de carne; galinhas, frangos, perus, patos, gansos, reprodutores, pintadas, codornizes; galinhas do mato, pombos (para consumo), perdizes rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte ou repovoamento), faisões, avestruzes; Cunicultura: coelhos, (p/ consumo Rita do Amaral Fragoso lebres e coelhos bravos para consumo; outras espécies: marta, chinchila, Inês Silva vison (para a produção de peles / mercado), répteis (para mercado), udia Marques-dos-Santos Cordovil caracóis Gabriela Zanetti Cirino (helicicultura) e outros moluscos terrestres; detenção ou reprodução em cativeiro de espécies cinegéticas como veados, gamos, Leal & Soares (SIRO)ou de camelídeos (camelos, lamas e alpacas), que não estejam em corsos Maria Cecília Amaral Nestler parques zoológicos. Os insetos desde nota interpretativa nº19 e revista na Hartmut Nestler nota nº20 são também já considerados animais de produção.

Instituto N

Instituto Su

C

TTerra Maria AntóniaNota: Figueiredo As instalações destinadas à reprodução e/ou produção de aves ou de Maria João Figueiredo

coelhos de companhia com a finalidade de comercialização, são uma atividade enquadrável no âmbito do REAP. As Quintas Universidadeconsideradas de Évora Vasco FitasPedagógicas da Cruz são igualmente consideradas “explorações pecuárias”. Carlos Cupeto Estão excluídas do âmbito do REAP as seguintes atividades: a apicultura, a Diogo Coelho detenção ou a criação de animais de companhia (cães, gatos, etc.), a José Carlos Rico detenção de aves ou coelhos como animais de companhia, a detenção de pombos como atividade de lazer/competição e os Parques e de Trás-os-Montes e Altocorreio Douro, CITAB Zoológicos, mesmo que detenham espécies pecuárias. Henrique Trindade ii

Universid

3 3


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Os efluentes pecuários sãoEditores co-produtos Editores resultantes das atividades Moreira Moreira pecuárias acima descritas e,Olga emOlga casos de manuseamento inadequado, Vasco Vasco Cruz Cruz representam riscos para a saúde pública e animal, devendo seguir Henrique Henrique Trindade Trindade procedimentos de controlo nos núcleos de produção de forma a permitir a correta destinação final para esses efluentes. Autores Autores Neste contexto, a Portaria n.°Odyssey/Entogreen 79/2022 foi criada com o objetivo de Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes estabelecer as normas regulamentares a que obedece a gestão dos Carolina Carolina Ligeiro efluentes das atividades pecuárias e asLigeiro normas técnicas a observar no âmbito doInstituto licenciamento das deAgrária valorização agrícola ou de Instituto Nacional Nacional de Investigação deatividades Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária transformação dos efluentes pecuários, tendo em vista promover as Regina Regina Menino Menino Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco condições adequadas Maria de produção, recolha, armazenamento, transporte, valorização, transformação, tratamento destino final. Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia –e Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa

Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaeSilva 1.2. Efluentes pecuários: conceitos classificação Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

A alínea l) do Artigo 2° do Decreto-Lei n.° 81/2013 define efluentes pecuários como o estrumeLeal e chorume. Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler A alínea g) do Artigo 2° da Portaria 79/2022 define chorume como sendo “a Hartmut Hartmut Nestler Nestler mistura de fezes e urinas dos animais, bem como de águas de lavagem ou outras, contendo por vezes desperdícios TTerra TTerra da alimentação animal ou de camas e as escorrências Maria provenientes dasFigueiredo nitreiras e silos”. Maria Antónia Antónia Figueiredo Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Já a alínea h) da mesma Portaria define estrume como “a mistura de fezes e urinas dos animais com materiais de origem vegetal como palhas e matos, Universidade Universidade de Évora de Évora com maior ou menor grauVasco de Vasco decomposição, incluindo a fração sólida do FitasFitas da Cruz da Cruz chorume, assegurando que não tem escorrência líquida aquando da sua Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho aplicação”. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 4 ii 4


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

1.3. Composição Editores

Olga Moreira Vasco As Cruzcaracterísticas dos dejetos variam conforme sua consistência (Figura 1) Henrique Trindade

e podem ser classificados de 4 formas: • Líquido: com até 4% de sólidos; Autores • Pastoso: entre 4% e 10% de sólidos; ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes • Semissólido: entre 10% e 20% de sólidos; e Carolina Ligeiro • Sólido: com mais de 20%.

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo UniversidadeFigura de Évora 1. Características de diferentes tipos de dejetos para algumas Vasco Fitasespécies da Cruz (EMBRAPA, 2018) Carlos Cupeto Diogo Coelho Os efluentes pecuários contêm diversos nutrientes que passam pelo tracto José Carlos Rico

intestinal do animal, e que têm potencial para serem recuperados nomeadamente nos solos agrícolas. Para além dos nutrientes é interessante

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

5 5


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

o teor de água neles contido, e Editores o teor de matéria orgânica pode ser um fator Editores Olga Moreira Moreira importante na recuperação daOlga fertilidade dos solos. Vasco Vasco Cruz Cruz Contudo, apresentam carga poluente potencial, principalmente centrada Henrique Henrique Trindade Trindade na elevada concentração de azoto sob a forma de nitrato e nos teores variáveis de metais pesados, conforme a espécie animal e o tipo de maneio. Autores Autores Para além disso, estes resíduos podem conter os mais variados tipos de Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes microrganismos patogénicos como bactérias, vírus e protozoários (Pinto, Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro 2014). A composição média de chorumes e estrumes é apresentada pelo Anexo VII Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária do Código de Boas Práticas Agrícolas (2018) e demonstrada no Quadro 1. Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Assim como a quantidade de efluente produzido anualmente, os nutrientes contidos Instituto nesses efluentes, provenientes dejetos dos animais, são Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade –dos Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte variáveis por espécie. Desta forma, oD’Almeida Anexo VIDuarte do Despacho n.º 1230/2018 Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso de 5 de fevereiro, que aprova do Código de Boas Práticas Agrícolas para a Inês Inês SilvaSilva proteção de águas, apresenta algumas quantidades médias de alguns Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil nutrientes excretados anualmente, porCirino unidade Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino animal das principais espécies pecuárias e por cabeça normal (Quadro 2). Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 6 ii 6


m³ ou t/animal ou lugar/ano 21,0 23,0 14,0 15,5 7,0 8,0 6,8 7,5

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Estrume Chorume Estrume Chorume Estrume Chorume Estrume Chorume

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Editores

Autores

ional de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

de de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Aves

Equinos

Ovinos / Caprinos

Suínos

Bovinos

Estrume Estrume Estrume

Lugar de frangas de recria Lugar de frangos de engorda Lugar de perus

0,030

0,008

0,008

0,015

Lugar de galinhas poedeiras

Cavalo adulto (> 24 meses)

Estrume

19,1

Chorume

0,027

12,9

Estrume

Excremento

8,7

Chorume

8,0

5,1

Estrume

Estrume curtido

0,8

Chorume

12,0

0,5

Estrume

Estrume freco

1,6

Chorume

2,3

1,2

Estrume

Estrume

6,0

Chorume

Exploração ovinos/ caprinos leite

3,4

Estrume

1,7

1,4

Estrume

Estrume

2,2

Estrume

Exploração ovinos/ caprinos carne

Exploração em ciclo fechado

Exploração de produção de leitões

Lugar de bácoros/ leitões desmamados

Lugar de porcos de engorda/ acabamento

Vitelo de recria (< 6 meses) Vitelo aleitamento (< 3 meses) Lugar de porcas reprodutoras (substituição/ gestação/ lactação)

Bovino de engorda intensiva

Bovino de recria (6 a 24 meses)

Vaca aleitante

Vaca leiteira

Espécie pecuária/ Tipo de animal

600

650

500

500

350

350

350

270

270

50

270

50

270

50

270

50

270

50

270

90

210

90

210

90

210

90

210

90

210

MS

400

440

430

330

250

240

300

200

200

36

40

33

40

36

40

36

40

33

40

150

150

65

155

70

175

70

175

70

175

MO

Ndisp

1,3 - 2,5

2,2 - 3,0

1,3 - 2,5

2,2 - 3,0

1,3 - 2,5 2,2 - 3,0 1,3 - 2,5 2,2 - 3,0 1,3 - 2,5 1,3 - 2,5 3,1 - 4,7 2,4 - 3,3

3,1 - 4,7 3,0 - 4,2 3,1 - 4,7 3,0 - 4,2 3,1 - 4,7 2,4 - 3,3 3,1 - 4,7 3,0 - 4,2 3,2 - 4,8

3,3 - 4,8

0,3 - 0,8

0,7 - 1,8 8,4 - 12,6 11 - 16 12 - 18 14 - 21 12 - 18

Nt

5,3

4,3

5,3

4,3

5,3 4,3 5,3 4,3 5,3 5,3 7,8 4,7

7,8 6,0 7,8 6,0 7,8 4,7 7,8 6,0 8,0

8,0

4,4

6,8 21 27 30 34 28

K2O

10,8

8,0

10,8

8,0

10,8 8,0 8,9 5,2 5,5 5,5 8,3 3,2

8,2 4,4 8,3 4,4 8,3 3,2 8,3 4,4 16

16

9,8

19,5 11 20 15 28 13

P2O

2,2

1,8

2,2

1,8

2,2 1,8 2,3 1,7 2,3 2,3 7,0 3,2

7,0 3,8 7,0 3,8 7,0 3,2 7,0 3,8 3,3

3,3

2,5

5,0 17 30 26 20 23

kg/t de estrume ou kg/m³ de chorume

1,3 1,3 1,2

0,006 0,025

1,2

480

587

573

381

519

2,1

0,006

0,013

1920

12,0

8,0

3600

10,0

0,23

1,0

2000

10,0

2000

461

346

8,6 12,8

552

390

9,8 16,7

576

400

10,0 16,0

384

10,7

320

8,0

0,17

1,49

0,52

0,05

0,15

566

9,7 17,1

389

3,5

0,20

0,35

525

5,5

825

813

1757

11,3 12,5

945

2013

11,5 13,5

1085

2450

14,0 15,5

1342

3063

MO

19,2

17,5

m³ ou t/CN/ ano

0,4

0,6

0,6

1

1,2

CN

34

45

40

31

44

54

53

80

80

77

67

79

76

96

78

63

62

81

76

19

29

54

61

58

61

67

74

82

93

Nt

14,4 - 21,6

18,7 - 28,0

16,0 - 24,0

12,7 - 18,5

17,4 - 26,2

5,6 - 14,4

3,6 - 9,6

32,0 - 48,0

32,0 - 48,0

38,5 - 53,8

26,8 - 40,6

40,2 - 55,2

30,2 - 45,8

48,0 - 67,2

31,0 - 47,0

32,0 - 44,8

24,8 - 37,6

41,1 - 56,6

30,1 - 45,7

4,6 - 8,8

7,2 - 13,8

27,5 - 37,5

14,7 - 28,3

29,7 - 40,5

15,0 - 28,8

34,1 - 46,5

18,2 - 35,0

42,2 - 57,5

22,8 - 43,8

Ndisp

kg/CN e ano

28

27

35

35

35

40

30

33

33

49

60

54

68

61

70

41

56

55

68

8

13

21

26

24

25

28

31

35

39

P2O5

16

37

20

23

23

156

118

160

160

56

72

54

81

70

83

47

66

55

81

19

30

65

101

108

124

124

151

153

189

K2O

Quadro 1 – Composição média de chorumes e estrumes (Anexo VII do Código de Boas Práticas Agrícolas, 2018)

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Efluente Pecuário

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro 7

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Instituto N

Instituto Su

C

Universid

ii 7


Leporideos

Vaca leiteira

Bezerro ou vitela para criação

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Nutrientes excretados kg/CN e ano

115,0

Nt

30,0

41,0

P2O5

120,0

184,0

K2O

1,00

1,20 80,0

95,,8

Nt

30,0

34,2

P2O5

120,0

153,3

K2O

Nutrientes excretados kg/animal ou lugar e ano

por animal 80,0 125,0

CN

por animal 32,0

Vaca mãe sem vitelo 90,0

por animal

1,00

Vaca aleitante - raças pesadas (>500 kg pv) por animal

125,0

Vaca aleitante - raças ligeiras (<500 kg pv) por animal

32,0

< 1 ano por animal

90,0

1 a 2 anos por animal

70,0

25,0

40,0

55,0

13,0

5,0

34,0 33,0 41,0 40,0 65,0 50,0

4,0

13,0

35,0

42,0

18,0

por lugar 5,1 6,5

20,0

44,0

52,0

21,0

12,0

0,4

4,6

por lugar

por lugar

por animal

por lugar

por porca e ciclo

por porca e ciclo

por animal

por lugar

por animal

por lugar

por animal

por animal

por lugar

por animal

por lugar

por animal

por animal

por lugar

> 2 anos

Vitelo recria/engorda (de 50 a 200 kg pv)

Vitelo em aleitamento (até ± 350 kg pv) Bovino de engorda intensiva Bovino de engorda em pastoreio Touro reprodutor Porco de engorda / substituição Porco de criação Varrasco Porca aleitante Porca gestante Bácoro desmamado Ovelha/cabra

por animal

por animal

por lugar

Égua com potro

Cavalo adulto

42,0

34,0

80,0 por 100 lugares

9,0

24,0

11,0

48,0

140,0

45,0

15,0

por lugar

por animal

por animal

por 100 animais

por 100 lugares

por 100 lugares

por 100 animais

por 100 lugares

por animal

> 13 meses

< 13 meses

Poldro (de 6 meses a 24 meses) Galinha poedeira

Frangas de recria

Frangos de carne

Perus (até 12 kg) Avestruz

Coelha reprodutora

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

0,17

0,05

0,05

0,35

0,35

0,35

0,35

0,30

0,35

0,15

0,15

1,00

0,80

0,80

0,80

0,80

0,40

0,40

0,40

0,80

0,60

0,40

37,1

91,3

70,6

8,0

92,0

18,6

57,1

14,8

120,0

60,0

100,0

26,7

86,7

50,0

81,3

50,0

51,3

41,3

85,0

12,5

32,5

68,8

66,7

62,5

31,7

23,0

22,1

39,1

26,5

4,0

52,0

10,0

31,4

8,0

65,7

33,3

54,3

13,3

40,0

18,0

22,5

15,0

17,5

13,8

20,0

3,8

11,3

25,0

21,7

18,8

20,0

23,1

113,3

75,0

62,9

139,1

117,6

4,0

50,0

12,0

37,1

6,3

51,4

33,3

54,3

15,3

46,7

85,0

100,0

68,8

51,3

41,3

85,0

6,8

17,5

93,8

100,0

87,5

137,5

0,23

44,0

34,6

8,3

32,5

1,40

70,0

35,0

36,7

87,5

1,00

61,5

15,0

13,3

0,80

0,60

56,7

26,7

4,3

110,0

2,7

1,30

25,0

23,3

40,0

26,0

34,0

0,60

75,0

8,3

35,0

1,5

33,0

0,60

46,7

30,0

7,5

8,0

41,0

0,60

16,0

60,0

11,0 55,0

3,00

55,0

13,0

14,0 80,0

3,00

75,0

7,0

12,0

85,0

0,20

50,0

75,0

18,0

7,0

15,0

120,0

4,5

18,0

2,3

10,0

5,0

0,20

20,0

6,0

2,5

2,0

2,6

0,2

19,0

0,2

20,0

19,0

4,5

32,0

10,0

9,0

88,0

10,0

31,0

75,0

18,0

23,0

68,0

23,0

19,0

30,0

2,2

45,0

12,0

2,8

21,0

5,0

4,2

9,0

22,0

13,0

16,0

40,0

3,5

70,0

8,0

13,0

11,0

6,0

25,0

6,0

0,04

225,0

150,0

125,0

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii ii

Ovelha/cabra em produção intensiva de leite

Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

Espécie pecuária / Tipo de animal

Quadro 2 – Quantidades médias de alguns nutrientes excretados anualmente, por unidade animal das principais espécies pecuárias e por cabeça normal (Anexo VI do Despacho n.º 1230/2018)

8

8

Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Autores

Autores

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Caprinos

Editores

Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Bovinos Suínos Ovinos/ Equinos Aves

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Outro aspeto digno de nota é o facto de o aumento da população levar à Editores

Olga Moreira necessidade de utilizar novos métodos e produtos químicos na criação Vasco intensiva Cruz de animais para a alimentação humana com o intuito de Henrique Trindade

maximizar a eficiência alimentar e reduzir o tempo de criação. De entre esses produtos destaca-se o uso de medicamentos veterinários Autores (terapêuticos e profiláticos) e de substâncias promotoras do crescimento ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes (Sales et al., 2015). Carolina Ligeiro

Porém, muitos desses medicamentos administrados não são plenamente

onal de Investigação Agrária e Veterinária metabolizados no organismo animal, sendo excretados na urina e nas fezes, Regina Menino tanto Branco na forma do composto original ou já parcialmente metabolizados Maria Amélia Castelo

Instituto N

(Kemper, 2008). Segundo Sarmah et al. (2006), até 95% dos ingredientes

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa ativosDuarte administrados aos animais podem ser integralmente eliminados sem Elizabeth D’Almeida sofrer qualquer metabolização no trato digestivo animal. Mesmo quando a Rita do Amaral Fragoso Inês Silva molécula é em grande parte metabolizada, alguns dos produtos de udia Marques-dos-Santos Cordovil degradação excretados podem permanecer bioativos (Thiele-Bruhn, 2003). Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

O Quadro Leal & Soares (SIRO) 3 apresenta a taxa de metabolismo dos principais grupos de Maria Cecília Amaral Nestler utilizados na atividade pecuária. Como consequência, a antibióticos Hartmut Nestler utilização de efluentes e lamas originárias da atividade pecuária para fins de adubação tem um forte potencial para contribuir para a disseminação

TTerra compostos no ambiente, apresentando riscos acrescidos para a Maria Antóniadestes Figueiredo Maria João Figueiredo saúde humana e dos ecossistemas (Regitano e Leal, 2010).

UniversidadeUma de Évora vez inseridos no ambiente os resíduos de antibióticos, por exemplo, Vasco Fitas da Cruz podem acumular-se no solo, sofrer lixiviação ou serem transportados via Carlos Cupeto escoamento superficial até aos recursos hídricos. Para além disso, alguns Diogo Coelho José Carlos Rico resíduos presentes no solo podem ser absorvidos pelas plantas, desses

acumulando-se nos tecidos vegetais, o que potencia o risco para a saúde

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

9 9


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

humana quando da colheita eEditores consumo de alimentos de origem vegetal Editores OlgaOlga Moreira Moreira (Boxall et al., 2006). Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Quadro 3 – Taxa de metabolismo dos principais grupos farmacológico utilizados na atividade pecuária (Fonte: Boxall et al., 2004)

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes no organismo animal Grupo farmacológico Taxa de metabolismo Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Tetraciclinas Baixa Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Macrolídeos Baixa Regina Regina Menino Menino Aminoglicosídeos Maria Baixa a Branco elevada Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Lincosamidas Moderada Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Fluoroquinolonas Elizabeth Moderada a elevada Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Sulfonamidas Elevada Inês Inês SilvaSilva

Baixa: < 20%; Moderada: de 20Marques-dos-Santos a 80%; Elevada: > 80%Cordovil da dose administrada. Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil

Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Kessler et al. (2020) avaliaram a influência dos antibióticos tetraciclínicos Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) associados aos efluentes daCecília suinicultura na atividade enzimática Maria Maria Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler relacionada ao ciclo biogeoquímico dos nutrientes do solo ao longo do tempo durante duas estações do ano (verão e outono). Os resultados do TTerra TTerra estudo apontam para que a adição de antibióticos Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredoao solo veiculados numa fonte de matéria orgânica, como são os efluentes de suínos, gere uma Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo redução significativa da atividade enzimática do solo, sendo ainda mais Universidade Universidade de Évora de Évora pronunciado o efeito de aplicações sucessivas. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz A Figura 2 apresenta as principais vias de exposição no ambiente aos Carlos Carlos Cupeto Cupeto fármacos de uso veterinário. Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 10ii 10


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Figura 2. Principais vias de exposição ambiental aos fármacos de uso Maria João Figueiredo

veterinário (Regitano e Leal, 2010)

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

11 11


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

1.4. Fatores de variação da composição Editores Editores dos efluentes pecuários

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz A constituição dos efluentes pecuários é dinâmica de acordo com a Henrique Henrique Trindade Trindade

proporção de fezes e urinas, cuja composição é variável e dependente da espécie do animal, estado reprodutivo, sexo e idade do animal, composição Autores Autores da dieta nutricional, quantidade e qualidade de água ingerida. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Para além das características dos o tipo de estrume produzido irá Rui dejetos, Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro depender da qualidade e quantidade de palha ou outros materiais utilizados nas camas dos animais, da proporção de fezes e urina misturados Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária com os materiais utilizados nas camas, da temperatura atingida durante a Regina Regina Menino Menino fermentação e do grauMaria de Maria degradação final daBranco mistura de dejetos e camas. Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Estes fatores influenciam a composição do estrume de forma a obter um Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa efluente com conteúdoElizabeth palhoso maior ou Duarte menor e mais ou menos ricos em Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso nutrientes. Inês Inês Silva Silva Já a quantidade e características de chorume produzido depende do grau Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil de diluição com as águas de lavagem eZanetti outras que podem ser utilizadas nos Gabriela Gabriela Zanetti Cirino Cirino estábulos, com a urina e com quantidades maiores ou menores de fezes em Lealpalhas, Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) suspensão, restos de rações, fenos ou outros materiais fornecidos Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler para alimentação e/ou suplementação. Hartmut Hartmut Nestler Nestler Estima-se que o armazenamento/processamento do estrume de suíno e de aves dá origem à perda de nutrientes. TTerra TTerra Estas duas fases representam Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo respetivamente 27% e Maria 6% Maria das emissões de toda a cadeia de produção, Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo essencialmente por volatilização e emissão de gases (ex. NH3). As perdas de nutrientes fazem variar aUniversidade composição doÉvora efluente Universidade de de Évora ou do estrume ao longo do tempo de armazenamento, e oFitas Vasco Vasco Fitas dapotencial Cruz da Cruz de variação de teor de Cupeto Cupeto nutrientes, em especial paraCarlos o Carlos azoto, é particularmente relevante nos Diogo Diogo Coelho Coelho efluentes. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Quando se considera também a produção de ração para a alimentação dos animais essa contribuição aumenta significativamente devido à grande Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB proporção de soja nas rações (FAO, 2013). Henrique Henrique Trindade Trindade ii 12ii 12


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Estima-se que são emitidos 0,7 e 0,6 giga toneladas de CO2eq. por ano nas Editores

Olga Moreira cadeias de produção de suínos e aves respetivamente. Somados, esses Vasco valores Cruz representam 17% das emissões do setor pecuário no mundo. Henrique Trindade

Quando se trata de bovinos, a contribuição geral da produção de leite, processamento e transporte para o total de emissões antropogénicas é Autores estimada em 2,7% (FAO, 2013). ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes A volatilização de NH3 também representa um risco de poluição ambiental Carolina Ligeiro porque, entre outros fatores, o NH3 no solo será nitrificado, e o NO3 produzido meio desse processo poderá ser lixiviado para as águas onal de Investigação Agráriapor e Veterinária subterrâneas. Em alternativa, se as condições forem propícias, o nitrato Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco poderá ser utilizado na respiração anaeróbica de bactérias desnitrificantes e reduzido até Nde pela forma gasosa intermediária e N2O, que é 2, passando rior de Agronomia – Universidade Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte gás de efeito estufa (GEE) (Palhares, 2019). um potente Rita do Amaral Fragoso O Quadro 4 mostra as perdas de azoto por volatilização de NH3 em Inês Silva diferentes estudos envolvendo o uso agrícola de dejetos líquidos de bovinos udia Marques-dos-Santos Cordovil e suínos Gabriela Zanetti Cirinoaplicados na superfície do solo.

Instituto N

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

13 13


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 4 – Perdas de azoto porEditores volatilização Editores de NH3 em diferentes estudos (Fonte: Palhares, 2019) OlgaOlga Moreira Moreira

Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade Volatilização de N-NH4 NH3 Tipo de aplicado Referência Percentual Autores Autores estrume (kg ha-1 Ingredient de N) Total (% N-NH4 Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen aplicado) Rui Nunes Rui Nunes Bhandral et al. (2009) Bovinos 113,5 43,9 38,6 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Dosch e Gutser (1996) Bovinos 70,0 35,8 51,0 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Rodhe et al. (2006) Bovinos 32,5 12,9 39,7 Regina Regina Menino Menino Thompson e Meisinger (2005) Bovinos 56,0 25,8 46,0 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Carozzi et al. (2013) Bovinos 68,0 30,2 44,4 Dell at al. (2012) BovinosInstituto 88,9 70,0 Instituto Superior Superior de Agronomia de62,5 Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Thompson e Meisinger (2005) Bovinos (1) 91,0 Elizabeth 17,0 19,0 do36,0 Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Thompson e Meisinger (2005) Bovinos (2) 51,0 Rita Rita 71,0 Inês Inês SilvaSilva Sherlock et al. (2002) Suínos 252,0 57,0 22,6 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gonzatto et al. (2013) Suínos 119,0 Gabriela 26,5 22,3 Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Chantigny et al. (2007) Suínos 100,4 22,0 21,9 Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Chantigny et al. (2004) Suínos 60,3 23,7 40,0 Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Dell at al. (2012) Suínos 78,2Maria 43,0 55,0 Hartmut Hartmut Nestler Nestler Smith et al. (2007) Suínos 100,0 43,6 43,6 Huijsmans et al. (2003) Suínos 96,8 65,8 TTerra TTerra68,0 Suínos 150,2 Maria 25,4 16,9 Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Rochette et al. (2001) Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Rochette et al. (2009) Suínos 86,8 Maria 39,9 46,0 Chantigny et al. (2009) Suínos 100,7 34,2 34,0 Universidade Universidade de Évora de Évora Média 95,3 35,8 41,7 Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto (1) Aplicação realizada no inverno (entre 4 °C e 6 °C) (2) Diogo Aplicação realizada na primavera (entre 15Diogo °CCoelho e 25Coelho °C) JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 14ii 14


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

1.5. Outros resíduos da atividade pecuária Editores

Olga Moreira Vasco Além Cruz dos dejetos de animais, outros resíduos gerados pela atividade Henrique Trindade

pecuária, nomeadamente resíduos de podas, serragem, restos agrícolas, entre outros, são caracterizados como resíduos orgânicos, que podem ser Autores valorizados e, por isso, considerados como materiais valiosos para a ngredient Odyssey/Entogreen recuperação e reaproveitamento de recursos. As práticas mais executadas Rui Nunes Carolina são Ligeiro a compostagem e a digestão anaeróbia, processos descritos adiante. O processo de digestão anaeróbia (DA) gera como produto biogás e onal de Investigação Agrária e Veterinária digerido. O biogás pode ser utilizado como recurso para a geração de Regina Menino energia elétrica e/ou térmica e o digerido como fertilizante. Maria Amélia Castelo Branco Quanto à concentração de nutrientes no digerido, Zhang et al. (2007) rior de Agronomia – Universidade de Lisboa concluíram Elizabeth D’Almeida Duarte que não existem variações significativas entre o efluente e Rita do Amaral Fragosodo processo de DA, mesmo que os microrganismos consumam afluente Inês Silva nutrientes nos seus respectivos metabolismos, ainda assim, os micros e udia Marques-dos-Santos Cordovil macronutrientes permanecem em níveis bastante semelhantes (Gueri, et Gabriela Zanetti Cirino al., 2018). Leal & Soares (SIRO) A capacidade de fertilização de azoto dos digeridos de diversas matériasMaria Cecília Amaral Nestler primas é reconhecida como intermediária, atingindo uma capacidade de Hartmut Nestler fertilização média de 40 a 60% quando comparado com uma fonte química. O potencial de fertilização de fósforo dos digeridos é geralmente TTerra Maria Antóniaconsiderado Figueiredo na mesma faixa ou superior em relação aos fertilizantes Maria João Figueiredo químicos (Grigatti et al., 2020). o uso direto de digeridos em solos agrícolas pode levar a alguns UniversidadeNo de entanto, Évora Vasco Fitasimpactes da Cruz ambientais e não é visto de forma consensual como uma boa Carlos Cupeto prática. Conforme relatado por Slorach et al. (2019), Zeng et al. (2016) e Diogo Coelho Evagelisti et al. (2014), esta prática pode levar à emissão de amoníaco (NH3), José Carlos Rico de dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O). Já o processo de compostagem gera como produto o composto. Moreira Sá e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB (2009), designa como composto um produto final, higienizado e rico em Henrique Trindade ii

Instituto N

Instituto Su

C

Universid

15 15


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

compostos húmicos, decorrente do processo de compostagem, que pode Editores Editores Moreira Moreiraproblema e que tem um efeito ser armazenado e manuseadoOlga semOlga qualquer Vasco Vasco Cruz Cruz benéfico para as plantas. Henrique Henrique Trindade Trindade A sua aplicação em solos é uma estratégia já reconhecida que proporciona a melhoria da fertilidade do solo com o aumento da disponibilidade de Autores Autores nutrientes. Os compostos estáveis são muito resistentes à decomposição e, Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes portanto, contribuem significativamente para o armazenamento de Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro carbono no solo (Grigatti et al., 2019). Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Figura 3. Exemplo de compostagem (EMBRAPA, 2021) Universidade Universidade de Évora de Évora

Como medida de segurança, os resíduos Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz danão Cruzdevem ser acumulados na exploração em quantidades Carlos elevadas e por longos períodos de tempo. Carlos Cupeto Cupeto Diogo Coelho Coelho Conforme as Boas Práticas deDiogo Gestão de Resíduos Agrícolas, o agricultor JoséJosé Carlos Carlos RicoRico deve proceder à eliminação dos resíduos sem pôr em perigo a saúde humana e sem utilização de processos ou métodos suscetíveis de prejudicar Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 16ii 16


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

o ambiente. Devem ser mantidos em local adequado, com solo Editores

Olga Moreira impermeabilizado e afastado de fontes de ignição. Vasco Outra Cruz categoria a que se deve dar a devida importância são os resíduos Henrique Trindade

veterinários, considerados perigosos. As embalagens de medicamentos devem ser armazenadas em locais adequados, vazias ou fora de uso, e Autores podem ser entregues, em Portugal, nas farmácias a fim de serem recolhidas ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes no sistema da VALORMED. Carolina Ligeiro Fatores sobre os riscos de contaminação do ambiente por medicamentos veterinários abordados no ponto 1.3 e podem ser considerados para onal de Investigação Agrária eforam Veterinária os resíduos de medicamentos veterinários. Regina Menino

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Figura 4. Vias de entrada de resíduos de medicamentos veterinários no Carlos Cupeto ambiente (Boxall, 2004) Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

17 17


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

1.6. Referências

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruzeffects of medication - How are Boxall ABA (2004). The environmental side Henrique Henrique Trindade Trindade human and veterinary medicines in soils and water bodies affecting human

and environmental health? Embo Reports 5: 1110-1116. Autores Autores BOXALL, A.B.A.; FOGG, L.A.; BAIRD, D.J.; LEWIS, C.; TELFER, T.C.; KOLPIN, D. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen & GRAVELL, A. Targeted monitoring study for veterinary medicines in the Rui Nunes Rui Nunes environment. Final Science Report to the United Kingdom Environmental Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Agency, 2005. CAMEIRA,Instituto M.R.; ROLIM, J.;deVALENTE, F.;Agrária MESQUITA, M.; DRAGOSITS, U.; Instituto Nacional Nacional Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária CORDOVIL, C. M.d.S. Translating the agricultural N surplus hazard into Regina Regina Menino Menino groundwater pollutionMaria risk: Implications for Branco effectiveness of mitigation Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco measures in nitrate vulnerable zones. Agriculture, Ecosystems & Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de2021. Lisboa de Lisboa Environment, v. 306, DOI Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte https://doi.org/10.1016/j.agee.2020.107204. Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso CHANTIGNY, M. H.; MACDONALD, J. D.; BEAUPRÉ, C.; ROCHETTE, P.; Inês Inês SilvaSilva ANGERS, A. D.; MASSÉ, D.; PARENT, L. Ammonia volatilization following Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil surface application of raw and treated liquid swine manure. Nutrient Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Cycling in Agroecosystems, v. 85, p. 275-286, Nov. 2009. CHRISTIAN, T.; SCHNEIDER,Leal R.J.; H.A.; SKUTLAREK, D.; MEYER, M.T. Leal &FÄRBER, Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler & GOLDBACH, H.E. Determination of antibiotic residues in manure, soil, and Hartmut Hartmut Nestler Nestler surface waters. Acta Hydrochim. Hydrobiol., 31:36-44, 2003. DE LIGUORO, M.; POLTRONIERI, C.; CAPOLONGO, F. & MONTESISSA, C. Use TTerra TTerra of sulfadimethoxine in intensive calf farming: Evaluation of transfer to Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo stable manure and soil. Chemosphere, 68:671-676, 2007. Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo DIÁRIO DA REPÚBLICA. Decreto-Lei nº 214/2008, de 10 de novembro de 2008. Estabelece o regimeUniversidade daUniversidade atividade depecuária, Évora de Évora 10 nov. 2008. DIÁRIO DA REPÚBLICA. Decreto-Lei nº 81/2013, Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz de 14 de junho de 2013. Aprova o novo regime de exercício da atividade pecuária e altera os Carlos Carlos Cupeto Cupeto Decreto-Leis n.° 202/2004, deDiogo 18 de agosto, e n.° 142/2006, de 27 de julho, Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico 14 jun. 2013. DIÁRIO DA REPÚBLICA. Despacho n.º 1230/2018, de 05 de fevereiro de 2018. Aprova oUniversidade Código de Práticas Agrícolas, 05 fev. 2018. Universidade de Boas Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB DIÁRIO DA REPÚBLICA. Portaria n.° 79/2022, de 03 de fevereiro de 2022. Henrique Henrique Trindade Trindade ii 18ii 18


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

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rior de Agronomia – Universidade de Lisboa GRIGATTI, M.; BARBANTI, L.; HASSAN, M. U.; CIAVATTA, C. Fertilizing Elizabeth D’Almeida Duarte potential and CO2 emissions following the utilization of fresh and Rita do Amaral Fragoso composted food-waste anaerobic digestates. Science of the Total Inês Silva Environment, 698, p. 13, Jan 2020. Article. udia Marques-dos-Santos Cordovil GUERI, M. V. D.; DE SOUZA, S. N. M.; KUCZMAN, O.; SCHIRMER, W. N.; Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

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e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

19 19


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Nutrient Availability. Journal ofEditores SoilEditores Science and Plant Nutrition, 20, p. 26572670, 2020. OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz LINDSEY, M.E.; MEYER, M. & THURMAN, E.M. Analysis of trace levels of Henrique Henrique Trindade Trindade sulfonamide and tetracycline antimicrobials in groundwater and surface water using solid-phase extraction and liquid chromatography/mass Autores Autores2001. spectrometry. Anal. Chem., 73:4640-4646, Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen MARTÍNEZ-CARBALLO, E.; BARREIRO-GONZÁLEZ, C.; SCHARF, S. & GANS, O. Rui Nunes Rui Nunes veterinary antibiotics in animal Environmental monitoring study of selected Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro manure and soils in Austria. Environ. Pollut., 148:570-579, 2007. MOREIRA SÁ, E. V. Validação de um modelo de compostagem usando um Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária compostor doméstico. Orientador: Dra. Ana Paula Duarte Gomes. 2009. 124 Regina Regina Menino Menino p. Dissertação (Mestrado emAmélia Engenharia do Ambiente) - Universidade de Maria Maria Amélia Castelo Castelo Branco Branco Aveiro, Aveiro, 2009. Disponível em: Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa https://ria.ua.pt/bitstream/10773/642/1/2010000208.pdf. Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte PALHARES, J.C.P. Produção animal e recursos hídricos : tecnologias para Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso manejo de resíduos e uso eficiente dos insumos / Julio Cesar Pascale Inês Inês SilvaSilva Palhares, editor técnico – Brasília, DF: Embrapa, 2019. PDF (210 p.). ISBN Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 978-85-7035-911-7 Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino PAWELZICK, H.T.; HÖPER, H.; NAU, H. & HAMSCHER, G. A survey of the occurrence of various tetracyclines and sulfamethazine in sandy soils in Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Northwestern Germany fertilized with liquid manure. In: SETAC EURO Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler MEETING, 14., Prague, 2004.Hartmut Hartmut Nestler Nestler PINTO, L.M.D. Valorização Agrícola de Lamas de ETAR e Efluentes Pecuários. TTerra TTerra 2015. 160 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente na Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Especialidade de Território eMaria Gestão Ambiental) – Faculdade de Ciências e Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Tecnologias da Universidade de Coimbra , [S. l.], 2014. REGITANO, J.B.; LEAL, R.M.P. Comportamento e impacto ambiental de Universidade Universidade de Évora de Évora antibióticos usados na produção animal brasileira. Revista Brasileira de Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Ciências do Solo, v. 34, 601-616, 2010. Carlos Carlos Cupeto Cupeto SALES, R.L.; ROCHA, J.L.M.;Diogo BRESSAN, J. Utilização de hormônios e Diogo Coelho Coelho antibióticos em produtos alimentícios de origem JoséJosé Carlos Carlos RicoRico animal: aspectos gerais e toxicológicos. Nutrire, 40, p. 409-420, 2015. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 20ii 20


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

SARMAH, A.K.; MEYER, M.T. & BOXALL, A.B.A. A global perspective on the Editores

use, sales, exposure pathways, ocurrence, fate and effects of veterinary Olga Moreira Vasco antibiotics Cruz (Vas) in the environment. Chemosphere, 65:725-759, 2006. Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

21 21


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores 2. PRODUÇÃO DE EFLUENTES PECUÁRIOS OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz EM PORTUGAL Henrique Henrique Trindade Trindade Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Produção deRuiefluentes pecuários Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Vasco Fitas da Cruz, Diogo Coelho e José Carlos Rico Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Universidade de Évora, EscolaRegina deRegina Ciências e Tecnologia, Departamento de Menino Menino Engenharia Rural e MEDMaria - Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Desenvolvimento Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso SIG – Georreferenciação: efluentes pecuários e o Inês Inês SilvaSilva geoportal do GoEfluentes – Terras e Efluentes Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Maria Antónia Figueiredo e Maria João Figueiredo Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler TTerra – Engenharia e Ambiente Lda Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 22ii 22


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

2.1. Introdução Editores

Olga Moreira Vasco Os Cruzefluentes pecuários constituem hoje um excedente da produção Henrique Trindade pecuária cuja gestão causa enormes impactos nos sistemas de produção

animal, nomeadamente na tomada de decisão ao nível da sua

Autores operacionalidade e na sua rentabilidade e viabilidade técnico-económica.

ngredient Odyssey/Entogreen Segundo o Decreto-Lei 81/2013 (NREAP) o efluente pecuário é o estrume e Rui Nunes A recente Portaria 79/2022 de 3 de fevereiro a qual define o Carolina chorume, Ligeiro

regime aplicável à gestão de efluentes pecuários, classifica estrume “como

onal de Investigação Agrária e Veterinária a mistura de fezes e urinas das espécies pecuárias, podendo conter Regina Menino desperdícios Maria Amélia Castelo Branco da alimentação animal, as camas de origem vegetal e a fração

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa aplicação. A mesma Portaria classifica como chorume “a mistura liquida ou Elizabeth D’Almeida Duarte semilíquida, Rita do Amaral Fragoso de fezes e urinas das espécies pecuárias, bem como de água de Inês Silva lavagem das instalações pecuárias, das estruturas e equipamentos udia Marques-dos-Santos Cordovil associados à atividade pecuária, que pode conter desperdícios da Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

sólida do chorume, que não apresenta escorrências aquando a sua

C

alimentação animal ou de camas, as escorrências provenientes de nitreiras ou(SIRO) silos e as águas pluviais não desviadas da área onde se encontram Leal & Soares Maria Cecília Amaral Nestler os animais”. estabulados Hartmut Nestler

Por outro lado, a composição dos efluentes pecuários é muito variada e

TTerra depende de diversas variáveis: espécie animal, alimentação e excreção de Maria Antónianutrientes, Figueiredo consumo de água, modo de limpeza das instalações e águas de Maria João Figueiredo

lavagem, quantidade de palhas e/ou de outros materiais usados nas camas, Universidadeentre de Évoraoutros. Deste modo, as características físico-químicas e Vasco Fitasmicrobiológicas da Cruz do efluente pecuário conferem-lhe o carácter de potencial Carlos Cupeto dano no ambiente.

Diogo Coelho José Carlos Rico o setor pecuário cada vez mais acusado de causar graves Sendo

desequilíbrios ambientais, revela-se assim de vital interesse o e de Trás-os-Montes e Alto Douro, atualizado, CITAB conhecimento, das quantidades de efluentes pecuários

Universid

Henrique Trindade

ii

23 23


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

produzidos no nosso país bem como da sua composição, tendo em vista não Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira causar, mas também, numa só os impactos que estes efluentes podem Vasco Vasco Cruz Cruz perspetiva de Economia Circular, a sua valorização. Assim, com o objetivo Henrique Henrique Trindade Trindade de estimar a quantidade de efluentes pecuários produzidos em Portugal Continental, procedeu-se a umaAutores recolha de dados sistematizada por regiões Autores administrativas, subdivididas por município, por espécies pecuárias (aves, Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes bovinos, suínos, caprinos, equídeos e ovinos), e por diferentes tipos de Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro maneio. Seguidamente aplicaram-se algumas métricas que permitiram dar uma ideia Instituto da quantidade de produzida normal (CN) e Instituto Nacional Nacional de efluente Investigação de Investigação Agrária Agrária epor Veterinária ecabeça Veterinária por superfície agrícola utilizada (SAU), em cada município. Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso A pesquisa documental com vista à caracterização da produção de efluentes Inês Inês SilvaSilva pecuários em Portugal (Continental) foi realizada em quatro etapas: Etapa Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 1 – Levantamento de dados; Etapa 2 – Determinação de produção de

2.2. Metodologia

efluentes; Etapa 3 – Sistematização da informação; Etapa 4 – Elaboração Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) dos mapas de produção deMaria efluentes. Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Etapa 1

Hartmut Hartmut Nestler Nestler

TTerra Na primeira etapa foi realizadaTTerra uma pesquisa junto a base de dados do Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Instituto Nacional de Estatística (INE, 2022) e levantado o efetivo animal Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo estabulado das espécies bovinas, suínas, aves, ovinos, caprinos e equídeos, e a Superfície Agrícola Utilizada em hectares) por região Universidade Universidade de(SAU, Évora de Évora Vasco Vasco FitaseFitas da Cruz da Cruz administrativa, a saber, Entre Douro Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral, Carlos Carlos Cupeto Cupeto Beira Interior, Ribatejo e Oeste, Alentejo e Algarve, e os seus respectivos Diogo Diogo Coelho Coelho municípios. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 24ii 24


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

EditoresEtapa 2

Olga Moreira como referência o Anexo II do Decreto-Lei nº81/2013 (NREAP) Vasco Utilizando Cruz foram determinadas as equivalências do efetivo animal em cabeça normal Henrique Trindade

(CN). A partir do número de cabeças normais, e com base no Anexo V da

Autores Portaria 259/2012 foram determinadas as quantidades de efluentes

ngredient Odyssey/Entogreen pecuários (chorume e estrume), produzidos anualmente para cada uma das Rui Nunes animais. Posteriormente à determinação da produção de Carolina espécies Ligeiro

efluentes pecuários, número de cabeças normais e superfície agrícola

onal de Investigação Agrária e Veterinária utilizada foram apuradas as relações: CN/SAU, Efluente/CN e Efluente/SAU. Regina Menino Etapa 3 Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

A –informação levantada e desenvolvida nas etapas anteriores foi rior de Agronomia Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte sistematizada em quadros demonstrativos. Os quadros foram elaborados Rita do Amaral Fragoso para cada uma das espécies animais e tipo de efluente pecuário, Inês Silva considerando as regiões administrativas e municípios. Foram elaborados udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino quadros gerais, onde são totalizados os números de cabeças também

Instituto Su

C

normais e volume de efluentes produzidos.

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Etapa 4 Hartmut Nestler

Na quarta e última etapa efetuou-se um mapeamento de Portugal

TTerra continental, com objetivo de observar quais a zonas de maior produção de Maria Antóniaefluentes Figueiredopecuários e sua concentração, relacionando as quantidades Maria João Figueiredo

produzidas com o número de cabeças normais existentes em cada Universidademunicípio de Évora e também o seu potencial para valorização agrícola, relacionando Vasco Fitasas daquantidades Cruz produzidas com a superfície agrícola utilizada. Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

25 25


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

2.3. Apresentação de resultados Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz 2.3.1. Por região administrativa e por município Henrique Henrique Trindade Trindade

Região Administrativa

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen No Quadro 5 apresentam-se Rui os Nunes dados da produção total de efluentes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro pecuários (chorume e estrume) por região administrativa, bem como o

número de cabeças normais e a superfície agrícola utilizada. ApresentamInstituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária se também as relações entre:Regina cabeça normal e superfície agrícola utilizada; Regina Menino Menino quantidade de efluentes eMaria cabeça normal; eBranco quantidade de efluentes e Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco superfície agrícola utilizada.

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Quadro 5 – Produção de efluentes Inêspecuários Inês SilvaSilva por região administrativa Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Superfície Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Cabeça Efluente Efluente agrícola Efluente CN/SAU Região normal /CN /SAU 3 utilizada )(SIRO) (CN/ha) Leal Leal & Soares &(m Soares (SIRO) (CN) (m3/CN) (m3/ha) SAU (ha) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Entre Douro e Hartmut Hartmut Nestler Nestler 212639 264958 3894973 1,2 14,7 18,3 Minho Trás-osTTerra 450701 95218 TTerra 1008803 0,2 10,6 2,2 Montes Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Beira Litoral 129848 352599 2280784 2,7 6,5 17,6 Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Beira Interior 391754 98589 909199 0,3 9,2 2,3 Universidade Universidade de Évora de Évora Ribatejo e 409095 496223 3793870 1,2 7,6 9,3 Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Oeste Carlos Carlos Cupeto Cupeto 0,1 Alentejo 2144066 292405 3348586 11,5 1,6 Diogo Diogo Coelho Coelho Algarve 100605 13247 143890 0,1 10,9 1,4 JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 26ii 26


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Nas Figuras 5, 6 e 7 estão representadas as percentagens de efluentes Editores

Olga Moreira (chorume e estrume), de chorume e de estrume, respetivamente, para o Vasco território Cruz de Portugal. Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Algarve 1% Entre Douro e Minho…

onal de Investigação Agrária e Veterinária Alentejo Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco 22%

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Ribatejo e Oeste Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

Trás-osMontes 6%

C Beira Litoral 15%

25%

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Instituto N

Beira Interior 6%

Figura 5. Produção de efluentes (%) em Portugal Continental

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

27 27


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores Algarve

0% OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Alentejo 14%

Entre Douro e Minho 35%

Autores Autores

Ribatejo e Oeste 32%

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Trás-osInstituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Montes Regina Regina Menino Menino 1% Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Beira Litoral

Beira Interior

17% Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa 1% Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figura 6. ProduçãoRita deRita chorume (%) Fragoso em Portugal Continental do Amaral do Amaral Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Algarve Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 2%

Alentejo 29%

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Entre Douro e Minho…

Trás-osMontes 11%

Universidade Universidade de Évora de Évora Beira Litoral Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz 13% Ribatejo e Carlos Carlos Cupeto Cupeto Oeste Diogo Diogo Coelho Coelho 18% JoséJosé Carlos Carlos RicoRicoBeira Interior 10%

Figura 7. Produção de estrume (%) em Portugal Continental Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 28ii 28


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Da leitura destes quadros e figuras constata-se que as regiões que mais Editores

Olga Moreira efluentes produzem são Entre Douro e Minho, Ribatejo e Oeste e Alentejo, Vasco apresentando Cruz a região do Algarve uma produção residual. No que respeita Henrique Trindade

à produção de chorume as maiores quantidades são geradas nas regiões de Entre Douro e Minho e do Ribatejo e Oeste. No entanto é a região do Autores Alentejo aquela que produz maior quantidade de estrume. ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes aos indicadores Efluentes/CN e Efluentes/SAU, a Figura 8 Carolina Relativamente Ligeiro

mostra que é a região de Entre Douro e Minho aquela que regista valores

onal de Investigação e Veterinária mais Agrária elevados para ambos os indicadores, sendo a região da Beira Litoral Regina Menino aquela que apresenta menores valores para o indicador Efluentes/CN e as Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

regiões do Algarve e do Alentejo aquelas que apresentam menor valor para

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa o indicador Efluentes/SAU. Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso 21,0 Inês Silva 18,0 udia Marques-dos-Santos Cordovil 15,0 Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

12,0

Leal & Soares (SIRO)9,0 6,0 Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler 3,0 0,0

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Universidade de Évora Efluentes /CN Efluentes / SAU Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Figura 8. Indicadores efluentes/cabeça normal e efluentes/superfície Diogo Coelho agrícola José Carlos Rico

As Figuras 9 e 10 também evidenciam diferenças entre regiões administrativas indicadores Chorume e Estrume produzidos, quer por e de Trás-os-Montes e Alto Douro,nos CITAB Cabeça Normal quer por Superfície Agrícola Utilizada. Henrique Trindade ii

Universid

29 29


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

12,0 9,0 6,0 3,0 0,0

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Estrume /CN

Estrume/ SAU

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figura 9. Indicadores estrume/cabeça normal e estrume/superfície Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso agrícola Inês Inês SilvaSilva 21,0 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 18,0 15,0 12,0 9,0 6,0 3,0 0,0

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Chorume /CN Chorume/ SAU Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Figura 10. Indicadores chorume/cabeça normal e chorume/superfície

agrícola

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 30ii 30


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

A Figura 11 evidencia ser a região de Entre Douro e Minho aquela onde os Editores

Olga Moreira indicadores Efluentes/CN e Chorume/CN assumem maior expressão, sendo Vasco a Cruz região do Alentejo aquela onde se verifica o valor mais elevado para o Henrique Trindade

indicador Estrume/CN.

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes 21,0 Carolina Ligeiro 18,0 15,0

onal de Investigação Agrária e Veterinária 12,0 Regina Menino 9,0 Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa 3,0 Elizabeth D’Almeida Duarte 0,0 Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

6,0

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Efluentes /CN

C Estrume /CN

Chorume /CN

Figura 11. Indicadores em relação a cabeça normal

TTerra Maria Antónia Figueiredo Conforme verifica na Figura 12, os indicadores Efluentes/SAU, Estrume/SAU Maria João Figueiredo

e Chorume/SAU, assumem valores mais elevados nas regiões de Entre UniversidadeDouro de Évora e Minho e da Beira Litoral, apresentando as regiões do Alentejo e do Vasco FitasAlgarve da Cruz os valores mais baixos. Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

31 31


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

21,0

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

18,0 15,0 12,0 9,0

Autores Autores

6,0

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

3,0 0,0

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Efluentes / SAU

Estrume/ SAU

Chorume/ SAU

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figura 12. Indicadores relação a superfície Ritaem Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso agrícola utilizada Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Região Administrativa

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Nos quadros seguintes (Quadro 6 a Quadro 12) estão apresentados os Hartmut Hartmut Nestler Nestler

resultados obtidos por município em cada região administrativa. TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 32ii 32


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Quadro 6 – Entre Douro e Minho

Superfície agrícola utilizada - SAU Olga Moreira (ha) Vasco Cruz Entre Douro e Minho 212639 Henrique Trindade Amarante 7450 Amares 2053 Arcos de Valdevez 20907 Autores Arouca 4370 Baião 4112 ngredient Odyssey/Entogreen 10412 Rui Barcelos Nunes Braga 3753 Carolina Ligeiro Cabeceiras de Basto 11094 Caminha 2848 Castelo deAgrária Paiva 1227 onal de Investigação e Veterinária Celorico de Basto 3985 Regina Menino Cinfães 4475 Maria AméliaEspinho Castelo Branco 29 Esposende 2295 rior de Agronomia Fafe – Universidade de Lisboa 2580 Elizabeth D’Almeida Felgueiras Duarte 2857 Gondomar 880 Rita do Amaral Fragoso 4092 InêsGuimarães Silva Lousada 2074 udia Marques-dos-Santos Cordovil 1517 Maia Gabriela Zanetti Marco deCirino Canaveses 2687 Matosinhos 984 Melgaço 10490 Leal & Soares (SIRO) Monção 5933 Maria CecíliaMondim AmaraldeNestler Basto 5835 Hartmut Nestler Oliveira de Azeméis 1699 Paços de Ferreira 901 Paredes 1855 TTerra Paredes de Coura 4218 Maria Antónia Figueiredo Penafiel 3169 Maria João Figueiredo Ponte da Barca 8433 Ponte de Lima 7792 Porto 23 Universidade de Évora Póvoa de Lanhoso 2984 Vasco Fitas da Cruz Póvoa de Varzim 3229 CarlosResende Cupeto 3842 de Pena 6250 DiogoRibeira Coelho Santa Maria 1436 José Carlos Rico da Feira Santo Tirso 2113 São João da Madeira 21 Terras de Bouro 6412 e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Trofa 1519 Henrique Trindade Vale de Cambra 911 Valença 1435

EditoresMunicípio

Cabeça normal (CN) 264958 3583 5425 7438 4743 910 45878 5823 3844 466 553 1596 2269 25 6252 1626 2343 559 7170 2497 5050 1135 4317 1817 1992 1230 6269 1968 1869 3772 2595 1268 5814 18 1991 16353 615 2582 1851 3228 12 2179 6020 1211 976

Efluente / SAU

Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN 3894973 52340 14946 83585 62552 9121 790692 84026 36737 4328 5741 19195 23038 251 94746 18423 21122 6563 76265 30885 80782 11855 73757 19268 19774 12563 86707 29984 23130 45546 37881 14284 80295 184 23232 283287 6419 25929 24461 48258 138 23436 92138 10798 12765

1,2 0,5 2,6 0,4 1,1 0,2 4,4 1,6 0,3 0,2 0,5 0,4 0,5 0,9 2,7 0,6 0,8 0,6 1,8 1,2 3,3 0,4 4,4 0,2 0,3 0,2 3,7 2,2 1,0 0,9 0,8 0,2 0,7 0,8 0,7 5,1 0,2 0,4 1,3 1,5 0,6 0,3 4,0 1,3 0,7

14,7 14,6 2,8 11,2 13,2 10,0 17,2 14,4 9,6 9,3 10,4 12,0 10,2 10,0 15,2 11,3 9,0 11,7 10,6 12,4 16,0 10,4 17,1 10,6 9,9 10,2 13,8 15,2 12,4 12,1 14,6 11,3 13,8 10,3 11,7 17,3 10,4 10,0 13,2 14,9 11,2 10,8 15,3 8,9 13,1

ii

18,3 7,0 7,3 4,0 14,3 2,2 75,9 22,4 3,3 1,5 4,7 4,8 5,1 8,7 41,3 7,1 7,4 7,5 18,6 14,9 53,3 4,4 75,0 1,8 3,3 2,2 51,0 33,3 12,5 10,8 12,0 1,7 10,3 8,0 7,8 87,7 1,7 4,1 17,0 22,8 6,6 3,7 60,7 11,9 8,9

Instituto N

Instituto Su

C

Universid

33

33


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Município Valongo Viana do Castelo Vieira do Minho Vila do Conde Vila Nova de Cerveira Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Gaia Vila Verde Vizela

Superfície Editores Editores Cabeça agrícola Olga Olga Moreira Moreira(m3) CN / SAU Efluente /CN normal Efluente utilizada - SAU (CN) Vasco Vasco CruzCruz (ha) 893 941 Trindade 14666 1,1 15,6 Henrique Henrique Trindade 7614 4642 54465 0,6 11,7 8140 2989 33520 0,4 11,2 Autores Autores 6034 51313 891034 8,5 17,4 1228 584 7925 0,5 13,6 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen 5331 19367 298423 3,6 15,4 Rui Nunes Rui Nunes 1224 588 6853 0,5 11,6 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro 4629 4885 58830 1,1 12,0 363 520 7911 1,4 15,2

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 34 34

ii

Efluente / SAU 16,4 7,2 4,1 147,7 6,5 56,0 5,6 12,7 21,8


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores Quadro 7 – Trás-os-Montes

Olga Moreira Vasco Cruz Município Henrique Trindade

Superfície agrícola utilizada - SAU (ha) Trás-os-Montes 450701 Autores Alfândega da Fé 11869 Alijó 10727 ngredient Odyssey/Entogreen 4881 Rui Armamar Nunes Boticas 14095 Carolina Ligeiro Bragança 37942 Carrazeda de Ansiães 6916 onal de Investigação Chaves Agrária e Veterinária 19239 de Espada à Cinta 7932 ReginaFreixo Menino Lamego 6904 Maria Amélia Castelo Branco Macedo de Cavaleiros 29295 Mesão Frio 1293 rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Miranda do Douro 24909 Elizabeth D’Almeida Mirandela Duarte 30824 Mogadouro 33355 Rita do Amaral Fragoso 5300 InêsMoimenta Silva da Beira Montalegre 33089 udia Marques-dos-Santos Cordovil Murça 6046 Gabriela Zanetti Cirino Penedono 4085 Peso da Régua 5007 Sabrosa(SIRO) 5162 Leal & Soares Santa Marta de Penaguião 3486 Maria CecíliaSão Amaral Nestler João da Pesqueira 12828 Hartmut Nestler Sernancelhe 4003 Tabuaço 3600 Tarouca 2396 TTerra Torre de Moncorvo 12766 Maria Antónia Figueiredo Valpaços 24292 Maria João Figueiredo Vila Flor 10159 Vila Nova de Foz Côa 12851 Vila Pouca de Aguiar 17580 Universidade de Évora Vila Real 11055 Vasco Fitas da Cruz Vimioso 16316 CarlosVinhais Cupeto 20498

Diogo Coelho José Carlos Rico

Cabeça normal (CN)

Efluente (m3)

CN / SAU

Efluente /CN

Efluente / SAU

95218 1361 703 155 3428 8289 886 10321 679 1110 5418 33 5523 3854 8116 3992 11462 770 1309 100 687 249 421 2820 198 667 1525 2845 991 890 4780 3480 3284 4859

1008803 13973 7408 2038 37501 86484 9316 117928 6980 8382 57277 288 59942 39817 95356 30831 128373 8089 10684 912 9432 2480 4300 16646 2015 6759 15348 30330 10164 8919 53861 39770 35529 51322

0,2 0,1 0,1 0,0 0,2 0,2 0,1 0,5 0,1 0,2 0,2 0,0 0,2 0,1 0,2 0,8 0,3 0,1 0,3 0,0 0,1 0,1 0,0 0,7 0,1 0,3 0,1 0,1 0,1 0,1 0,3 0,3 0,2 0,2

10,6 10,3 10,5 13,1 10,9 10,4 10,5 11,4 10,3 7,6 10,6 8,8 10,9 10,3 11,7 7,7 11,2 10,5 8,2 9,1 13,7 10,0 10,2 5,9 10,2 10,1 10,1 10,7 10,3 10,0 11,3 11,4 10,8 10,6

2,2 1,2 0,7 0,4 2,7 2,3 1,3 6,1 0,9 1,2 2,0 0,2 2,4 1,3 2,9 5,8 3,9 1,3 2,6 0,2 1,8 0,7 0,3 4,2 0,6 2,8 1,2 1,2 1,0 0,7 3,1 3,6 2,2 2,5

Instituto N

Instituto Su

C

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii 35 35


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária Quadro 8 – Beira Litoral Superfície Cabeça agrícola Município normal Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN Efluente / SAU Editores Editores utilizada - SAU (CN) OlgaOlga Moreira Moreira (ha) Beira Litoral 129848 352599 2280784 2,7 6,5 17,6 Vasco Vasco Cruz Cruz Águeda 2092 7788 43863 5,6 21,0 Henrique Henrique Trindade Trindade 3,7 Aguiar da Beira 3319 13258 42603 4,0 3,2 12,8 Albergaria-a-Velha 2193 7519 63622 3,4 8,5 29,0 Alvaiázere 1790 1536 9213 0,9 6,0 5,1 Autores Autores Anadia 3168 1384 8058 0,4 5,8 2,5 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Ansião 2555 5896 20562 2,3 3,5 8,0 Rui Nunes Rui Nunes Arganil 932 2997 9922 3,2 3,3 10,6 Aveiro 2535 1656Carolina 24376 0,7 14,7 9,6 Carolina Ligeiro Ligeiro Batalha 901 3129 25884 3,5 8,3 28,7 Cantanhede 4401 3798 50096 0,9 13,2 11,4 Instituto Instituto Nacional Nacional de 2356 Investigação de Investigação Agrária Agrária e 2,3 Veterinária e Veterinária Carregal do Sal 1015 7441 3,2 7,3 Regina Menino Menino Castanheira de Pêra 219 108 Regina 1027 0,5 9,5 4,7 Castro Daire 5266 Maria 9418Amélia 33895 1,8 3,6 6,4 Maria Amélia Castelo Castelo Branco Branco Coimbra 4775 2016 23537 0,4 11,7 4,9 Condeixa-a-NovaInstituto 1670Superior 662Agronomia 0,4 de Lisboa 9,4 3,7 Instituto Superior de Agronomia de –6224 Universidade – Universidade de Lisboa Estarreja 2608 7236 105172 2,8 14,5 40,3 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figueira da Foz 5826 21476 88246 3,7 4,1 15,1 Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Figueiró dos Vinhos 456 252 2242 0,6 8,9 4,9 Inês Inês SilvaSilva Góis 155 286 3704 1,8 13,0 23,9 Ílhavo 802 491 7323 Cordovil 0,6 14,9 9,1 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Leiria 6532 68822 623214 9,1 95,4 Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino10,5 Lousã 537 417 3990 0,8 9,6 7,4 Mangualde 4409 3019 17551 0,7 5,8 4,0 Leal307 Leal & Soares & Soares (SIRO) Marinha Grande 205 3291(SIRO) 1,5 10,7 16,1 Mealhada 1218 Maria 4407Cecília 29417 3,6 6,7 24,2 Maria Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Mira 912 831Hartmut 12576 15,1 13,8 Hartmut Nestler Nestler 0,9 Miranda do Corvo 1052 294 2812 0,3 9,6 2,7 Montemor-o-Velho 9832 7982 120965 0,8 15,2 12,3 TTerra Mortágua 484 2224TTerra 7015 4,6 3,2 14,5 Murtosa 1423 Maria 5321 86179 16,2 60,6 Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo3,7 Nelas 2252 7004 16996 3,1 2,4 7,5 Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Oliveira de Frades 967 25671 53178 26,5 2,1 55,0 Oliveira do Bairro 1765 1164 16352 0,7 14,0 9,3 Universidade Universidade de16446 Évora de Évora 0,6 Oliveira do Hospital 2834 1675 9,8 5,8 Ovar 2103 10193 11,0 53,1 Vasco Vasco FitasFitas da111767 Cruz da Cruz 4,8 Pampilhosa da Serra 389 159 Carlos 1396 0,4 8,8 3,6 Carlos Cupeto Cupeto Pedrógão Grande 717 209 1835 0,3 8,8 2,6 Diogo Diogo Coelho Coelho Penacova 880 660 6013 0,7 9,1 6,8 José Carlos Carlos Rico Penalva do Castelo 2477 2164José 8082Rico 0,9 3,7 3,3 Penela 1273 704 7459 0,6 10,6 5,9 Pombal 4661 13098 82469 2,8 6,3 17,7 Universidade Universidade de13298 Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Porto de Mós 6531 de Trás-os-Montes 168282 2,0 12,7 25,8 Santa Comba Dão 1060 3760 24256 6,5 22,9 Henrique Henrique Trindade Trindade 3,5 São Pedro do Sul 3922 16150 44942 4,1 2,8 11,5

ii

36

36

ii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Município Editores

Olga Moreira Sátão Vasco Cruz Sever do Vouga Henrique Trindade Soure

Tábua Tondela Autores Vagos ngredient Odyssey/Entogreen Vila Nova de Paiva Nova de Poiares Rui Vila Nunes Viseu Carolina Ligeiro Vouzela

Superfície agrícola utilizada - SAU (ha) 2808 473 4713 1942 3373 2330 1307 447 5800 1539

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Quadro 9 – Beira Interior Maria Amélia Castelo Branco

Superfície agrícola rior de Agronomia –Município Universidadeutilizada de Lisboa - SAU Elizabeth D’Almeida Duarte (ha) Beira Interior 391754 Rita do Amaral Fragoso Almeida 25326 Inês Silva Belmonte 5164 udia Marques-dos-Santos Cordovil 50590 Castelo Branco Gabriela Zanetti Cirino Celorico da Beira 9059 Covilhã 14338 Figueira de Castelo Leal & Soares (SIRO) 26127 Rodrigo Maria Cecília Amaral Nestler Fornos de Algodres 2731 Hartmut Fundão Nestler 25733 Gouveia 7705 Guarda 23193 TTerra Idanha-a-Nova 88078 Maria AntóniaMação Figueiredo 2146 Maria João Figueiredo Manteigas 3518 Mêda 10169 945 UniversidadeOleiros de Évora Penamacor 14312 Vasco FitasPinhel da Cruz 21041 Carlos Cupeto Proença-a-Nova 3790 Diogo Coelho Sabugal 29053 SeiaRico 6080 José Carlos Sertã 2978 Trancoso 11677 Vila de e ReiAlto Douro, CITAB 732 e de Trás-os-Montes Vila Velha de Ródão 7269

Henrique Trindade

Cabeça normal (CN) 10762 5967 1938 1394 16106 2501 10713 242 9186 11001

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN Efluente / SAU 26846 12503 23909 13714 41925 31935 30077 2249 25240 29111

3,8 12,6 0,4 0,7 4,8 1,1 8,2 0,5 1,6 7

2,5 2,1 12,3 9,8 2,6 12,8 2,8 9,3 2,7 2,6

9,6 26,4 5,1 7,1 12,4 13,7 23,0 5,0 4,4 19

Instituto N Cabeça normal (CN)

Efluente (m3)

CN / SAU

Efluente /CN

Efluente / SAU

98589 2591 1637 12957 5728 4090

909199 28054 16409 127830 44532 49699

0,3 0,1 0,3 0,3 0,6 0,3

9,2 10,8 10,0 9,9 7,8 12,2

2,3 1,1 3,2 2,5 4,9 3,5

4409

47830

0,2

10,8

1,8

2258 9805 3054 4605 11287 1005 252 1877 388 2844 2797 10408 3417 2942 2290 4769 1028 2155

13103 104055 24119 47847 126206 10444 2482 15383 3410 28323 30419 29315 35923 26219 23504 44826 7932 21427

0,8 0,4 0,4 0,2 0,1 0,5 0,1 0,2 0,4 0,2 0,1 2,7 0,1 0,5 0,8 0,4 1,4 0,3

5,8 10,6 7,9 10,4 11,2 10,4 9,9 8,2 8,8 10,0 10,9 2,8 10,5 8,9 10,3 9,4 7,7 9,9

4,8 4,0 3,1 2,1 1,4 4,9 0,7 1,5 3,6 2,0 1,4 7,7 1,2 4,3 7,9 3,8 10,8 2,9

Instituto Su

C

Universid

ii 37

37


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária Quadro 10 – Ribatejo e Oeste Superfície Cabeça Editores Editores 3 agrícola Município normal Efluente (m ) CN / SAU Efluente /CN utilizada - SAU Olga Olga Moreira Moreira (CN) (ha) Vasco Vasco CruzCruz Ribatejo e Oeste 409095 496223 3793870 1,2 7,6 Henrique Henrique Trindade Trindade Abrantes 14015 3173 27540 0,2 8,7 Alcanena 3509 1165 10479 0,3 9,0 Alcobaça 7155 30806 381924 4,3 12,4 Autores Autores Alcochete 3735 2896 39180 0,8 13,5 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Alenquer 12962 16169 141879 1,2 8,8 Almada 521 331 Nunes 3495 0,6 10,6 Rui Rui Nunes Almeirim 12331 612 6557 0,0 10,7 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Alpiarça 5370 793 9502 0,1 12,0 Amadora 62 19 200 0,3 10,3 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária Arruda dos Vinhos 3571 1437 13851 0,4e Veterinária 9,6 Azambuja 10213 12262 139333 1,2 11,4 Regina Regina Menino Menino Barreiro 85Maria 78 807 0,9 10,4 Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Benavente 33032 13744 103980 0,4 7,6 Bombarral 4512 17758 29519 3,9 1,7 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de3763 Agronomia – 41663 Universidade – Universidade de Lisboa de 11,1 Lisboa Cadaval 4998 0,8 Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Caldas da Rainha 6026Elizabeth 16214 93773 2,7 5,8 Cartaxo 9656 Rita Rita 81660 11,6 do7018 Amaral do Amaral Fragoso Fragoso 0,7 Cascais 1141 284 2953 0,2 10,4 Inês Inês SilvaSilva Chamusca 26701 10314 147834 0,4 14,3 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Constância 1753 656 6956 0,4 10,6 Gabriela Zanetti Cirino Cirino 0,1 Coruche 56995 Gabriela 6882Zanetti 91693 13,3 Entroncamento 307 25 239 0,1 9,6 Ferreira do Zêzere 1954 27365 74084 2,7 Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) 14,0 Golegã 8936 276 3120 0,0 11,3 Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Lisboa 56Maria 20 213 0,4 10,6 Hartmut Hartmut Nestler Nestler Loures 3858 1882 23448 0,5 12,5 Lourinhã 5565 13346 76164 2,4 5,7 Mafra 8679 13101 116893 1,5 8,9 TTerra TTerra Moita 2728 8807 151156 3,2 17,2 Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo0,8 Montijo 16590 Maria 13302 174170 13,1 Nazaré 876 Maria 901 13009 1,0 14,4 Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Óbidos 3305 1163 3849 0,4 3,3 Odivelas 140 106 1102 0,8 10,4 Universidade de Évora de Évora 0,2 Oeiras 179 Universidade 31 341 11,1 Vasco Vasco FitasFitas da 60950 Cruz da Cruz 5,0 Ourém 3912 19573 3,1 Palmela 26250 10337 125201 0,4 12,1 Carlos Carlos Cupeto Cupeto Peniche 2714 699 7175 0,3 10,3 Diogo Diogo Coelho Coelho Rio Maior 5428 27865 204532 5,1 7,3 José José Carlos Carlos Rico Rico Salvaterra de Magos 10288 6904 88417 0,7 12,8 Santarém 27716 68817 758299 2,5 11,0 Sardoal 837 409 4610 0,5 11,3 Universidade Universidade de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Seixal 431 de Trás-os-Montes 158 1608 0,4 10,2 Sesimbra 3113 509 Trindade 5048 0,2 9,9 Henrique Henrique Trindade Setúbal 3940 950 9557 0,2 10,1

ii

38

38

ii

Efluente / SAU 9,3 2,0 3,0 53,4 10,5 10,9 6,7 0,5 1,8 3,2 3,9 13,6 9,5 3,1 6,5 8,3 15,6 8,5 2,6 5,5 4,0 1,6 0,8 37,9 0,3 3,8 6,1 13,7 13,5 55,4 10,5 14,9 1,2 7,9 1,9 15,6 4,8 2,6 37,7 8,6 27,4 5,5 3,7 1,6 2,4


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Superfície agrícola utilizada - SAU Editores (ha) Olga Moreira Sintra 5466 Sobral 2452 Vasco Cruzde Monte Agraço 6013 HenriqueTomar Trindade Torres Novas 9717 Torres Vedras 15279 Vila Franca de Xira 13760 Autores Vila Nova da Barquinha 263 Município

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Quadro 11 – Alentejo Carolina Ligeiro

Superfície

agrícola onal de Investigação Agrária e Veterinária Município utilizada - SAU Regina Menino (ha) Maria Amélia Alentejo Castelo Branco 2144066

Alandroal 46822 Alcácer Sal 114261 rior de Agronomia – do Universidade de Lisboa Aljustrel 36336 Elizabeth D’Almeida Duarte Almodôvar 48214 Rita do Amaral Fragoso Alter do Chão 30263 InêsAlvito Silva 20158 Arraiolos 62869 udia Marques-dos-Santos Cordovil Arronches 26112 Gabriela Zanetti Cirino Avis 47908 Barrancos 14010 Beja (SIRO) 110754 Leal & Soares 8997 Maria Cecília Borba Amaral Nestler Campo Maior 20872 HartmutCastelo Nestler de Vide 17796 Castro Verde 51420 Crato 27447 TTerra Cuba 14030 Maria Antónia Figueiredo Elvas 54318 Maria JoãoEstremoz Figueiredo 42412 Évora 114752 Ferreira do Alentejo 61985 Universidade de Évora Fronteira 23232 Vasco Fitas da Cruz Gavião 13690 CarlosGrândola Cupeto 46602 DiogoMarvão Coelho 8704 Mértola 104175 José Carlos Rico Monforte 40772 Montemor-o-Novo 109532 Mora 68445 e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Moura 72285 HenriqueMourão Trindade 22728

Cabeça normal (CN) 6026 2910 10066 4730 107397 1552 485

Cabeça normal (CN) 292405 6407 8401 4825 7289 7655 13004 10487 2239 4885 1279 8486 1377 2202 1341 4693 2168 2356 6044 6725 10173 7041 3427 699 16186 1303 13205 3281 18827 2481 5117 4740

Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN 48721 33299 43867 49567 312744 23345 1764

1,1 1,2 1,7 0,5 7,0 0,1 1,8

8,1 11,4 4,4 10,5 2,9 15,0 3,6

Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN 3348586 70177 92309 62606 75463 90544 157176 132689 22733 52115 13689 95055 14164 30281 14185 47346 22161 27835 77366 70457 117109 85749 37736 6998 182534 13131 135909 33976 243599 25065 53735 70530

0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,3 0,6 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 0,3 0,1 0,1 0,1 0,2 0,0 0,1 0,2

Efluente / SAU

11,5 11,0 11,0 13,0 10,4 11,8 12,1 12,7 10,2 10,7 10,7 11,2 10,3 13,8 10,6 10,1 10,2 11,8 12,8 10,5 11,5 12,2 11,0 10,0 11,3 10,1 10,3 10,4 12,9 10,1 10,5 14,9

8,9 13,6 7,3 5,1 20,5 1,7 6,7

Efluente / SAU

ii

Instituto N

1,6 1,5 0,8 1,7 1,6 3,0 7,8 2,1 0,9 1,1 1,0 0,9 1,6 1,5 0,8 0,9 0,8 2,0 1,4 1,7 1,0 1,4 1,6 0,5 3,9 1,5 1,3 0,8 2,2 0,4 0,7 3,1

Instituto Su

C

Universid 39

39


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Superfície Editores Editores Cabeça agrícola normal Efluente (m3) CN / SAU Efluente /CN Olga Olga Moreira Moreira utilizada - SAU (CN) (ha) Vasco Vasco CruzCruz Nisa 28983 Henrique 5699 Trindade 47745 0,2 8,4 Henrique Trindade Odemira 78649 9542 112997 0,1 11,8 Ourique 49029 10469 109568 0,2 10,5 Ponte de Sor 82584 8792Autores 90707 0,1 10,3 Autores Portalegre 29256 4629 46605 0,2 10,1 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Portel 46234 8764 107046 0,2 12,2 Rui Nunes Rui Nunes Redondo 34447 6630 98303 0,2 14,8 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Reguengos de Monsaraz 32165 4453 45497 0,1 10,2 Santiago do Cacém 72619 15331 183846 0,2 12,0 Serpa 92300 10543 107547 0,1 10,2 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Sines 6029 670 6823 0,1 10,2 Regina Regina Menino Menino Sousel 21335 4762 57337 0,2 12,0 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco0,2 Vendas Novas 16287 2808 18070 6,4 Viana do Alentejo 31683 5045 64803 0,2 12,8 Vidigueira 23811 44216 0,1 12,9 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de 3435 Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Vila Viçosa 16754 2417 31824 13,2 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte0,1 Município

Quadro 12 – Algarve

Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Superfície

Cabeça agrícola Efluente Efluente normal CN / SAU 3 utilizada - SAU (m ) /CN Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) (CN) (ha) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Algarve 100605 13247 143890 0,1 10,9 Hartmut Nestler Albufeira 3752 Hartmut 872 Nestler 9043 0,2 10,4 Alcoutim 14614 1904 19318 0,1 10,1 Aljezur 4608 329TTerra 3766 0,1 11,4 TTerra Castro Marim 6616 855 8637 0,1 10,1 Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Faro 5086 581 6312 0,1 10,9 Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo Lagoa 1093 289 3185 0,3 11,0 Lagos 5228 885 10131 0,2 11,4 Loulé 17559 1704 de Évora 17784 10,4 Universidade Universidade de Évora 0,1 Monchique 2365 Vasco 893 Fitas 11801 0,4 13,2 Vasco Fitas da Cruz da Cruz Olhão 2459 350 3946 0,1 11,3 Carlos Carlos Cupeto Cupeto Portimão 3023 393 4432 0,1 11,3 Diogo Diogo Coelho São Brás de Alportel 2483 99Coelho 1027 0,0 10,3 Silves 14064 JoséJosé 2492Carlos 0,2 11,2 Carlos Rico27974 Rico Tavira 10094 614 6450 0,1 10,5 Vila do Bispo 5698 842 8602 0,1 10,2 Vila Real de Santo Universidade António 1862 140 0,1CITAB 10,3 Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e 1451 Alto e Alto Douro, Douro, CITAB Município

Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 40 40

ii

Efluente / SAU 1,6 1,4 2,2 1,1 1,6 2,3 2,9 1,4 2,5 1,2 1,1 2,7 1,1 2,0 1,9 1,9

Efluente / SAU 1,4 2,4 1,3 0,8 1,3 1,2 2,9 1,9 1,0 5,0 1,6 1,5 0,4 2,0 0,6 1,5 0,8


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Pela leitura destes quadros constata-se a heterogeneidade existente entre Editores

Olga Moreira municípios da mesma região administrativa nos indicadores em estudo. Vasco Verifica-se Cruz que o valor mais elevado para o indicador Efluentes/CN Henrique Trindade3

(17,4m /CN) se regista no município de Vila do Conde (região administrativa de Entre Douro e Minho) enquanto um dos valores mais baixos (2,8m3/CN) Autores também se regista num município (Amares) da mesma região ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes administrativa Carolina Ligeiro

Quanto ao indicador Efluentes/SAU este regista o seu valor mais elevado

3 onal de Investigação Agrária e Veterinária (147,7m /SAU) também no município de Vila do Conde, sendo do menor Regina Menino 3 valor (0,2m /SAU) registado no município de Peso da Régua da região Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte 2.3.2. Por espécie pecuária e sistema de maneio Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil De acordo com o Quadro 13 as espécies pecuárias que mais efluentes Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

administrativa de Trás-Os-Montes.

C

geram no nosso país é a espécie bovina, seguida dos suínos e ovinos. Os bovinos Leal & Soares (SIRO) registam os maiores volumes de produção quer de estrume quer Maria Cecília Amaral Nestler No entanto, os suínos produzem quantidades de chorume de chorume. Hartmut Nestler próximas das produzidas pelos bovinos, enquanto os ovinos praticamente só produzem estrume. TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

41 41


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 13 – Produção de efluente por espécie animal Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira

Espécie

Efluente Vasco Vasco CruzCruz Trindade Trindade (estrume Henrique e Henrique Estrume chorume) Autores Autores Cabeça Cabeça Volume Volume Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen normal normal 3 (m3) Rui Nunes Rui Nunes (m ) (CN) (CN)

Chorume (a) Cabeça normal (CN)

Volume (m3)

Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro 473875 661266 392507 490393 81368 170873 Aves Bovinos 449004 6954062 250599 3394329 198406 3559733 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária 281757 3610098 11963 105090 269795 3505008 Suínos Regina Regina Menino Menino 63630 Maria 636302 63630 636302 Caprinos Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco 310646 3106465 310646 3106465 Ovinos Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa 411912 34326 411912 Equídeos 34326 Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte 1613238 Elizabeth 15380105 1063671 8144491 549569 7235614 Total a)Para

Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso

aves considerou-se a produção de excrementos; Inês Inês SilvaSilva para ovinos, caprinos e equídeos não se considerou produção de Cláudia chorume Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil

Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

&23 Soares &pode-se Soares (SIRO) (SIRO) Pela leitura dos Quadros Leal 14 aLeal constatar que a produção de Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler efluentes pelas aves é mais importante nasNestler regiões administrativas do Hartmut Hartmut Nestler Nestler Ribatejo Oeste e da Beira Litoral, enquanto os bovinos, particularmente os bovinos de leite assumem maiorTTerra importância na região de Entre Douro e TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo são responsáveis pelo Minho. Os ovinos e caprinos e outros herbívoros Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo maior volume de efluentes produzidos na região do Alentejo, enquanto os suínos assumem grandeUniversidade importância na região Ribatejo e Oeste. A Universidade de Évora de Évora produção de efluentes provenientes das diversas espécies pecuárias Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupetodo Algarve. apresenta valores muito reduzidos na região Diogo Diogo Coelho Coelho

Efetuando-se uma leitura mais Josécuidadosa José Carlos Carlos Ricodos Rico quadros é também possível analisar a produção dos dois tipos de efluentes pecuários (chorume e Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 42ii 42


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

estrume) em cada região administrativa de acordo com o sistema de Editores

Olga Moreira maneio praticado. Vasco Cruz Henrique Trindade

Quadro 14 – Produção de efluente das aves em geral

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Aves

Efluente (excremento + Excremento estrume) Região onal de Investigação Agrária e Veterinária Cabeça Cabeça Volume Volume Regina Menino normal normal 3 (m ) (m3) Maria Amélia Castelo Branco (CN) (CN) Douro de Lisboa rior de AgronomiaEntre – Universidade 17885 26313 4404 9249 e Minho Elizabeth D’Almeida Duarte Trás-osRita do Amaral Fragoso 6819 8692 4 9 Inês Silva Montes udia Marques-dos-Santos Cordovil 204064 282741 28846 60576 Beira Litoral Gabriela Zanetti Cirino Beira 16151 27400 8672 18211 Interior Leal & Soares (SIRO) Ribatejo e Maria Cecília Amaral Nestler 225827 311884 39056 82018 Oeste Hartmut Nestler 3114 4216 385 809 Alentejo 16 19 TTerraAlgarve

Estrume Cabeça normal (CN)

Volum e (m3)

13480

17064

6815

8683

175218

222165

7479

9189

186770

229866

2729 16

3407 19

Instituto N

Instituto Su

C

Maria Antónia Figueiredo *Considerou-se para produção de excremento os animais alojados em jaulas Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

43 43


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 15 – Produção de efluente dos frangos de carne Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira

Região

Vasco Vasco Cruz Frangos de Cruz carne Henrique Henrique Trindade Trindade Efluente (excremento + Excremento Estrume Autores estrume) Autores Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Cabeça Cabeça Cabeça Volume Volume Rui Nunes Rui Nunes Volume normal normal normal 3 Carolina Ligeiro Ligeiro (m3) (m )Carolina (m3) (CN) (CN) (CN)

Entre Douro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária e- Veterinária e Veterinária 8876 11538 - Agrária 8876 e Minho Regina Regina Menino Menino Trás-osMaria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco 5051 6567 5051 Montes Instituto Instituto Superior Superior de154740 Agronomia de Agronomia –- Universidade – Universidade de Lisboa 119031 - de Lisboa 119031 Beira Litoral Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Beira Rita do Amaral do Amaral Fragoso 2143 Rita2786 - Fragoso 2143 Interior Inês Inês SilvaSilva Ribatejo e Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil 57414 74638 -Cordovil57414 Oeste Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 1324 1721 1324 Alentejo Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) 2 2 2 Algarve Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 44ii 44

11538 6567 154740 2786 74638 1721 2


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 16 – Produção de efluente das galinhas poedeiras e reprodutoras Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

Região

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Galinhas poedeiras e reprodutoras Efluente (excremento + Excremento Estrume estrume) Cabeça Cabeça Cabeça Volume Volume Volume normal normal normal 3 3 (m ) (m ) (m3) (CN) (CN) (CN)

8421 14069 Entre Douro onal de Investigação Agrária e Veterinária e Minho Regina Menino 670 808 Trás-osMaria Amélia Castelo Branco

Montes

4404

9249

4016

4820

4

9

665

798

40950 4793

49140 5752

50774

60929

24 11

29 13

rior de AgronomiaBeira – Universidade Lisboa 109717 69796 28846 60576 Litoral de Elizabeth D’Almeida Duarte 13465 23962 8672 18211 Beira Rita do Amaral Fragoso Interior Inês Silva 89831 142947 39056 82018 RibatejoCordovil e udia Marques-dos-Santos Oeste Gabriela Zanetti Cirino 410 838 385 809 Alentejo 11 13 0 0 Algarve Leal & Soares (SIRO) *Considerou-se Maria Cecília Amaral Nestler para excremento os animais alojados em jaulas Hartmut Nestler

Instituto N

Instituto Su

C

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

45 45


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 17 – Produção de efluente dos perús e patos Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz Perús e patos Henrique Henrique Trindade Trindade Efluente

Região

(excremento + Excremento Autores Autores estrume) Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen CabeçaIngredient Cabeça Volume Rui Nunes Rui Nunes Volume normal normal 3 3 (m ) Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro (m ) (CN) (CN)

Estrume Cabeça Volume normal (m3) (CN)

Entre Douro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária e-Veterinária e Veterinária 588 706 - Agrária 588 706 e Minho Regina Regina Menino Menino Trás-osMaria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco 1098 Maria 1318 - Branco 1098 1318 Montes Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia –- Universidade – Universidade de Lisboa 18285 15237 18285 - de Lisboa 15237 Beira Litoral Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Beira 543 - Fragoso543 651 Rita651 Rita do Amaral do Amaral Fragoso Interior Inês Inês SilvaSilva Ribatejo e Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 78582 94299 78582 94299 Oeste Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 1381 1657 1381 1657 Alentejo Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) 3 4 3 4 Algarve Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 46ii 46


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 18 – Produção de efluente dos bovinos em geral Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

Região ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro Entre Douro e

Bovinos

Efluente (estrume + Estrume Chorume chorume) Cabeça Cabeça Cabeça Volume Volume Volume normal normal normal (m3) (m3) (m3) (CN) (CN) (CN)

onal de Investigação Agrária e Veterinária 214401 Minho Regina Menino Trás-osMaria Amélia Castelo Branco 34968

3515229

76583

1036879 137818

448316

31398

385566

3571

62750

35915 6586

517682 90987

15773 1902

289736 35823

58029

791939

18601

332397

40105 1982

548366 22911

20685 55

359935 742

Montes rior de AgronomiaBeira – Universidade Lisboa 807418 Litoral de51688 Elizabeth D’Almeida Duarte 8488 126810 Beira Interior Rita do Amaral Fragoso Ribatejo e Inês Silva 76631 1124336 Oeste Cordovil udia Marques-dos-Santos 60791 908301 Alentejo Gabriela Zanetti Cirino 2037 23653 Algarve Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Instituto N

2478350

Instituto Su

C

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

47 47


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 19 – Produção de efluente dos bovinos de leite Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira

Região

Bovinos deCruz leite Vasco Vasco Cruz Henrique Henrique Trindade Trindade Efluente (estrume Estrume + chorume) Autores Autores Cabeça Cabeça Volume Volume Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen normal normal (m3) Rui Nunes (m3) Rui(CN) Nunes (CN)

Chorume Cabeça normal (CN)

Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Entre Douro 112343 2246307 22152 410922 90191 e Minho Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Trás-osRegina Regina Menino Menino 64449 5598 107656 3474 2123 Montes Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco 503532 14845 275381 11211 Beira Litoral 26057 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Beira 3644 Elizabeth 70255 2162 Duarte 40107 1481 Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Interior Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Ribatejo e Silva Silva 327861 29540 569321Inês Inês 17674 11865 Oeste Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 24141 469017 12363 229325 11778 Alentejo Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 16 302 16 302 0 Algarve Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 48ii 48

Volume (m3) 1835384 43207 228151 30148 241460 239692 0


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 20 – Produção de efluente de outros bovinos Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Outros bovinos Efluente (estrume Estrume + chorume) AutoresRegião Cabeça Cabeça ngredient Odyssey/Entogreen normal Volume normal Volume (m3) (m3) Rui Nunes (CN) (CN) Carolina Ligeiro Entre 102058 1268922 54431 625956 Douro e onal de Investigação Agrária e Veterinária Minho Regina Menino Trás-osMaria Amélia Castelo Branco 29371 340660 27923 321117 Montes rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Beira 303885 21070 242300 Elizabeth D’Almeida Duarte 25631 Litoral Rita do Amaral Fragoso Beira Inês Silva 4845 56555 4424 50880 Interior Cordovil udia Marques-dos-Santos Ribatejo Gabriela Zanetti Cirinoe 47091 555015 40355 464078 Oeste Leal & Soares (SIRO) 36650 439284 27743 319041 Alentejo Maria Cecília Amaral Nestler 2021 23351 1966 22609 Algarve Hartmut Nestler

Chorume Cabeça normal (CN)

Volume (m3)

47627

642966

1448

19543

4562

61585

420

5676

6736

90937

8907 55

120243 742

Instituto N

Instituto Su

C

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

49 49


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 21 – Produção de efluente de suínos Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Suínos Henrique Henrique Trindade Trindade Efluente (estrume

Região

Estrume Chorume + chorume) Autores Autores Cabeça Cabeça Cabeça Volume Volume Volume Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen normal normal normal (m3Rui ) Nunes (m3) (m3) Rui Nunes (CN) (CN) (CN) Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Entre Douro 6359 77300 1492 13037 4867 64263 e Minho Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Trás-osRegina Regina Menino Menino 19450 3963 44890 2170 1794 25440 Montes Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco 66925 886138 3901 34443 63024 851695 Beira Litoral Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Beira Instituto 4185 Elizabeth 51133 480Duarte 4115 3705 47018 Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Interior Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Ribatejo e Inês Inês Silva Silva 149709 1900590 2548 21949 147161 1878640 Oeste Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 48943 Gabriela 627753 931 8044 48012 619710 Alentejo Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino 1673 22294 441 4053 1232 18242 Algarve Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 50ii 50


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 22 – Produção de efluente de caprinos e ovinos Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Região

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Entre Douro e Rui Nunes Minho Carolina Ligeiro

Caprinos* Produção Cabeça de estrume normal (CN) (m3) 7857

Trás-os8845 Montes onal de Investigação Agrária e Veterinária 9584 Beira Litoral Regina Menino 10537 Beira Interior Maria Amélia Castelo Branco Ribatejo e 8956 rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Oeste Elizabeth D’Almeida Duarte 15338 Alentejo Rita do Amaral Fragoso 2514 Algarve Inês Silva

Ovinos* Cabeça Produção normal de estrume (CN) (m3)

78568

11954

119544

88448

34508

345081

95841 105372

17702 56122

177019 561219

89561

26855

268545

153378 25135

157853 5653

1578529 56528

Instituto N

Instituto Su

udia Marques-dos-Santos Cordovil *Não foram diferenciados sistemas de produção. Gabriela Zanetti Cirino

Quadro Leal & Soares (SIRO)23 – Produção de efluente de equídeos Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler Equídeos* Região TTerra Maria Antónia Entre Figueiredo Douro e Minho Maria João Figueiredo Trás-os-Montes

Beira Litoral

Universidade de Évora Interior Vasco Fitas Beira da Cruz Ribatejo e Oeste Carlos Cupeto Alentejo Diogo Coelho José CarlosAlgarve Rico

Cabeça normal (CN) 6502 6115 2636 3105 8246 6367 1355

C

Produção de estrume (m3) 78019 73378 31627 37265 98954 76409 16260

*Considerados também outros herbívoros tais como os Asininos; não foram diferenciados sistemas de produção.

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

51 51


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

2.3.3. Mapeamento da produção de efluentes em Portugal Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz Nas Figuras 13, 14 e 15 estão representados geograficamente, para Henrique Henrique Trindade Trindade

Portugal continental, à escala do municipio, a produção total de efluentes pecuários e os indicadores de Efluente/cabeça normal e Efluente/superfície Autores Autores agrícola utilizada. PorIngredient meio do mapeamento é possível identificar as zonas Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes do território nacional onde se concentra a maior / menor produção total de Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro efluentes, bem como os municípios onde se verificam os maiores e menores valores dos indicadores Efluentes/CN e Efluentes/SAU. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Menino Meninodispersão geográfica ao nível A Figura 13 mostra a existência deRegina uma grande Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

da produção de efluentes, sendo possível identificar municípios que Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia Universidade – Universidade de no Lisboa de litoral Lisboa quer no produzemInstituto elevadas quantidades de –efluentes quer Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte interior do território continental, á exceção da região do Algarve. Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso

Inês Inês Silva Silvadispersão territorial em relação A Figura 14 também evidencia uma grande Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos ao indicador volume de efluentes produzidos Cordovil por Cordovil número de animais, neste Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino caso cabeças normais presentes em cada concelho, notando-se, no entanto, uma tendência para este indicador seja superior nalguns Leal Leal &que Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler concelhos da região de Entre Douro e Minho, embora alguns concelhos Hartmut Hartmut Nestler Nestler em Trás-os-Montes, no localizados noutras regiões, nomeadamente Ribatejo Oeste e no Alentejo, também apresentem valores elevados. TTerra TTerra

Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo A Figura 15 mostra queMaria asMaria zonas litorais localizadas a norte do rio Tejo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo apresentam maiores valores para o indicador Efluentes/SAU, enquanto que as zonas interiores de norte a sul do território Universidade Universidade de Évora de Évora continental apresentam Vasco Vasco Fitas Fitas daindicador. Cruz da Cruz valores relativamente baixos para este Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 52ii 52


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos RicoFigura 13. Volume total de efluente pecuário produzido em cada

município de Portugal

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

53 53


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho José José Carlos Carlos Rico Rico Figura 14. Volume de efluente pecuário produzido por cabeça normal em

Portugal

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 54ii 54


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José CarlosFigura Rico 15. Volume de efluente pecuário produzido por superfície agrícola

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

utilizada em Portugal

Universid ii

55 55


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

2.3.4. Avanço de alguns dados quantitativos Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz No âmbito deste grupo operacional realizaram-se recolhas de amostras de Henrique Henrique Trindade Trindade

efluentes pecuárias (chorume e estrume), em vacarias de leite e de carne, pavilhões de suinicultura, instalações de ovinos e caprinos, e em pavilhões Autores Autores de avicultura, localizados nas Odyssey/Entogreen regiões do Alentejo e Ribatejo Oeste. As Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Ruicom Nunes amostras foram recolhidas de acordo os procedimentos adequados em Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro função do material e da análise a ser efetuada. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Estas amostras foram posteriormente analisadas em laboratórios Regina Regina Menino creditados para o efeito, com vista à Menino determinação da sua composição Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco analítica. Os resultados destas análises encontram-se resumidos nos Instituto Instituto Superior Superior de(chorume). Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Quadros 24 (estrume) e 25 Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 56ii 56


rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Caprinos

Caprinos

Bovinos

Suínos

Suínos

Equinos

Ovinos

Aves

Aves

8,1 7,9 7,0 7,0 6,8 7,7 7,6 6,9 6,8 8,6 8,6 8,5

8,5 7,8 7,6 7,3 8,1 8,0 7,2 7,3 8,9 9,2 9,4

8,0

8,5

8,5

52,6

59,3

93,4

93,5

84,9

98,9

88,6

93,2

91,8

93,7

70,3

54,5

59,7

MO (%)

2,5

2,0

2,7

2,5

1,6

1,4

1,8

4,4

4,1

2,7

2,2

2,0

1,9

N (%)

6840

6383

695

1748

945

4349

14507

9997

9387

12389

17016

2767

4565

P2O5 (ppm)

Mg (solúvel) (ppm)

240

45760

34880

22080 35200 34560 42880 28800 2640 4160 7040 4480 4960

K2O (ppm)

11168

7344

27776

18144 16288 18720 9568 3044 8080 9200 30800 32840 32600

Cu (ppm)

9,0

7,5 40,0 23,5 36,0 29,0 7,0 1,0 13,0 50,0 5,0 2,0 3,5

Fe (ppm)

905

247

645

250 185 212 150 750 196 550 276 108 140

Ca (solúvel) (ppm)

17520 12160 88640 17680 4928 6496 13280 9184 5620 22720 14040 14400 17920

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Aves

Aves

Bovinos de carne

Pilha de estrume Parque dos animais Pavilhão galinhas reprodutoras Pavilhão frangas de recria Pavilhão frangos de carne Pavilhão frangos de carne Parque dos animais Parque dos animais Saída separador Pilha estrume pós - separador Parque vacas em gestação Pilha de estrume Parque dos animais

pH (KCl)

151,0

129,0

93,0

235,0

121,5

113,0

360,0

235,0

179,5

520,0

995,0

101,5

162,5

Mn (ppm)

54,5

42

32,5

280

51,5

12

115

10

150

115

495

110

10

Zn (ppm)

32,2

37,5

24,6

36,8

43,6

23,1

17,8

27,0

31,1

21,7

32,7

25,5

24,4

Boro (ppm)

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Bovinos de carne

pH (H2O)

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Autores

Local da amostragem

Editores

Exploração

Quadro 24 – Resultados de análises em amostras de estrume Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

ii

57

Instituto N

Instituto Su

C

Universid


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Suínos

Bovinos de leite

Suínos

Bovinos de carne

Exploração

Lagoa - pós separador

Fossa - ciclo completo

Fossa

Fossa primeira fase

Fossa

Local da amostragem

1883,4

2573,55

619,20

1973,70

438,6

Amónio (mg/l NH4)

1573,8

1341,6

Azoto Total (mg/l N)

397,6

1783,8

849,6

2177,5

1656

1722

1580

335,2

1340,8

1300

1401,6

3465

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco 2392,2

3492,1

4637,8

2466,1

3448,6

2973,1

Fósforo Total (mg/l P2O5)

15200

11900

5400

3650

14200

2520

Matéria Orgânica (mg/l)

4150

13100

4133,7

5250

3588,3

4468,2

4650

13800

1480,2

65500

5256,5

10403

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Potássio (mg/l K)

3400

Carência Bioquími ca de Oxigênio (mg/l O2)

12848

6888

Carência Química de Oxigênio (mg/l O2)

10,3

7,2

pH

3000

19600

7600

10000

28000

Sólidos Totais (mg/l)

5024

15596

3876

15060

13580

20460

6,4

49788

33456

7,2

14616

62976

6,8

11968

15360

51168

7,7

ii

18420

21648

6,7

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

89710

240096

Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

1685,8

9200

7,1

1038,8

32472

7,1

897,4

66912

7,5

1822

18696

7,7

1837,6

85608

7,4

721,3

76752

1040,2

14800

14400

26000

10400

44000

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

1138,3

1599,1

1788,8

2029,1

6300,1

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Quadro 25 – Composição analisada de amostras de chorume

Bovinos de leite

Lagoa

Lagoa

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro 412,8

1315,8

1419

1625,4

4128

Bovinos de leite

Suínos

Fossa – ciclo completo

Suínos

Suínos

Lagoa - pós separador

Fossa segunda fase Fossa primeira fase

Suínos

Fossa

58

Suínos

Bovinos de leite

ii

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Estes resultados, muito preliminares, quando comparados com os valores cons-

tantes no anexos VI e VII do Despacho 1230/2018 (Código de Boas Práticas AgríEditores

Olga Moreira colas) indiciam a necessidade de recolha de mais amostras e respetiva análise Vasco deCruz modo a que os valores constantes dos citados anexos sejam atualizados tenHenriquedo Trindade em conta a realidade dos sistemas produção animal atualmente praticados

no nosso país.

Autores ngredient Odyssey/Entogreen 2.3.5. Referências

Rui Nunes Decreto Lei nº 81/2013 de 14 de Junho. Diário de República nº 113/2012 - I SéCarolina Ligeiro rie. Lisboa: Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento

do Território

onal de Investigação Agrária e Veterinária Despacho nº 1230/2018 de 05 de Fevereiro. Diário da República nº 25/2018 – II Regina Menino Maria AméliaSérie. CasteloAmbiente Branco e Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural - Gabinetes

Instituto N

dos Secretários de Estado do Ambiente e das Florestas e do Desenvolvimento

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Instituto Su Rural. Lisboa. Elizabeth D’Almeida DuarteBase de dados. Lisboa, Portugal: INE, Instituto Nacional de EstaINE. (2022). Rita do Amaral Fragoso tística. Disponível em: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=iInêsne_base_dados&contexto=bd&selTab=tab2 Silva udia Marques-dos-Santos C Portaria nºCordovil 79/2022 de 03 de Fevereiro. Diário da República nº 24/2022 – I SéGabriela Zanetti Cirino

rie. Ambiente e Ação Climática e Agricultura. Lisboa. Portaria nº 259/2012 de 28 de Agosto. Diário da República nº 166/2012 – I SéLeal & Soares (SIRO) Ministério Maria Cecília rie. Amaral Nestler da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. Hartmut NestlerLisboa. TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii 59


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

2.4. SIG – Georreferenciação: efluentes Editores Editores pecuários e o geoportal do Olga Olga Moreira Moreira GoEfluentes – Terras e Efluentes

Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são um conjunto de

ferramentas computorizadas (hardware e software) que permitem a Autores Autores recolha, armazenamento, pesquisa, transformação e apresentação de Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen dados e informação referenciada Ruiespacialmente. Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro em permanente evolução Não sendo tecnologias recentes, sãoLigeiro tecnologias e atualização. Ao georreferenciar objetos Agrária e associar-lhes um vasto conjunto Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária de informação sob a forma de base de Menino dados geográfica, estas tecnologias Regina Regina Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco permitem um vasto conjunto de operações com esses dados. O SIG da Terras e Efluentes, abrangendo estes conceitos, vai mais Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa dealém, Lisboano sentido de que com a integração das componentes Internet Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte e Geoportal, abre uma Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso nova linha de perspetivas para os intervenientes (produtores pecuários e Inês Inês SilvaSilva agricultores), que utilizam a informação geoespacial disponibilizada, que Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil pelos meios tradicionais não seria possível. Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Um dos principais desenvolvimentos ao nível de ferramentas SIG, Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) atualmente, tem sido aMaria disponibilização de dados e informação geográfica Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler (IG) via Internet. Disponibilizando aosNestler utilizadores o acesso a grandes quantidades de informação, de forma simples. Os SIGWeb permitem, assim, TTerra TTerra combinar duas poderosas tecnologias: os SIG, analisando e integrando Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo informação geográfica e aMaria Internet, fornecendo Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredoconectividade a um nível global. O resultado desta sinergia resulta numa maior facilidade em Universidade Évora de Évora encontrar e disponibilizarUniversidade dados e, emdepartilhar ferramentas analíticas. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz

Carlos Carlos Cupeto Cupeto Após este enquadramento, expõe-se de seguida a relevância dos SIG na Diogo Diogo Coelho Coelho gestão da informação geoespacial da valorização agrícola dos efluentes JoséJosé Carlos Carlos RicoRico pecuários, que assenta em três grandes variáveis:

-

Ordenamento e condicionantes do eterritório; Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 60ii 60


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores-

Características

dos

parcelários,

designadamente

limites

de

Olga Moreira propriedade, áreas úteis e ocupações culturais; Vasco Cruz - Distâncias entre fontes produtoras de nutrientes e parcelários Henrique Trindade

recetores de nutrientes.

Autores Em matéria de valorização agrícola dos efluentes pecuários (EP), existem

ngredient Odyssey/Entogreen condicionantes ao nível do ordenamento do território que têm que de ser Rui Nunes na seleção das áreas úteis disponíveis, no sentido de garantir Carolina asseguradas Ligeiro

o cumprimento de determinados objetivos ambientais. Destacam-se as

onal de Investigação Agrária e Veterinária tipologias da Reserva Ecológica Nacional e do Domínio Hídrico. Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco Conforme indicado na Portaria n.º 79/2022 de 3 de fevereiro, a valorização

Instituto N

agrícola de EP dedeve ter por base o Documento P3 do Sistema de rior de Agronomia – Universidade Lisboa Identificação Elizabeth D’Almeida Duarte do Parcelar (iSIP) correspondente ao parcelário. Neste Rita do Amaral Fragoso documento são identificados, entre outros, os limites da parcela, as Inês Silva ocupações culturais e respetivas áreas. udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti ParaCirino além disso, ainda a montante, na fase de elaboração do Plano de

Instituto Su

C

Gestão dos Efluentes Pecuários (PGEP), conhecer atempadamente as áreas

Leal & Soares (SIRO) disponíveis Maria Cecília Amaral Nestler dentro de um raio definido como a distância máxima Hartmut Nestler economicamente viável para o transporte do EP, é uma variável facilitadora

da exequibilidade do PGEP. Quando o produtor pecuário é detentor de

TTerra áreas culturais suficientes para a valorização agrícola dos EP que produz, a Maria Antónia Figueiredo gestão da valorização agrícola dos EP é realizada sem contratempos. Maria João Figueiredo

Contudo, na realidade do nosso País, no geral, o produtor pecuário não

Universidadepossui de Évora áreas suficientes para a valorização agrícola do EP, necessitando de Vasco Fitas da Cruz contratar externamente áreas agrícolas caso pretenda que o EP seja Carlos Cupeto encaminhado para valorização agrícola. E, é para este público alvo que o Diogo Coelho José Carlos Rico geoportal do grupo operacional GOEfluentes – Terras e Efluentes foi

desenhado. Tendo como objetivo influenciar a oportunidade de juntar a e de Trás-os-Montes e Alto CITABcom a oferta de nutrientes (Figura 16). procura deDouro, nutrientes Henrique Trindade

ii

61 61

Universid


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Figura 16. Plataforma Terras e Efluentes

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico 62

ii 62

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

3. LEGISLAÇÃO SOBRE EFLUENTES PECUÁRIOS

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Maria Antónia Figueiredo e Maria João Figueiredo Carolina Ligeiro

TTerra – Engenharia e Ambiente Lda onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

63 63


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Pretende-se neste capítulo proceder a uma análise não exaustiva, dos Editores Editores Olga Moreira Moreira principais referenciais legais aOlga atender na gestão dos efluentes pecuários de Vasco CruzCruz exploração de bovinos, suínos eVasco aves. Henrique Henrique Trindade Trindade

3.1. Legislação Portuguesa

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes pecuária 3.1.1. Regime do exercício da atividade Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

O Decreto-Lei n.º 81/2013 de 14 de junho aprova o regime do exercício da Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária atividade pecuária (NREAP),Regina nas explorações pecuárias, entrepostos e Regina Menino Menino centros de agrupamento. Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco A instalação, a alteração e o exercício de uma atividade pecuária ficam Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa sujeitos aos procedimentos e condições previstos neste diploma. O NREAP Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte aplica-se também às atividades complementares Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso de gestão de efluentes Inês Inês Silva Silva pecuários anexas a explorações pecuárias ou unidades autónomas, quando Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil se tratar de unidades de compostagem, de unidades técnicas ou de Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino unidades de produção de biogás, bem como das explorações agrícolas que sejam valorizadoras de efluentes pecuários. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler É estabelecido no Decreto-Lei n.º 81/2013 que, tendo em vista o Hartmut Hartmut Nestler Nestler cumprimento das normas de gestão dos efluentes pecuários, as atividades pecuárias devem obrigatoriamente apresentar o Plano de Gestão de TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Efluentes Pecuários (PGEP), nos termos da Portaria n.º 79/2022 de 3 de Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo fevereiro. Universidade Universidade de Évora de Évora

3.1.2. Gestão dos efluentes das Vasco Vasco Fitasatividades Fitas da Cruz da Cruz pecuárias Carlos Carlos Cupeto Cupeto

Diogo Coelho Coelho A gestão dos efluentes das Diogo atividades pecuárias está legislada com um JoséJosé Carlos Carlos RicoRico diploma próprio, a Portaria n.º79/2022, de 3 de fevereiro (revogou a Portaria n.º 631/2009, de 9 de junho), complementarmente, as respetivas Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB portarias relativas à atividade de detenção e produção pecuária das Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 64ii 64


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

diferentes espécies animais, também estabelecem normas no âmbito desta Editores

Olga Moreira matéria. Vasco A CruzPortaria n.º 79/2020, de 3 de fevereiro, estabelece as normas Henrique Trindade

regulamentares a que obedece a gestão dos efluentes pecuários e as normas técnicas a observar no âmbito do licenciamento das atividades Autores complementares de gestão de efluentes pecuários anexas a explorações ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes pecuárias ou agropecuárias, ou autónomas. Carolina Ligeiro Esta portaria assenta nos seguintes pressupostos na gestão dos efluentes pecuários: eficiente da água e reutilização.. onal de Investigação Agráriauso e Veterinária No Artigo 5.º deste diploma são apresentados as condicionantes para o Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco armazenamento de efluentes pecuários.

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte n.º 79/2022 dá prioridade à valorização agrícola, A Portaria Rita do Amaral Fragoso regulamentando este e os outros destinos dos efluentes pecuários Inês Silva (valorização orgânica, valorização orgânica e energética, valorização udia Marques-dos-Santos Cordovil energética, Gabriela Zanetti Cirino tratamento em ETAR, e eliminação). Os requisitos e interdições

Instituto N

Instituto Su

C

para a valorização agrícola dos efluentes pecuários são estabelecidos nos

Leal & Soares (SIRO)12º, 13º e 14º. artigos Maria Cecília Amaral Nestler O anexo III estabelece as determinações analíticas a efetuar aos efluentes Hartmut Nestler

pecuários, aos fertilizantes orgânicos produzidos com estes e aos solos a

TTerra beneficiar, bem como a periodicidade das amostragens, sendo ainda Maria Antóniaidentificados Figueiredo os métodos de referência para as determinações analíticas. Maria João Figueiredo

n.º 42/2015, de 19 de fevereiro, estabelece as normas UniversidadeAdePortaria Évora Vasco Fitasregulamentares da Cruz aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária, ou Carlos Cupeto atividades complementares, de bovinos, ovinos, caprinos e cervídeos. Diogo Coelho NaRico alínea d) do Artigo 6.º é estabelecido que sempre que o sistema de José Carlos

produção o justifique, as instalações devem estar dotadas de sistema de recolha e Douro, drenagem e de Trás-os-Montes e Alto CITABdos efluentes pecuários constituídos por coletores Henrique Trindade

ii

65 65

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

fechados, para reservatóriosEditores ouEditores sistemas adequados de gestão de OlgaOlga Moreira Moreira efluentes, nos termos da Portaria n.º 631/2009. Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

A Portaria n.º 636/2009, de 9 de junho, estabelece as normas regulamentares aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária ou Autores Autores atividades complementares de animais da espécie suína. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes O n.º 8 do Artigo 5.º estabelece que as instalações abrangidas por esta Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro portaria devem possuir infraestruturas e equipamentos que permitam implementar oInstituto plano de gestão efluentes pecuários, que é proposto nos Instituto Nacional Nacional de Investigação dedeInvestigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária termos da Portaria n.º 631/2009. Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Branco Branco O n.º 4 do Artigo 6.º define que as Castelo instalações de alojamento devem estar dotadas Instituto de Instituto sistema de de recolha e drenagem dosdeefluentes Superior Superior Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa pecuários Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte constituídos por coletores fechados, para reservatórios ou sistemas Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso adequados de gestão de efluentes, situados fora da barreira sanitária. Inês Inês SilvaSilva Relativamente às condições de funcionamento (Artigo 8º) as explorações Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil deverão promover um Gabriela programa de controlo Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino ambiental, de forma a assegurar o registo da produção de efluentes quer também, dispor de &caso Soares & de Soares (SIRO) (SIRO) ou incidente no âmbito procedimentos de atuaçãoLeal emLeal emergência Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler da gestão dos efluentes pecuários. Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra As normas aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária ou Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo atividades complementares de animais de espécies avícolas encontram-se Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo regulamentadas pela Portaria n.º 637/2009, de 9 de junho. Também neste diploma a gestão dos efluentes pecuários reportada para a Portaria n.º Universidade Universidade de Évora deéÉvora FitasFitas da Cruz da Cruz 631/2009 (n.º 10 do ArtigoVasco 5.º).Vasco Carlos Carlos Cupeto Cupeto Nos requisitos das instalações de alojamento, que são enunciados no Artigo Diogo Diogo Coelho Coelho 6.º há também referências aoJosé sistema de recolha José Carlos Carlos Rico Rico e drenagem dos efluentes pecuários. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 66ii 66


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

A Portaria n.º 637/2009, de 9 de junho, estabelece as normas Editores

Olga Moreira regulamentares aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária ou Vasco atividades Cruz complementares de animais de espécies avícolas nas Henrique Trindade

explorações e nos núcleos de produção de aves (NPA), bem como nos entrepostos e nos centros de agrupamento para aves. Autores No Artigo 6.º duas referências à gestão dos efluentes pecuários, ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes designadamente no n.º 5 relativo à recolha e drenagem dos efluentes Carolina Ligeiro pecuários e, no n.º 8 referente ao sistema de armazenagem de efluentes pecuários. onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco A Portaria n.º 259/2012, de 28 de agosto, estabelece o programa de ação

para as zonas vulneráveis. Este diploma tem como objetivos reduzir a rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte poluição das águas causada ou induzida por nitratos de origem agrícola e Rita do Amaral Fragoso impedir a propagação desta poluição nas zonas vulneráveis. As explorações Inês Silva pecuárias localizadas nas zonas vulneráveis a nitratos são abrangidas pelas udia Marques-dos-Santos Cordovil normas de gestão dos efluentes pecuários definidas neste diploma. O Artigo Gabriela Zanetti Cirino

Instituto N

Instituto Su

C

10.º é dedicado à gestão dos efluentes pecuários.

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler O Despacho n.º 1230/2018, de 5 de fevereiro, aprova e publica o Código de Hartmut Nestler

Boas Práticas Agrícolas (CBPA). Este documento orientador de boas práticas

TTerra tem como objetivo assegurar um nível geral de proteção de todas as águas Maria Antóniacontra Figueiredo a poluição causada ou induzida por nitratos de origem agrícola. Aqui Maria João Figueiredo

constam orientações e diretrizes de apoio aos agricultores na tomada de Universidademedidas de Évora que visem racionalizar a prática das fertilizações e de todo um Vasco Fitasconjunto da Cruz de operações e de técnicas culturais que (…) interferem na Carlos Cupeto dinâmica do azoto e do fósforo nos ecossistemas agrários. O capítulo 14 do Diogo Coelho CBPA José Carlos Rico é dedicado ao armazenamento e manuseamento de efluentes pecuários. Referir ainda, os valores indicados no Anexo VII para cálculo das águase Alto de lavagem para as diferentes espécies animais. e de Trás-os-Montes Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

67 67

Universid


Gestão Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos fluxos gerados gerados gerados na atividade nana atividade atividade agropecuária agropecuária agropecuária

No próximo quadro são apresentados os principais requisitos definidos Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira pelas Portaria n.º 631/2009, de 9 de junho e n.º 259/2012, de 28 de agosto, Vasco Vasco CruzCruz e as orientações estabelecidas pelo CBPA, no âmbito da gestão dos Henrique Henrique Trindade Trindade efluentes pecuários.

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 68ii 68


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira VascoRequisitos Cruz Henriquecapacidade Trindade mínima de

armazenamento dos efluentes pecuários Autores período de armazenamento ngredient Odyssey/Entogreen dos efluentes pecuários Rui Nunes de Carolinainfraestruturas Ligeiro armazenamento de efluentes pecuários ional de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino armazenamento do Maria Amélia Castelo chorumeBranco

Quadro 26 – Principais requisitos e orientações na gestão dos efluentes pecuários Portaria n.º 79/2022, de 3 de fevereiro

Portaria n.º 259/2012, de 28 de agosto

CBPA

equivalente à produção de 90 dias

equivalente à produção de 120 dias

equivalente à produção de 120 dias podendo ser alargado a 150 dias

não pode exceder um período superior a 12 meses

não pode exceder um período superior a 12 meses

-

a impermeabilização poderá ser natural ou artificial

obrigatória a sua impermeabilização

assegurar a impermeabilidade

Instituto N cada tanque ou fossa de armazenamento de efluentes pecuários não deve exceder os 5000 m3

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte nas nitreiras o estrume não deve exceder os 3 m de altura Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler armazenamento do estrume

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

é permitida a deposição temporária de estrumes no solo agrícola, em medas ou em pilhas, com vista à sua posterior distribuição e incorporação no solo, para valorização agrícola, desde que a referida deposição cumpra, cumulativamente, as seguintes condições: a) O local de deposição do estrume esteja localizado a uma distância mínima de 15 m contados da linha limite do leito dos cursos de água e de 25 m contados dos locais onde existem captações de águas subterrâneas; b) A deposição temporária do estrume no solo não exceda um período superior a 30 dias; c) Seja assegurada a proteção das águas superficiais e das águas subterrâneas face a eventuais escorrências ou arrastamentos

é permitida a deposição temporária de estrumes no solo agrícola, em medas ou em pilhas, com vista à sua posterior distribuição e incorporação no solo, para valorização agrícola, desde que a referida deposição cumpra, cumulativamente, as seguintes condições: a) O local de deposição do estrume esteja localizado a uma distância mínima de 15 m contados da linha limite do leito dos cursos de água e de 25 m contados dos locais onde existem captações de águas subterrâneas; b) A deposição temporária do estrume no solo não exceda um período superior a 48 horas ou, se o solo for impermeabilizado e a meda protegida superficialmente, a 30 dias; c) Seja assegurada a proteção das águas superficiais e das águas subterrâneas face a eventuais escorrências ou arrastamentos, nos casos em que ocorra pluviosidade

recintos apropriados, protegidos das águas das chuvas, com pavimento impermeável, em pilhas ou medas que não devem exceder os 3 m de altura periodicamente as pilhas deverão ser revolvidas

Instituto Su

C

poderão ser empilhados temporariamente no solo, sem que haja distribuição e incorporação, em locais com declive reduzido e que não estejam sujeitos a inundações, desde que seja assegurada a proteção das águas superficiais e das águas subterrâneas, face a eventuais escorrências ou arrastamentos, nos casos em que ocorra pluviosidade. Esta deposição temporária não deverá exceder as 48 horas ou, se o solo for impermeabilizado e a meda protegida superficialmente, os 30 dias

de de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

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Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Editores Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Requisitos

Portaria n.º 79/2022, de 3 de fevereiro Portaria n.º 259/2012, de 28 de agosto CBPA Autores as instalações pecuárias devem ser dotadas de um sistema de drenagem próprio das águas pluviais não contaminadas queAutores Ingredient Odyssey/Entogreen Ingredient Odyssey/Entogreen permita a sua separação dos efluentes pecuários sistema de drenagem Nunes Ruie Nunes As águas deRui lavagem dos alojamentos e dos equipamentos das atividades pecuárias, bem como as escorrências das nitreiras Carolina Ligeiro Carolina Ligeiro dos silos, devem ser conduzidas para os locais de recolha dos efluentes pecuário valorização agrícola dos 1 de novembro a 15 de fevereiro no caso de culturas arvenses, Instituto Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária efluentes pecuários e de Nacional de Investigação Agrária e Veterinária forrageiras, floricultura e culturas hortícolas Regina Menino Regina Menino outros fertilizantes é 1 de novembro a 1 de fevereiro no caso de pastagens e relvados e Maria Amélia Castelo Branco Maria Amélia Castelo Branco interdita arbóreas e arbustivas quantidade máxima de azoto Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa não exceder a quantidade desse nutriente necessária total de efluentes pecuários 170 kg/ha SAU Elizabeth D’Almeida Duarte Elizabeth D’Almeida Duarte à cultura a aplicar às culturas Rita do Amaral Fragoso Rita do Amaral Fragoso os chorumes devem ser Inês Silva Inês Silva preferencialmente Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil aplicados com métodos de aplicação equipamentos de injeção direta ou Gabriela Zanetti Cirino Gabriela Zanetti Cirino sistema de baixas pressão que Leal & Soares (SIRO) Leal & Soaresminimizem (SIRO) a sua dispersão

ii 70

70

Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade ii


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

3.2. Legislação europeia Editores

Olga Moreira Vasco No Cruzque se refere à gestão dos efluentes pecuários, importa referir a Diretiva Henrique Trindade

91/676/CEE, do Conselho, de 12 de dezembro de 1991, relativa à proteção das águas contra a poluição causada por nitratos de origem agrícola, Autores também designada como Diretiva Nitratos, foi transposta para o direito ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes interno através do Decreto-lei n.º 235/97 de 3 de setembro, alterado pelo Carolina Decreto-Lei Ligeiro n.º 68/99, de 11 de março. A identificação das zonas vulneráveis e o CBPA referidos no anterior capítulo provêm da aplicação do onal de Investigação Agrária e Veterinária disposto no Decreto-lei n.º 235/97. Regina Menino

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

3.3. Limites máximos rior de Agronomia – Universidade de Lisboade emissões Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso 3.3.1. Água Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil O Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de agosto define as normas de descarga das Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

águas residuais na água e no solo, visando a promoção da qualidade do

Leal & Soares (SIRO) meio aquático e a proteção da saúde pública e dos solos. Aplica-se à Maria Cecília Amaral Nestler descarga de águas residuais em águas superficiais e do litoral, em águas Hartmut Nestler

territoriais, em águas subterrâneas e no solo, assim como à descarga em coletores. TTerra Maria AntóniaAFigueiredo descarga de águas residuais deverá ser entendida como a introdução nas Maria João Figueiredo águas ou no solo de águas residuais. UniversidadeAs denormas Évora gerais de descarga, constantes do anexo XVIII do Decreto-Lei nº Vasco Fitas236/98, da Cruz são apresentadas no Quadro 27. Carlos Cupeto O valor limite de emissão (VLE) deve ser entendido como a média mensal, Diogo Coelho definida como média aritmética das médias diárias referentes aos dias de José Carlos Rico laboração de um mês, que não deve ser excedido. O valor diário, determinado com base numa amostra representativa da água residual e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB descarregada durante um período de vinte e quatro horas, não poderá Henrique Trindade ii

71 71

Universid


Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária

exceder o dobro do valor médio mensal (a amostra num período de vinte e Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira quatro horas deverá ser composta tendo em atenção o regime de descarga Vasco Vasco CruzCruz das águas residuais produzidas). Sempre que existirem estações de Henrique Henrique Trindade Trindade tratamento, os VLE referem-se à qualidade das águas residuais à saída das mesmas. Autores Autores A Agência Portuguesa doIngredient Ambiente poderá determinar condições mais Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes exigentes na descarga de águas residuais do que aquelas que constam das Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro normas gerais de descarga. As razões justificativas para a determinação de condiçõesInstituto mais exigentes de Investigação descarga deAgrária águas poderão ser as Instituto Nacional Nacional de de Investigação Agrária e residuais Veterinária e Veterinária seguintes: Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco − O meio recetor estar classificado como zona sensível, nos termos do Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de julho, alterado de pelos Decretos-Lei n.º Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa 348/98, 261/99, 172/2001, 149/2004, 198/2008, 133/2015; Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte − A poluição originadaRita pela poder ter efeitos a longa distância Rita dodescarga Amaral do Amaral Fragoso Fragoso ou transfronteiriços; Inês Inês SilvaSilva − O meio recetorCláudia estar classificado como zona vulnerável, nos termos do Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Decreto-Lei n.º 235/97, de 3 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 68/99; Leal & Soares &em Soares (SIRO) (SIRO) − O meio recetor estar Leal situado área designada para a proteção de Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler habitats ou espécies relativamente às Nestler quais a conservação ou a Hartmut Hartmut Nestler Nestler melhoria da qualidade das águas seja um fator importante para a sua proteção; TTerra TTerra − O meio recetor seMaria encontrar classificado Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredocomo Reserva Agrícola Nacional, nos termosMaria doMaria Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, JoãoJoão Figueiredo Figueiredo alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 199/2015. Universidade Universidade de Évora de Évora

A emissão ou descarga deVasco águas residuais na água e no solo por uma Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto instalação carece de uma licença, aCupeto emitir pela APA, na qual será fixada a Diogo Diogo Coelho Coelho norma de descarga e demais condições que lhe forem aplicáveis. Nos solos JoséJosé Carlos Carlos RicoRico agrícolas e florestais a emissão de licença carece de parecer da DRAP da área da respetiva competência territorial. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 72ii 72


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 27 – Normas Gerais de Descarga – Valores limite de emissão na descarga de águas residuais (Anexo XVIII do Dl 236/98)

Editores Parâmetro

pH Olga Moreira Vascotemperatura Cruz 5 HenriqueCBO Trindade

Expressão dos resultados Escala de Sörensen °C mg O2/L mg O2/L mg/L mg Al/L mg Fe/L mg Mn/L -

CQO SST Alumínio Ferro total ngredient Odyssey/Entogreen Manganês total Rui Nunes Cheiro CarolinaCorLigeiro Cloro residual disponível Livre onal de Investigação Agrária e Veterinária mg Cl2/L Total mg Cl2/L Regina Menino Fenóis mg C6H5OH/L Maria Amélia Castelo Branco Óleos e gorduras mg/L Sulfuretos mg S/L rior de Agronomia – Universidade de Lisboa mg SO3/L Sulfitos Sulfatos Duarte mg SO3/L Elizabeth D’Almeida

Autores

Rita do Amaral Fragoso Inês Fósforo Silva total udia Marques-dos-Santos Cordovil Azoto amoniacal Gabriela Zanetti Cirino Azoto total

Nitratos Leal & Soares (SIRO) Aldeidos Maria Cecília Amaral Nestler Arsénio total HartmutChumbo Nestler total Cádmio total Crómio total TTerra Crómio hexavalente Maria Antónia Figueiredo Cobre total Maria JoãoNíquel Figueiredo total Mercúrio total

mg P/L mg NH4/L mg N/L mg NO3/L mg/L mg As/L mg Pb/L mg Cd/L mg Cr/L mg Cr (IV)/L mg Cu/L mg Ni/L mg Hg/L mg CN/L mg S/L mg/L mg/L

VLE 6,0 - 9,0 (2) aumento de 3 °C (3) 40 150 60 10 2,0 2,0 não detetável na diluição 1:20 não visível na diluição 1:20 0,5 1,0 0,5 15 1,0 1,0 2000 10 3 (em águas que alimentem lagoas ou albufeiras) 0,5 (em lagoas ou albufeiras) 10 15 50 1,0 1,0 1,0 0,2 2,0 0,1 1,0 2,0 0,05 0,5 1,0 15 2,0 (4.5)

Instituto N

Instituto Su

C

Cianetos totais Universidade de Évora Sulfuretos Vasco Fitas da Cruz Óleos minerais Carlos Cupeto Detergentes (sulfato de lauril e sódio) Diogo Coelho (2) O valor médio diário poderá, no máximo, estar compreendido no intervalo 5,0-10,0. (3) Temperatura do meio recetor após a descarga de José Carlos Rico água residual, medida a 30 m a jusante do ponto de descarga, podendo o valor médio exceder o valor médio mensal do 2º. (4) O valor médio diário não poderá exceder o dobro do valor médio mensal. (5) Valor relativo à descarga da unidade industrial para a produção de HCH extracção de lindano ou, simultaneamente, produção de HCH e extracção de lindano.

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

73

73

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

A Agência Portuguesa do Ambiente poderá determinar condições mais Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira exigentes na descarga de águas residuais do que aquelas que constam das Vasco Vasco Cruz Cruz normas gerais de descarga. As razões justificativas para a determinação de Henrique Henrique Trindade Trindade condições mais exigentes de descarga de águas residuais poderão ser as seguintes: Autores Autores −

− −

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen

O meio recetor estar classificado como zona sensível, nos termos do Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de julho, alterado pelos Decretos-Lei n.º 348/98, 261/99, 172/2001, 149/2004, 198/2008, 133/2015; Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária A poluição originada pela descarga poder ter efeitos a longa distância Regina Regina Menino Menino ou transfronteiriços; Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco O meio recetor estar classificado como zona vulnerável, nos termos do Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Decreto-Lei n.º 235/97, deD’Almeida 3 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte nº 68/99; Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês Silva Silva O meio recetor estar situado em área designada para a proteção de Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil habitats ou espécies relativamente às quais a conservação ou a Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino melhoria da qualidade das águas seja um fator importante para a sua Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) proteção; Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler O meio recetor se encontrar classificado como Reserva Agrícola Hartmut Hartmut Nestler Nestler Nacional, nos termos do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de março, alterado e republicado peloTTerra Decreto-Lei TTerra n.º 199/2015. Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo

Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo A emissão ou descarga de águas residuais na água e no solo por uma instalação carece de uma licença, a emitir pela APA, na qual será fixada a Universidade Universidade de Évora de Évora norma de descarga e demais condições lhe forem aplicáveis. Nos solos Vasco Vasco FitasFitas daque Cruz da Cruz agrícolas e florestais a emissão de licença carece de parecer da DRAP da Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho área da respetiva competência territorial. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 74ii 74


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

3.3.2. Solo Editores

Olga Moreira Vasco Nos Cruz Quadros 28 e 29 apresentam-se os valores máximos admissíveis de Henrique Trindade

metais pesados nos fertilizantes (corretivos) orgânicos e as quantidades máximas que se podem incorporar anualmente nos solos que são Autores estabelecidos no Anexo IV da Portaria n.º 79/2022 de 3 de fevereiro. ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Quadro Ligeiro 28 – Valores máximos admissíveis para os teores «totais» (*) de

metais pesados nos fertilizantes orgânicos (em matéria seca), quantidades

onal de Investigação Agrária Veterinária máximas quee se podem incorporar anualmente nos solos e valores máximos Regina Menino admissíveis de concentração de microrganismos patogénicos nos Maria Amélia Castelo Branco (em matéria fresca). fertilizantes

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Valores máximos das Elizabeth D’Almeida Duarte Valores máximos admissíveis Elemento*/ quantidades que se Rita do Amaral Fragoso nos fertilizantes orgânicos podem incorporar por ano Inês Silva parâmetro (mg/kg em matéria seca) nos solos (g/ha/ano) (**) udia Marques-dos-Santos Cordovil Cádmio 3 30 Gabriela Zanetti Cirino(Cd) Chumbo (Pb) 300 2250 Leal & SoaresCobre (SIRO)(Cu) 400 3000 Maria Cecília Amaral Nestler Crómio (Cr) 300 3000 Hartmut Nestler Mercúrio (Hg) 3 30 Níquel (Ni) 200 900 TTerraZinco (Zn) 1000 7500 Maria Antónia Figueiredo Ausente em 25 g de matéria Salmonella spp. Maria João Figueiredo fresca Escherichia coli < 1000 células/g de matéria Universidade de Évora (NMP/g) fresca Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto (*) Fração solúvel em água-régia; (**) Estas quantidades dependem das características do Diogo Coelho fertilizante, bem como do solo em que irá ser aplicado; as quantidades indicadas referem-se a valores José Carlos Rico médios de metais pesados incorporados ao solo num período de 10 anos de

Instituto Su

C

aplicação do fertilizante; NMP = número mais provável.

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

75 75


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 29 – Valores máximos admissíveis Editores Editoresdos teores «totais» (*) de metais pesados nos solos (em matéria seca) em que se pretenda aplicar o OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz fertilizante orgânico Henrique Henrique Trindade Trindade

Valores máximos admissíveis no solo (mg/kg) 5 ≤ pHAutores < 6Autores 6 ≤ pH < 7 pH ≥ 7 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Cádmio (Cd) 0,5 1 1,5 Rui Nunes Rui Nunes Chumbo (Pb) 50 Carolina 100 Carolina Ligeiro Ligeiro 70 Cobre (Cu) 20 50 100 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Crómio (Cr) 30 60 100 Regina Regina Menino Menino Mercúrio (Hg) 0,1Amélia 0,5 1 Maria Maria Amélia Castelo Castelo Branco Branco Níquel (Ni) 15 50 70 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Zinco (Zn) 60 D’Almeida 150 200 Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte Elemento

Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 3.3.3. AtmosferaCláudia Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

O Decreto-Lei nº 102/2010Leal deLeal deSoares setembro, &23 Soares & (SIRO) (SIRO) alterado pelo Decreto-Lei n.º 43/2015, de 27 de março e, pelo Decreto-lei n.º 47/2017, de 10 de maio, Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler estabelece o atual regime da avaliação e gestão da qualidade do ar ambiente, através do qual determina as medidas destinadas a: − − −

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Definir e fixar objetivos relativos à qualidade do ar ambiente, Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo

destinados a evitar, prevenir ou reduzir os efeitos nocivos para a saúde humana e para o ambiente; Universidade Universidade de Évora de Évora Avaliar, com base em Vasco métodos edacritérios Vasco FitasFitas Cruz da Cruzcomuns, a qualidade do ar Carlos Carlos Cupeto Cupeto ambiente no território nacional; Diogo Coelho Coelho do ar ambiente, a fim de Obter informação relativa aDiogo qualidade José José Carlos Carlos Rico contribuir para a redução da poluição Rico atmosférica e dos seus efeitos e acompanhar as tendências a longo prazo, bem como as melhorias obtidasUniversidade através dasde medidas implementadas; Universidade Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 76ii 76


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

− Garantir que a informação sobre a qualidade do ar ambiente seja Editores

Olga Moreiradisponibilizada ao público; Vasco Cruz − Preservar a qualidade do ar ambiente quando ela seja boa e melhoráHenrique Trindade la nos outros casos;

Promover a cooperação com os outros Estados membros de forma a

Autores reduzir a poluição atmosférica.

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes No Anexo I deste diploma são listados os poluentes atmosféricos que Carolina Ligeiro

devem ser tomados em consideração no âmbito da avaliação e gestão da qualidade doe ar ambiente, a saber: onal de Investigação Agrária Veterinária

Instituto N

Regina Menino − Dióxido Maria Amélia Castelo Branco de enxofre (SO2); −

Dióxido de azoto (NO2);

rior de Agronomia− – Universidade de Lisboa Óxidos de azoto; Elizabeth D’Almeida Duarte − Partículas em suspensão (PM10 e PM2,5); Rita do Amaral Fragoso − Chumbo; Inês Silva − Benzeno; udia Marques-dos-Santos Cordovil − Cirino Monóxido de carbono (CO); Gabriela Zanetti

Instituto Su

C

Ozono;

Benzo(a)pireno, como indicador de hidrocarbonetos aromáticos

− (SIRO) Arsénio; Leal & Soares Maria Cecília Amaral Nestler − Cádmio; Hartmut Nestler − Níquel;

TTerra policíclicos; Maria Antónia Figueiredo − Mercúrio. Maria João Figueiredo

Os valores-limite, valores-alvo, limiares de alerta, entre outros, destes

Universidade de Évora Vasco Fitaspoluentes da Cruz são indicados também em anexo do Decreto-lei n.º 47/2017. Carlos Cupeto Compete à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), Diogo Coelho da área da respetiva competência territorial, efetuar a gestão e avaliação José Carlos Rico

da qualidade do ar ambiente. A gestão das redes de qualidade do ar é da competência da CCDR.

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

77 77


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 78ii 78


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

4. IMPACTES DOS EFLUENTES PECUÁRIOS

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Maria Antónia Figueiredo e Maria João Figueiredo Carolina Ligeiro

TTerra – Engenharia e Ambiente Lda onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

79 79


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

4.1. Enquadramento

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Na avaliação dos impactes dos efluentesCruz pecuários são considerados dois Henrique Henrique Trindade Trindade

focos de análise complementares entre si. Um diz respeito às características físico-químicas e microbiológicas do efluente pecuário que lhe conferem o Autores Autores carácter de potencialIngredient de Ingredient dano Odyssey/Entogreen no ambiente. O segundo tem a ver com a Odyssey/Entogreen Rui Nunes no alojamento dos animais, gestão dos efluentes pecuáriosRui emNunes particular Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro pecuários e na valorização na drenagem e armazenamento dos efluentes agrícola dos efluentes pecuários. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Relativamente à gestão dos efluentes pecuários, importa ter em Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

consideração que, conforme é referido no BREF relativo à produção Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa intensiva de aves e suínos (Santonja et al, Duarte 2017), as emissões associadas ao Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte alojamento dos animais eRita aosRita ouFragoso equipamentos de armazenamento dolocais Amaral do Amaral Fragoso Inês Inês SilvaSilva dos efluentes pecuários, com potencial de contaminação de solos e águas Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil subterrâneas ou águas superficiais, ocorrem Cordovil devido à inadequação destes Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino órgãos ou devido a falhas operacionais. A utilização de equipamentos adequados, uma monitorização frequente e uma operação apropriada Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler a contaminação. pode prevenir derrames e fugas e consequentemente Hartmut Hartmut Nestler Nestler

A composição dos efluentes pecuários é muito variável e depende de TTerra TTerra diversas variáveis: espécie, idade, sexo e fase de ciclo produtivo do animal, Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo alimentação e excreção deMaria nutrientes, consumo Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredode água, modo de limpeza e águas de lavagem, quantidade de palhas e/ou de outros materiais usados Universidade Universidade de Évora de Évora nas camas, entre outros. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Os principais componentes dos efluentes pecuários que afetam os solos e Diogo Diogo Coelho Coelho as massas de água compreendem: JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

− − ii 80ii 80

Matéria orgânica, Nutrientes, em especial azoto e fósforo, Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores − Metais pesados, em particular o cobre e o zinco,

Olga Moreira− Microrganismos patogénicos, e Vasco Cruz− Substâncias farmacológicas e seus metabolitos. Henrique Trindade

Desde o momento em que os efluentes pecuários são produzidos até à sua aplicação no solo, podem ocorrer alterações de composição, por exemplo Autores por perdas de nutrientes. Esta é, pois, a razão pela qual os impactes dos ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes efluentes pecuários dependem em grande medida da forma como são Carolina Ligeiro disponibilizados no meio. Por exemplo um efluente pecuário sujeito a um tratamento digestão anaeróbia, caracteriza-se por uma menor onal de Investigação Agrária epor Veterinária concentração de microrganismos comparativamente com um efluente Regina Menino Maria Amélia Castelo bruto,Branco sem tratamento.

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa AntesDuarte de se iniciar uma explanação mais detalhada dos potenciais impactes Elizabeth D’Almeida associados Rita do Amaral Fragoso aos efluentes pecuários (que tem como objetivo principal alertar Inês Silva para uma gestão cautelosa e adequada às condições de biofísicas do meio), udia Marques-dos-Santos Cordovil importa enfatizar que a utilização de efluentes pecuários na fertilização das Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

culturas agrícolas pode oferecer vantagens de tipo agronómica, ambiental

Leal & Soares (SIRO) e económica, para além de constituir uma medida de implementação de Maria Cecília Amaral Nestler políticas agrícolas e ambientais, nomeadamente as que promovem os Hartmut Nestler

princípios da economia circular (ENEAPAI 2030). Complementarmente, o fornecimento de matéria orgânica permite também a nutrição da TTerra Maria Antóniamesofauna Figueiredo do solo, aumentando a sua atividade e a produtividade do solo. Maria João Figueiredo

Universidade de Évora Nos ecossistemas e saúde pública Vasco Fitas4.2. da Cruz Carlos Cupeto Os impactos associados aos efluentes pecuários nos ecossistemas Diogo Coelho compreendem as potenciais emissões para a atmosfera, de amoníaco José Carlos Rico

(NH3), de odores, e de gases com efeito de estufa [metano (CH4) e óxido nitroso (N2Douro, O)], para e de Trás-os-Montes e Alto CITABo solo, águas subterrâneas e águas superficiais, de

Universid

Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

microrganismos patogénicos eEditores de Editores nutrientes, em particular de azoto (N) e OlgaOlga Moreira Moreira fósforo (P).

Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade Dependendo da concentração dos poluentes, do meio e modo de dispersão

e da persistência das emissões, os seus efeitos serão sentidos com maior ou Autores Autores menor intensidade e magnitude nosOdyssey/Entogreen ecossistemas. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes

O amoníaco é o principal componente associado aos efluentes pecuários, Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro que potencia as chuvas ácidas e a consequente acidificação do solo e da Instituto Instituto Nacional Nacional deo Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária água. Quando depositado, NH 3 tem efeitos adversos nos ecossistemas Regina Regina Menino Menino aquáticos e ripícolas, causando danos na floresta e em culturas agrícolas. O Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco amoníaco, pelo enriquecimento de azoto nas águas superficiais e no solo, Instituto Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa contribui Instituto para aSuperior eutrofização, com efeitos adversos nos ecossistemas Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte aquáticos, designadamente, à deterioração Rita devido Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso da qualidade da água e à perda de biodiversidade. Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Os odores são produzidos no processo de degradação microbiológica do

efluente pecuário e contêm uma complexa mistura de vários compostos, Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) designadamente, compostos sulfurosos, grupos de fenóis e de indóis e Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler amoníaco. TTerra TTerra As principais causas dos odores que são libertados pelos efluentes Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo pecuários estão associadas à forma como é efetuada o seu armazenamento Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo e a sua aplicação no solo. Longos períodos de armazenamento em Universidade Universidade de Évora de Évora condições anaeróbicas em lagoas, são disso exemplo. É aconselhada a Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz incorporação do efluente pecuário tão breve quanto possível, em menos de Carlos Carlos Cupeto Cupeto 24 horas, de forma a minimizar a Diogo libertação de odores e de amoníaco. Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

O metano e o óxido nitroso são alguns dos compostos que integram a lista de gases com efeito de estufa (GEE). Os GEE são um dos principais Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB responsáveis pelas alterações climáticas. As repercussões do aquecimento Henrique Henrique Trindade Trindade ii 82ii 82


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

global são sentidas nos fenómenos climáticos extremos, na subida do nível Editores

Olga Moreira das águas do mar, nas alterações dos ecossistemas e na consequente perda Vasco de Cruzbiodiversidade. Henrique Trindade

O enriquecimento de nutrientes, em particular de azoto e fósforo nas massas de água, origina fenómenos de eutrofização que compromete a ngredient Odyssey/Entogreen qualidade da água, e consequentemente, a biodiversidade. Rui Nunes

Autores

Carolina Ligeiro

Sabemos que os produtos farmacêuticos, nomeadamente os antibióticos,

onal de Investigação Agrária e Veterinária têm um papel essencial para garantir um elevado nível de saúde animal. Os Regina Menino antibióticos Maria Amélia Castelo Branco contribuem indiretamente para a segurança alimentar e

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa para subsistência. Os antibióticos são usados em várias aplicações, na Elizabeth D’Almeida Duarte agropecuária, designadamente na produção de alimentos, na agricultura e Rita do Amaral Fragoso em aplicações industriais. Na produção pecuária, os antibióticos são Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil normalmente usados para três finalidades: razões terapêuticas (curar uma Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

protegem o sustento de milhões de produtores que dependem da pecuária

C

doença), razões profiláticas (prevenir uma doença) e como promotores de crescimento (quantidades subterapêuticas de antimicrobianos aumentam Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler as taxas de crescimento animal e melhoram a eficiência alimentar) (OCDE, Hartmut Nestler 2015).

TTerra A ampla utilização de fármacos nas prescrições veterinárias tem vindo a Maria Antónia Figueiredo contribuir para o aumento da sua concentração em muitos reservatórios Maria João Figueiredo

ambientais, como os solos, os sedimentos e as massas de água. Em

Universidadeparticular, de Évora a utilização inadequada de antibióticos tornaram Vasco Fitas da Cruz progressivamente a resistência aos antimicrobianos uma grande ameaça Carlos Cupeto para a saúde humana e animal (Buşoi et al, 2020). Diogo Coelho José Carlos Rico

Conforme referido em artigo publicado na Ordem dos Farmacêuticos (Nunes, os compostos farmacêuticos são propositadamente e de Trás-os-Montes e Alto2011) Douro, CITAB Henrique Trindade desenhados com o objetivo de alterarem funções biológicas por razões ii

Universid

83 83


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

terapêuticas e/ou profiláticas.Editores NoEditores sentido do aumento da sua eficácia, OlgaOlga Moreira Moreira possuem elevada biodisponibilidade, e uma elevada potência Vasco Vasco Cruz Cruz farmacológica, pelo que pequenas quantidades podem já exercer efeitos Henrique Henrique Trindade Trindade assinaláveis. São estas características que geram os efeitos tóxicos tanto em humanos, como em organismosAutores não alvo, expostos por via ambiental. Autores Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen

Na produção pecuária, as portasRuideNunes entrada Rui Nunesdestes produtos farmacêuticos Carolina Carolina Ligeiro Ligeiroas águas superficiais, são o para o solo e águas subterrâneas e para pastoreio dos animais e a gestão dos efluentes pecuários, em particular, Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária através da valorização agrícola. De acordo com Kemper et al. (2008) e Regina Regina Menino Menino Kleiner et al. (2007) (in Nunes, 2011) a consequência mais evidente do Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco espalhamento dos efluentes pecuários nos solos é a alteração das Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa comunidades bacterianas nos solos, bemDuarte como a sua lixiviação para as Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte massas de água da qual resulta um aumento na dispersão das substâncias Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês Silva Silva ativas dos fármacos (Bialk-Bielit\ska et al., 2009 in Nunes, 2011). Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Os efeitos dos produtos farmacêuticos nos ecossistemas e nos organismos não alvo estão ainda pouco contudo Lealestudados, Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) atendendo ao estado da Maria Maria Cecília Cecília Amaral Nestler arte, é possível tecer duas linhas deAmaral efeitos: i. Nestler a resistência aos antibióticos Hartmut Hartmut Nestler Nestler promovida pela ingestão de alimentos e água e; ii. as alterações biológicas e bioquímicas nos organismos vivos. TTerra TTerra

4.3. No ciclo do azoto

Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora

Para a nutrição das plantasVasco oN orgânico no efluente pecuário) Vasco Fitas Fitas da Cruz da(presente Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto necessita de ser mineralizado ou transformado na forma nítrica (NO3-) ou Diogo Diogo Coelho Coelho amoniacal (NH4+). JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Quando é fornecido ao solo N orgânico, através dos efluentes pecuários, a sua mineralização será inicialmente rápida, seguindo-se a mineralização Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB mais lenta dos compostos mais recalcitrantes. A libertação e Henrique Henrique Trindade Trindade ii 84ii 84


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

disponibilização do azoto pode prolongar-se por vários anos dependendo Editores

Olga Moreira da sua natureza, sendo naturalmente mais rápida nos chorumes diluídos e Vasco mais Cruz lenta no caso dos estrumes (Dias, J.C.). Henrique Trindade

Quando o efluente pecuário é aplicado no solo podem ocorrer várias formas de libertação do N. A operação de aplicação do efluente pecuário no solo, ngredient Odyssey/Entogreen as emissões de N para a atmosfera ocorrem sob a forma de amoníaco (NH3), Rui Nunes Carolina azoto Ligeiro(N2) e óxido nitroso (N2O). Por nitrificação do NH4+ o azoto é lixiviado e/ou sujeito a escorrência superficial para as massas de água sob a forma onal de Investigação Agrária -e Veterinária nitrato (NO3 ). Regina Menino

Autores

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

A emissão de compostos de azoto para a atmosfera contribui para a

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa redução dos valores de pH dos solos e das águas. A acidificação destes Elizabeth D’Almeida Duarte meios, quando muito acentuada, conduz à libertação de metais tóxicos Rita do Amaral Fragoso como o alumínio e à lixiviação de nutrientes do solo, causando Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil perturbações na biodiversidade e ao nível da produtividade dos solos. Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

O enriquecimento das águas em NO3- provoca uma aceleração do

Leal & Soares (SIRO) crescimento Maria Cecília Amaral Nestler de algas e plantas superiores, ocasionando uma perturbação Hartmut Nestler indesejável do equilíbrio dos organismos presentes na água e da qualidade

das águas em causa. Este processo designa-se por eutrofização.

TTerra Maria Antónia Figueiredo 4.4. No ciclo do fósforo Maria João Figueiredo

do azoto, o fósforo (P) é um nutriente essencial para as UniversidadeÀdesemelhança Évora 3Vasco Fitasplantas, da Cruz sendo assimilado sob a forma de ião ortofosfato (PO4 ). Carlos Cupeto Nos efluentes pecuários o P está principalmente presente na matéria Diogo Coelho orgânica, necessitando de ser mineralizado em ortofosfato (forma José Carlos Rico dissolvida e reativa) para poder ser utilizado pelas plantas. A forma dissolvida do P pode ser arrastada por escorrências superficiais e ser

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

facilmente fixado por vários constituintes Editores Editores do solo. O principal efeito do Olga Moreira Moreira aumento da concentração de Olga P nas águas superficiais é a eutrofização. Vasco Vasco Cruz Cruz A maioria do P nos solos encontra-se em frações sólidas pouco lábeis pelo Henrique Henrique Trindade Trindade que a sua perda está principalmente relacionada com o processo de erosão, com as maiores perdas a Autores verificarem-se Autores quando o P se encontra concentrado à superfície do solo (solos sem mobilização recebendo em Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes cobertura adubos ou efluentes pecuários contendo P. Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro O P não mineralizado, por ser pouco móvel no solo, acarreta um elevado potencial Instituto de Instituto acumulação deInvestigação fósforo neste reservatório, decorrente da Nacional Nacional de de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária aplicação de efluente pecuário durante anos sucessivos. As emissões de P Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco para a atmosfera são vestigiais. Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte 4.5. No ciclo do carbono Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva O carbono (C) orgânico no Marques-dos-Santos solo é um componente Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Cordovilimportante para a Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino qualidade do solo e para a sua produtividade. O C tem um papel

insubstituível na transformação de nutrientes, designadamente na Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) mineralização e imobilização biológica do N, afetando as propriedades Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler físicas, químicas e biológicasHartmut do Hartmut solo.Nestler Nestler Nos efluentes pecuários o C está presente na matéria orgânica e sob a TTerra TTerra forma de CO2 e metano (CH4). Na operação de espalhamento, as formas Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo gasosas são libertadas para a atmosfera e, o C orgânico é transformado e Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo retido no solo em formas mais estáveis (húmus), ocorrendo por esta última Universidade Universidade de Évora de Évora via, o sequestro de carbono. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho 4.6. Na cadeia alimentar JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Conforme referido acima, os efluentes pecuários são uma fonte de Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB nutrientes para as plantas. É Henrique a partir das plantas (produtores) que os Henrique Trindade Trindade ii 86ii 86


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

animais e o Homem, pela alimentação, obtêm os nutrientes e elementos Editores

Olga Moreira essenciais à vida. Aliás, o azoto encontra-se em todas as proteínas e ácidos Vasco nucleicos, Cruz sendo um elemento essencial dos organismos vivos. Henrique Trindade

Nos sistemas agrícolas, o fornecimento de nutrientes passíveis de serem absorvidos pelas plantas/culturas que serão posteriormente fonte de ngredient Odyssey/Entogreen alimento para os animais e Homem. Rui Nunes

Autores

Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Figura 17. Cadeia alimentar e o ciclo de nutrientes

Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho 4.7. Vetores de contaminação José Carlos Rico

Para a melhoria da produtividade dos sistemas culturais a fertilização com azoto, fósforo e potássio e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB é quase sempre imprescindível. Contudo, quando

Universid

Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

a fertilização é efetuada recorrendo aos efluentes pecuários há que ter em Editores Editores Olga Moreira Moreira organismos patogénicos, consideração que podem Olga estar presentes Vasco Vasco Cruz Cruzpara os alimentos. Em regra, existindo a possibilidade de transferência Henrique Henrique Trindade Trindade quando o efluente pecuário é digerido e/ou estabilizado, quer em condições aeróbias como anaeróbias, o número de organismos patogénicos Autores Autores é menor. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Como boa prática, em culturas hortícolas com curto período de cultivo e

que se destinam ao consumo cru, a valorização agrícola com efluente Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária pecuário deverá ser efetuada pelo menos quatro meses antes da Regina Regina Menino Menino sementeira (Koller, M.,Maria 2011). Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa A sobrevivência de microrganismos patogénicos no de chorume depende da Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte espécie pecuária e das Rita características do efluente. Por outro lado, a Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso sobrevivência dos agentes patogénicos decresce acentuadamente durante Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil o período de armazenamento dos efluentes pecuários e com o seu Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino tratamento. Para a redução, ou mesmo a eliminação, de microrganismos como Salmonella sp. ou Escherichia coli(SIRO) é aconselhável o armazenamento Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler de chorumes por um período mínimo de um mês no Verão e de dois meses Hartmut Hartmut Nestler Nestler no Inverno.

4.8. Referências

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora

Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz Buşoi, Cristian-Silviu; Sidl, Günther; Huitema, Jan; Rivasi, Michèle; Carlos Carlos Cupeto Cupeto Baldassarre, Simona; Kopcińska, Joanna; Konečná, Kateřina: Proposta de Diogo Diogo Coelho Coelhorelativa aos produtos resolução sobre uma abordagem estratégica JoséJosé Carlos Carlos RicoRico farmacêuticos no ambiente. Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar. 2020. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB https://www.europarl.europa.eu/doceo/document/B-9-2020-0242_PT.html Henrique Henrique Trindade Trindade ii 88ii 88


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Dias Soveral J.C.: Código de boas práticas agrícolas. Laboratório químicoEditores

agrícola Rebelo da Silva. Olga Moreira Vasco http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/zv/codigobpa.pdf Cruz Henrique Trindade ENEAPAI 2030.

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/comunicacao/comunicado?i=estrategiaAutores ngredient Odyssey/Entogreen nacional-para-os-efluentes-agropecuarios-e-agroindustriais-eneapai-2030 Rui Nunes Carolina Santonja, Ligeiro German Ginger; Georgitzikis, Konstantinos; Scalet, Bianca Maria;

Montobbio, Paolo; Roudier, Serge; Delgado Sancho, Luis: Best Available

onal de Investigação Agrária e Veterinária Techniques (BAT) Reference Document for the Intensive Rearing of Poultry Regina Menino or PigsBranco (BREF). Industrial Emissions Directive 2010/75/EU (Integrated Maria Amélia Castelo

Instituto N

Pollution Prevention and Control). 2017.

https://ec.europa.eu/jrc/en/publication/eur-scientific-and-technical-researchrior de Agronomia – Universidade de Lisboa reports/best-available-techniques-bat-reference-document-intensive-rearingElizabeth D’Almeida Duarte poultry-or-pigs Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Nunes, Bruno: A presença de fármacos no ambiente. Ordem dos Gabriela Zanetti Cirino Farmacêuticos. 2011. http://www.actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/31 Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Soares, José Martins et al: Estratégia Nacional para os efluentes Hartmut Nestler agropecuários e agroindustriais (ENEAPAI 2030). Gabinete do Ministro do

Instituto Su

C

Ambiente e Ação Climática. 2020.

TTerra https://participa.pt/contents/consultationdocument/ENEAPAI_2030.pdf Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

OCDE (Organization for Economic Co-operation and Development): Global use in the livestock sector. 2015. Universidadeantimicrobial de Évora

Vasco Fitashttps://www.oecd.org/officialdocuments/publicdisplaydocumentpdf/?cote=TAD/ da Cruz CA/APM/WP(2014)34/FINAL&docLanguage=En Carlos Cupeto Diogo Coelho Pires, José Carlos RicoSusana. Valorização agronómica de chorumes de suinicultura

digeridos e co-digeridos. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente - Especialização em Tecnologias Ambientais. e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Lisboa: Instituto Superior de Agronomia, 2009.

Universid

Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Zhao, Zhanhui; Zhang, Congzhi;Editores Li, Editores Fang; Gao, Songfeng; Zhang, Jiabao: Effect of compost and inorganic fertilizer on organic carbon and activities Olga Olga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz of carbon cycle enzymes in aggregates ofCruz an intensively cultivated Vertisol. Henrique Henrique Trindade Trindade 2020. https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0229644

Autores Autores

Koller, Martin; PathOrganic consortium: Manure for vegetables. Farm Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes pratice recommendations for minimizing human pathogenic bacteria Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro contamination in vegetal production. Forschungsinstitut für biologischen Landbau. Order number 1562. International edition 2011. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 90ii 90


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

5. GESTÃO E VALORIZAÇÃO DE EFLUENTES PECUÁRIOS Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Separação mecânica

Vasco Fitas da Cruz e José Carlos Rico

Universidade de Évora, Escola de Ciências e Tecnologia, MED - Instituto onal de Investigação Agrária e Veterinária Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

Valorização de efluentes por compostagem

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Maria Cecília Amaral Nestler e Hartmut Nestler Elizabeth D’Almeida Duarte Leal & Soares, SA (SIRO) Rita do Amaral Fragoso Inês Silva Digestão anaeróbia udia Marques-dos-Santos Cordovil Elizabeth D’Almeida Duarte, Rita do Amaral Fragoso e Inês Silva Gabriela Zanetti Cirino Instituto Superior de Agronomia – Universidade de Lisboa Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Uso de aditivos Hartmut Nestler Henrique Trindade TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Instituto Su

C

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Bioremediação por larvas de insetos Carolina Ligeiro e Rui Nunes

Universidade de Évora Ingredient Odyssey SA, Entogreen Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Valorização agrícola de efluentes pecuários Diogo Coelho Regina Menino e Maria Amélia Castelo-Branco José Carlos Rico Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

91 91


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.1. Separação mecânica

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Cruz Os efluentes pecuários possuem um elevado potencial de valorização. Henrique Henrique Trindade Trindade

Porém, a sua utilização sem quaisquer tipos de tratamentos possui um forte impacto ambiental ao nível das emissões atmosféricas e da contaminação Autores Autores dos solos. Neste sentido, de Odyssey/Entogreen modo a extrair todo o seu potencial, os Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes efluentes devem ser sujeitos a tratamentos. Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Existem hoje diversas alternativas para o tratamento dos efluentes no seu Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária local de produção. Uma dessas alternativas é a separação da água dos Regina Regina Menino Menino sólidos que se encontram em suspensão ou que ficam flutuando, seja por Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco processos físicos (gravitacionais e mecânicos), químicos ou biológicos (Szogi Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa et al., 2015). Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil 5.1.1. Resumo Cláudia Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

O processo de separação de sólidos é um dos tratamentos possíveis e Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) consiste, basicamente, naLeal separação entre a fração líquida e sólida do Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler efluente. Esta separação pode ocorrer por processos físicos (gravitacionais Hartmut Hartmut Nestler Nestler e mecânicos), químicos ou biológicos. A separação mecânica é uma técnica TTerra comum nas explorações pecuárias daTTerra Europa, uma vez que é relativamente Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo barata e necessita de pouca manutenção. Existem diversos métodos e Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo tecnologias para a separação mecânica de sólidos tais como: grades de retenção de detritos, tanques de sedimentação, Universidade Universidade de Évora de Évora tamisadores, filtros de Vasco Vasco FitasFitas da Cruz darevistos Cruz ao longo deste capítulo. banda, prensas e centrífugas, os quais são Carlos Carlos Cupeto Cupeto A eficiência de qualquer um destes métodos depende de fatores Diogo Diogo Coelho Coelho relacionados com o animal e José o seu maneio José Carlos Carlos Ricobem Rico como de fatores intrínsecos aos próprios métodos. Os mecanismos utilizados ou suas combinações devem estar adaptados aodetipo de efluente e às suasCITAB perspetivas de Universidade Universidade de Trás-os-Montes Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB armazenamento e utilização posterior (valorização). Henrique Henrique Trindade Trindade ii 92ii 92


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.1.2. Introdução Editores

Olga Moreira processo de separação de sólidos consiste na remoção parcial de matéria Vasco O Cruz orgânica e inorgânica contida nos efluentes (Mukhtar et al., 1999; Pereira, Henrique Trindade

2005). Esta separação tem-se revelado bastante eficiente no controlo dos

Autores impactos ambientais possibilitando o reaproveitamento das águas residuais

ngredient Odyssey/Entogreen (frações líquidas) e a reciclagem de nutrientes. Rui Nunes Carolina A Ligeiro separação entre a fração líquida e sólida dos efluentes requer alguma

ação ou força externa para quebrar a tensão do líquido. A gravidade é a

onal de Investigação Agrária e Veterinária força mais comum utilizada, uma vez que necessita de pouca ou nenhuma Regina Menino entrada de energia. Porém, também são utilizadas a pressão e a força Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

centrífuga, bem como combinações de todas essas forças (USDA, 2011).

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte métodos desenvolvidos para a separação de sólidos podem Os diferentes Rita do Amaral Fragoso ser divididos nas seguintes categorias (Bernal et al., 2015; Hjorth et al., Inês Silva 2010): Cordovil udia Marques-dos-Santos Gabriela Zanetti Cirino • Sedimentação;

Triagem ou Peneiramento;

Combinação de todos eles com adição química.

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) • Filtração pressurizada; Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler • Centrifugação;

TTerra Maria Antónia Figueiredo A separação de sólidos por processos físicos é caracterizada por uma Maria João Figueiredo

simples sedimentação ou por peneiramento (Kunz et al., 2009). Para

Universidademelhorar de Évora a eficiência de remoção de material em suspensão, podem-se Vasco Fitas da Cruz empregar processos de coagulação e floculação através de substâncias Carlos Cupeto químicas. Esta prática para além de diminuir a concentração de nutrientes Diogo Coelho José Carlos Rico (matéria orgânica, fósforo, nitrogênio) da fração líquida, facilita o

tratamento da fração sólida devido à redução de seu volume (Sánchez-

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

93 93


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Martin et al., 2010), sendo istoEditores realizado com um inevitável aumento dos Editores OlgaOlga Moreira Moreira custos de tratamento. Vasco Vasco CruzCruz O Quadro 30 apresenta a percentagem de sólidos e nutrientes separados Henrique Henrique Trindade Trindade em efluentes de explorações suinícolas com recurso a processos de floculação. Autores Autores Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen

Rui Nunes Rui eNunes Quadro 30 – Percentagem de sólidos nutrientes separados em efluentes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro de explorações suinícolas com recurso a processos de floculação (Adaptado de: Pereira, 2005) Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Características do Separação Separação por Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco efluente antes de por tamisação após Parâmetros ser sujeito a prétamisação floculação ** Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia –-1Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa * tratamento (mg L ) (%) (%) Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Sólidos suspensos 2200 - 15800 15,4 89,5 Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso totais Inês Inês SilvaSilva Sólidos suspensos 1700 - 12600 15,0 89,2 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil voláteis Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Carência bioquímica 600 - 31300 8,0 64,6 em oxigénio Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Azoto orgânico 210 -Cecília 1280 13,2 80,0 Maria Maria Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Fósforo orgânico 60 510 10,6 85,2 Hartmut Hartmut Nestler Nestler

* Utilizado crivo com malha de 1 mm de abertura TTerra TTerra ** Doses de floculante entre 80 a 120 mg L-1 (média de 100 mg L-1)

Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

A simples aplicação do tratamento primário (separação mecânica) possui Universidade Universidade de Évora de Évora Fitas Fitas da Cruz da Cruz baixo custo em relação Vasco aosVasco outros processos e relativa eficiência, Carlos Carlos Cupeto Cupeto dependendo da concentração de sólidos grosseiros presentes nos efluentes Diogo Diogo Coelho Coelho animais, geralmente superior a Carlos 3% Carlos e Rico do Rico tipo de crivo utilizado (Burton, JoséJosé 2007). Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 94ii 94


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.1.3. Separação mecânica em explorações pecuárias Editores

Olga Moreira aplicação de processos de separação mecânica no tratamento dos Vasco A Cruz chorumes é uma técnica comum nas explorações pecuárias da Europa, uma Henrique Trindade

vez que é relativamente barata e necessita de pouca manutenção (Bernal

Autores et al., 2015). Em termos gerais, desta separação resulta uma fração líquida

ngredient Odyssey/Entogreen com 1% a 6% de matéria seca (Quadro 31), que pode ser facilmente Rui Nunes armazenada e submetida a tratamentos secundários e/ou terciários; e uma Carolina Ligeiro

fração sólida com teor mais elevado de matéria seca (elevada concentração

onal de Investigação Agrária ee Veterinária de carbono nutrientes) e que pode ser utilizada como: (i) fertilizante ou Regina Menino corretivo orgânico dos solos; (ii) material para as camas dos animais nas Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidadepara de Lisboa matéria-prima a alimentação animal (Birchall et al., 2008; Hjorth et al., Elizabeth D’Almeida Duarte 2010; Mukhtar et al., 1999; Pereira, 2005). Rita do Amaral Fragoso Inês Silva A separação de sólidos torna o processo de armazenamento do efluente udia Marques-dos-Santos Cordovil líquido e do resíduo sólido mais fácil e seguro, reduzindo o potencial de Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

instalações; (iii) produção de composto; (iv) valorização energética; e (v)

C

contaminação das águas superficiais e subterrâneas (Mukhtar et al., 1999;

Leal & Soares (SIRO) Szogi et al., 2015); possibilita a exportação para fora da exploração de Maria Cecília Amaral Nestlerde nutrientes recicláveis (Kellog et al., 2000); permite reduzir a excedentes Hartmut Nestler

acumulação de sólidos (lodo) em lagoas de tratamento, o que diminui a frequência da sua remoção e, consequentemente, prolonga a vida útil das TTerra Maria Antóniaestruturas Figueiredo de armazenamento (Birchall et al., 2008; Mukhtar et al., 1999); Maria João Figueiredo contribui para uma redução na emissão de odores das instalações de e tratamento (Hjorth et al., 2010; Mukhtar et al., 1999); Universidadearmazenamento de Évora Vasco Fitaspermite da Cruz a aplicação em sistemas de irrigação da fração líquida (USDA, Carlos Cupeto 2011); e facilita a utilização de outros métodos para recuperar nutrientes, Diogo Coelho que de outra forma seriam inadequados para uso com o efluente em bruto José Carlos Rico (Szogi et al., 2015).

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

95 95


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

No entanto, os processos de separação de sólidos não removem o excesso Editores Editores Olga Moreira Moreira de azoto amoniacal, não Olga reduzem a carga de matéria orgânica Vasco Vasco Cruz Cruz biodegradável e o conteúdo de patogénicos (Burton, 2007), pelo que, Henrique Henrique Trindade Trindade ambas as frações necessitam de uma gestão e tratamento adicional eficientes (Bernal et al., 2015). Para além disso, estas técnicas provocam um Autores Autores aumento na concentração de Odyssey/Entogreen metais pesados, como Cu e Zn, na fração Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes sólida, o que pode representar um problema ambiental se utilizada como Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro fertilizante (Hjorth et al., 2010). Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e nomeadamente Veterinária e Veterinária no que Este processo tem também custos associados Regina Regina Menino Menino respeita à aquisição de equipamentos e ao consumo de energia. Se por um Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco lado quanto maior a eficiência da separação mais caro o equipamento, por Instituto Instituto Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade de Lisboa depodendo Lisboa muitos outro, quanto maior aSuperior eficiência menor–oUniversidade custo energético, Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte vezes os equipamentos operarem nas horas de vazio e recorrendo a fontes Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso de energia renováveis. Inês Inês SilvaSilva

Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Quadro 31 – Teor em matéria seca, eficiência de remoção e redução do

volume em processos de separação mecânica de efluentes pecuários ( & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) adaptado de Pereira, 2005)Leal Leal Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Filtro de Centrífuga banda TTerra TTerra Teor emAntónia matéria seca Maria Maria Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo 6,5 - 8,3 Chorume bruto (%) 8,9 Fração sólida separada (%) 21,3 Universidade Universidade de Évora de Évora Eficiência de remoção Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz MS (%) 62,0 67,0 Carlos Carlos Cupeto Cupeto Azoto total (%) 23,0 30 - 40 Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Fósforo total (%) 20,0 52,5 - 66,5 Redução de volume (%) 24,0 20 - 30 Tipo de Separador mecânico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 96ii 96

Prensa 8,9 21,5 58,2 27,7 21,9 19,7


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.1.4. Equipamentos Editores

Olga Moreira Vasco Existem Cruz hoje várias tecnologias para a separação de sólidos que usam Henrique Trindade

equipamentos como: grades de retenção de detritos, tanques de sedimentação, tamisadores, filtros de banda, prensas e centrífugas. Autores Qualquer que seja o equipamento utilizado, convém referir que antes e ngredient Odyssey/Entogreen durante o processo de separação, os efluentes devem ser agitados Rui Nunes Carolina continuamente Ligeiro de modo a minimizar-se a sedimentação de sólidos no tanque de receção e, desta forma, aumentar a eficiência do processo de onal de Investigação Agrária e Veterinária separação (Metcalf et al., 2004). Regina Menino

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

A seleção do mecanismo mais apropriado ou a combinação deles depende da–forma, densidade, tamanho e concentração das partículas envolvidas. Os rior de Agronomia Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte critérios a serem considerados antes de selecionar o equipamento incluem: Rita do Amaral Fragoso • Conteúdo de humidade do resíduo – alguns separadores requerem Inês Silva uma pasta diluída, neste sentido pode ser necessário adicionar água; udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino • Tamanho da abertura do separador – pequenas aberturas removem sólidos, no entanto, diminuem a taxa de transferência do sistema; Leal & Soares (SIRO) • Nestler Taxa de transferência ou capacidade – determina o tamanho do Maria Cecília Amaral Hartmut Nestlerseparador necessário para o sistema. É expresso em termos de volume por unidade de tempo; TTerra • Manutenção – o equipamento deve ser preservado; Maria Antónia Figueiredo • Custos com equipamentos periféricos – pavimento, suporte para o Maria João Figueiredo separador, bombas, transportadores, cárteres, energia elétrica e Universidade de Évora custos de construção. Vasco Fitas da Cruz A espécie animal também afeta a composição dos resíduos a serem Carlos Cupeto tratados e por isso deve ser tida em consideração aquando da seleção do Diogo Coelho José Carlos Rico equipamento mais apropriado (Hjorth et al., 2010).

Instituto Su

C

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

97 97


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Embora existam diferentes tipos deEditores separadores mecânicos, a maioria deles Editores OlgaOlga Moreira Moreira pode ser agrupada em cinco categorias (Bernal et al., 2015; Birchall et al., Vasco Vasco Cruz Cruz 2008; Hjorth et al., 2010; Mukhtar et al., 1999; USDA, 2011): Henrique Henrique Trindade Trindade • Grades de detenção de detritos • Tanques de sedimentação; Autores Autores Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen • Telas (tamisadores); Rui Nunes Rui Nunes • Prensas; Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro • Centrífugas. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino a) Grades de detenção de detritos Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

A gradagem éInstituto uma operação unitária para remoçãodedeLisboa sólidos Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade –a Universidade de Lisboagrosseiros transportados nos efluentes, destinada a Duarte proteger equipamentos e Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso sistemas de armazenamento. Os sólidos e detritos de grandes dimensões Inês Inês SilvaSilva são removidos através de grades constituídas por uma série de varões em Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil aço galvanizado colocadasGabriela longitudinalmente em relação ao fluxo da caleira Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino do efluente e inclinadas entre 30 a 45° em relação ao fundo do canal (Figura Leal Leal & Soares &grades Soares (SIRO) (SIRO) 18). O processo de limpeza das metálicas pode ser manual ou Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler mecanizado (Metcalf et al., 2004). Hartmut Hartmut Nestler Nestler

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Figura 18. Grades de detenção de detritos

Henrique Henrique Trindade Trindade (Fonte: http://proencis.site.com.br/portfolio-view/elevatoria-agua-bruta/) ii 98ii 98


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editoresb) Tanques de sedimentação

Olga Moreira Vasco Os Cruztanques de sedimentação, também conhecidos como tanques de decantação, são unidades de tratamento inseridas no canal/troço do Henrique Trindade

coletor que transporta os efluentes, podem ser do tipo subterrâneo ou

Autores cónico e ambos utilizam a ação da gravidade para separar os sólidos dos

ngredient Odyssey/Entogreen líquidos. Rui Nunes Carolina O Ligeiro princípio de funcionamento dos tanques de sedimentação subterrâneos

(Figura 19), baseia-se na redução da velocidade do fluxo, o que permite a

onal de Investigação Agrária e Veterinária sedimentação discreta dos sólidos em suspensão (Eckenfelder et al., 1989; Regina Menino USDA,Branco 2011). Maria Amélia Castelo

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Figura 19. Tanque de sedimentação subterrâneo (Adaptado de: USDA, Maria João Figueiredo

2011)

Universidade de Évora Vasco FitasAdamaioria Cruz dos tanques de sedimentação cónicos consiste num recipiente Carlos Cupeto cilíndrico na parte superior e cónico na parte inferior (Figura 20). No seu Diogo Coelho processo operativo, a pasta é adicionada pela parte superior do tanque e os José Carlos Rico

sólidos assentam na parte inferior da parte cónica, por onde podem ser removidos (Bernal et al., 2015).

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

Universid

99 99


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Figura 20. Tanque de sedimentação cónico

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

(Adaptado de: https://www.911metallurgist.com/desliming/)

c) Separadores de telas (tamisadores)

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa

Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte de separação resulta O mecanismo de funcionamento desta tecnologia Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso numa triagem que envolve uma tela com poros de um tamanho específico Inês Inês SilvaSilva e que permite queCláudia apenas umMarques-dos-Santos determinado tamanho de partículas sólidas Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil passe pelas suas aberturas. Deste modo, a fração Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirinolíquida flui através da tela e é drenada (Bernal et al., 2015; USDA, 2011). Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)

A tecnologia de separação porCecília telas é geralmente Maria Maria Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler utilizada como préHartmut Hartmut Nestler Nestler tratamento do efluente, de modo a que seja possível evitar fenómenos de sedimentação durante o processo de armazenamento e/ou combinar esta TTerra TTerra técnica com outros sistemas de separação mais eficientes (Flotats et al., Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo 2011). Os tamisadores são equipamentos que permitem a Universidade Universidade deeletromecânicos Évora de Évora Vasco FitasFitas da de Cruz da Cruz remoção de sólidos em Vasco suspensão, pequenas dimensões e com Carlos Carlos Cupeto Cupeto diferentes densidades através da filtração sobre uma tela metálica ou têxtil. Diogo Diogo Coelho Coelho Os modelos mais utilizados José em José Portugal, Carlos Carlos Ricoem Rico efluentes pecuários, são de crivo vibratório e de tambor rotativo. Os tamisadores podem ser instalados sobre o terreno ou abaixo do nível do solo, podendo serCITAB alimentados por Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB gravidade ou através de um sistema de bombagem. A descarga é feita, Henrique Henrique Trindade Trindade ii 100 ii 100


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

geralmente, por gravidade. De uma maneira geral, apresentam baixas Editores

Olga Moreira eficiências de remoção de matéria seca e de nutrientes relativamente aos Vasco modelos Cruz de separadores mais sofisticados (Bicudo, 1991) como as Henrique Trindade

centrífugas. Podem ser classificados como estacionários, vibratórios e rotativos (Bernal et al., 2015; Birchall et al., 2008; Mukhtar et al., 1999; Autores USDA, 2011). ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Telas estacionárias ou tamisadores estáticos

onal de Investigação Agrária e Veterinária O separador de telas estacionárias, inclinado (Figura 21), utiliza a força da Regina Menino gravidade Maria Amélia Castelo Brancopara separar o efluente líquido do sólido. O chorume é

bombeado para a parte superior da tela. A fração líquida passa pelas

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa aberturas da tela, enquanto que os sólidos se acumulam e deslizam para Elizabeth D’Almeida Duarte serem depositados numa almofada de armazenamento e drenagem (Figura Rita do Amaral Fragoso Inês Silva 22) (Birchall et al., 2008; Mukhtar et al., 1999). Este sistema pode produzir udia Marques-dos-Santos Cordovil uma fração de sólidos de 12 a 23% de material seco, dependendo do Gabriela Zanetti Cirino

Instituto N

Instituto Su

C

conteúdo total de sólidos dos resíduos brutos e do tamanho das aberturas

Leal & Soares da (SIRO) tela (USDA, 2011). Maria Cecília Amaral Nestler Este tipo de separador é muito utilizado para remover partículas fibrosas e Hartmut Nestler

grosseiras dos efluentes das instalações de bovinos de leite, o que facilita o

TTerra manuseamento, armazenamento e tratamento da fração sólida e a Maria Antónia Figueiredo reciclagem dos líquidos para descarga nas lagoas/aplicação ao solo Maria João Figueiredo

(Mukhtar et al., 1999).

Universidade de Évora grande Vasco FitasAda Cruz vantagem destas telas está no facto de que não possuem partes móveis Carlos Cupeto e requerem pouca energia. No entanto, necessitam de um sistema Diogo Coelho de lavagem separado para impedir a obstrução da tela; um reservatório e José Carlos Ricobomba para remover a fração líquida e induzir o fluxo sobre a tela uma

(Mukhtar et al., 1999).

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

101 101


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Figura 21. Separador de tela estática inclinada Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

(Fonte: https://www.nuevaferia.com.ar/mp.asp?i=10141&n=Tamiz-estatico-curvo--Enviroline)

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerrade separador de tela inclinada Figura 22. Princípio de funcionamento

Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo (Adaptado de: https://hidrometalica.com/tamiz-estatico/) Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Telas vibratórias ( tamisadores de crivo Universidade Universidade devibratório) Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz

As telas vibratórias (Figura 23) solucionam alguns dos problemas de Carlos Carlos Cupeto Cupeto entupimento associados às telas estacionárias, no entanto este tipo de Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos Rico equipamento apresenta maiores custos de Rico operacionalidade e manutenção associados, uma vez que necessita de energia mecânica para o seu Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 102 ii 102


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

funcionamento vibratório. Ao contrário das telas estacionárias, estas são Editores

Olga Moreira instaladas na horizontal (Bernal et al., 2015; USDA, 2011). Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Figura 23. Separador de tela vibratória Rita do Amaral Fragosohttps://www.mylittlesalesman.com/gator-6%E2%80%99-wide-x-16%E2%80%99(Fonte: Inês Silva long-three-deck-incline-vibrating-screen-9468025) udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

O material a ser separado é transportado para a tela, que vibra vertical e

Leal & Soares (SIRO) horizontalmente, a uma frequência controlada (Mukhtar et al., 1999). Os Maria Cecília Amaral Nestler líquidos ou materiais menores passam pela tela e são recolhidos num Hartmut Nestler

recipiente que se encontra abaixo dela. Os sólidos separados são movidos até às extremidades da tela, onde são removidos (Figura 24). Alguns sólidos TTerra Maria Antóniasão Figueiredo quebrados através das vibrações e passam com líquidos, diminuindo a Maria João Figueiredo eficiência da separação com determinados tipos de materiais. A eficiência normal para esse tipo de separador é de 15 a 30% (USDA, Universidadede de separação Évora 2011). Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

103 103


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Figura 24. Princípio de funcionamento de separador de tela vibratória

(Adaptado de: https://www.911metallurgist.com/blog/vibrating-screen-working-principle) Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária

Regina Regina Menino Menino

Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Telas rotativas( tamisadores de tambor rotativo) As telas rotativas (Figura 25)Agronomia consistem num cilindrodehorizontal Instituto Instituto Superior Superior de de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboaperfurado (10 a 35 rpm) cuja superfície giraD’Almeida e que possui uma área de alimentação na Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte Ritaraspador Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso extremidade superior e um fixo para remover os sólidos que se Inês Inês SilvaSilva acumulam na tela (Bernal et al., 2015; USDA, 2011). Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Os sólidos que se acumulam naZanetti tela são empurrados pelo raspador e Gabriela Gabriela Zanetti Cirino Cirino movidos para a extremidade oposta. O líquido passa pela tela e é drenado Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)26) (Birchall et al., 2008; para um tanque de armazenamento (Figura Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Mukhtar et al., 1999). Este separador apresenta um volume relativamente Hartmut Hartmut Nestler Nestler alto e uma eficiência de separação relativamente baixa (15 a 20%) para uma TTerra única passagem (USDA, 2011). TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Figura 25. Separador de tela rotativa (Adaptado deBernal et al., 2015) Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 104 ii 104


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

26. Princípio de funcionamento de separador de tela rotativa rior de Agronomia – Figura Universidade de Lisboa (Adaptado de: https://hidrometalica.com/tamiz-rotativo/) Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silvad) Separadores de prensas udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino sólida resultante do processo de sedimentação, triagem e A fração

Instituto Su

C

centrifugação é chamada de “bolo sólido” e pode conter até 85 a 95% de

Leal & Soares (SIRO) humidade Maria Cecília Amaral Nestler(apenas 5 a 15% de sólidos totais). As prensas são utilizadas normalmente para remover mais água do bolo sólido, de modo a que este Hartmut Nestler

possa ser compostado ou utilizado para outro fim. Ou seja, estes

TTerra dispositivos ajudam a remover partículas de textura fina (Mukhtar et al., Maria Antónia Figueiredo 1999). Maria João Figueiredo

Este tipo de equipamentos permite operar com um teor total de sólidos

Universidade de Évora elevado do que os separadores de telas. As prensas produzem um Vasco Fitasmais da Cruz Carlos Cupeto sólido mais seco que a maioria dos dispositivos mecânicos (cerca de 30% de Diogo Coelho matéria seca) (Flotats et al., 2011; Hjorth et al., 2010). A sua eficiência José Carlos Rico

diminui à medida que o teor total de sólidos do efluente aumenta. No entanto, de acordo com Burns e Moody (2003), a eficiência de separação

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

105 105

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

de matéria seca destes equipamentos varia entre 10 a mais de 50%, de Editores Editores Olga Moreira Moreira acordo com o teor de sólidos Olga da mistura. Vasco Vasco CruzCruz

Os separadores de prensas Henrique podem ser classificados como prensas de rolos, Henrique Trindade Trindade correias ou parafuso (Bernal et al., 2015; Birchall et al., 2008; Mukhtar et Autores Autores al., 1999; USDA, 2011). Prensas de rolos

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Uma prensa de rolos (Figura 27) possui telas côncavas e uma série de rolos Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária e escovas que pressionam Regina o efluente contra as telas. Os líquidos são Regina Menino Menino espremidos e os sólidos permanecem na tela (Mukhtar et al., 1999). Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco O rolo sólido superior da de prensa faz compressão sobre oderolo inferior que, Instituto Instituto Superior Superior Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte pelo facto de possuir aberturas, permite que o líquido seja drenado. Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora

Vasco Vasco Fitas da Cruz daeCruz Figura 27. Separador de prensas deFitas rolos princípio de funcionamento

Carlos Carlos Cupeto Cupeto (Fonte: https://www.melkvee.nl/artikel/43434-boersma-maakt-nieuwe-start-na-van-bakelDiogo Diogo Coelho Coelho debacle/) / (Adaptado de: USDA, 2011) JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

O separador de prensas de rolos é frequentemente incorporado e utilizado em combinação com o separador de tela estática inclinada e de tela Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB rotativa, de modo a melhorar aHenrique sua Trindade eficiência de separação (Figura 28). Os Henrique Trindade ii 106 ii 106


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

rolos são motidos por motores elétricos e o rendimento depende da Editores

Olga Moreira compressão entre os rolos (distância entre rolos). A eficiência de separação Vasco de Cruzsólidos totais pode variar entre 30 a 50% (USDA, 2011). Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia Figura – Universidade de Lisboa 28. Separador de prensas de rolos combinado com separador de Elizabeth D’Almeida Duarte tela rotativa Rita do Amaral Fragoso (Fonte: https://www.agriexpo.online/pt/prod/daritech-inc/product-171469-65740.html) Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Prensas Gabriela Zanetti Cirinode correias ou filtros de banda

Instituto Su

C

Uma prensa de correia (Figura 29) usa uma correia de tecido plano, que

Leal & Soares (SIRO) corre Nestler horizontalmente entre os rolos. Os rolos comprimem o estrume Maria Cecília Amaral Hartmut Nestler líquido através de perfurações na correia, que retém os sólidos (Mukhtar et

al., 1999).

TTerra Maria AntóniaOFigueiredo separador de prensas de correia é semelhante ao separador de prensas Maria João Figueiredo de rolos, no entanto, em vez de drenar o líquido através do rolo inferior

perfurado, a própria correia é feita de um material permeável e o líquido é

Universidade de Évora quando a correia passa entre dois rolos. Este separador é mais Vasco Fitasespremido da Cruz Carlos Cupeto adequado para filtrar efluentes com 6% a 8% de matéria seca (Burton e Diogo Coelho Turner, 2003). José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

107 107


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária

Figura 29. Separador de prensas de Menino correia e princípio de funcionamento Regina Regina Menino

(Fonte: https://www.exapro.com/used-klein-bs-20-belt-press-dewatering-p80215128/) Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco (Adaptado de: https://oceaniawatertreatment.com.au/belt-press-sludge-dewatering/ )

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Prensas de parafuso Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês Silva Silva O separador de prensas de parafuso (Figura 30) é o mais utilizado entre as Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil tecnologias de filtração Gabriela pressurizada. Estes separadores conjugam os Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

mecanismos de separação gravítica de sólidos com a separação mecânica Leal Leal &parafuso Soares & Soares (SIRO) (SIRO) (Pereira, 2005). por compressão, através de um sem-fim Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler

Este separador utiliza um parafuso reto ou cónico para comprimir sólidos Hartmut Hartmut Nestler Nestler dentro de um cilindro perfurado ou com fenda. O líquido é expelido pelas TTerra TTerra aberturas da tela através da pressão da bomba e do parafuso sem-fim. Os Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo sólidos são empurrados para fora daJoão extremidade Maria Maria João Figueiredo Figueiredo do cilindro através de um retentor ajustável (Figura 31) (Birchall et al., 2008; Brendal et a., 2015; Universidade Universidade de Évora de Évora Mukhtar et al., 1999; USDA, 2011). Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 108 ii 108


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Figura 30. Separador de prensas de parafuso (Fonte: Brendal et al., 2015) Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto N

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Figura 31. Princípio de funcionamento do separador de prensas com

parafuso TTerra (Adaptado de: https://oil-expeller.net/edible-oil-press-machine/screw-oil-press.html) Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Centrífugas Universidade dee) Évora Vasco Fitas da Cruz Um separador centrífugo utiliza a força centrífuga para aumentar a Carlos Cupeto velocidade de sedimentação das partículas em suspensão e, Diogo Coelho José Carlos Rico consequentemente, causar a separação do material sólido (mais denso) do líquido (Brendal et al., 2015; Mukhtar et al., 1999; USDA, 2011). Existem

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

109 109


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

centrífugas horizontais e verticais, no entanto, as centrífugas horizontais Editores Editores OlgaOlga Moreira são as mais comuns no tratamento deMoreira efluentes pecuários (Figura 32). Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inêshorizontal Inês SilvaSilva e princípio de funcionamento Figura 32. Separador centrífugo Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil (Fonte: https://www.environmental-expert.com/products/decapress-model-dp-two-phaseGabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino decanter-centrifuge-585562) (Adaptado de: Brendal et al., 2015) Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)

As centrífugas horizontais, também conhecidas por decantadoras, Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler consistem num cilindro rotativo que centrifuga Hartmut Hartmut Nestler Nestler o efluente a alta velocidade, resultando na separação das partículas sólidas da fração líquida. Estas TTerra TTerra para a extremidade cónica da partículas são deslocadas e espessadas Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo centrífuga, onde são descarregadas eFigueiredo armazenadas, Maria Maria JoãoJoão Figueiredo através de um parafuso sem-fim que possui uma velocidade de rotação superior à do cilindro Universidade Universidade de Évora de Évora (Hjorth et al., 2010; Mukhtar et al., 1999). Conforme ilustrado na Figura 18, Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz a fração líquida, contendo uma suspensão de colóides, componentes Carlos Carlos Cupeto Cupeto orgânicos e sais, é descarregada naCoelho parte cilíndrica oposta e enviada para Diogo Diogo Coelho uma caixa de receção (Brendal etJosé al.,Carlos 2015; Hjorth et al., 2010). José Carlos RicoRico As centrífugas são separadores eficazes e podem remover até 70% de Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB sólidos totais, sendo mais eficientes com eefluentes com um teor de sólidos Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 110 ii 110


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

de 5 a 8% ou quando combinadas com processos de adição química. No Editores

Olga Moreira entanto, este tipo de equipamento possui um custo inicial e de manutenção Vasco mais Cruz elevado do que outros tipos de separadores (Birchall et al., 2008; Henrique Trindade

USDA, 2011).

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen 5.1.5. Considerações finais Rui Nunes Carolina Ligeiro

Existem diversos métodos e tecnologias para realizar a separação mecânica

onal de Investigação Agrária e Veterinária de sólidos. A seleção do mecanismo mais apropriado ou a combinação deles Regina Menino depende de fatores como a espécie animal e o tipo de efluente, ou seja, a Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Neste sentido, a eficiência deste processo está diretamente relacionada, Elizabeth D’Almeida Duarte porFragoso um lado, com o tipo de equipamento e por outro, com a constituição Rita do Amaral Inês Silva do efluente. udia Marques-dos-Santos Cordovil EstesCirino sistemas permitem criar diversas oportunidades / desafios para o Gabriela Zanetti

Instituto Su

forma, densidade, tamanho e concentração das partículas envolvidas.

C

setor agrícola, na medida em que contribuem para a diminuição do impacto

Leal & Soares (SIRO) ao nível das emissões atmosféricas e contaminações de solo, ambiental Maria Cecília Amaral Nestler possibilitando o reaproveitamento das águas residuais e a reciclagem de Hartmut Nestler

nutrientes.

TTerra Numa ótica de sustentabilidade e circularidade, a gestão de efluentes Maria Antónia Figueiredo pecuários com recurso à separação mecânica contribui para a criação de Maria João Figueiredo

valor dos resíduos / subprodutos, o que permite, através da partilha de

Universidaderecursos, de Évora o desenvolvimento de relações de simbiose entre fileiras e setores Vasco Fitas da Cruz económicos, incrementando a competitividade das empresas. Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

111 111


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.1.6. Referências

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Bernal, M. P., Bescós, B., Burgos, L.,Vasco Bustamante, M., Clemente, R., Fabbri, Vasco CruzCruz C., ... & Moscatelli, G. (2015). Evaluation of manure management systems Henrique Henrique Trindade Trindade

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Hjorth, M., Christensen, K. V., Christensen, M. L., & Sommer, S. G. (2011). Solid–liquidUniversidade separation of slurry inetheory and practice. Universidade deanimal Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITABIn Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 112 ii 112


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Sustainable Agriculture Volume 2 (pp. 953-986). Springer, Dordrecht.The Editores

Netherlands Olga Moreira Vasco Cruz Kellogg, R. L., Lander, C. H., Moffitt, D. C., & Gollehon, N. (2000). Manure Henrique Trindade

nutrients relative to the capacity of cropland and pastureland to assimilate nutrients. US Department of Agriculture, Natural Resources Conservation Autores Service and Agricultural Research Service. NRCS and ERS GSA Publ. N.er ngredient Odyssey/Entogreen nps 00-0579. Washington, D.C.: USDA. Rui Nunes Carolina Kunz, LigeiroA., Steinmetz, R. L. R., Ramme, M. A., & Coldebella, A. (2009). Effect

of storage time on swine manure solid separation efficiency by screening.

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Instituto N

engineering: treatment and reuse. Mcgraw Hill, New York, 1889 pp.

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Mukhtar, S., Sweeten, J. M., & Auvermann, B. W. (1999). Solid-liquid Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso of animal manure and wastewater. Texas Agricultural separation Inês Silva Extension Service E-13 9-99. http://tammi.tamu.edu/soild-liquidseparationE13 [1] udia Marques-dos-Santos Cordovil Pereira J., 2005. Manipulação de efluentes de bovinicultura: PréGabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

tratamento e aplicação ao solo. Dissertação de Mestrado em Engenharia

Sanitária, Leal & Soares (SIRO) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Maria Cecília Amaral Nestler Lisboa, Lisboa, 152 pp. Hartmut Nestler

Sánchez-Martín, J., Beltrán-Heredia, J., & Solera-Hernández, C. (2010). Surface water and wastewater treatment using a new tannin-based TTerra Maria Antóniacoagulant. Figueiredo Pilot plant trials. Journal of environmental management, 91(10), 2051-2058. Maria João Figueiredo Szogi, A. A., Vanotti, M. B., & Ro, K. S. (2015). Methods for treatment of

Universidade de Évora Vasco Fitasanimal da Cruzmanures to reduce nutrient pollution prior to soil application. Current Carlos Cupeto Pollution Reports, 1(1), 47-56. Diogo Coelho United States Department of Agriculture (2011). Agricultural Waste José Carlos Rico

Management: Field Handbook.

https://directives.sc.egov.usda.gov/OpenNonWebContent.aspx?content=31481.wba

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

113 113


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.2. Valorização de efluentes por compostagem Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz O crescimento populacional e económicoCruz mundial das últimas décadas tem Henrique Henrique Trindade Trindade

obrigado a uma intensificação das explorações pecuárias e agrícolas para obtenção de alimento para a população. Desta forma, a quantidade de Autores Autores efluentes pecuáriosIngredient eIngredient subprodutos animais tem crescido e Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Ruiambientais. Nunes Rui Nunes Ao utilizar estes subprodutos consequentemente os problemas Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro - estrumes, contribuímos para a redução dos seus impactes ambientais. O processo de compostagem aeróbia transforma-os em fertilizantes que ao Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária serem reincorporados no solo, contribuem para uma economia circular. Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Os estrumes deixam assim de ser um problema ambiental para as Instituto Instituto Superior Superior Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa explorações pecuárias e de passam a ser uma matéria-prima que vai ser Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte transformada num fertilizante orgânico estável, higienizado, rico em Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso matéria orgânica, ácidos húmicos e fúlvicos e nutrientes, com elevado Inês Inês Silva Silva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil potencial de valorização agronómica. O mesmo se passa com a biomassa Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino utilizada no processo de compostagem, funcionando como uma fonte de carbono e estruturante do composto, contribuindo para a limpeza das Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) matas e florestas, diminuindo o combustível disponível para incêndios, um Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler problema atual resultante das alterações climáticas e também da estrutura silvícola em Portugal. TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

5.2.1. O processo de compostagem

Universidade Universidade de Évora de Évora É um processo de decomposição aeróbia controlada e de estabilização da Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz matéria orgânica em condições de temperatura que favorecem o Carlos Carlos Cupeto Cupeto desenvolvimento dos microrganismos termófilos, com a obtenção de um Diogo Diogo Coelho Coelho produto final estável, higienizado, rico JoséJosé Carlos Carlos Ricoem Ricocompostos húmicos e cuja utilização no solo, promove a sua fertilidade sem oferecer riscos ao meio ambiente. Universidade O produto final, designado e por composto, é um produto Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 114 ii 114


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

estabilizado, higienizado e livre de substâncias fitotóxicas, benéfico para a Editores

Olga Moreira produção vegetal (Zucconi Bertoldi, 1987; Brito, 2005). Vasco Cruz Henrique Trindade Há vários fatores que influenciam a compostagem: microrganismos, relação

C/N, temperatura, humidade, arejamento e granulometria dos materiais.

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Microrganismos Rui Nunes Os principais nutrientes encontrados nos resíduos vegetais e animais estão Carolina Ligeiro

na forma orgânica e são decompostos em diferentes estágios (Kiehl, 1985), com Agrária diferentes intensidades e por diferentes populações de onal de Investigação e Veterinária Regina Menino microrganismos: fungos, bactérias, insetos e pequenos animais.

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

Relação C/N rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Diversos investigadores afirmam que a relação C/N ideal para iniciar o Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragosode compostagem está entre 25/1 e 35/1 (Zucconi e Bertoldi, 1986; processo Inês Silva Lopez-Real, 1994; Fonget et al, 1999, Kiehl, 2004), uma vez que durante a udia Marques-dos-Santos Cordovil decomposição, os microrganismos absorvem C e N da matéria orgânica na Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

relação 30/1, sendo que das 30 partes de C assimiladas, cerca de 20 são

Leal & Soares (SIRO) para a atmosfera (CO2) e 10 são incorporadas no protoplasma eliminadas Maria Cecília Amaral Nestler das células. Hartmut Nestler

No nosso caso, a fonte de azoto é fornecida pelos estrumes e a fonte de

carbono tem origem na biomassa e serrim da cama dos animais. TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Temperatura

A compostagem decorre em 3 fases: fase mesófila, termófila e de

Universidade de Évora Vasco Fitasmaturação. da Cruz Fase mesófila – fase inicial em que a temperatura aumenta na razão da Carlos Cupeto Diogo Coelho atividade dos microrganismos aeróbios mesófilos atingindo rapidamente José Carlos Rico

temperaturas de 40-45ºC. São decompostas as substâncias de degradação mais fácil (hidratos de carbono, lípidos e proteínas) (Hoitink et al, 1997; Day

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

115 115

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Shaw, 2005), dominando as Editores bactérias mesófilas consumidoras destas Editores OlgaOlga Moreira Moreira substâncias (Hoitink et al, 1997). Vasco Cruzvalores Cruz elevados que podem ir até Fase termófila – a temperaturaVasco atinge Henrique Henrique Trindade Trindade 70ºC higienizando o composto e eliminando agentes patogénicos e sementes de infestantes. Esta fase pode levar várias semanas por ação de Autores Autores microrganismos termófilos resistentes a elevadas temperaturas (bactérias Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes termófilas, actinomicetes e fungos). Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Fase de maturação – fase final que corresponde à diminuição da atividade microbiana, mais longa; orgânicas estabilizam-se e a Instituto Instituto Nacional Nacional deasInvestigação dematérias Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária temperatura atinge valores próximos da temperatura ambiente por ação Regina Regina Menino Menino Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco bactérias e fungos dos microrganismos Maria mesófilos (actinomicetes, mesófilos). Nesta fase, dá-se uma lenta– eUniversidade longa degradação das moléculas Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte mais resistentes como Elizabeth a lenhina e formam-se moléculas complexas como Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso os ácidos fúlvicos e os ácidos húmicos com crescente peso molecular (Brito, Inês Inês SilvaSilva 2017). Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Humidade A humidade é indispensável a Soares atividade metabólica e fisiológica dos Lealpara Leal & Soares & (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler microrganismos, sendo que o valor considerado ideal para a compostagem Hartmut Hartmut Nestler Nestler varia entre 50 e 60% (Stentiford, 1996; Rodrigues et al, 2006). Teores abaixo deste valor diminuem a atividade microbiana e acima destes TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo valores podem levar a condições de anaerobiose e lixiviação. Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Arejamento Universidade Universidade de Évora de Évora O arejamento é o fator mais importante no processo de decomposição de Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz matéria orgânica (Peixoto, 1988), sendo classificado como o principal Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Coelho Coelho de temperatura durante o mecanismo capaz de evitarDiogo altos valores José José Carlos Carlos Rico processo de compostagem, de aumentarRico a velocidade de oxidação, de diminuir a libertação de odores e reduzir o excesso de humidade de um Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB material emUniversidade decomposição (Pereira Neto,e1994; Kiehl, 2004). Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 116 ii 116


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Granulometria Editores

A decomposição da matéria orgânica está relacionada com a superfície Olga Moreira Vasco específica Cruz do material a ser compostado, sendo que quanto menor é a Henrique Trindade

granulometria, maior será a área que poderá ser atacada e digerida pelos microrganismos, acelerando o processo de decomposição (Kiehl, 1985; Autores Keener e Das, 1996; Fernandes e Silva, 1999). ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina 5.2.2. Ligeiro Caso de estudo - Compostagem de fração sólida de

chorumes de bovino onal de Investigação Agrária e Veterinária Objetivos Regina Menino Maria Amélia Castelo Brancodeste estudo foi verificar se diferentes tipos de maneio na O objetivo

produção de bovinos rior de Agronomia – Universidade de Lisboainfluenciam o processo de compostagem e a Elizabeth D’Almeida Duarte qualidade do fertilizante obtido. Nomeadamente, verificar se as diferenças Rita do Amaral Fragoso na alimentação e na reutilização das camas em uma das explorações (B) Inês Silva provocam alterações significativas no estrume quando comparados com a udia Marques-dos-Santos Cordovil segunda Gabriela Zanetti Cirinoexploração (A) e por consequência no composto final.

Instituto N

Instituto Su

C

As explorações foram-nos indicadas pela APCRF, parceira no projeto GO

Leal & Soares (SIRO) Efluentes, devido às características de gestão da produção nessas Maria Cecília Amaral Nestler e à sua proximidade do local de compostagem. explorações Hartmut Nestler

Material e métodos

TTerra O estrume de bovino foi proveniente de 2 explorações intensivas de vacas Maria Antónia Figueiredo leiteiras de raça Frísia, designadas por exploração A e B. Ao dois estrumes Maria João Figueiredo

foi adicionada 20% de biomassa e efetuada a avaliação do desenvolvimento

Universidadedo de Évora processo de compostagem durante 7 meses. Houve trituração e Vasco Fitas da Cruz homogeneização dos lotes, viragem e crivagem final, monitorização de Carlos Cupeto temperaturas e análises químicas, físicas e biológicas. Diogo Coelho José Carlos EmRico ambas explorações foi utilizada a fração sólida do chorume (FSC). Com

base nos inquéritos efetuados, caracterizam-se sumariamente no Quadro e de Trás-os-Montes Alto Douro, CITAB 32 aseexplorações e as principais diferenças entre elas. Henrique Trindade

ii

117 117

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Os compostos finais foram posteriormente Editores Editores utilizados para os ensaios de OlgaOlga Moreira Moreira valorização agronómica no INIAV (ponto 6.7.). Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Quadro 32 – Principais características das explorações onde se procedeu à recolha da fração sólida de chorume para a compostagem

Autores Autores

 

 

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Exploração A Exploração B Rui Nunes Rui Nunes Carolina Ligeiro  Ligeiro Efetivo leiteiro: 1000 vacas Efetivo leiteiro: 140 vacas Carolina Alimentação com adição de de alimentos na  Produção Instituto Instituto Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária silagem e Nacional concentrado exploração e sistema de Regina Menino Menino comercial, fenos e palhasRegina em alimentação TMR (Total mixed Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco com sistema de alimentação TMR ration) distribuição com distribuição manual automática. Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Sistema de separação dos  Adição de granulados, silagem, Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte estrumes sólidos/líquidos palhas e fenos produzidos na Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso exploração. Cama de serrim Inês Inês SilvaSilva  Sistema de separação dos estrumes Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil sólidos/líquidos Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino  Cama de serrim e reutilização da cama 2 a 3 vezes. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo O processo de compostagem decorreu nas instalações da empresa Leal &

Soares, SA (SIRO) na Zona Industrial de Universidade Universidade de Mira. Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz

Carlos Cupeto Cupeto A receção dos estrumes e Carlos biomassa foi efetuada de acordo com os Diogo Diogo Coelho Coelho procedimentos internos de controlo e pesagem. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Formaram-se 2 lotes de estrume aos quais foram adicionados 20% de biomassa para melhorar a estrutura, evitar a compactação e fornecer uma Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB fonte de carbono. Os lotes tinham cerca de 200 m3/cada (160 m3 de Henrique Henrique Trindade Trindade ii 118 ii 118


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

estrume e 40 m3 de biomassa), foram homogeneizados, moídos e Editores

Olga Moreira construídas pilhas de 4 m de altura com a forma trapezoidal. Trata-se de Vasco Cruz uma unidade industrial e estas quantidades mínimas representativas visam Henrique Trindade

estabelecer as mesmas condições que são usadas pela empresa nos processos de processamento. Autores As máquinas e equipamentos utilizados no ensaio são propriedade da ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes empresa: máquina de pá Volvo, retroescavadora Hitachi, trituradora Jenz Carolina Ligeiro e crivo Edge.

onal de Investigação Agrária e Veterinária As temperaturas de compostagem foram monitorizadas e a sua evolução Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco os reviramentos necessários. No final da compostagem, os condicionou

Instituto N

foram transportados rior de Agronomialotes – Universidade de Lisboa para a zona de seleção e calibração, de forma a Elizabeth D’Almeida obterDuarte um produto com a granulometria de 0-20 mm. Rita do Amaral Fragoso Foram recolhidas amostras para análises físicas, químicas e biológicas Inês Silva durante o processo de compostagem. Este, iniciou-se no dia 20 de udia Marques-dos-Santos Cordovil setembro Gabriela Zanetti Cirino de 2018 com a receção das primeiras cargas de estrume e

Instituto Su

C

finalizou a 10 de abril de 2019. As princiais operações realizadas

Leal & Soares (SIRO) apresentam-se na Figura 33. Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

119 119


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Constituição dos lotes

Mistura

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Trituração e homogeneização Viragem durante a compostagem para arejamento

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora

Vasco Vasco Fitas Fitas daobter Cruz da Cruz Crivagem no fim da compostagem, para uma granulometria 0-20 mm

Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho Figura 33. Principais operações do processo de compostagem JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 120 ii 120


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Resultados e discussão Foram retiradas no início, meio e fim da compostagem, amostras de estrume de ambos os lotes, da biomassa que se adicionou e do serrim aplicado nas camas dos animais, apresentando-se nos Quadros 33 e 34 as principais Editores características desses materiais.

Olga Moreira Quadro Vasco Cruz33 – Principais características físico-químicas do substrato inicial e do composto final das explorações A e B HenriqueParâmetro Trindade Unidades Exploração A Exploração B

Autores

Humidade* % pH* ngredient Odyssey/Entogreen Condutividade* mS/cm Rui Nunes MO % na MS C orgânico % na MS Carolina Ligeiro C/N N total % na MS onal de Investigação Agrária e Veterinária Azoto amoniacal* mg/kg ReginaAzoto Menino nítrico* mg/kg Maria AméliaAzoto Castelo Branco orgânico % na MS P 2 O5 % na MS rior de Agronomia K2O – Universidade de%Lisboa na MS Elizabeth D’Almeida Duarte Ca % na MS Mg Fragoso % na MS Rita do Amaral % na MS 3 InêsSOSilva B mg/kg MS udia Marques-dos-Santos Cordovil mg/kg MS Fe Gabriela Zanetti Cirino Mn mg/kg MS Mo mg/kg MS Na mg/kg MS Leal & Soares (SIRO) mg/kg MS Maria Cecília Cd Amaral Nestler Cr mg/kg MS Hartmut Nestler Cu mg/kg MS Ni mg/kg MS TTerra Pb mg/kg MS Maria Antónia Zn Figueiredo mg/kg MS Classe Maria JoãoMaturação* Figueiredo Ácidos hum % na MS Fúlvicos % na MS Universidade de Évora E. coli* ufc/g Vasco Fitas da Cruz Salmonella*

Início 75,2 8,15 2,38 71,2 41,3 34,4 1,2 86,9 1140 1,08 0,67 1,29 0,99 0,35 0,86 6 1330 925,1 0,55 0,28 < 0,02 1,5 49,5 2,6 5,6 121,0 nd nd nd 87000 Ausente em 25g

Carlos Cupeto *Os resultados referem-se aos valores obtidos na matéria fresca Diogo Coelho José Carlos Rico

Fim 66,3 7,6 1,80 52,4 30,4 12,9 2,35 17,5 791 2,27 0,65 0,88 2,57 0,25 0,52 13 1299 132 0,69 0,21 < 0,02 2,0 26,3 4,0 4,7 106,8 V 4,90 1,09 < 10 Ausente 25g

Início 75,6 8,1 1,59 68,9 40 30,1 1,33 405 114 1,28 0,67 0,96 0,9 0,28 0,65 5,3 923 988 0.81 0.25 < 0,02 <0,4 51,9 2,3 3,6 109,1 nd nd nd 18000 Positivo em 25g

Fim 70,0 7,7 1,20 55,4 32,2 11,8 2,73 2,5 658 2,66 0,66 0,74 2,32 0,30 0,69 21,1 1365 153 0,9 0,18 < 0,02 3,7 66,4 5,8 6,2 177,3 V 6,80 0,64 < 10 Ausente 25g

Instituto N

Instituto Su

C

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii 121

121


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 34 – Principais características Editores Editores físico-químicas da biomassa adicionada e do serrim aplicado nas camas dos animais Olga Olga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz

Henrique Henrique Trindade Trindade Parâmetro Unidades Biomassa Serrim Humidade % 70,5 44,7 Autores Autores pH 6,6 5,0 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Condutividade mS/cm 0,34 0,06 Rui Nunes Rui Nunes C orgânico % 46,8 46,4 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro MO % 80,7 80,0 C/N 88,3Agrária 2320 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Menino Menino Azoto total % na MSRegina 0,53 0,02 Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco P2O5 % na MS 0,19 0,0087 K2O % na MS 0,52 0,083 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte

Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso As temperaturas foram monitorizadas ao Fragoso longo da compostagem com o Inês Inês SilvaSilva recurso a 3 sondas colocadas em diferentes locais da pilha de Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil compostagem, tendo sido registados osCirino valores Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino constantes dos gráficos apresentados na Figura 34. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho Figura 34. Valores de temperatura registados JoséJosé Carlos Carlos RicoRico nas pilhas de compostagem

das misturas com FSC provenientes das explorações A e B Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 122 ii 122


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Foram enviados big bags de cada lote para a Estação Zootécnica Nacional Editores

Olga Moreira (INIAV) para efetuar os estudos de valorização agronómica. Vasco Cruz Henrique Trindade

Conclusões O processo de compostagem dos dois lotes teve uma evolução de Autores resultados conforme o esperado. ngredient Odyssey/Entogreen Durante a compostagem, sensivelmente metade da massa e do volume da Rui Nunes Carolina pilha Ligeirofoi perdida com a decomposição dos materiais, perdendo-se parte do carbono na forma de dióxido de carbono. Houve diminuição do carbono onal de Investigação Agrária e Veterinária orgânico, consequentemente da matéria orgânica e da relação C/N. Por Regina Menino outro Branco lado, devido ao aumento da densidade causada pela redução da Maria Amélia Castelo massa, aumentaram os teores de azoto em ambos os compostos. rior de Agronomia – Universidade de Lisboa HouveDuarte higienização dos compostos, devido à exposição prolongada a Elizabeth D’Almeida elevadas Rita do Amaral Fragosotemperaturas resultantes da atividade microbiana passando de Inês Silva valores de 87000 e 18000 ufc/g para < 10 ufc/g, sendo negativa a deteção udia Marques-dos-Santos Cordovil de Salmonella no composto final. Gabriela Zanetti Cirino

Instituto N

Instituto Su

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Obtiveram-se 2 fertilizantes estáveis, maturados, higienizados, com Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler resultados muito semelhantes em vários parâmetros, mas destacando-se as Hartmut Nestler seguintes diferenças: TTerra • Valor superior de azoto total e orgânico no lote B; • Teor superior de ácidos húmicos no lote B; Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo • Maior concentração de micronutrientes e metais pesados no lote B. Universidade de Évora testes realizados em vasos no INIAV mostraram que o fertilizante Vasco FitasOs da Cruz orgânico obtido a partir de estrume de bovino, proporcionou maior Carlos Cupeto Diogo Coelho rendimento à cultura de azevém, quando comparado com os tratamentos José Carlos Rico

com fertilizantes minerais, comprovando-se o seu valor agronómico (ponto 6.7), contribuindo para uma agricultura mais sustentável, ecológica e e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB favorecendo a economia circular. Henrique Trindade

ii

123 123

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.2.3. Referências

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco Cruz Brito, L.M., Amaro, A. L., Fernandes, A.Cruz S. e Mourão, I. Influências físicas Henrique Henrique Trindade Trindade

sobre características químicas na compostagem da fração sólida de chorume de bovinos leiteiros. Autores Autores Brito, Luís Miguel (2017). Compostagem – Fertilização do Solo e Substratos. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen RuiLuisa, Nunes Rui Nunes Brito, Luis Miguel, Amaro, Ana Mourão, Isabel e Coutinho, João Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro (2008). Transformação da Matéria Orgânica e do Nitrogênio durante a compostagem da Fração Sólida do Chorume bovino. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Burés, Silvia (1997). Substratos Regina Regina Menino Menino Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Miner, Javier AnsorenaMaria (1984). Sustratos –Branco Propriedades y caracterización Mustin, Michel (1987). Lede Compost – Gestion de la Matière Organique Instituto Instituto Superior Superior Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Sempiterno, Cristina (2016). Artigo na revista Vida Rural (maio 2016). Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Compostagem Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 124 ii 124


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.3. Digestão anaeróbia (digestão e codigestão) Editores

Olga Moreira Vasco Enquadramento Cruz Henrique Trindade

A necessidade de atenuar ou mitigar as alterações climáticas, em grande parte resultantes das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) Autores associadas à utilização de combustíveis fósseis, têm levado à procura de ngredient Odyssey/Entogreen novos modelos económicos baseados numa economia circular e à Rui Nunes Carolina promoção Ligeiro das energias renováveis.

onal de Investigação Agrária e Veterinária As energias renováveis assumem um papel preponderante para se alcançar Regina Menino a transição Maria Amélia Castelo Brancoenergética e a neutralidade carbónica, com metas ambiciosas

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa estufa, de adoção de energias renováveis e de eficiência energética. No Elizabeth D’Almeida Duarte âmbito Rita do Amaral Fragosodo Plano Nacional Energia e Clima (PNEC 2030) Portugal Inês Silva comprometeu-se a atingir uma incorporação de 47% de fontes renováveis udia Marques-dos-Santos Cordovil no consumo final de energia, atingindo pelo menos 80% de renováveis na Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

para 2030, em matéria de redução das emissões de gases com efeito de

C

produção de eletricidade. A produção de bioenergia, a partir de bioresíduos como o chorume animal, é um dos caminhos a seguir para atingir as metas Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler estabelecidas. Hartmut Nestler

Por outro lado, a produção/gestão de chorume é responsável pela emissão

TTerra de óxido nitroso e de metano, cujo poder de aquecimento global é, Maria Antónia Figueiredo respetivamente, 265 e 28 vezes superior ao do dióxido de carbono. Para Maria João Figueiredo

além do impacte ambiental associado às emissões atmosféricas, uma

Universidadegestão de Évora inadequada do chorume pode levar à contaminação dos recursos Vasco Fitas da Cruz hídricos e do solo, com azoto (em particular nitratos) e fósforo (Figura 35). Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

125 125


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de de Agronomia – Universidade – Universidade de à Lisboa de Lisboa animal Figura 35. Possíveis rotas deAgronomia contaminação associadas produção

Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Assim, há que desenvolver estratégias Inês Inês SilvaSilvade tratamento/valorização do Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil chorume que eliminem ou mitiguem os potenciais impactes ambientais Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino associados.

A produção de biogás pela tecnologia de digestão anaeróbia (DA) pode ter Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) um papel fulcral na gestão eCecília valorização de chorume, Maria Maria Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler contribuindo para a Hartmut Hartmut Nestler Nestler mitigação de GEE e consequentemente para a diminuição do aquecimento global. A utilização do biogás/Bio-CH4 pode fornecer a energia necessária TTerra TTerra com níveis de emissão Maria de Maria COAntónia 2 inferiores a outras fontes convencionais, Antónia Figueiredo Figueiredo nomeadamente o carvão.Maria Para além do biogás, o processo de DA dá origem Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo a um digerido com poder fertilizante que, desde que devidamente Universidade de Évora de Évora estabilizado, pode ser Universidade reintroduzido no ciclo de produção agrícola Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz promovendo a circularidade. Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 126 ii 126


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.3.1. A tecnologia de digestão anaeróbia (DA) Editores

Olga Moreira Vasco A Cruzdigestão anaeróbia (DA) é um processo biológico que ocorre Henrique Trindade

naturalmente na ausência de oxigénio molecular (O2), em que substratos orgânicos complexos são degradados em metano (CH4), dióxido de carbono Autores (CO2), e outros componentes minoritários, tais como sulfureto de ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes hidrogénio (H2S), monóxido de carbono (CO), e amoníaco (NH3), entre Carolina outros Ligeiro gases vestigiais. A Figura 36 ilustra as etapas do processo biológico de DA.

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Figura 36. Etapas do processo biológico de DA (Li, Chen and Wu, 2019) Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz 5.3.2. Práticas de maneio com impacto na produção energética por Carlos Cupeto Diogo Coelho DA José Carlos Rico

A gestão da água numa unidade de produção pecuária tem implicações diretas na Douro, gestãoCITAB do chorume animal. De facto, o desperdício de água e de Trás-os-Montes e Alto Henrique Trindade

ii

127 127

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

associado ao abeberamento eEditores à Editores ineficiência do processo de limpeza e OlgaOlga Moreira Moreira esteja diluído. Por exemplo, higienização faz com que o chorume resultante Vasco Vasco Cruz em Portugal, em explorações suinícolasCruz de ciclo fechado é comum que o Henrique Henrique Trindade Trindade efluente resultante possua um teor de sólidos na ordem dos 2% (Neumann et al., 2020). Este facto cria constrangimentos Autores Autores à valorização do chorume por DA pois obrigará à existência deOdyssey/Entogreen reatores de maior volume e o rendimento Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes de produção de biogás estará condicionado pelo baixo conteúdo em Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro matéria orgânica biodegradável. Foi por este motivo que no âmbito do Agrária casoAgrária dee Veterinária estudo desenvolvido no Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação e Veterinária GOEfluentes se avaliou a qualidade do chorume suíno gerado em ciclo Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Castelo Castelo Branco Branco fechado (CF), mas também daAmélia fase de engorda/acabamento (CEA). Os resultados obtidos permitiram conteúdo em sólidos voláteis Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia deconcluir Agronomia –que Universidade – oUniversidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte (matéria orgânica que se converte em biogás) do CEA poderá ser 3 a 5 vezes Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso superior ao do chorume gerado em CF, o que conduzirá a um maior Inês Inês SilvaSilva rendimento do processo de bioconversão. Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Outro aspeto que influencia as características do chorume é o desperdício Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino de ração. Dependendo do tipo de comedouro, há um maior ou menor Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) desperdício de ração, que fica no pavimento e é recolhida juntamente com Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler o chorume e águas de lavagem. Deste modo, o chorume terá um maior Hartmut Hartmut Nestler Nestler conteúdo orgânico, em particular de fibra e outros compostos cuja TTerra complexidade poderá dificultar oTTerra processo de digestão anaeróbia. Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Eventualmente, poderá ser necessárioFigueiredo efetuar o pré-tratamento do Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo efluente para tornar a matéria orgânica mais disponível para o processo de bioconversão. Universidade Universidade de Évora de Évora FitasFitas da Cruz da Cruzda solução de valorização Assim, antes da conceçãoVasco e Vasco implementação Carlos Carlos Cupeto Cupeto energética deve realizar-se um diagnóstico que permita identificar a melhor Diogo Diogo Coelho Coelho forma de gestão dos fluxos gerados. JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 128 ii 128


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

O que é e quais as vantagens da codigestão anaeróbia (Co-DA) Editores

Olga Moreira Vasco O Cruz processo da codigestão anaeróbia consiste na utilização simultânea de Henrique Trindade

dois ou mais substratos na mistura a digerir. Desta estratégia resulta o aumento da produção de biogás devido a sinergias positivas estabelecidas Autores pelos substratos e pela presença de nutrientes necessários ao processo ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes (Iacovidou et al., 2012; Mata-Alvarez et al., 2000). Carolina Ligeiro O chorume animal é rico em azoto pelo que beneficiará da mistura com substratos maior conteúdo em carbono, aumentando a razão C/N para onal de Investigação Agráriacom e Veterinária valores próximos do ótimo (25). Por outro lado, a utilização do chorume Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco confere uma boa capacidade tampão à mistura, permitindo a utilização de outros substratos que conferem carácter ácido e consequentemente rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte poderiam comprometer o processo (Seppälä et al., 2013).

Rita do Amaral Fragoso Inês Silva 5.3.3. Caso de Estudo: Avaliação do potencial da aplicação da DA a udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino uma exploração suinícola - Abordagem desenvolvida ao

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longo do Projeto GoEfluentes

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler A primeira etapa foi selecionar uma exploração suinícola-tipo, que fosse

considerada como modelo do setor para implementar novas práticas de

TTerra gestão de efluentes pecuários, nomeadamente a valorização bioenergética Maria Antónia Figueiredo e agronómica dos fluxos gerados permitindo a sua circularidade. Maria João Figueiredo

A exploração suinícola selecionada foi a Herdade do Pessegueiro, operada

Universidadepela de Évora empresa Valorgado – Agricultura e Pecuária, Lda. Localizada numa Vasco Fitas da Cruz propriedade de 380 ha a cerca de 90 km de Lisboa, no concelho de Carlos Cupeto Salvaterra de Magos, distrito de Santarém, estando inserida na região Diogo Coelho José Carlos Rico (NUT II) e na sub-região Lezíria do Tejo (NUT III). A unidade tem Alentejo

capacidade para 997 porcas reprodutoras e 4501 lugares de engorda (Figura e de Trás-os-Montes 37). e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra

Figura 37. Imagem satélite da exploração da Herdade do Pessegueiro: 1 – Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Quarentena, 2 – Gestação, 3Maria – João Maternidades, 4 – Engordas, 5 – ETAR, 6 – Maria João Figueiredo Figueiredo Lagoa. Fonte: Valorgado Universidade Universidade de Évora de Évora

Vasco FitasFitas da Cruz da Cruzda situação de referência A segunda etapa foi fazer aVasco caracterização Carlos Carlos Cupeto Cupeto relativamente à gestão do chorume produzido, identificando as práticas e Diogo Diogo Coelho Coelho procedendo à recolha de amostras, não só amostra composta do chorume JoséJosé Carlos Carlos RicoRico gerado em ciclo fechado (CF), mas também da fase de engorda/acabamento (CEA) (Figura 38). Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 130 ii 130


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

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Figura 38. Fases de Produção em Ciclo-Fechado

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler A caracterização físico-química destas amostras permitiu determinar Hartmut Nestler

parâmetros-chave para a avaliação do potencial bioenergético do chorume gerado nas diferentes fases do ciclo de produção. O objetivo era identificar TTerra Maria AntóniaaFigueiredo fase que permita maximizar a recuperação de bioenergia. Maria João Figueiredo Os resultados obtidos na etapa dois permitiram concluir que se deveria Universidadeselecionar de Évora o chorume de CEA para aumentar a eficiência do processo de Vasco Fitasdigestão da Cruz anaeróbia. O seu conteúdo em sólidos voláteis pode ser cerca 3 a Carlos Cupeto 5 vezes superior ao do chorume gerado em CF, o que conduzirá a um maior Diogo Coelho rendimento do processo de bioconversão. José Carlos Rico Assim, a terceira etapa contemplou a realização de ensaios de DA à escala laboratorial, utilizando numa primeira fase o chorume de CF e e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB posteriormente o de CEA. Para tal, recorreu-se a uma unidade piloto Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

constituída por um reator semi-contínuo de mistura completa, com volume Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira útil de 4,80 L, em condições de mesofilia (36 ± 1 °C) onde o gás produzido Vasco Vasco Cruz Cruz foi armazenado, como se encontra esquematizado na Figura 39 e ilustrado Henrique Henrique Trindade Trindade na Figura 40. Os ensaios foram realizados ao longo de 36 meses tendo-se avaliado a Autores Autores influência da variaçãoIngredient de Ingredient algunsOdyssey/Entogreen parâmetros operacionais, nomeadamente Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes da taxa de carga orgânica (OLR) - quantidade de sólidos voláteis (SV) que se Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro aporta no caudal de alimentação fornecido ao reator; e do tempo de retenção hidráulico (TRH); e como outputAgrária a produção específica de biogás Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária (SGP) e de biometano (SMP).Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Branco Branco Para avaliar a estabilidade e Castelo desempenho do processo de DA, determinaram-se vários parâmetros entre os quaisdeo Lisboa pH do digerido, a Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte percentagem de remoção de matéria orgânica expressa em sólidos voláteis, Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso a razão entre a alcalinidade intermédia e a alcalinidade em bicarbonatos Inês Inês SilvaSilva (AI/AB) e o SELR (Specific Energy Loading Rate) – a razão entre a carga Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil orgânica da alimentação Gabriela diária e Zanetti a quantidade de biomassa no interior do Gabriela Zanetti Cirino Cirino reator. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho Figura 39. José Diagrama da piloto. José Carlos Carlos Ricounidade Rico Legenda: 1 – Entrada de alimentação, 2 – Controlador, 3 – Bomba de alimentação, 4 – Universidade Universidade Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto Douro, Douro, CITAB Sistema de aquecimento, 5 –de Sensor de temperatura, 6e–Alto Agitador, 7 –CITAB Reator, 8 – Saída do digerido, 9 – Medidor do fluxo deHenrique biogás, 10 Trindade – Analisador Henrique Trindadeportátil de biogás, 11 – Sistema de ii 132 ii 132


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

armazenamento de biogás, 12 – Bomba de alimentação do biogás, 13 – Válvula de segurança, Editores

14 – Gerador de tensão, 15 – Queimador de Bunsen. Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

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Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Figura 40. Fotografia da unidade piloto de digestão anaeróbia Maria João Figueiredo Universidade de Évora Legenda: 1 – Entrada de alimentação, 2 – Bomba de alimentação, 3 – Reator, 4 – Agitador, 5 Vasco Fitas da Cruz – Medidor de fluxo de biogás, 6 – Saída do digerido, 7 – Sistema de painel de controlo. Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

No que se refere ao TRH, verificou-se que a adoção de 16 dias constitui o melhor compromisso para maximizar o rendimento do processo e e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB minimizar o volume de reator necessário. Henrique Trindade ii

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Os ensaios experimentais desenvolvidos Editores Editoresabrangeram valores de OLR na -1 Olga Moreira gama de 0,78 ± 0,10 gSV LReator-1Olga d (CF) Moreira e 1,50 ± 0,02 gSV LReator-1 d-1 (CEA) com Vasco Vasco Cruzbiogás/biometano. Cruz o objetivo de maximizar a produção de Henrique Henrique Trindade Trindade Para as condições otimizadas, a taxa de produção de biogás foi de 225 ± 10 mL L-1reator d-1 para o CF e 690 ± 9Autores mLAutores L-1reator d-1 para o CEA, com um conteúdo em metano de 63% para o CF eOdyssey/Entogreen de Odyssey/Entogreen 71% para o CEA. Correspondendo a um Ingredient Ingredient Rui Nunes Rui Nunes aumento de cerca de três vezes, quando comparado o CEA com o CF. Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro No que se refere aos parâmetros indicadores da estabilidade do processo, a razão AI/AB (0,242 ± Nacional 0,009depara o CF e 0,273 ± 0,012 o CEA) manteveInstituto Instituto Nacional Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária epara Veterinária se abaixo do valor limite recomendado (0,3). O SELR obtido ao longo dos Regina Regina Menino Menino -1 -1 Maria Maria Amélia Castelo Branco Branco ensaios (0,202 ± 0,010 d para o Amélia CF eCastelo 0,296 ± 0,030 d para o CEA) manteve, indicando que se sempreInstituto abaixo do Superior valordemáximo recomendado de de 0,4Lisboa d-1Lisboa Instituto Superior Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte há margem para um aumento daD’Almeida carga orgânica de alimentação. Por último, Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso o pH do digerido (7,4 ± 0,2 para o CF e 7,8 ± 0,1 para o CEA) e a remoção de Inês Inês SilvaSilva sólidos voláteis (52,3% para o CF e 54,3% para o CEA) também suportam a Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil estabilidade do processo.Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & calcular Soares & Soares (SIRO) (SIRO) A quarta etapa do trabalho foi o potencial bioenergético para os Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler cenários de CF e CEA, objetosHartmut de Hartmut estudo. Uma vez que na exploração a fonte Nestler Nestler de energia usada é a elétrica, assumimos para os cálculos um cenário de co TTerraé convertido em energia elétrica. geração (CHP) em que o biogásTTerra gerado Maria Maria Antónia Figueiredo Figueiredo de energia elétrica – E Deste modo, determinou-se aAntónia produção específica P Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo (kWh obtido por kg de sólidos voláteis fornecidos) a partir da produção média diária de biogás, deUniversidade acordo comdeos resultados obtidos na etapa três, Universidade Évora de Évora Vasco FitasFitas da Cruz daem Cruzconta a eficiência da CHP. e respetivo conteúdo em Vasco metano, tendo Carlos Carlos Cupeto Cupeto Concluiu-se que o valor de EP referente ao CF foi de 1,68 kWh kgSV-1, Diogo Diogo Coelho Coelho -1 enquanto o EP do CEA foi José de José 3,15Carlos kWh kgSV , correspondendo a um Carlos RicoRico incremento de cerca de duas vezes (Figura 41). Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 134 ii 134


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Figura 41. Comparação da produção específica de energia elétrica (EP)

onal de Investigação Agrária e Veterinária correspondente aos ensaios com chorume de ciclo fechado (CF) e da fase Regina Menino de engorda/acabamento (CEA) realizados à escala laboratorial Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia Universidade Lisboa Na–última etapade estimou-se o potencial bioenergético para implementação Elizabeth D’Almeida Duarte à escala real, assumindo os seguintes pressupostos: Rita do Amaral Fragoso Inês Silva ● os resultados obtidos à escala laboratorial (etapa três); udia Marques-dos-Santos Cordovil à informação fornecida relativamente à exploração ● recurso Gabriela Zanetti Cirino suinícola da Valorgado (efetivo animal, retirado da Declaração de

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Leal & Soares (SIRO)Existências de Suínos de abril de 2021; estimativa do efluente gerado para cada um dos cenários, com base no código de boas Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler práticas agrícolas).

A estimativa do potencial bioenergético, bem como dos benefícios

TTerra Maria Antóniaeconómicos Figueiredo previstos, suporta a tomada de decisão para contribuir para a transição Maria João Figueiredo energética. A estimativa efetuada para o cenário CEA considerou

dois níveis de desempenho:

Universidade de Évora 1. nível otimizado, em que há um uso eficiente da água e o efluente Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto alimentado ao reator teve um tempo de armazenamento curto, não Diogo Coelho sofrendo degradação relevante. Para estas condições a OLR pode José Carlos Rico atingir valores na ordem das 4,0 kgSV m-3Reator d-1;

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

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2. nível conservador, em que oEditores efluente gerado tem um teor de sólidos Editores OlgaOlga Moreira Moreira mais baixo e já sofreu alguma degradação, em que a OLR será de 1,5 Vasco Vasco Cruz Cruz -3 -1 kgSV m Reator d . Henrique Henrique Trindade Trindade Concluiu-se que, para o cenário de utilização do efluente do CF seria possível obter 838 MWh ano-1, Autores e caso a estratégia de gestão fosse segregar Autores -1 o CEA poderia obter-se 978 MWh ano para o nível otimizado (Figura 42). Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Considerando que a exploração consome anualmente 240 MWh de energia Carolina Ligeiro Ligeiro da rede elétrica, verifica-se que aCarolina implementação da DA permitiria tornar a exploraçãoInstituto autossuficiente emInvestigação termos energéticos. Instituto Nacional Nacional de de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Figura 42. Comparação do potencial bioenergético para o cenário com Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo chorume de ciclo fechado (CF) e da fase Figueiredo de engorda/acabamento (CEA) à Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo escala real. Universidade Universidade de Évora de Évora

Apesar de haver um excedente de Vasco Vasco Fitas Fitas daenergia Cruz da Cruz em todos os cenários, é Carlos Carlos Cupeto Cupeto importante referir que a utilização de CEA traz outro benefício económico Diogo Diogo Coelho Coelho associado ao menor investimento necessário, já que para esse caso o JoséJosé Carlos Carlos RicoRico volume do reator será 8 vezes inferior. Já o cenário de tratamento do efluente de CF tem o constrangimento do reduzido teor de sólidos deste Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 136 ii 136


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

tipo de efluente que tornará a solução pouco sustentável em termos Editores

Olga Moreira económicos. Vasco Assim, Cruz recomenda-se que a metodologia descrita seja adotada para outras Henrique Trindade

explorações por forma a suportar a tomada de decisão para a transição energética, devendo ser complementada por uma análise de custoAutores benefício. ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

Conclusões O trabalho desenvolvido ao longo do projeto GoEfluentes permitiu onal de Investigação Agrária e Veterinária demonstrar que a tecnologia de DA pode contribuir para a circularidade do Regina Menino Maria Amélia Castelo Brancogerado em explorações suinícolas, promovendo o conceito de bioresíduo bioresíduos-zero e, simultaneamente, reduzindo os potenciais impactes rior de Agronomia – Universidade de Lisboa ambientais Elizabeth D’Almeida Duarteassociados à atividade. Rita do Amaral Fragoso que o chorume proveniente da fase de engorda/acabamento Verificou-se Inês Silva apresenta um conteúdo de sólidos voláteis superior ao chorume do ciclo udia Marques-dos-Santos Cordovil fechado. Gabriela Zanetti CirinoPor este facto, foi possível obter uma produção diária de metano 13% superior, bem como uma maior produção específica de metano (cerca Leal & Soares de (SIRO) duas vezes superior), em relação ao cenário de referência (chorume de Maria Cecília Amaral Nestler ciclo fechado). Hartmut Nestler O atual contexto criado pela Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030 (ENEAPAI) é favorável ao TTerra Maria Antóniadesenvolvimento Figueiredo de soluções de tratamento de efluentes pecuários que Maria João Figueiredo apresente uma visão integradora e alinhada com os princípios da circular. Por outro lado, as medidas legislativas propostas no Universidadebioeconomia de Évora Vasco Fitassentido da Cruz de acelerar a transição energética irão criar oportunidades de Carlos Cupeto investimento em energias renováveis, sendo importante que as Diogo Coelho explorações pecuárias não deixem passar esta oportunidade. De referir José Carlos Rico ainda que, a ação climática é um ponto central do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal) que pretende impulsionar a utilização eficiente de recursos e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB através da promoção da economia circular. Para atingir este objetivo haverá Henrique Trindade ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

instrumentos de financiamento para diversas ações, incluindo para a Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira implementação de tecnologias que contribuam para a descarbonização. Vasco Vasco Cruz Cruz Este é o caso da DA, uma tecnologia madura e já implementada em Henrique Henrique Trindade Trindade diversos países, que pode estar no centro de uma nova visão estratégica para a gestão dos efluentes pecuários (Figura 43). De referir, ainda, que a Autores Autores DA permite adicionalmente reduzir a emissão de GEE com origem no Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes efluente durante o período de armazenamento, vantagem que representa Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro um contributo extra importante para a neutralidade carbónica do setor da produção Instituto animal. Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Figura 43. A visão estratégica para o futuro Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 138 ii 138


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.3.4. Exemplos internacionais da aplicação da DA a efluentes Editores

Olga Moreira pecuários Vasco Cruz Henrique Trindade

De forma não exaustiva, apresentam-se de seguida alguns exemplos da implementação da tecnologia de DA à escala industrial, no sentido da Autores valorização de efluentes pecuários. ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Brasil Ligeiro

No contexto onal de Investigação Agrária ebrasileiro Veterináriaa DA é vista como uma oportunidade, existindo as condições técnicas e económicas para explorar esta tecnologia utilizando os Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco efluentes suinícolas como substrato.

O município de Entre Rios do Oeste é o quarto maior produtor de suínos do rior de Agronomia – Universidade de Lisboa estado do Paraná, com 19 propriedades suinícolas, num total de 155 mil Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso suínos. O projeto desenvolvido na cidade teve como objetivo a produção de Inês Silva energia elétrica a partir de biogás gerado em suiniculturas. A rede coletora udia Marques-dos-Santos Cordovil de gás transporta o biogás das propriedades rurais (unidades produtoras) Gabriela Zanetti Cirino

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para uma minicentral termoelétrica de 480 kW de potência. A unidade de

Leal & Soares DA(SIRO) tem capacidade de tratar diariamente 215 t de chorume, produzindo Maria Cecília Amaral Nestler 4.600 m3/dia de biogás, com uma geração de 3.000 MWh/ano de energia Hartmut Nestler

elétrica. A energia elétrica produzida abastece vários prédios públicos do

TTerra município, mas o objetivo é que toda a população tenha acesso à energia Maria Antónialimpa Figueiredo produzida com o biogás local. Maria João Figueiredo

A propriedade Granja de São Pedro, localizada em São Miguel do Iguaçu, cerca de 5.000 suínos e 350 bovinos, e utilizam o biofertilizante obtido Universidadetem de Évora Vasco Fitascomo da Cruzproduto final da DA para fertilização de pastagens. A elevada Carlos Cupeto produção de suínos aliada à necessidade de encaminhar corretamente os Diogo Coelho efluentes gerados, levou à adoção da tecnologia de DA para obter biogás e José Carlos Rico gerar energia elétrica na propriedade. Assim, a propriedade passou a 3 3 produzir e de Trás-os-Montes e Altodiariamente Douro, CITAB1.000 m de biogás, destes 810 m são consumidos Henrique Trindade

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pelo gerador, correspondendo aEditores 1.260 kWh de energia elétrica e os Editores OlgaOlga Moreira Moreira restantes queimados numa tocha. Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Estados Unidos da América A tecnologia de DA está implementada em várias explorações de vacas Autores Autores leiteiras nos Estados Unidos da América. Em Berkshire County Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes (Massachusetts), a Pine Island Farm tem aproximadamente 1.000 cabeças Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro de gado Holstein e produz anualmente cerca de 6000 m3 de leite. Desde 2011, queInstituto passou a usar odechorume gerado como na digestão Instituto Nacional Nacional Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária esubstrato Veterinária anaeróbia, complementado com 8-10% de soro de leite gerado em excesso Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Castelo Castelo Branco Branco por um produtor de laticínios daAmélia zona. A unidadeInstituto deInstituto cogeração tem capacidade de–geração elétrica de 225 kW, e o Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte processo de bioconversão gerou mais de 1,1 GWh de eletricidade renovável Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso logo nos primeiros oito meses de operação. A energia elétrica produzida Inês Inês SilvaSilva cobre todas as necessidades de eletricidade da exploração, sendo o Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil excedente vendido à rede. A Gabriela energia térmica é usada para aquecer água e Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino o digestor. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Outro exemplo é a AGreen Energy, LLC, que juntou cinco explorações de Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler vacas leiteiras numa visão comum deNestler gestão de chorume. Cada exploração Hartmut Hartmut Nestler tem uma unidade de DA a operar em co-digestão, por exemplo para uma TTerra delas, para além do chorume TTerra (cerca de 9 kt ano-1) usam-se resíduos Maria Antónia Antónia Figueiredo orgânicos separados naMaria origem em Figueiredo várias empresas alimentares locais Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo -1 (cerca de 16,5 kt ano ). A referida instalação tem capacidade de 300 kW e estima-se que gera 2,24 Universidade GWh de eletricidade por ano, o suficiente para Universidade de Évora de Évora FitasFitas daACruz da Cruz sólida do digerido é usada abastecer as explorações eVasco 300Vasco casas. fração Carlos Carlos Cupeto Cupeto para a cama dos animais e a fração líquida como fertilizante. Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Bélgica Na Bélgica há vários exemplos de unidades dee Alto DA que processam Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB chorume animal. Um exemplo é a Henrique unidade existente Henrique Trindade Trindadeem Bree, na província de ii 140 ii 140


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Limburg, que é caracterizada pela pecuária intensiva. A unidade, a funcionar Editores

Olga Moreira desde 2013, opera em regime mesofílico e usa 30% de chorume de suínos Vasco (recolhido Cruz num raio de até 20 km) e 70% resíduos agroindustriais. Henrique Trindade

Anualmente a unidade processa 25 kt de chorume, 26 kt de resíduos agrícolas e 34 kt de outros resíduos biodegradáveis (ex. lama de ETAR). Autores O chorume de suíno é previamente desidratado e é digerido num digestor ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes dedicado, obtendo-se 4,2 kt de digerido/ano que após secagem Carolina Ligeiro corresponde a 1,5-2 kt. Os resíduos agroindústrias são digeridos em 3 digestores, 43 kt de digerido/ano que é sujeito a centrifugação onal de Investigação Agrária gerando e Veterinária obtendo-se uma fração líquida (37 kt/ano) com 60% do P2O5, 80-90% do N Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco e 90-95% do K2O; e uma fração sólida (6 kt) com 80-85% de matéria seca. Ambas as frações são usadas nas próprias terras (100 ha) ou cedidas a rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Importa salientar que as características do digerido (elevada agricultores. Rita do Amaral Fragoso viscosidade) tornam o processo de centrifugação pouco eficiente no que se Inês Silva refere à recuperação de P para a fração sólida (apenas 40%) e com um custo udia Marques-dos-Santos Cordovil elevado Gabriela Zanetti Cirinode operação devido à necessidade de uso de um polímero para floculação. Leal & Soares Do(SIRO) processamento anual das 85 kt resultam 12 Mm³ de biogás (com cerca Maria Cecília Amaral Nestler de 58% de metano) que é convertido por CHP em 28 GWh de eletricidade e Hartmut Nestler calor. Da eletricidade produzida, 6% é usada na unidade e 94% é injetada TTerra na rede. Todo o calor gerado é usado para desidratar o chorume e secar o Maria Antóniadigerido. Figueiredo Maria João Figueiredo O exemplo da Bélgica, que fez uma aposta na Co-Digestão, poderá servir de Universidadeinspiração de Évora para a conceção de um cenário futuro para o sector suinícola em Vasco FitasPortugal. da Cruz Carlos Cupeto O Quadro 35 apresenta mais alguns exemplos de aplicação da tecnologia de Diogo Coelho DARico ao setor de produção animal intensiva. José Carlos

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

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141 141


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Quadro 35 – Explorações ou fornecedores Editores Editorescom aplicação da tecnologia de DA ao setor de produção animal Olgaintensiva Olga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Trindade Substrato/Co-substrato Exploração ou fornecedor Henrique País Trindade Purines Almazán, S.L. Espanha Chorume suíno Autores Autores BIOGAZ Hochreiter França Chorume/bioresíduos, Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen culturas energéticas Rui Nunes Rui Nunes IVACO Bélgica Chorume suíno/culturas Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro energéticas Clovermead farms Canadá vacas leiteiras Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária eChorume Veterinária e Veterinária Cooperativa Agro-Energia Brasil Chorume vaca Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Peruvian Amazon Perú Chorume suíno e equino DA de Yucatan Peninsula Chorume Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia deMéxico Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa desuíno Lisboa (solução comunitária,Elizabeth 44 Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte explorações) Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

5.3.5. Referências

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)

Artigos científicos Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Azevedo, A., Gominho, J., and Duarte, E.Nestler (2021). Performance of anaerobic codigestion of pig slurry with pineapple (ananas comosus) bio-waste TTerra TTerra residues. Waste Biomass Valor. 12, 303–311. Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo https://doi.org/10.1007/s12649-020-00959-w Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Duarte, E., Fragoso, R., Smozinski, N., and Tavares, J. (2021). Enhancing bioenergy recovery from agro-food biowastes as a strategy to promote Universidade Universidade de Évora de Évora circular economy. J. Sustain. Dev. Energy Water Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da CruzEnviron. Syst. 9:1080320. https://doi.org/10.13044/j.sdewes.d8.0320 Carlos Carlos Cupeto Cupeto Ferreira L., Duarte E., Figueiredo D. (2012) Utilization of wasted sardine oil Diogo Diogo Coelho Coelho as co-substrate with pig slurry for biogas production - A pilot experience of José José Carlos Carlos Rico Rico decentralized industrial organic waste management in a Portuguese pig farm. Bioresource Technology. 116. 285-289. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB https://doi.org/10.1016/j.biortech.2012.03.063 Henrique Henrique Trindade Trindade ii 142 ii 142


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

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onal de Investigação Agrária e Veterinária Silva, I., Jorge, C., Brito, L., Duarte, E. (2021) A pig slurry feast/famine Regina Menino feeding regime strategy to improve mesophilic anaerobic digestion Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

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Instituto Su

C

Tavares, J.M.R., Belli Filho, P., Coldebella, A., Oliveira, P.A.V.d. (2014). The water disappearance and manure production at commercial growingLeal & Soares (SIRO) finishing pig farms. Livestock Science, 169, 146-154. Maria Cecília Amaral Nestler https://doi.org/10.1016/j.livsci.2014.09.006 Hartmut Nestler TTerra Livros Maria AntóniaSouza, Figueiredo J.C.P.V.B., Oliveira, P.A.V.d., Tavares, J.M.R., Belli Filho, P., Zanussi, Maria João Figueiredo C.d.M.S., Tremea, S.L., Piekas, F., Squezzato, N.C., Zimmermann, L.A.,

Santos, M.A., Amaral, N.d. 2016. Water management in pig farms.

Universidade de Évora Embrapa Suínos e Aves, Concórdia/SC, Brazil, 32 pp. Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Links Diogo Coelho Propriedades suinícolas de Entre-os-Rios do Oeste e propriedade Granja José Carlos Rico

de São Pedro: https://cibiogas.org/

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

143

143


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Pine Island Farm: https://pineislandfarmdigester.com/ Editores Editores AGreen Energy, LLC: OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz http://biomassmagazine.com/articles/2358/massachusetts-dairy-farmersHenrique Henrique Trindade Trindade form-agreen-energy Unidade de Bree: Autores Autores https://ec.europa.eu/research/participants/documents/downloadPublic?d Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen ocumentIds=080166e5bb160f6b&appId=PPGMS Rui Nunes Rui Nunes Purines Almazán, S.L.: Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro https://www.mapa.gob.es/es/ganaderia/temas/ganaderia-y-medioambiente/4presentacionnadiahag_omerkerr_tcm30-108243.pdf Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária BIOGAZ Hochreiter: https://www.biogaz-hochreiter.fr/ Regina Regina Menino Menino IVACO: https://www.biogasMaria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco e.be/sites/default/files/attachments/pocketdigestion_brochure.pdf Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Clovermead farms: https://www.2gElizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte energy.com/media/2117/clovermead.pdf Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Cooperativa Agro-Energia: https://www.oikos.pt/o-que-fazemos/vidaInês Inês Silva Silva sustentavel/projectos-de-vida-sustentavel/item/245-5a24 Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 144 ii 144


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.4. Uso de aditivos Editores

Olga Moreira tratamento de estrumes animais com a utilização de aditivos tem o Vasco O Cruz Henrique Trindade objetivo da alteração das características dos efluentes para a redução das

emissões gasosas de NH3 e de GEE e o aumento da eficiência da sua

Autores utilização pelas culturas. Entre as melhores práticas disponíveis no que

ngredient Odyssey/Entogreen respeita ao tratamento de chorumes por aditivos inclui-se a utilização de Rui Nunes acidificantes, os inibidores da nitrificação, o biochar e o uso Carolina substâncias Ligeiro

crescente de aditivos biológicos. A aplicação destas substâncias é realizada

onal de Investigação Agrária e Veterinária em diferentes momentos do ciclo do efluente em função da sua atuação, Regina Menino do tipo de composto gasoso que se pretende controlar e de outras práticas Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte 5.4.1. Acidificação de chorumes Rita do Amaral Fragoso Inês Silva A acidificação de chorumes é considerada uma das práticas mais eficazes udia Marques-dos-Santos Cordovil paraCirino a redução da volatilização de amoníaco em todas as etapas de gestão Gabriela Zanetti

Instituto Su

de gestão do efluente que possam condicionar a eficácia da sua atuação.

C

do efluente. A acidificação pode ocorres logo após a excreção de dejeções

Leal & Soares no (SIRO) estábulo, durante o armazenamento ou na distribuição ao solo. O pH Maria Cecília Amaral Nestler atingido na acidificação varia, em geral, entre o valor de 4,5 e 6,5, Hartmut Nestler

dependendo do tipo de efluente, do momento da acidificação e da

TTerra substância acidificante utilizada (Fangueiro et al. 2015a). A acidificação Maria Antóniainicial Figueiredo logo no estábulo apresenta a vantagem do controlo da emissão de Maria João Figueiredo

NH3 até à distribuição do efluente no solo. Contudo, devido ao poder Universidadetampão de Évorado chorume poderá ser necessária a repetição do tratamento várias Vasco Fitasvezes da Cruz e correspondente aumento da quantidade de substância acidificante. Carlos Cupeto No extremo oposto a acidificação apenas no momento da distribuição ao Diogo Coelho solo requer menores quantidades de aditivo acidificante. Um aspeto de José Carlos Rico grande importância na operação de acidificação é a homogeneidade conseguida durante e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITABa realização do processo, pelo que é fundamental garantir uma mistura eficiente (agitação do tanque) e existir um Henrique Trindade ii

145 145

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

equipamento de controlo do valor de pH que se vai obtendo (Figura 44). Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira Nos estábulos com fossas interiores ou valas por baixo de pavimento em Vasco Vasco Cruz Cruz ripado, a acidificação deve ser efetuada num tanque exterior sendo de Henrique Henrique Trindade Trindade seguida o efluente tratado bombeado novamente para as fossas ou valas por forma a que os novos dejetos ao serem incorporados fiquem logo num Autores Autores meio ácido. O ácido sulfúrico, pelo seu baixo custo, é o aditivo acidificante Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui mais comum, podendo também ser Nunes utilizados o ácido nítrico, o ácido Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro clorídrico, o ácido lático e sais de alumínio (cloreto e sulfato) ou o superfosfato (Fangueiro etdeal. embora seja de evitar Instituto Instituto Nacional Nacional Investigação de2015a), Investigação Agrária Agrária eo Veterinária eúltimo Veterinária quando o chorume se destineRegina a ser aplicado em solos já ricos em fósforo. Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de ácido Évora sulfúrico e monitorização Figura 44. Unidade de controlo da adição de Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz de pH de chorume na fase de armazenamento exterior ou interior de Carlos Carlos Cupeto Cupeto instalações pecuárias Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

A acidificação de chorumes permite uma redução máxima potencial da volatilizaçãoUniversidade deUniversidade NH3 dede70, e 80 % respetivamente em estábulos, no Trás-os-Montes de90 Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB armazenamento e na aplicação ao solo do chorume (Feilberg and Sommer, Henrique Henrique Trindade Trindade ii 146 ii 146


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

2013). Relativamente aos gases com efeito de estufa, a acidificação durante Editores

Olga Moreira o armazenamento reduz a emissão de metano (CH4) mas apresenta um Vasco efeito Cruz menos notório sobre a emissão de óxido nítrico (N O), com alguns 2 Henrique Trindade

estudos a referirem o aumento da emissão (Kupper et al., 2020). Já a aplicação ao solo de chorumes acidificados (Figura 45) reduz em pelo menos Autores 50% as emissões de CH4 (Fangueiro et al. 2015b) e de N2O (Owusu-Twum et ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes al. 2016), comparativamente a chorumes não acidificados. Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Figura 45. Cisterna com dispositivo de acidificação de chorume no momento de aplicação ao solo. A adição do ácido ocorre dispositivo que TTerra montado no topo da cisterna (câmara de acidificação). O ácido é Maria Antóniaestá Figueiredo transportado num tanque protegido que está montado na frente do trator Maria João Figueiredo (fotografia encastrada no canto inferior direito)

Universidade de Évora Vasco Fitas5.4.2. da Cruz Inibidores da nitrificação Carlos Cupeto Inibidores da urease são compostos que impedem ou retardam a oxidação Diogo Coelho José Carlos Rico biológica de amónio a nitrato por bloquearem a atividade das bactérias

Nitrosomonas spp. as quais são responsáveis pela primeira etapa da

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB nitrificação correspondente à oxidação de amónio a nitrito (Zerulla et al. Henrique Trindade ii

147 147

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

2001). Esses inibidores permitem assim reduzir a formação de nitrato (NO3) Editores Editores Olgaefluentes Olga Moreira Moreira a partir amónio presente nos animais e consequentemente Vasco Vasco Cruz Cruz reduzir as perdas de nitratos por desnitrificação e por lixiviação. Os Henrique Henrique Trindade Trindade inibidores mais utilizados com os chorumes são o DCD (Diciandiamida) e o DMPP (3,4-dimetilpirazol fosfato). A aplicação destes inibidores é efetuada Autores Autores por mistura prévia com osIngredient efluentes contendo amónio numa dose calculada Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui com base na área (por ha) ou com baseNunes na concentração de N-amoniacal do Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro efluente, tendo o inibidor DMPP demonstrado ser mais eficaz do que o DCD (Pereira etInstituto al. Instituto 2010). Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária A aplicação dos inibidores Regina da Regina nitrificação pode resultar num pequeno Menino Menino Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco aumento das perdas deMaria azoto por volatilização de amoníaco, aspeto pouco relevanteInstituto comparado com redução das dede N Lisboa por desnitrificação Instituto Superior Superior deaAgronomia de Agronomia – Universidade –perdas Universidade de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte (N2 e N2O) e por lixiviação de nitrato. PorDuarte outro lado, a redução da Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso conversão de amónio a nitrato tem forte implicações no valor agronómico Inês Inês SilvaSilva dos chorumes, especialmente em momentos de elevada precipitação Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil (Outono-Inverno). A adição de Zanetti DCDZanetti eCirino deCirino DMPP a chorumes bovinos Gabriela Gabriela aplicados à instalação de culturas forrageiras de Outono-Inverno nas Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) permitiu aumentos de condições climáticas de Leal Portugal continental Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler produção de biomassa e deHartmut exportação de azoto (Fangueiro et al., 2009; Hartmut Nestler Nestler Owusu-Twum. 2016).

5.4.3. Biochar

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

O biochar é obtido por um processo de pirólise em reatores com Universidade Universidade de Évora de Évora temperaturas entre os 200 e os 1000 °C (raramente são empregues Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz temperaturas > 700 °C), a partir de materiais Carlos Carlos Cupeto Cupeto orgânicos como resíduos Diogo Coelho lenhosos, estrumes animais Diogo sólidos ouCoelho ouros subprodutos (feno, palha, José José Carlos Carlos Rico Rico possuindo genericamente bagaços, casca de arroz; o biochar é um produto baixa densidade, elevada porosidade, grande capacidade de retenção de Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB água e de nutrientes e, consequentemente, de interesse no tratamento de Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 148 ii 148


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

efluentes animais (Kalus et al., 2019; Khan et al., 2021). As características Editores

Olga Moreira do biochar variam em função dos materiais de origem, da temperatura de Vasco pirólise Cruz e da duração do processo. O aumento da temperatura de pirólise Henrique Trindade

origina biochar com maior concentração de C, menor densidade e maior porosidade e superfície específica, enquanto que, o aumento do tempo de Autores pirólise aumenta a concentração em C e a superfície específica (Qambrani ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes et al., 2017). Carolina Ligeiro O Biochar pode ser utilizado como aditivo com objetivos ambientais e agronómicos no tratamento de chorumes e estrumes, durante o onal de Investigação Agrária e Veterinária armazenamento, na compostagem ou aquando da aplicação ao solo desses Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco materiais. Os principais efeitos observados pela sua adição (Quadro 36) incluem a redução da volatilização de NH3, das emissões de gases com rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida efeitoDuarte de estufa e de compostos responsáveis por maus odores. Rita do Amaral Fragoso Adicionalmente aos efeitos observados sobre a redução de emissões Inês Silva gasosas que possam ocorrer a partir de efluentes animais, o biochar udia Marques-dos-Santos Cordovil permanece Gabriela Zanetti Cirino no solo por milhares de anos, sendo considerado método efetivo de sequestro de carbono a longo prazo (Qambrani et al., 2017). O Leal & Soares (SIRO) pode ainda beneficiar os compostados e o solo, pelo seu pH biochar Maria Cecília Amaral Nestler elevado, capacidade de fornecer e adsorver nutrientes, nomeadamente Hartmut Nestler amónio reduzindo os riscos da sua perda, fornecer habitat aos TTerra microrganismos e a possibilidade de melhorar a capacidade dos solos e Maria Antóniacompostados Figueiredo em adsorver hidrocarbonetos poliaromáticos, pesticidas e Maria João Figueiredo herbicidas e, em consequência, influenciar a toxicidade, transporte e Universidadedestino de Évoradestes contaminates (Amin et al., 2016).

Instituto N

Instituto Su

C

Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

149 149


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Brennan et al. [39]

Autores

Chorume suíno

Chorume bovino

Efluente animal tratado

Compostagem de camas de frango e palha

Cpmpostagem de camas de frango Compostagem de camas de frango e palha Compostagem de camas de frango e resíduos

Autores Autores

Czekała et al. [45]

Aparas de pinho

Madeira de pinho

Fitas de madeira

Origem do Biochar

5 e 20% (m/m) de camas de frango

1,14 a 4,56 m2 de superfície de efluente

12% (v/v) chorume bovino

Dose do Biochar

Aparas de salgueiro

Madeira

10 % (m/m) de mistura de camas de frango/palha de trigo

5 e 10% (m/m) de mistura de camas de frango/palha de trigo

5 e 10% (m/m) de mistura de camas de frango/palha de trigo 1% (m/m) de mistura de camas de frango/palha de tomate

Resíduos verdes/ cama de frango

Biochar comercial

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Efeito Redução de 77% da emissão de NH3 Redução de 63% da emissão de N2O Redução de 84% da emissão de CO2 Redução até 23% da emissão de NH3 Redução até 30% da emissão de H2S Redução até 24% da emissão de CH4 Redução de 58% da emissão de NH3 Redução de 71% da emissão de H2S

Quadro 36 – Efeito sobre diferentes emissões gasosas pela adição de biochar a efluentes animais (adaptado de (Kalus et al., 2019)

Maurer et al. [40]

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Compostagem de camas de frango e palha

Wei et al. [44]

Janczak et al. [43]

Steiner et al. [41]

Editores Editores

Agyarko-Mintah et al. [46]

Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Redução até 44% da emissão de NH3

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

Melhoria das características físico-químicas e da atividade microbiana do compostado Redução da fase termófila Aumento da temperatura de compostagem Aumento até 7,4% da emissão de CO2 Redução até 75% da emissão de N2O Retenção de até 40% do N total no compostado

150

ii

ii

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.4.4. Aditivos biológicos Editores

Olga Moreira uso de aditivos biológico para o tratamento de efluentes animais tem sido Vasco O Cruz Henrique Trindade recomendado com alguma precaução uma vez que a comprovação dos seus

efeitos continua a ser investigada. Os aditivos biológicos são constituídos

Autores por estirpes de microrganismos e por enzimas que degradam alguns dos

ngredient Odyssey/Entogreen compostos dos efluentes modificando a suas características químicas e a Rui Nunes composição e alterando assim o seu comportamento ambiental e o seu Carolina sua Ligeiro

valor fertilizante (McCrory and Hobbs, 2001). Os aditivos biológicos podem

onal de Investigação Agrária e quer Veterinária ser utilizados em chorumes quer durante o processo de compostagem. Regina Menino Owuso-Twum (2016) ao rever os efeitos dos aditivos biológicos sobre as Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia Universidade de Lisboa é –influenciada pela sua composição, pela dose de aplicação e pela Elizabeth D’Almeida Duarte composição Rita do Amaral Fragoso do efluente, podendo a sua ação ser vantajosa em algumas situações como seja a adição a chorumes com elevadas concentrações de Inês Silva udia Marques-dos-Santos matéria Cordovil seca. Num outro estudo, o mesmo autor (Owuso-Twum et al., Gabriela Zanetti Cirino 2017) conclui que o uso de aditivos biológicos com o objetivo de redução

Instituto Su

emissões de amoníaco conclui que a sua eficiência na redução das emissões

C

das(SIRO) emissões gasosas (NH3, CH4, CO2 e N2O) não foi confirmado, embora Leal & Soares tenhaNestler sido observada uma tendência para a redução da volatilização de NH3 Maria Cecília Amaral Hartmut Nestler (menos 20%) quando os efluentes tratados com aditivos biológicos foram aplicados ao solo (Figura 46).

TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

151 151


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Volatilização de NH3 (%TAN applied)

Editores Editores 45 A Olga Olga Moreira Moreira 40 Vasco Vasco Cruz Cruz 35 Henrique Henrique Trindade Trindade 30 25 Autores Autores 20 B Odyssey/EntogreenB Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen B 15 Rui Nunes Rui Nunes 10 Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro C 5 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária 0 Regina Menino Menino WS LFRegina LFA LFB LFJ Tratamento Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Figura 46. Perda acumulada de NH3 após aplicação ao solo de efluentes Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso dos tratamentos: WS – bovinos tratados por diferentes métodos; descrição Inês Inês SilvaSilva Chorume bruto; LF – Fração líquida; LFA – Fração líquida acidificada; LFBCláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Fração líquida aditivada com uma formulação líquida de microrganismos e Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

enzimas, e; LFJ - Fração líquida aditivada com uma formulação líquida de microrganismos (adaptadoLeal de Leal Owuso-Twum et al., 2017). & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler

Relativamente ao efeito dosHartmut aditivos biológicos Hartmut Nestler Nestler utilizados em simultâneo com os efluentes, vários autores referem a vantagem da sua utilização no TTerra TTerra aumento da produção das culturas e no incremento do valor agronómico Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo dos efluentes (Khaliq et al., 2006; Hu et Figueiredo al., 2013). Maria Maria João João Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz 5.4.5. Referências Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Coelho Coelho Agyarko-Mintah, E.; Cowie, C.;Diogo Singh, P.S.; Joseph, S.; van Zwieten, L.; José José Carlos Carlos Rico Rico increases nitrogen Cowie, A.; Harden, S.; Smillie, 2017. R. Biochar

retention and lowers greenhouse gas emissions when added to compostingUniversidade poultry litter. Manag.,e61, Universidade de Waste Trás-os-Montes de Trás-os-Montes Alto e138–149. Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 152 ii 152


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

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Instituto Su

C

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153 153

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

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ii 154 ii 154


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

and addition of nitrification inhibitors on gaseous emissions and N Editores

dynamics: A laboratory study. Chemosphere, 79(6), pp.620-627. Olga Moreira Vasco Qambrania, Cruz N.A.; Rahmana, Md. M.; Won, S.; Shim, . Ra, S. (2017) Biochar Henrique Trindade properties and eco-friendly applications for climate change mitigation,

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Instituto N

Instituto Su

Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.5. Bioremediação por larvas de insetos Editores Editores Olga Olga Moreira Moreira 5.5.1. Insetos como animal de produção

Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade Os insetos constituem um dos grupos mais diversos em termos de

abundância e biomassa da terra, sendo considerados uma fonte promissora de nutrientes. Estes são cadaAutores vezAutores mais utilizados como uma fonte de Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen proteínas e gorduras, tanto Rui para nutrição animal como também Nunes Rui a Nunes diretamente para a nutrição Carolina humana. Carolina Ligeiro Ligeiro As larvas de inseto sãoNacional consideradas uma Agrária fonte proteica segura e saudável. Instituto Instituto Nacional de Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária No caso particular da mosca Regina soldado-negro (BSF, Black Soldier Fly), o facto Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco orgânica, dá-lhes a de digerirem quaisquer subprodutos de origem vantagemInstituto deInstituto serem consideradas ambientalmente mais sustentáveis, Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa facultando novos destinos a produtos que, sem a sua ação, teriam como Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso destino final um aterro. Estes são os insetos que se pretende usar para Inês Inês SilvaSilva “food & feed” (i.e., alimentação humana e animal). Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Em 15 de setembro de 2021 foi redigida nova regulamentação do NREAP

com a Nota Informativa NREAP nº20/2021 que para além de regular a Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) produção para consumo animal e Amaral humano, também clarifica alguns Maria Maria Cecília Cecília Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler aspetos, limitando o processo de biorremediação, tendo o seguinte alerta nas linhas finais escritas pelo regulador:

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo “Alerta: ► A alimentação de insetos de criação com subprodutos animais Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo de categoria 2 (chorume/efluente pecuário) constitui uma violação grave

das regras de saúde pública eUniversidade de saúde animal previstas nos Regulamentos Universidade de Évora de Évora (CE) n.º 999/2001 de 22 deVasco maio, (CE) de 21 de outubro, e Vasco Fitas Fitas dan.º Cruz da1069/2009 Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto (EU) n.º 142/2011 de 25 de fevereiro, colocando em risco a segurança da Diogo Diogo Coelho Coelho cadeia alimentar humana e animal.” JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

A partir do momento em que os insetos são animais de criação/produção, fica-lhes vedado, pelos regulamentos acima mencionados, que possam usar Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade como “fonte de nutrientes” estrumes e chorumes. No entanto, alguns

ii 156 ii 156


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

estudos demonstram que com o correto pós-processamento, de forma a Editores

Olga Moreira garantir a destruição de todas as bactérias patogénicas, as larvas e os Vasco produtos Cruz obtidos com elas podem chegar a parâmetros corretos de Henrique Trindade

biossegurança, mesmo quando utilizados subprodutos de origem animal na sua alimentação (Gold et al., 2018). Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina 5.5.2. Ligeiro Insetos como instrumentos de biorremediação

onal de Investigação Agráriaque e Veterinária Há insetos sempre tiveram ligação ao processo de decomposição e Regina Menino transformação de subprodutos e resíduos. Sempre que se discute a Maria Amélia Castelo Branco

decomposição de resíduos entramos na área da biorremediação, sendo que rior de Agronomia Universidade de Lisboa neste processo não podem ser utilizados na os– insetos envolvidos Elizabeth D’Almeida Duarte alimentação humana nem animal, pois estes materiais muitas vezes podem Rita do Amaral Fragoso estar contaminados com microrganismos patogénicos. Inês Silva

udia Marques-dos-Santos Cordovil O “Alerta” constante no NREAP vem limitar o destino dos insetos utilizados Gabriela Zanetti Cirino

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na decomposição de efluentes, não permitindo o seu uso na alimentação, quer humana, quer animal, pois tal uso poderia pôr em risco a segurança da Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral cadeiaNestler alimentar. Desta forma, terá que se ponderar qual o destino a dar às Hartmut Nestler larvas de insetos que promovem a degradação de efluentes, uma vez que executam uma tarefa importante na natureza, com benefícios na redução TTerra resíduos no ambiente, transformando-os em produtos que podem Maria Antóniadestes Figueiredo Maria João Figueiredo ser utilizados noutras cadeias de valor. O processo de biorremediação de efluentes, utilizando as larvas de BSF, permite-nos obter, como exemplo de Universidade de Évora Vasco Fitasprodutos da Cruz de valor económico: Carlos Cupeto - O frass, que pode ser utilizado como fertilizante orgânico; Diogo Coelho José Carlos - ARico biomassa de larvas, ricas em gordura, da qual se pode extrair óleo para

a indústria (biodiesel).

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

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Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

O frass é o resultado da digestão dos nutrientes pelos insetos, sendo Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira composto por fezes de insetos, partes de insetos, indivíduos que não Vasco Vasco Cruz Cruz sobreviveram durante o processo de digestão; e partes dos Henrique Henrique Trindade Trindade resíduos/subprodutos não assimiláveis pelos insetos, como lenhina e açucares indigeríveis, por exemplo. Será abordado em outra parte do Autores Autores documento a sua aplicação. Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes

Para que o processo de digestão sejaLigeiro eficiente, Carolina Carolina Ligeiro garantindo que a digestão dos subprodutos estará completa, deve controlar-se a relação entre Instituto Instituto Nacional de Investigação dedeInvestigação Agrária e Veterinária e Veterinária matéria digerível eNacional quantidade larvas Agrária presente, tendo o cuidado de ter Regina Regina Menino Menino na unidade de digestão apenas a quantidade de alimento necessário para Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco alimentar as larvas presentes na referida unidade. Só assim se poderá obter Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa frass bemInstituto maturado. Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte

De observar, que não podemos associar aFragoso compostagem à digestão por Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Inês Inês Silva Silva insetos, pois são processos independentes, com velocidades naturais muito Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil diferentes e, caso haja digestão completa por insetos, não haverá quase Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino lugar a compostagem, nem consequente emissão de gases de Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) a conversão de resíduos compostagem (como o metano). Adicionalmente, Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler com larvas de BSF é reconhecida por ser menos impactante em termos de Hartmut Hartmut Nestler Nestler libertação de gases com efeito estufa em comparação com a compostagem (Mertenat et al., 2019). TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo

O momento da introdução dos insetos na caixa de tratamento dos Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo subprodutos orgânicos vai determinar a velocidade do processo final e a Universidade de Évora de Évoraou compostagem. Temos gestão dos outputs da Universidade produção de biogás Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz digestões a serem feitas em média emda15Cruz dias podendo ir mais longe Carlos Carlos Cupeto Cupeto dependendo das temperaturas deCoelho operação, Diogo Diogo Coelho sendo que temperaturas próximas a 26-28 °C favorecem aceleração do processo como um todo. JoséaJosé Carlos Carlos RicoRico A lógica de transformar resíduos e efluentes através da digestão por Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto eprocesso Alto Douro, Douro, CITAB CITAB comum na insetos, está bem patente na natureza. Este é muito Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 158 ii 158


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

ordem Coleoptera, que tem cerca de 350 mil espécies diferentes, Editores

Olga Moreira conhecidas como “besouros, escaravelhos, gorgulhos e joaninhas”. Estes Vasco insetos, Cruz entre outras coisas, transportam e degradam as fezes de Henrique Trindade

mamíferos e de outros animais de grande porte, tendo como exemplos mais conhecidos os “Dung Beetles” e os seus amigos elefantes. Nestes casos os Autores excrementos de elefante são usados pelos insetos como ninho, como fonte ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes de nutrientes e até como maternidades, dependendo das espécies, fazendo Carolina Ligeiro bolas que são separadas e depois transportadas pelos adultos.

onal de Investigação Agrária e Veterinária Ao usar alguns insetos desta forma, como gestores de excrementos, Regina Menino estamos a usar as características deles em todo o seu potencial como já a Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade modelo natural edeaLisboa tentar industrializa-lo de forma a ser mais controlado, Elizabeth D’Almeida Duarte replicável e reprodutível, para assim ser usado de forma sistematizada. O Rita do Amaral Fragoso processo de industrialização de um modelo natural envolve a criação de um Inês Silva udia Marques-dos-Santos processoCordovil repetitivo e industrial que conhecendo a natureza consiga Gabriela Zanetti Cirino mimetiza-la. Este é um desafio que, do ponto de vista da produção animal

Instituto Su

natureza o faz. Estamos também, com este processo, a transformar o

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com mamíferos ou aves, tem milénios de experiência. Já no caso dos insetos

Leal & Soares (SIRO) estamos apenas a começar. Existe um longo caminho de aprendizagem pela Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler frente, nestes temas. Não podemos esquecer que o oriente, onde há maior

consumo de insetos, não é fornecedor de grande tecnologia e

TTerra sobre o assunto pois o consumo de insetos no oriente estava Maria Antóniaconhecimento Figueiredo mais baseado na recoleção e não na criação autónoma e independente que Maria João Figueiredo

pretendemos fazer, de forma a podermos garantir a segurança alimentar

Universidadeque de Évora esperamos neste setor. Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto A utilização de larvas BSF para alimentação animal e humana foi possível Diogo Coelho devido a um processo em que tivemos de alterar a alimentação natural das José Carlos Rico

BSF de omnívora e coprofágica, para vegetariana. Para poderem ser usadas como fontes de nutrientes tivemos de controlar o que comem, só podendo e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB comer vegetais, ou, no extremo, lácteos e ovos. Para isso as BSF têm de ser Henrique Trindade ii

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Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

“vegans” ou no máximo “ovolactovegetarianas” não lhes sendo permitido Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira ingerir e degradar outros produtos de origem animal. Desta forma, Cruz defendemos os consumidoresVasco e Vasco aCruz qualidade final dos nutrientes dos Henrique Henrique Trindade Trindade insetos, mas não o inseto em si, que teria capacidade e interesse natural por produtos de origem animal. Temos, no tema da biorremediação, Autores Autores processos por vezes mais próximos da natureza das espécies e usamos as Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui espécies de uma forma mais normal Nunes e da maneira que a natureza as foi Carolina Carolina Ligeiro moldando ao longo da evolução natural.Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional demuito Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária A BSF é uma das espécies há estudada, tendo no início sido estudada Regina Regina Menino Menino em medicina forense, como indicador de tempo de decomposição de Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco cadáveres. De algumas décadas para cá, outros interessados nesses Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia –eUniversidade Lisboa detomando Lisboa organismos começaram a estudá-los o– Universidade interessedefoi novos Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte rumos, devido à grande capacidade que as larvas de BSF têm para digerir Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso uma ampla variedade de materiais orgânicos, incorporando os seus Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil nutrientes na sua massa corporal. Como a BSFCordovil só se alimenta durante a fase Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino larvar, tem uma grande capacidade devoradora nessa fase da sua vida, para acumular reservas para a fase adulta (em que apenas vai procriar). Este Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) fator também é uma vantagem em relação a outras Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestlerespécies no sentido em Hartmut Hartmut Nestler Nestler que, como esta espécie não se alimenta enquanto adulta, minimiza o risco de ser um vetor de doenças. TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo A BSF tornou-se um verdadeiro caso de Figueiredo estudo global na forma como os Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo insetos podem transformar matéria orgânica dando-lhes novo uso. Esta

potencialidade, em específico, de digestão efluentes, tornou-a num caso Universidade Universidade de Évora dede Évora de estudo que considerámos interessante para Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz o Projeto GO-Efluentes. Carlos Carlos Cupeto Cupeto Pretendendo encontrar um inseto que digerisse e transformasse qualquer Diogo Diogo Coelho Coelho efluente em produtos com valor económico e ambiental, a BSF respondeu JoséJosé Carlos Carlos RicoRico a esse desafio. A gordura acumulada pelas larvas da BSF é bastante elevada, chegando a 30% em matéria seca, o que lhe confere grande interesse na Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB transformação de efluentesHenrique emHenrique gordura. Trindade Trindade ii 160 ii 160


Gestão Gestão dosdos fluxos fluxos gerados gerados na na atividade atividade agropecuária agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Assim, objetivo deste ensaio avaliar a bioconversão efluentes Assim, oo objetivo deste ensaio foifoi dede avaliar a bioconversão dede efluentes Editores

Olga Moreira agropecuários(bovinos, (bovinos,aves avese esuínos) suínos)por porlarvas larvasdedeBSF BSFe ea aprodução produção agropecuários Vasco Cruz resultante biomassa larvas final processo. resultante dede biomassa dede larvas nono final dodo processo. Henrique Trindade

Autores 5.5.3. 5.5.3.Caso Caso dede estudo: estudo: uso uso dede larvas larvas dede BSF BSF nana biorremediação biorremediação dede

ngredient Odyssey/Entogreen efluentes efluentes dede galinha, galinha, porco porco e vaca e vaca Rui Nunes Metodologia Metodologia Carolina Ligeiro

Com base nos objetivos estabelecidos projeto GoEfluentes que Com base nos objetivos estabelecidos nono projeto GoEfluentes nono que dizdiz

onal de Investigação Agrária e Veterinária respeitoaoaouso usodedeefluentes efluentesagropecuários, agropecuários,foram foramrealizados realizadosdiferentes diferentes respeito Regina Menino ensaios utilizando-se efluentes oriundos produção bovina, suína e de utilizando-se osos efluentes oriundos dada produção bovina, suína e de Maria Améliaensaios Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa provieramdedeexplorações exploraçõesdodoINIAV INIAVe edadaEscola EscolaSuperior SuperiorAgrária Agráriadede provieram Elizabeth D’Almeida Duarte Santarém com quem colaborámos. Assim, foram definidos três tratamentos Santarém com quem colaborámos. Assim, foram definidos três tratamentos Rita do Amaral Fragoso no ensaio, com controlo estabelecido com ração Gainesville, sendo este ensaio, com umum controlo estabelecido com ração Gainesville, sendo este Inêsno Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil substratoalimentar alimentarcomumente comumenteutilizado utilizadoememestudos estudoscom comesses esses umumsubstrato Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

frangos como substrato para o crescimento larvas BSF. efluentes frangos como substrato para o crescimento dede larvas dede BSF. OsOs efluentes

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insetos.Adicionalmente, Adicionalmente,5 5caixas caixasforam forampreparadas preparadasapenas apenascom comosos insetos. efluentes. caraterizaçãodos dosmateriais materiaisutilizados utilizadosneste nesteensaio ensaioestá está efluentes. Leal & Soares (SIRO) A Acaraterização Maria Cecíliaapresentada Amaral Nestlernono apresentada Quadro Quadro 37.37. Hartmut Nestler

Quadro3737– –Caracterização Caracterizaçãofísico-química físico-químicados dosefluentes efluentesutilizados utilizadoscomo como Quadro

TTerra substrato para o crescimento larvas BSF substrato para o crescimento dede larvas dede BSF Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo

Hidratos Hidratos MSMS Proteína Proteína Gordura Gordura de de Fibras Fibras carbono carbono --------------------------------------------------------% ----------------------------% ----------------------------22,0 22,0 2,20 2,20 0,40 0,40 7,90 7,90 3,39 3,39 76,7 76,7 5,84 5,84 5,84 59,10 59,10 5,84 5,84 5,84 Suíno Suíno 10,0 10,0 1,22 1,22 1,22 1,22 1,22 1,22 6,34 6,34 Ração Ração Gainesville Gainesville 88,0 88,0 15,0 15,0 3,03,0 5,05,0 58,0 58,0

Universidade de Évora Vasco Fitas Ingredientes daIngredientes Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho Bovino Bovino Aves José CarlosAves Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Cinzas Cinzas

8,11 8,11 0,00,0 0,00,0 7,07,0

Universid

ii 161161 161


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Cada tratamento foi estabelecido com cinco repetições, representadas por Editores Editores Moreira caixas plásticas de 60 x 40 Olga cm, Olga nas Moreira quais foram colocados 13,5 kg de Vasco Vasco Cruz Cruz misturas feitas com os efluentes avaliados e uma quantidade préHenrique Henrique Trindade Trindade estabelecida de larvas de BSF com 5 dias de idade, usando o processo padrão de testes realizado Autores na Autores EntoGreen. De salientar que foram preparadas caixas apenas com os efluentes e sem larvas com o objetivo de Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes perceber se havia digestão/oxidação pelo ar, além da evolução térmica das Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro mesmas sem a ação das larvas. As dietas fornecidas àsNacional larvas foram pré-estabelecidas para conterem 65% Instituto Instituto Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária de humidade, de modo a Regina garantir o consumo das dietas de maneira Regina Menino Menino Maria Amélia Amélia Castelo Branco Brancoseparação das larvas e adequada e possibilitar, aoMaria final do Castelo ensaio, a correta do resíduo processado, também chamado de frass, o Lisboa qual pode ser Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte considerado um fertilizante orgânico. Como os ensaios com cada efluente Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso foram independentes no tempo, e, de forma a minimizar o erro (devido a Inês Inês SilvaSilva diferentes pressões e temperaturas), foi efetuado um padrão como um Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil termo de comparação emGabriela cada ensaio com ração Gabriela Zanetti Zanetti Cirino CirinoGainesville. A formulação das dietas está apresentada no Quadro 38. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Quadro 38 – Formulação dasHartmut dietas experimentais Hartmut Nestler Nestler com diferentes efluentes

agropecuários, utilizadas para o crescimento de larvas de BSF

Hidratos de Carbono ------------------------------------------------------- % ------------------------------------------------------Universidade Universidade de Évora de Évora 40 60 6,0 1,0 2,0 Vasco Fitas da Cruz da 15 Cruz 5,0 60 - Vasco 25 Fitas 1,0 6,0 40 - Carlos 5 Cupeto 55 3,0 2,0 3,0 Carlos Cupeto 68 Diogo 32Coelho 6,0 2,0 2,0 Diogo Coelho

Efluente bovino Controlo Bovino Aves Suíno

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Efluente Maria Efluente Ração Maria João João Figueiredo Figueiredo Água Proteína Aves

suíno

Greensville

Gordura

Fibra 23,0 16,0 27,0 23,0

JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente quanto à normalidade Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB dos erros (teste de Levene)Henrique e homocedasticidade Henrique Trindade Trindade das variâncias (teste de ii 162 ii 162


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Shapiro-Wilk). Em seguida, esses grupos independentes foram submetidos Editores

Olga Moreira a teste t de Student, de modo a encontrar diferenças significativas entre os Vasco dados Cruz de produção de larvas por tratamento, com seus respetivos Henrique Trindade

controlos, considerando um nível de 5% de probabilidade. Os testes foram realizados no software RStudio (R Core Team, 2021). Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

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rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Resultados Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

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As(SIRO) larvas de BSF cresceram de maneira satisfatória em todos os Leal & Soares tratamentos Maria Cecília Amaral Nestler com diferentes efluentes agropecuários, obtendo-se entre Hartmut Nestler 1,12 e 1,57 kg de larvas frescas por unidade experimental. A maior produção foi obtida com o efluente de galinhas, tratamento este que gerou

TTerra média 2,54 kg de larvas em comparação com 1,56 kg no seu controlo, Maria Antóniaem Figueiredo Maria João Figueiredo sendo esta diferença significativa estatisticamente (p < 0,0001).

Semelhantemente, o efluente de suínos resultou numa maior produção de

Universidade de Évora larvas (2,18 kg) em comparação com o seu controlo (1,41 kg) (p < 0,0001). Vasco Fitas da Cruz Já a produção de larvas com efluente de bovinos (1,24 kg em média) foi Carlos Cupeto Diogo Coelho estatisticamente similar (p = 0,2916) ao seu controlo (1,34 kg em média) José Carlos Rico 47). (Figura

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

163 163


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

3,00

kg de larvas

2,50 2,00 1,50 1,00

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz* Henrique Henrique Trindade Trindade

CT

Efl

*

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária 0,50 Instituto 0,00

Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Bovino Galinha Suino Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Ritagráfica Rita do Amaral do Amaral Fragoso de larvas de BSF (kg) Figura 47. Representação da Fragoso produção Inês Inês Silvaagropecuários. Silva alimentadas com diferentes efluentes Asteriscos acima das Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovilcom seu respetivo barras indicam diferenças significativas do tratamento Gabriela Zanetti Cirino Cirino controlo, de acordo com oGabriela teste t Zanetti de Student

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Com base na “ferramenta” utilizada neste estudo, ou seja, larvas de BSF, é Hartmut Hartmut Nestler Nestler

importante levar em consideração o destino final dessas larvas. A TTerra quantidade de gordura das larvasTTerra é algo altamente promissor para diversos Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo fins, como por exemplo a produção de biodiesel. A percentagem em Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo quilogramas de gordura obtida a partir de cada efluente variou entre 2 a Universidade de Évora de 6%. Quando comparadoUniversidade com a parcela deÉvora maior custo, que é a ração Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz Gainesville, esse valor chegou a 49% de óleo obtido para cada quilograma Carlos Carlos Cupeto Cupeto de ração adicionada (Quadro 39). Surendra et al. (2016) descreveram que o Diogo Diogo Coelho Coelho óleo proveniente das larvas de BSF possui alta JoséJosé Carlos Carlos RicoRicoqualidade e poder calorífico, tendo pouca viscosidade e alta estabilidade oxidativa. Isso deve-se ao facto deste óleo Universidade apresentar uma relativamente alta de ácidos Universidade de Trás-os-Montes de concentração Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade gordos saturados e baixas concentrações de ácidos gordos polinsaturados.

ii 164 ii 164


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 39 – Gorduras obtidas com o tratamento de diferentes efluentes Editores

Olga Moreira agropecuários utilizados como substrato alimentar para larvas de BSF Vasco Cruz Henrique Trindade Efluente Ração Gordura obtida Gordura vs efluente Gordura vs ração

---------------------- kg ---------------------Controlo Autores Bovino 8,10 3,34 0,16 Aves 5,40 0,68 0,34 ngredient Odyssey/Entogreen Suíno 0,29 9,17 4,33 Rui Nunes

-------------------- % -------------------2,0 6,3 3,2

4,8 40 6,7

Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterináriado efluente bovino em relação aos outros efluentes, O menor desempenho Regina Menino inclusive, ligeiramente menor que o seu respetivo controlo (não Maria Amélia Castelo Branco

significativo), revelou que os outros efluentes podem ser mais atrativos em rior de Agronomia – Universidade de Lisboa relação ao uso para nutrir larvas de BSF.

Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva Conclusões udia Marques-dos-Santos Cordovil As larvas Gabriela Zanetti Cirinode BSF demonstraram maior rendimento de biomassa (kg) quando

Instituto N

Instituto Su

C

alimentadas com efluentes de galinha e de suínos em comparação à ração

Leal & Soares (SIRO) Gainesville, utilizada como padrão de produção. Esses resultados estão em Maria Cecília Amaral Nestler concordância com outros estudos realizados com estes três tipos de Hartmut Nestler

efluentes. É provável que o efluente de bovino que demonstrou o

TTerra rendimento mais baixo em relação à produção de larvas, seja devido ao Maria Antónia Figueiredo facto de ser rico em fibras como celulose, hemicelulose e lenhina. De forma Maria João Figueiredo

a melhorar a capacidade das larvas em digeriram este efluente, seria realizar uma co-digestão com um dos outros efluentes, Universidadeinteressante de Évora Vasco Fitasmisturando-os, da Cruz visto que dois substratos com alto valor nutricional podem Carlos Cupeto completar se para suprir as necessidades nutricionais específicas das larvas, Diogo Coelho como José Carlos Ricosugerido por (Rehman et al., 2017).

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

165 165


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

5.5.4. Referências

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira M Gold, JK Tomberlin, S Diener, CCruz Zurbrügg (2018), Decomposition of Vasco Vasco Cruz Henrique Henrique Trindade biowaste macronutrients, microbes, andTrindade chemicals in black soldier fly larval

treatment: A review. Waste Management, 82: 302-318.

Autores Autores

Adeline Mertenat, Stefan Diener, Christian Zurbrügg (2019) Black Soldier Fly Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes RuiofNunes biowaste treatment – Assessment global warming potential. Waste Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Management, 84: 173-181. Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação deJeffery Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária K.C.Surendraa, RobertOlivier, K.Tomberlin, Rajesh Jhad, Samir Regina Regina Menino Kumar, Khanal (2016) Bioconversion ofMenino organic wastes into biodiesel and Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco animal feed via insect farming. Renewable Energy, 98: 197-202 Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa

Kashif urRehman, Abdul Rehman, Minmin Caia, Longyu Zheng, Xiaopeng Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Xiao, Abdul Aziz Somroo,Rita HuiWang, Wu Li, Ziniu Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Yu, Jibin Zhang (2017) Inês SilvaSilva Conversion of mixtures of dairyInês manure and soybean curd residue by black Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil soldier fly larvae (Hermetia illucens L.). Journal of Cleaner Production Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Volume, 154: 366-373. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 166 ii 166


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

5.6. Valorização agrícola de efluentes pecuários Editores

Olga Moreira Vasco Enquadramento Cruz Henrique Trindade

Logo após a domesticação das primeiras culturas agrícolas a fertilização orgânica terá sido a primeira inovação fitotécnica, inspirada na observação Autores em sistemas agropecuários extensivos que terão caracterizado o meio rural ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes primevo. Já no século precedente da nossa era, Vergílio, no segundo livro Carolina de Ligeiro uma das suas obras clássicas – geórgicas – relata técnicas orgânicas de incremento fertilidade dos solos, tais como as consociações, as rotações onal de Investigação Agrária da e Veterinária e a estrumação. Regina Menino

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

Até ao dealbar da era industrial, os fertilizantes orgânicos derivados da

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa exploração pecuária continuaram a dar o seu contributo para o equilíbrio Elizabeth D’Almeida Duarte económico, em particular de muitas explorações agrícolas de subsistência Rita do Amaral Fragoso ou de vocação subsidiariamente comercial. No entanto, o aumento da Inês Silva pressão demográfica, em particular a partir de meados do século passado, udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino e a consequente pressão para a produção intensiva, aliados ao retumbante

Instituto Su

C

sucesso da designada “Revolução Verde”, a que Borlaug (2002) chamou

Leal & Soares (SIRO) “the miracle Maria Cecília Amaral Nestler ahead”, colocaram os fertilizantes químicos na preferência da Hartmut Nestler maioria dos produtores agrícolas, muitas vezes sem preparação técnica

para a sua gestão adequada.

TTerra Maria AntóniaAs Figueiredo consequências não se fizeram esperar, e em poucas décadas os efeitos Maria João Figueiredo da fertilização mineral, não judiciosamente controlada, tornaram-se

patentes pelo desastroso impacte na qualidade ambiental, e extensas áreas

Universidade de Évora Vasco Fitasagrícolas da Cruz sofreram assinalável quebra de fertilidade, até mesmo ao ponto Carlos Cupeto de desertificação. A resposta não se fez esperar, e os conceitos de Diogo Coelho agricultura orgânica, com exclusão total de fertilizantes minerais, foi José Carlos Rico

fazendo escola, em oposição drástica à agricultura dita “convencional” (Badglay et al., 2007; Seufert et al., 2012), mau grado estes mesmos autores

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

167 167

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

terem referido produções inferiores às verificadas para os sistemas de Editores Editores OlgaOlga Moreira Moreira agricultura convencional. Vasco Vasco CruzCruz

Com base no criticismo de Kirchmann etTrindade al. (2016), em relação aos critérios Henrique Henrique Trindade de apreciação das diferenças entre as produções, utilizados pelos Autores Autores orgânica, Timsina (2018), em apologistas da fertilização exclusivamente Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen função de uma meta análise das Odyssey/Entogreen produções nos diferentes sistemas de Rui Nunes Rui Nunes fertilização, refere valores Carolina de Carolina 20 aLigeiro 50% mais baixos nos sistemas de Ligeiro agricultura orgânica, muito embora, em alguns casos o resultado Instituto Nacional Nacional decasos Investigação de Investigação Agrária e Veterinária e Veterinária económicoInstituto fosse em alguns superior aoAgrária verificado para o sistema de Regina Regina Menino Menino agricultura convencional, o que remete para a afirmação de que os sistema Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco de agricultura são adequados para nichos de agricultura de luxo ou Instituto Instituto Superior de Agronomia de(Menino Agronomia –eUniversidade – Universidade de Lisboa de Lisboa simplesmente de Superior subsistência Murta, 2021). Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte

Na argumentação destas Rita duasRita opostas, doperspetivas Amaral do Amaral Fragoso Fragoso diversos mitos se foram Inês Inês Silva Silva cimentando, como bem demonstra Timsina (op. cit.), e a refutação assumiu Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil prioridade sobre a conciliação de conceitos, esta última muito mais Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino profícua. De facto, se a perspetiva prioritária da agricultura orgânica é a Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) sustentabilidade da fertilidade dos solos e a defesa do ambiente, a Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler perspetiva prioritária da agricultura convencional é produção. Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Afirmar que a agricultura orgânica pode competir com a agricultura TTerra TTerra convencional na produção unitária, com exceção de alguns casos pouco Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo representativos para a necessidade global, não parece realista; por outro Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo lado, afirmar que a agricultura convencional pode competir com a orgânica, Universidade Universidade de de Évora do desiderato em causa também não merece credibilidade. A Évora solução Vasco Vasco Fitas Fitas da Cruz da Cruz (produção agrícola compatível com a necessidade global e resiliência das Carlos Carlos Cupeto Cupeto produções sem agressão ambiental) não reside, pois, em qualquer das Diogo Diogo Coelho Coelho premissas do dilema, mas sim na conciliação JoséJosé Carlos Carlos RicoRico das duas na medida mais adequada às condições edáficas, climáticas e sociais pertinentes. Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 168 ii 168


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

No contexto de uma economia circular, em meio rural, a fertilização Editores

Olga Moreira orgânica tem vindo a ser desenvolvida, nas últimas décadas, em termos de Vasco propostas Cruz inovadoras, que lhe têm conferido uma maior potencialidade Henrique Trindade

para redução da fertilização mineral, sem prejuízo (ou mesmo em benefício) das produções, e para salvaguarda (ou mesmo recuperação/potenciação) Autores da fertilidade do solo. ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes alinhamento com as bem justificadas preocupações com o equilíbrio Carolina Em Ligeiro

ambiental, com o incremento e sustentabilidade da produção alimentar, e

onal de Investigação e Veterinária com Agrária o aquecimento global, novas e diferentes perspetivas têm vindo a ser Regina Menino propostas para a produção agro-pecuária: desde os “sistemas Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade Lisboa como “o segundo paradigma da fertilidade dos Sanchez (1999) de designou Elizabeth D’Almeida Duarte solos”, e que estão vocacionados para climas tropicais e subtropicais – até Rita do Amaral Fragoso aos sistemas de produção vocacionados para genótipos altamente Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil produtivos - que constituem “o primeiro paradigma” - onde o sucesso, para Gabriela Zanetti Cirino a conciliação das preocupações de ordem ambiental e da escala de

Instituto Su

agroflorestais”, promovidos pela “Evergreen Agriculture Partnership” – que

C

produção de alimentos compatível com as necessidades a nível global,

Leal & Soares (SIRO) deverá passar, como já atrás se referiu, pela conciliação do sistema Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler convencional com as páticas mais adequadas da agricultura orgânica.

No que se refere aos sistemas de produção vocacionados para genótipos TTerra Maria Antóniaaltamente Figueiredo produtivos - fundamentais na contribuição para colmatar a Maria João Figueiredo escala necessária para a solução do problema da carência alimentar a nível Universidadeplanetário de Évora - e apesar da pressão da crescente exploração agropecuária, a produção Vasco Fitas da Cruz de estrumes e chorumes é nitidamente insuficiente para Carlos Cupeto satisfazer as exigências deste tipo de genótipos. Dada, no entanto, a Diogo Coelho necessidade crescente, sob o ponto de vista da qualidade ambiental, do José Carlos Rico

descarte inócuo deste material, o que, numa opção de economia circular se traduz na potenciação e reutilização do mesmo para fertilização do solo e a e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB produção de energia, os métodos inovadores de compostagem assumem Henrique Trindade ii

169 169

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

uma posição pivot no contextoEditores das explorações agropecuárias (Menino e Editores OlgaOlga Moreira Moreira Murta, 2021). Vasco Vasco CruzCruz

No que se refere aos efluentes da Trindade exploração pecuária, e na dupla Henrique Henrique Trindade perspetiva do descarte inócuo de um produto poluente, e da sua Autores Autores potenciação como fertilizante, diversos sistemas de compostagem têm sido Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen postos em prática, de entre os quais a “compostagem anaeróbica” e a Rui Nunes Rui Nunes “digestão biológica” se têm revelado como promissoras. A “digestão Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro anaeróbia” deste tipo de efluentes, também designada por Instituto Instituto Nacional Nacional de da Investigação deprodução Investigação Agrária e Veterináriaproduz um “biogasificação”, para além deAgrária ume Veterinária combustível Regina Regina Menino Menino fertilizante dos solos, por outro lado a biodigestão por insetos (entre outras Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco classes da microfauna), para além da produção de um fertilizante produz Instituto Instituto Superior Superior deoutras) Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de biodiesel. Lisboa de Lisboa Ambos os larvas com utilização (entre na produção de um Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte referidos sistemas de tratamento dos efluentes da exploração pecuária Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso constituem, assim, um relevante componente no âmbito da economia Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil circular em meio rural. Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) 5.6.1. Caso de estudo: valorização agronómica de efuentes e coMaria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler produtos Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Ensaios de campo

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Os ensaios de campo foram instalados na Quinta da Fonte Boa (INIAVMaria Maria João João Figueiredo Figueiredo Santarém), com vista ao estudo do efeito de dois produtos de

compostagem tradicional (referidos por A e por B - Quadro 40), Universidade Universidade de Évora de Évora provenientes dos ensaios Vasco de Vasco compostagem realizados pela Leal§Soares, FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto e em milho grão. para avaliação da produção em milho forragem Diogo Diogo Coelho Coelho

As parcelas experimentais abrangeram 2 tipos JoséJosé Carlos Carlos Rico Ricode solo, caracterizados como sendo um Fluvissolo Gleizado (FLgl) e um Calcissolo háplico (CLha) (IUSSFAO, 2006).Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 170 ii 170


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Quadro 40 – Caracterização física e química de dois lotes de estrume de Editores

bovino, tratados por compostagem tradicional, designados por A e B Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade Parâmetro analíticos Resultados obtidos

Autores Humidade*(%)

ngredient Odyssey/Entogreen Cinzas (%) Rui Nunes pH* Carolina Ligeiro

Condutividade elétrica* (μS/cm) Carbono orgânico (%) onal de Investigação Agrária e Veterinária Matéria orgânica (%) Regina Menino N total (%) Maria Amélia Castelo Branco N amoniacal* (mg/kg) rior de Agronomia – Universidade de Lisboa N nítrico*(mg/kg) Elizabeth D’Almeida Duarte orgânico (%) Rita do AmaralNFragoso Razão C:N Inês Silva P2O5 água regia/P2O5 total (%) udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti K2OCirino água regia/K2O total (%) Ca água regia/Ca total (%) Leal & SoaresMg (SIRO) água regia/Mg total (%) Maria Cecília Amaral Nestler SO3 água regia/SO3 total (%) Hartmut Nestler B água regia/B total (mg/kg) TTerraCu água regia/Cu total (mg/kg) Fe água regia /Fe total (mg/kg) Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Mn água regia/Mn total (mg/kg) Escherichia coli* (ufc/g) Universidade de Évora Salmonella spp.* Vasco Fitas da Cruz Massa volúmica aparente*(kg/L) Carlos Cupeto

Lote A 70,3 ± 0,6 36,5 ± 0,6 7,7 ± 0,1 2240 ± 12 29,1 ± 0,1 50,2 ± 0,2 1,69 ± 0,05 128 ± 2 680 ± 5 1,61 17,2 0,76 ± 0,00 1,47 ± 0,03 2,71 ± 0,04 0,29 ± 0,00 1,07 ± 0,00 15,2 ± 0,2 42,0 ± 0,3 4414 ± 49 129,3 ± 3,4 >10 e < 40 Ausente em 25 g 0,53±0,01

Lote B 73,0 ± 0,6 38,2 ± 0,6 8,1 ± 0,1 883 ± 12 24,0 ± 0,1 41,4 ± 0,2 1,35 ± 0,05 14 ± 2 305 ± 5 1,32 17,8 0,68 ± 0,00 0,75 ± 0,00 2,03 ± 0,02 0,32 ± 0,00 0,93 ± 0,00 20,2 ± 0,3 86,1 ± 0,1 4210 ± 2 182,0 ± 0,7 60 Ausente em 5 g 0,53±0,01

Instituto N

Instituto Su

C

Diogo Coelho José Carlos Rico *Resultados em produto fresco

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

171 171


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

A variedade de milho utilizadaEditores emEditores ambos os casos (forragem e grão) foi a Olga Moreira Moreira de sementeira de 83000 “Sonido 400 FS”, da Bayer, Olga numa densidade Vasco Vasco Cruz Cruz sementes por hectare. Henrique Henrique Trindade Trindade

Foram efetuados os seguintes tratamentos: T0 - controlo, sem qualquer Autores Autores tipo de fertilização; TM - fertilização mineral, na dotação de 250 kg de N por Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen hectare; TA1 e TB1 - compostado daOdyssey/Entogreen SIRO A e B, respetivamente, veiculando Rui Nunes Rui Nunes 125 kg de N por hectare; Carolina TA2Carolina e Ligeiro TB2Ligeiro - compostado da SIRO A e B, respetivamente, veiculando 250 kg de N por hectare e; TA3 e TB3 Instituto Instituto Nacional Nacional de respetivamente, Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária compostado da SIRO A e B, veiculando 375 kg de N por Regina Regina Menino Menino hectare. Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

No tratamento com fertilizante mineral utilizou-se, em adubação de fundo, Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa o adubo 7-18-27, da “ADP”, na D’Almeida dose recomendada Elizabeth Elizabeth D’Almeida Duarte Duarte para a cultura, de 200 kg.ha-1 N, e em cobertura foiRita oFragoso adubo Nitro27, com magnésio, de Rita dousado Amaral do Amaral Fragoso -1 Inês Inês Silva Silva forma a fornecer 50 kg.ha N. Os tratamentos com os compostados Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil provenientes dos lotes A e B, foram utilizados em quantidades tais que Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino veiculassem as doses de N requeridas em cada um dos respetivos Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) tratamentos. Produção

Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

TTerra A produção, registada para todaTTerra a área em observação, chegou aos 10 867 -1 Maria Antónia Antónia Figueiredo kg.ha , no ensaio deMaria milho grão, e Figueiredo 2 487 kg.ha-1 e 706 kg.ha-1, Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo respetivamente de peso verde e peso seco de forragem, não se tendo registado diferenças significativas entre Universidade Universidade de os Évora detratamentos. Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Características químicas das plantas no milho forragem Diogo Diogo Coelho Coelho Joséobtidos José Carlos Carlos Rico No que se refere aos valores da Rico análise química das plantas de

milho, os valores médios registados, para cada um dos elementos -1 e Alto -1 CITAB Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB analisados, Universidade foram os seguintes: P 1,9g.kg ; KDouro, 9,1g.kg ; Ca 2,1g.kg-1; Mg Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 172 ii 172


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

1g.kg-1; Na 0,422g.kg-1; Fe 99ppm; Mn 10ppm; Zn 14ppm,1; Cu 1,7ppm; B Editores

Olga Moreira 3,9ppm. Vasco Cruz Henrique Trindade Ensaios em vasos (em estufa)

Complementarmente realizaram-se ensaios de estufa, em vasos, com Autores

ngredient Odyssey/Entogreen azevém anual (Lolium multiflorum Lam.), por forma a estudar o efeito, na Rui Nunes produção e na composição química das plantas de azevém, de chorumes de Carolina Ligeiro

bovino sujeitos a diferentes métodos de compostagem, nomeadamente: compostagem tradicional, digestão anaeróbia e biodigerido por larvas da onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Mosca Soldado Negro (Quadro 41).

Instituto N

Maria Amélia Castelo Branco

Ensaio 1

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Material e métodos Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso O solo utilizado no ensaio foi classificado como Podzol Gleyic (IUSS-FAO, Inês Silva 2006). ACordovil análise da camada superficial do solo (0-25 cm) revelou textura udia Marques-dos-Santos Gabriela Zanetti Cirino grosseira (96% areia), pH de 6, capacidade de troca catiónica de 3,8 cmol.kg-

Instituto Su

C

, pobre em nutrientes e com 5,1 g de matéria orgânica por kg.

1

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler orgânicos usados foram analisados e o resultado obtido para Os compostos Hartmut Nestler

o chorume de bovino submetido a compostagem por digestão anaeróbica (neste ensaio referido por D) foi de 0,84g N kg-1, e para o chorume de bovino TTerra Maria Antóniasubmetido Figueiredo a compostagem por biodigestão pelas larvas da mosca soldado Maria João Figueiredo negro (neste ensaio referido por FB) o resultado foi de 26 g N kg-1. UniversidadeNo de presente Évora ensaio foram utilizados vasos de plásticos cilíndricos (com 15 Vasco Fitascm da de Cruzaltura, 12,5 cm de diâmetro no fundo e 17 cm de diâmetro no topo) Carlos Cupeto com superfície de 226,9 cm2. Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

173 173


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco

Compostagem tradicional 58,5 41,5 8,2 0,92 60,9 0,60 1,01 3,76 0,40 21,2 0,30 0,51 71,2 149 <33,3 <16,6 <33,3

Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico

Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 174

ii

Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Resultados obtidos Digestão Biodigestão por larvas anaeróbia de MSN 97,3 70,7 2,7 29,3 7,9 6,5 14,3 2,71 1,56 71,1 0,25 3,35 0,12 1,91 0,17 4,68 0,12 0,55 1,55 15,0 0,04 0,19 0,08 0,75 14,5 273 56,1 971 <33,3 <33,3 <16,6 <16,6 <33,3 <33,3

Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler

Quadro 41 – Caraterização física e química de chorumes de bovino tratados por compostagem tradicional, por digestão anaeróbia e por biodigestão por larvas da Mosca Soldado Negro (MSN)

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

Parâmetros analíticos

Humidade (%) Matéria seca (%) pH (H2O) (25 °C) Condutividade elétrica (25 °C) (mS/cm) Matéria orgânica (%) Fósforo total (P2O5) (%) Potássio total (K2O) (%) Cálcio total (K2O) (%) Magnésio total (K2O) (%) Boro total (K2O) (mg/kg) Sódio total (K2O) (%) Cloretos (Cl-) (%) Cobre total (K2O) (mg/kg) Zinco total (K2O) (mg/kg) Níquel total (K2O) (mg/kg) Crómio total (K2O) (mg/kg) Chumbo total (K2O) (mg/kg)

174

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores Durante o ciclo de crescimento das plantas, os vasos foram regados

Olga Moreira com água desionizada, para manter a humidade do solo a 80% Vasco diariamente, Cruz da capacidade de campo, estimada por diferença de peso. Henrique Trindade

O presente ensaio constou de 10 tratamentos (1 testemunha, 1 mineral, 4 doses de composto D e 4 doses de composto FB - estes últimos oito com ngredient Odyssey/Entogreen complemento de 10% de N nitroamoniacal) com três repetições, Rui Nunes Carolina totalizando Ligeiro trinta vasos. Antes da sementeira, os compostos foram misturados com o solo.

Autores

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino As sementes foram usadas numa densidade equivalente a 40 kg por Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa As plantas foram sujeitas a dois cortes, durante o período em que decorreu Elizabeth D’Almeida Duarte o ensaio, Rita do Amaral Fragosopara avaliação da produtividade. Inês Silva Resultados e discussão udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

hectare.

C

A produção, quer em termos de peso verde, quer de peso seco, foi superior no (SIRO) tratamento TFB4. Tendo-se verificado que o biodigerido por larvas de Leal & Soares Maria Cecília Amaral moscaNestler soldado negro foi mais eficiente como fertilizante orgânico do que o Hartmut Nestler produto obtido por digestão anaeróbia. TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho Figura 48. Ilustração do aspeto do azevém, em cada tratamento (T0, TM, José Carlos Rico

TFB, TD, respetivamente, nas diferentes doses), antes do corte

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

175 175


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

No tratamento T0 e como seriaEditores deEditores esperar e a figura 45 ilustra, os valores OlgaOlga Moreira Moreira de produção foram significativamente mais baixos, comparativamente com Vasco Vasco Cruz Cruz os restantes tratamentos. Henrique Henrique Trindade Trindade

Ensaio 2

Autores Autores

Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Material e métodos Ingredient Rui Nunes Rui Nunes Utilizou-se o mesmo tipo deCarolina soloCarolina nasLigeiro condições Ligeiro descritas no ensaio 1 e as

condições de trabalho foram idênticas, quer no que se refere à espécie em Instituto Instituto Nacional Nacional Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterináriado ensaio, estudo, quer no que diz de respeito aos vasos e eàVeterinária preparação Regina Regina Menino Menino incluindo as regas. Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Neste ensaio, para além estudo do efeito dos de compostos Instituto Instituto Superior Superior dedoAgronomia de Agronomia – Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa orgânicos (chorume de bovino sujeito a compostagem tradicional - designado por C Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso e o mesmo produto biodigerido por larvas de Mosca Soldado Negro – Inês Inês SilvaSilva designado por F) na produção e composição química das plantas utilizadas, Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil efetuou-se, antes do primeiro corte, aCirino avaliação Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino de alguns parâmetros fisiológicos. Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO)

Os compostos orgânicos usados foram analisados Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler quimicamente e os Hartmut Nestler Nestler resultados obtidos, no que seHartmut refere ao teor de N, para o chorume de bovino compostado (neste ensaio designado pela letra C) foi de 12,3 g N kg-1, e para TTerra TTerra o chorume de bovino biodigerido pelas larvas de Moscas Soldado Negro Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo (designado pela letra F) o Maria resultado foi 14 g N kg-1. Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo O presente ensaio constou deUniversidade 10 tratamentos (1 testemunha, 1 mineral, 4 Universidade de Évora de Évora doses de C e 4 doses de F, Vasco estes últimos 8dacom Vasco Fitas Fitas da Cruz Cruzcomplemento de 10% de N Carlos Carlos Cupeto Cupeto nitroamoniacal) com cinco repetições, totalizando cinquenta vasos. Diogo Diogo Coelho Coelho

O material vegetal foi avaliado, relativamente a alguns parâmetros JoséJosé Carlos Carlos RicoRico fisiológicos, tendo sido feita a medição de trocas gasosas em folhas de 6 semanas, antes do 1º corte, teve o mesmo tratamento que o material Universidade Universidade de Trás-os-Montes deeTrás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade vegetal do ensaio 1.

ii 176 ii 176


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Resultados e discussão Editores

Olga Moreira Vasco Os Cruzresultados de produção obtidos (peso verde e peso seco), revelaram maior rendimento com o tratamento TF4, o que significa que o biodigerido Henrique Trindade

das larvas foi mais eficiente que o composto tradicional e que os

Autores fertilizantes biológicos proporcionaram maior rendimento do que o

ngredient Odyssey/Entogreen tratamento com fertilizante mineral. Rui Nunes Carolina No Ligeiro que se refere à concentração de N no material vegetal, os valores mais

elevados, e significativamente diferentes dos restantes tratamentos, foram

onal de Investigação Agrária e Veterinária registados para o TM, uma vez que a formulação diretamente assimilável Regina Menino do N está aqui muito mais adaptada às necessidades da planta. Por outro Maria Amélia Castelo Branco

lado, e como seria de esperar, para um solo arenoso, a menor concentração

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa de N Duarte foi registada para o tratamento T0, por uma diferença significativa Elizabeth D’Almeida relativamente aos outros tratamentos. Rita do Amaral Fragoso Inês Silva Os resultados udia Marques-dos-Santos Cordovil obtidos para as características fisiológicas avaliadas Gabriela Zanetti Cirino um aumento significativo da atividade totossintética com o revelaram

Instituto N

Instituto Su

C

aumento das doses de composto orgânico (biodigerido ou compostado),

Leal & Soares (SIRO) tendo sido no tratamento TF4 que registaram os valores mais elevados, o Maria Cecília Amaral Nestler que permite supor que as condições de desenvolvimento das plantas foram, Hartmut Nestler

neste caso, as melhores.

TTerra presente ensaio, foram também registados os valores de produção ao Maria AntóniaNo Figueiredo Maria João Figueiredo longo do ciclo da cultura, tendo sido efetuado um total de 3 cortes. Da

análise dos dados obtidos, pode observar-se que foi no tratamento TF4 que

Universidade de Évora o valor mais elevado. Tendo sido no primeiro corte que se Vasco Fitasse daregistou Cruz obtiveram as maiores produções, tendo diminuindo até ao último corte. Carlos Cupeto Diogo Coelho A Ffigura José Carlos Rico 46 ilustra o aspeto geral das plantas antes do primeiro corte, em

cada um dos tratamentos, onde é notória a diferença de crescimento da cultura porDouro, efeitoCITAB da utilização dos compostos orgânicos. e de Trás-os-Montes e Alto Henrique Trindade

ii

177 177

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Figura 49. Ilustração do aspetoRui doNunes azevém, Rui Nunesem cada tratamento, antes do Carolina Ligeiro corte, a Carolina título deLigeiro exemplo Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária ConclusõesInstituto Regina Regina Menino Menino

A hipótese na base do Maria presente estudo é confirmada Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco pelos resultados que mostram, de forma estatisticamente demonstrada, o melhor desempenho, Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa na produção de azevém, deElizabeth chorume de bovinos biodigeridos por larvas da Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte mosca do soldado negro,Rita emRita com o compostado tradicional docomparação Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês Silva Silva com a mesma matéria-prima, ambos com um complemento de N Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil prontamente disponível, na forma mineral. Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino

Ambos os fertilizantes orgânicos deram um rendimento maior do que o Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) tratamento com o fertilizante mineral extreme, muito claramente, devido à Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler adição de N diretamente Hartmut disponível, que mais uma vez provou ser Hartmut Nestler Nestler fundamental para acelerar o crescimento inicial da planta sujeita a qualquer TTerra TTerra fertilização orgânica. Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo

Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo O padrão dos valores registrados para Pn e WUE é consistente com o observado para a produção de biomassa, confirmando seu valor Universidade Universidade de Évora de Évora informativo a respeito do estado vegetativo das plantas. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto No que diz respeito à concentração de N nos tecidos vegetal, os maiores Diogo Diogo Coelho Coelho valores, e significativamenteJosé diferentes dos restantes tratamentos, foram José Carlos Carlos RicoRico

registrados para o TM, o que sugere a possibilidade de que os 10% de N adicionais Universidade adicionados ao fertilizantee Alto orgânico possam ter sido Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB insuficientes. Henrique Henrique Trindade Trindade ii 178 ii 178


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

O melhor desempenho, na produção de azevém, de chorume de bovinos Editores

Olga Moreira biodigeridos por larvas da mosca do soldado negro, em comparação com o Vasco compostado Cruz tradicional com a mesma matéria-prima, ambos com um Henrique Trindade

complemento de N prontamente disponível, na forma mineral, é evidente, tal como se tem observado em ensaios anteriores. Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Contudo, ainda há resultados, nomeadamente os que se referem às análises Rui Nunes quer do material vegetal, quer dos solos, para os diferentes Carolina químicas, Ligeiro

tratamentos, bem como análise microbiológica do solo, que irão permitir

onal de Investigação Agráriaase conclusões Veterinária até agora inferidas. consolidar Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

5.6.2. Referências rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Badglay, C., Moghtader, J., Quintero, E., Zakern, E., Chappell, J., AvilésRita do Amaral Fragoso Vázquez, K., Samulon, A., Perfecto, I., 2007. . Organic agriculture and the Inês Silva global food supply. Renew. Food Syst. 22:86-108. udia Marques-dos-Santos Cordovil Borlaug, N.E., 2002. Feeding a world of 10 billion people. The miracle Gabriela Zanetti Cirino

Instituto N

Instituto Su

C

ahead. In vitro cell. dev. Biol. 38:221-228.

Bredemeier, C., and U. Schmidhalter, 2001. Laser-induced chlorophyll Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler to determine the nitrogen status of plants. In Plant nutrition fluorescence Hartmut Nestler Food security and sustainability of agro-ecosystems. Dordrecht. The Netherlands: Kluwer Academic Publishers. Eds., W.J. Horst et al. 92:726-

TTerra 727. https://doi.org/10.1007/0-306-47624-X_352 Maria Antónia Figueiredo Bremner, J.M., and C.S. Mulvaney, 1982. Nitrogen-Total. In Methods of soil Maria João Figueiredo

analysis. Part 2. Chemical and microbiological properties. 2nd ed. Universidade(Agronomy de Évora 9). American Society of Agronomy, Soil Science Society of America, Vasco Fitas da Cruz Madison, Wisconsin. Eds., Page A.L., R.H. Miller and D.R. Keeney. 595-624. Carlos Cupeto Concenço, G., E.A. Ferreira, A.A. Silva, F.A. Ferreira, L. Galon, M.R. Reis, L. Diogo Coelho José Carlos Rico d'Antonino, L. Vargas, L.V.B.D. Silva, 2008. Fotossíntese de biótipos de azevém sob condição de competição. Planta Daninha. 26(3):595-600. https://doi.org/10.1590/S0100-83582008000300015 e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

ii

179 179

Universid


Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária

FAO, 1998. World reference base for soil research, by ISSS-ISRIC-FAO. Editores Editores World Soil Reference Report No. Rome, 88p. Olga84, Olga Moreira Moreira Vasco CruzWorld Cruz reference base for soil IUSS-FAO Working Group WRB,Vasco (2006): Henrique Henrique Trindade Trindadeclassification, correlation resources 2006 - A framework for international and communication, Rome, Food and Agriculture Organization of the Autores Autores United Nations. 10013/epic.43321.d001 Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Jia, Y., S. Tang, R. Wang, X. Ju, Y. Ding, S. Tu, D.L. Smith, 2010. Effects of Rui Nunes Rui Nunes elevated CO2 on growth. Photosynthesis, elemental composition, Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro antioxidant level, and phytochelatin concentration in Lolium mutiflorum and Lolium perenne under Cd stress. Journal of Hazardous Materials. 180 Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária (1-3), 384-394. https://doi.org/10.1016/j.jhazmat.2010.04.043. Regina Regina Menino Menino Kirchmann, H., Katterer, T.,Maria Bergstrom, L., Borjesson, Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco G., Bolinder, M.A. (2016). Flaws and criteria for design and evaluation of comparative organic Instituto Instituto Superior Superior desystems. Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa and conventional cropping Field Crop Res. 186:99-106. Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Liu, X., Y.Fan, J.Long, R. Wei, R. Kjelgren, C. Gong, J. Zhao, 2013. Effects of Rita Rita do Amaral doon Amaral Fragoso Fragoso soil water and nitrogen availability photosynthesis and water use Inês Inês SilvaSilva efficiency of Robinia pseudoacacia seedlings. Journal of Environmental Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Sciences, 25 (3):585–595. doi:10.1016/s1001-0742(12)60081-3 Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Menino R., F. Felizes, M.A. Castelo-Branco, P. Fareleira, O. Moreira, R. Nunes, D. Murta, 2021. Agricultural of(SIRO) Black Soldier Fly larvae frass Leal Leal & Soares & value Soares (SIRO) as organic fertilizer on Maria ryegrass. Heliyon, Jan 2,Nestler 7(1), e05855. doi: Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler 10.1016/j.heliyon.2020.e05855. PMID: 33426352, PMCID: PMC7785954. Hartmut Hartmut Nestler Nestler Menino, R., Murta, D., 2021. Black Soldier Fly-An Invaluable Weapon in the TTerraEconomy and Defense of the War for the Sustainability of the TTerra Agrarian Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Environment. Mod Concep Dev Agrono. 8(3). MCDA. 000687. 2021. DOI: Maria Maria João João Figueiredo Figueiredo 10.31031/MCDA.2021.08.000687 Menino, M.R., Murta, D., 2021. The Insects as a Workforce for Organic Universidade Universidade de Évora de Évora Fertilizers Production – Insect Frass. DOI: 10.5772/intechopen.100144. Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Sanchez, P., 1999. Improved fallows come of age in tropics. Agrofor. Syst., Carlos Carlos Cupeto Cupeto 47(1/3):3-12. DOI: 10.1023/a:1006287702265 Diogo Diogo Coelho Coelho Seufert, V., Ramankutty, N., Foley, A.E. (2012). JoséJosé Carlos Carlos Rico Rico Comparing the yields of organic and conventional agriculture. Nature. 485:229-232. Timsina, J., 2018. Can organic sources of nutrients increase crop yields to Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB meet global food demand?Henrique 8:214; doi:10.3390/agronomy8100214 Henrique Trindade Trindade ii 180 ii 180


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Editores

6. IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS

Olga Moreira Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/EntogreenMaria Antónia Figueiredo e Maria João Figueiredo Rui Nunes TTerra – Engenharia e Ambiente Lda Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Leal & Soares (SIRO) Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler TTerra Maria Antónia Figueiredo Maria João Figueiredo Universidade de Évora Vasco Fitas da Cruz Carlos Cupeto Diogo Coelho José Carlos Rico

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

181 181


Gestão Gestão dosdos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade atividade agropecuária agropecuária Gestão fluxos gerados nana atividade agropecuária

As opções de tratamento queEditores a Portaria Editoresn.º 79/2022 de 3 de fevereiro Olga Olga Moreira Moreira viabiliza para os efluentes pecuários (EP) têm em comum o valor atribuído Vasco Vasco CruzCruz ao EP. Quer a valorização agrícola sem tratamento, ou pós- tratamento, Henrique Henrique Trindade Trindade visam o aproveitamento dos nutrientes e da matéria orgânica presentes. É pelo valor intrínseco ao EPAutores que este é considerado pela legislação Autores portuguesa como um Ingredient subproduto eOdyssey/Entogreen não um resíduo. Ingredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro

São considerados subprodutos quaisquer substâncias ou objetos resultantes de um processo produtivo cujo principal objetivo não seja a Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária sua produção, quando verificadas, cumulativamente, as seguintes Regina Regina Menino Menino condições: Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco a) Existir a certeza de posterior utilização lícita da substância ou objeto; Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia Universidade – Universidade Lisboa de Lisboa b) Ser possível utilizar diretamente a –substância oude objeto, sem qualquer Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte outro processamento que não seja o da prática industrial normal; Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso c) A produção da substância ou objeto ser parte integrante de um processo Inês Inês SilvaSilva produtivo; Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil d) A substância ou objeto cumprir os requisitos Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirinorelevantes como produto em matéria ambiental e de proteção da saúde e não acarretar impactes globalmente adversos doLeal ponto de vista ambiental ou da saúde humana, Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler face à posterior utilização específica. Hartmut Hartmut Nestler n.º 1 do Artigo 91 do Decreto-lei n.ºNestler 102-D/2020, de 10 de dezembro TTerra TTerra

Focado na circularidade do ciclo produtivo em que a economia circular Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo assenta, a valorização agrícola EP é, pois, uma mais valia. O Maria Maria Joãodos João Figueiredo Figueiredo remanescente dos nutrientes fornecidos na dieta alimentar que não são Universidade de maioritariamente Évora de Évora absorvidos pelos animais Universidade encontram-se concentrados no Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz EP, sendo a sua utilização na melhoria da produtividade de culturas Carlos Carlos Cupeto Cupeto agrícolas um valor que se acrescenta aoCoelho sistema e que, dessa forma, não é Diogo Diogo Coelho José José Carlos Carlos RicoRico perdido caso fosse eliminado. Mesmo que as culturas necessitem ainda de um complemento de nutrientes através de fertilização inorgânica será Universidade Universidade Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITABpelos EP. naturalmente inferior àsdenecessidades que foram suplantadas Henrique Henrique Trindade Trindade

ii 182 ii 182


Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária Gestão dos fluxos gerados na atividade agropecuária

Nesta equação, a quantidade proveniente da extração de matérias primas, Editores

Olga Moreira designadamente “rocha fosfática” e depósitos de nitrato de sódio é menor. Vasco Cruz Henrique Trindade

Autores

ngredient Odyssey/Entogreen Rui Nunes Carolina Ligeiro

onal de Investigação Agrária e Veterinária Regina Menino Maria Amélia Castelo Branco

Instituto N

rior de Agronomia – Universidade de Lisboa Elizabeth D’Almeida Duarte Rita do Amaral Fragoso Inês Silva udia Marques-dos-Santos Cordovil Gabriela Zanetti Cirino

Instituto Su

C

Figura 50. Representação da circularidade do setor agropecuário associado

Leal & Soares (SIRO) à valorização agrícola dos EP. Maria Cecília Amaral Nestler Hartmut Nestler

Acrescenta-se ainda nesta análise, a redução da cadeia de distribuição que é conseguida com a valorização agrícola do EP uma vez que as distâncias TTerra Maria Antóniapercorridas Figueiredo entre a fonte de produção (exploração pecuária) e o Maria João Figueiredo destinatário (áreas agrícolas) são curtas, e maioritariamente de âmbito Universidadelocal. de Évora essa razão, também, a valorização agrícola dos EP tem ainda um Vasco FitasPor da Cruz Carlos Cupeto impacte significativo ao nível da dinamização das atividades económicas Diogo Coelho locais, designadamente com a necessidade de mão-de-obra necessária à José Carlos Rico execução das operações de valorização agrícola.

e de Trás-os-Montes e Alto Douro, CITAB Henrique Trindade

Universid ii

183 183


Gestão Gestão dos fluxos dos fluxos gerados gerados na atividade na atividade agropecuária agropecuária

Editores Editores

OlgaOlga Moreira Moreira Vasco Vasco CruzCruz Henrique Henrique Trindade Trindade

Autores Autores

Ingredient Ingredient Odyssey/Entogreen Odyssey/Entogreen Rui Nunes Rui Nunes Carolina Carolina Ligeiro Ligeiro Instituto Instituto Nacional Nacional de Investigação de Investigação Agrária Agrária e Veterinária e Veterinária Regina Regina Menino Menino Maria Maria Amélia Amélia Castelo Castelo Branco Branco Instituto Instituto Superior Superior de Agronomia de Agronomia – Universidade – Universidade de Lisboa de Lisboa Elizabeth Elizabeth D’Almeida D’Almeida Duarte Duarte Rita Rita do Amaral do Amaral Fragoso Fragoso Inês Inês SilvaSilva Cláudia Cláudia Marques-dos-Santos Marques-dos-Santos Cordovil Cordovil Gabriela Gabriela Zanetti Zanetti Cirino Cirino Leal Leal & Soares & Soares (SIRO) (SIRO) Maria Maria Cecília Cecília Amaral Amaral Nestler Nestler Hartmut Hartmut Nestler Nestler TTerra TTerra Maria Maria Antónia Antónia Figueiredo Figueiredo Maria Maria JoãoJoão Figueiredo Figueiredo Universidade Universidade de Évora de Évora Vasco Vasco FitasFitas da Cruz da Cruz Carlos Carlos Cupeto Cupeto Diogo Diogo Coelho Coelho JoséJosé Carlos Carlos RicoRico Universidade Universidade de Trás-os-Montes de Trás-os-Montes e Alto e Alto Douro, Douro, CITAB CITAB Henrique Henrique Trindade Trindade ii 184

ii



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